Um programa de engenharia para preservar o aumento do nível das águas subterrâneas em uma série de catacumbas de 2.000 anos foi lançado neste domingo (3), em Alexandria, pelas autoridades.
O projeto, realizado com a ajuda da Agência americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), havia começado em novembro de 2017 para equipar o local com seis bombas de drenagem.
##RECOMENDA##Usadas entre os séculos I e IV da Era Cristã, as catacumbas de Kom el-Shuqafa foram descobertas em 1900 e são consideradas as mais famosas e importantes de Alexandria.
A mistura dos estilos egípcio, grego e romano compõem um conjunto de três tumbas subterrâneas esculpidas em calcário, onde eram sepultados os membros das famílias ricas da época.
"Este é um programa único, que combina arqueologia e engenharia", explicou Thomas Nichols, engenheiro consultor envolvido no projeto.
Em 1985, as autoridades egípcias lançaram um programa de drenagem das águas subterrâneas através de um sistema permanente de bombeamento.
Em 2015, a USAID concordou em financiar o programa de modernização. "Em seguida, pedimos o lançamento de um novo projeto em Kom el-Shuqafa para acabar com o problema das águas subterrâneas que ameaçam a zona há mais de 100 anos", disse o ministro da área de arqueologia egípcia, Khaled el-Anani.
Vários sítios arqueológicos egípcios estão ameaçados pelo aumento das águas subterrâneas, que debilitam a sua fundação, incluindo o Templo de Karnak, em Luxor, e a Esfinge de Gizé.
O aumento no nível de água subterrânea está ligado a vários fatores, incluindo um ambicioso sistema de irrigação, urbanização, vazamentos de esgoto, o aumento do nível do mar devido às alterações climáticas ou barragens artificiais.
Este projeto é "um exemplo do apoio dos Estados Unidos ao governo egípcio para preservar seu patrimônio cultural", disse Tom Goldberger, encarregado de negócios da embaixada americana no Cairo.
Segundo ele, Washington dedicou "mais de 100 milhões de dólares" a essa área "nas últimas décadas". O Egito intensificou recentemente a sua comunicação em torno das novas descobertas arqueológicas e projetos de restauração de locais antigos, em especial para reativar o setor do turismo, em dificuldade desde os protestos populares de 2011.