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Milhões de pessoas na China foram colocadas sob fortes restrições nesta quarta-feira (26), quando surtos esporádicos de Covid-19 levaram ao fechamento de negócios e interrupções na maior fábrica de iPhones do mundo.

A China é a única grande economia do mundo que ainda mantém uma estratégia de zero covid, aplicando confinamentos repentinos, testes em massa e longas quarentenas para erradicar a circulação do vírus em seu território.

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O país, onde começam a surgir sinais de desacordo com essa política, registrou nesta quarta-feira 1.241 novos casos positivos, a maioria assintomáticos, segundo a Comissão Nacional de Saúde.

Entre esses casos está um surto em uma fábrica na cidade de Zhengzhou (centro), que emprega cerca de 300.000 pessoas e é conhecida por ser a maior produtora de iPhones do mundo.

A FoxConn Technology Group, que administra a fábrica, reconheceu o surto nesta quarta-feira, mas disse que "a parte operacional e a produção (...) são relativamente estáveis".

"As medidas de saúde e segurança para os funcionários se mantêm", afirmou a empresa produtora de artigos eletrônicos, de Taiwan.

A empresa não especificou o número de funcionários afetados, mas disse que era "pequeno" e negou rumores infundados na Internet que falam de dezenas de milhares de infecções.

Os casos também geraram consequências em Pequim, onde o parque temático Universal Resort anunciou que havia "fechado temporariamente (...) para aplicar os requisitos de controle da epidemia".

As autoridades chinesas não estão abertas a flexibilizar as medidas anticovid, apesar da diminuição das infecções diárias.

O banco de investimento japonês Nomura estimou esta semana que mais de 200 milhões de pessoas estavam sob algum tipo de restrição reforçada.

Na cidade de Xining (noroeste), com 2,5 milhões de habitantes, moradores reclamaram nas redes sociais sobre as ordens de confinamento.

"Xining está como Xangai em abril", disse um usuário do Weibo, referindo-se ao longo e rigoroso confinamento da megalópole que provocou protestos isolados.

Agora a situação melhorou nessa cidade, o motor econômico do país, onde as autoridades começaram a distribuir uma vacina anticovid inalável nesta quarta-feira.

A vacina, produzida pela fabricante CanSino Biologics de Tianjin (nordeste), foi aprovada pelos reguladores locais em setembro e está sendo administrada como reforço aos já vacinados.

Quando Xi Jinping chegou ao poder em 2012, alguns previram que ele seria o líder mais liberal do Partido Comunista Chinês por causa de seu perfil discreto e histórico familiar. Dez anos depois, a realidade é bem diferente.

Depois de assegurar neste domingo (23) o terceiro mandato à frente do partido, e portanto do país, e de estabelecer-se como o líder mais poderoso desde Mao Tsé Tung, Xi demonstrou uma ambição implacável, intolerância à dissidência e um desejo de controle que se infiltrou em quase todos os aspectos da vida cotidiana na China.

Conhecido a princípio como marido de uma cantora popular, ele emergiu como um líder de aparente carisma e uma narrativa política hábil que criou um culto pessoal não visto desde os dias de Mao.

Mas pouco se sabe sobre sua pessoa ou impulsos.

"Eu contesto a visão convencional de que Xi Jinping busca o poder pelo poder", comentou à AFP Alfred L. Chan, autor de um livro sobre sua vida. "Eu diria que ele anseia pelo poder como instrumento para cumprir sua visão".

"Ele realmente tem uma visão para a China. Quer ver a China como o país mais poderoso do mundo", disse outro biógrafo, Adrian Geiges.

Nessa visão que ele chama de "sonho chinês" ou "o grande rejuvenescimento da nação chinesa", o Partido Comunista (PCC) desempenha um papel central.

"Xi é um homem de fé. Para ele, Deus é o Partido Comunista", escreveu Kerry Brown em seu livro "Xi: A Study in Power". "O maior erro que o resto do mundo comete sobre Xi é não levar sua fé a sério".

- "Traumatizados" -

Embora sua família integrasse a elite do partido, Xi não parecia destinado a esta posição. Seu pai, Xi Zhongxun, um herói revolucionário que se tornou vice-primeiro-ministro, foi alvo de expurgo durante a Revolução Cultural de Mao.

"Xi e sua família ficaram traumatizados", diz Chan.

De um dia para o outro, o agora presidente perdeu seu status. Uma de suas meias-irmãs cometeu suicídio por causa das perseguições.

Xi foi condenado ao ostracismo por seus colegas de classe, uma experiência que, segundo o cientista político David Shambaugh, contribuiu para "um distanciamento emocional e psicológico e para sua autonomia desde muito jovem".

Aos 15 anos, ele foi enviado para o centro da China, onde passou anos carregando grãos e dormindo em cavernas. "A intensidade do trabalho me impactou", reconheceu.

Também participou de sessões em que teve que denunciar seu próprio pai, como explicou em 1992 ao The Washington Post. "Mesmo que você não entenda, eles te obrigam a entender (...) Isso faz você amadurecer mais cedo", comentou.

Para o biógrafo Chan, essas experiências lhe deram "dureza".

"Tem noção da arbitrariedade do poder, por isso enfatiza a governança baseada na lei", aponta.

- De baixo -

A caverna onde Xi dormia foi transformada em atração turística para mostrar sua preocupação com os mais pobres.

Em uma visita da AFP em 2016, um morador local o descreveu como uma figura quase lendária, que lia muitos livros entre os intervalos do trabalho intenso. "Você podia ver que ele não era um homem comum".

Mas o caminho não foi tranquilo para Xi. Antes de ingressar no PCC, seu pedido foi rejeitado várias vezes devido ao legado familiar.

E então ele começou em um "nível muito baixo" como líder do partido em um vilarejo em 1974, observa Geiges. "Ele trabalhou muito sistematicamente" e tornou-se governador regional de Fujian em 1999, líder provincial do partido em Zhejiang em 2002 e depois em Xangai em 2007.

Enquanto isso, seu pai foi reabilitado na década de 1970 após a morte de Mao, o que fortaleceu sua posição.

Na vida pessoal, Xi se divorciou de sua primeira esposa para se casar em 1987 com a popular soprano Peng Liyuan, então mais conhecida que ele.

Para Cai Xia, ex-líder do PCC e agora exilada nos Estados Unidos, Xi "sofre de um complexo de inferioridade, sabendo que teve pouca educação formal em comparação com outros líderes do partido".

É por isso que ele é "teimoso e ditatorial", escreveu em um artigo recente na Foreign Affairs.

- Lições da URSS -

Mas Xi sempre se considerou "herdeiro da revolução", diz Chan.

Em 2007 ele foi nomeado para o Comitê Permanente do Politburo, o principal órgão de decisão da China. E cinco anos depois ele subiu ao topo, substituindo o presidente Hu Jintao.

Seu currículo não prenunciava o que viria a seguir: repressão a movimentos civis, mídia independente e liberdades acadêmicas, supostos abusos de direitos humanos na região de Xinjiang ou uma política externa muito mais agressiva que a de seu antecessor.

Sem acesso a Xi ou a seu círculo íntimo, os estudiosos procuram em seus primeiros textos pistas sobre suas motivações.

A importância central do partido e sua missão "de tornar a China um grande país é evidente desde os primeiros registros de Xi", diz Brown.

A narrativa de uma China em ascensão teve um grande efeito sobre a população, usando o nacionalismo a seu favor para legitimar o partido entre a população.

Mas o medo de perder o poder também é evidente.

"A queda da União Soviética e do socialismo no Leste Europeu foi um grande choque" para Xi, opina Geiges.

E sua conclusão é que o colapso aconteceu por causa da abertura política. "Ele decidiu que algo assim não deve acontecer na China (...) Por isso defende uma liderança forte do Partido Comunista, com um líder forte", acrescenta.

O presidente chinês, Xi Jinping, obteve neste domingo (23) um terceiro mandato e promoveu alguns de seus aliados mais próximos no Partido Comunista da China (PCC), o que consolida sua posição como o líder mais influente do país desde Mao Tsé-Tung.

Xi foi eleito novamente como secretário-geral do Partido Comunista, informou a agência estatal Xinhua, o que inclina o país de volta a um governo de um homem só, após décadas de poder compartilhado entre a elite do partido.

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"Quero agradecer sinceramente a todo o partido pela confiança que depositaram em nós", afirmou à imprensa no Grande Salão do Povo de Pequim após o anúncio da votação a portas fechadas.

Xi prometeu "trabalhar com diligência no cumprimento de nossos deveres e provar o valor da grande confiança em nosso partido e nosso povo".

Xi também foi designado novamente o comandante da Comissão Central Militar da China.

Com as nomeações, o líder de 69 anos tem praticamente assegurada a designação como presidente da China para um terceiro mandato, o que será anunciado formalmente durante as sessões legislativas anuais de março.

A eleição de Xi como secretário-geral encerrou o congresso do Partido Comunista, celebrado em Pequim ao longo da última semana, que também aprovou uma profunda reformulação da cúpula de poder com a renúncia de vários rivais de Xi.

O XX Congresso do Partido Comunista da China definiu um novo Comitê Central de quase 200 membros, que escolheram Xi e os demais integrantes do Comitê Permanente, principal organismo do poder político chinês.

Alguns aliados próximos de Xi foram anunciados como novos integrantes do Comitê Permanente, que tem sete membros.

Li Qing, ex-líder do partido em Xangai, confidente de Xi, subiu para o posto número dois, o que pode fazer com que seja nomeado primeiro-ministro nas sessões legislativas de março.

- Sem mulheres -

"Xi colocou seus aliados nas sete cadeiras do principal organismo de decisão do Partido Comunista, o que permitirá que domine o sistema político no futuro previsível", afirmou Neil Thomas, especialista em China do Eurasia Group.

O Comitê Central também escolheu os integrantes do Politburo, que desta vez terá 24 membros, segundo a lista divulgada neste domingo. Pela primeira vez em 25 anos, este grupo não terá a presença de nenhuma mulher.

Sun Chunlan, a única mulher no Politburo anterior, se aposentou e nenhuma outra representante foi designada.

Desde que chegou ao poder há uma década, Xi Jingping acumula poder como nenhum outro governante na história moderna da China, com exceção de Mao.

Em 2018, ele conseguiu eliminar o limite de dois mandatos presidenciais, o que abriu o caminho para que governo o país por tempo indeterminado.

Também liderou a ascensão da China como a segunda maior economia do planeta, estimulou uma grande expansão militar e uma postura internacional agressiva que gerou forte oposição dos Estados Unidos.

"Depois de mais de 40 anos de esforços incansáveis de reformas e abertura, nós criamos dois milagres: rápido desenvolvimento econômico e estabilidade social de longo prazo", afirmou Xi.

"A China não pode se desenvolver sem o mundo e o mundo também precisa da China", insistiu.

Xi enfrentará grandes desafios em seu terceiro mandato de cinco anos, incluindo a gestão de uma economia endividada e a crescente rivalidade com os Estados Unidos.

Após sua reeleição, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "mais calorosas felicitações" e disse que estava "feliz" para prosseguir o "diálogo construtivo e o trabalho comum próximo".

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un disse que espera um "bom futuro" nas relações bilaterais.

- Hu Jintao retirado do evento -

A votação deste domingo encerrou uma semana em que a cúpula do poder chinês exaltou sua própria liderança nos últimos cinco anos.

Analistas acompanharam com atenção para saber se a Carta do partido seria alterada para consagrar o "Pensamento de Xi Jinping" como filosofia de orientação, algo que colocaria Xi no mesmo nível de Mao.

Isto não aconteceu, embora a resolução tenha classificado o credo como "o marxismo da China contemporânea e do século XXI", acrescentando que "encarna a melhor cultura e a ética desta época".

Em uma ação inesperada no Grande Salão do Povo, o ex-presidente Hu Jintao foi retirado no sábado da cerimônia de encerramento do congresso.

O ex-líder de 79 anos pareceu resistir a deixar sua cadeira na primeira fila, onde estava sentado ao lado de Xi.

A imprensa estatal informou que Hu insistiu em participar do evento apesar de não estar bem de saúde.

"Como não se sentiu bem durante a sessão, sua equipe, por sua saúde, o acompanhou até uma sala anexa para repouso. Ele está muito melhor agora", afirmou a agência oficial de notícias Xinhua.

Uma investigação da emissora britânica Canal 4 acusou a varejista de roupas online, Shein, de pagar menos de um centavo por peça produzida pelos funcionários das empresas fornecedoras do site. Uma repórter da emissora se disfarçou de candidata a uma vaga e filmou duas fábricas que fornecem roupas para a empresa na cidade de Guangzhou, na China. 

Em uma das fábricas, os trabalhadores recebiam aproximadamente 4 centavos de dólar, cerca de R$0,21 por peça produzida. Já na outra unidade, os funcionários têm um salário-base de 4 mil yuans por mês, aproximadamente R$2.946,557, se produzirem 500 peças de roupa por dia. O pagamento do primeiro mês de trabalho é retido pela empresa, de acordo com o site The Cut. 

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A repórter foi informada pelos gerentes das fábricas, em conversa, que os trabalhadores das duas unidades trabalhavam até 18 horas por dia, sem horário de turno definido, e tinham somente um dia de folga por mês. Além disso, os trabalhadores também eram penalizados em ⅔ do salário diário em caso de erro na produção das peças.

As condições de trabalho descritas no documentário da emissora britânica violam às leis trabalhistas chinesas. A localização exata das fábricas não foi divulgada para proteger a repórter que registrou as situações e também a sua equipe. 

De acordo com o documentário, a Shein pratica uma espécie de “cultura de roubo de design” ao “rastrear as mídias sociais em busca de tendências emergentes, transformando-as em designs que eles encomendam em pequenos lotes de uma rede de milhares de fábricas em Guangzhou”. 

Em resposta, a Shein declarou estar preocupada com as denúncias. “Estamos extremamente preocupados com as reclamações apresentadas pelo Canal 4, que violariam o Código de Conduta acordado por todos os fornecedores da Shein. Qualquer não-conformidade com este código é tratada rapidamente e encerraremos parcerias que não atendam aos nossos padrões. Solicitamos informações específicas do Canal 4 para que possamos investigar”, disse. 

Ainda na nota, a varejista informou que os padrões impõem aos fornecedores um código de conduta baseado em convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e leis e regulamentos locais, incluindo práticas trabalhistas e condições de trabalho. 

O presidente chinês, Xi Jinping, deve obter, sem maiores dificuldades, um terceiro inédito mandato em 23 de outubro, um dia depois do encerramento do Congresso do Partido Comunista, cuja data foi anunciada neste sábado (15).

O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que começa no domingo (16) em Pequim, vai durar até 22 de outubro, anunciou hoje o porta-voz do evento, Sun Yeli.

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O grande encontro quinquenal da vida política chinesa pretende conceder ao presidente Xi um terceiro mandato de cinco anos à frente da organização política e do país.

No dia seguinte ao encerramento, ou seja, em 23 de outubro, será revelada a composição do novo Comitê Permanente do Politburo, o grupo de sete, ou nove, personalidades que encarna a cúpula do poder, incluindo o secretário-geral do PCC - hoje, Xi Jinping.

No total, cerca de 2.300 delegados, eleitos pelas diferentes assembleias do partido único, vão-se reunir a portas fechadas após a cerimônia de abertura, amanhã, na capital do país, no Palácio do Povo.

Xi Jinping, de 69 anos, fará um balanço dos últimos cinco anos e comunicará seu plano para os próximos cinco anos, em um discurso transmitido pela televisão.

O congresso, o 20º desde a criação do PCC em 1921, deve dar lugar a uma grande reconfiguração do Comitê Permanente do Politburo. Segundo a tradição não escrita, uma parte de seus membros atuais atingiu a idade em que devem se aposentar.

- Bolha sanitária para jornalistas -

Para cobrir o evento, os jornalistas foram obrigados a permanecer em uma "bolha sanitária" desde sexta-feira (14), como parte das rigorosas medidas vinculadas à política de zero covid no país.

Os repórteres estão isolados em um hotel, no oeste de Pequim, e devem passar por uma série de testes.

A coletiva de imprensa de apresentação deste sábado aconteceu em frente a dois telões. Durante a videoconferência de duas horas, o porta-voz do congresso respondeu a perguntas da imprensa chinesa e estrangeira. Não houve perguntas sobre Xi Jinping.

"A epidemia continua aí, é uma realidade que deve ser enfrentada", disse o porta-voz do congresso, ao ser questionado sobre o futuro da política de covid zero, que causou estragos na economia chinesa.

No congresso que começa amanhã, também será renovada a Comissão Militar Central. De 11 membros, ela é fundamental, porque controla o Exército. A temida Comissão Central de Controle Disciplinar, que persegue acusações de corrupção, também será renovada.

As decisões mais importantes são, na verdade, tomadas antes do Congresso entre as principais autoridades do país, que tentam chegar, antecipadamente, a um acordo sobre a distribuição dos cargos do Politburo entre as diferentes facções do partido.

Como costuma acontecer em sistemas de tipo socialista, o partido prevalece sobre o Estado. Por isso, Xi Jinping deve seu poder a seu cargo de secretário-geral do PCC, assumido em 2012, e não tanto à sua eleição como presidente pela Assembleia Popular Nacional, em 2013.

Fósseis de peixes de 440 milhões de anos, descobertos na China, permitem “preencher algumas das principais lacunas” com relação a como os peixes evoluíram até a espécie humana, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira (28).

Os fósseis foram encontrados em 2019, em dois grandes sítios na província de Guizhou e no município de Chongqing, no sudoeste da China.

Esses achados permitem “estabelecer que numerosas estruturas do corpo humano remontam aos peixes, alguns deles de 440 milhões de anos atrás”, declararam os pesquisadores do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia, da Academia Chinesa de Ciências.

As descobertas, destacadas em artigos publicados nesta quarta na revista científica Nature, permitem “preencher algumas das principais lacunas na evolução do peixe ao homem”, segundo a equipe responsável.

Entre os achados de Chongqing está um fóssil de peixe da família dos Acanthodii. Dotados de uma estrutura óssea em torno das nadadeiras, esses peixes são considerados antepassados de seres atuais com mandíbula e coluna vertebral, como é o caso do ser humano.

Em 2013, os cientistas descobriram na China outro fóssil de peixe de 419 milhões de anos, que refutou a antiga teoria de que os peixes modernos dotados de esqueletos ósseos (osteíctios) evoluíram a partir de um peixe parecido com um tubarão e dotado de uma estrutura cartilaginosa.

A nova criatura encontrada na China, chamada Fanjingshania, tem 15 milhões de anos a mais que esse peixe, de acordo com o estudo.

“Trata-se do peixe mais antigo dotado de mandíbula de que se conhece a anatomia”, explicou nesta quarta à imprensa o responsável por essa equipe de pesquisa, Zhu Min.

“É uma descoberta incrível”, afirmou John Long, ex-presidente da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos Estados Unidos. “Isso põe em questão quase tudo que sabíamos sobre a história inicial da evolução de animais com mandíbula.”

Milhões de pessoas na megacidade chinesa de Chengdu saíram nesta segunda-feira (19) do confinamento que havia sido decretado por um surto de Covid-19, que provocou o fechamento de escolas, interrompeu o comércio e obrigou os moradores a permanecer em casa por mais de duas semanas.

Com uma população de 21 milhões de pessoas no sudoeste da China, Chengdu foi a maior cidade do país a entrar em confinamento desde que a capital financeira Xangai adotou um confinamento rígido de dois meses em abril.

A China é a última grande economia do planeta a adotar a estratégia 'covid zero'. As autoridades são pressionadas para conter os surtos do vírus antes do Congresso do Partido Comunista da China em outubro.

"Com o esforço conjunto de toda a cidade, a epidemia foi controlada", afirmou o governo de Chengdu em um comunicado.

A nota confirma a retomada das operações nos prédios do governo, dos transportes públicos e das empresas, que estavam suspensas desde 1º de setembro.

Chengdu prosseguirá com os testes em larga escala. Para entrar em um local público ou utilizar o transporte público será necessário apresentar um teste negativo de covid-19 feito nas últimas 72 horas.

As escolas reabrirão de "maneira ordenada" e os estudantes serão submetidos a testes, segundo o comunicado.

Academias, piscinas, clubes e outros locais fechados devem verificar se todos os frequentadores apresentam teste negativo de covid, com exame feito nas últimas 48 horas.

A cidade não registrou casos de covid nesta segunda-feira, de acordo com o governo.

Durante o confinamento, alguns moradores não conseguiram deixar suas casas nem durante um terremoto que abalou uma área próxima da província de Sichuan em 5 de setembro, de acordo com alguns residentes.

Várias cidades, incluindo os centros tecnológicos de Shenzhen e Guiyang (sul), enfrentaram confinamentos localizados e restrições de viagens nas últimas semanas para conter pequenos focos da doença.

A China registrou nesta segunda-feira 807 novos contágios locais, em sua maioria assintomáticos, segundo a Comissão Nacional de Saúde.

Um incêndio arrasou, nesta sexta-feira (16), um arranha-céu de 218 metros de altura na cidade chinesa de Changsha, no centro do país, mas sem causar vítimas, segundo uma primeira avaliação dos bombeiros.

O incêndio, já extinto, afetou o prédio da empresa estatal de telecomunicações China Telecom.

A cidade de Changsha, com uma população de dez milhões de habitantes, é a capital da província de Hunan.

Imagens impressionantes transmitidas pela televisão estatal CCTV mostraram imensas chamas alaranjadas em toda a lateral do prédio, que tem 42 andares acima do solo.

Em vídeos postados nas redes sociais, uma espessa coluna preta pode ser vista escapando do prédio e pessoas fugindo para não serem atingidas por detritos incandescentes que caem do céu.

"De acordo com uma investigação preliminar, (o incêndio) teria ocorrido em uma parede externa do prédio", disseram os bombeiros da província de Hunan na rede social Weibo.

"O fogo foi controlado e não foram encontradas vítimas", ressaltou a mesma fonte, acrescentando que o primeiro pedido de socorro foi às 15h48 (04h48 no horário de Brasília).

Internautas publicaram imagens de um longo braço articulado utilizado pelos bombeiros para lançar água contra a superfície do prédio, parcialmente queimado.

"O fogo foi apagado às 16h30" e "as comunicações (por telefone) não foram interrompidas", garantiu a China Telecom em uma mensagem postada no Weibo, confirmando ainda a ausência imediata de vítimas.

O arranha-céu foi concluído em 2000, de acordo com a CCTV. Esta relativa modernidade do edifício poderia explicar em parte a ausência de vítimas. Os edifícios nas grandes cidades da China praticam regularmente simulações de incêndio.

De qualquer forma, a China é frequentemente palco de incêndios mortais, em parte explicados por uma aplicação, às vezes, negligente dos regulamentos de segurança e construções ilegais que podem complicar a evacuação.

Em junho de 2021, um incêndio em uma escola de artes marciais na província central de Henan deixou 18 mortos, a maioria crianças com entre 7 e 16 anos.

A mídia oficial indicou na época que o prédio onde a escola estava localizada não havia passado nas verificações de segurança obrigatórias.

Em 2017, dois incêndios mataram mais de 20 pessoas em bairros de Pequim habitados por trabalhadores migrantes de outras províncias.

Em 2010, um grande incêndio devastou um prédio residencial de 28 andares em Xangai, matando 58 pessoas.

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Bombeiros e militares procuravam nesta terça-feira (6) sobreviventes entre os escombros após um forte terremoto no sudoeste da China, que matou pelo menos 65 pessoas e provocou muitos danos em edifícios e infraestruturas.

O balanço atualizado inclui 37 vítimas fatais no município autônomo tibetano de Garze e 28 no condado vizinho de Shimian, o que eleva o total a 65, informaram o canal CCTV e o jornal People Daily, vinculado ao Partido Comunista.

A imprensa também anunciou que o terremoto deixou quase 250 feridos e 12 desaparecidos.

O canal estatal CCTV informou que quase 200 pessoas estão bloqueadas no vale de Hailuo, uma zona turística de geleiras que fica a mais de 2.850 metros de altitude.

O terremoto de 6,6 graus de magnitude aconteceu na segunda-feira pouco antes das 13H00 (2H00 de Brasília), a 10 quilômetros de profundidade na província de Sichuan, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos.

O epicentro foi localizado no condado de Luding, uma área de vales, rios caudalosos e estradas estreitas perto do planalto tibetano, quase 200 quilômetros ao oeste da capital provincial Chengdu.

A CCTV exibiu nesta terça-feira vídeos dos bombeiros retirando o corpo de uma mulher dos escombros ou transportando um ferido em uma maca por uma ponte improvisada sobre um rio.

Outras imagens mostraram imóveis de madeira e concreto com as marcas do terremoto: alguns desabaram parcialmente.

Algumas estradas, que viraram ruínas ou foram divididas pelo terremoto, não podem ser utilizadas, o que obriga as equipes de emergência a atravessar rios por pontes improvisadas ou com cabos posicionados entre as duas margens.

- Militares mobilizados -

O exército chinês anunciou a mobilização de 1.900 militares para participar nas buscas dos desaparecidos e socorrer a população.

A imprensa estatal também divulgou imagens de moradores temporariamente realojados em grandes barracas azuis e recebendo comida e água dos soldados.

O terremoto também foi sentido em edifícios na capital provincial de Chengdu, onde milhões de pessoas estão em confinamento por um surto de covid, e na grande cidade de Chongqing.

"Escutei um barulho muito alto. A casa sacudia tão forte que acordei na mesma hora", disse ao jornal Beijing News uma moradora do condado de Lu, identificada apenas como Zheng.

"A casa do meu irmão desabou. A casa dele é antiga, construída há mais de 10 anos. A minha é nova, a situação é melhor", explicou.

Depois do terremoto, a zona registrou ao menos 10 tremores secundários de 3 graus de magnitude ou superiores, de acordo com o Centro Chinês de Redes Sísmicas.

- Previsão de chuvas -

O presidente Xi Jinping fez um apelo na segunda-feira à noite para que o país faça "todo o possível para ajudar as pessoas afetadas e minimizar as perdas humanas", informou a agência oficial Xinhua.

A meteorologia prevê chuvas para os próximos dias na área mais afetada, o que pode complicar as operações de resgate.

Os terremotos são relativamente comuns na China, em particular em Sichuan. Em junho, ao menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em dois terremotos.

Em 2008, a região foi cenário de um terremoto de 7,9 graus de magnitude, que deixou 87.000 mortos ou desaparecidos, incluindo milhares de estudantes.

O sul da China também sofreu nos últimos meses uma onda de calor extremo, com temperaturas recordes que provocaram a seca dos rios de Chongqing.

Ao menos 21 pessoas morreram, várias estradas foram bloqueadas e inúmeras construções "severamente afetadas" em um terremoto de 6,6 graus de magnitude no sudoeste da China nesta segunda-feira (5).

O tremor aconteceu às 12H52 (1H52 de Brasília) na região montanhosa de Sichuan, 200 km ao sudoeste da cidade de Chengdu, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).

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A profundidade do terremoto foi estimada em 10 km e seu epicentro foi situado a 39 km do cantão de Luding, informou a emissora estatal CCTV.

Um vídeo divulgado pela agência de notícias oficial Xinhua mostra lampadas balançando e destroços no solo.

A CCTV exibiu imagens de bombeiros retirando pedras que bloqueavam uma rodovia.

A cidade de Ya'an informou 14 mortos na região rural de Shimian, próxima ao epicentro, segundo a CCTV.

Estas vítimas se somam aos sete mortos anunciados horas antes pela prefeitura da vizinha Garze, que administra o cantão de Luding. Até o momento, foram registrados 21 mortos no total.

Diante do balanço que pode aumentar, o presidente Xi Jinping pediu que "todo o possível seja feito para ajudar as pessoas afetadas pela catástrofe e minimizar as perdas humanas", segundo a agência Xinhua.

"Casas foram gravemente afetadas e as linhas de telefonia foram interrompidas em alguns locais", afirmou a CCTV.

- Exército mobilizado -

Mais de 1.000 soldados e oficiais do exército foram mobilizados, segundo a secretaria sismológica de Sichuan, que divulgou imagens de seus engenheiros equipados com computadores indo para o local.

De acordo com a CCTV, as autoridades locais também enviaram milhares de socorristas, bombeiros, médicos e membros da Polícia Armada Popular (agentes encarregados da segurança pública e mobilizados durante as catástrofes).

O tremor foi "relativamente forte", disse à AFP Chen, uma moradora de Chengdu, que não quis revelar seu nome completo. A cidade tem 21 milhões de habitantes e fica a quase 200 quilômetros do epicentro.

"Alguns de meus vizinhos disseram que o sentiram claramente", afirmou.

Como Chengdu está atualmente sob confinamento, "as pessoas não estão autorizadas a sair de seus complexos residenciais e muitos se refugiram nos quintais" das casas, acrescentou.

As autoridades ainda não informaram sobre os danos na cidade.

- "Medo" -

As autoridades de Chengdu prorrogaram no domingo o confinamento de seus habitantes após detectar centenas de novos casos de coronavírus.

Próximo ao epicentro do terremoto desta segunda-feira, as telecomunicações com Moxi, um pequeno vilarejo de 7.000 habitantes, foram cortadas, indicou a televisão estatal CGTN.

Mais de 500 bombeiros e funcionários das equipes de emergência foram enviados à região, informou a agência estatal Xinhua.

Um vídeo publicado pelo centro chinês de abalos sísmicos mostra várias pedras rolando colina abaixo no cantão de Luding, levantando nuvens de poeira.

Segundo o órgão, várias réplicas ocorreram após o primeiro tremor.

Um morador de Chongqing, a mais de 400 km do epicentro, indicou à AFP que o tremor foi sentido de forma "muito clara".

"Houve medo. Mas não parece as pessoas estavam muito preocupadas", explica.

A província de Sichuan, com várias montanhas e famosa por suas reservas de pandas, registra terremotos com frequência.

Em junho, um abalo de magnitude 6,1 sacudiu a província e deixou pelo menos quatro mortos e dezenas de feridos.

Em maio de 2008, um tremor muito potente, de magnitude 7,9, deixou 87.000 mortos e desaparecidos em Sichuan, uma catástrofe que comoveu o mundo.

Milhões de pessoas foram confinadas nesta sexta-feira (2) na cidade chinesa de Chengdu devido a alguns casos de Covid-19, que levaram à paralisação desta megalópole.

As prateleiras dos supermercados foram esvaziadas esta semana pelos moradores da cidade - um importante centro econômico no sudoeste da China com uma população de 21 milhões de habitantes - que temem uma repetição do longo confinamento enfrentado este ano por Xangai.

Esta manhã, os moradores de Chengdu esperavam muito tempo para passar por testes obrigatórios, enquanto vídeos verificados pela AFP confirmaram a falta de produtos nos supermercados.

Um morador, que pediu anonimato, disse à AFP que "todos estão estocando produtos desesperadamente", dada a experiência em Xangai, onde houve escassez de mercadorias durante o confinamento obrigatório.

De acordo com as diretrizes em Chengdu, uma pessoa de cada família poderá sair uma vez por dia para fazer compras e obter bens essenciais.

Essa pessoa terá que apresentar um teste negativo para covid de 24 horas, segundo fontes oficiais.

Essas fontes acrescentam que todos os moradores deverão ser testados e são instados a não sair da cidade, exceto em caso de “absoluta necessidade”.

A China é a última grande economia a aplicar a política de "covid zero", combatendo o vírus por meio de bloqueios e testes em massa, além de longas quarentenas.

Pela terceira vez, o Mundial de Atletismo Indoor marcado para ser disputado na China foi adiado. A competição, agendada inicialmente para 2020, foi transferida para 2025, em decisão anunciada nesta quinta-feira (1º). E, mais uma vez, a causa da mudança na data foi a pandemia de Covid-19.

O Mundial estava programado para março de 2023, na cidade de Nanquim, mas a World Athletics (a federação internacional de atletismo) optou pela cautela mais uma vez. E alegou "condições relacionadas à pandemia" para decidir por novo adiamento, desta vez, por dois anos.

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O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, explicou que a decisão precoce, a seis meses da competição, serve para "dar maior tranquilidade aos atletas e membros das federações para se prepararem para a temporada 2023", declarou. "Infelizmente, o prazo nos impedirá de realocar o evento para 2023. Mas o Mundial Indoor voltará em 2024, em Glasgow."

Nanquim deveria receber o evento em março de 2020, justamente o mês em que a Organização Mundial de Saúde oficializou a mudança no status da covid-19 para pandemia. Depois, a competição na cidade chinesa foi transferida para 2021, 2023 e agora, 2025.

Os adiamentos se devem à postura rígida das autoridades chinesas, preocupadas em alcançar um status de "covid zero" no país. A doença ainda causa mortes em solo chinês, como acontece em diversos países, e tem gerado medidas de restrição em diferentes pontos da China nos últimos meses, enquanto a flexibilização e até a liberação total se tornaram comuns em outras nações.

A cidade chinesa de Chengdu, no sudoeste do país e com quase 16 milhões de habitantes, iniciou um confinamento nesta quinta-feira (1º) para tentar conter um novo surto de Covid-19.

A China é a última grande economia do mundo que mantém a estratégia 'covid zero' para erradicar o vírus, o que inclui restrições às viagens internacionais, quarentenas, testes em larga escala e confinamentos severos.

As autoridades de Chengdu divulgaram um comunicado no qual pedem aos moradores que "permaneçam em casa" a partir das 18H00 de quinta-feira para lutar contra uma nova onda de contágios.

Uma pessoa de cada residência poderá sair por dia para comprar alimentos e produtos essenciais, mas o morador deve apresentar um teste negativo de covid feito nas últimas 24 horas.

Entre quinta-feira e domingo, todos os moradores serão submetidos a exames. O governo pediu que as pessoas não deixem a cidade, exceto em casos "absolutamente necessários".

"O estado atual do controle da epidemia é anormal, complexo e sombrio", afirma o documento do governo local. As medidas pretendem "deter a propagação do surto e garantir a saúde de todos os cidadãos", completa.

Chengdu registrou nesta quinta-feira 157 novos contágios locais, 51 deles assintomáticos, segundo as autoridades.

Em outras regiões da China, as crianças de pelo menos 10 cidades e províncias enfrentam a interrupção do ano letivo: o controle da pandemia obriga as escolas a adotar medidas como aulas virtuais, segundo um comunicado publicado por um jornal vinculado ao estatal Diário do Povo.

A polícia da China resgatou quase de 150 gatos destinados ao consumo humano no leste do país, informou uma organização internacional de proteção animal.

A Humane Society International (HSI) afirmou em um comunicado que os felinos estavam amontoados em gaiolas enferrujadas quando foram encontrados pela polícia na cidade de Jinan, na província de Shandong.

Segundo um ativista do grupo local de defesa dos animais VShine, a organização criminosa colocava pardais em jaulas para atrair os gatos e fechava as armadilhas com um controle remoto.

"Era chocante ver o estado em que estavam. Muitos deles estavam abatidos", declara Huang, outro ativista mencionado no comunicado do HSI. "A descoberta de dezenas de pardais vivos utilizados como isca para atrair os gatos também foi uma grande surpresa", acrescentou ele.

No local os ativistas encontraram 31 pardais, uma espécie protegida na China, que mais tarde foram soltos.

Acredita-se que a maioria dos gatos resgatados eram animais de estimação e foram enviados para abrigos de animais, ainda de acordo com o comunicado.

A China não possui uma lei específica para punir a violência contra os animais. Entretanto, os suspeitos podem ser processados por caçar pássaros, roubar gatos ou violar os regulamentos de prevenção de doenças animais.

O HSI afirma que a cada ano aproximadamente dez milhões de cachorros e quatro milhões de gatos são mortos para o consumo humano na China.

A carne de cachorro ou gato é considerada uma iguaria em algumas áreas da China, por isso seu comércio permanece sendo suficientemente lucrativo para estimular grupos criminosos a roubar animais domésticos.

No entanto, essas carnes são pouco consumidas na China, enquanto o número de animais de estimação aumenta.

Taiwan e China trocaram críticas por uma série de voos de drones sobre as Ilhas Kinmen taiwanesas, alguns deles para monitorar postos militares.

Fotos e vídeos de drones voando neste arquipélago, localizado a poucos quilômetros da cidade chinesa de Xiamen, circulam nas redes sociais chinesas e taiwanesas.

Um dos vídeos mostra soldados taiwaneses jogando pedras em um dos drones na tentativa de afastá-lo.

Quando perguntado sobre os vídeos na segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que não era um "caso digno de alarido" porque os drones "voam pelo território chinês".

Essa resposta desencadeou a fúria de Taiwan, que comparou o assédio dos drones ao comportamento de um "ladrão".

"Aqueles que não são convidados são chamados de ladrões, sejam eles invadindo à força ou espionando do ar, o povo de Taiwan não recebe tais ladrões", disse o ministério das Relações Exteriores de Taiwan em comunicado.

As tensões no Estreito de Taiwan estão em seu nível mais alto em anos após a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha no início de agosto.

Por uma semana, a China decidiu, em retaliação, realizar manobras militares em terra e mar não vistas desde meados da década de 1990, incluindo voos de drones sobre as Ilhas Kinmen.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 26, durante evento da Cotrijal, em Passo Fundo (RS), que não quer a "chinesada" entrando no País para quebrar a indústria nacional. Segundo Guedes, o plano da equipe econômica é acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para tonar o setor mais competitivo.

"Não queremos a chinesada entrando aqui quebrando nossas fábricas. Queremos uma coisa moderada. Baixei o IPI em 35%. Vamos acabar com o IPI. O IPI é um imposto de desindustrialização em massa. Está destruindo o Brasil há 40 anos. É ridículo, é patético, está errado. É um imposto pago antes de ter renda", disse o ministro da Economia.

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Segundo Guedes, o governo está comprometido em reduzir os impostos, abrir a economia e gerar mais empregos. Além disso, o chefe da equipe econômica voltou a se comprometer a manter o Auxílio Brasil em R$ 600. "Vamos manter o Auxílio Brasil em R$ 600 com a aprovação da reforma tributária, tributando dividendos. Se ganharmos a eleição, aprovaremos a tributação de dividendos no dia seguinte no Senado", disse.

Juros

No mesmo evento, o ministro da Economia afirmou que os juros no Brasil estão altos até demais e devem começar a cair no próximo ano. Para combater a inflação, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 13,75% ao ano. "O Brasil já está com tudo no lugar. O Brasil está com o juro até alto demais. O ano que vem vai descer. O fiscal está zerado e já temos um pequeno superávit. Nenhum deles está assim. Um único país do mundo está como a gente, que é Cingapura, uma cidade-Estado. Honramos o compromisso assumido com as gerações futuras", comentou.

Segundo Guedes, o Brasil está crescendo e gerando emprego, mas ainda tem gargalos que afetam a competitividade. O ministro citou como exemplo o minério de ferro, que é produzido no Brasil, exportado para a China e que volta como aço mais barato do que o produzido pelas indústrias brasileiras. "A logística no Brasil é inadequada e fere a competitividade. Além disso, o excesso de impostos faz o aço chinês ser 30% mais barato que o brasileiro", disse.

O chefe da equipe econômica ainda afirmou que não há um armadilha fiscal no Brasil e que a bomba dos precatórios foi desarmada. "A indústria de precatório assaltava a viúva, que é o Tesouro. Resolvemos esse problema", comentou.

O governo dos EUA decidiu suspender 26 voos de empresas aéreas chinesas, em meio a uma disputa sobre medidas de combate à Covid-19, após Pequim suspender voos de companhias americanas. O Departamento de Transporte dos EUA disse na quinta-feira (25) que Pequim violou um acordo sobre viagens aéreas e tratou companhias do setor de forma injusta por meio de um sistema que exige a suspensão de voos se passageiros testarem positivo para Covid-19.

Reguladores dos EUA suspenderam sete voos da Air China, partindo de Nova York, e um total de 19 voos, com embarque em Los Angeles, da Air China, China Eastern Airlines, China Southern Airlines e Xiamen Airlines.

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Um número igual de voos da United Airlines, American Airlines e Delta Air Lines foram suspensos pelo sistema de "circuit breaker" da China, de acordo com o Departamento.

Até 7 de agosto, se até nove passageiros de um voo testassem positivo para a doença, empresa aéreas poderiam suspender o voo por duas semanas ou reduzir o número de passageiros transportados para 40% do total possível, explicou o Departamento. Desde esta data, as companhias aéreas são obrigadas a suspender voos quando o número de testes positivos atinge 4% dos passageiros.

O Departamento alega que as companhias aéreas enfrentam "culpabilidade indevida" por passageiros que apresentam resultados de teste negativo antes do embarque, mas testam positivo após chegarem à China.

As ações da China se baseiam em circunstâncias totalmente fora do controle das companhias, segundo comunicado oficial. "Reservamo-nos o direito de tomar iniciativas adicionais" se Pequim impuser "mais medidas", acrescentou o comunicado. Fonte: Associated Press.

Metade do território da China enfrenta uma seca, incluindo áreas do normalmente gélido planalto do Tibete, de acordo com os dados oficiais, em meio a uma onda calor sem precedentes no país.

Um gráfico do Centro Nacional do Clima mostrou na quarta-feira (24) que amplas áreas do sul da China, incluindo partes do Tibete, estavam em condições de seca de "grave" a "extraordinária".

A área mais afetada, a bacia do rio Yangtze, que vai da província de Sichuan (sudoeste) até Xangai (costa leste), tem quase 370 milhões de habitantes e abriga grandes centros industriais, como a megacidade de Chongqing.

A segunda maior economia do planeta foi muito afetada recentemente por temperaturas recorde, inundações e secas, fenômenos extremos que os cientistas afirmam que serão cada vez mais intensos e frequentes devido à mudança climática.

O sul da China enfrenta a onda de calor mais prolongada desde o início dos registros de dados meteorológicos há mais de 60 anos, informou esta semana o ministério da Agricultura.

Os cientistas afirmam que a intensidade, extensão e duração desta onda de calor podem transformá-la em uma das mais graves do mundo.

A Administração Meteorológica da China prevê que as temperaturas devem prosseguir acima de 40 graus Celsius nas próximas 24 horas em Chongqing e nas províncias de Sichuan, Jiangxi e Zhejiang.

Em Sichuan, o termômetro atingiu a temperatura recorde de 43,9 graus na quarta-feira, segundo serviço meteorológico provincial.

- Pressão alimentar -

Algumas regiões tiveram um alívio no calor. Partes do sudoeste de Sichuan registraram fortes chuvas durante a noite, o que obrigou a retirada de quase 30.000 moradores da área, segundo o canal estatal CCTV.

No sudeste do país, o tufão Ma-on tocou o solo na manhã desta quinta-feira na província de Guangdong e em Hong Kong.

O Conselho de Estado da China anunciou subsídios de 10 bilhões de yuanes (1,45 bilhão de dólares) para ajudar os produtores de arroz afetados pela seca que, segundo as autoridades, representa uma "grave ameaça" para a colheita de outono (hemisfério norte, primavera no Brasil).

A China produz mais de 95% do arroz, trigo e milho que consome, mas uma queda na colheita pode levar o país a recorrer às importações e aumentar a pressão em um mercado global já tenso pela guerra na Ucrânia.

As autoridades defenderam "garantir água potável para a população e garantir água para a irrigação agrícola".

A rede CCTV exibiu na quarta-feira imagens de um serviço de carros-pipa para moradores e agricultores nas zonas rurais de Sichuan e Chongqing.

Além disso, estas regiões enfrentam desde a semana passada com incêndios florestais, exacerbados pelas temperaturas elevadas e a falta de água.

Os fazendeiros também foram afetados. As autoridades de Chongqing prometeram medidas de emergência para proteger as fazendas de porcos.

Um vídeo que mostra uma mulher de Sichuan chorando porque todas as suas galinhas morreram devido ao calor e os apagões viralizou nas redes sociais.

Temperaturas de até 45ºC levaram diversas províncias a restringir o fornecimento de energia às fábricas para garantir o serviço aos moradores, cuja demanda disparou com o uso do ar acondicionado.

Além disso, a redução do leito do rio Yangtze afeta a produção de barragens hidrelétricas.

Em partes de Sichuan e Chongqing, os moradores começaram a dormir em estacionamentos e estações do metrô em busca de temperaturas mais amenas.

O valor do yuan caiu ao menor nível frente ao dólar em dois anos e tende a desvalorizar mais à medida que o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) se mobiliza para combater a desaceleração econômica e uma grave crise imobiliária.

Nesta terça-feira (23), o yuan foi negociado a 6,86 por dólar no altamente controlado mercado onshore da China, tocando patamares vistos pela última vez em agosto de 2020, segundo a FactSet. No mercado offshore, onde os negócios são menos controlados, a moeda chinesa se enfraqueceu para cerca de 6,88 por dólar, trazendo a queda acumulada no ano para mais de 8%.

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A última liquidação do yuan se deve em parte à continuidade da valorização do dólar. Mas foi deflagrada também por uma recente série de dados que apontam fragilidade na economia da China. Em julho, a produção das fábricas, investimentos, gastos com consumo e números sobre empregos entre jovens evidenciaram ampla fraqueza econômica.

O PBoC vem reduzindo suas principais taxas de juros desde a semana passada, numa tentativa de reavivar a recuperação econômica da China. Os cortes, porém, têm sido prejudiciais para o valor do yuan frente ao dólar porque o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) vem seguindo na direção contrária.

O Fed elevou seus juros básicos em 75 pontos-base tanto em junho quanto em julho, na sua campanha mais agressiva de aumentos de taxas desde a década de 1980. Operadores estão divididos quanto às chances de o BC americano fazer o mesmo na reunião de setembro ou optar por um ajuste mais moderado, de 50 pontos-base.

Investidores aguardam um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, durante um simpósio de economistas em Jackson Hole (Wyoming), na sexta-feira (26), para buscar pistas sobre qual caminho o BC americano deverá seguir.

O ciclo de aperto monetário do Fed disparou uma ampla liquidação de moedas asiáticas neste ano, incluindo quedas de mais de 10% do iene japonês e do won sul-coreano.

O yuan também foi atingido com força, mas tem encontrado mais sustentação do que outras moedas, à medida que operadores apostam na saúde da economia chinesa no longo prazo, segundo o estrategista global de mercados do J.P. Morgan Asset Management, Chaoping Zhu. Fonte: Dow Jones Newswires.

"Minions 2: A Origem de Gru" estreou nos cinemas chineses em 19 de agosto. É o quinto filme da série "Meu Malvado Favorito".

O filme conta a história da juventude de Gru, o supervilão da franquia. Porém, ao contrário das outras versões internacionais, a China continental oferece um final diferente.

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As sequências da animação foram mantidas inalteradas, mas várias fotos e comentários foram adicionados no final.

No filme original, o mentor de Gru, Will Karnage, é o autor de uma tentativa de assalto e escapa da justiça após fingir sua morte.

Mas na versão exibida na China continental, o personagem é detido pela polícia e condenado a 20 anos de prisão, onde se torna mais sério e decide perseguir "sua paixão por atuar" criando "uma companhia de teatro".

Quanto a Gru, ele se torna um pai exemplar e volta "ao caminho certo", segundo o final alternativo, que ignora a realidade dos filmes anteriores da franquia.

Para serem exibidos na China, as obras audiovisuais chinesas e estrangeiras devem passar por um comitê de censura. Portanto, não é a primeira vez que um filme estrangeiro é modificado para se adequar ao que as autoridades apresentam como valores mais "saudáveis".

No início do ano, o filme de David Fincher "Clube da Luta" (1999), com Brad Pitt e Edward Norton, também foi modificado para exibição na plataforma chinesa Tencent Video.

O retorno da série americana "Friends" à China em uma plataforma de streaming em fevereiro também causou incompreensão dos espectadores, que notaram que os diálogos referentes à homossexualidade de uma personagem foram removidos.

Não ficou imediatamente claro se o final de "Minions 2" na China continental foi alterado a pedido dos censores ou da produção.

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