Tópicos | Embrapa

Quando era presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), no fim dos anos 1990, Luiz Antonio Barreto de Castro costumava dizer aos críticos da soja transgênica que o abordavam em audiências públicas e nas reuniões do colegiado em Brasília: "Está aqui meu RG; se alguém passar mal comendo essa soja, eu quero ser preso", conta o pesquisador, um dos pioneiros da biotecnologia no Brasil. "Estou solto até hoje."

A soja transgênica Roundup Ready (RR), da Monsanto, foi aprovada por unanimidade pela CTNBio em setembro de 1998, sob fortes críticas de entidades ambientalistas e de defesa do consumidor. Vinte anos depois, as polêmicas que cercam os alimentos geneticamente modificados persistem na opinião pública, mas não no campo. Quase 100% da produção brasileira de soja, milho e algodão agora é transgênica, com 53 milhões de hectares plantados - uma área equivalente a duas vezes o Estado de São Paulo.

##RECOMENDA##

A taxa de adoção da tecnologia chegou a 92% para a soja, 87% para o milho e 94% para o algodão, o que rendeu aos produtores um lucro acumulado no período de R$ 35,8 bilhões, ligado à redução de gastos e aumento da produtividade proporcionados pela tecnologia, segundo um levantamento inédito da consultoria Agroconsult, ao qual o Estado teve acesso com exclusividade.

Considerando os benefícios para a economia brasileira como um todo - incluindo na conta, por exemplo, o aumento no comércio de máquinas, insumos agrícolas, e criação de empregos -, o ganho coletivo é ainda maior: R$ 45,3 bilhões.

"Os ganhos com a tecnologia extrapolam a fazenda e acabam beneficiando toda a economia", diz a coordenadora do estudo e sócio-analista da Agroconsult, Débora Simões.

Outro benefício é a redução no uso de defensivos agrícolas, que representa uma das principais vantagens estratégicas da tecnologia. Segundo o estudo, o uso de sementes geneticamente modificadas evitou que 839 mil toneladas de herbicidas e inseticidas fossem aplicadas sobre as lavouras dessas três culturas nos últimos 20 anos.

Quase todos os transgênicos aprovados até agora para a agricultura no Brasil - 76 produtos no total - são plantas geneticamente modificadas para serem resistentes a herbicidas ou insetos. O objetivo com isso é facilitar o manejo e melhorar o controle de pragas, o que acaba beneficiando também a produtividade das lavouras - apesar de os genes em si não aumentarem a produtividade das plantas. Segundo o estudo, os transgênicos foram responsáveis por um incremento de 55,4 milhões de toneladas na produção brasileira de grãos desde 1998.

"O produtor não vai pagar mais por uma tecnologia que não lhe traz benefício", diz Adriana Brondani, presidente do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), entidade que encomendou o estudo. "Foi uma revolução no campo", diz o produtor Almir Rebello, presidente do Clube Amigos da Terra em Tupanciretã, interior do Rio Grande do Sul - região em que a soja transgênica começou a ser plantada no País, antes mesmo de 1998, usando sementes contrabandeadas da Argentina (onde a soja RR já estava legalizada havia dois anos). "A facilitação do manejo foi algo impressionante."

Biossegurança

Tudo isso, sem nenhum registro de malefício à saúde humana ou ao meio ambiente, segundo especialistas ouvidos pelo Estado. "No mundo inteiro os transgênicos só trouxeram benefícios", diz Barreto de Castro, ex-chefe da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Ele foi o primeiro presidente da CTNBio, órgão responsável por regulamentar a avaliar a biossegurança de transgênicos no Brasil, criado em 1995.

"Até o momento, não existem evidências concretas de que estes produtos possam causar malefício aos seres humanos, animais, vegetais ou ao meio ambiente", diz a atual presidente da CTNBio e professora da Universidade Católica de Brasília, Maria Sueli Felipe. "O processo de análise da biossegurança de organismos geneticamente modificados é rigoroso e absolutamente transparente."

O principal desafio no campo é o manejo das pragas resistentes, que surgem com o uso contínuo de qualquer pesticida - um desafio que, segundo especialistas, não é exclusivo dos transgênicos, mas é potencializado pelo modelo de produção ao qual eles estão associados, que envolve grandes áreas plantadas com uma mesma cultura e tratadas com o mesmo produto.

No caso do milho ou algodão transgênicos resistentes a lagartas, a orientação é para os produtores sempre plantarem uma parte da sua área com variedades convencionais (chamada de refúgio), para reduzir a população de insetos resistentes. Mas isso nem sempre é feito, por diversas razões.

No caso da soja resistente ao glifosato, há poucas alternativas, como fazer rotação de culturas e usar outros produtos para eliminar as ervas daninhas resistentes - tomando o cuidado de não prejudicar a soja. As empresas de biotecnologia, por sua vez, investem no desenvolvimento de plantas resistentes a outros herbicidas. Já há variedades de soja resistentes a até três produtos, além de resistência a insetos. "Solução existe, mas não é algo trivial, que você vai na prateleira e compra. É algo que exige planejamento", afirma o coordenador de Tecnologia e Inovação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré.

Insegurança

Entidades que já questionavam a segurança dos transgênicos na década de 1990, porém, continuam céticas com relação à tecnologia. "É tudo ainda muito obscuro", diz a nutricionista Ana Paula Bortoletto, pesquisadora em alimentos no Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). "Há muitos interesses comerciais se sobrepondo aos reais fatores de segurança."

"Nossa posição se mantém; somos contrários à maneira como esse tema é tratado no Brasil", diz Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em Agricultura e Alimentação. Segundo ela, há muitos conflitos de interesse envolvidos - inclusive dentro da CTNBio - e as liberações "ainda são feitas sem a devida responsabilidade".

Rubens Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina, diz que o uso de agrotóxicos aumentou no País nesses 20 anos, e não há certeza sobre a segurança alimentar dos transgênicos, pois nem tudo é rotulado ou monitorado para isso.

'Cardápio' mais variado

Soja, milho e algodão. A receita transgênica é basicamente a mesma há duas décadas; com algumas variações regionais - uma alfafa aqui, uma canola acolá -, mas nada muito além disso, fora do mundo das commodities. Novas tecnologias, porém, prometem ampliar o cardápio de plantas geneticamente modificadas disponíveis para o consumidor nos próximos anos.

Todos os transgênicos colocados no mercado até agora foram desenvolvidos pela técnica de DNA recombinante, na qual genes de uma espécie são transferidos para outra em laboratório, usando diversas ferramentas de engenharia genética. Uma tecnologia eficiente, mas trabalhosa, que exige a geração de milhares de plantas experimentais (chamadas eventos) para se chegar ao produto desejado.

Some a isso o peso de uma regulamentação rigorosa, e o resultado são anos de pesquisa e milhões de dólares em investimento, que só grandes empresas costumam ter fôlego para encarar. Por isso o mercado de transgênicos é dominado por um pequeno grupo de multinacionais.

Com a entrada em campo das novas técnicas de edição genética, as regras do jogo começam a mudar. Coletivamente chamadas de Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão (Timps), elas permitem fazer modificações pontuais no genoma de um organismo, com o objetivo de desligar, diminuir ou aumentar alguma característica genética dele. "Achamos que é uma ferramenta que vai redemocratizar a biotecnologia a nível mundial", afirma Celso Moretti, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A mais promissora das Timps é a técnica conhecida como crisper (Crispr), desenvolvida nos últimos cinco anos, que utiliza uma classe especial de enzimas para alterar, inserir ou apagar informações em pontos específicos do genoma - funcionando como um editor de textos molecular.

Tecnicamente, o crisper é consideravelmente mais simples, rápido e preciso do que as técnicas de DNA recombinante convencionais. E, como a modificação é feita no genoma da própria planta - sem a necessidade de transferir genes entre espécies -, a expectativa é de que as variedades criadas por essas novas metodologias não sejam classificadas como "transgênicas" e, portanto, não precisem passar por todos os testes e processos regulatórios que regem o desenvolvimento e a comercialização desses produtos.

Atores

"Isso coloca de volta no jogo uma série de atores que vinham atuando como coadjuvantes, mas poderão se tornar protagonistas", afirma Moretti. Entre eles, a própria Embrapa. A empresa lançou em julho um edital de R$ 10 milhões, para estimular cientistas da casa a trabalhar com crisper e outras técnicas de edição genética.

"Não vamos mais precisar de tanto tempo e tanto investimento para desenvolver novos produtos", diz o pesquisador Elibio Rech, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, um pioneiro da transgenia no Brasil e entusiasta das Timps. "Certamente vai contribuir para aumentarmos a diversidade de organismos geneticamente modificados no mercado."

O cardápio de transgênicos hoje é pequeno, segundos os pesquisadores, nem tanto por uma dificuldade técnica, mas principalmente porque o custo para se fazer todos os testes e obter todas as licenças para colocar um produto no mercado é alto demais.

Das 76 plantas transgênicas aprovadas pela CTNBio em 20 anos, só quatro foram desenvolvidas no Brasil: um feijão resistente a vírus, uma soja resistente a herbicidas, uma cana-de-açúcar resistente a lagartas e um eucalipto que cresce mais rápido e produz mais madeira. "As dificuldades que existem hoje para liberar um produto transgênico são muito grandes", explica Luiz Antonio Barreto de Castro, pesquisador aposentado da Embrapa. Ele defende uma modernização da Lei Nacional de Biossegurança - que ele mesmo ajudou a criar, em 2005.

"Se o sistema fosse mais realista e valorizasse a ciência brasileira, não há a menor dúvida de que já teríamos feito muito mais", diz o biólogo Paulo Arruda, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista em genômica e biotecnologia.

Regulamentação

Em julho, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que plantas com características geradas por edição genética são equivalentes a transgênicos e, portanto, devem ser regulamentadas como tal. Pesquisadores de diversos países, incluindo europeus, afirmaram que a decisão carece de lógica científica. "Não faz sentido dizer que mudanças genéticas pontuais, que acontecem aos montes na natureza, são o mesmo que transgenia", defende Arruda.

No Brasil, a CTNBio decidiu em janeiro que produtos gerados por Timps devem passar por uma consulta à comissão, que decidirá, em uma análise caso a caso, se eles se encaixam na definição legal de transgênicos do País. "Cada produto poderá ser considerado transgênico ou não, dependendo das suas características", diz a bioquímica Maria Sueli Felipe, presidente da CTNBio.

A primeira decisão com base nessa resolução foi dada em junho. A CTNBio concluiu que duas leveduras da empresa GlobalYeast, geneticamente modificadas para melhorar a produção de bioetanol, não eram organismos transgênicos. "Acredito que vamos receber muitas consultas desse tipo daqui para a frente", afirma Sueli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ação decorrente da demissão de 24 servidores já custou cerca de R$ 65 milhões à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A estatal teve grande parte da estrutura da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, incluindo prédios da administração, laboratórios, restaurante a áreas de pesquisas, penhorada pela Justiça.

A empresa pública já pagou R$ 40 milhões, depositou outros R$ 12 milhões em conta judicial e ainda terá de pagar outros R$ 13 milhões - dívida ainda discutida no processo.

##RECOMENDA##

A ação, que tramita na 8ª Vara da Justiça do Trabalho em Belém, é considerada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), um exemplo de gestão temerária dos recursos da instituição.

De acordo com o advogado que defende os funcionários, Edilson Araújo dos Santos, o processo teria sido resolvido com o pagamento de R$ 4 milhões, se a Embrapa não tivesse decidido demitir os funcionários que se negaram a aceitar o acordo proposto pela empresa.

A ação foi iniciada em 1989 por um grupo de 90 servidores reclamando o pagamento de perdas salariais durante o Plano Bresser, que congelou preços e salários por 90 dias. Muitos funcionários desistiram no curso do processo.

Em 1994, a Embrapa ofereceu um acordo aos servidores e, dos 29 que restavam na ação, cinco aceitaram. Os demais foram demitidos. Alegando falta de justa causa para a demissão, os 24 servidores pediram a readmissão e, em 2011, obtiveram ganho de causa.

Além de reintegrá-los aos cargos, a Embrapa foi condenada a pagar os salários não recebidos durante quase 17 anos.

Conforme o advogado, o processo demorou devido aos inúmeros recursos propostos pela estatal, mas os valores devidos foram sendo atualizados.

"A ação chegou a ir quatro vezes para o instância mais alta da Justiça do Trabalho em Brasília, mas agora está perto do fim. No ano passado, conseguimos um acordo em que foram pagos os R$ 40 milhões devidos a vinte servidores. Restam quatro que reclamam cerca de R$ 25 milhões, dos quais a Embrapa já depositou r$ 12 milhões. Estamos discutindo agora a diferença", disse Santos.

Ainda segundo o defensor, a sede da Embrapa em Belém, avaliada em R$ 100 milhões, continua penhorada, embora os leilões estejam suspensos. "Entre 2000 e 2005, vendemos em leilão 29 casas da Embrapa, o que ajudou a pagar os créditos reclamados."

Ele conta que muitos pesquisadores que estavam perto da aposentadoria quando o processo começou já faleceram e o valor foi recebido pelos herdeiros. "É uma das ações mais longas da justiça trabalhista do Pará. Felizmente está terminando", disse.

A Embrapa informou que os empregados da época aceitaram um acordo proposto pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e não cumpriram a parte a qual se comprometeram. "A Embrapa tomou a decisão de demitir os empregados buscando o interesse público, por isso não houve punição para os gestores", informa a nota.

Sobre a penhora do prédio de Belém, a Embrapa esclareceu que o imóvel foi dado em garantia até que se providenciasse o pagamento, e não será levado a leilão. O processo durou cerca de 20 anos e teve a intervenção da Advocacia-Geral da União na sua conclusão.

A Embrapa Amazônia Oriental lança nesta terça-feira (3) uma página especial intitulada “Embrapa no Círio”, que vai mostrar como a pesquisa agropecuária faz parte do dia a dia das pessoas. Neste caso, revelando em um vasto acervo, que abrange desde publicações técnicas a conteúdos audiovisuais, como tradição e pesquisa se interligam em uma das festividades mais queridas do povo paraense, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Todos os anos, no segundo domingo do mês de outubro, cerca de dois milhões de romeiros se reúnem pelas ruas da capital paraense durante a procissão principal do Círio de Nazaré. Mas a festividade de tradição católica, uma das maiores do mundo, extrapola as questões religiosas e há mais de 220 anos movimenta a cultura, produção e toda a economia do Estado.

##RECOMENDA##

Na página especial foram eleitos seis produtos que estão presentes em um dos momentos mais tradicionais da festa, o almoço do Círio, com uma mostra de como a pesquisa, mesmo que possivelmente despercebida aos olhos menos atentos, está presente no tucupi, maniva, jambu, farinha e nas frutas como bacuri e o cupuaçu, itens indispensáveis à gastronomia ciriana e regional.

Para o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, a página especial realça a importância da pesquisa e das tecnologias da Embrapa. “Ao identificar materiais genéticos de melhor qualidade da mandioca, por exemplo, a pesquisa impacta em maior produtividade, em tecnologias de aumentam e melhoram a produção dos diversos produtos oriundos dessa planta tão importante”, explica. “E o aumento da produtividade, a criação de novos produtos, e de formas mais seguras de produzir, agregam valor e renda, o que nos orgulha, pois traz desenvolvimento social e econômico aos produtores e ao estado”, enfatiza Venturieri.

O Círio de 2016 injetou na economia paraense mais de R$ 1 bilhão em praticamente todos os setores econômicos, com destaque para o turismo, comércio, indústria e o setor agrícola. Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas do Pará (Dieese/PA), somente nos 15 dias da quadra nazarena o número de pessoas empregadas em Belém foi superior a 60 mil (cerca de 95 % no mercado informal da cidade).

Conheça um pouco mais do trabalho da Embrapa Amazônia Oriental em cada um desses produtos e se delicie com os sabores e saberes. Acesse: https://www.embrapa.br/embrapa-no-cirio

Por Kélem Cabral, da assessoria da Embrapa.

 

A Embrapa Amazônia Oriental realiza nesta quinta-feira (21), a partir das 8 horas, em Belém, a abertura oficial do Hackathon Embrapa Acadêmico Açaí, com apresentação do desafio aos participantes. De 39 equipes inscritas, totalizando mais de 100 interessados, 23 passaram no primeiro crivo de seleção conforme normas do edital. No total, 83 alunos vão representar sete instituições de ensino superior, sendo seis do Pará e uma do Maranhão.

A maratona ocorre simultaneamente em seis capitais do país. Os estudantes participantes devem produzir soluções em tecnologia da informação, como a criação de aplicativos, com base nas pesquisas desenvolvidas pela Embrapa. No Pará, o tema escolhido foi o manejo de mínimo impacto de açaizais nativos. Trata-se de uma técnica desenvolvida pela Embrapa para aumentar a produção de frutos de açaí nas áreas de várzea e manter a diversidade de espécies vegetais. Atualmente, todo esse trabalho é realizado de forma manual com o uso de pranchetas e trenas em campo, para posterior cálculo, discussão e tomada de decisão com a comunidade.

##RECOMENDA##

Nesse primeiro encontro, os participantes conhecerão um pouco mais do tema do desafio, o Manejo de Açaizais Nativos, com palestra do doutor em Agronomia José Antônio Leite de Queiroz, para em seguida mostrarem suas habilidades e entregarem, até o final do dia, um storyboard com a ideia inicial da solução em programação que pretendem desenvolver para facilitar a cadeia do açaí nativo paraense. O julgamento e a escolha das três melhores soluções ocorrerá no dia 18 de outubro.

Para saber mais: www.embrapa.br/hackathon

Serviço

O quê: Hackathon Embrapa Acadêmico Açaí

Onde: Auditório Espaço Memória, prédio da Chefia-Geral, Embrapa Amazônia Oriental (Tv Enéas Pinheiro, S/N, esquina com a Perimetral)

Horário: 8h30 às 17h

Por Kélem Cabral, da assessoria da Embrapa.

 

A Embrapa Amazônia Oriental, mais uma vez, marca presença na vitrine do agronegócio paraense, a 49ª Exposição Feira Agropecuária de Castanhal (Expofac), que começou no sábado (1º), com cavalgada, e segue até o dia 10 de setembro, no Parque de Exposições Pedro Coelho da Mota, em Castanhal, nordeste do Pará. Soluções tecnológicas para a pecuária leiteira e um estande com uma mostra de variedades lançadas adaptadas ao Pará e outras tecnologias para o agronegócio regional integram a participação da Empresa de Pesquisa no evento.

O trabalho desenvolvido pela Embrapa para o agronegócio regional estará presente durante toda a feira, com mostras de tecnologias no espaço chamado “Modelo Rural”, da Emater, instalado nas dependências do porque de exposição. A visitação segue até o dia 10 de setembro, sempre das 14 às 22 horas.

##RECOMENDA##

Os visitantes poderão conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pela Embrapa no Pará e no Brasil, além de ver de perto uma vitrine viva da BRS Imponente, uma cultivar de feijão-caupi lançada no ano passado, indicada para o cultivo mecanizado no Estado. Mudas in vitro da bananeira BRS Pacoua, desenvolvida especialmente para o Pará, também estarão em exibição na feira. Tecnologias em sistemas integrados, como a Integração-Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF) e Sistemas Agro-Florestais (SAF) em forma de maquete, integram a mostra. Haverá ainda doação de mudas de espécies florestais amazônicas.

A participação da Embrapa na programação técnico-científica da 49ª Expofac estará concentrada na melhoria da pecuária leiteira da região com três palestras nos dias 5 e 6 de setembro em duas programações distintas: o III Simpósio de Manejo do Gado Leiteiro, promovido pelo IFPA Campus Castanhal,  e a programação da Emater, no espaço cultural do Modelo Rural.

No dia 5, às 11 horas, no galpão do parque de exposições, o chefe-adjunto de transferência de tecnologia, Bruno Giovani de Maria, ministrará a palestra “Formação e manejo de pastagem para gado leiteiro”, no III Simpósio de Manejo de Gado Leiteiro. Ele explicou que o debate está centrado na melhoria da eficiência produtiva de animais leiteiros por meio de tecnologias simples e pequenas intervenções de manejo que podem transformar uma pastagem degradada e de baixa produtividade, muito comuns na Amazônia, em pastos com quantidade e qualidade de alimento para alta produtividade leiteira.

Ainda no dia 5, às 14h45, será a vez do engenheiro agrônomo Mário Gomes, com o tema “Produção Intensiva de Leite em Pasto”. Segundo Mário, a palestra tem como foco as soluções tecnológicas na metodologia do balde cheio, que trabalha uma série de produtos e processos nas dimensões zootécnica, agronômica, ambiental e econômica para os diferentes perfis produtivos, do pequeno ao grande produtor de leite.

O médico veterinário da Embrapa Marivaldo Figueiró fará duas palestras nos dias 5 e 6, no espaço cultural, dentro da programação do Modelo Rural da Emater, com o tema “Estratégias de incremento na produção leiteira”. No dia 5, a participação será ás 10 horas e no dia 6, às 9 horas. Em sua palestra, Marivaldo aborda como boas práticas de sanidade na ordenha podem garantir leite de qualidade e com isso, melhor valor no mercado.

A 49ª Expofac é realizada pelo Sindicato Rural de Castanhal, com o apoio técnico da Embrapa, Emater, Adepará e Senar.

Informações da assessoria da Embrapa.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, declarou que os cargos ocupados por jornalistas na estatal serão extintos. Segundo ele “a Embrapa não vai tolerar profissionais trabalhando em carga horária diferenciada”. A declaração ocorre dias após uma juíza do Distrito Federal condenar a Embrapa por desrespeitar a jornada de trabalho especial dos jornalistas.

Em uma reunião por videoconferência, o presidente da empresa declarou que se sente incomodado com o fato de os jornalistas terem acionado a Justiça para reivindicar jornadas de cinco ou seis horas. Segundo ele, os profissionais que prestaram concurso se submeteram às regras do edital que especificavam uma jornada de trabalho de oito horas diárias. “Os profissionais que estão entrando na Justiça para trabalhar cinco horas por dia, isso é um tapa na cara da sociedade que paga uma conta altíssima. Não vamos tolerar”, disse Lopes.

##RECOMENDA##

A juíza da 17ª Vara do Trabalho de Brasília, Jaeline Boso Portela S. Strobel, determinou que a Embrapa suspendesse os acordos feitos com os profissionais e adequasse a jornada de trabalhos de todos para cinco horas diárias, além do pagamento de horas extras retroativas para aqueles que trabalharam mais que o previsto na lei. A ação foi movida por uma profissional e criou jurisprudência, devendo ser aplicada a todos. Com a decisão, o presidente da estatal sinalizou que deve terceirizar os cargos que hoje pertencem aos jornalistas.

[@#galeria#@]

Chamado de “shoyo do novo século”, o tucupi é um líquido de cor amarela, coproduto da mandioca, típico da rica e exótica gastronomia amazônica. É feito de maneira artesanal, tendo como matéria-prima a mandioca ou mandioca-brava, tubérculo que ganhou essa definição de “brava” por apresentar altos índices de ácido cianídrico (HCN) em sua composição, ou seja, um veneno conhecido como cianeto. Para garantir a segurança microbiológica e toxicológica do produto, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (PA) estabeleceram um protocolo com as diretrizes básicas à padronização da produção do tucupi, definindo critérios no processo de fabricação do líquido.

##RECOMENDA##

De acordo com a pesquisadora Ana Vânia Carvalho, uma das autoras do trabalho, o resultado da pesquisa indica que, para ser segura ao consumo humano, a iguaria amazônica precisa passar por 24 horas de fermentação e 40 minutos de cozimento. “Se não for processado de maneira adequada, o tucupi pode apresentar níveis elevados de HCN e, consequentemente, riscos ao consumo humano”, alerta.

A cientista esclarece, no entanto, que não é preciso deixar de consumir o produto, que faz parte da cultura alimentar do amazônida, porém frisa que alguns cuidados no preparo devem ser tomados e dá uma dica importante: “Ao levar o produto para casa, o consumidor deve ferver o líquido por 40 minutos e, depois, acrescentar água, para completar o que foi reduzido com o cozimento, caso necessário”, recomenda.

A pesquisa apresenta ainda mais importância, pois o produto começa a conquistar paladares fora da região Norte e já é conhecido como um dos carros-chefes da culinária amazônica, que está sob constante holofote da mídia e no radar de chefs nacionais e internacionais. A iguaria é indispensável, por exemplo, aos tradicionais pato no tucupi e tacacá.

O produto final, elaborado a partir do chamado “parâmetro ótimo” de processamento, se apresentou condizente ao padrão de identidade e qualidade do tucupi estipulado pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepara), órgão estadual que regulamenta a fabricação e comercialização dos produtos de origem animal e vegetal no Estado, além de níveis microbiológicos e de toxidade seguros. A legislação, no entanto, não determina os índices de ácido cianídrico para a comercialização do produto.

De acordo com Ana Vânia, o trabalho de pesquisa teve diversas etapas, que envolveram desde a análise de amostras de tucupi comercializado nas feiras e supermercados da capital paraense e entrevistas com produtores artesanais, até o planejamento experimental, no qual o processo de fabricação foi reproduzido em laboratório para se chegar aos parâmetros estabelecidos como seguros. “Testes sensoriais para garantir o sabor característico do tucupi e o tempo de prateleira também foram observados”, explica.

Para entender os riscos e o que isso representa, é necessário conhecer o processo de fabricação e o tubérculo que dá origem ao tucupi. A mandioca (Manihot esculenta crantz) é uma raiz que apresenta glicosídeos cianogênicos em sua composição, pertencendo, dessa forma, ao grupo de plantas classificadas como cianogênicas. Os compostos cianogênicos (linamarina e lotaustralina) por si só não são tóxicos, mas liberam o ácido cianídrico (HCN), responsável pela toxidez, após a ação de enzimas (linamarase).

O tucupi é um coproduto da mandioca, obtido durante a fabricação da farinha. O tubérculo é descascado, higienizado e depois triturado, resultando em uma massa úmida que então é levada a uma prensa, que no processo de fabricação artesanal é um utensilio de palha chamado de tipiti.

Com a prensagem, obtém-se a massa mais seca que será torrada e transformada em farinha e um líquido residual conhecido como manipueira. É da manipueira que se fazem a goma (fécula) e tucupi. Para se chegar ao produto final, o tucupi, o líquido passa por um processo de fermentação e cozimento (cocção).

De sabor e cheiro marcantes, caracteristicamente ácido, o tucupi recebe temperos como alho e ervas aromatizantes regionais, tais como o coentro, chicória e alfavaca, antes de ser comercializado ou utilizado na culinária. Ao propor uma padronização, enfatiza Ana Vânia, a Embrapa não quer tirar a identidade do produto, mas sim trazer segurança a quem consome e, com isso, agregar valor e abrir a possibilidade de novos mercados.

A especialista defende que o charme do produto é ser artesanal e ter um toque especial, o gosto particular associado a cada fabricante, com os temperos de preferência. “Quando se fala em padronizar, na área de alimentos, é manter um nível mínimo de segurança. O tucupi começa a rodar o mundo e queremos um produto seguro em termos microbiológicos no que se refere a níveis de cianeto”, defende.

No caso do tucupi, destaca Ana Vânia, a pesquisa revelou que os produtos existentes no mercado não têm padrão de fabricação e não há tempo mínimo de fermentação e de cocção. Assim, cada fabricante prepara do seu jeito. Além da análise laboratorial, entrevistas com fabricantes revelaram que a variação de tempo de fermentação e cozimento era desproporcional, de dez minutos de fervura até o cozimento de duas horas. “Um produto seguro, somado às características marcantes presentes no tucupi, possui potencial para ganhar o mundo”, afirma.

Na Embrapa Amazônia Oriental, o trabalho foi desenvolvido pelas pesquisadoras Ana Vânia Carvallho e Rafaella de Andrade Mattietto, juntamente com a bolsista Ana Paula Rocha Campos, resultando em diversas publicações técnicas e uma tese de mestrado. A Embrapa espera que o resultado da pesquisa possa servir de embasamento para que os órgãos reguladores estabeleçam um padrão mínimo de comercialização, facilitando a inserção no mercado nacional de produtos artesanais. Mais informações sobre o tema, procure o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Embrapa, no endereço eletrônico www.embrapa.br/fale-conosco/sac/.

Informações da assessoria de comunicação da Embrapa.

O governo federal trocou titulares das diretorias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), vinculadas aos ministérios da Agricultura e da Fazenda, respectivamente. As mudanças estão formalizadas em decretos no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, dia 19.

Na Embrapa, foram exonerados os três diretores executivos da empresa: Ladislau Martin Neto, Vânia Beatriz Castiglioni e Waldyr Stumpf Junior. Para substituí-los, entraram Celso Luiz Moretti, Cleber Oliveira Soares e Lúcia Gatto. Todos terão prazo de gestão de 3 anos.

##RECOMENDA##

Ainda para a Embrapa, o governo reconduziu Francisco Erismá Oliveira Albuquerque à função de representante do Ministério da Fazenda no Conselho de Administração, designou José Ricardo Ramos Roseno para compor o colegiado e dispensou do mesmo conselho Maria Lúcia de Oliveira Falcon. Esta a partir de 17 de maio de 2016.

Na Dataprev, foram nomeados três novos diretores e exonerados quatro. Entraram Matheus Belin, Julio Cesar de Araújo Nogueira e Antônio Ricardo de Oliveira Junqueira. Saíram Rogério Souza Mascarenhas, Álvaro Luis Pereira Botelho, Janice Fagundes Brutto e Daniel Darlen Corrêa Ribeiro.

Sudeco

O governo ainda nomeou Roberto Postiglione de Assis Ferreira Junior para o cargo de diretor de Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

A Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (Sober) realiza o seu primeiro simpósio na região Norte nesta semana, na capital paraense, com o tema “A crise econômica e o futuro da agropecuária no Norte: desafios e potencialidades”. O evento será na sede da Sudam (travessa Antônio Baena, 1113) e tem abertura solene nesta quinta-feira (22), às 10 horas, com o presidente da Sober, Marcelo José Braga, e autoridades locais. Em seguida, às 10h50, o coordenador-geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, profere aula magna a respeito do tema do simpósio.

Pela Embrapa Amazônia Oriental, o pesquisador Jair Carvalho participa de um painel que discute o mercado de produtos agropecuários da região, no qual ele falará sobre o açaí, na quinta-feira (22) a partir das 16 horas. Enquanto na sexta-feira (23), a partir das 9h30, o pesquisador Alfredo Homma divide com seu colega Zander Navarro, da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embapa, um painel que trata das potencialidades e desafios dos estados da região Norte frente à conjuntura econômica atual. O evento prossegue durante a quinta e sexta-feira (22) durante todo o dia. Para a programação completa, clique aqui.

##RECOMENDA##

Para o pesquisador Alfredo Homma, o simpósio da Sober chega ao Pará para colocar em discussão diversos temas com o objetivo principal de promover o desenvolvimento da agricultura regional. Entre eles, o processo de agriculturização que está em curso em vários Estados da Amazônia Legal, em contraposição ao processo de pecuarização que dominou a região a partir dos anos 1960, com a criação rodovias e políticas de incentivos fiscais.

Nos últimos anos, o avanço da agricultura no Pará levou a mandioca, que historicamente ocupava a primeira posição em área plantada, a ser ultrapassada pela soja. Em terceiro lugar aparece o milho, seguido de reflorestamento, dendezeiro e cacaueiro. “São megaculturas, todas com áreas superiores a 200 mil hectares. Essas atividades passaram a ocupar as áreas de pastagens degradadas, de roçados e de culturas abandonadas nascendo uma nova agricultura mais intensiva”, avalia Homma.

De acordo com o pesquisador, o Pará já experimentou um primeiro processo de agriculturização, quando imigrantes japoneses introduziram as lavouras de juta e pimenta-do-reino. Foram culturas que trouxeram grande contribuição para a economia regional mas não conseguiram se consolidar como modelo de desenvolvimento estável. No caso da pimenta, a inconstância está relacionada ao aparecimento da fusariose, em 1957, e às oscilações de preço. “Expande numa determinada comunidade ou município, traz uma prosperidade momentânea vista nas feiras do interior, aparece o Fusarium ou a queda dos preços, para então decrescer”, avalia Homma.

Os mercados de carne bovina, açaí, dendê, madeira, insumos modernos, entre outros tópicos, também serão debatidos durante o simpósio. Uma questão que também não pode ser deixada de lado, segundo Homma, é o desafio de integração dos pequenos produtores no processo de agriculturização. “Acreditamos que este conjunto de ideias que serão expostas poderão contribuir para a busca de uma agricultura paraense mais sustentável”, conclui o pesquisador.

Por Vinicius Soares Braga, da assessoria da Embrapa.

A Embrapa Amazônia Oriental abriu suas portas na manhã de quarta-feira (7) para os alunos da Escola Municipal Ruy da Silveira Britto, do bairro do Marco, em Belém. Cerca de 100 estudantes participaram do Embrapa&Escola, programa institucional que atua na aproximação e difusão da pesquisa e o despertar da curiosidade científica e consciência ambiental de crianças e adolescentes em todo Brasil.

A ação integra a programação paraense da Embrapa da Semana do Meio Ambiente realizada de 3 de 12 de junho, mas o programa Embrapa&Escola recebe alunos durante todo o ano, mediante solicitação de visita monitorada pelas instituições de ensino e com roteiros adaptados à necessidade pedagógica da escola e faixa etária dos estudantes.

##RECOMENDA##

Pouco antes das 9 horas podia-se ver um grupo de crianças chegando aos portões da sede da Embrapa, em Belém. Nos olhares, a curiosidade e o encantamento, muito em razão de a escola ficar a poucos metros do centro de pesquisa, sendo caminho de muitos deles diariamente, mas até então um mistério aos pequeninos. E desvendar esse mistério e ao mesmo se integrar mais efetivamente a instituição à comunidade do entorno é uma das metas do Embrapa&Escola em Belém, como explicou Renata Baia, responsável pelo programa na Embrapa Amazônia Oriental. Ela comentou que a sede da instituição está cercada por bairros da periferia da capital paraense e que também é uma ação de responsabilidade social essa aproximação, em especial, com as escolas e crianças na vizinhança, contribuindo com a formação desses estudantes.

“Sempre quis saber o que era essa Embrapa”, afirmou Maria Eduarda Lopes, de 9 amos, aluna do 4º ano. Ela contou que mora a poucos metros dos muros da Embrapa e agora poderia contar em casa e para os amiguinhos que conheceu um lugar onde “estudam as plantas, os bichos e a comida da gente”. E ainda completou que quando crescer quer ser médica, mas teria em casa um enorme jardim e uma horta como o que ela conheceu na Embrapa.

Os alunos participaram de uma demonstração de compostagem e conheceram a horta orgânica do Núcleo de Responsabilidade Social (Nures) e depois seguiram para o Laboratório de Sementes Florestais, no qual foram apresentados a espécies importantes da flora amazônica, como a castanha-do-brasil, seringueira e a famosa cuieira, árvore da qual os frutos são transformados nas cuias, um símbolo da cultura paraense, famosa por servir o tacacá e o açaí.

Para a professora Rita Melem, que acompanhava as crianças, essas visitas são muito importantes, pois ajudam a estimular a consciência ambiental a aproximam a ciência vista na escola da realidade dos estudantes.

Um outro grupo, esses já adolescentes, também visitou a Embrapa em busca informações sobre a palma de óleo para uma pesquisa da instituição de ensino. Os alunos da Escola Estadual Nair Zahluth, de Ananindeua, foram recebidos pelos pesquisadores Rui Gomes e Márcia Maués, que falaram sobre as características dessa palmeira e as pesquisas que a Embrapa desenvolve na área.

Uma informação que chamou a atenção dos estudantes foi sobre a importância dos polinizadores para a frutificação do dendezeiro, como falou Camilly Pinheiro, aluna do 9º ano. Mesma reação teve o colega dela, Railson Pinheiro, que garantiu que iria se transformar um defensor dos insetos. “Eles não muito importantes para o meio ambiente e para agricultura”, explicou o adolescente.

O programa institucional integra a Embrapa às instituições de ensino fundamental e médio, aproximando e estimulando, estudantes e professores quanto ao interesse pelo conhecimento científico. As atividades empregadas demonstram como a ciência está presente na vida de cada um e destacam a contribuição da pesquisa agropecuária para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional.

O programa cria condições para a aprendizagem e a reflexão sobre as interfaces da ciência e da tecnologia com o setor agrícola e o meio ambiente. Em especial, fortalece os laços que unem os ambientes urbano e rural, conscientizando os participantes sobre a necessidade da preservação ambiental, a importância da sustentabilidade e de práticas que garantam uma melhor qualidade de vida.

Agendamento

As visitas monitoradas podem ser solicitadas durante todo o ano com roteiros adaptáveis às necessidades pedagógicas de cada instituição e de acordo com a faixa etária dos estudantes. Para solicitar uma visita basta enviar um e-mail para: amazonia-oriental.ee@embrapa.br

Por Kélem Cabral, da assessoria de comunicação da Embrapa.

[@#galeria#@]

 

A Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), realiza de 6 a 9 de junho o curso “Cultura da bananeira: manejo e técnicas de produção”. Destinado a profissionais de assistência técnica e produtores rurais, o evento ocorre na sede da instituição e culmina, dia 9, com uma visita técnica em área de produtor no município de Santa Izabel do Pará.

O curso é uma demanda do Programa Pará Produtivo (Sedap), que visa estimular a formação de um novo polo de bananicultura nas mesorregiões metropolitana de Belém e nordeste paraense, impulsionando a produção com cultivos em bases técnicas como forma de garantir o abastecimento do mercado, além de emprego e renda na região. Segundo informações de Geraldo Tavares, gerente de fruticultura da Sedap, o Pará é atualmente o quinto maior produtor de banana do Brasil, com uma produção anual de cerca de 600 mil toneladas. Mesmo com essa produção, enfatiza Tavares, frutas como a banana alcançam índices de 90% de importação e no ano de 2016 o valor de comercialização desse fruto na Ceasa foi superior a R$ 80 milhões, recurso que foi para fora do Estado.

##RECOMENDA##

O gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, abre a programação do curso falando sobre o panorama da bananicultura paraense. À tarde, o pesquisador da Embrapa Edilson Brasil conversa com os presentes sobre manejo do solo, nutrição e adubação da bananeira. No dia 7, o engenheiro agrônomo da Embrapa Antônio José Elias de Menezes apresenta o desempenho agronômico da BRS Pacoua, nova cultivar de bananeira lançada pela Embrapa especialmente para a região Norte do país. A programação continua com Oriel Lemos e Ilmarina Menezes, com os aspectos da produção de mudas in vitro e aclimatação de mudas em campo. O tema segue à tarde, com visita ao laboratório de biotecnologia da instituição.

No dia 8, a programação segue na Embrapa com a presença do pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Aristóteles Pires de Matos. Pela manhã, Aristóteles abordará as boas práticas agrícolas na produção integrada de bananas e na sequência, doenças: identificação e estratégias de controle e controle Integrado. À tarde o evento trata da identificação, estratégias de controle e controle integrado de pragas.

Uma visita técnica à área do produtor Luís Vilas-Boas, no município de Santa Izabel do Pará, para observar em campo todo o conteúdo debatido durante o curso, encerra a programação. Na propriedade, o produtor cultiva a BRS Pacoua em consórcio com cacau e açaí.

Desenvolvida especialmente para o Pará, a Embrapa lançou no final de 2016 a BRS Pacoua, uma nova cultivar de bananeira que apresenta resistência as principais pragas que atingem a cultura na região. Segundo o engenheiro agrônomo da Embrapa Amazônia Oriental, Antônio de Menezes, essa nova cultivar é do tipo prata, a mais apreciada pelos paraenses, assim como a mais cultivada no Estado.

Ele lembra que a BRS vem atender a uma demanda dessa cadeia produtiva e destaca que a nova bananeira apresenta maior produtividade e, principalmente, resistência às principais doenças que atacam os bananais no Brasil, como a Sigatoka-amarela, além de ser medianamente resistente também à Sigatoka-negra. “Essas características garantem ao produtor e ao consumidor final, um fruto com menor incidência de agrotóxicos, ou seja, mais saudável, além de menor índice de despencamento, o que confere à banana maior tempo de prateleira e valor agregado”, explicou Menezes.

Por Kélem Cabral, da assessoria da Embrapa.

Um curso prático de “Propagação de espécies frutíferas nativas da Amazônia”, de 8 a 12 de maio, em Belém, é uma das ações do projeto MelhorFruta, desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Durante cinco dias serão apresentadas soluções tecnológicas para a aceleração da germinação de sementes que apresentem dormência e, ainda, os procedimentos práticos para a propagação.

A escolha das espécies que serão trabalhadas no curso é resultado das demandas que chegam à Embrapa, por meio do Setor de Atendimento ao Cliente (SAC), e ainda de frutas de maior potencial comercial e econômico, como explica o pesquisador Urano de Carvalho, um dos instrutores. Segundo o pesquisador, as campeãs em procura são castanha-do-brasil, bacuri, uxi, pequiá, muruci, taberebá, entre outras.

##RECOMENDA##

Inúmeras são as vantagens das técnicas de propagação aos pomares comerciais. “Uma das principais é a redução em até 50% do tempo de produção das frutíferas. O bacuri, por exemplo, quando enxertado, começa a frutificar em cerca de cinco anos, enquanto que na natureza levaria o dobro do tempo”, enfatiza Urano. Características mais aceitas no mercado como tamanho, quantidade de polpa e sabor, ou seja, frutos maiores e mais doces, também podem ser potencializadas.

Por meio do curso, a Embrapa pretende levar ao maior número de produtores o conhecimento sobre as técnicas de propagação. Para isso, participam da capacitação técnicos, extencionistas e ainda agricultores que sejam lideranças e, assim, atuem como agentes multiplicadores desse conhecimento. “Dominando as técnicas, os agricultores melhoram a qualidade de seus pomares e frutos, agregando valor ao produto, movimentando a economia de suas regiões e do estado”, analisa Urano de Carvalho.

O curso será ministrado pelos pesquisadores Walnice Oliveira do Nascimento e Urano de Carvalho, além dos assistentes Roberto Jerônimo de Souza e Álvaro Malcher Henriques. Contará ainda com a participação de Benito Calzavara, do Ideflor-Bio.

Com informações da assessoria da Embrapa.

 

 

Pesquisa de biocombustíveis realizada em Brasília pela Embrapa Agroenergia identificou espécies de microalgas que podem ser cultivadas em resíduos líquidos de processamento em agroindústrias, gerando matéria-prima renovável. Além dos combustíveis, podem ser gerados, entre outros produtos, rações e cosméticos. Os estudos duraram três anos e também identificaram espécies na biodiversidade brasileira.

Os estudos utilizaram a vinhaça, formada na produção de açúcar e etanol de cana, e o pome (palm oil mill effluent), gerado no processamento de dendê, aproveitado na fertirrigação das plantações. De acordo com técnicos da Embrapa, utilizá-los como meio para produzir microalgas deverá agregar valor às cadeias produtivas da cana e do dendê, produzindo mais biomassa e óleo para obter energia e bioprodutos.

##RECOMENDA##

Produtividade

As microalgas são organismos unicelulares e microscópicos que vivem em meios aquáticos. Elas não são plantas, mas são capazes de realizar fotossíntese e de se desenvolver utilizando luz do sol e gás carbônico. Se reproduzem muito rapidamente, proporcionando grande quantidade de óleo e de biomassa.

A produtividade pode ser de dez a 100 vezes maior que de cultivos agrícolas tradicionais. Isso chamou a atenção de setores que necessitam de grandes quantidades de matéria-prima, como biocombustíveis.

Óleos produzidos por algumas espécies quase sempre contêm compostos muito valiosos, como Ômega 3 e carotenoides. Por isso, elas também encontram espaço em indústrias que atendem nichos de mercado e pagam mais caro por matérias-primas com propriedades raras. É o caso dos cosméticos e dos suplementos alimentares.

Segundo a Embrapa Agroenergia, já existem no Brasil pelo menos quatro empresas produzindo microalgas: duas no Nordeste, com foco em nutrição humana e animal, e outras duas no interior de São Paulo, atendendo indústrias de cosméticos e também de rações, além de projetos para tratamento de efluentes.

Mercado

Estudo sobre microalgas do governo dos Estados Unidos mostrou que o uso de linhagens modificadas geneticamente chega a reduzir em 85% o custo de produção. O mercado de biocombustível está em ascensão no mundo. Na Europa, mil ônibus movidos a biometano, um biogás refinado, circulam grandes cidades do continente.

Conforme a Associação Europeia de Biogás, a Alemanha, com 185 plantas de produção do biocombustível, é o país com o maior grau de implementação da tecnologia, seguida pela Suécia, com 61.

As relações entre o desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e consumo foram temas discutidos em palestra realizada na sexta-feira (18), durante a programação da XII Semana Acadêmica de Comunicação da Universidade da Amazônia (Unama), que teve como tema "Ciência e Mídia". O evento teve a participação de Raimundo Brabo, engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e reuniu estudantes do curso de Comunicação Social. A Embrapa é uma empresa de inovação tecnológica focada na geração de conhecimento e tecnologia para a agropecuária brasileira.

Em entrevista ao LeiaJá, o pesquisador explicou que as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global afetam a capital paraense e isso se reflete no aumento da temperatura. "As pessoas reclamam muito dos dias excessivamente quentes na região, isso não era natural. A nossa região era refrescada pelas chuvas da tarde. Costumo dizer que as chuvas e a floresta amazônica funcionam como um radiador, então a gente percebia que após a chuva da tarde a temperatura ficava amena. Hoje percebemos que essa interação vem reduzindo", informou.

##RECOMENDA##

O pesquisador acredita que é possível desenvolver estratégias a curto prazo para evitar o avanço do desmatamento na Amazônia. Para ele, é hora de pensar nas árvores não só como um benefício ambiental, mas no que elas poderão proporcionar futuramente.

De acordo com Raimundo Brabo, dois passos são fundamentais para que se consiga reduzir o desmatamento na Amazônia. O primeiro é continuar fazendo o monitoramento das áreas desmatadas e divulgar os indicadores de desmatamento para que a sociedade tenha conhecimento do que vem ocorrendo. Em segundo lugar, estimular as políticas públicas para o reflorestamento de locais que foram desmatados. "Acho que chegou o momento de pensarmos na árvore não só nos benefícios ambientais que ela no futuro poderá nos trazer, mas também no produto que ela pode gerar que é de interesse econômico para as futuras gerações", afirmou o pesquisador.

O pesquisador destacou que a sustentabilidade é um caminho para evitar a devastação ambiental, mas a responsabilidade é de toda sociedade. "É necessário que a sociedade tenha consciência dessa responsabilidade com relação à sustentabilidade ambiental. O nosso grande desafio é que estamos consumindo os recursos disponíveis na Terra de uma maneira muito predatória, com uma rapidez como se tivéssemos realmente a intenção de acabá-los. É importante que a sociedade mude o seu padrão de consumo. Temos que pensar em perenizar esses recursos para as futuras gerações por isso a importância de nos preocuparmos com essas políticas de reposição da vegetação que foi perturbada", contou.

Brabo apresentou índices relevantes que foram publicados durante a COP 22, convenção de mudanças climáticas da ONU (Organizações das Nações Unidas), realizada em Marrakesh, no Marrocos. Na conferência, ficou estabelecido o compromisso de redução da emissão de gases poluentes para tentar minimizar o aquecimento global. “É preciso pensar globalmente e agir localmente, pois todas as ações humanas comprometem o meio ambiente”, disse Brabo.

Dados das universidades da Flórida e de Hong Kong apontam que mudanças climáticas alteraram 82% dos principais processos ecológicos existentes. “As mudanças climáticas já impactaram todos os aspectos da vida na Terra, o que significa que todos os processos ecológicos, ambientais, e tudo aquilo com que interagimos, como solo, água, plantas, animais, já foi modificado”, informou o pesquisador.

Também foi divulgado que, desde a chegada dos imigrantes portugueses, de 1550 a 1970 o desmatamento não passava de 1%, segundo a Organização Não Governamental Greenpeace. Aproximadamente 50 anos após esse período, 18% da Amazônia brasileira foi desmatada, sem contar áreas da Amazônia peruana, boliviana e das Guianas. Apenas 7,26% de mata atlântica continua conservada, informam a fundação SOS Mata Atlântica e o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Segundo Raimundo Brabo, a formação de um centímetro de solo agrícola, o qual permite a produção de alimentos para a subsistência, pode levar mil anos, e pode ser destruído em apenas uma safra. O manejo inadequado do solo, informou o pesquisador, está fazendo com que seis milhões de hectares de terras caminhem para a desertificação. E vinte e quatro bilhões de camada arável são perdidas prejudicando a produção agrícola e desenvolvimento sustentável, assinalou.

“Estimativas dão conta que entre 2030 e 2040, o Polo Norte pode ficar completamente livre de gelo marinho nos meses de verão”, disse. Nos próximos 30 anos, 45 bilhões de toneladas métricas de metano e dióxido de carbono chegarão à atmosfera quando o permafrost (mistura de terra, solo e gelo) degelar, observou Brabo.

Para Brabo, a sustentabilidade é incompatível com o crescimento econômico que se propõe nas ações governamentais. “Não se pode cobrar do governo ações imediatas, quando o perfil da população é claramente consumista, é preciso mudar o perfil enquanto consumidor, para obter-se soluções a curto prazo para os problemas ambientais”, destacou.

Outro caminho sustentável apontado pelo pesquisador seria a utilização de novas ciências, como a biomimética, ciência que imita a vida, e a geoengenharia, que são soluções para o futuro através de árvores artificias (sintéticas) para realizarem fotossíntese, torres eólicas etc. “Também há que se falar na substituição da reciclagem por alternativas biodegradáveis, como a cultura da mandioca, pois a reciclagem é um processo que demanda mais energia do que o primeiro ciclo de produção de um produto”, concluiu.

Com informações de Raiany Pinhyeiro e Carol Boralli.

 

A Embrapa lança nesta quinta-feira (24), em Belém, uma nova cultivar de banana do tipo prata, uma das mais apreciadas no Norte do país. Desenvolvida especialmente para a região, a BRS Pacoua destaca-se por apresentar maior produtividade e resistência às principais doenças que atacam os bananais no Brasil, como a Sigatoka-negra e Sigatoka-amarela. O evento ocorrerá na sede na Embrapa Amazônia Oriental e será destinado a autoridades, imprensa, parceiros e setor produtivo. Constam na programação, a partir de 8h30, palestras sobre o desenvolvimento da cultivar e cenário na bananicultura no Pará, além da degustação do fruto in natura e de produtos feitos à base da banana no caminhão de processamento de frutos do Senai. No dia 25, todo o potencial produtivo do fruto será demonstrado no dia de campo, em área de lavoura no município de Santo Antônio do Tauá, das 8 às 12 horas.

O Pará é o quinto produtor de banana do Brasil, com uma produção anual de cerca de 600 mil toneladas, dividida em quase 60 mil hectares, mas ainda assim precisa importar 30% do fruto para abastecer o Estado. Na Região Metropolitana de Belém (RMB), o volume de importação pode chegar a três vezes mais, pois segundo dados da Ceasa (Pa), das cerca de 41 mil toneladas comercializadas em 2015, quase 90% foram provenientes de outros Estados.

##RECOMENDA##

A BRS Pacoua, se cultivada com tecnologias e manejo adequados, pode produzir até 40 toneladas por hectare (t/ha) a partir do segundo ciclo, mais que o dobro da média nacional, que é de 14 (t/ha) (IBGE/2015). Essa produção tiraria o Pará da dependência externa do fruto e pode significar uma redução de até 30% do valor da fruta comercializada na RMB, conforme avaliou o pesquisador Urano de Carvalho, especialista em frutíferas da Embrapa Amazônia Oriental.

Outra vantagem do fruto sobre as atuais bananeiras cultivadas no Pará é a resistência à Sigatoka-negra e à Sigatoka-amarela, o que garante ao produtor e ao consumidor final um fruto com menor incidência de agrotóxicos, além de menor índice de despencamento, o que confere à banana maior tempo de prateleira.

Produzida majoritariamente pela agricultura familiar, a produção estadual está em cerca de 13 t/ha (IBGE/2015), um pouco abaixo da média nacional, e a baixa tecnologia empregada na produção se reflete em frutos de menor qualidade e, consequentemente, menor valor de mercado. A adoção da nova bananeira pela agricultura familiar paraense, além de produtos mais saudáveis, pode representar um complemento na fonte de renda, garantindo segurança alimentar e melhoria de qualidade de vida às famílias, conforme explicou o engenheiro agrônomo Antônio Menezes, analista da Embrapa Amazônia Oriental e um dos responsáveis pela condução dos experimentos com a BRS no Pará.

De acordo com Antônio Menezes, a banana é muito utilizada em consórcios, sejam em sistemas agroflorestais (SAFs) ou junto a plantações de açaí e cacau. “A banana produz em um ano e ajuda o agricultor conseguir um retorno rápido do investimento, pois o açaí leva em média quatro anos para produzir por exemplo. Além da renda com venda da banana, as folhas e restos do manejo do bananal servem de adubo e armazenamento de água para a plantação de açaí, reduzindo os custos de manejo”, explicou.

A BRS Pacoua é um híbrido de bananeira, produto do cruzamento iniciado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura nos anos 90. A partir daí, foi implantada uma rede de ensaios nacionais de genótipos promissores, incluindo o estado do Pará, para onde a cultivar é recomendada — os experimentos no Norte do país foram conduzidos em parceria com equipe da Embrapa Amazônia Oriental (PA). Mostrou vantagens comparativas em relação às cultivares rotineiramente utilizadas pelos produtores paraenses, principalmente nas questões associadas com resistência a doenças.

A banana é o segundo fruto mais produzido no Pará, ficando atrás somente do açaí, mas em se tratando em consumo, assume a liderança. Essa predileção pelo fruto cria um mercado potencial à adesão da BRS Pacoua pelos produtores paraenses, em especial, na região do nordeste paraense, que possui grande dependência externa do produto. O agrônomo da Embrapa, Antônio Menezes, lembrou que entre anos de 1998 e 2000, o Pará foi o maior produtor de banana do Brasil, título perdido após a entrada das Sigatokas negra e amarela na região, e que com essa nova cultivar pode vir elevar novamente o Estado para o topo do ranking.

O evento de lançamento da BRS Pacoua é realizado em Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Mandioca e Fruticultura, com apoio da Amazônia Irrigação, Ideflor, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Sistema Fiepa e Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).

Por Kélem Cabral, da assessoria da Embrapa Amazônia Oriental.

 

 

 

O Pará já tem uma ferramenta tecnológica que vai auxiliar no planejamento estratégico produtivo da região ao analisar e indicar áreas propícias aos diversos usos da terra e tratos culturais. Os Mapas de Solos e de Aptidão Agrícola das Áreas Alteradas do Pará, elaborados pela Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Solos, podem ser usados para potencializar a produção, incidir na redução de riscos de produtores e investidores e servir de suporte aos governos e agentes financiadores.

O produto será disponibilizado gratuitamente na internet e foi lançado, em forma de catálogo, no último dia 16, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém.

##RECOMENDA##

Análise realizada pela Embrapa revela que 86,7% das áreas já alteradas do Pará estão aptas às atividades agrícolas. O estudo oferece bases científicas para desmistificar um equívoco histórico e recorrente sobre a região, que relegava a Amazônia à condição de solo pobre e sem potencialidades produtivas.

Os mapas foram elaborados com base nos dados dos projetos Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – Prodes e TerraClass, englobando as áreas desflorestadas (antropizadas), preservando florestas vulneráveis e Unidades de Conservação.

A chamada região antropizada do Pará corresponde 20,89% da extensão do Estado, o que representa apenas 260.681,03 km², do total de 1.247.955,381 km², conforme dados do IBGE. Destes, 32,8% são consideradas boas e regulares para a pecuária, setor que responde por mais de 50% do PIB do setor primário do Pará e outros 39,5%, para agricultura.

Entre as inovações dos mapas estão a linguagem utilizada, mais simples e de fácil acesso a diversos públicos, a preocupação com a sustentabilidade e o refino nas informações cartográficas em relação aos mapas anteriormente disponibilizados, fazendo um raios-x das áreas do Estado.

A publicação apresenta um total de 26 mapas, sendo dois com uma visão integral do Estado com os 144 municípios, para solos e para aptidão, e estes, subdivididos nas 12 regiões de integração administrativas do Pará.

Por Kélem Cabral, da assessoria de comunicação da Embrapa.

Diversas ações de projetos da Embrapa Amazônia Oriental estarão acessíveis à comunidade da capital paraense nestes sábado, domingo e segunda-feira, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho. Centenas de sementes e mudas de espécies arbóreas e florestais serão doadas na praça Batista Campos, região central de Belém, e no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, durante a XX Feira Pan-Amazônica do Livro. Além disso, no domingo, o projeto Meliponicultura & Educação Ambiental vai ao Bosque Rodrigues Alves apresentar as abelhas nativas sem ferrão e a função desses insetos para a alimentação humana e a sustentabilidade.

As mudas foram disponibilizadas pelo Laboratório de Sementes Florestais e são uma forma da Embrapa contribuir para conscientização ambiental e arborização da cidade. Cerca de duas mil mudas de diversas espécies, entre elas, algumas raras, como o verdadeiro pau-brasil e a samaúma, além de mogno, paricá, ipê, açaí, entre outras, serão doadas.

##RECOMENDA##

Serão mil mudas distribuídas na XX Feira Pan-Amazônica do Livro, realizada no Hangar, sábado (4) à tarde e domingo (5) pela manhã. Haverá ainda doação de outras mil mudas, na Praça Batista Campos, no sábado de manhã, em ação realizada em parceria com o Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia (Crea) e Sociedade de Preservação dos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (Sopren).

Meliponário - Ainda no domingo, a Embrapa estará no Bosque Rodrigues Alves, por meio do projeto Meliponicultura & Educação Ambiental, das 8 às 12h. Bolsistas e estagiários do projeto apresentarão ao público que frequenta o bosque, especialmente crianças, a importância das abelhas sem ferrão para o meio ambiente. Para tanto, haverá exposição de caixas de observação com cinco diferentes espécies de abelhas nativas sem ferrão, banners e fôlderes, além de desenhos de abelhas para ações de colorir com os pequeninos.

Na segunda-feira (6), a Embrapa participa da Ação Educativa Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável, às 8h30, no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá. A supervisora do Laboratório de Sementes, Elizabeth Shimizu, fará uma palestra e a doação de 50 mudas. Elas serão plantadas no parque por estudantes de escolas convidadas.

400 anos de Belém – As atividades integram a programação “Embrapa nos 400 anos de Belém”, iniciada no dia 10 de janeiro, às vésperas do aniversário da capital paraense, com evento na Praça Batista Campos. Até o final do ano, outras 400 mudas de espécies arbóreas e florestais serão distribuídas a diversas escolas da rede estadual de ensino, por meio de parceria com as Secretarias Estaduais de Educação (Seduc), de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Emater.

Ainda como parte das comemorações dos 400 anos, a Embrapa intensificará a recepção de visitas monitoradas de estudantes em diversos roteiros do projeto Embrapa &Escola, que incluem trilhas de educação ambiental no Meliponário Iratama, ao Herbário IAN, a diversos laboratórios e viveiro de mudas.

Por Kélem Cabral, da assessoria de Comunicação da Embrapa.

 

A Embrapa Amazônia Oriental realiza nesta quarta-feira, 18 de maio, Dia de Campo sobre produção de grãos em diferentes arranjos produtivos, na cidade de Paragominas. O evento contará com seis estações e vai apresentar aos produtores da região e demais agentes da cadeia produtiva os resultados de pesquisas e tecnologias para as culturas de soja, milho, arroz, feijão-caupi e girassol, além de sistemas de produção que visam à otimização da terra, recursos e insumos, como o Sistema Plantio Direto (SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O dia de campo ocorre no Núcleo de Apoio a Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Embrapa (NAPT) Belém-Brasília, com início previsto para as 7h30.

De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Pará (Aprosoja Pa), a expectativa de produção para este ano é recorde com cerca de 1.150 milhão de toneladas de soja, em todo o Estado, mais outras 118 mil toneladas da safra verão (safrinha). Desse total, 350 mil toneladas somente em Paragominas, mas se somada a produção do chamado do polo Paragominas, que conta ainda com os municípios de Ulianópolis, Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Tailândia, esse volume salta 800 mil toneladas, quase 70% de toda a safra do Pará.

##RECOMENDA##

Paragominas e os municípios que integram o polo de grãos da região estão em plena colheita da safra 2016. De acordo com o pesquisador da Embrapa Jamil Chaar El-Husny, o dia de campo foi pensado exatamente para esse período porque, passada a colheita, os produtores iniciam a semeadura da safrinha e concentram esforços para pensar, também, o plantio da safra do próximo ano. “Hoje a safrinha já representa lucratividade de uma segunda safra num mesmo ano agrícola. A Embrapa vai apresentar, em campo, sementes de variedades e cultivares que possuem alta produtividade e preços competitivos em relação às sementes disponíveis no mercado”, enfatizou o pesquisador. Ele explicou ainda que, para obter maior lucro e produtividade, é importante utilizar sistemas produtivos mais eficientes, que possibilitem a redução de custos com insumos, melhor aproveitamento da área cultivada e ainda, proteção do solo.

O dia de campo “Produção de grãos em diferentes arranjos” é promovido pela Embrapa Amazônia Oriental, NAPT Belém-Brasília, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Prefeitura de Paragominas, Emater Pará, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Cirad.

Vanderlei Ataídes, diretor presidente da Aprosoja Pa explicou que, dos 422.700 hectares (ha) de grãos plantados no Estado, 397 mil são de soja e, destes, 227 mil hectares estão no polo Paragominas.  O produtor fala ainda que o Pará tem grande potencial para grãos e que a expectativa do setor é de ampliar a produção paraense, somente em áreas já abertas, para até dois milhões de hectaresa em poucos anos.

Por Kélem Cabral, da assessoria de Comunicação da Embrapa Amazônia Oriental.

[@#galeria#@]

A Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Associação Paraense dos Criadores de Búfalos (APCB), instala de 11 a 13 de maio, no Marajó, uma Unidade de Demonstrativa (UD) do projeto “Pecuária Bubalina Familiar Leiteira da Ilha do Marajó (Promebull Marajó). A UD funcionará no campo experimental da Embrapa no município de Salvaterra e servirá como uma vitrine, uma espécie de fazenda modelo para os produtores da região, a fim de alavancar a produção.

O objetivo do projeto é estimular e difundir boas práticas preconizadas pela instituição nos sistemas de produção bubalina, que envolve as áreas de melhoramento genético, nutrição, sanidade, reprodução, entre outros. A meta, conforme explicou o pesquisador Ribamar Marques, é fortalecer a cadeia leiteira e de corte como alternativa econômica para o Marajó, região que abriga municípios que lideram os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

##RECOMENDA##

A programação começa dia 11, às 9 horas, com a primeira etapa do treinamento voltada aos produtores, técnicos de extensão rural e funcionários das fazendas da região. Serão abordados os temas em boas práticas de produção de leite, demonstrações com kits de ordenhas manuais e mecânicos. O manejo reprodutivo com práticas biotécnicas de fertilização também integrará o primeiro dia de evento.

A solenidade de lançamento do Promebull Marajó, com a inauguração da UD, será quinta-feira, 12, a partir das 9h30, com a palestra sobre manejo genético para búfalos leiteiros. O evento contará a presença dos chefes geral e de pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri e Walkymário Lemos, do secretário estadual de desenvolvimento da agropecuária e da pesca, Hildegardo Nunes, além de representantes de Emater e demais instituições parceiras.

Após visita às instalações, um almoço temático mostrará aos presentes um pouco da peculiaridade da gastronomia local e do potencial econômico da bubalinocultura, com iguarias que tem o búfalo como atração principal, como o churrasco e farofa de frito do vaqueiro. A programação segue até sexta-feira, com as demais etapas do treinamento em manejo de pastagens e suplementação alternativa e o manejo sanitário dos rebanhos. 

Segundo dados do IBGE (2014), o Pará é o estado que concentra maior população de búfalos do Brasil, sendo responsável por 37,4% das 1,32 milhão de cabeças do rebanho nacional e a maior parte desses animais está no Marajó. Os maiores rebanhos estão localizados nos municípios de Chaves (PA) e Soure (PA).

De fácil trato e adaptação em qualquer ambiente, o búfalo é uma alternativa econômica viável e tem mercado em expansão. Os elevados teores de gordura e sólidos totais no leite de búfala aumentam o rendimento na fabricação dos derivados como queijo e manteiga, em relação ao leite de vaca. A carne desses animais também é apreciada, e contém menores índices de gordura, colesterol, calorias, assim como mais proteína e minerais que a dos bovinos.

Informações da assessoria da Embrapa.

[@#galeria#@] 

Para mostrar a importância do papel das abelhas no equilíbrio dos ecossistemas, a Embrapa Amazônia Oriental realizou na manhã desta sexta-feira (11), em Belém, o evento de reabertura do Meliponário Iratama, mais conhecido como "Casa das Abelhas". O evento marcou a abertura de visitação pública em 2016 e reuniu pesquisadores, produtores rurais e estudantes. 

##RECOMENDA##

No evento que retomou as atividades do Meliponário Iratama, foram apresentadas espécies de abelhas nativas sem ferrão estudadas pela Embrapa e a utilização de cada espécie na cadeia produtiva de alimentos. 

A "Casa das Abelhas" tem cerca de 600 metros quadrados com trilhas lúdico-pedagógicas, apresentando os insetos aos visitantes, sua dinâmica social e produtiva. O espaço também oferece visitas monitoradas que integram o projeto “Abelhas sem ferrão ensinam crianças e adultos a importância da conservação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais”.

Em entrevista ao portal LeiaJá, Cristiano Menezes, que é pesquisador da Embrapa na área de meliponicultura-criação de abelhas sem ferrão, falou sobre o Meliponário Iratama. "O meliponário sempre foi usado para pesquisas e atividades de transferência de tecnologia e de educação. Esse local tem uma importância muito grande na formação das pessoas e na divulgação da atividade de criação de abelhas sem ferrão  aqui da região", disse. 

O pesquisador destacou a contribuição do projeto para a capital paraense. "Por causa do projeto de meliponicultura, Belém se tornou um dos maiores polos de produção de mel de abelha sem ferrão. Hoje nós temos criadores em localidades como São João de Pirabas, Salina e Bragança, que formam uma cadeia de produtores com um grande número de colônias, que estão produzindo muito mel", informou.  

Alimentação - De acordo com Cristiano Menezes, as abelhas sem ferrão têm uma importância ecológica e economica muito grande. "Em torno de 80% das plantas precisam de polinização por abelhas. Então, as abelhas assumem o papel de principais polinizadoras das plantas silvetres. Sem elas, as plantas deixariam de produzir frutos e sementes, o que causaria o declínio das florestas. A importância economica é que 40% dos alimentos produzidos no mundo precisam de polinização por abelhas , ou seja, se não tivermos abelhas, perdemos uma grande parte da produção mundial de alimento". 

Camila Leão, pesquisadora do projeto de meliponicultura e bolsista de doutorado da Universidade Federal do Pará (UFPA), contou em entrevista ao portal LeiaJá o que o projeto representa para ela: "O projeto é uma oportunidade de sair das pesquisas do laboratório e conseguir trazer as pessoas para conhecerem a Embrapa como um todo, mas especialmente o projeto abelhas sem ferrão". 

[@#video#@]

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando