Denúncias mostram que as réplicas dos mascotes oficiais das Olimpíadas de Londres, eram produzidas através do trabalho escravo em fábricas na China. Segundo informações do jornal ingês The Guardian, os operários trabalhavam acima das horas permitidas e ganhavam muito pouco.
Os bonecos, de 25cm, são produzidos para o Comitê Organizador de Londres (Locog). Os trabalhadores recebiam cerca de R$ 19 por dia de trabalho, e davam horas extras três vezes acima do permitido pela legislação local. Todos os dados estavam no relatório do grupo ativista chinês que luta pelos direitos humanos, o Students and Scholars Against Corporate Misbehaviour (Sacom).
##RECOMENDA##Além das excessivas horas de trabalho e da má remuneração, em uma das fábricas investigadas, a Xinda, os funcionários afirmaram ter que comprar os próprios equipamentos de segurança. Já na fabrica Shiwei, que fica na cidade de Shenzhen, cinco minutos de atraso equivale ao desconto de metade do pagamento do dia.
No final do relatório, o grupo pediu que o Comitê Olímpico Internacional (COI) observasse melhor o processo de produção do material de publicidade produzido para eventos como os Jogos Olímpicos, que incluem os mascotes. Acrescentou ainda que o conceito de sustentabilidade adotado pelo órgão era descompromissado e precisava ser revisto.
O comitê divulgou um comunicado em que dizia que “prioriza o respeito às questões ambientais, sociais e éticas para proteger bens e serviços, e que as condições de ambas as fábricas citadas no relatório foram revistas, por meio de uma auditoria independente”. A entidade informou ainda que as questões levantadas pelo relatório não foram confirmadas na fábrica Xinda. Sobre a Shiwei, o COI informou que foi feita uma revisão completa no sistema de gestão ético comercial da empresa, que está totalmente empenhada em implantar todas as recomendações de revisão em suas fábricas.