Em alta pela sétima semana seguida, o preço do litro da gasolina já se distancia da realidade financeira dos brasileiros, que enxergam o Gás Natural Veicular (GNV) como uma saída remanescente para evitar o transporte público. Além do aspecto sustentável, se comparado à queima de combustíveis líquidos, o GNV se apresenta como uma alternativa de menor impacto no bolso do consumidor.
Antes de visitar às bombas de gasolina com menor frequência e começar a abastecer com o gás comercializado por aproximadamente R$ 3,72 no Recife, o professor especialista em área automotiva do Senai Pernambuco, Marcelo Farias, explica que é necessário fazer uma espécie de diagnóstico no veículo e, em seguida, modificações estruturais para instalar o cilindro e os cabos que compõem o kit gás.
##RECOMENDA##Nessa revisão é importante ficar atento ao funcionamento da parte elétrica e eletrônica do carro, além de consultar a empresa responsável pela instalação sobre os impactos que o procedimento pode causar na estrutura do carro, em especial ao sistema de amortecimento e de injeção eletrônica. "O check-up impacta para que você possa instalar o GNV de maneira precisa", aconselha.
Entre os ajustes prévios à instalação, como reforço da suspensão para suportar o peso do cilindro e a aparelhagem de cabos elétricos, o especialista lembra que o modelo do carro precisa ser compatível como o esquema GNV e as características de fábrica do veículo são alteradas pelo sistema. “Em algumas montadoras você perde a garantia do veículo”, alertou.
A troca precisa ser autorizada pelo Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), que cobra R$ 107,97 para realizar a vistoria e homologar o uso do GNV através do licenciamento. Somados o valor do próprio kit gás e da mão de obra para a instalação, o investimento varia entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. O custo depende da capacidade do cilindro, que pode variar entre 7,5m³ e 15m³, estipulou Farias.
Ele destaca que o uso do GNV não vai extinguir a necessidade de combustível líquido, que além da ignição, serve para lubrificar componentes e na limpeza das válvulas. “Eu sempre vou ter o líquido atuando em algumas situações, em condições mínimas”, como em ultrapassagens, explica.
“Você não vai ter a mesma potência de um combustível líquido, então você perde cerca de 20% a 30% de força, mas em condução de pista comum não tem tanta perda”, ressaltou. O professor do Senai aponta que o GNV permite uma economia de queima entre 35% a 40%, pois dura mais que os combustíveis líquidos.
Fora a economia para o bolso, o GNV garante uma durabilidade maior ao motor em termos de autonomia, complementa Farias.