O bairro do Alto José do Pinho, na zona norte do Recife, é um dos locais mais importantes para a cena musical que surgiu em Pernambuco, nos anos 1990. De lá saíram muitas bandas importantes da cidade, como Devotos e Faces do Subúrbio. Um evento em especial marcou época, o Gestos, Atitude, e Rock and Roll, que completa 30 anos em 2023.
Na ocasião, se apresentaram Matalanamão, Terceiro Mundo, Nanica Papaya e O Verbo. Para relembrar esse encontro histórico, o produtor Jailson de Oliveira promove, nesta sexta-feira (25), o evento ‘Gestos, Atitude, e Rock and Roll 30 anos depois’, que acontece no espaço Poesis, na rua Vespasiano, nº 107, no Alto José do Pinho.
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A comemoração começa às 16h, com uma roda de diálogo, e segue com shows das bandas Nós Somos os Últimos, Dadado San e Abelardo. A entrada custa 10 reais.
O Podcast TrianON recebe, nesta semana, o músico Cannibal, vocalista e baixista da Devotos. Ele falou sobre o novo disco, uma coletânea de músicas da banda com arranjos de reaggae. O álbum Devotos Punk Reggae já está nas plataformas digitais e, em breve, será lançado em vinil.
Cannibal também falou do show que a Devotos fará, em setembro, no Rock in Rio, festival em que se apresentará pela primeira vez. A conversa ainda rendeu debates sobre a nova música que está sendo produzida no Recife e o atual cenário político do país. Confira:
Uma das bandas mais importantes do cenário do hardcore nacional tem sotaque pernambucano e é da Zona Norte do Recife: a Devotos. Com mais de 30 anos de estrada, os pernambucanos acumulam apresentações em festivais brasileiros e internacionais e, neste ano de 2022, vão acrescentar um nome relevante em seu currículo ao se apresentarem no Rock in Rio (RIR). O power trio nordestino sobe ao Palco Sunset, a convite do Black Pantera, grupo mineiro de crossover thrash, no dia dois de setembro.
O ‘Dia do Metal’ do Rock in Rio contrá com os mineiros do Black Pantera, que levam ao festival o show da turnê do álbum ‘Ascensão’. Para deixar sua passagem pelo Rock in Rio ainda mais pesada, eles convidaram a banda pernambucana Devotos e o anúncio da parceria foi feito pelo Instagram, nesta terça (1º). “Para celebrar esse momento tão único, convidamos outra banda preta: os veteranos da Devotos, de Pernambuco”, diz postagem no perfil dos anfitriões. No mesmo dia, se apresentam no RIR grandes nomes da música extrema como Sepultura, Iron Maiden, Megadeth e Dream Theater.
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Também pelo Instagram, os pernambucanos da Devotos agradeceram pelo convite e festejaram o evento. Em seu perfil oficial, a veterana fala sobre esse encontro de gerações com entusiamo: “Black Pantera faz parte de uma nova geração de bandas que nos dá muito orgulho principalmente por também saberem que não é e nunca foi só música. Como é importante para a Devotos e a Black Pantera estarmos no Palco Sunset porque o que fazemos não é só música, as artes transformam”. A programação completa do Rock in Rio pode ser vista no site oficial.
Nesta sexta-feira (29), os fãs de punk rock têm um encontro marcado aqui no LeiaJá. O portal fará uma live com o músico Cannibal, líder da banda Devotos, um dos grupos mais antigos de Pernambuco. Na conversa, além de música, vamos falar sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus na produção cultural do eatado e sobre o futuro do rock pernambucano. A conversa a partir da 20h30, no perfil de Instagram do portal.
Artistas e produtores culturais do Recife se uniram para ajudar ao próximo durante a pandemia do coronavírus. A campanha a campanha Social Artistas Solidários (S.A.S) pretende auxiliar, inicialmente, 100 famílias em vulnerabilidade social da Região Metropolitana do Recife (RMR), neste momento de crise, além de colaborar com o fortalecimento de pequenos comércios nas comunidades do Alto José do Pinho, Morro da Conceição, na capital pernambucana, e Cidade Tabajara, em Olinda.
A primeira fase da campanha visa o S.A.S precisa arrecadar o valor de R$ 10.000 para a compra das cestas básicas e itens de higiene e limpeza. Todos os produtos serão adquiridos nas próprias comunidades, para fazer a economia local girar e colaborar com os pequenos comerciantes. Após a doação para estas primeiras 100 famílias, a ação abrirá uma nova rodada de arrecadações e doações.
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As 100 primeiras famílias a serem assistidas pela S.A.S foram escolhidas de acordo com alguns critérios. Entraram no mapa aquelas cuja renda esteja comprometida por conta da pandemia do coronavírus; famílias chefiadas por mulher, cujo sustento dependa de seu trabalho, especialmente trabalho informal; e famílias de baixa renda que esteja protegendo idosa/o e/ou pessoa com deficiência.
Os interessados em doar qualquer valor em dinheiro podem efetuar depósito na conta da Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional (FASE: Banco do Brasil, Agência: 0697-1, Conta corrente: 57.695-6, CNPJ: 033.700.956/0002-36).. Também é possível levar os itens para a montagem das cestas básicas e kits de higiene nos seguintes pontos de arrecadação: Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho), Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac – Morro da Conceição) e Casa da Rabeca (Cidade Tabajara).
A Campanha Social Artistas Solidários (S.A.S) é uma iniciativa de artistas, produtores culturais e outros profissionais de Pernambuco organizada por: Altovolts (Adriano Leão, Gilson Gerrard e Neilton), Danilo Carias (Produtor Cultural), Deise Lima (Engenheira), Devotos (Cannibal, Cello e Neilton), Dulce Reis (Jornalista), Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional (FASE), Grão – Comunicação e Cultura (Rute Pajeú), Maciel Salú (Artista), Mariana Oliveira (Pesquisadora), Patrícia Correia (Pedagoga), Priscila Moreira (Produtora Cultural), Roboliv.re (Henrique Foresti) e Som na Rural (Nilton Pereira e Roger de Renor).
Nesta terça-feira (15), cinco pessoas foram condenadas por desvios de repasse federal oriundos do Ministério da Cultura. A verba era voltada para eventos culturais no Alto José do Pinho, bairro da Zona Norte do Recife, no Grande Recife. O quinteto que integra o Núcleo de Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes (Nectar) recebeu cerca de R$ 466 mil em 2010.
O valor era destinado ao festival de artes no bairro que, no projeto, contava com cursos e oficinas, documentação visual das atividades e mostra aberta à população. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o convênio não foi devidamente executado.
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As investigações apontam "irregularidades na prestação de contas, não localização de bens adquiridos com os recursos, não cumprimento de etapas do convênio, não comprovação de contrapartida de bens e serviços, fraudes em cotações de preço e a utilização de nota fiscal falsa".
O então contador do Néctar, identificado como Aécio Pereira da Silva, considerado o líder do esquema, foi condenado por peculato junto com os demais prestadores de serviços, identificados como Miguel Luiz dos Santos, Clebson Nunes da Silva, Cleifabiano Pinheiro Saraiva e Maria Helena de Souza Pinheiro.
As penas variam de três anos e quatro meses a seis anos e oito meses de reclusão, além do pagamento de multa. Aécio da Silva ainda terá que devolver R$ 293 mil aos cofres públicos.
O dirigente do Nectar, Edson Costa de Barros Carvalho Filho, havia sido absolvido anteriormente. Entretanto, o MPF vai recorrer da decisão. Ele também é processado por improbidade administrativa, que segue em tramitação na Justiça Federal.
Habilidade nas rimas e capacidade de improviso, essas são algumas das características que os rappers que participarão da primeira Batalha Rimativa precisarão provar. A disputa acontece no próximo sábado (21), na praça Amaro Lopes, no Alto José do Pinho e será comandada por um dos mais importantes nomes do rap pernambucano, o MC Tiger.
O objetivo do evento é integrar diferentes linguagens artísticas e proporcionar aos jovens do Alto e das comunidades do seu entorno, o acesso à cultura. Os participantes se enfrentam em duelos eliminatórios até chegar à final. Os duelos acontecem em uma série de blocos de rimas e respostas. Quem vencer duas etapas sai vencedor. A avaliação será feita pelos MCs Maria Helena e Maggo além do voto popular.
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O grande campeão da primeira Batalha Rimativa garante uma vaga na jornada de MCs do festival Rec'n'Play, que acontece entre os dias dois e cinco de outubro. Além da batalha, o público também vai poder participar de oficina de reciclagem, oferecida pelo coletivo Altosustentável, e conferir show da banda Aliados CP e performance poética de Jailson Poesis.
O Alto José do Pinho, no Recife recebe o Festival Visões Contemporâneas das Raízes, neste sábado (31). Promovido pelo grupo Poiesis, o evento é um festival colaborativo, organizado pelos membros da comunidade e será realizado no Bonsucesso Futebol Clube.
O evento se inicia às 16h e terá uma programação dedicada às artese à cultura, com atrações musicias, sarau de poesia, rodas de diálogo, práticas de cura universais, feirinha, exposições, ritual ecumênico, homenagem aos Mestres e Mestras da cultura popular do bairro, além de um encontro com políticos e autoridades públicas. A entrada custa R$ 3.
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Serviço
Visões Contemporâneas das Raízes - Festival de Cultura Popular do Alto José do Pinho
Sábado (31) | 16h
Bonsucesso Futebol Clube (R. Maragogi, 433/133 - Alto José do Pinho)
O aniversário de 30 anos da banda Devotos foi celebrado, nesta quarta (28), em Reunião Solene na Assembleia Legislativa. O grupo de punk, rock e hardcore é composto por Cannibal (baixo e voz), Neilton (guitarra) e Celo (bateria). A iniciativa da homenagem partiu do deputado Isaltino Nascimento (PSB), que também é da comunidade do Alto José do Pinho, bairro da Zona Norte do Recife, onde o conjunto surgiu.
A trajetória e as composições do trio estão intrinsecamente ligadas ao local de onde os músicos vieram. A convivência com um cenário de pobreza e tensão social tornou-se matéria-prima para músicas que denunciam a realidade dos que vivem à margem de uma sociedade excludente. Ainda muito jovens, os integrantes aprenderam a compor e a tocar por conta própria, fabricando parte dos instrumentos que usavam. A mensagem da Devotos ultrapassou as fronteiras nacionais e encontrou eco em públicos distantes: França, Alemanha, Espanha e Itália foram alguns dos países por onde a banda se apresentou.
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Após receber uma placa comemorativa da Alepe, o cantor Cannibal fez discurso de agradecimento. “Esse reconhecimento foi uma surpresa para a banda, mas também muito gratificante. A história da Devotos vai além da música. É de transformação social porque somos militantes e queremos levar para outras comunidades o que fazemos no Alto José do Pinho. Acredito que a cultura é capaz de modificar uma realidade”, frisou. “Fomos a primeira banda da comunidade a rodar o mundo e a mostrar a multiculturalidade do bairro”, expôs.
Durante a solenidade, o conjunto tocou algumas músicas de seu repertório. Há cerca de um ano, a Devotos lançou o sétimo álbum da carreira, intitulado O Fim que Nunca Acaba. O disco tem participações do Maestro Forró, que conduz o grupo para uma espécie de “frevo-jazz-hardcore”, e de Maciel Salú que, com sua rabeca, leva o som da Devotos até o Oriente Médio.
“São 30 anos da banda e precisamos reconhecer o trabalho que eles fazem, tanto artisticamente quanto socialmente, no Alto José do Pinho. Ao longo dos anos, acompanhei a evolução do grupo, e eles sempre foram inspiração para a juventude da nossa comunidade. Para mim, é um orgulho poder fazer esta homenagem”, enfatizou Isaltino, que presenteou os integrantes da Devotos com esculturas de madeira representando cada um deles, feitas pelo artista plástico Josa.
Chega à segunda edição o Festival Alto Estrelado, um evento multicultural realizado no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife. Entre os dias 12 e 16 de julho, o festival vai oferecer rodas de diálogos, oficinas e vivências, além de apresentações artísticas, com o objetivo de valorizar e promover as agremiações tradicionais de cultura popular e de matriz africana do bairro e de outras localidades.
Para sua segunda edição, o festival escolheu o tema Um salve à Jurema Sagrada, que reverencia o culto da Jurema Sagrada, religião de matriz indígena. Para tanto, serão homenageados a Bruxa Dona Maria, uma das calungas da Nação Estrela Brilhante do Recife - que acolhe o festival e dentro de sua programação celebra seu aniversário de 113 anos -, Exu Vira-Mundo, Mestre Cangaruçu, Mestre Manoel Maior do Pé da Serra e a Mestra Paulina.
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A programação mescla momentos religiosos, como a abertura, no dia 12 de julho, com um xirê de louvação e dança das calungas; com oficinas de coco, mineiro, danças e maracatu; além de rodas de diálogos sobre feminismo, empreendedorismo e desafios da mulher negra na sociedade. Já a programação artística vai de batalhas de rap à apresentações com shows de caboclinhos, maracatus, afoxés, Silvério Pessoa, Lucas dos Prazeres, Ciel Santos e MC Balaka, entre outros.
Além disso, no dia 16 de julho, será celebrado, dentro do festival, o aniversário de 113 anos da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife. Conduzido pela Rainha Marivalda, a nação centenária sediada no Alto José do Pinho, tem sido ferramenta de promoção da cultura na comunidade. A comemoração contará com convidados, como o Afoxé Afpefpe Lagbará e a Gigantes do Samba, apresentação da percussão da nação e corte de bolo.
Na Zona Norte do Recife, um dos bairros de maior população da cidade, Casa Amarela, tem sido sinônimo de resistência desde sua formação. Segundo o historiador Pereira da Costa, ali se levantou, em 1630, o forte real do Bom Jesus - hoje Sítio Trindade - para proteger o interior de Pernambuco contra os holandeses.
Ao redor da fortaleza instalou-se um povoado e no início do século 20 iniciou-se a ocupação dos morros ao redor, entre eles, Morro da Conceição, Alto José Bonifácio e Alto José do Pinho. A população dessas localidades se organizou e, como não poderia deixar de ser, criou suas próprias expressões culturais, transformando-se em símbolo da cultura musical do Recife. Os morros do Recife são emissores de uma das 'Vozes da Periferia', que o LeiaJá apresenta nesta serie especial de reportagens.
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O manguebitt de Chico Science ‘desceu’ de Peixinhos, em Olinda, onde nasceu, e no Alto José do Pinho encontrou solo fértil para se multiplicar. Berço de várias manifestações populares - o Alto conta com o Maracatu Estrela Brilhante do Recife, o afoxé Ylê de Egbá e a escola de samba Unidos de Escailabe, só para citar alguns exemplos -, e com uma forte cena punk no início dos anos 1980, lá surgiram bandas como Matalanamão, Faces do Subúrbio e Devotos, que não só levaram sua comunidade para outros lugares da cidade como também serviram de exemplo para o surgimento de outras cenas Recife afora.
A Devotos, de Cannibal, Neilton e Celo, inclusive, é citada por 10 entre 10 jovens entusiastas da música na cidade, como grande responsável pela valorização da produção artística local. Em 2018, a banda completa 30 anos como uma das mais importantes da cena hardcore do país. Mas, a resistência da Zona Norte extrapola qualquer convenção ou limitação, sobretudo de ritmos. Grande celeiro cultural, o bairro agrega artistas do rock, do samba, hip hop e do reggae, entre outras vertentes.
Logo ali ao lado, na Bomba do Hemetério, a produção cultural fervilha com inúmeras agremiações de cultura popular como a Escola Gigante do Samba, a nação de Maracatu Raízes de África, a Tribo Canindé e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH), comandada pelo Maestro Forró.
*No vídeo, o Maestro Forró e a OPBH dividem o palco com os 'vizinhos', Cannibal, da banda Devotos, e o Mestre Walter de França, ex- mestre de apito da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife e, agora, líder da Nação Raízes de África, da Bomba do Hemetério.
Tem samba no Alto
Nilson Freitas, J.J., Xande Melo, Mano Black e Jamelão do Cavaco, nascidos e criados no Alto, escolheram o samba como estilo de vida e ferramenta de trabalho. Com o grupo Sambstar, formado há 22 anos, eles levam suas vivências e a alegria característica da comunidade para todo o Brasil e o mundo, fazendo parcerias, inclusive, com grandes artistas nacionais, como Roberto Menescal. "Isso aí é um orgulho que a gente leva no peito, onde chegar, nos quatro cantos do mundo, dizer que é da Zona Norte, do Alto Zé do Pinho, da periferia e que fazemos uma música universal", diz com sorriso largo, o vocalista do grupo, Jamelão do Cavaco.
O quinteto de sambistas se julga privilegiado por ser ‘cria’ de um chão tão fértil em cultura e arte; para os músicos, não haveria outro caminho a seguir que não o da música vindo de um lugar como o Alto. "Aqui é um celeiro de música popular, tem samba, frevo, maracatu, afoxé, caboclinho, tem o repente, embolada, tem MC, já vou contando quase 11", enumera J.J.
E, vindos da periferia, fazem questão de levá-la à frente em seu trabalho: "A nossa linguagem musical é a linguagem da periferia, a gente tanto canta aqui como canta nos maiores eventos que tem e a linguagem é a popular, não tem como ser diferente", diz Jamelão.
Vindos de um lugar com tamanha diversidade cultural, os músicos convivem bem com todas as cenas surgidas e desenvolvidas ali. Eles acreditam que o vulto que os MCs de brega vêm tomando, como o próprio MC Troinha, originário do Alto, é legítimo e que eles representam sua comunidade tanto quanto qualquer outro artista originado ali, como afirma o vocalista Jamelão: "Embora o ritmo seja criticado por muitos, não pela massa, mas pela ‘crítica’ da mídia comum, os meninos estão de parabéns. Existem pessoas inteligentes por trás, eles também são muito inteligentes, eu tenho mais é que bater palmas e desejar sucesso. Representam a comunidade né? Por isso que estão aí nas cabeças".
Contrariando a possível falta de perspectivas, uma banda de hardcore criada na periferia do Recife, na comunidade do Alto José do Pinho, em 1988, encontrou espaço no cenário da música local, conquistando os mais diversos públicos e consolidando o seu som até tornar-se uma das mais importantes bandas do rock pernambucano, 30 anos depois. O Devotos abriu 2018 celebrando três décadas de trabalho e até o fim do ano continuará desenvolvendo atividades para comemorar, incluindo o lançamento de um disco de inéditas. Este trabalho chegará com a missão de 'zerar o cronômetro' e trazer novas possibilidades para que a banda possa se reinventar e assim dar conta de outros longos anos de hardcore.
Cannibal, Neílton e Celo eram três adolescentes do Alto Zé do Pinho quando se juntaram, no fim da década de 1980, para fazer música rápida e alta na cena punk do Recife. Entre baculejos da polícia e shows que só saberiam que estavam escalados ao se deparar com cartazes que os anunciavam pelos muros da cidade, o então chamado Devotos do Ódio foi percorrendo seu caminho. Nos primeiros nove anos, a banda ficou restrita à cena punk, como relembra o baixista e vocalista Cannibal, mas em 1994 uma noite no antigo Circo Maluco Beleza derrubaria a primeira (falsa) previsão pára a banda.
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A festa, promovida pelo produtor Paulo André (do Abril pro Rock), Rock’n Roll Circus, tinha em seu headline Mundo Livre S.A e Chico Science e Nação Zumbi, além de uma plateia bem diferente daquelas para as quais o Devotos costumava tocar. Entrando meio que “de penetra” no evento, apesar do receio do produtor e do desconhecimento do público, os rapazes transformaram uma participação de três músicas em um minishow com mais de cinco, que teve de ser encerrado para que as bandas escaladas pudessem tocar. Chico Science, ao ouvir o hardcore do grupo “começou a dançar” e, naquele momento, um novo caminho se abriu para o Devotos: “Acho que se a gente não tivesse agradado naquela noite a gente não teria se integrado”, diz Neílton, guitarrista do grupo.
A integração a que ele se refere é o movimento Manguebit, que já chegou com força no início da década de 1990, encabeçado por Chico Science e, pouco mais tarde, tornou-se um dos mais importantes movimentos musicais do século 20, no Brasil. O Devotos vinha de outra cena e fazia um som bem diferente do que se ouvia no Mangue, mas havia algo que os ligava ao novo movimento: “A gente falava exatamente o que Chico falava também, esse foi o elo. A mesma informação que Chico pregava nas músicas dele eram as informações que a gente tinha nas nossas, e ele percebeu isso”, relembra Neílton. A partir daí, a banda punk da periferia passou a se apresentar em eventos mais estruturados, ganhando visibilidade e angariando fãs dos mais diferentes estilos, lugares e classes sociais.
Os anos seguintes foram de consolidação de um trabalho expressivo e forte que derrubou as demais (falsas) previsões para o grupo. O Devotos se desfez do ‘Ódio’ e, com o novo nome, ganhou respeito e credibilidade no meio musical nacional e internacional. Sem deixar sua comunidade e, sobretudo, zelando por ela, a banda conseguiu também valorizá-la e abrir as portas para “as pessoas subirem o Alto Zé do Pinho pra saber o que tava acontecendo lá”, como diz Cannibal. “O que a gente tinha antes era uma mídia sensacionalista que ia para o subúrbio cobrir os crimes e o tráfico, enquanto tinha os movimentos culturais rolando na comunidade e ninguém falava nada. Essa coisa da mídia começar a abraçar e passar a mostrar o que tinha de positivo na comunidade, acho que essa foi uma mudança forte que a gente conseguiu com a nossa música”, completa o vocalista.
Em três décadas de som alto, rápido e pesado, o Devotos conquistou seu lugar e hoje é referência e inspiração para “a pirralhada que está começando”, como diz o baterista Celo. E, apesar de terem alcançado amadurecimento e estabilidade na carreira musical, este trio ainda zera o relógio a cada novo trabalho, criando novas possibilidades e novo gás para continuar na ativa: “Eu acredito que uma banda sobreviva de perspectivas para poder ter continuidade. Devotos tem milhões de planos ainda.”, entrega Celo. É como diz o primeiro disco da banda, ‘Agora tá valendo’.
A Polícia Militar (PM) apreendeu 60 kg de maconha dentro de um carro estacionado na garagem de uma residência no Alto José do Pinho, na Zona Norte do Recife, nesta sexta-feira (11). Um casal de moradores foi preso.
A dupla detida disse à polícia que a droga pertence a um presidiário que pediu para guardar o veículo no local mas que mandaria buscá-lo.
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Um guincho foi acionado para fazer o transporte do veículo. A ocorrência foi encaminhada à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), também na Zona Norte da cidade.
A música clássica vai subir o morro neste sábado (19). O Concerto BNDES - A música clássica sobe o morro, evento da programação do XVIII Virtuosi, levará para a comunidade do Alto Zé do Pinho um concerto com a Orquestra Jovem de Pernambuco. Esta é a primeira vez que o festival sai dos teatros em 18 edições já realizadas.
No programa, está a execução de obras de carlos Gomes, Mozart, Joseph Haydn, Liszt, Johannes Strauss e John Philip Souza. A Orquestra Jovem de Pernambuco será regida pelo Maestro Rafael Garcia e contará com a participação de solistas nacionais e internacionais convidados. Esta será, também, a primeira vez que a população do bairro recebe um concerto de música clássica.
A Mostra Itinerante de Cinema de Rua aporta na comunidade do Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, no próximo domingo (5). O projeto Olhar do Alto, idealizado pela Gapuia Comunicação, Turismo e Cultura, tem a missão de levar o cinema aos altos e periferias, incentivando a criação de redes audiovisuais.
Na primeira edição, realizada em 2013, a iniciativa reuniu cerca de 200 expectadores para assistir curtas-metragens brasileiros, com foco nos curtas pernambucanos. “O intuito é criar uma rede orgânica de trocas sobre o audiovisual e fortalecer a produção independente do Estado de Pernambuco”, ressaltou Rose Lima, produtora executiva da Mostra.
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Dentre os curtas que serão exibidos estão Poeta Urbano, de Antônio Carrilho, que conta a saga de um poeta que busca viver de sua arte, e À Margem dos Trilhos, que faz uma crítica sobre habitação social. A sessão será realizada em frente à sede do Ylê de Egbá, a partir das 18h. O evento é gratuito e destinado a pessoas de todas as idades.
Além da sessão do cineclube, haverá a tradicional festa Kizomba, realizada sempre no primeiro domingo do mês. A festa promove shows de grupos de Maracatu, Caboclinho, Afoxé e Samba.
Serviço
Mostra Olhar do Alto
Domingo (5) | 18h
Em frente à sede do Ylê de Egbá (Rua Severino Bernardino Pereira - Alto José do Pinho)
O Animage – VI Festival Internacional de Animação de Pernambuco - está com inscrições abertas para sua mostra competitiva. Realizadores de qualquer estado ou país podem inscrever seus filmes através do site oficial até o dia 21 de julho. A comissão alerta que só serão aceitos filmes realizados a partir de 2013, contemplando técnicas de animação e com duração máxima de 30 minutos. A mostra competitiva tem premiação em dinheiro para os melhores filmes selecionados nas categorias melhor curta-metragem, melhor curta infantil, melhor curta brasileiro e prêmio do público. Além da premiação em dinheiro, serão distribuídos troféus nas categorias direção, roteiro, direção de arte, técnica e som.
Este ano o festival acontece de 15 a 27 de setembro e ocupa salas do Cinema da Fundação, no Derby; Centro Cultural Correios e Caixa Cultural Recife, no Bairro do Recife; Cinema São Luiz, na Boa Vista; Parque Dona Lindu, em Boa Viagem; Alto José do Pinho; e a Praça do Carmo, em Olinda. Além da mostra competitiva, o Animage tem sessões e mostras especiais, oficinas, exposição e seminários. Na edição de 2013, o festival exibiu 129 filmes de 32 países, além de ter trazido para o Recife nomes importantes do cinema de animação, como o inglês Phil Mulloy, a polonesa Izabela Plucinska, o estoniano Kaspar Jancis e o romeno Mihai Mitrica.
Nesta sexta (27), o Alto Zé do Pinho recebe uma sessão de exibição de documentários e reportagens para rádio sobre a cultura pernambucana e brasileira – produzidos por alunos dos cursos de Comunicação Comunitária -. O evento começa às 15h, no Centro Social Dom João da Costa, e é gratuito.
Promovido pela TV Cabiparibe e a Rádio Alto-Falante, o curso teve como objetivo formar, em apenas três meses, jovens na produção de comunicação alternativa/independente, valorizando a articulação social. O resultado das aulas foram duas reportagens para rádio – Voz Comunitária e Voz da Rua – e dois documentários para TV – Tu Visse A Cultura do Alto e Resistência Cultural.
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Serviço
Comunicação Comunitária - Exibição dos documentários Tu Visse A Cultura do Alto e Resistência Cultural e das reportagens de rádio Voz Comunitária e Voz da Rua
Sexta (27) | 15h
Centro Social Dom João da Costa (Rua Acaica, 70 – Alto do Zé do Pinho)
A Bomba do Hemetério e o Alto José do Pinho, dois celeiros culturais do Recife, recebem a partir deste final de semana dois novos eventos que vão compor o calendário cultural da cidade: a Bombarte e o Kizomba. Ambos são iniciativas das comunidades e contam com apoio da Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, através do Programa de Turismo de Base Comunitária.
Os eventos não acontecerão em março, excepcionalmente, por conta do carnaval. Neste sábado (1º), das 17h às 23h, estreia a Bombarte, a feira de artesanato da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife, com estrutura montada na Praça Castro Alves (Largo da Bomba). Durante o evento, realizado sempre no primeiro sábado de cada mês, serão expostos produtos feitos por artesãos da comunidade, como camisetas, bolsas, sandálias, objetos de decoração, sabonetes artesanais, além de barracas de comida e bebida. Além disso, a programação terá apresentações de grupos culturais locais e artistas da região.
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Já a Kizomba - Festa do Povo! oferece um panorama da produção cultural do Alto José do Pinho, também na Zona Norte do Recife, próximo ao terminal do ônibus Alto José do Pinho. Nesta primeira edição, no domingo (2), das 17h às 22h, o evento terá o tema Abertura do carnaval do Alto e terá atrações ao ar livre, anunciando o período carnavalesco e celebrando a força da cultura e organização comunitária do Alto. O encontro conta ainda com apresentações da tribo de caboclinhos Tapirapé, da orquestra de frevo Raízes da Terra, do Maracatu Nação Estrela Brilhante e do afoxé Ylê de Egbá. A Kizomba será realizada sempre nos primeiros domingos de cada mês.
Serviço
Bombarte e Kizomba
Sábado (1°), das 17h às 23h | Domingo (2), das 17h às 22h
Foi inaugurada nesta terça-feira (28), a primeira Upinha 24h do Recife. A Unidade de Saúde da Família Moacyr André Gomes fica localizada na Avenida Norte, em frente à Praça do Trabalho terá um novo padrão no serviço, que será de atendimento 24 horas de urgência. O equipamento terá a capacidade de atender 10 mil pessoas residentes nos bairros Morro da Conceição, Vasco da Gama, e Alto José do Pinho, localizados na Zona Norte da cidade.
De acordo com o Secretário de Saúde Jailson Correia, a Upinha 24h só realizará atendimentos de baixa complexidade e apenas para aqueles que tiverem sido previamente cadastrados pelos agentes comunitários da Secretaria de Saúde. “Inicialmente só vai ser realizado o atendimento de quem já foi cadastrado. Fizemos uma atualização desse cadastro há 15 dias e todas as pessoas que ainda não foram registradas, devem aguardar a visita dos agentes comunitários”, afirmou.
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O espaço conta com seis consultórios, três consultórios odontológicos, sala de vacinação, nebulização, curativo e observação. Serão 50 profissionais de saúde, divididos em três equipes compostas por um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem, seis agentes comunitários, um ortodentista e um auxiliar de ortodontia.
“Esse serviço também irá colaborar para desafogar as UPAs e policlínicas que antes ficavam sobrecarregadas por ter que atender casos mais simples, que será o objetivo da Upinha 24h”, comentou. Até o mês de julho, mais três Upinha 24h – localizadas nos bairros da Bomba do Hemetério, Córrego do Jenipapo e Linha do tiro, ficarão prontas.
Nesta sexta (2), quem estiver passando pela Praça do Derby, no Recife, a partir das 6h, pode se deparar com um livro ‘perdido’. A ação intitulada Livros Livres é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe, através da Coordenadoria de Literatura. A ideia é pegá-lo para ler e ao terminar, libertá-lo em outro lugar.
Com objetivo de ampliar o acesso do público ao livro transformando a cidade em uma grande biblioteca, o Livros Livres teve início no Festival de Inverno de Garanhuns e já passou por vários lugares da capital pernambucana, como Alto José do Pinho e Parque da Jaqueira. Os livros que fazem parte do projeto foram doados pelo Funcultura e pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) e têm etiquetas explicando a proposta.