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A oposição sérvia anunciou, nesta terça-feira (26), que irá boicotar a nova votação, prevista para o próximo dia 30, em trinta das oito mil seções eleitorais do país, e afirmou que a mesma não será suficiente para que aceite o resultado das eleições legislativas, vencidas, em sua avaliação, de forma fraudulenta pela direita nacionalista.

“As eleições que serão repetidas em várias seções eleitorais não podem desfazer a fraude, nem corrigir a injustiça que ocorreu no último dia 17. Por isso, não participaremos da nova votação", afirmou a coalizão Sérvia contra a Violência.

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"De nada adiantará votar quando os parlamentares estão em greve de fome devido à fraude demonstrada; os dissidentes políticos, presos; e os estudantes, agredidos pela polícia e detidos”, acrescentou.

Para contestar os resultados da votação de 17 de dezembro, sete membros da oposição entraram em greve de fome, enquanto manifestações diárias são organizadas em frente à comissão eleitoral.

As eleições deram a vitória ao partido do presidente Aleksandar Vucic (SNS, direita nacionalista), com 46,7% dos votos. Unida sob o lema Sérvia contra a Violência, a oposição, que obteve 23,5% dos votos, denunciou uma série de fraudes.

Algumas acusações foram confirmadas por um relatório preliminar de uma missão de observadores internacionais, que denunciou a existência de "compra de votos" e "enchimento de urnas" em algumas seções eleitorais. A missão foi integrada por membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa.

Segundo a coalização oposicionista, mais de 40.000 pessoas votaram nas eleições locais da capital, Belgrado, sem serem moradores da cidade. Os opositores denunciam que eles foram enviados da República Srpska, entidade sérvia na vizinha Bósnia. Os sérvios da Bósnia podem votar nas eleições nacionais, mas não nas locais.

O movimento #MeToo contra o assédio sexual está finalmente reformulando a cultura política sexista na França, onde dois candidatos nas eleições legislativas de junho foram forçados a se retirar por acusações ou condenações de violência contra mulheres.

Embora no espaço de 10 dias dois candidatos tenham renunciado, em plena pressão da mídia, especialistas e ativistas consideram que ainda há um longo caminho a percorrer em um país onde o escândalo Dominique Strauss-Kahn (DSK) estourou há uma década.

Na semana passada, Taha Bouhafs, de 25 anos, militante da esquerda radical, anunciou a retirada de sua candidatura a deputado, pouco antes de uma investigação interna de seu partido, França Insubmissa, sobre supostas agressões sexuais a mulheres, ser tornada pública.

Jérôme Peyrat, de 59, também renunciou na quarta-feira pelo partido centrista do presidente Emmanuel Macron, por uma condenação de setembro de 2020 a uma multa de 3.000 euros em um caso de violência conjugal.

Embora ambos os casos tenham provocado reações indignadas, especialmente nas redes sociais, de feministas e políticos da oposição, Peyrat, ex-assessor dos ex-presidentes Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e Macron, recebeu o apoio de seu partido até a reta final.

O líder do partido de Macron, Stanislas Guerini, gerou, inclusive, indignação ao minimizar a condenação. Peyrat "é um homem honesto, não acho que seja capaz de exercer violência contra as mulheres", disse à rádio FranceInfo.

"A cobertura da mídia da violência sexista e sexual evoluiu nos últimos anos a favor das mulheres", estima Mérabba Benchikh, doutora em Sociologia, que destaca "maior visibilidade de algumas denúncias contra eleitos, candidatos ou dirigentes políticos".

Para a especialista, "o surgimento e uso - facilitado e excessivo - das redes sociais são um elemento de primeira leitura", assim como a "quarta onda feminista que tem trabalhado para denunciar atos de violência contra as mulheres", como o MeToo.

- Precedente DSK -

Em dez anos, as reações aos escândalos de supostos estupros, agressões ou assédio sexual por políticos mudaram.

Em 2011, DSK, o então diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e favorito para concorrer nas eleições presidenciais de 2012, foi preso em Nova York acusado de estupro. Seu partido socialista o defendeu abertamente. Mas desde então, a atitude mudou.

Personalidades como o ex-ministro de Transição Ecológica de Macron, Nicolas Hulot, acabaram se aposentando da vida pública após acusações de estupro ou assédio sexual.

Mas não é uma regra. O presidente centrista nomeou Gérald Darmanin ministro do Interior em 2020, apesar de ele enfrentar uma queixa por estupro. A Promotoria pediu em janeiro que o caso fosse arquivado.

Quase 300 mulheres de círculos políticos e universitários pediram em novembro passado o "afastamento dos autores de agressões sexuais e sexistas".

Certos grupos feministas também pedem que os políticos acusados sejam afastados enquanto a investigação durar, até o veredito.

O chefe de Estado centrista descarta a opção, alegando o princípio da presunção de inocência.

Embora Alice Coffin, feminista e assessora ecológica em Paris, considere que a situação mudou no que diz respeito à lei do silêncio na época do DSK, ressalta que um "contexto em que as coisas se resolvem" também não foi alcançado.

"Normalmente, deveria haver ação imediata. Estamos em algum lugar no meio", acrescenta.

Nessa linha, Fiona Texeire, cofundadora de um observatório sobre agressão sexual na política, considera que “a verdadeira vitória virá quando os partidos não investirem mais em ninguém acusado de sexismo ou violência sexual”.

Para Benchikh, apesar de várias organizações políticas terem criado "unidades de escuta e de denúncias", ainda há divergências quanto às ações.

"O campo político francês, por natureza androcêntrico e sexista, há muito exclui as mulheres", avalia a especialista, que destaca a ruptura com essas relações de dominação, embora esteja em sua "fase inicial".

Poucas pessoas estão ouvindo, mas Said al-Burshaid não economiza entusiasmo em seu discurso para as primeiras eleições legislativas a serem realizadas no Catar, uma gota de democracia no deserto político deste rico país do Golfo, governado pela família Al-Thani.

"Nosso trabalho é informar o eleitor e educar o povo", diz o ator, que se tornou candidato nessas eleições, num complexo esportivo ao sul de Doha.

Dezenas de pessoas vestidas com a tradicional túnica branca o escutam, em silêncio, bebendo lentamente uma xícara de chá.

No dia 2 de outubro, os cidadãos do Catar vão eleger 30 dos 45 membros do Conselho da Shura, órgão legislativo sem muitas prerrogativas. Até agora, os membros da Shura eram indicados pelo emir, que concentra os poderes em um país onde os partidos políticos são literalmente proibidos.

Essas eleições constituem uma pequena e rara concessão de democracia em uma região especialmente relutante ao debate público. Mas não significa que uma nova página será aberta no Catar, segundo observadores.

A Shura pode propor leis, aprovar o orçamento e destituir um ministro, mas o emir ainda tem o direito de veto.

As eleições também fazem parte da campanha de sedução internacional realizada pelo emirado, alvo de críticas de organizações de direitos humanos, principalmente a um ano para a Copa do Mundo de futebol, que o emirado organiza.

Diante dos presentes, Said al-Burshaid mistura cuidadosamente os direitos dos trabalhadores e das mulheres com elogios ao emir, Tamim bin Hamad Al-Thani.

"Queremos que o sistema seja mais aberto e também falar de questões modernas", disse à AFP.

- "Aprendizado" -

As ruas do país estão repletas de cartazes eleitorais, mas a campanha de 14 dias é conduzida sem debate e não girou em torno de questões delicadas neste país autocrático e altamente conservador.

Dos 284 candidatos, apenas 28 são mulheres.

No comício de Said al-Burshaid, para cada mulher há cinco homens presentes. E entre eles, um cordão de veludo vermelho para separá-los.

"Não acho que o Catar alcançará nada em termos de leis ou reformas com essas eleições", diz Michael Stephens, pesquisador do Foreign Policy Research Institute.

Segundo fontes diplomáticas, famílias e tribos já organizaram eleições internas informais para decidir qual candidato apoiar. Além disso, os trabalhadores estrangeiros, que representam a maioria da população, não poderão votar.

Mas Nasser al-Kuwari, jovem eleitor, vê nestas eleições, apesar de tudo, "um avanço positivo e importante", e espera que o povo não se contente em eleger os candidatos "mais próximos de seu círculo familiar ou de amigos".

"Gostaria que pudéssemos escolher a pessoa certa para o lugar certo", comentou à AFP.

Para Danyel Reiche, professor de Ciência Política da Universidade de Georgetown, no Catar, é "um verdadeiro passo em direção à democracia que talvez não teria ocorrido sem a Copa do Mundo", que faz com que as câmeras do mundo se voltem para o emirado.

"O governo entendeu que era hora de ter um sistema democrático. Somos o segundo país no Golfo depois do Kuwait", disse à AFP um eleitor de 60 anos que não quis se identificar.

"Isso é aprendizado. Chegou a hora das pessoas se expressarem", completa.

O Kuwait é o único país da região com uma vida parlamentar relativamente ativa, com deputados eleitos nas urnas com poder real sobre os ministros. Mas a família governante, o clã Al-Sabah, ainda detém as chaves do poder.

Uma manifestação reuniu cerca de mil pessoas neste sábado (25) em Moscou, convocada pelo Partido Comunista da Rússia, para protestar contra o que os críticos do Kremlin classificam de fraude maciça durante as últimas eleições legislativas.

Em uma praça Pushkin abarrotada, os principais nomes do Partido Comunista reuniram uma multidão compacta e tranquila, para denunciar que as eleições haviam sido "roubadas", conforme constatou um correspondente da AFP no local.

O partido governante "Rússia Unida roubou os assentos dos deputados", disse Valeriy Rashkin, primeiro secretário do Partido Comunista em Moscou, criticando "a colossal fraude eleitoral em Moscou".

Por sua vez, o presidente Vladimir Putin parabenizou neste sábado o partido governante pela "vitória convincente", ao afirmar que a democracia russa saiu fortalecida, após um encontro com os líderes dos cinco partidos que conseguiram assentos no Parlamento, entre eles Gennady Zyuganov, do Partido Comunista.

Antes do início da manifestação, que não foi autorizada pelas autoridades, as forças de segurança detiveram vários ativistas políticos, entre eles Sergei Udaltsov, líder de um partido radical de esquerda, assinalou a ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações na Rússia.

A polícia marcou presença na praça Pushkin com grande aparato, mas não tentou dispersar a manifestação. Contudo, ressoou música a todo volume em caixas de som para abafar os discursos dos manifestantes.

"Putin é um ladrão", gritavam os manifestantes, que também pediam a libertação dos presos políticos. Alguns exibiram cartazes pedindo recontagem de votos, enquanto outros expressavam apoio ao opositor Alexey Navalny.

A oposição a Putin acusa as autoridades de realizar uma fraude maciça durante as eleições legislativas que ocorreram entre 17 e 19 de setembro.

O partido governante conquistou uma ampla maioria de dois terços, que é suficiente para realizar emendas à Constituição, a cereja do bolo em um processo eleitoral feito sob medida, com a retirada dos principais adversários do presidente.

Navalny e seus aliados, impedidos de participar nas urnas depois que seu movimento foi classificado como "extremista" pela Justiça, tinham desenvolvido uma estratégia com o propósito de incentivar os eleitores a votar nos candidatos de oposição mais bem posicionados em cada distrito para superar o partido governante.

Segundo a oposição, a estratégia de "voto inteligente" teria obtido grande sucesso, sobretudo em Moscou, mas acabou frustrada por uma fraude maciça.

"(Na manifestação) não estão apenas os simpatizantes do Partido Comunista, mas também o eleitorado da oposição", disse à AFP Deniza Lisova, de 26 anos, que se considera independente e ressaltou que todas as cores políticas estavam representadas. "Todos apoiamos o Partido Comunista nas eleições", acrescentou.

O Cazaquistão realiza, neste domingo (10), eleições legislativas com o partido no poder favorito, na ausência da única formação de oposição autorizada neste país autoritário da Ásia Central.

As assembleias de voto abriram às 7h (22h00 de sábado no horário de Brasília) e encerrarão às 20h. As primeiras pesquisas oficiais serão divulgadas à noite.

O presidente Kasim-Jomart Tokayev, de 67 anos, prometeu reformas políticas desde sua eleição há dois anos com o apoio de seu antecessor, Nursultan Nazarbayev, que renunciou inesperadamente em 2019 após quase três décadas no poder.

Nas sombras, Nazarbayev, de 80 anos, conserva uma influência considerável e funções-chave, como a presidência do poderoso partido Nur Otan.

O partido tem 800.000 afiliados no Cazaquistão, uma ex-república soviética com 19 milhões de habitantes.

Além do Nur Otan, quatro outros partidos participam das eleições deste domingo que renovarão a câmara baixa do Parlamento. Nenhum deles é hostil ao poder.

O Partido Nacional Social Democrata (NSDP), que se declara de oposição, anunciou em novembro que não participaria das eleições em sinal de "protesto".

A filha de Nursultan Nazarbayev, Dariga Nazarbayeva, de 57 anos, é candidata pelo partido Nur Otan. No ano passado, foi destituída da presidência do Senado.

Seu afastamento, sem explicação oficial, foi atribuído a uma decisão do presidente Tokayev e foi interpretado como um sinal de uma possível luta política entre este último e o clã Nazarbayev.

Mas Kasim-Jomart Tokayev frequentemente cobre seu mentor e predecessor com elogios, além de defender suas decisões estratégicas. E os dois homens apareceram juntos, em novembro, em um congresso em Nur Otan.

Graças à sua riqueza em minerais e hidrocarbonetos, o Cazaquistão é um país próspero e mantém boas relações com o Ocidente e seus vizinhos: China e Rússia.

De acordo com o Banco Mundial, o PIB do Cazaquistão deve cair 2,5% em 2020, a primeira recessão do país em duas décadas, devido à crise do coronavírus.

- "Espetáculo estéril" -

Em um Estado governado pelo autoritarismo desde sua independência em 1991, existem poucas vozes críticas expressando descontentamento.

Nas últimas três eleições, o partido NSDP não conseguiu entrar no Parlamento. Este ano decidiu boicotar as eleições.

O ex-oligarca e opositor no exílio Mukhtar Abliazov pediu votos para o NSDP e após essa formação se retirar da corrida eleitoral pediu o voto para o partido pró-governo Ak Jol, com o objetivo de enfraquecer a maioria no poder.

De acordo com a oposição, as autoridades pressionaram os ativistas da oposição que faziam campanha para Ak Jol, incluindo impondo multas pela distribuição de folhetos.

De acordo com o cientista político cazaque Talgat Mamiraimov, as eleições deste domingo são "um espetáculo estéril".

O líder histórico Nazarbayev quer apenas "garantir seus interesses políticos e econômicos" através do partido Nur Otan, diz o especialista.

Na capital Nur-sultan, ex-Astana rebatizada em homenagem ao ex-presidente do Cazaquistão, Madiyar diz que não vai votar.

"Não acho que a votação vá mudar muitas coisas", disse à AFP a estudante de 18 anos, que não quis revelar seu sobrenome.

Sonia Sartayeva, aposentada, não sabe se vai votar devido à temperatura congelante (-30ºC) que atinge a capital esta semana e aos riscos do novo coronavírus.

Os israelenses comparecem às urnas nesta segunda-feira para as terceiras eleições legislativas em menos de um ano, que podem acabar com a crise política e selar o direito do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, processado por corrupção.

Após as eleições de abril e setembro de 2019, nas quais o Likud (direita) de Netanyahu e o Kahol Lavan (Azul Branco, centro) de Benny Gantz ficaram empatados, mais de seis eleitores estão registrados para votar novamente.

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"É hora de estarmos mais unidos... Espero que hoje seja o dia de mudar o disco, acabar com a difamação e acabar com as mentiras", declarou Gantz, 60 anos, depois de votar na cidade de Rosh Haayin.(centro), em uma aparente crítica à campanha de Netanyahu.

Desde as últimas eleições o país registrou uma mudança importante: a acusação contra Netanyahu (70 anos), que se tornou em novembro o primeiro chefe de Governo na história de Israel a ser indiciado, concretamente por corrupção, fraude e abuso de confiança.

As acusações contra Netanyahu, que joga seu futuro a apenas duas semanas do início do julgamento, em 17 de março, não provocaram uma perda de apoio ao Likud, segundo as pesquisas, que apontam uma batalha eleitoral acirrada com Gantz, ex-comandante do Estado-Maior.

Os locais de votação abriram as portas às 7H00 (2H00 de Brasília) e devem permanecer assim até 22H00 (17H00 de Brasília). Os resultados parciais serão anunciados ao longo da noite.

De acordo com as pesquisas mais recentes, nem o Likud nem o "Azul Branco" conquistarão mais de 30 cadeiras das 120 no Parlamento, o que significa que os resultados dos partidos aliados serão cruciais. A grande incógnita continua sendo o índice de participação.

Netanyahu tem o apoio dos partidos judaicos ultraortodoxos Shas, que capta boa parte dos votos sefardis (judeus orientais), Judaísmo Unido da Torá, dirigido principalmente aos ortodoxos ashkenazis (do leste da Europa) e da lista Yamina (direita radical), do atual ministro da Defesa Naftali Bennett.

O "Azul Branco" tem o apoio dos partidos de esquerda que se uniram em apenas uma lista e poderia, talvez, receber o respaldo pontual da "Lista Unida" dos partidos árabes israelenses, que surpreenderam em setembro com o terceiro lugar, uma façanha eleitoral que pretendem superar agora.

A "Lista Unida" tenta colher os frutos da frustração entre a minoria árabe israelense (20% da população) com o plano apresentado pelos Estados Unidos para solucionar o conflito israelense-palestino, um projeto aplaudido por Israel e rejeitado pelos palestinos.

Neste contexto, o partido Israel Beitenu, que não simpatiza com nenhum dos grandes blocos, pode ser o fiel da balança. Seu líder Avigdor Lieberman é um nacionalista laico hostil aos partidos árabes e judeus ortodoxos.

O plano do presidente Donald Trump prevê a conversão de Jerusalém na capital "indivisível" de Israel e a transferência do controle de uma dezena de vilarejos e localidades árabes israelenses a um futuro Estado palestino.

Netanyahu centrou a campanha no plano de Trump, prometendo a rápida anexação do vale do Jordão e de colônias israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel em 1967, como contempla o projeto americano.

Gantz, que também apoio o projeto americano, baseou a campanha nos problemas judiciais do primeiro-ministro, que já governou o país durante 14 anos, os 10 últimos sem interrupção.

"Não merecemos outra campanha suja e deplorável como a que termina hoje e não merecemos esta instabilidade sem fim. Merecemos um governo a serviço da população", declarou o presidente israelense, Reuven Rivlin.

- Medo do coronavírus -

Outra incógnita no panorama eleitoral é o medo do novo coronavírus. Israel registrou 10 casos da doença e os partidos temem que a difusão de "notícias falsas" sobre a epidemia afete a participação.

"Votem. O assunto do coronavírus está completamente sob controle. As pessoas podem votar com total confiança", declarou Netanyahu depois de depositar seu voto em Jerusalém.

As autoridades pediram a 5.600 israelenses que estiveram em contato com pessoas infectadas ou que viajaram para países afetados pela epidemia que permaneçam em casa. Estes eleitores poderão votar em locais reservados para eles, de acordo com o ministério da Saúde.

O partido trabalhista israelense Gesher e o partido de esquerda Meretz anunciaram, nesta segunda-feira (13), uma aliança para as eleições parlamentares de 2 de março, com o objetivo de derrotar o premier conservador Benjamin Netanyahu.

Em um comunicado, os líderes do Gesher, Amir Peretz, e do Meretz, Nitsan Horowitz, informaram que vão apresentar uma lista conjunta chamada "EMET" ("Verdade") nas próximas eleições.

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"Peretz e Horowitz querem transmitir uma mensagem de união e de esperança de mudança política que será o coração social e a direção política do futuro governo, após o fim da era Netanyahu", acrescenta o comunicado.

Esta é a terceira vez em um ano que o país terá eleições legislativas. Desta vez, estão sendo convocadas após o fracasso de Netanyahu e de seu rival de centro Benny Gantz de formarem uma coalizão, após as eleições de setembro.

A oposição de esquerda busca se unir para evitar que o partido da situação, o Likud, no poder desde 2009 e envolvido em três casos de corrupção, ganhe as eleições em março.

Com seis e cinco cadeiras na disputa de setembro, respectivamente, Gesher e Meretz querem formar uma lista comum para assegurar que ambos superem o limite mínimo de votos (3,25% do total nas urnas), exigido pelo sistema de representação proporcional israelense para se ingressar no Parlamento.

A Índia celebrou, nesta quinta-feira (18), a segunda das sete fases de suas megaeleições legislativas, as maiores da história, divididas em cerca de seis semanas por questões logísticas.

Cerca de 158 milhões de eleitores dos cerca de 900 do gigante do sudeste asiático são convocados a eleger seus deputados em 95 distritos eleitorais, a maioria deles no sul e no leste do país. Noventa e um distritos votaram na semana passada.

Na conflituosa região da Caxemira (norte), onde ocorre uma insurreição separatista, a grande cidade de Srinagar tinha uma mobilização significativa de soldados e paramilitares. Fora eles, as ruas estavam praticamente vazias.

Ao todo, serão necessário 1 milhão de centros de votação para eleger 543 deputados da Lok Sabha, a câmara baixa do Parlamento indiano, cujo viés político determinará o do Executivo desta democracia parlamentar.

Após cinco anos de governo de Narendra Modi, os indianos decidem se continuam a confiar nos nacionalistas hindus ou recorrem a uma alternativa.

"Este é, literalmente, o maior exercício democrático já executado na História do mundo todo", tinha afirmado na semana passada Milan Vaishnav, especialista do Carnegie Endowment for International Peace de Washington.

Devido às enormes proporções do país, o segundo mais populoso do mundo atrás da China, essas legislativas serão desenvolvidas em sete fases, em cada uma das quais votarão diferentes regiões em eleições uninominais majoritárias de um turno, de 11 de abril a 19 de maio. A contagem de votos será realizada em 23 de maio.

As seções eleitorais abriram na manhã desta quinta-feira (11), na Índia, para legislativas que se prolongarão durante seis semanas, com nada menos que 900 milhões de eleitores convocados.

Das 543 zonas existentes, 91 receberão votos nesta quinta-feira, no primeiro dia de eleições que se desenvolverão em sete fases, até 19 de maio, após cinco anos de mandato do nacionalista hindu Narendra Modi.

As primeiras seções eleitorais abriram às 07H00 local (22H30 Brasília de quarta) em Assam (nordeste), constatou a AFP.

As regiões votarão por turnos até 19 de maio, e os resultados devem ser anunciados em 23 de maio sobre os 543 deputados eleitos para Lok Sabha, a câmara baixa do Parlamento indiano, que escolherá o próximo Executivo.

Nas eleições de 2014, a vitória foi conquistada pelo Bharatiya Janata Party (BJP, Partido do Povo Indiano), de Narendra Modi, 68 anos, que aspira a um segundo mandato.

Seus rivais são o Partido do Congresso, formação que dominou a política indiana desde sua independência em 1947, e diversos partidos regionais influentes.

"Convoco a população para que vote hoje, na primeira fase, e que exerçam seu direito com uma participação recorde", tuitou o chefe de governo logo após a abertura das seções. "Chamo especialmente os jovens e os que votam pela primeira vez para que participem de forma maciça".

Modi está onipresente na vida diária dos indianos, com programas de rádio mensais, em cartazes nas ruas, ou com uma cobertura incessante na imprensa.

Há pouco tempo ninguém parecia ter condições de deter os nacionalistas hindus. Seu partido vencia quase todas as grandes eleições regionais, votações estratégicas no sistema federal.

Mas várias derrotas do BJP em eleições em estados vitais do norte do país no fim de 2018 renovaram a esperança do Partido do Congresso, liderado por Rahul Gandhi.

Rahul Gandhi, filho, neto e bisneto de primeiros-ministros indianos, encarna a chegada de uma nova geração da célebre dinastia política dos Nehru-Gandhi. O herdeiro de 48 anos, que um dia comparou o poder a "um veneno", tem a missão de rejuvenescer e levar ao poder um partido heteróclito e antigo.

Guiné Bissau celebra eleições legislativas, neste domingo (10), para tentar sair da crise iniciada há mais de três anos entre o presidente José Mario Vaz e o partido majoritário nesta antiga colônia portuguesa da África Ocidental, especialmente pobre e instável.

Encerrada na sexta-feira (8), a campanha eleitoral foi realizada em um contexto de desconfiança, sobretudo, em relação à revisão de listas eleitorais.

Cerca de 760.000 eleitores são esperados para comparecerem às urnas para eleições proporcionais de um turno, com a participação, pela primeira vez, de um mínimo de 36% de candidatas nas listas dos 21 partidos na disputa. Os primeiros resultados devem começar a ser divulgados em até 48 horas.

Tanto a população quanto a comunidade internacional esperam que essas eleições ponham fim à paralisia política, em que o país se encontra mergulhado.

A Espanha terá eleições legislativas antecipadas no dia 28 de abril, anunciou nesta sexta-feira (15) o primeiro-ministro do país, o socialista Pedro Sánchez, dois dias depois da rejeição de seus orçamentos no Parlamento.

"Anuncio que (...) propus a dissolução das Câmaras e a convocação de eleições gerais para o dia 28 de abril", disse o chefe de Governo após uma breve reunião de ministros em Madri.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, saiu fortalecido das eleições legislativas realizadas no país neste domingo (22) após a coalizão governista "Cambiemos" ter um resultado expressivo nas urnas.

O "macrismo" conquistou 15 das 23 províncias em disputa, incluindo alguns dos maiores redutos peronistas/kirchneristas do país, como Buenos Aires, Córdoba e Mendoza.

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Já a ex-presidente Cristina Kirchner conseguiu uma das três vagas ao Senado pela capital do país, mas teve menos votos que o candidato de Macri, o ex-ministro Esteban Bullrich.

Os argentinos foram às urnas para renovar um terço do Senado (24 assentos) e a metade dos deputados (127). No discurso da vitória, Macri comemorou o resultado para "mudar a Argentina", mas adotou um tom sereno. "Estamos apenas começando a transformar a nossa querida Argentina".

Ele ainda ressaltou que seu plano é de "longo prazo" para o país. Macri, que governa o país desde o fim de 2015, teve seu melhor resultado em legislativas desde que assumiu.

O Partido da Independência, de centro-direita, foi o mais votado na eleição legislativa na Islândia, mas o radical Partido Pirata teve um forte avanço ante o pleito anterior. Nenhum partido emergiu com maioria decisiva dos assentos do Parlamento. Líderes partidários do país começavam reuniões neste domingo com o presidente da Islândia, Gudni Th. Johannesson, para decidir a formação do próximo governo.

O conservador Partido da Independência conquistou 29% dos votos válidos e 21 dos 63 assentos do Parlamento islandês. O líder da sigla, Bjarni Benediktsson, disse que o partido deve receber o mandato do presidente para formar um novo governo de coalizão. O primeiro-ministro Sigurdur Ingi Johannsson, do Partido Progressista, disse que vai entregar ao presidente sua renúncia para que um novo governo possa ser formado.

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Os piratas - defensores de democracia direta e liberdade digital - quase triplicaram o seu porcentual de votos de 5% em 2013 para 14,5% e terão 10 assentos no Parlamento da Islândia, o Althingi. "Teria sido bom obter mais representantes, conseguir um porcentual mais elevado", disse Smari McCarthy, legislador do Partido Pirata recém-eleito. "Mas essa ainda é uma magnífica vitória para nós."

O movimento Esquerda-Verde, com 15,9% dos votos válidos, também terá 10 assentos em um Parlamento que está se moldando para ser dividido igualmente entre os partidos de esquerda e direita.

A Islândia, com uma população de 320 mil habitantes, sofreu anos de turbulência econômica após os bancos do país entrarem em colapso durante a crise financeira global de 2008. A eleição de sábado foi convocada depois que o então primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson renunciou em abril, durante protestos públicos a respeito de recursos que detinha no exterior, revelados no vazamento dos Panama Papers. O Partido Progressista de Gunnlaugsson foi a maior vítima da eleição, perdendo mais de metade dos seus assentos no Parlamento, com os eleitores punindo a sigla por suas ligações com o colapso financeiro e alegações de corrupção.

A eleição foi dominada por questões ligadas à economia da Islândia - que está se recuperando com um boom do turismo, baixo desemprego e elevado crescimento - e pelo desejo dos eleitores de reforma política. Fonte: Associated Press.

As eleições legislativas antecipadas na Grécia começaram neste domingo (25), às 7h (3h no horário de Brasília), prevendo disputa acirrada entre o atual chefe de governo, o conservador Antonis Samaras, e o presidente da coalizão de esquerda Syriza, Alexis Tsipras.

Quase 10 milhões de cidadãos escolherão, de um total de 22 partidos e coligações, quem deve ultrapassar a barreira mínima de 3% para conseguir representação parlamentar.

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De acordo com as últimas pesquisas, Syriza tem vantagem de três pontos sobre Nea Dimokratia, do Partido Nova Democracia, de Samaras.

Ainda que a vitória da esquerda esteja quase garantida, não está claro se o partido terá maioria absoluta para governar ou se será forçado a procurar parceiro de coligação, às custas de uma moderação política.

Tsipras anunciou que, caso seja vencedor, negociará a dívida internacional. Já Samaras acredita que a Grécia não pode causar embates com a União Europeia.

Ao mesmo tempo, vários partidos do país lutam pelo terceiro lugar, de modo a ter a possibilidade de governar com o vencedor. Lidera esta lista To Potami, partido pró-europeu, situado no centro do espectro político.

Também lutam por vagas no parlamento o partido racista e xenófobo Aurora Dourada (XA), Partido Comunista da Grécia (KKE), Movimento Socialista Pan-Helênico (PASOK), Movimento dos Socialistas Democratas (KIDISO) es Gregos Independentes (AE).

As assembleias de voto fecharão às 19h (15h no Brasil). Os primeiros resultados oficiais serão divulgados duas horas depois.

O Irã abriu suas eleições legislativas nesta sexta-feira. Os 48 milhões de eleitores do país foram convocados para o que é visto como um teste sobre quanto apoio o presidente Mahmoud Ahmadinejad tem entre os conservadores, que estão no poder.

As eleições para preencher os 290 assentos no parlamento estão sendo boicotadas pelos principais oposicionistas do Irã e por grupos reformistas - cujos líderes estão sob prisão domiciliar.

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Esta é a primeira votação de âmbito nacional desde 2009, que reelegeu Ahmadinejad e provocou protestos generalizados da oposição, que apontou fraude no pleito. Após os protestos, o governo partiu para uma repressão sangrenta.

Observadores internacionais não foram autorizados pelas autoridades a entrar no país. O governo está determinado a mostrar a grande afluência às urnas como um sinal de apoio popular ao regime. As informações são da Dow Jones.

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