A embaixada da Nigéria, no Distrito Federal, deve apresentar à polícia ainda nesta Terça-feira um dos moradores da residência oficial, acusado de lesão corporal e investigado por estupros. Os crimes teriam acontecido dentro da embaixada, localizada na Avenida das Nações.
Conforme informações do delegado em exercício no 10º Distrito Policial, Wisllei Salomão, uma mulher de 32 anos foi levada para a delegacia com visíveis marcas de agressões na noite do último sábado. Segundo ela, o ataque foi praticado por um morador da embaixada nigeriana.
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Ela teria sido convidada a morar na residência oficial há quatro meses, com sua filha, de 6 anos. Ambas são nigerianas e moram no Brasil há dois anos. Em depoimento, a vítima informou que um mês depois de se mudar, um dos funcionários do local, que não teve o nome e idade identificados, declarou estar apaixonado por ela.
Segundo a moça, ela chegou a ser coagida sexualmente em dois momentos pelo homem, mas não delatou o ocorrido à época. "Porém, no último sábado, ela revelou o crime a alguém de dentro da embaixada. Essa pessoa contou para o embaixador o que aconteceu", diz Salomão.
Ainda baseado nos depoimentos da mulher agredida, o delegado diz que o embaixador da Nigéria no Brasil afirmou não poder fazer nada sobre o caso e sugeriu que ela deixasse a residência oficial. Após essa conversa, o autor dos possíveis estupros soube da delação e a agrediu fisicamente.
A vítima foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML), que emitiu um laudo constatando a lesão corporal. Uma equipe da Polícia Civil foi à embaixada, mas, por meio de um funcionário, o embaixador afirmou que não iria se pronunciar sobre o caso. "Como se trata de uma residência oficial a policia só pode adentrar com a autorização do embaixador", explica o delegado em exercício. Segundo ele, com o laudo do IML, o agressor seria autuado em flagrante.
Caso a embaixada nigeriana não apresente o homem ainda nesta segunda, o Itamaraty irá interceder. "Se o acusado portar a imunidade diplomática, todo o caso será comandado pelo Itamaraty. Se ele não tiver a imunidade, mesmo sendo funcionário da embaixada, morando lá e nigeriano, ele responde pelas leis brasileiras", explicou o delegado. A pena de lesão corporal varia de 3 meses a 1 ano e a pena de estupro de 6 a 10 anos.