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O presidente Luiz Inácio da Silva disse, nesta terça-feira (31), que agora estão aparecendo "escutas" telefônicas irregulares. Ele mencionou o caso, de maneira imprecisa, depois de falar que o ex-presidente Jair Bolsonaro mobilizou as instituições para tentar se reeleger, apesar de não ter citado o adversário diretamente.

A menção às eleições de 2022 é porque nessa semana a vitória do petista completa um ano. Ele foi eleito em segundo turno no dia 30 de outubro daquele ano.

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"Ele utilizou as Forças Armadas, utilizou as polícias estaduais, utilizou a Polícia Rodoviária, ele utilizou a Polícia Federal. Ele utilizou todas as instituições", declarou o petista. Ele deu a declaração no programa Conversa com o Presidente, uma espécie de live semanal produzida pela EBC.

Depois dessa fala de Lula, o apresentador, Marcos Uchôa, disse "a Abin, agora, com esse escândalo". Lula então respondeu: "A que ele não conseguiu utilizar para ele, agora nós estamos vendo escutas telefônicas de gente que não deveria ter escutado e que não tinha decisão judicial".

A Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga o rastreamento de celulares sem autorização judicial. O sistema funcionava monitorando a localização de aparelhos, sem grampear ligações. As ações teriam sido no governo de Jair Bolsonaro.

"O que é importante em tudo isso é que o Brasil também tem pessoas boas que resistiram a isso. A Justiça Eleitoral, a Suprema Corte, tiveram papel excepcional na garantia do processo democrático", disse o presidente da República sobre as eleições.

Por unanimidade de votos, os ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça declararam a nulidade de prorrogações de grampos telefônicos autorizadas sem fundamentação. O caso envolveu processo sobre uma organização criminosa de tráfico de entorpecentes que atuava entre o Pará e o Amapá, no qual nove pessoas foram condenadas. Uma nova sentença deverá ser dada no processo, com a retirada das provas obtidas por meio das escutas.

A defesa interpôs recurso especial com objetivo de ter reconhecida a nulidade das interceptações, 'por carência de fundamentação'.

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O relator, ministro Nefi Cordeiro, constatou a ilegalidade. Ele destacou as decisões de quebra e prorrogações de interceptação telefônica nas quais o juiz de primeiro grau limitou-se a justificar o deferimento da medida nos seguintes termos: "Face a concordância do Ministério Público. Defiro"' "Considerando o parecer favorável do MP, defiro" e " Ad referendum do MP, que já se manifestou favoravelmente ao requerimento anteriormente, prorrogo a interceptação".

Para Nefi Cordeiro, a decisão não apontou elementos de convicção que efetivamente indicassem a necessidade da interceptação telefônica. O deferimento genérico, segundo o relator, seria, portanto, incapaz de suprir o requisito constitucional e legal da fundamentação.

"Tratando-se de invasão à privacidade do cidadão, há de se justificar não apenas a legalidade da medida, mas sua ponderação como necessária ao caso concreto, o que não se verificou no caso em tela, em que tão somente deferido o pedido formulado sem qualquer motivação concreta", ressaltou o ministro.

O colegiado declarou nulas as prorrogações e as novas quebras autorizadas e, consequentemente, as provas consequentes, 'a serem aferidas pelo magistrado na origem'.

O respectivo material deverá ser extraído dos autos para uma nova sentença, com base nas provas remanescentes.

Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) aprovaram súmulas que autorizam abrir investigação com base em denúncia anônima, "quando amparada por outro indício", e a renovação sucessiva de interceptação telefônica, "caso persista a necessidade de apuração". Na prática, as decisões dificultam duas das principais contestações à arregimentação de provas em investigações, entre elas a Operação Lava Jato.

As súmulas, aprovadas por unanimidade pela 4.ª Seção do tribunal, representam a interpretação majoritária do colegiado e devem ser seguidas pelos demais magistrados vinculados àquela corte. A jurisdição do TRF4 abrange o Paraná, sede da Lava Jato na primeira instância.

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Advogados de investigados na operação criticaram o entendimento dos desembargadores. Segundo o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, as decisões representam "desprezo às garantias individuais" de investigados. "A renovação sucessiva de interceptações deixa o cidadão que tem a sua comunicação interceptada à mercê de uma decisão amparada apenas em informações subjetivas", disse Mariz, defensor de um ex-executivo da Camargo Corrêa investigado na Lava Jato.

O advogado fez referência à súmula 129, que afirma ser "lícita a sucessiva renovação da interceptação telefônica, enquanto persistir sua necessidade para a investigação". A questão é controversa e suscita discussões no meio jurídico.

A lei determina que a escuta "não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova". Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e decisões de tribunais Brasil afora, no entanto, admitem o emprego desse instrumento de investigação por mais tempo, desde que essencial para desvendar os crimes em apuração.

A escuta telefônica considerada a origem da Operação Lava Jato é um exemplo. O alvo da interceptação, que durou mais de 30 dias, era o doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, em Brasília. Foi a partir dele que a força-tarefa chegou ao doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores.

Caso Sundown

O entendimento jurídico sobre escutas telefônicas também está em debate no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa o cancelamento, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2008, da Operação Sundown. O caso, que envolvia crimes financeiros, teve dois anos de interceptações telefônicas. O juiz que conduziu o processo foi Sérgio Moro, hoje responsável pela Lava Jato em Curitiba. O STF vai debater se o limite para escutas é de 30 dias ou se cabe, se necessário, ampliá-lo.

Para procuradores ouvidos pela reportagem, uma medida contrária à súmula do TRF4 pode abrir um precedente perigoso não só para a Lava Jato, mas para todas as investigações.

Em 2008, quando o STJ anulou a Operação Sundown, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello, que eram responsáveis pela acusação e hoje atuam na Lava Jato, divulgaram nota em que afirmaram que "a validade da renovação consecutiva do monitoramento sempre foi admitida e é absolutamente necessária para apurar qualquer crime com razoável complexidade probatória".

Denúncia anônima

Em outra súmula, o tribunal entendeu ser "válida a instauração de procedimento investigatório com base em denúncia anônima, quando amparada por outro indício". Trata-se de assunto igualmente polêmico.

Em 2011, por exemplo, uma das principais operações de corrupção no Brasil, que envolvia políticos e executivos de empreiteira, foi anulada pelo STJ sob o argumento de que juízes não podem permitir a quebra de sigilos de qualquer espécie com base exclusiva em "denúncias anônimas". Na época, a Polícia Federal foi autorizada a acessar bancos de dados de empresas telefônicas, o que forneceu provas anexadas na investigação.

O desembargador Fausto Martin de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), que na época autorizou a Castelo de Areia na primeira instância, defendeu súmula do TRF4 e disse que "a denúncia anônima é estimulada pelas Convenções da ONU de combate ao crime organizado e à corrupção".

"Ela é útil desde que complementada com informações relevantes que confirmam seus elementos", disse à reportagem. "A súmula nada mais expressou do que a importância deste meio limiar de prova como, aliás, já referendou o próprio Supremo em vários casos."

De Sanctis, que se notabilizou durante a Operação Satiagraha, outra anulada em instâncias superiores, também defendeu a súmula que trata das escutas. "A limitação no tempo dessa prova significaria desconsiderar o quão difícil é a apuração do crime organizado que demanda análise segura das informações, em sua maioria apenas confirmadas com o passar do tempo." Colaborou Fabio Fabrini. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), classificou suas declarações em diálogo gravado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato como comentários de extremo mau gosto, que geraram arrependimento e vergonha. Ele minimizou o trecho em que sugeriu um limite para a atuação dos investigadores e negou que tenha informações sobre a titularidade do sítio em Atibaia, usado pela família do ex-presidente.

"Quero dar esclarecimentos, satisfação e contextualizar aquela conversa. Eu tentei ser gentil com o ex-presidente que ajudou muito a cidade e meu governo, e que agora passa por um momento difícil", disse.

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Paes alegou que em uma ligação gentil, as pessoas falam gentilezas. "Eu sou carioca em excesso, o terror dos assessores, falo muito em on e em off. Foram brincadeiras de mau gosto com Pezão e Dilma", afirmou. Ele também se desculpou com a população de Maricá, alvo de piadas na conversa interceptada pela PF.

Sobre o comentário de que seria preciso "dar um limite" ao MPF e à PF, o prefeito procurou contextualizar a conversa com os dias que seguiram ao depoimento prestado por Lula na Lava Jato. "Eu me referia à condução coercitiva. Considerei que houve certo exagero e está foi uma crítica de boa parte da população", justificou.

A respeito do sítio, Paes declarou não saber de nada e acrescentou que cabe ao ex-presidente dar explicações. "Eu respondo pelos atos na vida política", afirmou.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou nota, nesta quarta-feira (16), em que condena o vazamento de conversa entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente e ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República”, diz o texto.

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“Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República,  cometida pelo juiz autor do vazamento”, completa a nota.

De acordo com a nota, a posse do novo ministro da Casa Civil acontecerá na manhã desta quinta-feira (17).

Leia o texto, na íntegra:

“Nota à imprensa

Tendo em vista a divulgação pública de diálogo mantido entre a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre esclarecer que:

1 – O ex-Presidente Lula foi nomeado no dia de hoje Ministro-Chefe da Casa Civil, em ato já publicado no Diário Oficial e publicamente anunciado em entrevista coletiva;

2 – A cerimônia de posse do novo Ministro está marcada para amanhã às 10 horas, no Palácio do Planalto, em ato conjunto quando tomarão posse os novos Ministros Eugênio Aragão, Ministro da Justiça; Mauro Lopes, Secretaria de Aviação Civil; e Jaques Wagner, Ministro-Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República;

3 – Uma vez que o novo ministro, Luiz Inácio Lula da Silva, não sabia ainda se compareceria à cerimônia de posse coletiva, a Presidenta da República encaminhou para sua assinatura o devido termo de posse. Este só seria utilizado caso confirmada a ausência do ministro.

4 – Assim, em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República.

5  – Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República,  cometida pelo juiz autor do vazamento.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

Investigados pela Operação Lava Jato, que expôs um esquema de corrupção na Petrobras, apresentaram à Justiça recursos fundados em teses que, recentemente, anularam provas de outras operações e levaram algumas investigações inteiras à nulidade.

O Grupo Galvão, dono da empreiteira Galvão Engenharia, alvo da Lava Jato, contesta a busca e apreensão feita pela Polícia Federal no escritório de outra empresa sua, a Galvão Participações. As duas companhias têm sede no mesmo prédio, no Itaim-Bibi, na zona sul de São Paulo.

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O grupo alega que a PF só tinha autorização para coletar provas no andar da construtora. Quer que a Justiça impeça a análise e devolva o material recolhido no andar da Galvão Participações - documentos, computadores, celulares, talões de cheque e cartões de crédito e "inúmeros outros itens", segundo afirmam os advogados.

Em um caso parecido, o Supremo Tribunal Federal declarou, na semana passada, a nulidade de provas colhidas contra o banqueiro Daniel Dantas nas Operações Chacal e Satiagraha.

Dantas reclamou da busca feita em 27 de outubro de 2004 no prédio onde funcionava a sede de seu banco, o Opportunity. O mandado, alegou, permitia apreensão de provas no 28.º andar. Mas os policiais copiaram o conteúdo de discos rígidos no terceiro andar. Em 16 de dezembro de 2014, a segunda turma do STF foi unânime ao considerar a ação ilegal, anular as provas e determinar que fossem devolvidas.

O prédio da Galvão foi alvo de busca da PF em 14 de novembro, durante a sétima fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final. Foi preso naquele dia o diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, e executivos de outras sete grandes empreiteiras. Fonseca continua preso.

A Galvão Engenharia é apontada por delatores do esquema de corrupção como integrante do "clube da propina", grupo de empresas que obtinham contratos com a Petrobrás mediante pagamento de vantagens indevidas a diretores da estatal.

O Estado tentou falar com advogados do escritório de José Luís Oliveira Lima, que defende a Galvão Engenharia e a Galvão Participações, mas a solicitação não foi respondida.

Grampo

Rene Luiz Pereira, personagem lateral da Lava Jato, contesta a veracidade das escutas telefônicas que embasaram o início da operação, quando ela ainda não tinha alcançado a Petrobrás e era conhecida como uma investigação sobre mercado ilegal de câmbio e lavagem de dinheiro.

As escutas foram, nos últimos anos, motivo para anulação de operações importantes, como a Castelo de Areia, que investigou executivos da Camargo Corrêa, e a Sundown, que investigou empresa de mesmo nome.

Incluído pelas autoridades no grupo do doleiro Carlos Habib Charter, Pereira foi condenado por lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas em um dos processos decorrentes da Lava Jato.

No recurso contra a condenação, Pereira anexou um laudo pericial que contesta a autenticidade e legitimidade das escutas da PF. O documento, elaborado por Joel Ribeiro Fernandes, perito criminal aposentado, afirma ter encontrado "gravações fora dos padrões", interceptações feitas na mesma linha e na mesma hora que apresentam conteúdos diferentes, escutas feitas sem autorização da Justiça em agosto de 2013, em um período em que a PF ainda aguardava renovação da permissão, e também gravações de ligações não reconhecidas pela operadora de telefonia. A defesa de Pereira não comenta os laudos. A PF não quis se pronunciar sobre o assunto.

Três estudantes foram flagrados, durante o Vestibular de Medicina da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, utilizando escutas telefônicas. Eles faziam as provas no campus Recife da instituição e, por meio de detectores de metais, os fiscais perceberam a fraude. O primeiro caso foi registrado na manhã desse sábado, quando uma das candidatas foi surpreendida pela equipe de segurança. Os outros dois foram descobertos neste domingo (15).

A organização do processo seletivo acionou a Polícia Militar e todos foram encaminhados para a delegacia de Santo Amaro, na região central da capital pernambucana. Em relação ao flagrante do sábado, a estudante, natural de Timóteo-MG, se chama Florence Luize Duarte Fernandes. Ela foi autuada por fraude em certame e encaminhada ao Hospital Agamenon Magalhães para a retirada do equipamento. Quando voltou para a unidade da polícia, a família da jovem pagou fiança de R$ 3 mil e ela responderá em liberdade.

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Os outros dois passaram pelo mesmo procedimento para extrair as escutas. O mineiro Rodrigo Aloísio, 22 anos, e o maranhense Kleuber da Silva Brandão, 26 anos. Ambos foram ouvidos pela Polícia e, caso não paguem fiança, serão encaminhados para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.  De acordo com a delegada, Marta Vírginia, há a hipótese de ser um crime ligado a uma quadrilha que frauda certames pelo Brasil. 

"Esse crime é um absurdo. Eles estão infringindo o Código Penal. Crime não é só matar e roubar. Por mim, a fiança deveria ser bem mais alta. Imagine um médico começar a carreira desse jeito", destacou a delegada.

Certame

As provas para ingresso no curso de Medicina da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau foram realizadas nesse sábado (14) e domingo (15). São oferecidas 120 vagas para o campus Recife. Segundo a organização da seleção, para evitar fraudes, são utilizados detectores de metais e aparelhos de biometria para identificação dos candidatos.

Com informações de Nathan Santos e Pollyanne Brito

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse sexta-feira (30), em Washington, que propôs um acordo de reciprocidade com os Estados Unidos sobre interceptação de dados e que a proposta foi rejeitada pelos norte-americanos.

Segundo Cardozo, o governo dos EUA disse que não faria com nenhum país do mundo um acordo como o proposto. As justificativas norte-americanas são de que eles “atuam protegendo o mundo, têm um papel a cumprir e estão de acordo com sua legislação”.

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O acordo previa, entre outros pontos, que caso algum órgão dos EUA quisesse dados oriundos do Brasil, precisaria solicitar a tribunais brasileiros. Outra colocação de Cardozo foi que só fossem solicitados dados que pudessem provar comportamentos ilícitos das pessoas, excluindo o uso de informações para fins políticos e econômicos.

Segundo o ministro, o governo norte-americano está disposto a discutir alguns pontos do acordo, mas não se sabe quais. Cardozo ressaltou que aceita a manutenção do diálogo, desde que as conversas sejam objetivas, e esclareceu que as negociações não excluem uma iniciativa brasileira de levar o assunto a fóruns internacionais.

A agência oficial responsável pelas escutas na Grã-Bretanha entregará nos próximos dias um relatório à Câmara dos Comuns para esclarecer seus vínculos eventuais com o programa de espionagem na internet Prism, utilizado pelos serviços de inteligência americanos, que provoca grande polêmica nos Estados Unidos.

A Comissão Parlamentar para a Inteligência e a Segurança "receberá um relatório completo do GCHQ", o serviço governamental de comunicações, "muito rapidamente e decidirá as medidas que devem ser adotados quando tiver as informações", disse o presidente da comissão, Malcolm Rifkind.

O relatório pode ser apresentado na segunda-feira. O jornal The Guardian informou ter em seu poder documentos que provam que o GCHQ tinha acesso ao sistema Prism desde pelo menos junho de 2010.

O GCHQ se recusou a fazer comentários e insistiu que simplesmente trabalha "em um marco jurídico e político estrito".

O jornal americano Washington Post e o britânico Guardian informaram na quinta-feira que os serviços de inteligência americanos utilizavam dois programas secretos: um que permite monitorar desde 2006 as comunicações telefônicas nos Estados Unidos realizadas pela operadora Verizon e outro, batizado PRISM, que tem como objetivo interceptar as comunicações em nove importantes redes sociais, incluindo o Facebook.

O criminalista Celso Vilardi, que defende Rosemary Noronha, vem rebatendo com veemência, desde o início da Operação Porto Seguro, as acusações da Polícia Federal. Rose ainda não foi notificada para apresentar sua defesa. A cada 15 dias ela vai à Justiça Federal para assinar termo de comparecimento, imposição que lhe foi feita pela juíza Adriana Zanetti, da 5.ª Vara Criminal Federal.

Vilardi afirma que não há nos autos qualquer indício de que Rose tenha praticado atos ilícitos, nem corrupção passiva, nem tráfico de influência. Ele estuda os termos da defesa que entregará à Justiça. "No decorrer do processo ficará demonstrada a total inocência da Rose, ela não fez parte de quadrilha nenhuma", reage o advogado.

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"Há um equívoco no relatório (da PF)", argumenta Vilardi. "Ela (Rose) era muito amiga de Paulo Vieira, fez reformas em imóveis dele, além ter decorado e comprado objetos de decoração. A maioria das mensagens trocadas está relacionada a estes temas. A Polícia confunde relacionamento pessoal e privado com a função que ela exercia e solicitações que recebia", pondera o criminalista.

O ex-advogado adjunto da União José Weber Holanda afirma que não recebeu nenhuma vantagem da organização, nem passagens de cruzeiro. "Eu comprei as passagens."

O advogado Leônidas Scholz, que defende Paulo Vieira, repudia os termos da acusação da Procuradoria da República. "A denúncia não aponta nenhum crime ao Paulo porque ele não cometeu nenhum crime."

O criminalista Milton Fernando Talzi sustenta que a acusação a seu cliente, Marcelo Vieira, irmão de Paulo, "é uma obra de ficção, uma fantasia".

O advogado Claudio Pimentel, que defende o ex-senador Gilberto Miranda, disse que não discutirá o caso pela mídia.

O consultor-geral da União Arnaldo Godoy afirma que não conhece Miranda, Ele disse que desconhecia as relações de Weber Holanda com pessoas citadas na Porto Seguro. "Tinha como certo que eu atendia a uma demanda do Gabinete, na tentativa de solucionar um problema entre órgão e ente da Administração Pública. Minha reação se deve à confiança que tinha no dr. Weber." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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