Nos próximos dias 18 e 19 de novembro, mais de 11 mil candidatos inscritos no Sistema Seriado de Seleção (SSA) da Universidade de Pernambuco (UPE) realizam a terceira e última fase da avaliação que oferece a oportunidades de ingresso na instituição.
Nesta fase, áreas de conhecimento comuns ao ensino médio, como português, matemática, física, química, sociologia, filosofia, geografia, história e redação.
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O SSA 3, como é chamada a última etapa, é realizado por estudantes do terceiro ano do ensino médio. Eles, por sua vez, devem ter passado obrigatoriamente pelas duas fases anteriores da avaliação (SSA1 e SSA2). O sistema contempla anualmente os conteúdos desenvolvidos por cada ano do ensino médio.
“Diferente da primeira e segunda fase, quando são cobradas apenas 90 questões. Nesta última fase, o candidato encara 100 questões mais a redação. Além de escolher qual curso ele deseja ingressar”, explica Ernani Martins, Presidente da Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE.
Para docentes, a prova possui características que obrigam o candidato a prestar atenção. “É uma prova conteudista. O estudante deve ficar atento com o forte lado tradicional no exame. Se ele espera algo contextualizado como o Enem, ele não encontrará”, explica o professor Carlos Japwwa, professor de física do colégio GGE.
Esse ponto é observado também pelo docente Everaldo Chaves que descreve que a prova exige, também, conhecimento específico: “O SSA e Enem são perfis diferentes. No seriado, para alcançar a resposta o inscrito deve ter o conhecimento acerca do conteúdo abordado no comando da questão, em sua forma mais específica”, pontua. Ainda de acordo com o professor, no Enem a resposta está vinculada ao texto, não ao conteúdo específico.
O SSA3 tem peso maior em relação às provas anteriores do sistema seriado. Ernani explica que ele equivale a 40% da nota final do candidato, enquanto o SSA1 e SSA2, correspondem, cada um, a 30%. “Por se tratar de uma prova mais decisiva, com mais questões e redação, há essa modificação”, observa. Mas, o presidente destaca que a correção é uniforme. “Cada questão tem o mesmo peso na somatória final da nota do SSA3. Pode ser uma de física e a outra de sociologia, caso o candidato acerte, terá a mesma pontuação”, acrescenta.
Os feras podem sentir insegurança ao encarar notas anteriores, mas, por enfrentar uma prova com peso diferenciado, um ótimo resultado compensa os deslizes da outra fase. "Não é o momento de desanimar, mas, sim, acreditar no potencial”, finaliza Carlos.
O que revisar antes da prova?
Como dica aos feras que irão encarar a prova, o professor Everaldo Chaves destaca os assuntos importantes de história cobrados: “República Velha, Era Vargas, Ditadura, Primeira Guerra são alguns dos mais importantes”, relata. Já em física, Carlos pontua eletricidade, física moderna, hidrostática, estática ondulatória, eletrodinâmica, eletromagnetismo e eletroestática como assuntos importantes para revisão.
Ele ainda destaca que a característica da prova de física é essencialmente ligada à matemática e semelhante aos conteúdos abordados no ciclo básico de engenharia. Em entrevista ao LeiaJá, o professor Ricardo Rocha resolve questões de matemática comuns, para as quais o fera deve ficar atento na hora de realizar o exame; confira:
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O docente ainda destaca que as questões ligadas à probabilidade, estatística, desvio padrão, geometria analitica, parte aritimetrica, funções e geometria especial. “Neste momento final, é só pensar que o ano todo dedicado aos estudos será recompensado. É ideal o fera ter ciência que conseguirá resolver as questões, mas é importante durante esse tempo ter conferido algumas provas antigas”, aconselha.
Redação
A redação em vestibulares sempre é motivo de preocupação. A prova exige do candidato domínio da língua portuguesa, compreensão de mundo e capacidade argumentativa. No SSA 3, os feras devem ficar atentos às diferenças entre a forma de construir o texto, quando comparada a do Enem. O professor de redação e linguagens, Diogo Didier esclarece que existem poucas diferenças. “Como estrutura redacional, existem poucas diferenças. De fato, é um vestibular tradicional, a banca terá muito mais cuidado, por exemplo, a questão de coesão no texto - por isso, ter cuidado com a gramática é primordial”, frisa.
Na construção do texto, o docente orienta os feras a buscarem elementos argumentativos diversos. “Na argumentação, uma das possibilidades é construir, por exemplo, a causa e consequência - colocando a raiz e depois problematizando. Em textos de colégio, é comum polarizar a argumentação - pontos positivos e negativos. Esse modelo também funciona na UPE”, destaca. Didier ainda alerta: “lembrando da forma como você vá argumentar, tem que ter total de domínio de leituras extras do tempo. demonstrar conhecimento. A banca é muito exigente”.
Já na conclusão, Didier adverte que esse processo é diferente do Enem. “O texto enquanto estrutura na parte da conclusão é diferente. Enquanto no Enem, propõe intervenções. Na UPE, não é cobrado. Você pode utilizar, mas não é nada obrigado”, diz.
Ainda de acordo com o docente, o ideal é retomar a tese, reconstruir a introdução ou até mesmo resumir o texto todo - para esse ponto, é necessário ter um alto domínio de síntese. Fazer uma reflexão, terminar com uma pergunta retórica também é bem-vindo.
Em relação ao tema da redação, o docente destaca que ele deve ser mais simples que o do Enem, mas exige um conhecimento maior acerca da problemática. A escolha deve observar a realidade do estudante. “Os temas não são só de nível nacional. A UPE também coloca a realidade do nosso o Estado [Pernambuco]. Para isso, o fera deve se atualizar em diferentes contextos, tanto o local quanto nacional”, diz.
Didier comenta que a redação da UPE tem a característica de ser chamada de difícil. Segundo ele, o título é dado, principalmente, pela escassez de textos motivacionais. “Os textos eles estão lá, existem, mas são menores. Não tem uma pegada tão motivacional do que Enem. São poucos textos. A banca entende que o fera deve ter já um repertório”, finaliza.
O SSA
No processo seletivo de 2019, ao todo, são oferecidas 1.740 vagas. Os cursos estão distribuídos nas regiões Metropolitana do Recife, Mata Norte, Mata Sul, Agreste e Sertão. As provas desta terceira fase, realizadas em dois dias consecutivos, abrangem questões distribuídas entre as disciplinas de física, química, biologia, geografia, língua estrangeira (inglês ou espanhol), história, língua portuguesa, matemática, filosofia e sociologia.
No primeiro dia de aplicação, marcado para o domingo (18), prova de redação será aplicada junto a 42 questões distribuídas entre as disciplinas de língua portuguesa, matemática, língua estrangeira e filosofia. Já no segundo dia, segunda-feira (19), os candidatos farão provas de biologia, química, física, história, geografia e sociologia.
Nos dois dias, os candidatos terão 4h30 para responder a prova. O horário de realização será das 8h15 às 12h45. Provas serão aplicadas nas cidades do Recife, Nazaré da Mata, Palmares, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Salgueiro, Petrolina e Serra Talhada. O resultado da terceira fase está previsto para ser divulgado até o dia 16 de janeiro de 2019.