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É consenso que, em meio à recessão da economia, a restrição de crédito é um problema para as empresas. A forma de enfrentar isso, por outro lado, é objeto de divergência. Economistas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" fizeram análises distintas sobre a estratégia do governo de orientar os bancos públicos a socorrer empresas da cadeia produtiva de diversos setores com empréstimos em melhores condições.

Os dados mais recentes do Banco Central (BC) apontam alta de apenas 0,6% nas concessões totais de crédito para pessoas jurídicas nos 12 meses até junho - no acumulado do ano, houve queda de 0,4%.

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Para o consultor Roberto Luís Troster, que foi economista-chefe da Febraban, entidade que representa os bancos, os números são sinal de que há uma "crise de crédito". "O Brasil está com problemas, isso está freando a economia. Uma reforma de crédito daria um gás na economia", afirmou Troster, crítico da estratégia anunciada nesta terça-feira, 18.

Na visão do economista Júlio Gomes de Almeida, professor do Instituto de Economia da Unicamp, "estamos perdendo o controle do tamanho da recessão". "Se o crédito for embora, a coisa fica muito difícil", afirmou Almeida.

Para o professor, oferecer linhas de crédito especiais para algumas cadeias produtivas que têm grande capilaridade na economia é positivo, mesmo que não resolva o problema. Em sua visão, o crédito apenas "dá fôlego" às empresas.

Mesmo assim, o modelo das linhas anunciadas pela Caixa hoje para o setor automotivo, que usam como garantia contratos de fornecimento com as montadoras, no caso do setor de autopeças, é positivo porque permite oferecer juros menores com menos subsídio. Na mesma linha, vai a oferta de capital de giro do BNDES, o Progeren, que teve as condições ampliadas na semana passada, com orçamento de R$ 7,7 bilhões até o fim do ano.

Almeida não vê problemas na seleção de alguns setores. Segundo o professor da Unicamp, cadeias de fornecedores das indústrias de bens de capital, eletroeletrônica, moveleira e química, além da automotiva, geram muitos empregos e movimentam a economia.

Troster discorda

"O governo poderia até fazer incentivos setoriais, mas, neste momento de crise de crédito e inadimplência, essas medidas só vão aliviar algumas empresas à custa de toda a sociedade", afirmou o economista, que defende uma reforma do crédito, começando pela liberação dos compulsórios, os recursos dos bancos depositados no BC, com baixíssimo rendimento e que não podem ser emprestados.

Segundo Troster, são R$ 360 bilhões parados e liberar uma parte disso dinamizaria o crédito para todas as empresas. Outras medidas da reforma seriam mudar as exigências do BC em relação a provisionamentos para perdas (valores que os bancos separam no balanço para arcar com calotes), montar um cadastro de inadimplência "interativo" (usado por todos os bancos e com notas para cada tomador de crédito, empresa ou pessoa física, que funcionaria como os bônus do setor de seguros) e mudar o sistema de tributos.

Almeida e Troster discordam também sobre os impactos nas contas públicas. Para o professor da Unicamp, o custo em termos de recursos públicos é pequeno porque há boas garantias, no modelo usado no setor automotivo. Já Troster alerta para o risco de se "colocar dinheiro bom sobre dinheiro ruim", pois em vários dos setores citados a demanda na ponta está fraca, como no caso das vendas de automóveis, em queda desde o início do ano.

Ouvido na condição de testemunha, o ex-gerente geral da agência do Banco do Brasil, José Aparecido Augusto Eiras, admitiu à CPI da Petrobras que a empresa que foi de sua esposa foi utilizada pelo doleiro Raul Srour e que sua cunhada entrou como sócia na empresa.

Eiras, que era responsável pela agência em São Paulo onde o doleiro tinha conta, explicou que Srour disse que precisava de uma empresa para "ter capital de giro" para a corretora Distri-cash. O ex-gerente relatou que sua mulher tinha uma empresa de cobrança desativada e que concordou em vendê-la ao doleiro. Srour ainda pediu a recomendação de alguém para compor o quadro de sócios e ele indicou sua cunhada, que precisava de emprego e queria estudar em São Paulo. Em seguida, explicou, Vanessa acabou indo para o Paraná e seu nome nunca foi substituído no negócio. De acordo com ele, a cunhada nunca recebeu por integrar 1% do negócio.

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O ex-gerente alegou que tinha uma relação "profissional" com o doleiro e que apenas buscava bons negócios com ele para atingir as metas internas do banco. Srour tinha uma conta com alta movimentação em dinheiro. "Eu enxerguei nele um cliente em potencial", justificou.

Brechas

Eiras também tinha em sua agência a conta da doleira Nelma Kodama que, assim como ele, se mudou do Paraná para São Paulo. Ele afirmou que só veio a conhecê-la em São Paulo e que não teve oportunidade de averiguar pessoalmente a empresa de Nelma. "Eu não facilitei a vida dela", enfatizou.

Ele negou que Srour tenha recomendado Nelma para abrir a conta na agência de Campos Elísios, no centro de São Paulo, e rechaçou a possibilidade de "burlar" o sistema em favor dos doleiros. "Pode burlar um mês, dois meses, mas depois a casa cai", declarou.

O ex-funcionário do BB contou que foi afastado para que o banco fizesse a apuração das denúncias assim que o gerente assistente Rinaldo Gonçalves de Carvalho foi preso. Ele decidiu pedir aposentadoria e não voltar às atividades do banco. "Daí não tinha clima para voltar ao trabalho".

O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,008 bilhões, no segundo trimestre deste ano, com crescimento de 6,3%, na comparação a igual período de 2014 (R$ 2,829 bilhões). Os ativos do Banco do Brasil atingiram R$ 1,534 trilhão em junho deste ano, crescimento de 9,5% em 12 meses e de 0,7% em relação ao trimestre anterior.

A carteira de crédito ampliada, que inclui títulos de valores mobiliários e garantias prestadas, atingiu R$ 776,8 bilhões em junho, crescimento de 8% em 12 meses. O financiamento imobiliário registrou aumento de 37,8% em 12 meses.

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O financiamento ao agronegócio encerrou o primeiro semestre de 2015 com R$ 168,3 bilhões. Esse montante é 7,1% maior do que o registrado ao final do primeiro semestre de 2014. A carteira de crédito de clientes pessoa física do Banco do Brasil finalizou o segundo trimestre de 2015 com saldo de R$ 158,9 bilhões, crescimento de 3,4% no trimestre e de 11,6% em 12 meses. As linhas de menor risco de inadimplência (crédito consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e crédito imobiliário) corresponderam a 76,9% do total da carteira.

O saldo de crédito concedido às empresas encerrou junho com R$ 353,3 bilhões, crescimento de 5,4% em 12 meses.

O índice de inadimplência (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito) chegou a 2,04%, em junho. Houve aumento da inadimplência em relação a igual mês de 2014, quando estava em 1,99%. Mas o BB destaca que a inadimplência do banco está abaixo do patamar total do Sistema Financeiro, que registrou 2,9%, em junho.

O Banco do Brasil pretende desembolsar R$ 1,5 bilhão em crédito para empreendedores informais e individuais e micro e pequenas empresas em 2015. Os recursos da linha de microcrédito do banco público podem ser usados como capital de giro e investimentos em pequenos negócios.

Em 2014, o BB liberou R$ 2,1 bilhões em microcrédito, sendo 66% no segundo semestre. Neste ano, os desembolsos nos primeiros seis meses somaram R$ 570 milhões, mas a expectativa é que, até dezembro, seja liberada parcela de mais R$ 1 bilhão. Desde o lançamento da modalidade, em setembro de 2011, foram desembolsados R$ 5 bilhões pelo BB a 1,6 milhão de pequenos negócios.

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"Muitos aproveitam a crise para empreender", afirma Asclepius Ramatiz Lopes Soares, diretor-geral da Unidade de Negócios Sociais e Desenvolvimento Sustentável do BB. "O diferencial é a orientação que é dada ao tomador do crédito para que ele possa gerir melhor seu negócio", complementa.

Essa linha faz parte do Programa Crescer de Microcrédito Produtivo Orientado, do governo federal, voltado a microempreendedores e microempresas com faturamento de até R$ 120 mil por ano. No Brasil, o microcrédito ainda está concentrado nos bancos estatais e tem participação pequena no total de empréstimos e financiamentos.

Além da força dos pequenos negócios, mesmo em meio à crise por que passa a economia brasileira, o BB conta com a Movera, empresa especializada na oferta de microcrédito produtivo orientado, para bater a meta de R$ 1,5 bilhão em desembolsos.

A Movera tem 70 agentes que prospectam novos oportunidades para o segmento nas regiões metropolitanas de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará, Paraíba, Maranhão e no Distrito Federal.

A taxa desse empréstimo é mais em conta (2,8% ao mês), há isenção de IOF e o empréstimo pode ser quitado em até um ano e meio. A linha tem baixo nível de calote, embora a maior parte dos tomadores tenha baixa renda.

O Banco do Brasil informou que pretende desembolsar até o final deste ano cerca de R$ 1 bilhão na linha de financiamento imobiliário na linha pró-cotista, para trabalhadores com conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há, no mínimo, três anos. O BB mapeou 2,2 milhões de clientes que reúnem condições para pegar financiamentos por essa linha.

Para contratar dentro dessa nova modalidade, será preciso ter conta ativa do FGTS com, no mínimo, 36 contribuições, consecutivos ou não. Se o cliente não possuir conta ativa, é necessário que o saldo total do FGTS seja igual ou superior a 10% do valor do imóvel (ou do valor de compra e venda, o que foi maior).

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A linha de crédito financia até 90% de imóveis avaliados em até R$ 400 mil, pelo prazo máximo de 360 meses, ou 30 anos. A taxa de juros é de 9% ao ano.

A linha pró-cotista recebeu, no fim de maio, um incremento de R$ 5 bilhões, autorizado pelo conselho curador do FGTS. A medida incluiu um pacote de socorro aos financiamentos imobiliários, que ficaram sem recursos depois dos saques recordes da caderneta de poupança. Na mesma reunião, o conselho reduziu o valor máximo do imóvel que pode ser financiado de R$ 750 mil para R$ 400 mil.

O Banco Central chegou a liberar os bancos para usar R$ 22,5 bilhões dos depósitos que são obrigados a manter no BC desde que fossem utilizados em operações de financiamento da casa própria.

O BB também informou que ampliou o prazo de financiamento das linhas com o dinheiro da poupança para até 420 meses e elevou para até 80% a parcela que pode ser financiada. O movimento é contrário ao da Caixa, que reduziu de 80% para 50% o valor máximo de financiamento dos imóveis usados de até R$ 750 mil com os recursos da poupança.

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Um assalto na agência do Banco do Brasil da rua da Hora, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, provocou correria e temor de clientes e transeuntes, na manhã desta sexta-feira (3). Segundo a polícia, seis homens estavam envolvidos na investida e apenas um foi preso.

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Tudo foi muito rápido. Três homens ficaram no lado de fora da agência, enquanto três adentraram e anunciaram o assalto. De acordo com a estudante Gabriela Pereira, que estava no primeiro andar do banco, dois subiram e um, vestido com um terno, rendeu o segurança. “Mandaram todos deitarem no chão e disseram que não iam fazer nada com a gente. Não sei quanto tempo durou, mas para mim foi uma eternidade”. 

Gabriela acabou de se formar em medicina e disse nunca ir à unidade em, questão. “Nunca venho nesse banco e hoje vim para pagar um boleto de R$ 400 para tirar a CRM (carteira profissional)”, disse a jovem, ainda abalada depois do susto. Depois que os policiais chegaram, pouco a pouco os clientes foram liberados, com prioridade às mulheres.

Moradores da rua afirmam que assaltos são recorrentes na agência do Banco do Brasil. “Só no ano passado, assaltaram três vezes. Já gostam dessa agência”, gritou uma moradora de um prédio vizinho. O capitão Daniel Dias revelou que o homem preso – identificado como Cosme Cândido Dias Neto – foi pego com uma quantia em dinheiro, ainda sem confirmação do valor exato. 

“Dos três dentro da agência, dois ficaram no andar de cima e fugiram pelas janelas. As buscas continuarão. Apenas um homem estava armado e, segundo a informação que nos consta, era um simulacro (arma de brinquedo)”, asseverou o capitão Dias. O homem preso foi levado ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro. 

 

O ex-vice presidente do Banco do Brasil, Allan Simões Toledo, foi preso temporariamente pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 11, em São Paulo, por ordem da Justiça Federal. O executivo trabalha hoje no Banco Banif. Ele foi alvo da Operação Porto Victoria, deflagrada para desarticular uma organização criminosa transnacional especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em São Paulo, no Paraná e no Rio de Janeiro.

Durante as investigações, foram detectadas transações por meio de um esquema conhecido como "dólar cabo", realizadas no Brasil e no exterior, à margem do sistema oficial de remessa de divisas. Segundo estimativas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), há movimentações, como indicativo de lavagem de dinheiro, de cerca de R$ 3 bilhões em três anos de atuação das empresas envolvidas.

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A investigação teve início em 2014 após solicitação da Agência Norte Americana de Imigração e Alfândega - ICE, para apuração de fatos envolvendo um brasileiro que atuaria junto a uma organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Reino Unido, na Venezuela, nos Estados Unidos, Brasil e Hong Kong. A PF identificou a atuação do grupo em diversas frentes.

Um dos esquemas baseou-se na especialização da retirada ilegal de divisas da Venezuela por meio de importações fictícias promovidas por empresas brasileiras que tinham como fim somente a movimentação financeira. Os produtos brasileiros eram superfaturados em até 5.000% para justificar a remessa dos valores vindos da Venezuela. Em seguida, empréstimos e importações simuladas justificavam o envio dos recursos para Hong Kong, de onde então era encaminhados para outras contas ao redor do mundo.

Outro modo de ação - realizado no Brasil - era feito com importações fictícias por empresas brasileiras valendo-se da colaboração de operadores do sistema financeiro com bancos e corretoras de valores, que faziam vista grossa em relação à veracidade de transações comerciais que tinham como fim único o envio de dólares para o exterior, com aparências de legalidade.

A assessoria de imprensa do Banco Banif informou que não vai se pronunciar.

Estão em andamento as discussões para transformar o Postal, dos Correios, em parceria com o Banco do Brasil, em uma instituição financeira de fato com a oferta de mais produtos, mas sem data para serem concluídas, segundo José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do BB. "Estamos discutindo o escopo da parceria. Não vamos falar um prazo para conclusão para não criar expectativas", disse ele, em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira, 14.

Coelho não quis detalhar o andamento das discussões, mas ressaltou que há complexidade. Isso porque ao longo das conversas, segundo o executivo, temas são desdobrados e, com isso, a conclusão é postergada. Garantiu, contudo, que as discussões estão em nível adequado.

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"O Postal continua trabalhando de maneira paralela às discussões a nova instituição financeira", acrescentou o vice-presidente do BB, sem dar mais detalhes sobre o plano de negócios da nova instituição.

O banco Postal é uma das apostas do Banco do Brasil para elevar seus ganhos com tarifas. Em fevereiro do ano passado, ambos firmaram um novo contrato para ampliar o leque de produtos nas unidades do Postal.

A CPI do HSBC, que investiga irregularidades em contas de brasileiros na sede do banco na Suíça, aprovou nesta quinta-feira (9) um convite para o presidente da instituição no Brasil, Guilherme Brandão, prestar esclarecimentos sobre o escândalo chamado de Swissleaks.

Brandão era alvo de uma convocação, o que tornaria o depoimento dele obrigatório, mas a pressão da oposição levou a comissão a transformar o requerimento em convite - o que permite ao executivo indicar um representante para depor no seu lugar.

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Antes de ser voto vencido, o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defendeu a convocação de Brandão ou a vinda de um diretor ou outro presidente do HSBC fora do país. "Ele pode possibilitar a vinda de um representante do HSBC em nível internacional de diretoria ou presidência", disse o relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES). "Se ele (Brandão) não trouxer (representante de peso), nós vamos convocá-lo", defendeu.

Mas o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que a participação do presidente do HSBC Brasil não era preciso e a CPI deveria "evitar a exposição desnecessária para alguém que não deve ter sequer conhecimento do que aconteceu lá fora".

O senador tucano argumentou que o banco não é o alvo da investigação. "Tenho preocupação com o nível de exposição que pode trazer para uma instituição de nível global e para algo muito sensível que é o mercado financeiro", disse. "Acredito que o objeto não é investigar o banco, aqui se buscar encontrar evasão fiscal, sonegação fisal, dinheiro de corrupção, do narcotráfico", afirmou.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AC) rebateu a justificava de Cunha Lima, afirmando que o HSBC prospectou clientes no Brasil. "A informação que chega nesta comissão é de que o banco, para captar cliente no Brasil, utilizou de subterfúgios oferecendo vantagens e nós temos de entender esse sistema", considerou.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) também se posicionou contrário à participação de Brandão na CPI, sustentando que o presidente do HSBC Brasil deveria "não ter conhecimento, apenas notícias" sobre o Swissleaks. "O banco não está em questão e senhor Guilherme representa o banco. Acho temerário fazer a convocação do HSBC do Brasil. As questões não são aqui do Brasil, o nome é o mesmo mas é outra administração, outro presidente (o do banco de Genebra)", disse.

O parlamentar do PSOL rejeitou os argumentos, mas sugeriu que a convocação fosse transformada para em convite para Brandão "informar o procedimento do banco" para prospectar clientes no Brasil. "Essa CPI tem um papel importante de entender o sistema financeiro internacional e como esses paraísos iscais funcionam e parasitam de riquezas acumuladas em outros países de forma ilegal", considerou.

A CPI do HSBC também aprovou a convocação dos ex-diretores do Metrô de São Paulo, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Ademir Venâncio de Araújo. Eles aparecem como proprietários de contas no banco suíço.

O Banco do Brasil emprestou em março R$ 2,5 bilhões para pessoas físicas, montante que garantiu não só crescimento, mas compensou a fraqueza dos meses anteriores e pode salvar o primeiro trimestre. A expansão foi de quase 79% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, segundo Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, quando foram emprestados R$ 1,4 bilhão, puxado, principalmente, por crédito imobiliário.

Tal crescimento pode ser, inclusive, um impulso para que o BB alcance suas metas de crédito à pessoa física. O banco espera que essa carteira cresça entre 6% e 10% neste ano, projeção mais tímida que a de alta de 8% a 12% estimada para 2014, quando os empréstimos para este público cresceram somente 6,8%, totalizando R$ 179,2 bilhões.

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"O desempenho de março mostra que há demanda por crédito e retomada do crescimento. O cenário no empréstimo para pessoa física não é ruim, é desafiador, mas com oportunidades. Há espaço de penetração para produtos voltados ao varejo", diz o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a primeira desde que assumiu o cargo, citando ainda cartões, seguro e consórcio.

Embora não comente guidances, o executivo vê manutenção das atuais taxas de expansão do crédito à pessoa física e melhorias nas perspectivas para a demanda neste ano. Acrescenta ainda que foi possível entregar tamanho avanço sem afrouxar as políticas de crédito.

Como indutores deste crescimento, ele cita investimentos na área digital, incentivando clientes a utilizarem canais eletrônicos, e uma oferta mais assertiva a partir do cruzamento de dados dos correntistas (CRM, na sigla em inglês).

Na carteira, que engloba além da linha imobiliária, consignado (com desconto em folha de pagamento), crédito direto ao consumidor (CDC) e antecipação de imposto de renda, alguns segmentos, como os de menores riscos, que têm sido alvo de forte disputa entre os grandes bancos, tendem a se destacar, segundo o vice-presidente do BB. A compra de imóveis é um deles. Moreira espera crescimento acima dos 40% ao longo deste ano. Já consignado deve ter alta de 12%, conforme ele.

A inadimplência, de acordo com Moreira, tende a crescer no primeiro trimestre, reflexo de questões sazonais uma vez que o período é marcado por um acúmulo de contas extras como pagamentos de tributos, escolares e resquícios das festas de fim de ano. O vice-presidente do BB garante, contudo, que não há "alerta nem preocupação" com os calotes. Após interromper dois trimestres de piora, a inadimplência do banco, considerando os atrasos superiores a 90 dias, teve queda de 0,06 ponto porcentual em dezembro ante setembro, para 2,03%.

Se de um lado o início do ano traz aumento nos calotes, do outro traz oportunidade para os bancos lançarem linhas específicas para os gastos maiores no período como o crédito para antecipação do imposto de renda, considerado de baixo risco já que tem garantia do recurso a ser liberado pela Receita Federal. O BB espera que até o fim de abril essa linha ultrapasse R$ 550 milhões, o que indicaria avanço de 12% ante mesmo mês de 2014. A demanda foi tamanha que, conforme Moreira, o banco deve nos próximos anos disponibilizar mais recursos para antecipação de imposto de renda.

Com patrimônio líquido de mais de R$ 80,6 bilhões e R$ 1,437 trilhão em ativos totais, o BB encerrou 2014 com carteira de crédito de cerca de R$ 761 bilhões. Neste ano, o banco espera que sua carteira de crédito cresça no mínimo 7% e no máximo 11%. Em 2014, avançou 10%, abaixo do intervalo de 12% a 16%.

Depois de desbancar o cheque na preferência dos consumidores, o cartão de plástico começa a ser ameaçado. Chegou ao Brasil a tecnologia que permite o pagamento de compras em lojas físicas por meio de smartphones.

Em vez de inserir ou passar o cartão na máquina, o cliente aproxima o celular de um leitor com a tecnologia Near Field Communication (NFC). Inicialmente disponível apenas para telefones com o sistema Android, a novidade foi lançada nesta semana pelo Banco do Brasil (BB) e vale tanto para operações de crédito quanto de débito.

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Diferentemente de outros países, onde os pagamentos por telefones móveis utilizam créditos de celulares, a solução adotada pelo BB usa cartões virtuais atrelados ao cartão físico.

Por meio do aplicativo Ourocard-e, o correntista pode criar quantos cartões virtuais desejar, todos atrelados ao cartão de plástico do cliente e sem a cobrança de anualidade, que vale apenas para o cartão principal.

O vencimento da fatura, os benefícios e os atributos dos cartões virtuais seguem o cartão principal. “Essa é uma tecnologia pioneira em todo o mundo”, diz o vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Raul Moreira. Desde o ano passado, o banco oferece cartões virtuais para compras em sites eletrônicos. A ferramenta agora foi estendida às lojas físicas.

A compra por meio da tecnologia NFC funciona da seguinte forma: o lojista informa o valor da compra na máquina. Em vez de entregar o cartão com seus dados ao vendedor, o cliente abre o aplicativo, escolhe o cartão virtual que deseja usar e a forma de pagamento (crédito ou débito).

Para concluir a transação, o comprador aproxima o celular do leitor, digita a senha do cartão e espera a emissão do comprovante. Compras abaixo de R$ 50 dispensam a senha.

Segundo Moreira, a tecnologia não oferece risco de clonagem. Ao fazer um pagamento, o sistema emite para a máquina uma chave de segurança que elimina qualquer possibilidade de captura do número do cartão do cliente.

“A segurança é a mesma dos chips instalados nos cartões de plástico. Para o lojista, a tecnologia NFC reduz as filas nos caixas porque as transações são mais rápidas que no sistema tradicional”, explica.

Para evitar contratempos em caso de perda do celular, o usuário deve seguir os procedimentos padrões para o extravio de smartphones. Basta inserir uma senha segura para o aparelho, de modo que o ladrão não consiga desbloqueá-lo, ou programar a desativação remota do telefone.

Na primeira etapa, a novidade está disponível apenas para clientes com cartões Ourocard Visa. Em maio, os clientes do Banco do Brasil com cartões Elo também poderão criar cartões virtuais.

Apesar de a tecnologia estar em fase inicial, o vice-presidente do BB diz que 70% dos terminais nos pontos de venda estão preparados para a tecnologia NFC. “Nos Estados Unidos, apenas 15% das máquinas estão adaptadas ao NFC”, compara.

Raul Moreira diz que o banco pretende estender a tecnologia aos smartphones com os sistemas iOS (da Apple) e Windows Phone. No entanto, ainda não existe data para que a funcionalidade seja incorporada a esses aparelhos.

“Decidimos dar prioridade ao Android, que responde por 80% do mercado brasileiro de smartphones. A utilização da ferramenta nos iPhones exige a definição de que solução a Apple pretende adotar para o NFC”, justifica.

Há uma semana usando o cartão virtual no smartphone, o engenheiro Guilherme Rodrigues, 31 anos, aprova a tecnologia. “Além de agilizar o pagamento, acho mais seguro que o cartão tradicional porque o risco de clonagem é menor”, diz.

Segundo ele, a maior dificuldade, até agora, tem ocorrido com lojistas que não sabem operar o NFC: “É uma questão temporária, que vai ser resolvida quando os comerciantes se habituarem ao sistema”.

Para usar a tecnologia, é necessário ter um celular Android com função NFC. O telefone deve ter ainda sistema operacional mínimo Kit Kat 4.4.2 e acesso à internet móvel ou ao Wi-Fi. 

O Ministério da Justiça informou neste domingo (1º) ter realmente consultado a Procuradoria-Geral da República (PGR) se havia interesse no conhecimento de um estudo técnico feito pelo Banco do Brasil sobre as implicações econômicas e financeiras da Operação Lava Jato. Esse esclarecimento refere-se à informação publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, citando que "em novembro passado, José Eduardo Cardozo (Justiça) pediu que o procurador-geral da República recebesse diretores do Banco do Brasil para discutir as investigações".

Questionado pela Agência Estado sobre esse dado, o Ministério da Justiça informou que no final de 2014, o Banco do Brasil realizou estudo técnico sobre as implicações econômicas (execução de obra pública, emprego, etc.) e financeiras da Operação Lava Jato. O ministério destaca que, na oportunidade, esse estudo foi apresentado aos órgãos governamentais envolvidos diretamente nas apurações (Ministério da Justiça, Advocacia-Geral da União, Controladoria-Geral da União), "tendo sido manifestado pelo Banco do Brasil, na ocasião, interesse de que o estudo fosse igualmente apresentado ao Ministério Público Federal (MPF)".

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Diante de tal contexto, o MJ explica que, responsável pelas relações institucionais com o Judiciário e o Ministério Público, indagou à Procuradoria-Geral da República (PGR) se havia interesse no conhecimento desse trabalho por parte daquele órgão. "Manifestado o interesse, o Ministério da Justiça solicitou, então, ao Banco do Brasil que mantivesse contato direto com o gabinete da Procuradoria-Geral para o agendamento de uma reunião objetivando a apresentação desse estudo técnico", informa o Ministério.

O governo italiano deverá extraditar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão no julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão. A informação é da deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, que se encontrou hoje (13) com o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, Segundo ela, a sinalização da extradição foi dada pelo ministro.

“Ele me falou que não vê motivos para negar a extradição e que deve seguir a orientação da Justiça italiana”, disse Renata, que representa a América do Sul na Câmara dos Deputados da Itália, após sair de encontro com o ministro. Henrique Pizzolato fugiu do Brasil em 2013 e foi preso no ano passado, com passaporte falso, na cidade italiana de Maranello, na Itália.

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No ano passado a corte da cidade de Bolonha, Itália, havia negado a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, mas ontem (12) a Corte de Cassação de Roma decidiu pela extradição ao acatar recurso do governo brasileiro e do Ministério Público da Itália contra a decisão da Corte de Bolonha.

A deputada Renata Bueno disse que o ministro Andrea Orlando está muito receptivo ao pedido dos parlamentares que estão acompanhando o caso e que defendem a extradição. “Ele agradeceu nossa ajuda em todo o processo e garantiu que logo que receber o comunicado oficial da Justiça vai nos chamar para tratar do assunto”, disse.

A parlamentar informou que o Ministério da Justiça da Itália deve ser notificado da decisão da Corte de Cassação de Roma em até dez dias. A partir dai, segundo ela, o ministério tem prazo de 45 dias para autorizar ou não a extradição.

“A fase judicial já foi superada e agora entramos na fase política. Por isso, como fui eleita para a Câmara da Itália representando os países da América do Sul, estou atuando pessoalmente”.

O Banco do Brasil anuncia a nomeação de dois vice-presidentes. Em Gestão Financeira e Relações com Investidores, no lugar de Ivan Monteiro assume José Maurício Pereira Coelho. A outra nomeação é para a vice-presidência de Negócios de Varejo, agora com Raul Francisco Moreira. Ambos são funcionários de carreira, com 27 anos de casa. José Maurício Pereira Coelho, 48 anos, era diretor de finanças. Já Raul Francisco Moreira, 43 anos, atuava como diretor de Cartões.

Na última sexta-feira, 6, deixaram o BB rumo à Petrobras Aldemir Bendine, como presidente, e que no banco foi substituído por Alexandre Corrêa Abreu, e Ivan Monteiro, que assumiu a diretoria financeira da petroleira.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga empréstimo de R$ 2,7 milhões feito pelo Banco do Brasil à empresária Valdirene Aparecida Marchiori, a Val Marchiori. A operação foi realizada em 2013, na gestão de Aldemir Bendine, amigo da socialite. Na sexta-feira, 6, o executivo deixou o comando do banco e foi confirmado como novo presidente da Petrobrás. A fiscalização, em fase inicial, foi aberta a pedido do Ministério Público que atua no TCU. Em São Paulo, o Ministério Público Federal também pediu abertura de inquérito sobre o caso.

Conforme representação do procurador de contas Júlio Marcelo de Oliveira, os fatos são "potencialmente graves" e a cifra justifica, por si só, a atuação da corte de contas. "Mais importante é o precedente que essa operação encerra, podendo servir de modelo danoso para outras operações do Banco do Brasil, máxime porque as linhas de rigor na concessão do crédito não parecem ter sido observadas", escreveu o procurador. Para Oliveira, deve-se verificar se a operação é "recorrente" ou se foi "especialíssima, com gravidade presente em ambas as hipóteses".

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Val obteve o empréstimo do BB a partir de uma linha subsidiada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinada à aquisição de máquinas e equipamentos. De acordo com denúncia de funcionários do BB, a socialite tinha restrições de crédito por não ter capacidade financeira suficiente, além de não ter quitado empréstimo anterior feito pelo banco. O BB nega qualquer irregularidade.

Os recursos foram obtidos por meio de uma empresa de Val, a Torke Empreendimentos, para a compra de caminhões. Logo após a aquisição, os veículos foram sublocados para a Veloz Empreendimentos, que pertence a um irmão e à cunhada da socialite. Os dois tampouco teriam capacidade financeira para a aquisição. A partir da representação, apresentada em 31 de outubro, o TCU autuou um processo sobre o caso e pediu ao BB documentos para analisar a operação. O parecer dos auditores do tribunal ainda não foi concluído.

Ajuda

Bendine procurou autoridades da corte para convencê-los de que não houve irregularidades. Para isso, contou com a ajuda do vice-presidente de Governo do BB, Valmir Campelo Bezerra, ex-ministro do TCU. Se a operação for considerada irregular, Bendine pode ser multado. Se o TCU entender que houve prejuízo, cabe a abertura de uma tomada de contas especial para confirmar o valor do débito e impor a ele o ressarcimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco do Brasil informou, em nota à imprensa, que já prestou informações ao Ministério Público Federal sobre a operação contratada pela empresa Torke Empreendimentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que teve repasse dos recursos realizado pela instituição. "Tão logo seja comunicado sobre novas solicitações, o banco prestará os esclarecimentos necessários", destacou o BB.

A operação com a Torke, da empresária Val Marchiori, de acordo com o banco, está em situação de "total normalidade", com todos os pagamentos em dia, e "nenhuma pendência". "Isso significa que as análises técnicas realizadas - de crédito, de risco e da operação - tiveram êxito nos processos de conformidade", acrescentou a instituição.

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O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) solicitou, na tarde desta sexta-feira, 6, abertura de inquérito policial para investigar o empréstimo à Torke, que considera irregular. A operação foi realizada em 2013, na gestão de Aldemir Bendine, que foi confirmado hoje como o novo presidente da Petrobras, à socialite Val Marchiori.

De acordo com representação de um grupo de funcionários do BB, a instituição disponibilizou R$ 2,79 milhões à cliente oriundos de uma linha de financiamento BNDES Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), mesmo com o cadastro dela contendo restrições impeditivas de crédito, o que na prática inviabilizaria a liberação de tais recursos.

Nesta semana, a Justiça Federal determinou ao BB o fornecimento de documentos referentes aos empréstimos concedidos à empresária, desde 2009. Em outubro do ano passado, o MPF já havia feito o pedido, mas o banco alegou ser necessária uma ordem judicial de quebra de sigilo bancário dos envolvidos para atender à solicitação. O MFP acionou, então, a Justiça e afastou essa condição por se tratar de recursos públicos e deu prazo de cinco dias para que o BB disponibilizasse a documentação.

O Banco do Brasil informou nesta sexta-feira, 6, que seu presidente, Aldemir Bendine, renunciou, hoje aos cargos de presidente e de membro do conselho de administração da instituição. Além de Bendine, o vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com os Investidores, Ivan de Sousa Monteiro, também pediu renunciou.

Segundo fontes, Bendine deve assumir como presidente da Petrobras, e Ivan Monteiro, que deve ser anunciado hoje para a diretoria Financeira da estatal.

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Conforme noticiou o Broadcast mais cedo, o vice-presidente de negócios de Varejo do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, deve assumir a presidência da instituição no lugar de Aldemir Bendine, segundo fontes. O nome de Abreu estava sendo cogitado para o cargo juntamente com o do ex-secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, que também já foi do BB.

Para o lugar de Monteiro no Banco do Brasil, ainda não foi escolhido um substituto. Uma fonte diz que bons nomes para a vice-presidência financeira e de RI do BB incluem o ex-diretor de Controladoria do BB, Gustavo Sousa, e Marcos Giovani, da diretoria de Participações da Previ. (Colaborou Murilo Rodrigues Alves)

O Banco do Brasil (BB) foi condenado a pagar indenização de R$ 5 milhões por dano moral coletivo pela forma como conduz seu processo seletivo interno. O maior banco do País promove escriturário a cargos específicos, como advogados, por exemplo. A questão é que esses funcionários entram no banco por concurso público que exige apenas nível médio e depois são elevados a funções de nível superior.

A juíza Patrícia Soares Simões de Barros, da 16ª Vara do Trabalho de Brasília, acolheu o pedido do Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF), embora tenha discordado do valor da indenização - R$ 12,2 milhões.

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A juíza também determinou ao BB remover ao cargos de origem os funcionários que foram promovidos dessa forma, sem concurso de nível superior específico para a profissão que desempenham. A decisão é retroativa a 5 de outubro de 1988. Caso não cumpra a determinação em seis meses, o banco pode ser multado.

Além disso, exigiu que o BB só contrate, nomeie ou designe trabalhadores para cargos de nível superior após a prévia aprovação em concurso público específico para a respectiva profissão.

Autor da ação, o procurador Sebastião Vieira Caixeta afirma que a chamada "ascensão profissional" fere os direitos trabalhistas e a obrigatoriedade de concurso público para cada área. Caixeta defende que o BB passe a realizar concursos específicos e não ofereça apenas vagas para escriturário, cuja seleção possui como exigência apenas o nível médio.

"Está muito claro que não se pode considerar como sendo da mesma carreira o cargo de escriturário, de nível médio, e os de engenheiro, arquiteto, contador, analista de tecnologia da informação, advogados e todos os outros de nível superior" afirmou.

Na decisão, a juíza afirma que o BB, ao fazer esse tipo de promoção, fere o princípio da ampla acessibilidade aos cargos, pois não é permitido que qualquer possa concorrer a um cargo de nível superior, mas apenas empregados do banco que preencham requisitos estabelecidos pela própria instituição.

Para ela, o BB também "desvirtua a ideia de cargo em comissão" porque a escolha não é necessariamente feita para um cargo que se exige confiança em alto grau. "Tudo muito conveniente para o banco que, sem motivação, se quiser, poderá reverter tal situação a qualquer tempo, nomeando outro escolhido", sentenciou.

De acordo com a magistrada, há diversos processos na Justiça do Trabalho, com posicionamentos dos juízes, de que comissionados do banco realizam tarefas meramente técnicas. "Há situações nas quais as nomeações para ocupação de funções de nível superior sequer são precedidas de uma 'seleção interna', tornando ainda mais escancarada a falta de transparência na escolha do banco e fazendo cair por terra a tese patronal de que nomeações se dão mediante aferição de mérito dos candidatos", criticou.

O Banco do Brasil informou, por meio de nota, que vai recorrer da decisão. Na defesa apresentada no processo, o BB afirmou que esses profissionais que tiveram ascensão da carreira de nível médio para cargos de nível superior ocupam especificamente as áreas jurídicas e de tecnologia.

"Mesmo que se considerasse que a carreira é única, forçoso seria reconhecer que apenas alguns, em detrimento de outros, conseguem, simplesmente, ascender, sem necessidade de concorrer com todo e qualquer interessado na vaga", rebateu a juíza na decisão.

O Sindicato dos Bancários do DF apoia a decisão em parte: defende que as contratações para cargos de nível superior sejam feitas por meio de concursos específicos, mas é contrário à determinação da juíza de fazer com que os funcionários que foram promovidos para esses cargos retornem às funções que desempenharam quando começaram a trabalhar no banco.

"Acreditamos que o banco tem que ter concursos específicos, como é feito na Caixa, mas que a decisão vigore daqui para frente. É injusto que dois, três mil funcionários em todo o País sejam obrigados a ter um rebaixamento no salário", afirmou Wescly Queiroz, diretor jurídico do sindicato.

O deputado federal e candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro pelo PR, Anthony Garotinho, postou em seu blog um breve comentário a respeito da informação veiculada pela imprensa de que poderia vir a assumir a vice-presidência do Banco do Brasil. "Nada a declarar", disse o deputado, e embaixo reproduziu a chamada de um jornal: "Governo oferece vice-presidência do Banco do Brasil a Garotinho".

Apesar de alguns seguidores de seu blog reivindicarem que ele fosse mais claro a respeito do suposto convite para ocupar um cargo no Banco do Brasil - o "nada a declarar" não necessariamente elimina essa possibilidade -, Garotinho não se manifestou mais a respeito do tema.

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Uma de suas seguidoras no blog disse no comentário que a presidente Dilma tinha muito que agradecer a ele porque ela não teria vencido as eleições no Rio de Janeiro se Garotinho não tivesse pedido a seus eleitorado que votasse na petista nessas eleições presidenciais. Em um outro comentário, um seguidor diz que a suposta indicação do deputado do PR para o Banco do Brasil tinha provocado uma queda nas ações da instituição. O post em seu blog foi feito às 16h08 desta terça-feira, 9.

O Tesouro Nacional corrigiu a informação divulgada nesta sexta-feira, 29, de que o Banco do Brasil teria pago R$ 466,7 milhões de dividendos em julho. Segundo informou o órgão, o documento estava incorreto. O resultado geral, de R$ 5,2 milhões de dividendos no mês, está correto.

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