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O juiz Érico Rodrigo Freitas Pinheiro, da 2ª Vara da Justiça Federal em Santarém, no Pará, condenou o ex-deputado federal Renildo Leal dos Santos (MDB) e o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin por improbidade administrativa envolvendo o superfaturamento na aquisição de ambulâncias para o município de Placas (PA).

O ex-parlamentar e o empresário são acusados de ligação com a Máfia dos Sanguessugas, esquema descoberto pela Polícia Federal em 2006 que envolvia fraudes em licitações para aquisição de ambulâncias superfaturadas em dezenas de municípios brasileiros. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal no Pará.

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Renildo e Vedoin tiveram seus direitos políticos suspensos por oito anos e terão de pagar cerca de R$ 140 mil referentes ao ressarcimento dos recursos superfaturados e multa. A Justiça vai calcular ainda os juros e correção monetária que os réus deverão pagar, tendo como base as datas de assinaturas dos convênios fraudados, de 2001 e 2002.

A sentença de Érico Pinheiro foi dada no fim de novembro e encaminhada para conhecimento do Ministério Público Federal na quarta-feira passada, dia 15. A ação por improbidade administrativa foi ajuizada pela Procuradoria em 2009, após a operação Sanguessuga, que investigou os desvios de recursos.

A peça do Ministério Público Federal também citava o ex-prefeito de Placas, Daniel Capitani, que foi assassinado em 2010.

Segundo a sentença, o município de Placas foi beneficiado com dois convênios firmados com o Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), a partir de emendas parlamentares propostas por deputados federais, entre eles Renildo Leal, que à época exercia o mandato na Câmara.

A cidade tem quase 31 mil habitantes e fica situada a mais de mil quilômetros da capital do Estado, Belém. Os convênios seriam utilizados para licitação de duas ambulâncias, que por causa dos valores de cada unidade, deveria ser feita na modalidade tomada de preço.

No entanto, o objetivo de cada convênio foi dividido em aquisição de veículo e de equipamentos. "Tal fracionamento permitiu que fossem realizadas duas licitações diferentes, ambas na modalidade carta-convite, de procedimento mais simplificado e com menor publicidade", diz a sentença.

O Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) fez a auditoria da execução dos convênios e apontou que as empresas contratadas receberam mais do que a média do mercado.

Em uma licitação, o valor pago foi de R$ 132 mil, mas o valor médio dos bens adquiridos era de R$ 114 mil, indicando um sobrepreço de quase R$ 18 mil. No segundo convênio, a ambulância foi comprada por R$ 99 mil, enquanto seu valor médio seria de R$ 70 mil - um sobrepreço de quase R$ 29 mil.

A apuração encontrou ainda irregularidades nos certames, entre elas a constatação de que uma das ambulâncias estava sem condições de funcionamento e a não apresentação de documentos do convênio e da licitação.

Defesas

A reportagem busca contato com a defesa do ex-deputado Renildo Leal dos Santos e do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin. O espaço está aberto para as manifestações.

Ex-prefeito de São Paulo e candidato do PT à Presidência da República nas eleições de 2018, Fernando Haddad iniciou, nesta sexta-feira (15), uma série de viagens pelo país em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado a mais de 24 anos de prisão na Lava Jato.

A primeira parada de Haddad foi no Ceará, onde já participou de encontros com parlamentares e membros do PT no início da tarde de hoje. À noite, ele comanda o seminário "O Brasil que saiu das urnas", em defesa de Lula.

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A caravana, de acordo com o ex-prefeito, servirá para construir uma “rodada de discussão” com “aquelas pessoas do nosso bairro, do trabalho, da família, pessoas que não estão recebendo as informações para formar juízo sobre o que de fato o que está acontecendo”.

Fernando Haddad também deve aproveitar os eventos para fazer uma avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Em 30 dias apresentaram o maior projeto de atraso para o Brasil. Jogam o Brasil de volta a 30, 40 anos, atrás. São retrocessos na Saúde, na Educação, Direitos Humanos, Meio Ambiente. O Brasil quer discutir e quer promover esses debates. Se apenas nós estivermos conscientes do que está acontecendo, nós não vamos transformar o país”, disparou o petista, que ainda não divulgou os próximos destinos da caravana. 

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho está negociando uma delação premiada, segundo informações do jornal O Globo publicadas neste domingo (23). Cabral já foi condenado oito vezes e soma quase 200 anos de reclusão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O jornal informa que Cabral teria dado uma procuração para que seu novo advogado, João Bernardo Kappen, organize uma colaboração premiada com o Ministério Público Federal do Rio e com a Procuradoria-Geral da República. As conversas com os responsáveis pela Operação Lava Jato no Rio já teriam iniciado.

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O ex-governador comandou o Rio de Janeiro de 2007 a 2014 e pode oferecer informações sobre as negociações envolvendo a organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 na capital fluminense. O jornal diz ainda que integrantes do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) podem estar nas delações.

O ano de 2019 deve começar com o reinício da terceira ação penal contra José Dirceu na Lava Jato. Trata-se de processo no qual o Ministério Público Federal o denunciou pelo suposto recebimento de R$ 2,4 milhões em propinas de duas empreiteiras a partir de contratos com a Petrobras. A denúncia fora apresentada em 2017, quando Dirceu deixou a prisão. O então juiz Sérgio Moro a aceitou em fevereiro de 2018, mas suspendeu o processo por um ano - o prazo se encerra em fevereiro.

Dirceu, de 72 anos, já foi condenado em dois processos a penas que somadas chegam a 41 anos de prisão - que deve voltar a cumprir quando os processos transitarem em julgado. "Minha mãe dizia que Deus é grande e poderosos e, às vezes, generoso. Espero que Ele seja generoso comigo e demore o máximo possível." Sobre a perspectiva de voltar à cadeia, o líder petista disse: "É a vida, meu caro, fazer o quê? Eu tenho de enfrentá-la e transformá-la e vivê-la."

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Dirceu diz que terá de passar mais sete anos em regime fechado. "Nosso lugar (dele e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava Jato) é aqui. Na cadeia você luta. Eu não escrevi um livro na prisão? A vida continua em uma prisão. É uma outra vida. É quase contra a condição humana; não ter liberdade. Tenho de sobreviver na prisão. Vou enfrentar a Justiça e me defender. Não tem outro caminho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) julgou nesta quarta-feira, 30, a apelação criminal de sete réus da Operação Lava Jato ligados às transações do Grupo Schahin. O pecuarista José Carlos Bumlai, os sócios do grupo Schahin Salim Taufic Schahin e Milton Taufic Schahin, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o operador de propinas do MDB Fernando Falcão "Baiano" Soares tiveram as condenações confirmadas pelos desembargadores.

Apenas um dos réus, Fernando Schahin, que havia sido condenado a 5 anos e 4 meses em primeira instância, foi absolvido. Bumlai, Milton e Vaccari tiveram as penas mantidas. Salim, Cerveró e Falcão tiveram redução de alguns meses em suas condenações.

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Segundo a Lava Jato, Bumlai teria sido o beneficiário de empréstimo do Banco Schahin de R$ 12 milhões, em 2004, "servindo de intermediário para omitir o real destino do dinheiro, que era o Partido dos Trabalhadores’.

Em contrapartida, a empresa Schahin Engenharia foi contratada em 2009 pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000 pelo prazo de 10 anos, prorrogáveis por mais 10, num valor global de US$ 1,5 bilhão.

"Baiano" teria intermediado a contratação da Schahin pela Petrobras, Vaccari teria aceitado a vantagem indevida em favor do PT e Cerveró teria atuado para que os valores da propina chegassem ao PT.

Condenações:

1) José Carlos Bumlai: condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. A pena foi mantida em 9 anos e 10 meses de reclusão;

2) Salim Taufic Schahin: condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. A pena passou de 9 anos e 10 meses para 9 anos e 6 meses de reclusão. Ele fez acordo de colaboração e teve a pena diminuída com cumprimento em regime aberto;

3) Milton Taufic Schahin: condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. A pena foi mantida em 9 anos e 10 meses de reclusão;

4) Fernando Schahin: condenado por corrupção ativa. Havia sido condenado em 5 anos e 4 meses e foi absolvido pelo tribunal;

5) Nestor Cerveró: condenado por corrupção passiva. A pena passou de 6 anos e 8 meses para 6 anos, 1 mês e 10 dias. Ele fez acordo de colaboração e cumpre pena conforme os termos deste;

6) João Vaccari Neto: condenado por corrupção passiva. A pena foi mantida em 6 anos e 8 meses de reclusão;

7) Fernando Falcão Soares: condenado por corrupção passiva. A pena passou de 6 anos para 5 anos, 6 meses e 20 dias. Ele fez acordo de colaboração e deve cumprir pena conforme os termos deste.

Um tribunal turco condenou nesta quinta-feira 25 jornalistas a sentenças de até sete anos e meio de prisão, em um dos inúmeros julgamentos relacionados à tentativa de golpe de julho de 2016, informou a agência de notícias Dogan.

A maioria das pessoas condenadas eram colaboradoras de veículos próximos ao movimento do pregador Fetullah Gulen, acusado por Ancara de ter orquestrado o golpe, mas todos negam envolvimento.

Entre os acusados ​​estão o cantor e jornalista Atilla Tas, sentenciado a mais de três na prisão, e o jornalista Murat Aksoy, condenado a mais de dois anos. Ambos poderão permanecer em liberdade condicional enquanto aguardam o julgamento do recurso.

O governo turco chama de terrorista o movimento religioso de Gulen, exilado nos Estados Unidos, que nega ter desempenhado um papel na tentativa de golpe de Estado.

Tas e Aksoy foram colocados em liberdade condicional no final de outubro, depois de mais de 400 dias atrás das grades. "É uma decisão da justiça, nós a respeitamos", disse Tas após o anúncio da decisão do juiz, de acordo com um vídeo publicado no jornal opositor Cumhuriyet. "Se estar na oposição em um país é um crime, então sou culpado", disse ele.

Treze outros réus, incluindo a ex-editora do jornal Zaman, Hanim Busra Erdal, foram condenados a 6 anos e 3 meses de prisão por pertencerem a uma organização terrorista.

A Turquia lançou uma onda de expurgos após a tentativa de golpe de Estado. Mais de 50 mil pessoas foram presas e mais de 140 mil pessoas perderam seus empregos ou foram suspensas em um processo que gerou críticas internacionais.

Levantamento do projeto Supremo em Números, da FGV Direito Rio, mostra que, de janeiro de 2011 a março de 2016, apenas 5,8% das decisões em inquéritos no Supremo Tribunal Federal foram desfavoráveis aos investigados - com a abertura da ação penal. Ainda segundo a pesquisa, o índice de condenação de réus na Corte é inferior a 1%.

No Supremo são julgados políticos - deputados, senadores e ministros de Estado - que detêm foro privilegiado. O tema votou ao debate com a nomeação, pelo presidente Michel Temer, de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A nomeação, contestada, teria por objetivo conferir foro a Moreira, citado em delação da Odebrecht, e evitar eventual investigação na primeira instância. Anteontem, o ministro do STF Celso de Mello manteve a nomeação.

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No ano passado, a Corte barrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil de Dilma Rousseff. A nomeação do petista - alvo da Lava Jato - também foi questionada na época.

Para o coordenador do Supremo em Números, Ivar Hartmann, na prática, o foro representa uma "vantagem". "É uma forma de escolher o juiz. Quando Dilma e Temer decidiram nomear Lula e Moreira, optaram por um processo mais longo e com grandes chances de não dar em nada", disse Hartmann.

No período analisado pelo Supremo em Números, em 404 ações penais, apenas três resultaram em vitória da acusação; em 71 delas o sucesso foi da defesa; 276 prescreveram ou foram enviadas a instâncias inferiores (68% do total); em 34 houve decisões favoráveis em fase de recurso; e 20 permaneceram em segredo de Justiça.

Em relação a inquéritos, foram 987 no mesmo período. Deste total, 57 resultaram em vitória da acusação; em 413 o sucesso foi da defesa; 379 prescreveram ou foram remetidos a instâncias inferiores (38% do total); houve oito decisões favoráveis em fase de recurso e 130 ficaram em segredo de Justiça.

"Existe um princípio básico no Direito de que uma pessoa não pode escolher quem vai julgá-la. Então, esse princípio está sendo violado. A única forma de corrigir esse desvio seria o fim do foro", afirmou Hartmann.

Moreira Franco

Um dia após manter Moreira Franco ministro, Celso de Mello afirmou nesta quarta-feira, 15, que levará a discussão ao plenário da Corte se houver pedido de recurso dos autores dos mandados de segurança contra a nomeação do peemedebista - os partidos PSOL e Rede. O PSOL já informou que vai recorrer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A tragédia na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que provocou a morte de 242 pessoas completa quatro anos nesta sexta-feira (27).

O incêndio, considerado o segundo maior já registrado no Brasil, foi provocado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local. Ele acendeu um sinalizador que emitia fagulhas e logo atingiram o teto revestido de espuma, que rapidamente pegou fogo.

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De acordo com o inquérito policial, 28 pessoas foram apontadas como responsáveis, entre elas os dois donos da boate, um músico e o produtor da banda, que são denunciadas por homicídio.

Além disso, quatro bombeiros foram denunciados. Um foi absolvido, dois condenados pela Justiça Militar por expedição de alvará e outro pela Justiça comum por fraude processual. Todos cumprem penas em liberdade.

Desde o incêndio, a Justiça já recebeu mais de 370 ações com pedidos de indenização familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia. Do total, 250 ainda estão em andamento e 20 processos já foram julgados.

Na madrugada de hoje, diversas pessoas se reuniram na Praça Saldanha Marinho e caminharam até a frente da boate, onde foi realizada uma vigília. Flores, velas e mensagens foram deixadas em frente ao local.

Em quase três anos de trabalho, os procuradores da República que fazem parte da força-tarefa da Operação Lava Jato conseguiram 120 condenações de investigados na primeira instância da Justiça, a maioria deles condenados mais de uma vez pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. Somadas, as penas passam de 1.257 anos de prisão. Os dados fazem parte do levantamento mais recente elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Desde março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Lava Jato, foram realizadas 79 prisões preventivas, 103 prisões temporárias, 197 conduções coercitivas. Durante o período, foram abertos 1.434 procedimentos de investigação e realizadas 730 buscas e apreensões. Segundo o balanço, 79 investigados assinaram acordos de delação premiada.

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Os desvios na Petrobras envolveram pagamento de propina de aproximadamente R$ 6,4 milhões a ex-diretores da estatal e demais investigados. Por meio de acordos de delação premiada, os procuradores conseguiram a repatriação para o Brasil de R$ 756,9 milhões que estavam depositados fora do país. Além disso, R$ 3,2 bilhões em bens que estavam em posse dos envolvidos foram bloqueados. O valor total de ressarcimento pedido à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), incluindo multas, é de R$ 38,1 bilhões.

Supremo

Quase dois após o início das investigações de pessoas com prorrogativa de foro, o Supremo Tribunal Federal (STF) não condenou nenhum investigado na Lava Jato. A abertura de investigações contra ministros, deputados e senadores citados em depoimentos de delação premiada ocorreu em março de 2015.

De acordo com levantamento divulgado pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos processos oriundos da operação na Corte, foram aceitas cinco denúncias contra parlamentares, que viraram réus na Corte. Mais cinco estão prontas para julgamento, e seis inquéritos foram arquivados. Os dados também mostram que 24 dos 25 acordos de delação que chegaram à Corte para homologação do ministro foram aceitos. Apenas uma delação foi remetida à presidência da Casa por problemas processuais.

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz, entrega, nesta quinta-feira (9), ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, uma lista com os políticos que tiveram as contas rejeitadas pelo órgão fiscalizador.

De acordo com o TCU, a relação contém apenas o nome de gestores públicos que cometeram “irregularidades insanáveis” e caberá à Justiça Eleitoral, de acordo com os critérios definidos pela lei, declará-los inelegíveis ou não.  

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A entrega da lista está agendada para 17h30. Logo depois, o nome dos políticos estará disponível na “Lista de Responsáveis com Contas Julgadas Irregulares” no Portal do TCU. 

A soma das condenações de acusados na Operação Lava Jato ultrapassou os mil anos. Até aqui, 74 investigados foram sentenciados a um total de 1133 anos e um mês de reclusão. A maior pena foi aplicada ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil no governo Lula). Ele pegou 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No âmbito das investigações de desvios na Petrobras já foram fechados 57 acordos, dos quais 52 de colaboração premiada (incluindo a delação do empresário Fernando de Moura, quebrada pela Justiça), cinco de leniência (com empresas) e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

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"O emprego consistente e cuidadoso da colaboração premiada impulsionou a expansão da Lava Jato, cujas penas, agora, ultrapassam mais de mil anos de prisão. O reconhecimento judicial, acolhendo pedido do Ministério Público, da violação do acordo reforça a importância da boa-fé e do compromisso com a verdade por parte dos colaboradores da Justiça. Violado o acordo, o colaborador se sujeita às penas integrais dos crimes como qualquer outro réu."

A força-tarefa da Lava Jato já ofereceu, na primeira instância, acusação contra 207 investigados - entre executivos, funcionários ou sócios de empreiteiras, intermediários, operadores ou doleiros, ex-dirigentes da Petrobras e políticos - em 42 denúncias desde o início da operação, em março de 2014.

Até a terça-feira, 17 de maio, segundo a Procuradoria da República, 111 acusados haviam sido condenados em 18 processos, somando um total de 990 anos e 7 meses de condenações. Deste total de sentenciados, 93 foram condenados (83,78%), quatro absolvidos (3,6%) a pedido do próprio Ministério Público Federal e três réus absolvidos sem interposição de recurso (2,7%). Outros nove foram absolvidos e tiveram recursos interpostos (8,1%) e mais duas absolvições com a interposição de recursos já foram transitadas em julgado (1,8%).

Com a sentença do juiz Moro, nesta quarta-feira, 18, que impôs 23 anos e 3 meses a Dirceu e outras pesadas sanções a réus ligados ao ex-ministro, as condenações passaram do marco de mil anos. Dirceu recebeu a maior pena da Lava Jato. A segunda maior agora é do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que recebeu 20 anos e 8 meses, em outra ação cuja sentença é de setembro de 2015.

Na ação em que Dirceu foi condenado também recebeu pena o irmão do ex-ministro Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (oito anos e nove meses de reclusão por lavagem e pertinência à organização criminosa). O empreiteiro Gerson Almada, da Engevix, foi condenado a quinze anos e seis meses de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. O empresário Fernando Moura, ligado ao PT e um dos delatores da Lava Jato, foi condenado a 16 anos e 2 meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu 9 anos de prisão por corrupção. Renato Duque pegou nesta ação 10 anos de reclusão por corrupção. O corretor de imóveis Júlio César dos Santos recebeu 8 anos de prisão por lavagem e pertinência à organização criminosa. Roberto 'Bob' Marques, ex-assessor de Dirceu, foi condenado a três anos de reclusão, pena que foi substituída por duas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária.

O lobista Milton Pascowitch, delator e pivô da prisão de José Dirceu, pegou 20 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de corrupção, lavagem e pertinência à organização criminosa. Seu irmão, José Adolfo Pascowitch, foi condenado pelos mesmos crimes a 19 anos de prisão. O ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Lava Jato, pegou 9 anos de prisão. Como fizeram acordo de colaboração premiada, Barusco e os irmãos Pascowitch cumprirão as penas acordadas com o Ministério Público Federal.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, afirmou em sentença que condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, a 15 anos de prisão, que propina de R$ 4,260 milhões, supostamente paga entre 2008 e 2012 à legenda, interferiu no processo eleitoral. "A corrupção gerou impacto no processo político democrático, contaminando-o com recursos criminosos, o que reputo especialmente reprovável", sentenciou o magistrado.

Segundo a denúncia da força-tarefa do Ministério Público Federal, os R$ 4,260 milhões foram repassados entre 23 de outubro de 2008 a 8 de março de 2012, como doações eleitorais registradas ao PT. A força-tarefa apurou que deste total R$ 3,660 milhões foram destinados ao Diretório Nacional do PT. O restante foi pulverizado entre diretórios estaduais e municipais da agremiação. As doações, afirma a Procuradoria da República, foram feitas pelas empresas controladas pelo executivo Augusto Mendonça - PEM, Projetec e SOG.

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"Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático. A corrupção com pagamento de propina de milhões de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos e a afetação do processo político democrático merece reprovação especial", sustenta Moro.

Um detalhe chamou a atenção do juiz Moro. "Analisando as doações, chama a atenção que, para alguns períodos, elas aparentam ser alguma espécie de parcelamento de uma dívida, como as doações mensais de R$ 60 mil entre junho de 2009 a janeiro de 2010 ou entre abril de 2010 a julho de 2010, do que propriamente a realização de doações eleitorais espontâneas."

Nesta segunda-feira, Moro condenou, além de Vaccari, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, este a 28 anos de prisão, ambos por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os dois estão presos em Curitiba, base da missão Lava Jato.

Também foram condenados outros envolvidos no esquema. Os operadores Adir Assad, Sônia Mariza Branco e Dario Teixeira Alves Junior foram condenados a 9 anos e 10 meses, cada um, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O juiz Moro condenou, ainda, os delatores Mário Góes (lobista - 18 anos e 4 meses de prisão), Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da estatal - 18 anos e 4 meses), Augusto Mendonça (empresário - 16 anos e 8 meses), Julio Camargo (lobista - 12 anos) e Alberto Youssef (doleiro - 9 anos e 2 meses). Como colaboradores, eles cumprirão as penas definidas nos acordos com a força-tarefa da Lava Jato.

O juiz destacou que o delator Augusto Mendonça declarou que teria feito as doações por solicitação de Renato Duque e que elas fariam parte do acerto de propina com a Diretoria de Serviços. Duque é apontado como elo do PT no esquema de propinas da estatal. Segundo a denúncia, João Vaccari, então tesoureiro do PT, 'tinha conhecimento dessas doações e que elas se originavam em acerto de propina com a Diretoria de Serviços'.

De acordo com outro delator, Pedro Barusco, 'eram frequentes as reuniões entre João Vaccari e Renato Duque'. O próprio Barusco teria participado de reuniões 'nas quais as propinas eram discutidas'.

"A participação de João Vaccari na coleta de valores oriundos dos esquemas criminosos na Petrobras também foi objeto de declarações de Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e Eduardo Hermelino Leite, este último dirigente da Camargo Correa", afirmou Moro, referindo-se a outros três delatores da Lava Jato.

Augusto Mendonça entregou à força-tarefa recibos e comprovantes de transferências bancárias das doações. Segundo Moro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a existência de doações registradas. "Ressalve-se que o Tribunal Superior Eleitoral confirmou apenas as doações registradas ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores no montante de R$ 3,660 milhões, não tendo havido consulta a respeito das doações registradas aos diretórios estaduais e municipais. Mas estas, as doações aos diretórios estaduais e municipais, também estão comprovadas documentalmente, conforme doação de R$ 100 mil em 23 de outubro de 2008 ao Diretório Estadual da Bahia pela Projetec Projetos."

Defesa

O criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende João Vaccari Neto, disse que ainda não teve acesso à sentença condenatória do ex-tesoureiro do PT a 15 anos de prisão em um dos processos das Operação Lava jato. Nos últimos meses, desde que Vaccari foi preso - abril de 2015 -, o criminalista reitera que o ex-tesoureiro jamais arrecadou dinheiro ilícito para o partido. "As acusações são baseadas nas palavras de delatores e palavra de delator não é prova de nada", tem afirmado o advogado. "O sr. Vaccari arrecadou doações lícitas, sempre doações lícitas, todas entregues ao PT, devidamente contabilizadas e declaradas às autoridades competentes."

A Justiça Federal condenou nesta segunda-feira (21) o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque a 28 anos e oito meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. É a mais alta pena já imposta pela Operação Lava Jato contra envolvidos no esquema de propina que se instalou na estatal entre 2004 e 2014.

Na mesma sentença, o juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também por corrupção, a 15 anos e 4 meses de prisão pelos crimes atribuídos a Duque. É a primeira condenação aplicada ao ex-diretor de Serviços, apontado como elo do PT no esquema Petrobrás, e também do ex-tesoureiro na Lava Jato.

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Também foram condenados outros envolvidos no esquema, entre eles o lobista Adir Assad.

O juiz federal Sérgio Moro afirma que Duque recebeu propina de R$ 36 milhões. "A prática dos crimes corrupção envolveu o recebimento de pelo menos R$ 36.346.200,00, US$ 956.045,00 e 765.802,00 euros à Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras (Consórcio Interpar, Consórcio CMMS, Consórcio Gasam e contrato do Gasoduto PilarIpojuca). Um único crime de corrupção envolveu pagamento de mais de vinte milhões em propinas", sentenciou Moro.

Sobre Vaccari, o magistrado afirmou. "A prática dos crimes corrupção envolveu o recebimento pelo Partido dos Trabalhadores, com intermediação do acusado, de pelo menos R$ 4.26 milhões de propinas acertadas com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras pelo contrato do Consórcio Interpar, o que representa um montante expressivo."

A soma das condenações da Operação Lava Jato alcançou 267 anos, 8 meses e 15 dias de prisão. Até 14 de agosto, segundo dados da força-tarefa do Ministério Público Federal, ao menos 31 acusações formais já foram entregues à Justiça Federal no Paraná, base da investigação, sendo 143 os investigados - formalmente denunciados por corrupção, crimes contra o sistema financeiro, organização criminosa, lavagem de dinheiro e até tráfico transnacional de drogas.

Nesta quarta-feira, 9, o juiz federal Sérgio Moro vai defender no Senado o projeto que estabelece prisão para corruptos já em 2ª instância judicial.

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Os dados são do Ministério Público Federal, atualizados para 14 de agosto de 2015. Até esta data, as condenações impostas pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, somavam 225 anos de prisão para os alvos. Ainda em agosto, a conta subiu. Acolhendo mais uma denúncia do Ministério Público Federal, o juiz Moro condenou novamente o ex-diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, elo do PMDB na estatal petrolífera, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a uma pena de 12 anos, 3 meses e 10 dias em regime fechado.

Nesta mesma ação, foi condenado o lobista do PMDB na Petrobras, Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, a 16 anos, 1 mês e 10 dias em regime fechado. Outro lobista, Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada, pegou 14 anos de prisão. Fazem parte da ampla lista de réus da Lava Jato os donos das maiores empreiteiras do País, ex-dirigentes da Petrobras, executivos, doleiros, políticos e até seus familiares.

Entre os condenados estão o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, o ex-presidente da Construtora Camargo Corrêa Dalton Avancini, o ex-dirigente da empreiteira Eduardo Leite, a cúpula da OAS, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da área internacional, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, os lobistas Fernando "Baiano" Soares e Julio Camargo.

A maior parte dos condenados esteve envolvida no esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato. Partidos políticos, como PT, PMDB e PP, são suspeitos de lotear diretorias da Petrobras para arrecadar entre 1% e 3% de propina em grandes contratos, mediante fraudes em licitações e conluio de agentes públicos com empreiteiras organizadas em cartel.

Segundo o Ministério Público Federal a organização criminosa que instalou o esquema de propinas na Petrobras mantém ramificações em outros órgãos públicos federais. Para a força-tarefa da Lava Jato, o grupo atuou de 'forma estável' pelo menos até 5 de agosto de 2015 e avançou sobre contratos da Eletronuclear, Caixa Econômica Federal e no âmbito do Ministério do Planejamento.

Desde o início da fase ostensiva da Lava Jato, em março de 2014, a Procuradoria da República em Curitiba, base das investigações, fez 31 acusações criminais contra 143 pessoas. Segundo os dados, 28 acordos de colaboração premiada foram fechados com investigados. Deste total, 6 foram firmados com investigados presos.

De acordo com a Procuradoria, os crimes já denunciados envolvem pagamento de propina de R$ 6,194 bilhões, dos quais R$ 870 milhões foram recuperados. Ao menos R$ 2,4 bilhões em bens dos réus estão bloqueados.

As investigações da Lava Jato começaram em 2009 com a apuração de crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene (PP/PR, morto em 2010), em Londrina, no Paraná. De acordo com o Ministério Público Federal, o nome do caso decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigada.

Cingapura defendeu nesta segunda-feira a sentença de um tribunal local, que condenou dois jovens alemães a receberem três chibatadas por fazerem pichações no metrô da cidade-Estado em novembro, rejeitando que este castigo seja um ato de tortura.

Andreas Von Knorre, de 22 anos, e Elton Hinz, de 21 anos, foram condenados a nove meses de prisão e a três chibatadas depois de terem sido declarados culpados de vandalismo e violação da propriedade.

A ONG Human Rights Watch denunciou este tipo de castigo em Cingapura, "um vergonhoso recurso à tortura" que remonta à época colonial britânica.

O Ministério Público de Cingapura rejeitou nesta segunda-feira as críticas, explicando que são aplicados os mesmos critérios com os dois alemães e com os cidadãos do país.

"As leis de Cingapura contra o vandalismo são muito conhecidas. As chibatadas são a punição imposta por atos de vandalismo, e a lei é aplicada a qualquer pessoa que a descumpra", declarou à AFP uma porta-voz do Ministério Público.

"As chibatadas não são um ato de tortura. Em Cingapura são realizadas sob normas rígidas, com a supervisão de um médico", acrescentou.

Von Knorre e Hinz são "vândalos que infringiram a lei para se tornar conhecidos, sem pensar nos custos sociais ou nas perturbações que seus atos podiam causar nos demais", afirmou.

Em sua última declaração ante a Corte, os dois jovens classificaram seus atos de erro estúpido e pediram o indulto dos magistrados.

O estado norte-americano da Geórgia suspendeu temporariamente as execuções previstas para esta quinta-feira (5), após a constatação de que a droga usada para as injeções letais estão em falta - anunciaram as autoridades.

A decisão foi adotada um dia após o anúncio feito pelo estado do sul dos Estados Unidos do adiamento da execução de Kelly Gissendaner, condenada por conspiração para assassinar seu esposo, quando a equipe encarregada da execução percebeu o pentobarbital que deveria ser usado para o ato estava em mau estado de conservação.

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"Por um excesso de precaução, as execuções agendadas de Kelly Renee Gissendaner e Brian Keith Terrell, foram adiadas para a realização de uma análise das drogas que seriam usadas na execução da detenta Gissendaner", disse a porta-voz do departamento correcional da Geórgia, Gwendolyn Hogan.

Gissendaner foi condenada à morte pelo assassinato, em fevereiro de 1997, de seu marido, de quem havia se separado várias vezes e, em seguida, divorciado, casando-se novamente mais tarde. Ela havia recrutado seu amante para cometer o assassinato de seu marido para receber seu seguro de vida.

"Os tribunais de sentença emitirão novas ordens de execução quando o departamento estiver preparado para agir", afirmou a porta-voz em comunicado. A Geórgia abriga um dos maiores sistemas penitenciários dos Estados Unidos, com quase 55.000 prisioneiros estatais e mais de 160.000 pessoas em liberdade condicional.

Nos Estados Unidos o número de execuções diminuiu em 2014 para 35, menor número em 20 anos. No país há mais de 3.050 pessoas no corredor da morte, cujas execuções dependem da justiça de cada estado, segundo o Centro de Informação sobre a Pena de Morte.

Ao menos 778 condenados à morte foram executados em 2013, sem contar com a China, que não fornece números, contra 682 em 2012, sendo Irã e Iraque os responsáveis pelo aumento, revela a Anistia Internacional (AI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira.

"Dois países estão na origem deste aumento: Irã e Iraque", e os números conhecidos estariam abaixo dos reais, sobretudo porque Teerã revela possivelmente um número menor de penas capitais que as que aplica, disse à AFP Audrey Gaughran, diretora de Assuntos Internacionais da AI.

Gaughran considera muito preocupante o aumento de quase uma centena de execuções entre 2012 e 2013. "Nossa estimativa total exclui a China, onde milhares de pessoas são executadas a cada ano, mas ali a pena de morte é um segredo de Estado", acrescentou ao comentar o relatório anual da ONG de direitos humanos sobre a pena de morte.

"As autoridades chinesas afirmaram que desde 2007 reduziram o recurso à pena de morte. Nós lançamos este desafio: se vocês têm os números, publiquem e mostrem", acrescentou o funcionário.

A China respondeu defendendo as execuções e acusando a Anistia de animosidade.

"Sempre tem opiniões tendenciosas contra a China", disse à imprensa o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hong Lei.

"O fato de um país ter ou não a pena de morte depende principalmente da cultura tradicional e das condições nacionais específicas", acrescentou.

A pena de morte "preenche as aspirações do público da China e ajuda a desbaratar e a prevenir graves atividades criminosas", sentenciou.

Texas, novamente na liderança nos Estados Unidos

Atrás da China, na segunda posição da classificação aparece o Irã, com ao menos 369 execuções (declaradas) em 2013, seguido por Iraque (169). A Arábia Saudita ocupa a quarta posição (79), seguida pelos Estados Unidos (39) e pela Somália (34).

"Um pequeno número de países aplicou a maior parte destas condenações à morte absurdas financiadas pelo Estado", afirmou o secretário-geral da AI, Salil Shetty.

Os Estados Unidos foram mais uma vez o único país da América a realizar execuções, embora 4 a menos (39) que em 2012.

O estado do Texas (sul) foi responsável de 41% de todas as execuções americanas. Enquanto isso, Maryland se converteu no 18º Estado que aboliu a pena capital.

Vários Estados do Caribe comunicaram que não havia nenhuma pessoa condenada à morte neles pela primeira vez desde que a Anistia Internacional começou a realizar registros, em 1980.

"Apesar do revés registrado em 2013, podemos constatar nos últimos 20 anos uma diminuição regular dos países que aplicam a pena de morte", segundo o relatório da Anistia Internacional. Enquanto há duas décadas 37 nações no total a aplicavam, em 2004 o número era de 25 e caiu a 22 no ano passado.

Entre os países que fizeram uma pausa em 2013 encontram-se, em particular, Gâmbia, Emirados Árabes Unidos e Paquistão. Também não ocorreu nenhuma execução em Belarus, fazendo com que a pena de morte não tenha sido praticada em 2013 em toda a Europa e Ásia Central.

"A tendência no longo prazo está clara: a pena de morte vai se tornando uma prática do passado", afirma a AI, convocando "todos os governos que ainda matam em nome da justiça a decidir imediatamente uma moratória sobre a pena de morte, com a finalidade de aboli-la".

Os métodos de execução no mundo em 2013 incluíram a morte por eletrocussão, decapitação, forca, injeção letal e fuzilamento. Algumas penas de morte são realizadas em público, como é o caso de Irã, Coreia do Norte, Arábia Saudita e Somália.

Às vezes é aplicada para casos de crimes em que não ocorreu a morte de terceiros, como roubos, tráfico de drogas e, inclusive, para penalizar atos "que não deveriam ser considerados crimes, como o adultério e a blasfêmia", acrescenta a AI.

Inclusive, em muitos casos as execuções são realizadas em segredo, sem que os familiares e advogados dos condenados sejam informados com antecedência das mesmas.

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Uma quantidade recorde de condenações equivocadas foi anulada em 2013 nos Estados Unidos, segundo um relatório publicado nesta terça-feira (4), pelo Registro Nacional de Exonerações, apesar de seus autores alertarem que a maior parte dos erros judiciais no país nunca é descobertas. Dos quase 1.300 sentenciados cujas condenações foram anuladas nos últimos 25 anos, 87 foram exonerados no ano passado. A maioria cifra até o momento correspondia a 2009, quando houve 83 correções de casos.

"Estes casos até agora conhecidos são apenas uma pequena parte dos erros que de fato ocorrem. Na maioria das vezes, nunca são descobertos", afirmou à AFP o principal autor do relatório, Samuel Gross.

As provas obtidas por teste de DNA tiveram apenas em 20% dos casos. Em 38% das situações, as condenações foram anuladas por inicitiva ou com a colaboração das forças de ordem.

Das 87 exonerações em 2013, 15 correspondem a pessoas condenadas depois de se declararem culpadas (17%). Gross explicou que muitas vezes as pessoas se declaram culpadas porque temem receber uma condenação maior se forem a julgamento, apesar de serem inocentes.

Brasília – No ano em que a promulgação da Constituição Federal completou 25 anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a prisão de pelo menos 18 réus, entre eles 17 condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. E o deputado federal licenciado Natan Donadon (sem partido-RO) tornou-se o primeiro parlamentar preso após a Constituição de 1988. Assim como no ano passado, as decisões referentes ao processo do mensalão tomaram conta do noticiário do Supremo em 2013.

 

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No entanto, os trabalhos também foram marcados por decisões que confrontaram o Congresso Nacional, e polêmicas envolvendo o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa.

 

Em junho, o STF decretou a primeira prisão de um parlamentar. Após rejeitar o recurso do deputado Natan Donadon, a ministra Cármen Lúcia expediu o mandado de prisão e, dois dias depois, ele se entregou à Polícia Federal, em uma parada de ônibus de Brasília para evitar a imprensa. Donadon foi condenado a mais de 13 anos de prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha, por desviar R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia à época em que era diretor financeiro da Casa.

 

No dia 15 de novembro, seis anos após o recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República, o presidente do Supremo decretou a prisão dos primeiros condenados na Ação Penal 470. Após o anúncio da expedição do mandados de prisão, os condenados começaram a se apresentar a Polícia Federal e foram transferidos para a Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Entre os  detentos estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT Jose Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ex-deputados e ex-funcionários e ex-dirigentes do Banco Rural.

 

O primeiro encontro de Barbosa com representantes das associações de juízes, após tomar posse, foi tenso. Em abril, durante audiência com o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e com os dirigentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Barbosa disse que a expansão da Justiça Federal foi articulada “sorrateiramente”, “na surdina”.

 

Assim como no ano passado, durante as sessões de julgamento  do processo do mensalão, o presidente do STF voltou a discutir com o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação. Em agosto, Barbosa discordou dos argumentos de Lewandowski, dizendo que o ministro queria rediscutir a condenação do ex-deputado Bispo Rodrigues, e o acusou de fazer chicana.

 

O Supremo também tomou decisões que não agradaram ao Congresso Nacional. Em pelo menos duas ocasiões, a Corte suspendeu decisões da Câmara dos Deputados e do Senado. A ministra Cármen Lúcia suspendeu parte da nova Lei dos Royalties do Petróleo, e o ministro Roberto Barroso suspendeu a decisão do plenário da Câmara que manteve o mandato de Natan Donadon, que deveria ter sido cassado automaticamente, conforme decisão da Corte.

 

Depois que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram absolver os sete réus dos casos em que o julgamento de empate, a análise das acusações da ação penal 470 foi concluída com 25 condenações e 12 absolvições.

Sete réus (Cristiano Paz, João Paulo Cunha, Pedro Henry, Breno Fischberg, Valdemar Costa neto, Jacinto Lamas e José Borba) foram condenados por alguns crimes e absolvidos por outros.

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Entre os condenados estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoíno, o ex-tesoreiro do PT, Delúbio Soares, e Marcos Valério, que comandava o núcleo operacional do mensalão. Agora, a Corte irá definir o tamanho das penas, a chamada dosimetria.

Confira o resultado do julgamento do mensalão:

Condenações:
- José Dirceu - corrupção ativa e formação de quadrilha;
- Delúbio Soares - corrupção ativa e formação de quadrilha;
- José Genoino - corrupção ativa e formação de quadrilha;
- Marcos Valério - corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Rogério Tolentino - lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha;
- Cristiano Paz - corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha;
- Ramon Hollerbach - corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Simone Vasconcelos – lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Kátia Rabelo - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- José Roberto Salgado - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Vinícius Samarane - gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro;
- Henrique Pizzolato - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato;
- Valdemar Costa Neto - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Jacinto Lamas - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Bispo Rodrigues - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Roberto Jefferson - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Emerson Palmieri - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Romeu Queiroz - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- João Paulo Cunha - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (Câmara);
- José Borba - corrupção passiva;
- Pedro Corrêa - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;
- Pedro Henry - corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- José Cláudio Genú - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;
- Enivaldo Quadrado - formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;
- Breno Fischberg - lavagem de dinheiro.

Absolvições:
- Cristiano Paz – evasão de divisas;
- Geiza Dias – lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Ayanna Tenório - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha;
- Vinícius Samarane – evasão de divisas e formação de quadrilha;
- Duda Mendonça – evasão de divisas e lavagem de dinheiro;
- Zilmar Fernandez - evasão de divisas e lavagem de dinheiro;
- Luiz Gushiken – peculato;
- Anderson Adauto - corrupção ativa e lavagem de dinheiro;
- José Luiz Alves - lavagem de dinheiro;
- Antônio Lamas - formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;
- João Paulo Cunha - peculato (em relação ao assessor);
- Anita Leocádia - lavagem de dinheiro;
- Professor Luizinho - lavagem de dinheiro;
- Pedro Henry - formação de quadrilha;
- Breno Fischberg - formação de quadrilha;
- Valdemar Costa Neto - formação de quadrilha;
- Jacinto Lamas - formação de quadrilha;
- João Magno - lavagem de dinheiro;
- José Borba - lavagem de dinheiro;
- Paulo Rocha - lavagem de dinheiro.

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