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A 13.ª Vara Federal de Curitiba recebeu denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato (Ministério Público Federal no Paraná) contra 11 executivos das empreiteiras OAS, Mendes Júnior, Engevix, Alusa e Galvão Engenharia pelo crime de formação de cartel no âmbito da Petrobrás.

Segundo a denúncia, 'com abuso do poder econômico e mediante prévio ajuste com a fixação artificial de preços, o 'clube de empreiteiras', em detrimento da concorrência, promoveu, entre 1998 e 2014, o controle do mercado de montagens e construção civil da Petrobrás em diversos procedimentos licitatórios de obras realizadas em várias localidades, entres elas, Araucária (PR), São Paulo, Rio de Janeiro, Betim (MG), Santos e Suape (PE).

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O dano causado aos cofres públicos supera os R$ 19 bilhões, afirma a Lava Jato.

Em cinco anos da operação, a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná já denunciou 466 investigados.

Segundo as investigações, por mais de uma década e pelo menos até 2014, 'as principais obras da estatal foram loteadas entre as maiores empreiteiras do País que se organizaram num gigantesco 'Clube' formado por 16 empresas - Odebrecht, UTC, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Junior, Andrade Gutierez, Galvão Engenharia, Iesa, Engevix, Toyo Setal, Techint, Promon, MPE, Skanska e GDK S.A.

"Outras seis também participavam das fraudes, Alusa, Fidens, Jaraguá Equipamentos, Tomé Engenharia, Construcap e Carioca Engenharia", informou a Procuradoria.

Os executivos da Iesa e Queiroz Galvão já foram denunciados por esses crimes nos autos nº 5046120-57.2016.404.7000, em curso na 13.ª Vara Federal de Curitiba.

A Andrade Gutierrez, a Camargo Correa, a Odebrecht, a Toyo Setal e a Carioca celebraram acordo de leniência com o Ministério Público Federal. A apuração da responsabilidade de seus dirigentes é feita nos limites de seus respectivos acordos.

Os dirigentes da UTC celebraram acordo de colaboração premiada com a Procuradoria.

A Procuradoria informou que as investigações sobre outros empresários e agentes públicos envolvidos nos crimes imputados prosseguirá, 'não afastando a possibilidade de outras pessoas virem a ser acusadas pelos mesmos fatos no futuro'.

Segundo a acusação, durante o período de seu funcionamento, 'o cartel apresentava um modus operandi bem definido'.

Nas reuniões entre os empreiteiros, considerando os planos de investimento divulgados pela Petrobrás, as sociedades integrantes do 'Clube' indicavam as obras de sua preferência, loteando entre os cartelizados, individualmente ou em consórcio, as obras da estatal.

"O conluio, além de se sustentar na prévia divisão das licitações, permitiu a elevação dos custos em diversas licitações fraudadas, já que as empreiteiras cartelizadas acabaram fixando artificialmente os preços, com a proposta vencedora sempre próxima da estimativa máxima da Petrobrás."

A Lava Jato sustenta que foram fraudados 'pelo menos' os seguintes processos licitatórios: Refinaria Henrique Lage (Revap) - HDT Diesel (início em 2006); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) - Off sites HDS Gasolina (início em 2007); Refinaria Henrique Lage (Revap) - HDS Nafta URC (início em 2007); Refinaria de Paulínia - Replan (início em 2007); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) - UCR (início em 2007); Refinaria do Nordeste - Rnest - Refinaria Abreu e Lima (início em 2007); Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj (início em 2008); Refinaria Duque de Caxias - Reduc (início em 2007); Refinaria Presidente Bernardes - RPBC (início em 2008); Terminal de Gás de Cabiúnas - Tecab (início em 2011 aproximadamente); Unidade de Fertilizantes Nitrogenados-V - UFN-V (início em 2012 aproximadamente); e Refinaria Gabriel Passos - Regap - Betim/MG (início em 2006).

"O crime de cartel é muito difícil de comprovar. Contudo o ajuste entre as empreiteiras foi comprovado por um diverso conteúdo probatório, entre eles documentos apreendidos em que apareciam o 'regulamento do campeonato esportivo', que regulava a conduta das empresas do cartel. E, sem dúvida, a participação de órgãos colaboradores no decorrer dos trabalhos foi essencial para que as investigações evoluíssem", ressaltou o procurador da República e coordenador da força-tarefa Lava Jato do Paraná, Deltan Dallagnol.

O produto desses crimes de cartel e fraude à licitação, além de maximizar o lucro das empresas ilicitamente associadas, também serviu em parte para os pagamentos de propina feitos a ex-dirigentes da Petrobrás e a terceiros - operadores, agentes políticos e partidos políticos , por via dissimulada, sustenta a Procuradoria.

"Para evitar qualquer entrave aos objetivos espúrios do cartel, tornaram-se sistemáticos o oferecimento e o pagamento de vantagens indevidas", destaca a acusação.

Em regra, os atos de ofício praticados em contrapartida às propinas 'consistiram no compromisso de se manterem inertes e anuírem quanto à existência e efetivo funcionamento do cartel na estatal'.

Os ex-dirigentes da petrolífera, ocupantes de cargos estratégicos, 'omitiam-se de informar as irregularidades ou mesmo adotar providências para impedir a prática ilícita'.

"A operação desvendou este mega esquema de corrupção envolvendo empresários e agentes públicos que eram mantidos nos cargos para atender interesses de políticos e partidos. Esse círculo vicioso era financiado pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobrás. O funcionamento do cartel, com a conivência de diretores da estatal, era uma contrapartida para as empreiteiras, que com isso conseguiam obter contratos com preços maiores do que os que seriam praticados em ambiente de livre concorrência", destacou o procurador da República Paulo Roberto Galvão, que integra a força-tarefa Lava Jato.

O valor mínimo de reparação dos danos causados pedido pelo Ministério Público Federal nesta denúncia atinge o montante de R$ 19,87 bilhões, 'correspondente ao prejuízo total causado pelo cartel à estatal em relação às licitações fraudadas, de acordo com laudo pericial'.

Segundo a Lava Jato, a existência do cartel pode ser comprovada por 'uma série de provas robustas que vão desde documentos apreendidos, anotações e manuscritos, registros eletrônicos, troca de mensagens eletrônicas, além de colaborações premiadas e diversos relatórios' - produzidos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

DEFESA

A maior parte das empreiteiras do 'clube' que agiu na Petrobrás fechou acordos de leniência com a Lava Jato. Por meio dos acordos, os grupos admitiram o cartel e pagamento de propinas e ajustaram devolução de quantias milionárias. Vários executivos fizeram delação premiada, confessando atos ilícitos.

Um acordo judicial para quitação dos contratos de trabalho e pagamento dos trabalhadores da Alumini Engenharia S.A, antiga Alusa, foi fechado durante audiência realizada na quarta-feira (10), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE).  A conciliação prevê o depósito de R$ 98 milhões até o dia 17 de dezembro para pagamento dos salários atrasados, das rescisões trabalhistas e de outras verbas para cerca de 4,8 mil funcionários que operavam na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape.

Para a quitação integral dos créditos trabalhistas, o cronograma ajustado prevê até o dia 19 de março para o depósito dos créditos, com nova contribuição financeira da petrolífera ou com recursos próprios das empresas prestadoras de serviço.  Funcionários como grávidas e acidentados terão suas questões trabalhistas resolvidas individualmente com a empresa na próxima semana. 

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Com o cumprimento do acordo o processo está encerrado, porém outras questões, como a responsabilidade subsidiária da Petrobras, ainda serão solucionadas de forma administrativa ou através de novas ações judiciais individuais ou coletivas. O descumprimento do acordo acarretará na aplicação de multa de 50% sobre o valor do saldo não pago nos prazos indicados.

Trabalhadores da Alusa Engenharia, empresa de Suape, estão fazendo mais um protesto na manhã desta segunda-feira (1º). Desta vez, a categoria está em frente à Petrobras, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Além de continuarem cobrando o pagamento de salários atrasados, como vêm fazendo nas últimas manifestações, os trabalhadores também estão criticando o desbloqueio das contas da Petrobrás, ocorrido na última sexta-feira (28).

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Na terça-feira (26), a juíza titular da 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca, Josimar Mendes, determinou o cumprimento do bloqueio de mais de R$ 126 milhões da conta da Petrobras para o pagamento de dívidas trabalhistas. A sentença do juiz Hélio Galvão, entretanto, garantiu a devolução dos ativos financeiros bloqueados e o fim do bloqueio online das contas da empresa.

Os trabalhadores da Alusa Engenharia denunciam atraso de salário, tíquete alimentação, pagamento de indenização para os profissionais demitidos e outros direitos trabalhistas. O grupo realizará uma assembleia em frente ao prédio da Petrobrás na qual será decidido se haverá alguma outra manifestação ainda hoje.  

Depois de comandar o protesto que parou a Avenida Agamenon Magalhães na manhã desta quarta (19), os representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) foram recebidos pelo Secretário Executivo da Casa Civil, Ivan Rodrigues, para uma reunião sobre o caso da empresa Alusa Engenharia, que segundo os funcionários, está devendo salários e tem condições precárias de alojamento e alimentação. O gestor prometeu uma resposta do Estado sobre os casos mais graves até o final da tarde.

Segundo Aldo Amaral, presidente do Sintepav-PE, a Alusa deve cerca de R$ 130 milhões em salários e ainda indenizações, vale-alimentação e FGTS. "Na reunião, o governo se prontificou a tentar resolver no tempo mais curto possível a questão emergencial da alimentação, mas nosso protesto vai continuar amanhã (quinta-feira, dia 20) em Suape", afirmou. Porém, de acordo com o líder sindical, a manifestação será mais branda. "Fizemos um acordo com o Governo do Estado. Não fecharemos vias, mas eles terão que deixar que os trabalhadores saiam da refinaria para participar do ato. Os policiais militares estavam os impedindo de sair", relatou Amaral.

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O secretário Ivan Rodrigues falou que o Estado fará contato com as partes para "mediar" o conflito. "O caso transcede a nossa capacidade, porque envolve orgãos maiores. Não podemos fazer nada que extrapole a relação administrativa, mas estamos dispostos a participar de futuras reuniões", afirmou.

Com informações de Jorge Cosme

Os trabalhadores da Alumi Engenharia, antiga Alusa, estão fechando a PE-60, PE-09 e as demais vias de acesso à Refinaria de Abreu e Lima, em Suape. A categoria está cobrando salários atrasados, e os pagamentos do vale alimentação e das verbas indenizatórias para os funcionários que foram recentemente demitidos.

O motivo da falta de pagamento seria da Petrobrás, que não estaria repassando o dinheiro, segundo informa Rogério Rocha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Pernambuco (Sintepav).

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O Batalhão da Polícia Rodoviária está no local da manifestação. Na última quinta-feira (6), o grupo também realizou uma manifestação na área. Segundo o Sintepav, desde aquela data nada foi resolvido.

Em nota, a Concessionária Rota do Atlântico alerta que os motoristas com destino ao Complexo Industrial e Portuário de Suape podem acessar a Rota do Atlântico pela BR-101 (pelo Complexo de Viadutos Dom Hélder), pela PE-28 (seguindo pela PE-60 com entrada no girador onde há um posto da Polícia Rodoviária Estadual e também pelo Paiva), e pela PE-38 (para quem transita por Nossa Senhora do Ó no sentido Recife). 

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