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Apesar de ter parte das projeções frustradas para os leilões rodoviários de 2023, o ministro dos Transportes, Renan Filho, diz que o governo mantém a diretriz de leiloar 35 trechos até 2026. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o ministro diz que cabe ao Executivo pôr os ativos à disposição da iniciativa privada, mas que não há problemas se o capital entender que parte deles não tem atratividade, ainda que, paralelamente, prometa adaptações para aumentar o apetite.

O planejamento do ministério era realizar quatro leilões em 2023. Mas só conseguiu executar dois. Um terceiro, que teve edital lançado, o da BR-381, em Minas Gerais, não recebeu nenhuma proposta e por isso não foi realizado. O quarto teve o edital atrasado por necessidades de ajustes demandados pelo Tribunal de Contas da União. Para 2024, a expectativa é de realização de 12 leilões, que se somarão a outros 21 até o fim do atual mandato do presidente Lula.

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Para o ministro, o grande problema do Brasil não se refere ao que foi feito em 2023 e, sim, ao passado. "Temos muitos contratos desequilibrados e as concessionárias atuais, muitas delas, estão impedidas de fazer novos investimentos." Confira a entrevista:

Qual o balanço dos leilões rodoviários em 2023?

Trabalhamos duro ao longo do ano. O grande problema do Brasil não se refere ao que foi feito em 2023 e, sim, ao passado. Porque nós temos muitos contratos desequilibrados e as concessionárias presentes no Brasil, muitas delas, estão impedidas de fazer novos investimentos, tanto por dificuldade de balanço, com nível de endividamento elevado, quanto impedimento por desequilíbrios de contratos que ficaram anos sem soluções. Estamos encarando em diferentes frentes. Esperamos fazer 35 leilões até o final do mandato do presidente Lula e otimizar até 15 contratos. Isso resultará em 50 contratos. O primeiro ano foi de organização. Esperávamos realizar quatro leilões e a publicação de cinco editais. Estamos finalizando com a publicação de quatro editais e realização de dois leilões. O Brasil vinha realizando apenas um leilão por ano e isso é muito pouco. A gente pode realizar 12, 15, 6, vamos ver. Agora, só não podemos realizar apenas um.

As repactuações estão no ritmo esperado?

Criamos uma solução nova que vai permitir a retomada de obras. Porém, não é rápido como achamos que deveria ser. Entretanto, é mais rápido que um processo de relicitação. Hoje, a relicitação significa que as obras só serão iniciadas três anos depois. Essas otimizações de contratos temos de fazer com velocidade, mas com segurança e conforto para o TCU. É um modelo inovador. Mas essa é a melhor forma. A melhor forma de resolver conflitos é por conciliação e não por litigância.

É também a demora com repactuações de concessionárias de ferrovias que tem atrasado o anúncio de política própria para o setor?

Temos três renovações em concessões ferroviárias para fechar. Não adianta (fazer) plano sem recursos públicos. O acordo que fechamos garantiu R$ 1 bilhão. Precisamos associar investimentos públicos e privados, só que o público está em restrição, por isso estamos buscando as otimizações de contratos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e dos Transportes, Renan Filho, estão em Maceió (AL) com uma equipe de técnicos para monitorar o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (30) pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin.

Segundo Alckmin, representantes da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil também chegaram na quarta-feira (29) à capital alagoana. “Estamos atentos e de prontidão para as ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”, disse o presidente em exercício. 

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A prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do risco de colapso da mina de exploração de sal-gema, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital. 

A Defesa Civil da cidade informou que os últimos tremores se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada.  O ministro Renan Filho disse que a visita reunirá informações para passar para o presidente em exercício. “Para que o Brasil esteja preparado para ajudar Alagoas em caso de necessidade”, destacou. Segundo ele, o objetivo é “trabalhar primeiramente para permitir que não haja vítimas”.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, falou nesta quarta-feira, 8, em manter a meta de déficit zero no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e discutir eventual alteração no ano que vem. Ele também disse que esse é um assunto secundário porque o arcabouço fiscal já limita o aumento de despesas do governo.

"Se deixar empenhados em restos a pagar no Orçamento deste ano os investimentos do começo do ano que vem, talvez não fosse necessário mexer agora na meta fiscal, pudesse mexer mais no ano que vem", declarou o ministro. A eventual alteração, segundo ele, levaria em conta a aprovação ou não pelo Congresso das medidas desejadas pelo governo federal para aumentar a arrecadação.

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"A tramitação dos projetos no Congresso é fundamental porque o Brasil vive um ambiente de restrição fiscal que precisa enfrentar o não crescimento da receita mesmo com crescimento do PIB. Isso é uma coisa nova", afirmou ele.

Renan Filho, porém, disse que a meta fiscal é um tema secundário porque o arcabouço já limita os gastos do Executivo.

"Se a gente não tivesse um arcabouço fiscal, aí talvez o mercado pudesse estar na dúvida sobre quanto o governo vai gastar no ano que vem. Mas o mercado não tem essa dúvida porque sabe que o governo pode gastar, se cumprir a meta, o que gastou esse ano mais 70% do crescimento da receita", afirmou o ministro.

Renan Filho falou em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto depois de uma solenidade em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a ordem de serviço para duplicar uma estrada em Pernambuco.

Na terça-feira, 7, o relator da LDO, deputado Danilo Forte, disse a jornalistas que o ministro Rui Costa (Casa Civil) pediu até o dia 16 para o governo decidir se pede ou não a alteração da meta fiscal para o ano que vem.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido a manutenção da meta de déficit zero, mas Lula já disse publicamente que isso pode ser alterado. Rui Costa é um dos ministros que, internamente, defende a revisão.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a aprovação final do arcabouço fiscal no Congresso traz alívio para o governo e permite avançar em investimentos previstos no setor de infraestrutura. "Finalmente o Brasil quebrou as amarras do inexequível teto de gastos e tem regras novas", afirmou ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC.

Após a divulgação do Novo PAC, o ministro cobrou o Parlamento diversas vezes pela aprovação do novo arcabouço, tido como fundamental para o andamento das obras prometidas. "O Brasil vinha desequilibrado pelo teto de gastos. Por um lado era uma regra que não era cumprida e por outra tolhia a capacidade de investimentos", disse, em entrevista.

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No programa da EBC, Renan Filho respondeu perguntas de rádios locais de todas as regiões do País, focando em abordar obras já anunciadas no PAC. O ministro também comentou sobre a expectativa para novos leilões e repactuações de concessões rodoviárias.

Sobre ferrovias, voltou a destacar que, embora tenha havido poucos anúncios dentro do Novo PAC, o governo prepara um plano específico para obras no setor ferroviário. "Vamos viver o maior ciclo de planejamento, investimento e execução de obras ferroviárias em muito tempo", disse.

Pernambuco será reintegrado ao projeto da Transnordestina, com o ramal ferroviário entre Salgueiro, no Sertão, e o Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (19), após uma ampla articulação da governadora Raquel Lyra com o governo federal, deputados federais e estaduais.

“Essa é uma excelente notícia para Pernambuco. A ferrovia Transnordestina é uma infraestrutura fundamental para a integração e o desenvolvimento do Nordeste, pois integrará nossa região aos quatro cantos do Brasil, intensificando a produção e a competitividade da nossa economia”, destacou a governadora ao comemorar a decisão. 

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O ministro dos Transportes, Renan Filho, garantiu a reintegração da Transnordestina a Pernambuco durante reunião de trabalho com a governadora, a vice-governadora Priscila Krause e dez secretários estaduais, no Palácio do Campo das Princesas. A extensão da obra no trecho de Pernambuco é de 206 quilômetros. O Governo Federal assegurou que vai entrar em tratativas com a concessionária responsável pelo projeto da Transnordestina para captar investidores privados para o ramal em Pernambuco.

“Vamos seguir em busca de investimentos privados. Mas, se não tiver, o presidente Lula já tomou a decisão de incluir o trecho de Salgueiro até Suape no plano de investimentos federais para garantir que a obra ande com recursos públicos. Isso permite que Pernambuco seja inserido na estratégia de desenvolvimento do Nordeste”, ressaltou o ministro.

Outras obras - Durante o encontro também foram abordadas outras obras estruturadoras para Pernambuco, como a duplicação da BR-423, entre os municípios de São Caitano e Garanhuns, no Agreste, e a manutenção da BR-232 e da BR-104, principal eixo viário de escoamento do Polo de Confecções do Agreste, com fluxo médio de 17 mil veículos por dia. O Arco Metropolitano, corredor rodoviário que vai conectar a BR-408 à BR-101, também foi discutido na reunião.

“Com esse pacote de investimentos, acredito que Pernambuco vai avançar ainda mais, em parceria com o governo federal. Todo mundo fazendo a sua parte, a gente constrói um Brasil melhor”, finalizou Renan Filho.

Os secretários estaduais que participaram do encontro foram Túlio Vilaça (Casa Civil), Evandro Avelar (Mobilidade e Infraestrutura), José Wilson de Paula (Fazenda), Fabrício Marques (Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional), Diogo Bezerra (Projetos Estratégicos), Érika Lacet (Controladoria-Geral), Bianca Teixeira (Procuradoria-Geral), Guilherme Cavalcanti (Desenvolvimento Econômico), Rodolfo Costa Pinto (Comunicação) e Fernando Holanda (Assessoria Especial). O presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Rivaldo Filho; o presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), José de Anchieta dos Santos; o diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Euclides Bandeira; e o superintendente regional do DNIT, Leandro Teixeira; também estiveram presentes. 

 

 O ministro dos Transportes, Renan Filho, cumprirá agenda, nesta quinta-feira (18), em Petrolina, Sertão do São Francisco. O ministro será recepcionado pelo prefeito Simão Durando e realizará uma visita técnica às obras de duplicação da BR-407, o maior projeto de mobilidade da história de Petrolina, que conta com um investimento de R$ 122 milhões do governo federal em parceria com a Prefeitura de Petrolina.

Renan Filho ainda concederá uma entrevista coletiva para a imprensa no canteiro de obras da BR- 407, às 16h, e realizará uma vistoria a conclusão das obras de duplicação da BR-428. A via recebeu duas novas faixas de circulação de veículos num trecho de 8 km, na entrada da cidade. Foram investidos nessa intervenção R$ 54 milhões. O deputado federal Fernando Filho, o deputado estadual, Antonio Coelho, e o ex-prefeito Miguel Coelho também estarão acompanhando a agenda.

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O prefeito Simão Durando, destacou a importância da parceria com o governo federal e celebrou a vinda do ministro a cidade.

"Essa visita é fruto da nossa última viagem a Brasília, em que fizemos  o convite ao ministro Renan para vir a Petrolina vistoriar as obras em parceria com o governo federal, além de ver de perto o crescimento do nosso município que hoje é exemplo para todo Pernambuco", pontuou o prefeito Simão Durando.

*Da assessoria 

O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a cassação do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) e do seu vice, Ronaldo Lessa (PDT), por abuso de poder político econômico na eleição.

O órgão também defende que o senador e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), aliado do governo estadual, seja cassado.

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O parecer foi enviado em uma ação proposta pela coligação Alagoas Merece Mais, do candidato derrotado Rodrigo Cunha (União), que questiona o programa de distribuição de cestas básicas Pacto contra a Fome. O governo prevê gastar R$ 198 milhões ao longo de um ano.

A legislação proíbe os candidatos à reeleição de distribuíram gratuitamente 'bens, valores ou benefícios' em ano eleitoral. A excessão é para situações de calamidade pública e para programas sociais autorizados em lei e que já estejam em curso.

O governo tentou justificar que o programa estaria em execução desde 2014, no âmbito de uma política mais ampla de segurança alimentar e nutricional que 'vem sofrendo ajustes ao longo dos anos'. Também argumentou que a distribuição das cestas básicas levou em consideração a situação de emergência causada pelas chuvas que assolaram o Estado em 2022 e os prejuízos econômicos na esteira da pandemia de covid-19.

A Procuradoria Eleitoral em Alagoas afirma, no entanto, que os políticos 'personalizaram a ação estatal' e usaram o programa como plataforma eleitoral para promover suas candidaturas.

"Fatores como, a data em que foi lançado (há menos de 2 para o início da campanha eleitoral), a reiterada menção ao programa em entrevistas, reportagens, programas eleitorais e redes sociais e a vultosidade dos recursos envolvidos sem justificativa plausível, conferem ao Pacto contra a Fome uma finalidade eminentemente eleitoreira", escreve o procurador regional Eleitoral Antonio Henrique de Amorim Cadete.

O MPE também afirma ter encontrado uma 'desproporcionalidade gritante' entre o número de cestas básicas previstas e ofertadas em 2022 e nos anos anteriores. O órgão indica ainda que, em 2023, ainda não houve aquisição e distribuição de cestas básicas pelo Governo de Alagoas.

Além da cassação, o Ministério Público Eleitoral propõe que o governador e o senador fiquem inelegíveis por oito anos.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO GOVERNADOR E DE RENAN FILHO

A defesa do governador Paulo Dantas e do senador Renan Filho irá comprovar na Justiça que a acusação, originária de denúncia da coligação que não aceita o resultado das urnas em 2022, não se sustenta, pois se trata de programa de combate à fome já existente desde 2014 e que estava em execução, tendo em vista a notória e histórica situação de insegurança alimentar ainda presente no Estado. Durante o pleito, este mesmo questionamento foi feito pela chapa perdedora e rejeitado pela Justiça Eleitoral, que deu decisão favorável à coligação do governador Paulo Dantas

COM A PALAVRA, O VICE

A reportagem entrou em contato com a assessoria e aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse nesta segunda-feira, 27, que acredita que as novas regras fiscais que estão sendo estruturadas pela equipe econômica do governo vão garantir investimentos no Brasil, com sustentação fiscal. "Não conheço os detalhes dos marcos, mas pelo que tenho conversado e visto, acredito que o marco vai garantir algum investimento, com sustentação fiscal", comentou, durante evento promovido pela Arko Advice ao ser questionado se há algum temor que a proposta limite a capacidade de aportes na área de infraestrutura.

Em sua apresentação inicial, o ministro afirmou que sua pasta apoia a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que está sendo elaborado pela equipe econômica, "para assegurar os recursos necessários para o desenvolvimento da infraestrutura".

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"Como tudo na vida, as despesas de um governo precisam ser hierarquizadas. Tem aquele que podemos cortar e o País não sente e aqueles que, se cortar, sente muito. Acho que o País sente muito se cortar completamente investimentos, é o que aconteceu nos últimos anos", disse ele.

Relembrando a comparação feita durante o evento em relação aos investimentos no Uruguai e Brasil, o ministro afirmou que é preciso elencar quais são os investimentos prioritários.

Segundo dados apresentados por Renan Filho em sua apresentação inicial no evento, ele afirmou que, enquanto o Brasil investiu, no ano passado, US$ 1,45 bilhão no setor, o país vizinho aportou US$ 1 bilhão.

Porém, afirmou o ministro, o Uruguai possui uma população muito menor. "O País não pode escolher investir igual ao Uruguai. Se escolher isso, tem que escolher sabendo que não terá infraestrutura. Não pode ficar aquela conversa de vamos investir pouco e exigir que o governo entregue rodovia boa pois isso, infelizmente, não é possível."

O ministro dos Transportes, Renan Filho, inaugurou nesta terça-feira (21) uma série de reuniões de membros das comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado com ministros das pastas correlatas. 

Aos senadores, além de falar sobre as prioridades do Ministério dos Transportes, o ministro voltou a destacar que a análise do novo arcabouço fiscal pelo Congresso Nacional, previsto para as próximas semanas, deve levar em consideração a necessidade de investimentos do governo, especialmente em infraestrutura rodoviária. Segundo Renan Filho, hoje é mais caro transportar uma carga da fazenda até um porto, do que transportar do porto para China ou para a Europa.

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Ao citar levantamento feito pela Confederação Nacional do Transportes (CNT), Renan Filho disse que 66% da malha rodoviária federal e estadual está em situação regular, ruim ou péssima.  Ele se comprometeu a, em até dois anos, zerar os trechos nessas condições, mas ressaltou a necessidade de recursos.

“Se voltarmos a uma capacidade pré-PEC [da transição], não teremos condição de frear a piora da nossa infraestrutura de transportes”, alertou. O ministro disse ainda que apesar de estarem em estado ruim, 96% das rodovias têm contrato de manutenção, mas não têm recursos para este fim. O orçamento da pasta para este ano, herdado do governo Bolsonaro, foi de R$ 5 bilhões, contra R$ 45 bilhões em 2012. “É um nono!”, criticou. 

Com a aprovação da PEC da transição, o orçamento para 2023 subiu para R$ 21 bilhões, o valor é semelhante ao de 2020. Renan Filho comparou os investimentos em rodovias feitos em 2022 por Brasil e Uruguai. Na avaliação do ministro apesar de ambos terem investido cerca de US$ 1 bilhão cada, se a comparação considerar os aportes por habitante, o país vizinho investiu 50 vezes mais. “Não dá para o Brasil investir menos que o Uruguai”, avaliou. 

Para que o Brasil conquiste a confiança de investidores, o ministro dos Transportes disse que a pasta vai estabelecer, a partir do Plano Nacional de Logística 2035 (PNL), projetos para execução futura. A expectativa é de que o documento técnico com um conjunto de dados, informações e cenários futuros auxilie de forma estratégica nas discussões e no processo de tomada de decisões. 

“O Parlamento precisa discutir se vai ter mais recursos. Vamos eleger com clareza os projetos [prioritários] para garantir qualidade e, por outro lado, mais recursos para esses projetos para evitar que vá para coisas não importantes. Esse é um mecanismo que aplaca os ânimos do mercado, saber o que será feito com os recursos disponibilizados."

100 dias

Como meta para os 100 dias do governo Lula, que serão completados no início de abril, Renan Filho destacou que os esforços estarão concentrados em “obras estruturantes”. Segundo ele, trata-se de um conjunto diversificado de pontos de atenção que podem ser resumidos em “recuperar rodovias, ampliar o transporte ferroviário e salvar vidas”.

No curto prazo, há também a intenção de preparar o país para escoar a próxima safra de grãos e atrair o capital privado com um portfólio robusto de ativos. 

No curtíssimo prazo, o Ministério dos Transportes vai priorizar os principais corredores logísticos do país, por onde se dará o escoamento da safra recorde que o país terá agora. “São rodovias que atravessam vários estados, de Norte a Sul, e impulsionam o desenvolvimento regional”, disse. 

O ministro afirmou que será investido R$ 1,5 bilhão na manutenção das rodovias que conectam os principais corredores a esses portos.

"Temos ainda foco na manutenção do corredor Sul-Sudeste, que terá muita movimentação de caminhões e vai demandar mais R$ 1,2 bilhão. Importante destacar que estamos atuando de forma cirúrgica e, em especial, conseguimos recompor o orçamento para investimentos, que vinha em queda desde 2014".

Ferrovias

Aos senadores, Renan Filho defendeu ainda que o governo tenha fôlego para investir em ferrovias para que a expansão efetiva da malha ocorra de maneira mais célere.

Mesmo reconhecendo que, nesse setor, os projetos demandam tempo para estudos e obras, a pasta está estudando como aprimorar o marco regulatório para ajudar a destravar o investimento privado no setor.

Para o ministro, não há mais tempo a perder: “esse atraso custa dinheiro ao país. Precisamos equilibrar nossa matriz de transportes, modernizar nossa logística o quanto antes, reduzir custos e aumentar a competitividade do nosso agronegócio no mercado internacional”.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, reforçou nesta quarta-feira, 18, que irá trabalhar para destravar o projeto da Ferrogrão, conforme já mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), e afirmou que buscará a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para ouvi-la sobre o empreendimento. Planejado para ter 933 quilômetros de trilhos, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), o projeto da ferrovia está parado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). A obra é estruturada para ser o principal centro de escoamento de grãos de MT, papel que hoje é exercido pela BR-163, mas enfrenta percalços há décadas em razão, em parte, dos impactos ambientais que podem ser gerados pela construção.

Em coletiva sobre o anúncio do plano para os 100 primeiros dias de trabalho da pasta, Renan Filho defendeu a obra, que, para ele, pode ser ambientalmente mais sustentável do que manter o modal rodoviário como principal centro de escoamento da safra na região. Ressalvando que ouvirá a opinião de Marina Silva, o ministro destacou que, na visão técnica do Ministério dos Transportes, a obra é viável, inclusive com 100% de investimentos privados. Segundo ele, a conversa com a ministra do Meio Ambiente sobre o projeto foi uma recomendação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Com a imagem do projeto desgastada, em razão das resistências ambientais, o ministro disse não gostar do nome "Ferrogrão" para a ferrovia. "Fica parecendo que é algo que vai contra o meio ambiente", disse o ministro a imprensa.

Questionado sobre a relação que construirá com a área ambiental do governo, diante do histórico atrito entre o setor de infraestrutura e o MMA, Renan Filho respondeu que não irá defender medidas que causem um dano irreversível ao meio ambiente, mas que trabalhará para defender avanços dentro das condições ambientais "possíveis". Ele reconheceu que poderão existir conflitos, mas afirmou que o diálogo será o caminho de "saída" para o Brasil.

"Muitas pessoas do agro têm me dito que não têm interesse em desmatar. A ideia do ministro Rui Costa é fazer o que for possível, ninguém vai defender construir uma obra que destrua o meio ambiente, porque isso é ruim para o agro, tem que ir pra fronteira da possibilidade. Estratégia do governo anterior, de 'vamos passar boiada', travou. Essa agenda não é boa para o País, agenda boa é fazer o que dá pra ser feito dentro das condições de sustentabilidade ambiental consideradas, estabelecidas internacionalmente", disse Renan Filho.

Perguntado ainda se levará diversidade para sua equipe no Ministério, que ainda não foi anunciada, o ministro respondeu que vai "procurar trabalhar nisso". "Acho que é um exercício que todos nós devemos fazer. O presidente Lula fez", disse ele, que considera o setor de engenharia muito masculinizado.

Pauta que atravessa governos, o aumento da malha ferroviária no País também aparece com destaque nos planos do novo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Assim como outras gestões, o ministro tem o desafio de tirar do papel projetos que exigem um capital expressivo e, muitas vezes, geram pouco apetite da iniciativa privada em assumir riscos. Por isso, o ministro afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que avalia na pasta qual será o melhor caminho para desenvolver o modal, de forma que atraia o privado junto da participação do setor público - o que pode incluir projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Demanda histórica do agronegócio, a Ferrogrão também se tornou parte da agenda de Renan Filho, que vê caminhos para retomar o projeto paralisado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante de resistências ambientais ao empreendimento, o ministro fez uma defesa dos benefícios de se substituir o transporte rodoviário pelo ferroviário. Ele ainda elogiou o Marco Legal das Ferrovias e indicou que a pasta quer melhorar o arcabouço de regras sem mexer no "cerne" da lei.

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O Brasil conta com uma participação baixa de ferrovias no transporte de cargas - menos de 20% da matriz. Renan Filho destaca como isso tem "estressado" as rodovias, diante do crescimento robusto da produção de grãos no País.

"O objetivo é criar as condições para termos uma atuação mais arrojada em ferrovias", apontou o ministro, para quem é fundamental intensificar esforços para escoar via ferrovias a produção do oeste da Bahia, da região do Matopiba e da região central do País, especialmente do Mato Grosso. É por essa razão que, além da Ferrogrão, as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) - que já teve um segmento leiloado - e de Integração Centro-Oeste (Fico) também aparecem com destaque na agenda da pasta.

Atualmente, parte desses traçados é construída com recursos obtidos pela União por meio das renovações antecipadas de contratos de concessão - o chamado investimento cruzado. O ritmo de construção, contudo, não é o mais desejado. Questionado se poderá alocar mais recursos públicos nesses projetos, o ministro antecipou que conversará com o governo sobre o assunto, uma vez que, pelo orçamento previsto para as ferrovias, não há "tanto espaço" para se pensar em PPPs e constituição de fundos. "Se pudermos fazer uma revisão, podemos discutir essa questão", explicou.

"O ideal era que os projetos de concessão fossem exclusivamente privados. Entretanto, entre alguns segmentos, ainda não há viabilidade. Então o público não pode se eximir da responsabilidade de estudar a possibilidade de participar. Esse é o caminho que deve acontecer. Esperamos construir condições para ter um modelo novo", completou o ministro. Ele ainda citou as renovações antecipadas de contratos de concessão de ferrovias, instrumento que, segundo ele, deve continuar, desde que "signifique também um benefício robusto para a sociedade".

Ferrogrão.

Planejado para ter 933 quilômetros de trilhos, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), o projeto da Ferrogrão está parado por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A obra é estruturada para ser o principal centro de escoamento de grãos de MT, papel que hoje é exercido pela BR-163. Moraes suspendeu o projeto a pedido do PSOL. A questão de fundo está ligada a uma lei - resultado de uma medida provisória - que alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, ponto importante para viabilizar o traçado da Ferrogrão.

Questionado se irá atuar no STF para destravar o projeto, Renan Filho afirmou que a questão será discutida "com profundidade", e emendou dizendo ver caminhos para retomar a ferrovia. "É muito importante que a gente discuta a importância do País para alimentar o planeta, conter a inflação internacional de alimentos. E para proteger o meio ambiente. Porque a Ferrogrão é uma proteção do meio ambiente, porque com ela tiramos caminhão da estrada, e assim reduz o desmatamento também", citou o ministro, antecipando qual deve ser sua linha de argumentação ante o STF e outras instâncias que cuidam de questões ambientais. Os benefícios ambientais do projeto já eram parte da linha de defesa feita pelo ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Além de reduzir a emissão de carbono em relação ao que é emitido por caminhões, Renan Filho vê na Ferrogrão um caminho também de diminuir as intervenções humanas por quem passa pela região por meio das estradas. "É muito importante essa discussão com o Meio Ambiente, com o STF, e com os investidores internacionais", disse.

Marco legal das ferrovias.

Após dizer em sua posse como ministro que se debruçaria sobre o marco legal das ferrovias, em vigor desde o ano passado, Renan Filho fez elogios à lei, relatada no Senado pelo petista Jean Paul Prates - indicado à Petrobras por Lula - em trabalho conjunto com o Ministério da Infraestrutura.

O ministro vê, contudo, formas de aprimorar o arcabouço de regras, em especial nas regulamentações, mas indica que não irá romper contratos já assinados com base na legislação. Por esse modelo, as empresas conseguem aval do poder público para erguer por conta e risco próprios uma ferrovia privada.

"Tem alguns vetos que precisam ser observados, como a gente pode melhorar um pouco, algumas regulamentações que podem clarear dúvidas. Mas, de maneira geral, o marco legal foi um grande avanço. E durante esses 100 dias esperamos nos posicionar detalhadamente", explicou o ministro, destacando que as empresas têm prazos para cumprir e tirar do papel as ferrovias autorizadas. "Por exemplo, tem três anos para conseguir a licença prévia, até três anos não é recomendável retirar a autorização. É recomendável cumprir o contrato", disse.

A troca de gentilezas e afagos vista na cerimônia de posse do novo ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a incluir a possibilidade de Marcelo Sampaio, ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, vir a fazer parte do governo Lula.

Em discurso, Renan Filho lembrou que Sampaio é um servidor de carreira do ministério. "Você, Marcelo, é a representação do bom servidor", disse Renan Filho. "Tenha certeza, Marcelo, que eu tocarei a agenda do ministério com lealdade integral ao seu trabalho e, quando qualquer linha for cruzada, pode me acionar, está certo? E depois que você se cansar da iniciativa privada, e eu sei que será logo, porque o serviço público é apaixonante, esse ministério estará de portas abertas para a sua volta. Então, obrigado."

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Sampaio, que é genro do general Luiz Eduardo Ramos (ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro), não deixou por menos e, no palco da cerimônia, aplaudiu Renan Filho pelas palavras, acompanhando a plateia que acompanhou a cerimônia.

Entre os presentes, estavam o ex-presidente José Sarney, o senador Jaques Wagner (PT-BA), o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta terça-feira, 3, que o papel do MDB no governo é garantir a "sustentação" da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional. "O papel do MDB no governo é garantir sustentação ao governo Lula no Congresso Nacional. Isso o partido vai fazer. Hoje aqui o partido demonstrou em massa e eu fiz questão de colocar no meu pronunciamento que nós estamos firmes com o presidente, acreditamos no projeto e que o Brasil está de volta para liderar a América do Sul, liderar a América Latina e liderar o mundo em várias áreas."

Equipe

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Questionado sobre a composição de sua equipe, o ministro afirmou que pretende escolher pessoas com experiência no setor de atuação da pasta. "Hoje vou fazer uma agenda grande para dar uma olhada nos nomes, mas vou trazer pessoas que tenham experiência no setor, que possam me ajudar fazer uma gestão exitosa a frente do Ministério dos Transportes, ouvindo a todos, com proximidade com o Congresso Nacional, com o Tribunal de Contas da União, com Judiciário, pois entendo que em uma democracia as coisas só andam bem, se andar de maneira harmônica."

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou, nesta terça-feira (3), que o novo governo assume o País com um significativo déficit na infraestrutura de transporte e que será necessário, no curto prazo, um esforço "tremendo" para recuperação da malha rodoviária e retomar obras paralisadas por falta de recurso. "Estamos assumindo um país com significativo déficit de infraestrutura de transporte. Ao mesmo tempo que construiremos, estaremos consertando algo sempre", disse, ao assumir o cargo, citando que houve uma grande depreciação da infraestrutura rodoviária e ferroviária nos últimos quatro anos.

E acrescentou: "No curto prazo, este ministério terá que fazer um esforço tremendo de recuperação da malha rodoviária. Precisará retomar todas as obras paradas por falta de recursos. Será necessário se debruçar sobre contratos de estradas concedidas e ampliar a participação da iniciativa privada."

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Segundo o ministro, as estradas brasileiras estão sobrecarregadas e os investimentos são insuficientes. Ele citou que nos últimos anos a pasta teve o menor nível de recursos disponível.

"A recuperação de toda a malha rodoviária demanda algo em torno de R$ 100 bilhões em investimentos", disse Renan Filho.

Ele citou que a situação atual também causa prejuízos e perdas. "Gera desperdício de mais de R$ 4 bilhões anualmente só em consumo excessivo de diesel."

Apoio do setor privado em programa de concessões

O ministro dos Transportes sinalizou que o novo governo conta com o setor privado para dar o impulso necessário ao programa de concessões. No seu primeiro discurso no comando da pasta, ele afirmou que buscará ampliar a participação de ferrovias na matriz e falou na duplicação de rodovias e construção de terceiras faixas, para aumentar a segurança nas vias.

"Investiremos com critério onde precisa ser investido e contaremos com o setor privado para dar o impulso necessário ao programa de concessões. Vamos modernizar a logística nacional, reduzindo custos e contribuindo para o setor produtivo.", disse Renan Filho, citando que os Estados com malha mais depreciada terão mais atenção.

O ministro afirmou que manterá diálogo aberto com o Congresso Nacional, com órgãos de controle, Judiciário e sociedade civil para "garantir uma gestão pautada pela integridade, eficiência, transparência e tecnicidade". "O Ministério dos Transportes se guiará pelas melhores práticas de Governança, pela preocupação com o aspecto social e pelo respeito ao meio ambiente."

Capacidade de investimento, com sustentabilidade fiscal

Renan Filho destacou também que o Brasil precisa encontrar capacidade de investimento, mas garantindo sustentabilidade fiscal. Ele disse que o que o País enfrenta atualmente é semelhante ao que viveu em Alagoas, Estado que governou por oito anos.

O ministro afirmou que, enquanto o Brasil tem 60% das estradas com problemas graves, Alagoas tem quase 70% de estradas boas ou ótimas.

Para isso, ele afirmou que foi necessário um ajuste fiscal, que começou pela renegociação da dívida do Estado, o que permitiu a retomada da capacidade de investimentos em áreas prioritárias.

"Foi necessário um profundo ajuste fiscal para recuperação da capacidade de investimento do Estado", disse. "O dilema do Brasil é semelhante, encontrar capacidade de investimento garantindo sustentabilidade fiscal", acrescentou Renan Filho, citando confiança no trabalho da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

Indicado para ser o ministro dos Transportes a partir de janeiro, o ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB) afirmou que ainda não escolheu a equipe que vai compor a pasta, e apontou que o time da transição conversou com "muita gente qualificada", e que não há dificuldade de formar um "quadro técnico" no ministério. "O Brasil tem experiência comprovada na área da infraestrutura com excelentes técnicos. As empresas estatais - DNIT e a antiga Valec - também são muito qualificadas. Não há dificuldade de formação de um quadro técnico capaz de reverter esse quadro caótico que vive a infraestrutura nacional", afirmou.

O futuro ministro dos Transportes disse que a pasta irá "priorizar" a retomada de investimentos e que a PEC da Transição resgatou a capacidade de o governo desembolsar no setor. "Há muito tempo o Brasil reduziu muito a sua capacidade de investimento e com a PEC recentemente aprovada o País resgata sua capacidade de investimento. Então de maneira ágil célere priorizando o mais importante para a retomada econômica e para a geração de emprego, nós vamos retomar os investimentos ampliando a capacidade de fazer o governo federal chegar em todas as partes do País", disse.

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O ex-governador avaliou ainda que é preciso ter agilidade e interlocução com o Congresso. "O Brasil precisa investir mais. E o presidente Lula disse que quer fazer isso com qualidade de obras nas entregas, que quer estar presente, que ele quer correr o Brasil que ele gosta", afirmou. "Depois que melhorar as estradas que existem, vamos pensar em novas duplicações, novas ligações que facilitem o desenvolvimento regional. Não adianta falar em construir coisa nova com 66% das rodovias nacionais em estado ruim ou péssimo. Temos de fazer funcionar o que existe", disse.

Revisão de concessões

Indicado para ser o ministro dos Transportes a partir de janeiro, o ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB) afirmou há pouco que as concessões no setor precisarão ser "reestudadas", mas não revistas, uma vez que não é possível rever contratos já assinados.

"Precisamos rever o modelo para se fazer coisa melhor daqui para frente", disse Renan Filho, ressaltando, contudo, que "com certeza" rodovias continuarão sendo concedidas, mas eventualmente com novo modelo que rediscuta o papel dos recursos públicos e privados.

Como mostrou ontem o sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Broadcast, o governo de transição indicou a necessidade de o governo Lula 3 rever o formato de leilão de rodovias adotado na gestão Bolsonaro (PL). A equipe também acredita que Parcerias Público-Privadas (PPPs) poderão ser aplicadas no setor rodoviário - o que não acontece atualmente nas estradas federais, concedidas em formato "puro", sem dinheiro público.

O futuro ministro disse ainda que o marco legal das ferrovias, aprovado no ano passado, será "reequilibrado". A principal inovação da lei foi introduzir o modelo de autorizações ferroviárias, em que as empresas constroem traçados por conta e riscos próprios. O PT já sinalizou em outros momentos que é preciso aprimorar a regulamentação dessa modalidade, para garantir que as ferrovias saiam de fato do papel. "O Brasil é um país continental e as ferrovias são muito longas. Então o Brasil precisa ter um modelo diferente da Europa, onde as distâncias são muito menores", disse.

Três senadores em exercício e quatro eleitos para a próxima legislatura devem assumir o comando de ministérios na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alexandre Silveira (PSD-MG), Carlos Fávaro (PSD-MT) e Simone Tebet (MDB-MS) assumem as pastas de Minas e Energia; Agricultura e Pecuária; e Planejamento e Orçamento, respectivamente.

Entre os parlamentares eleitos, foram anunciados os seguintes nomes:  • Camilo Santana (PT-CE), Educação;  • Flávio Dino (PSB-MA), Justiça e Segurança Pública;  • Renan Filho (MDB-AL), Transportes; e  • Wellington Dias (PT-PI), Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome. 

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Todos eles começam a despachar na Esplanada dos Ministérios na segunda-feira (2). No dia 1º de fevereiro — durante a sessão preparatória do Senado que dará posse aos 27 parlamentares eleitos em outubro — Camilo Santana, Flávio Dino, Renan Filho e Wellington Dias devem se afastar temporariamente das funções no Poder Executivo para assumir formalmente os mandatos no Legislativo.

Logo após serem empossados como senadores, os cinco retornam aos ministérios e deixam as cadeiras no Senado com os suplentes de cada chapa.

De acordo com a Constituição Federal, o deputado ou o senador investido em cargo de ministro não perde o mandato parlamentar e pode a voltar a atuar no Congresso Nacional. 

Suplentes eleitos Camilo Santana foi governador do Ceará entre 2015 e 2022, além de deputado estadual e secretário de Desenvolvimento Agrário e de Cidades. Com a ida dele para a Educação, a vaga no Senado fica com uma das suplentes: Augusta Brito (PT) ou Janaina Farias (PT).

Flávio Dino foi governador do Maranhão entre 2015 e 2022, deputado federal e juiz de direito. Enquanto ele estiver na Justiça, o mandato deve ser exercido por Ana Paula Lobato (PSB) ou Lourdinha (PCdoB). 

Wellington Dias foi senador entre 2011 e 2014, além de vereador, deputado estadual, deputado federal e governador do Piauí por quatro mandatos. Com a ida dele para o Desenvolvimento Social, a cadeira no Senado deve ficar com Jussara Lima (PSD) ou José Amauri (Solidariedade). 

Renan Filho (MDB-AL) foi governador de Alagoas entre 2015 e 2022, além de prefeito de Murici (AL) e deputado federal. Enquanto ele estiver nos Transportes, a cadeira no Senado fica com Fernando Farias (MDB) ou Adélia Maria (PV).

Suplentes atuais

Carlos Fávaro tem mandato parlamentar até 2027. Após a nomeação para o Ministério da Agricultura, a vaga no Senado deve ficar com Margareth Buzetti ou José Esteves de Lacerda Filho, ambos recém filiados ao PSD.

O mandato de Simone Tebet termina no dia 1º de fevereiro. Até o final da atual legislatura, a cadeira dela no Senado deve ser ocupada por Celso Dal Lago Rodrigues (MDB) ou Moacir Kohl (PSB).

Alexandre Silveira também se despede do Senado em 1º de fevereiro. Ele foi eleito como primeiro suplente do então senador Antonio Anastasia, nomeado neste ano para o Tribunal de Contas da União (TCU). Com a ida para o Ministério das Minas e Energia, a vaga deve ser ocupada pelo segundo suplente, Lael Vieira Varella (União). 

*Da Agência Senado

Os nomes de Renan Filho e Jader Filho como ministros do governo Lula (PT) foram confirmados nesta quarta-feira (28), pelo MDB. Segundo o presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, o partido terá três ministérios na gestão do petista. 

O senador eleito por Alagoas, Renan Filho, será ministro dos Transportes. Já Jader Filho vai comandar a pasta das Cidades. Além deles, a senadora Simone Tebet também vai fazer parte da Esplanada, no comando do Ministério do Planejamento. 

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O senador eleito Renan Filho (MDB-AL) foi sondado para comandar o Ministério do Planejamento. A conversa entre Renan e um interlocutor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu nesta quinta-feira, 15. A avaliação do núcleo duro de Lula é de que a entrada do ex-governador de Alagoas no Planejamento poderia resolver um problema técnico pela via política.

Na semana passada, Lula anunciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda. Desde então, o presidente eleito vem sendo pressionado a divulgar quem será o titular do Planejamento. A dobradinha Haddad-Renan Filho é vista com bons olhos por dirigentes do PT.

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Economista, Renan Filho disse a aliados que ainda não pode dar uma resposta ao emissário de Lula sem que a bancada do MDB avalize sua ida para esse cargo. Até agora, no entanto, os senadores do MDB preferem um ministério que faça "entregas", como os de Cidades, Infraestrutura ou Desenvolvimento Regional.

Antes de ser sondado para o Planejamento, Renan Filho teve o nome cotado para ocupar Minas e Energia. Como mostrou o Estadão, o ministério também é cobiçado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deseja emplacar no cargo o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil e seu aliado. Lira e a família Calheiros são adversários na política e a queda-de-braço já chegou à composição do governo Lula.

A reforma da Previdência tem sido o foco do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a dedicação da gestão federal ao tema não tem agradado alguns governadores, como o de Alagoas, Renan Filho (MDB). Na avaliação do emedebista, o país “não pode parar esperando só a reforma da Previdência” e precisa “diversificar a agenda” para retomar o crescimento.  

“O que não pode é ter uma agenda única, um samba de uma nota só. Precisa ter mais coisas para retomar o protagonismo”, disse o governador alagoano ao conversar com a imprensa, nessa sexta-feira (24) durante agenda no Recife.

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“O Brasil não pode ficar só esperando pela reforma, porque isso é angustiante, traz desesperança para o cidadão, sobretudo para os desempregados. A gente precisa ter uma agenda que inclua quem está fora do mercado de trabalho, ou seja, diversificar a agenda para que o país sinta que pode voltar a crescer”, acrescentou.

Renan lembrou, inclusive, que ele e os gestores estaduais da região Nordeste são favoráveis e sabem da necessidade de uma reforma da Previdência, mas sem “a retirada de direitos dos mais pobres”.

Nessa sexta, quando esteve com os governadores nordestinos, Jair Bolsonaro pediu apoio deles para a aprovação do texto que muda as regras da aposentadoria.

Popularidade e governo Bolsonaro

O Nordeste, de acordo com pesquisas recentes, é a região que mais rejeita o governo do presidente Jair Bolsonaro. Ao ser indagado se a visita de Bolsonaro ao Recife e o anúncio de acréscimo de R$ 4 bilhões para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), ainda em 2019, ajudaria na reversão da popularidade do presidente, Renan ironizou.

“Não é muito fácil reverter impopularidade não”, disparou. “Popularidade não se relaciona muito com dinheiro. Se relaciona mais com capacidade de liderar, gerar esperança para o Nordeste”, completou o governador.

Para Renan Filho, Bolsonaro “não tem acertado muito até agora”.

O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), acaba de garantir a reeleição para o governo de Alagoas. Com 81,48% das urnas apuradas, o candidato tem 791.816 votos (77,99%) e não pode ser mais alcançado por Josan Leite (PSL), que tem 10,47%. Renan Filho completou 39 anos, é casado com a administradora Renata Pires Calheiros e tem dois filhos.

O candidato reeleito pertence a uma tradicional família de políticos nordestinos. É filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-ministro e ex-presidente do Senado. Filiado ao MDB (na época, PMDB) desde 2003, Renan Filho foi prefeito de Murici (AL) de 2005 a 2010, quando renunciou ao cargo para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Na Câmara foi vice-líder do PMDB.

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Apesar da curta carreira política, Renan Filho foi eleito governador de Alagoas em 2014, no primeiro turno, com 52% dos votos válidos, derrotando o senador Benedito de Lira (PP). É bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Políticas Públicas para a Primeira Infância na Universidade de Harvard (Cambridge, EUA).

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