Tópicos | Francisco

O papa Francisco declarou nesta quarta-feira (8) que o sucesso, dinheiro e poder são ídolos que escravizam. A mensagem foi dita durante a audiência geral, no Vaticano, para mais de sete mil fiéis, quando o Pontífice deu prosseguimento à catequese sobre os dez Mandamentos.

O Papa citou a passagem bíblica do Êxodo, em que Aarão não soube dizer "não" e criou um bezerro de ouro para ser idolatrado. A imagem tinha um duplo sentido no oriente antigo: por um lado, representava fecundidade e abundância, por outro, energia e força.

##RECOMENDA##

"São as tentações de sempre", disse Francisco. "O bezerro de ouro é o símbolo de todos os desejos que oferecem a ilusão da liberdade, mas acabam por escravizar", completou.

"Tudo isso nasce da incapacidade de confiar antes de tudo em Deus, de depositar Nele nossas inseguranças, de deixar que seja Ele a dar a verdadeira profundidade aos anseios de nosso coração. Sem o primado de Deus, facilmente cai-se na idolatria e contenta-se de poucas seguranças", concluiu o Santo Padre.

A audiência de Francisco ainda contou com a presença do músico britânico Sting e de sua mulher, Trudie Styler.

Da Ansa

Três vítimas de abuso sexual denunciarão o "desprezo" que sofreram da Igreja Católica chilena em uma reunião futura com o papa Francisco no Vaticano, informou nesta terça-feira um dos afetados.

Juan Carlos Cruz, José Andrés Murillo e James Hamilton vão se reunir com o papa na segunda-feira para conversar sobre os abusos sexuais que sofreram pelo influente padre Fernando Karadima e as manobras dentro da Igreja para encobrir os crimes.

"Estou representando as pessoas que foram abusadas (...) o que disseram, como desprezaram e destruíram as vítimas", disse Cruz em uma conversa telefônica com a Rádio Cooperativa de Roma.

"Vou contar em primeira mão o quão ruim a igreja recebe você, onde deveria receber amor e respeito", acrescentou.

O encontro com as vítimas ocorrerá após a investigação ordenada por Francisco para determinar se o bispo da cidade de Osorno (sul do Chile) Juan Barros, cujo líder espiritual foi Karadima, encobriu ou não os abusos sexuais que sofreram.

Em fevereiro passado, Charles Scicluna, bispo de Malta, viajou ao Chile a pedido do papa para ouvir os testemunhos das vítimas de Karadima e outros religiosos. Depois de ler o seu relatório, Francisco pediu novamente perdão pelos abusos da Igreja e convocou todos os bispos chilenos a "discutir as conclusões".

As vítimas de Karadima também foram convocadas ao Vaticano, em um "sinal concreto" de que serão ouvidas, segundo Cruz.

Karadima abusou de menores durante a década de 80 em uma paróquia do bairro de El Bosque em Santiago. Somente em 2011, o Vaticano condenou-o a uma "vida de oração e penitência" depois que os tribunais chilenos declararam que as acusações de abuso sexual deveriam ser prescritas.

Os bispos chilenos também expressaram sua "dor e vergonha" pelos casos de pedofilia no Chile, enquanto o arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, disse que Juan Barros deveria renunciar à Igreja.

O papa Francisco afirmou neste domingo (15) que está "profundamente perturbado" com a "incapacidade" da comunidade internacional em elaborar uma resposta comum à crise na Síria.

Após a oração do Regina Coeli, na praça São Pedro, no Vaticano, o Pontífice fez um apelo a "todos os responsáveis políticos para que prevaleça a justiça e a paz" para se tomar qualquer decisão.

##RECOMENDA##

O líder da Igreja Católica fez referência aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos, França e Reino Unido contra o regime de Bashar al-Assad, após grupos rebeldes acusarem Damasco de realizar um ataque químico em Duma.

Durante seu pronunciamento, Jorge Mario Bergoglio ainda ressaltou que reza "incessantemente pela paz" e convidou todas as pessoas de "boa vontade" para se unirem pelo bem comum.

Da Ansa

Durante a mensagem "Urbi et Orbi" ("À cidade de Roma e ao mundo") desta Páscoa, o papa Francisco invocou sabedoria para que todos os governantes respeitem a dignidade dos cidadãos.

"Invocamos sabedoria para os que em todo mundo têm responsabilidades políticas, para que respeitem sempre a dignidade humana, trabalhem com dedicação a serviço do bem comum e garantam o desenvolvimento e a segurança dos próprios cidadãos", disse.

##RECOMENDA##

Francisco pediu mais solidariedade para a humanidade no tratamento com imigrantes. "Não falte solidariedade para as muitas pessoas obrigadas a sair de suas terras e privadas do mínimo necessário para viver", ressaltou.

Ele ainda orou pelas crianças e idosos que são considerados "descartados" pela humanidade. "Frutos de vida nova para as crianças que, devido às guerras e à fome, crescem sem esperança, sem educação e s; e também para os idosos descartados pela cultura egoísta, que põe de lado aqueles que não são "produtivos", alertou o Papa.

No quinto aniversário de sua eleição como líder da Igreja Católica, o papa Francisco foi "presenteado" com o trailer do filme sobre sua vida.

"Papa Francisco: Um homem de palavra" é um longa-metragem dirigido por Wim Wenders, presidente da Academia de Cinema Europeu, e que, segundo as palavras do cineasta, "não somente mostrará a história de Jorge Bergoglio, mas contará com a participação do Pontífice".

##RECOMENDA##

Wenders confessou, em entrevista ao portal "Vatican News", que "nem em seus sonhos mais loucos teria esperado realizar um filme com o papa Francisco". "Foram quatro sessões de longas entrevistas, meses na sala de edição e filmagens em Assis, cidade natal de São Francisco, para realizar uma obra em que o Papa pudesse falar diretamente a cada um, cara a cara, de suas preocupações", relatou o cineasta.

A ideia da produção partiu do prefeito da Secretaria de Comunicação da Santa Sé, monsenhor Dario Edoardo Viganò. O projeto gira em torno de um longo diálogo com o Papa, que se concentra em diversos temas, oferecendo respostas para os principais desafios do mundo contemporâneo, como morte, justiça social, imigração, ecologia e desigualdade.

Graças às técnicas de filmagem, realizadas no próprio Vaticano, Francisco se dirige diretamente ao espectador ao longo do filme, estabelecendo uma relação íntima com todos os tipos de público.

A estreia de "Papa Francisco: Um homem de palavra" acontecerá em 18 de maio, nos Estados Unidos.

[@#video#@]

Da Ansa

O Papa Francisco celebrará nesta terça-feira (13) cinco anos como pontífice, em um clima agridoce pelas críticas por suas fraquezas face ao fenômeno da pedofilia, apesar de suas aberturas e exortações terem transformado a Igreja.

Desde que foi eleito ao trono de Pedro, na noite chuvosa de 13 de março de 2013, Francisco teve que enfrentar desafios importantes, incluindo escândalos de abusos sexuais, a crescente perda de fiéis e forte dissidência interna que resiste às reformas.

Diante dos abusos sexuais cometidos por padres, o papa argentino manteve a linha de "tolerância zero" conduzida por seu antecessor, Bento XVI.

No entanto, a defesa pública do bispo chileno de Osorno, Juan Barros, acusado de encobrir casos de abusos sexuais e, especialmente, o pedido de provas às vítimas, ofuscaram sua visita em janeiro ao Chile.

Em razão da comoção gerada, o papa decidiu rever o caso, pedir desculpas públicas e enviar um investigador especializado, um gesto descrito como valente e incomum para um pontífice.

"As intenções do papa são boas, mas não se transformam em ações", resumiu a irlandesa Marie Collins, símbolo internacional da luta contra a pedofilia, que renunciou há um ano, indignada, de ser parte da comissão do Vaticano encarregada de combatê-la.

Como Collins, muitos católicos pedem ao papa argentino que passe de palavras e gestos corajosos para ações concretas.

- Palavras, gestos e ações -

O primeiro papa latino-americano pronunciou mais de mil discursos em cinco anos, durante os quais falou dos pobres em 1.300 ocasiões, muito mais do que todos os seus predecessores, incluindo João Paulo II, que reinou 27 anos, de acordo com um estudo para a revista Il Venerdi do jornal La Repubblica.

"Sua sensibilidade à pobreza caracterizou toda a sua jornada como pastor da Igreja e testemunho de Cristo", reconheceu o cardeal Piero Parolin, secretário de Estado, no prólogo do livro "O outro Francisco", publicado pela polêmica editora InfoVaticana.

Em sua mensagem para o mundo e especialmente para a América Latina, uma região que visitou cinco vezes, Francisco mostrou-se muito sensível aos problemas sociais e denunciou constantemente um dos grandes males da sociedade moderna: o aumento do fosso entre ricos e pobres.

Para muitos vaticanistas e autores de centenas de livros sobre Francisco, é certamente o maior legado de Francisco, como prometeu nos primeiros dias do seu pontificado: "Eu quero uma Igreja pobre para os pobres", um "hospital de campanha" vizinho dos pecadores, em diálogo com o mundo de hoje.

Um modelo de Igreja inspirado nos ensinamentos de Paulo VI, o papa que modernizou a Igreja nos anos 60 e que propõe como exemplo o arcebispo salvadorenho Oscar Romero, a "voz dos sem voz". Os dois serão proclamados santos este ano.

- Erros e inimigos -

Duramente questionado pelos setores mais conservadores após a publicação de sua exortação apostólica Amoris Laetitia, onde os divorciados e casados novamente ​​podem comungar em alguns casos, o pontificado de Francisco perdeu nesses cinco anos o entusiasmo inicial que despertou.

De acordo com o vaticanista Marco Politi, o pontífice argentino dá "dois passos para frente e um para trás" e seus esforços em favor das reformas internas, bem como suas aberturas doutrinárias, também geraram desconforto e críticas abertas, inclusive do ex-prefeito para a Doutrinada Fé, o cardeal alemão Gerhard L. Muller.

"Seu ensinamento nunca é claro, mas se presta a interpretações", disse o veterano vaticanista Sandro Magister, entre os maiores críticos de Francisco.

Embora a reforma da Curia romana seja uma tarefa titânica, "limpar o Vaticano é como limpar a esfinge do Egito com uma escova de dentes", como o próprio papa reconheceu.

Mas é evidente que Francisco está deixando sua marca: dos quase 120 cardeais eleitores em caso de conclave, quase 50 foram nomeados por ele.

Isto significa dizer que a Igreja do futuro será marcada por sua visão, a de um homem que vem do sul do mundo, que despreza os palácios, preocupado com os conflitos esquecidos do planeta e grande defensor da paz.

O papa Francisco chegará em maio aos cinemas falando da vida, do universo e de outros assuntos em um documentário incomum coproduzido pelo Vaticano, anunciaram produtores na quarta-feira (14).

Escrito e dirigido pelo três vezes indicado ao Oscar Wim Wenders, "Pope Francis. A man of his word" (Papa Francisco. Um homem de palavra) estreia nos Estados Unidos em 18 de maio, informou a produtora californiana Focus Features.

##RECOMENDA##

No documentário, uma coprodução entre o Vaticano e cineastas externos, o papa se dirige ao público diretamente para falar sobre imigração, ecologia, desigualdade de renda e o papel da família.

"Os conceitos visuais e narrativos diretos em frente à câmera colocam a audiência cara a cara com o papa, criando um diálogo entre ele e, literalmente, o mundo", disse um porta-voz em um comunicado.

"A partir de perguntas de pessoas de todos os âmbitos, o papa Francisco responde a agricultores e trabalhadores, refugiados, crianças e anciãos, reclusos e aqueles que vivem em favelas e acampamentos de imigrantes", acrescentou.

O filme mostra o pontífice de 81 anos viajando pelo mundo, falando nas Nações Unidas, se dirigindo ao Congresso dos Estados Unidos e no memorial de Yad Vashem em Jerusalém, dedicado à memória do Holocausto.

Também aparece falando a prisioneiros e refugiados em campos do Mediterrâneo e visitando os territórios palestinos e Israel, assim como a África, América do Sul e Ásia.

Focus disse que a Universal Pictures International distribuirá o filme no exterior, mas ainda não há detalhes sobre o calendário de lançamento mundial.

O papa Francisco denunciou neste domingo (24) o drama dos refugiados no planeta, que frequentemente "são expulsos de suas terras" por dirigentes dispostos a "derramar sangue inocente", durante sua homilia de Natal, na qual fez um chamado "à caridade" e à "hospitalidade".

O argentino Jorge Bergoglio, ele próprio neto de imigrantes italianos, faz do destino dos refugiados um dos temas fundamentais de seu pontificado, iniciado há quase cinco anos.

Em sua tradicional homilia da Missa do Galo, na qual os católicos celebram a véspera do dia do nascimento de Jesus de Nazaré, o papa recordou que, naquela noite, segundo o Evangelho, Maria e José estavam em fuga devido a um decreto do imperador Herodes.

"Nos passos de José e Maria, escondem-se tantos passos. Vemos as pegadas de famílias inteiras que hoje são obrigadas a partir", destacou o papa, perante milhares de fiéis, que lotaram a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

"Vemos as pegadas de milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas de suas terras", acrescentou na Homilia, falando do Baldaquino desenhado por Bernini, de onde apenas o sumo pontífice é autorizado a celebrar a missa.

"Em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro; mas, em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência. Sobreviver aos Herodes do momento que, para impor seu poder e aumentar suas riquezas, não veem problema algum em derramar sangue inocente", afirmou o papa Francisco.

Para ele, o "Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade".

"Ninguém deve sentir que não tem lugar nesta terra", pediu o papa, propondo "uma nova imaginação social".

O menino Jesus nasceu em um estábulo em Belém, "uma terra onde não havia lugar" para seus pais em fuga, lembrou o papa, acrescentando que Deus deu a todos "um documento de cidadania".

"Neste Menino, Deus convida-nos a cuidar da esperança. Convida-nos a nos fazer sentinelas para muitos que sucumbiram sob o peso da desolação, que decorre do fato de encontrar tantas portas fechadas. Neste Menino, Deus nos torna protagonistas da sua hospitalidade", insistiu Francisco, pedindo aos fiéis para varrer "a indiferença" e oferecer "hospitalidade" e "ternura".

O líder de 1,3 bilhão de católicos no mundo, que acaba de celebrar 81 anos, chegou por volta das 18h30 à basílica, antecedido por um cardeal.

Neste domingo, o papa dirigirá sua quinta mensagem de Natal "À cidade e ao mundo" (Urbi et orbi), diante de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.

O papa Francisco pediu nesta terça-feira (12) aos latino-americanos que "cultivem a própria diversidade cultural" e não se deixem "colonizar ideologicamente", durante a missa que celebrou na Basílica de São Pedro pelo dia de Nossa Senhora de Guadalupe.

Trata-se da sexta missa que um papa celebra no Vaticano pela chamada Imperatriz da América, padroeira de todo o continente, cuja festa é comemorada em 12 de dezembro. Em uma basílica cheia de fiéis latino-americanos que moram em Roma, o papa argentino presidiu a missa junto com dezenas de sacerdotes e marcada pela música.

O grupo "Domenico Zipoli Ensemble" interpretou um repertório de composições criadas na América do Sul por missionários jesuítas durante os séculos XVII e XVIII. A missa foi celebrada no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, considerada a protetora de seus povos, e constitui um reconhecimento à história dos católicos nesse continente.

"Ela é sinal da grande riqueza que somos convidados a não só cultivar, como também a defender valentemente de toda tentativa homogeneizadora, especialmente nesses tempos", disse o papa durante a homilia. Francisco advertiu que ao homogeneizar a cultura, "acabam impondo, sob slogans atraentes, uma única maneira de pensa, ser, sentir e viver", afirmou.

"Acabam por invalidar ou esterilizar tudo o que foi herdado de nossos ancestrais, o que afeta também os nossos jovens, que se sentem pouco por pertencer a uma ou outra cultura", explicou ante muitos migrantes latino-americanos.

O papa lamentou que "nossas comunidades indígenas e afro-americanas em muitas ocasiões não costumem ser tratadas com dignidade e igualdade de condições".

Também denunciou o tratamento e a exclusão que sofrem "pobres, desempregados, migrantes, deslocados, camponeses sem terra, os que buscam sobreviver na economia informal; os meninos e meninas submetidos à prostituição infantil, ligada muitas vezes ao turismo sexual", afirmou.

Em sua homilia, o primeiro pontífice latino-americano da história ressaltou as particularidades da imagem da Virgem mexicana, "de pele morena (...), sustentada por um anjo com asas de quetçal, pelicano e arara, a mãe capaz de tomar as faces de seus filhos para fazê-los sentir parte de sua bênção", explicou.

O êxodo desse grupo muçulmano é o motivo maior da delicada visita do papa Francisco a Mianmar e a Bangladesh, mas, nos acampamentos onde os rohingyas se abrigam no sul bengali, os refugiados muçulmanos se perguntam: "mas quem é o Papa?".

Dos quase 900 mil muçulmanos rohingyas de Mianmar que encontraram abrigo no vizinho Bangladesh, apenas um punhado já ouviu falar do chefe da Igreja Católica.

##RECOMENDA##

Quando a AFP mostra uma foto do jesuíta de 80 anos, as hipóteses emergem: um rei rico, um astro americano, um político de Bangladesh, ou um líder muçulmano.

"Acho que já o vi na imprensa, mas o que ele faz? É importante?", pergunta Nurul Qadar, de 42 anos, que faz parte da maré humana de mais de 620 mil pessoas que fugiram desde o final de agosto da violência em Mianmar, qualificada pela ONU de limpeza étnica.

Considerados estrangeiros em um país onde 90% da população é budista, os rohingyas são marginalizados e têm acesso limitado ao sistema escolar.

Vivendo em uma sociedade pobre e rural, onde o universo é muitas vezes limitado à aldeia e a seus arredores, seus meios de abertura para o mundo são reduzidos. Sem educação, muitos deles são analfabetos.

Imã rohingya no grande campo de deslocados de Kutupalong, Hassan Arraf é uma das poucas pessoas entrevistadas pela AFP a conhecer o papa. Referindo-se a sua reputação de homem próximo ao povo, ele espera que a aura do pontífice possa mudar suas vidas.

"O modo como (os birmaneses) nos torturam, nenhuma religião no mundo permite. Ele é um grande líder de outra religião, mas acredito que seja um homem sábio", diz à AFP.

"Acho que ele será capaz de entender o que estamos passando. E poderá pedir ao governo de Mianmar para resolver essa questão e pacificar a região", acrescentou.

- 'Símbolo de reconciliação' -

Nos últimos meses, o papa falou sobre a situação dos rohingyas, "torturados e mortos por causa de suas tradições e fé". Mas em seu primeiro discurso oficial em, Mianmar na terça-feira, o argentino evitou pronunciar a palavra "rohingya", tabu nesse território agitado pelo nacionalismo.

Sua agenda em Bangladesh - de quinta-feira até sábado - não inclui deslocamento para os grandes acampamentos de refugiados no extremo sul do país, perto da fronteira com Mianmar. Uma ausência que muitos refugiados lamentam.

"Se sua visita é sobre nós, ele deveria ter vindo aqui para nos encontrar e conversar. Deveria ver como vivemos, como mal sobrevivemos", disse Hami Tusang, em uma fila à espera da distribuição de alimentos no campo de Balukhali.

O homem logo atrás, Azim Ullah, diz que lamenta que o papa não possa testemunhar o sofrimento dos rohingyas.

"Sendo um líder tão poderoso, ele deveria ver o que passamos. Todas as coisas horríveis que possam vir à sua cabeça, nós já experimentamos", desabafou, imitando um gesto de degola.

"Ele deveria ser nosso porta-voz. Deveria exigir os nossos direitos, a nossa cidadania (em Mianmar). Caso contrário, tais visitas são inúteis", considerou.

Durante sua viagem, primeira visita de um papa a Bangladesh desde 1986, o pontífice se reunirá na sexta-feira em Dhaka com uma pequena delegação de refugiados rohingyas.

"Ele vem como um espírito e um símbolo de reconciliação", disse à AFP James Gomes, diretor regional da Caritas, entidade humanitária da Igreja Católica.

"Esperamos que sua visita tenha um impacto muito positivo e crie uma boa solução entre os dois países", completou.

O MasterChef Profissionais chegou a sua reta final, e, nesta terça-feira (28), exibiu a semifinal entre Francisco, Irina e Pablo. Na primeira prova, os candidatos tiveram que fazer um prato esteticamente bonito, para agradar fotografos gastronômicos. Nesse desafio, Francisco mostrou superação ao cozinhar ainda sofrendo com as consequências das mãos queimadas, fruto do último programa.

O chef surpreendeu ao, apesar da dor, conseguir entregar seu prato. No entanto, Paola Carosella se mostrou mais impressionada com ele na prova de eliminação, onde chegou a se emocionar.

##RECOMENDA##

O desafio era fazer uma ceia natalina, com um peru recheado e acompanhamentos a altura. Ao ver Francisco servindo a comida, com gestos elogiados até pela concorrente Irina, que ressaltou a elegância do concorrente, Paola ficou com os olhos cheios d'água e disse estar tocada com o prato. "É quase um prêmio MasterChef pra mim. Ao longo de toda trajetória ela sempre falou que a comida tinha que emocionar, e, naquele momento, eu estava emocionando ela", comentou o participante.

Confira o momento:

[@#video#@]

LeiaJá também

--> Nova temporada do MasterChef está com inscrições abertas

--> Masterchef tem prova mais difícil da história do programa

--> MasterChef: eliminado recebe homenagem dos candidatos

O Sínodo dos Bispos para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco para outubro de 2019, pode marcar a discussão de um tema tabu para a Igreja Católica: a ordenação de homens casados como padres.

Segundo reportagem publicada pelo jornal italiano "Il Messaggero" na última quinta-feira (2), o cardeal brasileiro Cláudio Hummes propôs ao Pontífice que inclua na agenda do encontro episcopal a possibilidade de estender o sacerdócio aos chamados "viri probati", homens casados, de fé comprovada e capazes de administrar espiritualmente uma comunidade de fiéis.

##RECOMENDA##

Essa realidade fazia parte dos primórdios da Igreja Católica, mas hoje é objeto de divisão dentro da Cúria. O objetivo da medida seria aumentar o escasso número de padres à disposição na Amazônia e facilitar o desejo de Francisco de "evangelizar" essa porção do planeta, principalmente os indígenas.

A proposta iria ao encontro da meta do Sínodo, que é achar "novos caminhos" para levar a doutrina católica aos povos amazônicos. Ainda segundo "Il Messaggero", o Papa poderia usar a Amazônia como "experimento" para a ordenação de "viri probati", mas a questão deve enfrentar resistência dentro da Cúria.

Da Ansa

O papa Francisco lamentou neste sábado a baixa taxa de natalidade em uma União Europeia em que nascem poucas crianças e não consegue proporcionar referências religiosas a seus jovens.

"Frente à tradição, se preferiu a traição" aos ideais que contribuíram para o esplendor da Europa, insistiu Francisco, em uma nova mensagem dirigida à União Europeia (UE) ante participantes de um congresso sobre a contribuição cristã para o futuro do projeto europeu.

"À rejeição do que provinha dos pais, seguiu-se o tempo de uma dramática esterilidade. Não apenas porque na Europa se tem poucos filhos, e muitos são os que foram privados do direito de nascer, como também porque nos achamos incapazes de entregar aos jovens os instrumentos materiais e culturais para enfrentar o futuro", insistiu Francisco.

Ante vários dirigentes europeus, o Papa evocou a responsabilidade dos cristãos dentro de uma Europa que, devido a "um certo preconceito laicista", relegou a religião a "uma esfera puramente privada e sentimental".

Desde sua eleição em 2013, o argentino Jorge Bergoglio, o primeiro Papa não europeu, se mostra exigente em relação à União Europeia, que comparou a "uma avó cansada", durante um discurso no Parlamento Europeu de Estrasburgo, em 2014.

Puxada pelo Brasil, maior país católico do mundo, a conta do papa Francisco no Instagram superou a marca de 5 milhões de seguidores.

Desde 19 de março de 2016, foram postadas 469 publicações no perfil @Franciscus, todas feitas pelo serviço fotográfico do jornal vaticano "L'Osservatore Romano". A conta foi aberta durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, com a seguinte mensagem: "Início de um novo caminho para percorrer com vocês a estrada da misericórdia e da ternura de Deus".

##RECOMENDA##

Segundo a Santa Sé, 65% dos seguidores de Francisco no Instagram são mulheres, e 35%, homens. Os países onde a conta é mais seguida são, nesta ordem, Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Itália e México, mas o Vaticano não forneceu números.

Da Ansa

Na data em que católicos de todo o Brasil celebram, nesta quinta-feira (12), o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, o Papa Francisco escreveu uma mensagem de esperança para os brasileiros. 

Em mensagem publicada por meio do Twitter oficial, o Papa Francisco escreveu que “Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por trabalhadores pobres” e que por esse motivo hoje abençoa todos, “em especial aqueles que procuram um trabalho”. 

##RECOMENDA##

O papa, em abril deste ano, chegou a recusar um convite para visitar o Brasil para as celebrações dos 300 anos da aparição da padroeira. Na época, ele escreveu uma carta extensa, bastante repercutida, cobrando do presidente Michel Temer (PMDB) medidas para evitar o agravamento da situação do povo carente do país. 

Um trecho do texto dizia que a santidade não podia deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres. “Que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira”, ressaltou.

Muitos motoristas do Uber se definem vulneráveis e até mesmo com medo devido às inúmeras polêmicas e confusões com taxistas. No Recife, bem como em outros estados brasileiros onde o aplicativo é permitido, não raro aconteceram cenas lamentáveis de intolerância e brigas envolvendo a regulamentação ou não do Uber. Alguns, inclusive, evitam de trabalhar em horários noturnos e passar por perto de pontos de táxis até mesmo chegando a cancelar viagens quando há taxistas nas mediações. 

Seu Francisco Lima, 68 anos, é uma exceção. Em conversa com o LeiaJá, nesta sexta-feira (6), ele prefere não mostrar o rosto, mas garante que não é por medo, já que a frase adesivada “Uber” em todo os lados do carro deixa claro que "não se intimida" com nada e ninguém, mas sim para preservar sua imagem. 

##RECOMENDA##

O idoso, que é italiano, conta que trabalhou 15 anos como taxista e que desde o início do aplicativo no Recife se cadastrou. Ele contou que escancarar para todos, através do seu veículo, o novo meio de sustento traz problemas como não poder deixar o carro estacionado em lugares públicos, mas afirma que não vai parar. “Alguns taxistas não se conformam, fazem piada e até mesmo me ameaçam, mas eu não ligo não porque eu não tenho medo de taxista. Comigo não existe espaço para tamanha ignorância e sou um motorista experiente”, declarou. 

Francisco também deixou um recado de tolerância, necessária não apenas quando se refere a taxistas e Uber, mas também para toda a sociedade. “Esse é o meu meio de trabalho e todos podem conviver bem cada um em seu canto”, disse. 

Os protestos promovidos por taxistas tem sido menos constantes com o passar do tempo. Inclusive, no final de setembro passado, foi a vez dos motoristas do aplicativo que saíram em carreata e promoveram um “buzinaço” na área do Centro do Recife. Eles se manifestaram contra o Projeto de Lei 28/2017, do Senado Federal, que pretende regulamentar o setor no país. O documento é de autoria do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

O Papa Francisco tem feito campanha pela Europa para que países abram suas portas aos imigrantes. Em visita a um centro de refugiados em Bolonha, no norte da Itália, neste domingo, o pontífice fez discursos e passou uma hora em reunião com os imigrantes. O Papa Francisco realiza visita hoje de um dia nas cidades de Bolonha e Cesena.

Em sua passagem pelo centro de refugiados, ele reiterou que o trabalho dos políticos deve ser pelos mais marginalizados e não para interesses especiais.

##RECOMENDA##

Ele também tirou fotos e conversou sobre a necessidade dos refugiados terem documentos, dizendo que cada um tem um nome e história e que não são apenas estatística. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (29) no Vaticano o cardeal venezuelano Jorge Urosa Savino, arcebispo de Caracas e um dos maiores críticos do governo de Nicolás Maduro, que deu informações sobre a situação atual de seu país.

"O papa está muito empenhado, muito interessado (em compreender a situação da Venezuela). Ele me confirmou durante essa cordial audiência da qual pude participar", declarou o cardeal ao término da reunião, em declarações ao correspondente em Roma da emissora colombiana W Radio.

"É um alento e um motivo para que todos os venezuelanos nos unamos em favor da liberdade, justiça, democracia, do progresso e contra a fome e a opressão", explicou o cardeal, que apresentou sua aposentadoria ao cargo, após fazer 75 anos de idade em agosto passado, conforme normas do Vaticano.

O papa se pronunciou em diversas ocasiões a favor do diálogo entre as partes relacionadas à crise na Venezuela, e inclusive, ao fim de sua viagem à Colômbia em setembro, pediu a ONU ajuda na resolução dessa questão humanitária.

"O papa mostrou afetuo pelo povo venezuelano, pelos que estão sofrendo, pelos mais pobres, que são os que estão sofrendo mais", comentou Urosa.

O cardeal voltou a criticar o governo de Maduro, que "insiste em estabelecer um sistema político e econômico fracassado, que levou o país à ruína, à fome e à pobreza extrema a muitas pessoas", disse.

O papa Francisco encerra neste domingo (10) sua visita à Colômbia com um discurso contundente contra a pobreza e a exclusão social em Cartagena, uma das cidades mais desiguais do país. Os moradores do bairro de São Francisco, onde o pontífice iniciará o último dia da viagem, prepararam o local durante a noite.

Próximo do aeroporto internacional, com suas ruas desordenadas e casas precárias, o bairro é um exemplo dos problemas sociais no país. O prefeito e outras autoridades de Cartagena estão presos por acusações de corrupção.

Depois de defender em Bogotá e Villavicencio a paz e a reconciliação na Colômbia, que tenta superar cinco décadas de um conflito armado, e de abordar em Medellín as questões internas do clero, Francisco, o 'papa dos pobres', deve falar neste domingo sobre os mais necessitados.

No bairro de São Francisco ele vai abençoar a pedra fundamental de um abrigo. O papa vai rezar o Angelus, a oração dos domingos, na igreja de São Pedro Claver, um templo jesuíta - como ele - dedicado ao santo que representa a defesa dos escravos. Mais tarde, Francisco vai celebrar uma missa ao ar livre e, em seguida, se despedirá dos colombianos no aeroporto, antes de retornar ao Vaticano.

Ela usa tênis, faz rap e já participou de um reality show. Agora a freira María Valentina de los Ángeles realizará o sonho de cantar para o papa Francisco em sua visita à Colômbia.

Conhecida por sua alegria e carisma, esta jovem bogotana de pele morena e baixa estatura colabora com o grupo musical vencedor de um concurso local que elegeu o hino que tornará mais agradável o percurso do papa.

##RECOMENDA##

O "prêmio" é interpretar a canção ganhadora, "Demos el primer paso", um vallenato (gênero musical popular na Colômbia) pop de pouco mais de quatro minutos que inclui uma estrofe em forma de rap, enquanto o pontífice argentino se move entre a multidão de fiéis colombianos.

Francisco, um dos impulsores do acordo de paz entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, após meio século de conflito, visitará Bogotá, Medellín, Villavicencio e Cartagena entre 6 e 10 de setembro.

Vai ser "uma oportunidade para mostrar a ele nosso carinho através do que sabemos fazer, que é música", disse à AFP María Valentina, de 28 anos, que cantará a canção com cerca de 20 concertistas da fraternidade Músicos Católicos Unidos (MCU).

A religiosa se tornou conhecida no país após participar, no ano passado, do reality show "A otro nivel", no qual fez um rap com tanta "naturalidade" que os MCU a convidou para compor e cantar uma estrofe da canção que acabou sendo eleita, no início de agosto, como o ritmo oficial de Francisco na Colômbia.

"A Colômbia te recebe com os braços abertos / a uma só voz te dizemos muito contentes / bendito seja Deus, que em sua sabedoria te trouxe a nossas terras para ser seu guia", diz o rap da freira.

- "Fica na cabeça" -

Amante de todos os gêneros musicais, contanto que tenham "um conteúdo bonito e profundo", a jovem freira destaca o espírito de protesto do rap, o ritmo com raízes negras surgido nos Estados Unidos na década de 1960.

"O maravilhoso do rap é que ele fica na cabeça muito facilmente, e quando tem a profundidade de uma verdade, que é Cristo, é ainda mais chamativo", afirma.

María Valentina considera que este gênero reivindicativo é adequado à ordem papal aos jovens: "fazer bagunça".

"Bagunça no contexto e na linguagem do santo padre é ser diferente, é ser atrevido levando uma mensagem de alegria, esperança, de caridade", explicou.

Por isso, acredita que a mistura de sons de "Demos el primer paso" vai agradar ao papa.

Francisco "é latino, mas nossa intenção, mais que agradar ao santo padre, é ser igreja e que todas as pessoas possam cantar conosco", acrescentou.

- Evangelizar com música -

María Valentina não é uma freira tradicional. Diz que por "conforto" prefere usar tênis em vez de sandálias. Toca ukelele e na adolescência foi guitarrista de rock.

Além disso, superou o Nash (esteato-hepatite não-alcoólica), uma doença diagnosticada quando ela era criança e que a obrigaria a fazer um transplante de fígado quando chegasse à maioridade.

Aos 16 anos, porém, os médicos se surpreenderam, conta, porque após um exame de rotina não encontraram rastro da doença. A jovem atribuiu sua cura a Deus e um ano depois se converteu à vida consagrada, mas sem abandonar sua paixão pela música.

"Meu sonho é ser uma boa religiosa, e fazer música é um segundo sonho. Quero gravar mais e quero que as pessoas, mas que se apaixonem pela minha voz, se apaixonem por Jesus", disse.

Além do seu reconhecimento como solista, que lhe permitiu gravar um disco intitulado "Dime y dame", a religiosa faz parte da Comunidad de las Comunicadoras Eucarísticas del Padre Celestial, da Arquidiocese de Cali.

Essa comunidade surgiu após o pedido de João Paulo II aos artistas para que evangelizem através de suas criações.

"Na igreja há vários ritmos, há várias pessoas que têm diferentes formas de amar e de louvar a Deus", afirmou a madre superiora, Gabriela del Amor Crucificado, à AFP.

Na congregação há uma produtora de televisão e um grupo musical, que conta com a participação de María Valentina, que gravou duas produções discográficas.

"Ele (Deus) quer ser conhecido através dos meios, e (...) deve-se fazer com que seja conhecido com o que é tendência", afirma María Valentina.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando