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O Congresso Nacional manteve no período da tarde desta quinta-feira, 14, em sessão conjunta, o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao dispositivo da lei do novo arcabouço fiscal que trata sobre regras de contingenciamento. O dispositivo vetado retirava da lei do arcabouço a previsão de um contingenciamento de recursos proporcional entre investimentos do governo e despesas discricionárias (não obrigatórias).

De acordo com técnicos, o contingenciamento proporcional entre investimentos e discricionárias poderia tirar a flexibilidade do governo e comprometer despesas básicas de custeio, como água e luz - isso porque é mais fácil contingenciar mais recursos de investimentos do que gastos básicos para o funcionamento da máquina pública. A ideia de "proporção" limitaria o Executivo de contingenciar investimentos.

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O outro trecho vetado por Lula, e que deve ser derrubado, proibia o governo de propor quaisquer novas exceções à meta de resultado primário (a diferença entre receitas e despesas, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida) na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Em tese, a avaliação é que o Executivo poderia usar essa brecha para retirar o PAC dos limites fiscais, o que facilitaria o cumprimento da meta, blindaria obras do governo e reduziria a necessidade do Planalto de negociar com a Câmara e o Senado.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse nesta quinta-feira, 23, que o governo estava "seguro" de que conseguiria manter os vetos presidenciais ao arcabouço fiscal pelo Senado, mesmo que a Câmara dos Deputados decidisse derrubá-los. Randolfe também afirmou que o governo tem acordo para a derrubada de parte do veto presidencial ao projeto que retomou o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

"Apesar da posição da Câmara, o governo estava seguro de que o veto do arcabouço seria mantido pelo Senado. Independente da Câmara, teríamos votos o bastante para a manutenção do veto no Senado", afirmou o líder do governo após reunião de líderes na presidência do Senado.

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Mesmo assim, a sessão do Congresso foi cancelada e remarcada para a próxima terça-feira, 28, às 12 horas.

Randolfe disse que o governo estava disposto a negociar os vetos do arcabouço. "Da parte do governo e do presidente do Senado [Rodrigo Pacheco] estávamos prontos para irmos ao plenário do Congresso e aguardar pelo quórum", afirmou.

O líder do governo no Congresso argumentou que o motivo do cancelamento da reunião foi que o plenário da Câmara dos Deputados estava ocupado no momento com outra sessão deliberativa.

Randolfe acrescentou ser "urgente" que o Congresso realize uma sessão para analisar as propostas que estão na pauta.

Nos bastidores, porém, o principal motivo para o adiamento foi a falta de acordo sobre os vetos do arcabouço fiscal e do PL do Carf, principalmente entre líderes da Câmara dos Deputados.

Na noite da quarta-feira, deputados pediram que a sessão fosse adiada para que o texto fosse acordado. Segundo Randolfe, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a falar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na quarta à noite para buscar entendimento sobre os vetos presidenciais.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, falou nesta quarta-feira, 8, em manter a meta de déficit zero no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e discutir eventual alteração no ano que vem. Ele também disse que esse é um assunto secundário porque o arcabouço fiscal já limita o aumento de despesas do governo.

"Se deixar empenhados em restos a pagar no Orçamento deste ano os investimentos do começo do ano que vem, talvez não fosse necessário mexer agora na meta fiscal, pudesse mexer mais no ano que vem", declarou o ministro. A eventual alteração, segundo ele, levaria em conta a aprovação ou não pelo Congresso das medidas desejadas pelo governo federal para aumentar a arrecadação.

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"A tramitação dos projetos no Congresso é fundamental porque o Brasil vive um ambiente de restrição fiscal que precisa enfrentar o não crescimento da receita mesmo com crescimento do PIB. Isso é uma coisa nova", afirmou ele.

Renan Filho, porém, disse que a meta fiscal é um tema secundário porque o arcabouço já limita os gastos do Executivo.

"Se a gente não tivesse um arcabouço fiscal, aí talvez o mercado pudesse estar na dúvida sobre quanto o governo vai gastar no ano que vem. Mas o mercado não tem essa dúvida porque sabe que o governo pode gastar, se cumprir a meta, o que gastou esse ano mais 70% do crescimento da receita", afirmou o ministro.

Renan Filho falou em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto depois de uma solenidade em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a ordem de serviço para duplicar uma estrada em Pernambuco.

Na terça-feira, 7, o relator da LDO, deputado Danilo Forte, disse a jornalistas que o ministro Rui Costa (Casa Civil) pediu até o dia 16 para o governo decidir se pede ou não a alteração da meta fiscal para o ano que vem.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido a manutenção da meta de déficit zero, mas Lula já disse publicamente que isso pode ser alterado. Rui Costa é um dos ministros que, internamente, defende a revisão.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 6, que o governo ainda não tem uma definição sobre o futuro da meta fiscal do orçamento do próximo ano, estabelecida hoje em déficit zero. Alckmin foi questionado sobre sua avaliação em torno da mudança da meta, mas respondeu que era necessário "aguardar". "Vamos aguardar, não há ainda uma definição sobre isso", se limitou a dizer o vice-presidente à imprensa.

Como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda tenta convencer o governo a não alterar o alvo para o resultado primário de 2024 neste ano. A avaliação feita pela equipe econômica é de que existe um espaço temporal para perseguir o alvo ao menos até março, quando sai o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do próximo ano.

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A intenção de Haddad foi confirmada hoje pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que afirmou que o chefe da equipe econômica deve continuar perseguindo o déficit zero nas contas públicas no ano que vem. "O ministro Haddad ratificou, em reunião conosco e publicamente, que vai continuar perseguindo o déficit zero", disse Lira, em evento do BTG Pactual, em São Paulo, mais cedo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se negou neste domingo (5) a falar sobre a possibilidade de mudança no objetivo estabelecido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de zerar o déficit das contas públicas ano que vem. "[Sobre] a meta fiscal, você me pergunta segunda-feira. Hoje é dia de Enem", respondeu Lula, a jornalistas, ao ser questionado sobre se o governo já decidiu se vai alterar ou não a meta agora. O petista conversou com a imprensa na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023.

O governo tem enfrentado um embate interno nos últimos dias sobre a meta de resultado primário para 2024, inicialmente estabelecida com déficit zero pela equipe econômica. Haddad ainda tenta convencer Lula a não fazer mudanças no objetivo fiscal pelo menos até março, quando sai o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do próximo ano. É na elaboração desse documento que o governo saberá se haverá receita suficiente para cobrir as despesas previstas do Executivo - e que revelará se a meta de déficit zero vai ou não obrigar o governo a contingenciar gastos.

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A meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024 foi apresentada por Haddad no começo do ano, junto com o novo arcabouço fiscal, que substitui o antigo teto de gastos, com regras mais flexíveis para as despesas. A ala política do governo e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, contudo, foram contra o objetivo de déficit zero por entenderem que o aperto fiscal pode comprometer o crescimento econômico. O ministro da Fazenda vinha resistindo ao "fogo amigo" e tem focado em aprovar medidas no Congresso que elevem a arrecadação, mas, após declarações de Lula, voltaram a aumentar as pressões por mudança na meta.

Lula disse, em café com jornalistas no último dia 27, que "dificilmente" o governo conseguirá zerar o déficit fiscal em 2024 e declarou que não quer fazer cortes em investimentos para cumprir a meta. "Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse País", afirmou o petista.

Na última quarta-feira, 1º, integrantes do governo consultaram o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), nesta quarta-feira, 1º, sobre uma possível mudança na meta. O deputado foi chamado ao Palácio do Planalto e participou de uma reunião com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Simone Tebet (Planejamento) e com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

O governo indagou o deputado sobre quais são as possibilidades de mudança da meta na LDO, mas ainda não indicou se enviará uma mensagem modificativa para alterar o objetivo de zerar o déficit das contas públicas no relatório preliminar, cuja votação está marcada para a próxima terça-feira, 7, na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Os ministros sinalizaram que haverá novas reuniões para decidir sobre a meta e que a decisão será tomada por Lula.

Forte, que defende há meses a mudança na meta, reforçou que está disposto a um acordo. Após a votação do relatório preliminar da LDO, o governo ficará impedido de enviar a mensagem modificativa, mas o deputado ressaltou que a alteração do objetivo fiscal pode ocorrer por meio de emendas de parlamentares ao parecer final. Nesse caso, se o Congresso seguir o cronograma previsto para a LDO, a emenda teria de ser apresentada até o dia 17. A votação do relatório final deve ocorrer na semana do dia 20.

O líder do governo em exercício na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), convidou os líderes de partidos da base para uma reunião nesta terça (31), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O encontro ocorrerá no Palácio do Planalto, a partir das 10h, e contará também com a presença do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Na pauta da conversa, as medidas em tramitação no Congresso para tentar aumentar as receitas federais e, assim, fechar as contas públicas em 2024. A equipe econômica estima a necessidade de pelo menos R$ 168 bilhões em receitas extras para cumprir a promessa de zerar o déficit no próximo ano.

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Em entrevista nesta segunda (30), Haddad citou pedido de Lula por uma reunião com os líderes do Legislativo para a apresentação de medidas que podem ser antecipadas pela Fazenda. "É preciso validar as medidas a ser apresentadas com a política. As medidas estão sendo desenhadas", disse o ministro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob pressão da ala política do governo, que defende mais gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou nesta segunda (30) a responder se o governo continua comprometido com a meta de zerar o déficit público já no próximo ano. Questionado várias vezes por jornalistas, respondeu apenas que a "minha meta está estabelecida" e ressaltou que precisa de "apoio político" do Congresso e do Judiciário.

Afirmou ainda que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas que estavam previstas só para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal, mas não deu detalhes se terão como foco receitas ou despesas. "A minha meta está estabelecida. Eu vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor", disse o ministro, irritado, antes de deixar a entrevista diante das perguntas seguidas sobre a meta fiscal.

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Foi o primeiro pronunciamento de Haddad desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na sexta-feira passada, durante café da manhã com jornalistas, que a meta de zerar o déficit em 2024 dificilmente será cumprida, uma vez que ele não concorda com a restrição que será imposta aos gastos do governo.

"A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse País", disse Lula. Como reação, houve aumento das taxas de juros no mercado futuro, a Bolsa de Valores fechou em baixa e o dólar, que ensaiava uma baixa, voltou a ficar acima dos R$ 5 no dia. Analistas viram o enfraquecimento do discurso de Haddad de equilíbrio fiscal e uma chancela ao aumento de gastos no próximo ano - que terá eleições municipais.

Ontem, também falando a jornalistas, Haddad não respondeu diretamente sobre a manutenção da meta, mas fez questão de dizer que o seu papel como ministro da Fazenda era buscar o reequilíbrio fiscal, e que fará isso enquanto estiver nessa posição - "não porque é ortodoxo ou por pressão do cargo", mas porque acredita na importância de resolver o problema das contas públicas. Para ele, há dez anos há um descaso no Brasil com o resultado primário das contas públicas (saldo entre receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida), que agora a sua equipe tenta equacionar.

"Não mudei de ideia, continuo com a mesma ideia, porque acredito que vai ser o melhor para o País. Agora, eu preciso de apoio político. Preciso do Congresso, preciso do Judiciário. E tenho tido a colaboração até aqui tanto de um quanto do outro. As vitórias que tivemos no Judiciário este ano foram expressivas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 27, que dificilmente o Brasil atingirá o déficit zero nas contas públicas em 2024, como proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe do Executivo avalia que um rombo de 0,5% ou 0,25% não é "nada" e reforçou que vai tomar a decisão "que seja melhor para o Brasil".

"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse País", disse Lula no período da manhã desta sexta-feira durante café com jornalistas.

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"Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida. Então, eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos e obras. Se o Brasil tiver o déficit de 0,5% o que é? 0,25% o que é? Nada. Então vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil", continuou o presidente.

Apesar da descrença do mercado financeiro e de setores do Congresso em relação ao cumprimento da meta fiscal estabelecida pela equipe econômica, Haddad tem insistido, em público e nos bastidores, na importância de se perseguir o objetivo fixado no arcabouço para dar uma sinalização de responsabilidade fiscal ao mercado.

A discussão sobre mudar a meta de 2024 ganhou força com o apoio da ala política do governo, incluindo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A avaliação feita por esses aliados de Lula é que o ajuste fiscal precisa ser mais gradual para evitar uma desaceleração do crescimento econômico.

O ministro da Fazenda, contudo, tem resistido ao "fogo amigo" da ala política do governo. Tanto ele, quanto outros integrantes da equipe econômica mantêm o discurso de que a meta não será alterada.

A posição de Haddad recebeu o respaldo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que no comunicado de sua mais recente reunião ressaltou que perseguir a meta fiscal ajuda a ancorar as expectativas de inflação, o que facilita o ciclo de queda dos juros. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também já fez questão de dizer que é importante o governo persistir na meta.

No Congresso, deputados e senadores têm avaliado como difícil a missão definida por Haddad, mas há um consenso de que não há clima para alterar a meta sem combinar com o governo, como mostrou a reportagem.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou no período da noite da quarta-feira (13) em evento com empresários na capital paulista, que o governo vai perseguir os compromissos do novo marco fiscal. Diante da necessidade de aprovação pelo Congresso de medidas encaminhadas pelo Executivo para zerar o déficit primário no ano que vem, o ministro deixou claro que, se alguma matéria cair no Legislativo, o governo vai apresentar rápido uma alternativa.

"O que não podemos pensar em fazer é desistir dos nossos objetivos. Se amanhã, uma medida, das dezenas que a gente mandou, sofrer um revés, temos de imediatamente substituir por outra", declarou Haddad ao participar da cerimônia de uma premiação concedida a empresas pela revista Exame. "Vamos acertando isso, o que for necessário fazer, para arrumar a casa. Temos de fazer o que for necessário, não podemos cansar. E como ninguém da minha equipe está muito cansado, estou confiante de que vai dar certo", complementou Haddad durante o evento, em que foi entrevistado pelo ex-secretário do Tesouro e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida.

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A meta, prevista no orçamento do ano que vem, de zerar o déficit das contas primárias depende de R$ 168 bilhões em receitas adicionais.

As medidas propostas pelo governo para chegar a esse valor incluem a tributação de fundos exclusivos e offshore, proposta que enfrenta resistência de investidores.

O ministro reconheceu que o Congresso, a quem caberá fazer a mediação, tem se mostrado sensível a argumentos, quando bem fundamentados.

No evento da Exame, Haddad apontou ainda a vigilância sobre a qualidade e retorno dos gastos públicos como o caminho de a disciplina fiscal se tornar algo natural no País.

A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados publicou nota técnica em que avalia que um dos dois vetos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à lei do novo arcabouço fiscal fragiliza a nova regra fiscal. Os técnicos questionam o veto ao artigo que proibia o governo de propor quaisquer novas exceções à meta de resultado primário a cada lei anual de diretrizes orçamentárias (LDO).

Segundo o documento, o veto não se mostra compatível com os fundamentos do novo arcabouço fiscal. "Permitir que as LDOs possam abater determinadas despesas da apuração da meta fragiliza o espírito da regra fiscal, reduz a transparência da gestão e cria precedente que tende a ser ampliado ao longo dos anos, como ocorreu em período passado", alertam os técnicos.

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A nota lista as diversas vezes em que governos utilizaram o expediente para burlar as metas de primário. Por exemplo, a LDO de 2006 excluiu da meta R$ 3 bilhões em favor dos projetos do Plano Piloto de Investimento (PPI), chegando a uma redução de R$ 15,57 bilhões em 2009. Em 2010 a LDO excluiu da meta gastos de R$ 28,9 bilhões referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), respectivos restos a pagar e excesso de meta do ano anterior. Em 2014 o montante abatido com PAC e desonerações chegou a R$ 67 bilhões.

"A possibilidade de excluir despesas para aferimento do cumprimento da meta primária reduz a previsibilidade dos objetivos econômicos a serem perseguidos. A meta primária é um sinalizador da política fiscal e só será efetiva como tal se o compromisso expresso for crível", completam os técnicos. Em caso de necessidade ou conveniência de gasto excepcional superior, seria mais transparente e realista a fixação, de partida, de meta menos ambiciosa, ou a alteração legislativa para a redução da meta primária, evidenciando-se os custos e impactos da política pretendida", completa a nota da Consultoria de Orçamento.

Precatórios

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já argumentou que o veto apontado pelos consultores da Câmara teria como único objetivo manter o encontro de contas em precatórios, que atualmente fica à margem das metas de resultado primário. Segundo o ministro, o pedido para o veto veio da área técnica do governo, e não da Fazenda.

"Na LDO tem um dispositivo, que já vem desde 2023, e permite o encontro de contas de precatórios. Não se quer tirar isso da LDO por causa da flexibilidade. Não foi decisão política, veio da área técnica o pedido para não engessar esse dispositivo. O alerta técnico é de que isso dificultaria transações", alertou o ministro, na coletiva de apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024.

Na ocasião, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também reiterou que o encontro de contas de precatórios pode ser a favor da receita ou contribuinte e que não seria bom engessar isso de forma perene. "Nada impede que o Congresso estabeleça que o encontro de contas só vale para precatórios", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o novo regime fiscal que substituirá o antigo Teto de Gastos, com dois vetos, conforme lei publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (31). Chamado de arcabouço fiscal durante toda a tramitação, o novo regime teve sua aprovação finalizada no Congresso no último dia 22, em uma segunda votação na Câmara, depois de ter passado também pelo Senado. Pela nova regra, as despesas serão limitadas a 70% do crescimento real das receitas em 12 meses até junho do ano anterior, com piso de 0,6% e teto de 2,5%.

"Fica instituído regime fiscal sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico", diz a ementa da Lei Complementar 200, de 30 de agosto de 2023, publicada hoje.

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O presidente vetou o trecho que estabelecia que, na hipótese de limitação de empenho e pagamento prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal, as despesas de investimentos, no âmbito do Poder Executivo federal, poderiam ser reduzidas em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias.

O governo alegou que a proposição legislativa, se fosse mantida na lei, iria contrariar o interesse público, "uma vez que amplia a rigidez dos processos de gestão orçamentária, com impacto potencial sobre despesas essenciais da União."

Também ficou de fora da lei o dispositivo que impedia a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de dispor sobre a exclusão de quaisquer despesas primárias da apuração da meta de resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

Sobre esse veto, a Presidência argumentou que a LDO é o diploma competente, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, para estabelecer e gerir as metas de resultado fiscal e que a exclusão de despesa do cômputo da meta de resultado primário deve representar uma medida excepcional e, por esse motivo, deve ter autorização expressa na LDO.

Para reforçar à negativa ao trecho, o governo ainda citou lei que retira da contabilização da meta de resultado primário o impacto decorrente de operações com precatórios. "Essas transações podem ser vantajosas para o contribuinte e para a União, resultando, contudo, em impacto primário, seja pelo lado da receita ou da despesa. Portanto, a sanção do dispositivo inviabilizaria a realização de tais operações, reduzindo a eficiência econômica na gestão fiscal."

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) questionou, no grupo do WhatsApp do Partido Liberal (PL), a orientação da legenda em liberar os votos dos parlamentares quanto ao arcabouço fiscal do Governo Lula. A sigla, que tem a maior bancada no Congresso Nacional, também representa a oposição na Casa Legislativa. Contando com os votos do PL, o arcabouço passou pela maioria da Câmara, ainda que seja um projeto fortemente criticado pela direita congressista. 

“Precisamos de uma vez por toda saber o que, como partido, somos! Fica confuso ter que olhar orientação de partido e oposição! PL é ou não oposição? Não se vence a maioria? A maioria não é oposição? Por que orientação diferente?”, questionou Feliciano, que se afirmou confuso e frustrado com o posicionamento dos colegas. As mensagens foram obtidas pela coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles. A orientação de voto livre foi feita pelo deputado Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara. 

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A liberação ocorreu após pleitos de Bia Kicis e Alberto Fraga, também da ala bolsonarista. No entanto, os dois parlamentares citados são do Distrito Federal e o texto do arcabouço fiscal preservou o Fundo Constitucional do DF, o que gerou uma conveniência para o voto. O questionamento de Feliciano não obteve resposta do líder Altineu Côrtes. 

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a aprovação final do arcabouço fiscal no Congresso traz alívio para o governo e permite avançar em investimentos previstos no setor de infraestrutura. "Finalmente o Brasil quebrou as amarras do inexequível teto de gastos e tem regras novas", afirmou ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC.

Após a divulgação do Novo PAC, o ministro cobrou o Parlamento diversas vezes pela aprovação do novo arcabouço, tido como fundamental para o andamento das obras prometidas. "O Brasil vinha desequilibrado pelo teto de gastos. Por um lado era uma regra que não era cumprida e por outra tolhia a capacidade de investimentos", disse, em entrevista.

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No programa da EBC, Renan Filho respondeu perguntas de rádios locais de todas as regiões do País, focando em abordar obras já anunciadas no PAC. O ministro também comentou sobre a expectativa para novos leilões e repactuações de concessões rodoviárias.

Sobre ferrovias, voltou a destacar que, embora tenha havido poucos anúncios dentro do Novo PAC, o governo prepara um plano específico para obras no setor ferroviário. "Vamos viver o maior ciclo de planejamento, investimento e execução de obras ferroviárias em muito tempo", disse.

A maioria dos deputados pernambucanos votou junto na aprovação do novo arcabouço fiscal. Na sessão dessa terça (22), as emendas do Senado ao texto foram divididas em dois blocos e debatidas pela Câmara. A proposta será enviada para sanção do presidente Lula (PT).  

O novo regime fiscal apresentado no Projeto de Lei Complementar 93/23 vai substituir o atual teto de gastos. No primeiro bloco, foi aprovada a isenção dos gastos com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e com o Fundo Constitucional dos limites da nova regra fiscal.  

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Em Pernambuco, apenas o Pastor Eurico (PL) foi contra o dispositivo. Estiveram ausentes Clarissa Tércio (PP), Luciano Bivar (UNIÃO) e Mendonça Filho (UNIÃO). 

O segundo bloco rejeitou o artigo que autorizada o governo federal a enviar o valor das despesas no Orçamento de 2024, conforme a projeção da inflação até o fim do ano. 

O dispositivo abriria uma brecha fiscal de R$ 40 bilhões para que o Executivo gastasse no próximo ano, ainda condicionado à aprovação do Congresso. Antes da votação, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), indicou a retirada da emenda para honrar um acordo com lideranças de outros partidos.  

Da bancada pernambucana, apenas Túlio Gadêlha (REDE) manteve o voto favorável. Luciano Bivar (UNIÃO) mais uma vez esteve ausente e o deputado Fernando Rodolfo (PL) se absteve da votação. 

A Câmara rejeitou todos os destaques ao texto-base do novo arcabouço fiscal e encerrou a votação. A lei que substitui o teto de gastos no controle das contas públicas vai agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O parecer do relator com a inclusão de duas emendas do Senado recebeu 379 votos a favor e 64 contra.

Após acordo, os deputados mantiveram o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) fora do limite de gastos. Os recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) também ficaram excepcionalizados, após atuação da vice-governadora do DF, Celina Leão (PP).

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O relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), retirou do marco fiscal, contudo, a permissão incluída pelo Senado para que o governo pudesse prever as chamadas despesas condicionadas no Orçamento de 2024 - que dependem de aprovação de crédito adicional pelo Legislativo para serem executadas.

Essa medida, que garante uma folga de R$ 32 bilhões, deve ser incluída no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), após um acordo costurado pelo governo, como antecipou o Broadcast Político. A Câmara rejeitou, ainda, a emenda dos senadores que deixaria despesas com ciência e tecnologia fora dos limites fiscais.

Com o arcabouço fiscal perto de ser votado, ainda nesta terça-feira, 22, na Câmara, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, voltou a fazer, nesta tarde, um afago ao presidente da casa legislativa, Arthur Lira (PP-AL), e evitou entrar em atrito com o parlamentar.

Ao ser questionado se a demora na votação da matéria seria uma forma de pressionar o governo a ceder na reforma ministerial, Alckmin respondeu que nunca viu um projeto complexo como o novo marco fiscal tramitar tão rápido. "A Câmara e o Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco presidente do Senado, estão mostrando que o Parlamento pode ser mais rápido", declarou Alckmin em entrevista concedida a jornalistas, após participar de evento na fábrica da Gerdau em Araçariguama (SP). Mais cedo, durante conferência do Santander, ele já tinha elogiado o empenho de Lira para votação do arcabouço nesta terça-feira.

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Alckmin assumiu temporariamente a presidência num momento em que se discute a possibilidade de retirar o PSB, sua sigla, do ministério de Portos e Aeroportos, comandado por Márcio França. Também há especulações de que o próprio ministério da Indústria, liderado pelo vice-presidente, pode entrar na mesa das negociações que visam acomodar partidos do Centrão na Esplanada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, já anunciou que só retomará a reforma ministerial depois de voltar de Johannesburgo, na África do Sul, onde participa da cúpula do Brics.

Durante a passagem por Araçariguama, Alckmin reconheceu a prerrogativa do chefe do Executivo de distribuir cargos em busca de governabilidade. "Em relação a ministério, é de confiança do presidente da República. O presidente tem total liberdade para ocupar ministérios através de vários partidos e lideranças. Nenhum problema, nossa missão é servir ao presidente, ao governo e ao País", disse a jornalistas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abriu nesta terça-feira, 22, a votação do arcabouço fiscal no plenário, após encerrar a discussão do texto. O Partido Novo tentou retirar o projeto de pauta, mas o requerimento foi rejeitado pelos deputados.

Relator do arcabouço na Câmara, Claudio Cajado (PP-BA) divulgou mais cedo seu parecer sobre as emendas do Senado. Como acordado em reunião de líderes realizada na residência oficial de Lira, o deputado manteve fora do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).

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Cajado retirou do marco fiscal a permissão incluída pelo Senado para que o governo pudesse prever as chamadas despesas condicionadas no Orçamento de 2024 - que dependem de aprovação de crédito adicional pelo Legislativo para serem executadas.

Essa medida, como antecipou o Broadcast Político, deve ser incluída no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), após um acordo costurado pelo governo na reunião.

O relator também rejeitou a emenda aprovada pelos senadores que deixaria de fora das regras fiscais as despesas com ciência e tecnologia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou, na manhã desta quinta-feira (17), o desconforto com os líderes e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e disse confiar na aprovação do novo arcabouço fiscal na próxima semana.

"Não tem arestas (com Lira), está tudo resolvido. O presidente Lira é um homem responsável e disse que vai pautar. Temos um novo marco fiscal elogiado no mundo inteiro, muito negociado. Trabalhamos internamente três meses com a área econômica, o presidente Lula validou, a Câmara fez várias alterações pactuadas conosco, e vai sair um bom marco fiscal", respondeu ao sair do ministério para uma reunião na sede da Advocacia-Geral da União (AGU).

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Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lira disse esta semana que o texto final do arcabouço fiscal pode ser apreciado em plenário na próxima terça-feira (22), se houver consenso entre os deputados, em reunião agendada para segunda-feira (21), em torno da emenda do Senado que autoriza a previsão de despesas condicionadas no Orçamento de 2024. A medida, defendida pelo governo, garante um espaço de cerca de R$ 30 bilhões na peça orçamentária, que deve ser enviada ao Congresso até 31 de agosto.

Também como mostrou a reportagem, a cúpula da Câmara avalia lançar mão de um parecer técnico da consultoria da Casa para tirar a taxação de investimentos feitos por empresas e fundos offshore da Medida Provisória de correção do salário mínimo. A ideia é dar um carimbo de "jabuti" ao plano, ou seja, tratá-lo como algo estranho à MP que trata do mínimo, já que o texto original não faz referência ao assunto.

Haddad argumentou nesta quinta-feira ainda que essas medidas de arrecadação não são diferentes das adotadas por outros países emergentes e desenvolvidos. Ele reconheceu, porém, que as negociações são difíceis, como foi no projeto do Carf. "Tudo que está sendo feito está completamente sintonizado com a OCDE. No caso do Carf, foi uma longa discussão, isso é natural da democracia. As pessoas têm o seu tempo para amadurecer as ideias, e temos que levar informação", afirmou.

O ministro disse ter pedido aos parlamentares abertura de diálogo para que o governo possa apresentar as soluções de receita que, segundo ele, são condizentes com o padrão internacional. "Estamos adotando as melhores práticas", avaliou. "São questões até menores que o Carf, mas importantes para atualizarmos a legislação. Estamos sentados à mesa e vamos conversar", completou.

Além do projeto do Carf, o ministro lembrou a aprovação da reforma tributária na Câmara. "Olha a quantidade de coisas que já foram negociadas. Não podemos olhar para frente com medo tendo um histórico tão bom de negociação. Não podemos temer a negociação e nenhum tema pode virar tabu. O mundo inteiro faz o debate, por que não podemos fazer?", concluiu.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta terça-feira (15), que o arcabouço fiscal pode ser votado no plenário da Casa na próxima terça-feira (22), se houver consenso sobre a emenda do Senado que autoriza a previsão de despesas condicionadas no Orçamento de 2024. O dispositivo, defendido pelo governo, garante um espaço de cerca de R$ 30 bilhões na peça orçamentária, que deve ser enviada ao Congresso até o dia 31 de agosto.

Também ontem, Lira voltou a criticar as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao jornalista Reinaldo Azevedo. O petista disse que hoje a Câmara tem "um poder muito grande" e que o Legislativo não pode usá-lo para "humilhar" o Senado e o Executivo.

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Após a entrevista ir ao ar nesta segunda (14), uma reunião que ocorreria na residência oficial da presidência da Câmara para debater o arcabouço fiscal foi cancelada. "Temos até o dia 31 de agosto (para aprovar a nova regra fiscal). Ontem (anteontem), infelizmente, não houve clima. Alguns líderes não queriam que a reunião acontecesse", disse.

O deputado afirmou que não quer acirramento de ânimos, mas reforçou que seu posicionamento em relação à fala de Haddad foi "necessário".

"Em primeiro lugar, eu queria tranquilizar todo mundo que a Câmara nunca foi e nunca será irresponsável com os temas que são essenciais para o Brasil", disse Lira, a jornalistas, ao chegar ao Congresso. "Não temos nenhum interesse em promover nenhum acirramento de ânimos, mas o posicionamento foi necessário", disse. Em postagem no X (ex-Twitter) anteontem, sem citar Haddad, Lira disse que "manifestações enviesadas" não ajudam na "construção de pontes".

Nessa terça, ficou definido que o encontro entre Lira, os líderes partidários, técnicos do Ministério da Fazenda e o relator do arcabouço, deputado Claudio Cajado (PP-BA), vai ocorrer na próxima segunda-feira. "É para que se discuta a única matéria mais polêmica ainda, que é a questão da modificação do prazo do cálculo do IPCA (para prever as despesas condicionadas). Então, isso sendo acordado, na terça-feira essa matéria vai a plenário", disse o presidente da Câmara.

Mal-estar

Lira disse que os deputados e líderes não gostaram da fala de Haddad. "Nós não tensionamos. Ficamos surpresos. Como eu disse na minha nota, acho que foi inapropriado. Talvez um relaxamento excessivo do ministro numa entrevista", afirmou o presidente da Casa, ao ser questionado se o clima na Câmara já estava menos tenso após o mal-estar com o ministro da Fazenda.

Na mesma entrevista a Reinaldo Azevedo, Haddad disse também que o País "hoje vive uma coisa estranhíssima, que é um parlamentarismo sem primeiro-ministro". As declarações causaram incômodo na cúpula da Casa, que estranhou a postura do petista, tido pelos parlamentares como o "principal articulador político" do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a entrevista ter ido ao ar, o ministro disse que ligou para Lira para esclarecer a situação e recebeu do deputado uma sugestão de declaração pública para evitar ruído. Nos bastidores, lideranças também atribuem o atraso na apreciação do arcabouço à demora do pelo presidente Lula em anunciar quais ministérios serão destinados ao Progressistas e ao Republicanos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou que, nesta segunda-feira (14), os líderes partidários vão se reunir com técnicos da casa para debater as alterações do Senado no texto do novo arcabouço fiscal (PLP 93/23), que substitui o atual teto de gastos. O relator da matéria, deputado Claudio Cajado (PP-BA), também deverá participar da reunião para decidir o encaminhamento do projeto, ainda sem previsão de votação. 

A Câmara precisa analisar 15 emendas do Senado ao texto do novo regime fiscal. Entre elas está a exclusão do limite de despesas do Poder Executivo dos gastos com o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 

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Conforme acordo com os líderes, a Câmara poderá votar também, nesta semana, o Projeto de Lei (PL) 2.370/19, sobre direitos autorais. O texto estabelece regras para a publicação na internet, sem autorização, de obras protegidas por direitos autorais. 

Sobre o PL 334/23, que trata da desoneração da folha de pagamento, Lira garantiu que a proposta não entrará na pauta. O PL prorroga até 31 de dezembro de 2027 a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. O texto altera a Lei 12.546/11, que prevê o benefício somente até o fim do ano. “Esse tema está com a deputada Any Ortiz [Cidadania-RS], na Comissão [de Desenvolvimento Econômico]”, afirmou Arthur Lira. 

Regime de urgência 

Projetos de lei que tiveram regime de urgência aprovado na semana passada podem ser votados nesta semana no plenário da Câmara. Entre eles estão o PL 254/20, que muda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para prever o atendimento educacional diferenciado a gestantes e lactantes. A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) destaca que é importante garantir o cumprimento dos direitos de mães e crianças. “Esse PL é fundamental porque garante à estudante o direito de exercer tanto o seu processo de amamentar, e que é direito do bebê também, quanto o direito a uma gestação segura, sem perder o processo de ensino-aprendizagem”. 

Outro projeto que teve pedido de urgência aprovado e pode ir a votação é o que muda o Estatuto da Advocacia para permitir sustentação oral do advogado no agravo regimento do recurso especial.  

O PL 3.126/23, que altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência para tutelar os interesses deportadores de sequelas de queimaduras, está pronto para ser votado. 

Outro texto que pode ser votado é o do PL 2.597/19, que determina que os recursos recuperados em acordos de leniência, quando devolvidos aos cofres da União, devem ser destinados a obras de infraestrutura em escolas públicas ou à aquisição de veículos de transporte escolar. A deputada Érika Kokay (PT-DF) comenta que apenas uma parte dos recursos recuperados, após crimes contra a administração pública, será destinada à educação. “A política que foi prejudicada por um ato ilícito, que originou o acordo de leniência, receberá parte dos recursos que foram adquiridos, a partir das multas e do acordo de leniência. A outra parte será destinada à educação, porque nós temos as políticas públicas enganchadas umas nas outras”. 

 Sobre a proposta que cria a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para a população em situação de rua, a autora da proposta, deputada Érica Hilton (PSOL-SP) detalha que os objetivos são a qualificação, autonomia e inclusão social e econômica desse público. 

“Este é um projeto que visa ao respeito, à empatia, inclusão e autonomia dos nossos irmãos vivendo em situação de rua que, muitas vezes, são tratados pela perspectiva do ódio, do estigma, do preconceito, quando são famílias, crianças, idosos, mulheres, mães que perderam seus empregos e as oportunidades, que vivem nas ruas e precisam de um olhar responsável, empático e de qualidade”. 

Ainda na área de educação, podem ser apreciados no plenário o PL 1.050/2021, que institui programa de aulas complementares aos alunos do último ano do ensino médio de escolas públicas estaduais para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e o PL 1.580/2019, que inclui a oferta opcional da disciplina de língua espanhola a partir do sexto ano do ensino fundamental;  

Podem ser apreciados ainda o Projeto de Lei 3.035/2020, que cria a Política para Educação Especial e Inclusiva, e o PL 3.148/2023, que concede autonomia a comunidades indígenas, quilombolas e do campo para nomearem os prédios de escolas localizadas em seus territórios, conforme sua história e tradições.  

Também pode ser votado o PL 2.725/2022, que estabelece um conjunto de regras mínimas de transparência pública e controle social em questões vinculadas à educação. A líder do Partido Novo, deputada Adriana Ventura, de São Paulo, reforça a necessidade de acesso a informações de interesse público, apesar de algumas ferramentas já disponibilizadas, com a Lei de Acesso à Informação. “A gente precisa tornar transparente toda a parte de formulação, gestão e execução de políticas públicas na área de educação, porque na legislação vigente há poucas disposições expressas sobre esse tema”. 

Prazo de medidas provisórias 

Algumas medidas provisórias (MP) podem perder a validade neste mês se não forem aprovadas. A mais urgente é a MP 1171/2023, que aumenta em 9% a remuneração de servidores e empregados públicos do Poder Executivo Federal e que vencerá em 25 de agosto. 

Até 27 de agosto, precisa ser votada, para não perder a validade, a MP 1.171/2023 que altera a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física. A medida torna isento o cidadão que recebe até R$ 2.112 por mês e passa a taxar aplicações financeiras no exterior feitas por brasileiros residentes no país. 

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