O advogado Túlio Gadêlha ganhou grande notoriedade após ficar conhecido como o namorado de uma das apresentadoras mais famosas do Brasil, Fátima Bernardes. No entanto, o pernambucano mostra querer ser reconhecido por uma luta maior em prol das pessoas. Especulado para disputar uma vaga na Câmara Federal na eleição deste ano, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, nesta terça-feira (19), ele mesmo confessou que a possibilidade é maior do que o que tem sido comentado nos bastidores: “Sim, é possível”, ressaltou.
Filiado ao PDT há 11 anos, Túlio Gadêlha contou que esse chamado foi feito há mais de um ano pessoalmente pelo próprio pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT). “Eu sou filiado ao PDT há 11 anos, foi o meu primeiro e único partido. O partido já fez esse chamado. O próprio Ciro Gomes me chamou para disputar um mandato em fevereiro de 2017. A gente que é filiado a um partido político sempre estamos à disposição para disputar uma candidatura. Todos que são filiados têm que estar à disposição do partido, caso exista um chamamento”.
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Túlio expôs que tem avaliado a possibilidade, mas garantiu que não pensa em um projeto político pessoal. “A gente tem avaliado essa possibilidade com o movimento, queremos fazer uma construção horizontal. Nunca fui candidato de mim mesmo. Nunca pensei em ser candidato para ter um projeto político pessoal. Nosso projeto sempre foi de grupo e, hoje, o grupo parece que está mais forte do que nunca”.
O grupo que ele destaca é o Movimento Nós Acreditamos, que vem sendo articulado há alguns anos. Porta-voz do movimento, ele ressaltou que o objetivo maior é identificar pessoas que possuem um perfil histórico de luta em defesa das causas sociais em diversas áreas. “Demos esse nome como uma maneira de chamar essas pessoas para discutir a política, para participar. Nós acreditamos que podemos mudar essa realidade que o país vive hoje e que essa mudança não se dá através da esperança em uma pessoa, em uma figura. Uma pessoa não vai mudar isso, a gente quer democratizar os espaços de poder”, explicou.
Ao falar sobre democratizar espaços de poder, Túlio Gadêlha citou Pernambuco como um dos locais dominados por oligarquias. “São, em sua grande maioria, grupos familiares que aqui no Nordeste insistem em permanecer no poder, que têm toda uma estrutura de poder e financeira que mantêm essas oligarquias hoje no comando do país. É necessário uma reflexão do quanto isso tem sido prejudicial ou bom para o nosso estado”. Questionado se podia ser citado, como exemplo, os Coelhos e os Mendonças, ele foi direto. “Seriam todos que são filhos e netos de políticos que hoje permanecem no poder”.
O tema sobre oligarquias em Pernambuco foi debatido em um aulão na tarde de hoje, que reuniu estudantes para falar também sobre política. Túlio foi o convidado para a série de encontros. “Eu recebi o convite da professora Fernanda Pessoa e ela tenta trazer um pouco o aluno para esse mundo real. Existe o mundo acadêmico, que é muito importante, onde ele está preocupado com seu futuro, sua vida profissional, mas no mundo real existem coisas e questões que a gente deve se envolver”.
O porta-voz do Nós Acreditamos ainda salientou que tem sido a ausência das pessoas que tem provocado a crise política e institucional no Brasil. “A nossa intenção, neste aulão, é debater com os alunos, tentar entender como eles compreendem essa realidade, essa conjuntura política no país e debater com eles essas questões que são de suma importância para a compreensão do mundo e dos rumos do país”, acrescentou.
Em defesa de Lula
O namorado de Fátima Bernardes chegou a ir, em abril passado, até São Bernardo do Campo, em São Paulo, para prestar “solidariedade” ao ex-presidente Lula antes dele ser preso. Na ocasião, Túlio chegou a dizer que o Judiciário tem se tornado cada vez mais parcial. “A gente tem convicção que esse foi um julgamento político também. Que a Justiça não pode ser política. Por isso, a gente está aqui presente para dar esse gesto de solidariedade ao presidente e à democracia brasileira”, chegou a dizer em vídeo compartilhado pela página do PT no Facebook.
O ativista também foi centro de uma polêmica após ser exonerado da presidência do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe) menos de dois meses depois de ser empossado. Em tom de desabafo, Túlio falou que tomou ciência da exoneração apenas por telefone e se mostrou indignado ao declarar que o real motivo para o ocorrido não foi um ajuste administrativo e, sim, “partidário e eleitoreiro”.
Na época, falou sobre a “urgência” de uma reforma política. “Não é mudar apenas o nome, mas, sim as práticas. A política deve servir para organizar a sociedade com representantes comprometidos em fazer uma gestão do bem público para o público e com qualidade”, pontuou.