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O esporte oferece a seus amantes diferentes imagens para guardar na memória. Uma delas foi registrada na última edição do Mundial de Ginástica Artística, disputado no início de outubro na Antuérpia (Bélgica): um pódio formado apenas por mulheres negras na disputa do individual geral, aquela que coroa as atletas mais completas da modalidade.

A imagem da norte-americana Simone Biles (que ficou com o ouro), da brasileira Rebeca Andrade (prata) e da atleta, dos Estados Unidos, Shilese Jones (bronze) celebrando a conquista foi um sinal claro de que a modalidade vive um momento diferente, no qual mulheres negras não se destacam apenas por suas façanhas esportivas, mas passam a ser vistas como referências.

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“É muito importante [um pódio formado apenas por mulheres negras] porque sei o quanto representamos para tantas crianças, adolescentes, mulheres e homens pretos. Como já falei, a Dai [ex-ginasta brasileira Daiane dos Santos] foi muito importante para mim, pois era uma das únicas pessoas com as quais eu me identificava ali, apesar de admirar todas as meninas, e hoje cada dia mais estão chegando mais e mais pessoas para continuar inspirando e entrando nesse lugar de referência. Então um pódio desse significa demais para mim. E tenho certeza de que significa muito para as meninas também e ficamos muito felizes de dividir aquele pódio. Foi sensacional”, declarou a jovem brasileira de 24 anos.

Na opinião do cientista social Thales Vieira, que é co-diretor-executivo do Observatório da Branquitude, a imagem deste pódio “diz muito sobre a resiliência dessas estrelas do esporte, que, apesar do racismo, brilham e conduzem suas carreiras no mais alto nível [...]. Rebeca já é a maior ginasta brasileira e Biles a maior de todos os tempos”. Segundo o pesquisador, imagens como a deste pódio “quebram o ideário falseado do mérito branco e provam que, ao menor sinal de oportunidade, pessoas negras buscarão e terão excelência no que se propuserem a fazer, seja nos esportes ou qualquer outra área”.

Quando se consideram apenas as conquistas olímpicas, Simone Biles (que é a ginasta com mais medalhas na história de mundiais) é a nona atleta da história da ginástica olímpica mais laureada até o momento (com 4 ouros, 1 prata e 2 bronzes em duas edições dos Jogos). Já a brasileira (que tem duas medalhas) não aparece entre as 10 primeiras colocadas de um ranking formado quase exclusivamente por atletas relacionadas à antiga União Soviética (como a russa Larisa Latynina, que lidera a classificação com 9 ouros, 5 pratas e 4 bronzes conquistadas em 3 Olimpíadas).

Com ao menos mais uma edição de Jogos Olímpicos pela frente, Simone Biles e Rebeca Andrade ainda podem passar a ocupar uma posição de maior destaque entre as ginastas com mais medalhas conquistadas no evento. Mas uma coisa é certa, as duas são representantes de uma nova geração de atletas negras que influenciam as próximas gerações pelo simples fato de se orgulharem de quem são.

“Sou uma mulher preta e tenho muito orgulho. Eu amo minha cor de pele e sou linda, sou maravilhosa. Minha mãe me ensinou sempre a me amar, e me acha maravilhosa também. Eu nunca tive nenhum problema com isso, comigo mesma ou com outras pessoas dizendo ou falando alguma coisa sobre isso. Então sempre fui muito firme e muito confiante comigo mesma e isso é muito bom”, afirmou Rebeca após conquistar quatro medalhas nos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Santiago (Chile).

Apesar do maior volume que vozes como a de Rebeca podem alcançar em grandes eventos esportivos como o Pan, o cientista social Thales Vieira afirma que ainda é necessário ser feito mais, é necessário “um compromisso verdadeiro” de confederações, organizações internacionais, atletas brancos e não brancos, juízes, imprensa e público. “Sem esse compromisso o que vemos é um festival de frases prontas e acordos comerciais que se sobrepõem ao verdadeiro espírito esportivo”, conclui.

A seleção brasileira masculina de futebol estreia nesta segunda-feira nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. O time comandado pelo técnico Ramon Menezes busca o pentacampeonato. Na ginástica artística, Flávia Saraiva, Arthur Nory e companhia disputam as finais do individual geral.

Os brasileiros também atuarão em diversas modalidades como natação, vôlei, boxe, saltos ornamentais, entre outras. A transmissão será feita pelo streaming da CazéTV, pelo Canal Olímpico do Brasil no YouTube e no PanAm Sports Channel.

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BADMINTON

9h - Duplas feminina - quartas de final

9h - Duplas masculino - quartas de final

9h - Simples feminino - quartas de final

11h - Simples masculino - quartas de final (Ygor Coelho)

11h40 - Duplas mistas - quartas de final (Davi Silva/Sania Lima)

17h - Duplas masculino - quartas de final (Davi Silva/Fabrício Farias)

17h40 - Duplas feminina - quartas de final (Juliana Vieira/Sânia Lima)

18h20 - Simples feminino - quartas de final

19h - Simples masculino - quartas de final (Jonathan Souza)

19h40 - Duplas mistas - quartas de final

BEISEBOL

9h - Fase de classificação - Panamá x México

15h - Fase de classificação - Chile x República Dominicana

BASQUETE 3X3

16h - Semifinal feminina: EUA x Chile

16h30 - Semifinal feminina: Colômbia x Porto Rico

17h - Semifinal masculina: EUA x Trindade e Tobago

17h30 - Semifinal masculina: Venezuela x Chile

18h - Chave feminina - disputa do bronze

18h30. Chave masculina- disputa do bronze

19h - Chave feminina: final

19h30 - Chave masculina: final

VÔLEI DE PRAIA

10h30 - Chave feminina - Canadá x Paraguai

11h - Chave feminina - Estados Unidos x Argentina

11h30 - Chave feminina - República Dominicana x Uruguai

12h - Chave feminina - Equipo de Atletas Independentes x Peru

12h30 - Chave masculina - Canadá x Argentina

13h - Chave masculina - Estados Unidos x Uruguai

13h30 - Chave masculina - Costa Rica x Equador

14h - Chave masculina - Equipe de Atletas Independentes x Bolívia

16h30 - Chave feminina - Brasil x Porto Rico

17h - Chave feminina - Equador x Costa Rica

17h30 - Chave feminina - Colômbia x El Salvador

18h - Chave masculina - Paraguai x Nicarágua

18h30- Chave masculina - Brasil x Cuba

19h - Chave feminina - Chile x México

19h30- Chave masculina - Colômbia x El Salvador

21h - Chave masculina - Chile x México

BOXE

11h - Boxe feminino - até 57kg - oitavas de final

11h15 - Boxe masculino - até 80kg - quartas de final

12h15 - Boxe masculino - até 92kg - quartas de final (Keno Marley)

17h - Boxe feminino - até 57kg - oitavas de final (Jucielen Romeu)

17h45 - Boxe masculino - até 57kg - quartas de final (Luiz Gabriel Oliveira)

18h45 - Boxe feminino - até 80kg - quartas de final (Wanderley Pereira)

SALTOS ORNAMENTAIS

11h - Trampolim de 3m masculino - classificatória (Diogo Silva e Rafael Fogaça)

19h - Plataforma de 10m sincronizado feminina - final (Giovanna Pedroso/Ingrid Oliveira)

20h40 - Trampolim de 3m masculino - final

ADESTRAMENTO

11h - Grand Prix individual - final (João Victor Oliva, Manuel Tavares, Paulo César e Renderson Oliveira)

11h - Grand Prix por equipes - final (João Victor Oliva, Manuel Tavares, Paulo César e Renderson Oliveira)

GINÁSTICA ARTÍSTICA

13h - Individual Geral Masculino - final (Diogo Soares e Arthur Nory)

18h00 - Individual Geral Feminino - final (Flávia Saraiva e Jade Barbosa)

FUTEBOL

13h - Futebol Masculino: Colômbia x Honduras

15h - Futebol Masculino: Uruguai x República Dominicana

18h - Futebol Masculino: Brasil x Estados Unidos

20h - Futebol Masculino: Chile x México

PENTATLO

10h - Hipismo feminino - final

10h40 - Bônus round esgrima feminino - final (Isabela Abreu, Marcela Mello e Stephany Saraiva)

11h15 - Natação feminina - final

11h45 - Laser run feminina - final

16h - Hipismo masculino - final

16h40 - Bônus round esgrima masculino - final (Danilo Fagundes, Gabriel Sasaqui e William Muinhos)

17h15 - Natação masculina - final

17h45 - Laser run masculina - final

RAQUETEBOL

10h - Simples masculino - quartas de final

10h45 - Simples feminino - quartas de final

12h - Simples masculino - semifinal

12h - Simples masculino - semifinal

15h - Duplas masculinas - semifinal

16h - Duplas feminina - semifinal

17h - Duplas mistas - semifinal

REMO

8h - Skiff duplo leve feminino - repescagem (Antônia Motta/Isabelle Camargos)

8h10 - Skiff duplo leve masculino- repescagem (Marcelo Barbosa/Uncas Tales )

8h20 - Dupla feminina Coxless (Dois Sem) - Finais (Maria Clara Lewenkopf/Milena Viana)

8h30 - Dupla masculina Coxless (Dois Sem) - Finais (Bernardo Boggian/Alef Fontoura)

8h - Skiff quádruplo feminino - finais (Beatriz Cardoso/Chloe Delazeri/Nathalia Barbosa/Thalita Soares)

8h - Skiff quádruplo masculino - finais

10h30 - Oito integrantes masculino - finais

TIRO ESPORTIVO

9h - Equipe mista rifle de ar - classificação

9h30 - Equipe mista Skeet - classificação (Renato Araújo e Georgia Furquim)

10h - Equipe mista rifle de ar - final

10h30 - Equipe mista rifle de ar - disputa de medalha

13h - Equipe mista de Skeet - semifinal

14h - Equipe mista Skeet - semifinal

14h40 - Equipe mista Skeet - final

ESCALADA

18h05 - Boulder masculino - final

20h12 - Lead masculino - final

NATAÇÃO

9h - 100m livre feminino - classificatória (Ana Carolina Vieira, Celine Bispo e Stephanie Balduccini)

9h11 - 100m livre masculino - classificatória (Breno Correia, Guilherme Caribé, Marcelo Chierighini)

9h18 - 200m peito feminino - classificatória (Breno Correia, Guilherme Caribé Marcelo Chierighini)

9h29 - 200m peito feminino - classificatória (Brandonn Almeida e Raphael Rached)

9h43 - 100m costas feminino - classificatória (Julia Karla Goes e Maria Luiza Pessanha)

9h53- 100m costas masculino - classificatória (Gabriel Fantoni e Guilherme Basseto)

10h1 - 800m livre feminino - classificatória (Gabrielle Roncatto e Viviane Jungblut)

9h22 - 800m livre masculino - classificatória (Guilherme Costa e Thiago Ruffini)

10h42 - 4x100m medley misto - classificatória (Ana Carolina Vieira, Gabriel Fantoni, Giovanna Diamante, Guilherme Basseto, Jhennifer Conceição, João Gomes Júnior e Stephanie Balduccini)

16h -100m livre feminino - final

16h04 - 100m livre masculino - final

16h18 - 200m peito feminino - final

16h35 - 200m peito masculino - final

16h53 - 100m costas feminino - final

17h08 - 100m costas masculino - final

17h23- 800m livre feminino - final

17h48 - 800m livre masculino - final

18h05 - 4x100m medley misto - final

TAEKWONDO

9h - Masculino acima de 80kg - quartas de final

9h - Feminino acima de 67kg - quartas de final

11h15 - Feminino acima de 67kg - Repescagem

11h15 - Masculino acima de 80kg - Repescagem

12h15 - Feminino acima de 67kg - repescagem 2

12h15 - Masculino acima de 80kg - repescagem 2

15h - Feminino acima de 67kg - semifinais

15h30 - Masculino acima de 80kg - semifinais

16h - Feminino acima de 67kg - final

16h30 - Masculino acima de 90kg - final

TÊNIS

10h - Simples masculino - Primeira rodada

10h - Simples feminino - Primeira rodada

VÔLEI

10h30 - Chave feminina: Brasil x Porto Rico

13h30 - Chave feminina: Argentina x Cuba

17h30 - Chave feminina: República Dominicana x Colômbia

20h30 - Chave feminina: Chile x México

ESQUI AQUÁTICO

10h - Slalom feminino - final

10h - Slalom masculino - final

12h15 - Saltos feminino - final

12h15 - Saltos masculinos - final

14h20 - Manobras feminino - final

14h20 - Manobras masculino - final

16h10 - Wakeboard feminino - final

LEVANTAMENTO DE PESO

16h - Masculino até 102kg - final (Marco Túlio Gregório)

19h30 - Feminino até 81kg - Final (Laura Amaro)

Morreu João Luiz Ribeiro, o primeiro atleta a representar a ginástica artística do Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos. Ribeiro integrou a equipe brasileira que conquistou a primeira medalha da modalidade em Jogos Pan-Americanos e disputou a Olimpíada de Moscou, em 1980. Ele tinha 64 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido em São Joaquim (SC), o ginasta começou a carreira na Sogipa, em Porto Alegre. Ele treinava basquete, mas passou a experimentar os aparelhos de ginástica do clube. Ao se destacar nas competições da modalidade, Ribeiro foi convidado a treinar no Tijuca Tênis Clube, do Rio de Janeiro, e depois no Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.

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Em 1979, João Luiz Ribeiro foi aos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan, Porto Rico. Junto da equipe brasileira, ele conquistou a primeira medalha da modalidade na competição, o bronze. Além disso, no Mundial de Fort Worth, no Texas, no mesmo ano, Ribeiro tornou-se o segundo ginasta brasileiro a tirar o brevê conferido pela Federação Internacional de Ginástica, uma honraria dada apenas a quem passava da média 9 em grandes competições.

No ano seguinte, Ribeiro disputou os Jogos Olímpicos de Moscou, na Rússia. Ele terminou a disputa individual geral na 64ª posição. Nos aparelhos, a melhor posição foi o 53º lugar no solo. Assim, Ribeiro tornou-se o primeiro ginasta brasileiro numa edição dos Jogos Olímpicos, ao lado de Cláudia Costa.

Depois de se aposentar, Ribeiro foi morar nos Estados Unidos, onde viveu por quase 50 anos, e teve duas academias de ginástica artística, em Nova Jersey, onde chegou a atender 800 crianças. Em 2020, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) relembrou a conquista do Pan de 1979. Na época, Ribeiro relembrou a conquista do bronze: "Nosso esporte é individual, mas soubemos dar força um ao outro, e isso foi determinante. Mais de 50% da ginástica é mental".

A CBG e o Comitê Olímpico do Brasil lamentaram a morte do ex-ginasta. "É com o mais profundo pesar que o Comitê Olímpico do Brasil lamenta a morte de João Luiz Ribeiro, primeiro atleta a representar a ginástica artística do Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos, aos 64 anos", registrou o COB.

"É com extremo pesar que a Confederação Brasileira de Ginástica recebe a informação do falecimento de João Luiz Ribeiro. Com um currículo vasto e vitorioso, o João, que morava nos Estados Unidos há muitos anos, foi o primeiro brasileiro a representar a Ginástica Artística do Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos (1980). Desejamos conforto à família e aos amigos neste momento difícil", comentou a CBG.

A dobradinha conquistada no solo por Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, neste domingo, no Mundial de Ginástica, tem todo um significado especial para as duas atletas. Cada uma do seu jeito. Flavinha é tida há anos como uma grande promessa da ginástica brasileira e, desde cedo, começou a lidar com os prós e contras que vêm junto com toda essa expectativa ao seu redor.

Flávia Saraiva se tornou um nome de destaque no cenário internacional da ginástica artística bem cedo, muito antes dos seus atuais 24 anos. Com graciosidade e impressionantes habilidades técnicas, ela conquista corações e admiração por onde passa. Nascida no Rio, em 30 de setembro de 1999, Flavinha é a personificação da determinação e paixão pelo esporte. Seu sorriso é sua graça.

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Desde muito cedo, Flavinha mostrou talento para a ginástica, chamando atenção de treinadores, colegas e até rivais. Com sua evolução, não demorou para se destacar em competições locais e regionais. Em 2014, com apenas 14 anos, teve sua primeira experiência internacional de expressão nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China, onde conquistou a medalha de ouro no individual geral. Competiu no lugar de Rebeca Andrade, que estava lesionada.

Assim como inúmeros outros exemplos, Flavinha também teve de lidar com alguns dramas na carreira. A própria americana Simone Biles abandonou os Jogos de Tóquio, em 2021, por desgaste mental. Flávia Saraiva já teve de ficar um bom tempo fora dos holofotes por problemas de lesão e outras questões. Após o Mundial de 2019, por exemplo, ficou 20 meses sem competir, em razão da pandemia de Covid-19 e por uma contusão no tornozelo. Ela participou da etapa de Doha da Copa do Mundo, que a ajudou a recuperar a confiança e participar dos Jogos Olímpicos de 2020, que foi em 2021.

No final do ano passado, em novembro, fez uma nova cirurgia no tornozelo. Depois disso, traçou como objetivo participar do Mundial de Antuérpia, na Bélgica, que acabou neste domino. Foi menos de um ano para a preparação. A missão foi cumprida com sucesso.

BURNOUT EM 2018

Além de questões físicas, Flávia Saraiva também teve questões emocionais para administrar. Em 2018, conta que sofreu com burnout, um distúrbio causado por exaustão e geralmente relacionado ao excesso de trabalho. A ginasta diz que não conseguiu treinar com afinco durante o período, perdendo a capacidade de realizar exercícios nos quais sabia executar, mas não tinha concentração para fazê-los. Foi essa dificuldade que tirou Simone Biles das provas na Olimpíada.

"Eu fiquei dois meses sem dormir. Dormia três horas por noite e treinava sete horas por dia. Fiquei desesperada. Tinha vontade de chorar o tempo todo. Eu entrava no ginásio e falava: 'preciso ir embora'", contou na época. A ginasta revelou que a cura só veio quando aceitou que deveria primeiramente cuidar de si antes de voltar aos treinos. Iniciou, assim, um tratamento com uma psicóloga, destacando que o apoio de familiares, e do próprio treinador, foi essencial para sua recuperação.

"Não é simples nem fácil. Fui para um período de dois meses de treinos em Portugal e só chorava. Ligava para minha psicóloga no meio do treino, com falta de ar", contou Flávia. "E eu não sabia o porquê. Ela me ajudou 100%. Me fez entender que eu precisava me aceitar". Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, Flávia Saraiva integrou a equipe de ginástica brasileira. A atleta conseguiu superar a lesão no tornozelo durante a competição e chegou à final, apesar de não ter subido ao pódio.

Simone Biles passou dois anos cuidando de sua saúde mental desde as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando teve sérios problemas. Aos 26 anos, ela retornou às competições neste sábado com uma medalha de ouro no US Classic, em Chicago, torneio classificatório para o nacional.

Com a confiança crescendo a cada rotação, Biles disparou para sua primeira vitória em meio ao animado público. A pontuação geral da ginasta foi de 59,100, cinco pontos melhor que Leann Wong, medalha de prata. Joscelyn Roberson ficou com a medalha de bronze.

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Biles conseguiu a melhor pontuação em três das quatro disputas, mostrando no evento classificatório que continua sendo Simone Biles, agora em uma nova versão de si mesma. A americana quatro vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas dominou no solo, salto sobre a mesa, barras assimétricas e trave de equilíbrio para garantir mais um primeiro lugar em sua vitoriosa carreira.

"Eu me sinto muito bem onde estou agora, mentalmente e fisicamente", disse Biles. "Ainda acho que há algumas coisas para trabalhar nas minhas rotinas, mas para o primeiro encontro de volta, eu diria que correu muito bem. Estou muito chocado. Surpreso."

Biles iniciou as competições nas barras assimétricas com uma pontuação de 14,000, a terceira melhor nota da competição, que mostrava o que estaria por vir. Ela subiu a nota na trave de equilíbrio, com 14,800. A campeã emendou ótimos passos no chão, com pontuação de 14,900. Ela ainda terminou com um salto duplo sobre a mesa. A arena mostrou toda sua empolgação com a última nota de 15,400, que colocou Simone na frente das outras 30 competidoras.

Foram 732 dias cuidando de sua saúde mental, desde que abandonou cinco provas nas Olimpíadas de Tóquio. A ginasta feminina mais condecorada da história revelou que só intensificou os treinamentos após o casamento com Jonathan Owens, jogador de futebol americano, no fim de abril. Ela veio para a competição com um collant preto e branco e uma aliança de casamento de silicone, comprada para usar enquanto compete, além de um colar escrito "Owens".

"No começo, sempre que eu voltava aos treinos, acho que em setembro, eu estava meio que me divertindo na academia tentando entrar em forma novamente. Eu tirei quase outubro inteiro e parte de novembro porque estava fazendo muitas palestras e as festas de fim de ano chegaram. Então eu apenas foquei em estar em forma e manter a rotina", disse.

"Quando chegou o ano novo, eu comecei a aumentar a frequência, mas ainda tinha algumas coisas, estava trabalhando no casamento. Eu sentia que Laurent (Landi, seu treinador) estava sempre um passo à frente. Depois de maio começamos a intensificar, mas antes disso eu estava apenas treinando. Nós apenas notamos que chegou o momento e Laurent (Landi) disse que iríamos competir no Classics. Meio que não foi falado que eu competiria, nós apenas sabíamos", revelou Biles.

O US Classic é considerado uma espécie de aquecimento para os campeonatos dos Estados Unidos que acontecem no fim deste mês. Os campeonatos mundiais estão previstos para outubro e ainda há as Olimpíadas há menos de um ano. "Eu sabia que poderia voltar e, com sorte, ter uma chance", disse ela. "É sobre realmente cuidar do meu corpo agora. Então é isso que devemos fazer. Está funcionando."

FOCO NA SAÚDE MENTAL

A americana de 26 anos não entra numa competição desde agosto de 2021, quando defendeu os EUA nos Jogos de Tóquio. Na ocasião, Simone Biles não chamou a atenção pelas conquistas, mas por ter desistido de diversas provas, como a final do individual geral, para priorizar sua saúde mental.

Ela alegou que estava sofrendo com "twisties", termo usado no meio da ginástica para explicar a perda de referência espacial sofrida por um atleta na execução de algum movimento qualquer. Não consiga focar nem se concentrar. A situação poderia colocar em risco sua integridade física ao cometer erros graves em suas apresentações.

Ao vir a público para explicar a situação, Biles trouxe à tona as discussões sobre saúde mental, um dos assuntos mais comentados ao longo daquela Olimpíada e dos anos que se seguiriam. Havia a expectativa de que a americana quebrasse diversos recordes e marcas históricas da ginástica em Tóquio, o que acabou não acontecendo em razão da decisão da atleta. A ginasta soma sete medalhas olímpicas, sendo quatro de ouro. A maioria foi obtida nos Jogos do Rio-2016. Na capital japonesa, ela foi prata por equipes e bronze na trave, conquista que a fez empatar em número de medalhas olímpicas na história da ginástica americana com Shannon Miller.

Ao fim daquela edição da Olimpíada, Simone Biles deixou em aberto a possibilidade de se aposentar antes mesmo dos Jogos de Paris-2024. O anúncio desta quarta, porém, abre a possibilidade de que a americana esteja na França, no próximo ano.

Os últimos dois anos foram um turbilhão na vida pessoal da competidora, apesar do afastamento das competições. Ela se tornou uma das maiores defensoras dos atletas na busca por saúde mental

A ginástica rítmica do Brasil entrou para a história nesse sábado (18). Na Copa do Mundo realizada em Israel, o time brasileiro formado por Giovana Silva, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges somaram 63.850 na prova geral e ficaram com o bronze. O resultado fez as brasileiras serem as primeiras atletas não europeias ou asiáticas da história da modalidade a subirem no pódio em competições deste porte.

O feito deste sábado aconteceu na prova geral, que envolve a série mista e a dos cinco arcos. A conquista inédita foi construída com o conjunto brasileiro terminando a prova com arcos em segundo lugar e a disputa mista em segundo. Com as duas apresentações, o Brasil ficou atrás apenas da Bulgária, com 64.700, e Israel, campeão da prova com 65.450.

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"Este resultado ratifica a medalha que conseguimos em Pesaro, confirma o que mostramos num excelente Mundial, no qual por pouco não subimos ao pódio. Estamos escrevendo a história por cima da história", disse a técnica Camila Ferezin.

"Se alguém tinha dúvida, agora não resta nenhuma: o Brasil entrou oficialmente para a elite internacional na Ginástica Rítmica. Nós, na CBG, nos sentimos felizes demais. Nós trabalhamos muito, nos estruturamos, e hoje estamos aí, competindo de igual para igual no mais alto nível", comentou Luciene Resende, presidente da CBG.

A prova geral da ginástica rítmica é a disputa olímpica da modalidade e ela soma as duas apresentações, arcos e mista, com bolas e fitas. O Brasil já havia chegado no pódio em etapas de Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, mas nunca na prova geral.

Quando era criança, você teve oportunidade de receber dicas de alimentação, saúde mental, controle da ansiedade e até postura do seu ídolo esportivo? Esse cenário improvável foi vivido por futuros ginastas, pais e fãs em um encontro com a campeã olímpica e mundial Rebeca Andrade, no Sesc Guarulhos, na Grande São Paulo, neste sábado.

A ginasta mais completa do mundo participou de um bate-papo e vivência esportiva em um ginásio lotado, com cerca de mil pessoas, de acordo com os organizadores. Foi o primeiro evento oficial de Rebeca em Guarulhos, sua terra natal, depois das medalhas conquistadas nos últimos 18 meses. Com simplicidade e simpatia, Rebeca mostrou uma nova face: a de ídolo das novas gerações, especialmente na terra onde nasceu.

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Rebeca Andrade foi a primeira medalhista olímpica feminina da ginástica artística brasileira com a prata no individual geral e o ouro no salto nos Jogos Olímpicos de Tóquio, disputados em 2021. Em novembro, a atleta conquistou outra marca histórica: ouro no Mundial de ginástica artística na categoria individual geral - além do bronze no solo.

Esses resultados fizeram com que a menina preta da periferia invadisse o imaginário infantil como o sonho real, sim a gente também pode. Exemplo ao alcance da mão. Isso justifica a ansiedade das crianças para uma selfie - os organizadores tiveram de pedir, várias vezes, que os fãs não invadissem o tablado da ginasta de 23 anos. Isso justifica o pedido de autógrafo de Andrea, de quatro anos, na hora em que ela deveria apenas ter feito apenas uma pergunta. Ou o cordão de isolamento dos seguranças para colocar um ponto final no evento diante dos infinitos pedidos de autógrafos. A própria atleta ficou emocionada e registrou a multidão, fazendo vídeos com seu celular.

Lorena Almeida, de 4 anos, quebrou todos os protocolos e se agarrou na ginasta na metade do evento. Ninguém teve coragem de desatarracá-la do ídolo. "Ela é louca pela Rebeca. Se eu não a trouxesse, ela ia ficar louca", conta o pai, João Paulo dos Santos. Ele estava tão preocupado com as fotos que não deu tempo de perguntar sua profissão. Lorena pratica ginástica no ginásio Bonifácio Cardoso, na região central, exatamente o mesmo local onde Rebeca deu as primeiras piruetas quase 20 anos atrás. Trata-se de um projeto social mantido pela Prefeitura de Guarulhos. O espaço é um dos principais equipamentos para aprendizado e prática da modalidade no País.

Foi uma visita afetiva, do "filho ilustre", como definiu um dos apresentadores. "O fato de estar aqui para contar minha história serve para todos os esportes, não só para a ginástica. É muito bom estar de volta às origens, tenho muitas recordações da Vila Fátima, bairro onde cresci", disse ao Estadão.

A visita de Rebeca faz parte do programa Sesc Verão, campanha tradicional do Sesc São Paulo para promover um estilo de vida mais ativo a partir da prática de atividades físicas. A proposta convida o público a participar da programação de atividades gratuitas nas 40 unidades de São Paulo. Foi a primeira edição totalmente presencial após a pandemia do novo coronavírus. "O contato com o ídolo gera aproximação e incentivo para que as pessoas pratiquem atividade física", avalia Carol Seixas, gerente físico esportivo do Sesc SP.

O evento de Guarulhos foi descontraído, com a cara da campeã olímpica. Ela entrou ao som do funk "Baile de Favela", trilha sonora de suas conquistas. Teve espaço para as dancinhas que ela costuma publicar nas suas redes sociais - e que as crianças já sabem de cor. Também teve conversa séria. Rebeca lembrou, por exemplo, as graves lesões que sofreu em 2015, 2017 e 2019 e que quase interromperam a carreira. "Tive vontade de parar várias vezes. A dor física e emocional faz parte da vida. Minha mãe disse para eu pelo menos tentar voltar. Fiz isso e deu certo".

O técnico Francisco Porath conta que, pela primeira vez em muitos anos, Rebeca conseguiu ter 10 dias de férias sem precisar colocar os pés no ginásio. Pausa necessária para tentar se manter no topo da modalidade. Ele espera que as adversárias estejam ainda mais atentas às brasileiras depois das últimas conquistas. A principal competição do ano é o Mundial de Ginástica, em outubro. O torneio garante vaga nos Jogos de Paris. "Ainda é cedo para falar que o objetivo é outra medalha olímpica. Vamos por etapas. A primeira é garantir a vaga na Olimpíada", diz o treinador.

Depois de tantas realizações individuais, Rebeca tem mais objetivos coletivos no esporte. Ela diz que a principal meta para as competições é conquistar medalhas por equipe. "Tivemos o melhor resultado da nossa história em Mundiais, com o quarto lugar. Podemos conquistar algo maior". Sobre as metas individuais, silêncio. "Vou fazer segredo para que eles também se realizem".

O ex-técnico da seleção brasileira masculina de ginástica artística, Fernando de Carvalho Lopes, foi condenado a 109 anos e oito meses de prisão por estupro de vulnerável contra quatro vítimas, em julgamento na 2ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo. A decisão é em primeira instância e cabe recurso. A informação foi originalmente publicada pelo GE e confirmada pelo Estadão.

Fernando de Carvalho Lopes foi denunciado no Ministério Público nos artigos 217-A (estupro de vulnerável) e 226 inciso II (agravante pela relação de poder em relação às vítimas). A defesa irá recorrer no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Após a segunda instância, caberá ainda a apelação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Superior Tribunal Federal (STF). O processo corre em segredo de justiça.

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O ex-treinador passou a ser alvo de investigação do Ministério Público Estadual de São Paulo em 2018 por supostos abusos sexuais cometidos contra meninos menores de idade, entre os anos de 1999 e 2016. A denúncia foi feita no programa Fantástico, da TV Globo, em abril do ano passado.

De acordo com a reportagem, Fernando de Carvalho Lopes teria cometido os abusos sexuais durante vários anos em treinos, testes físicos e ainda em viagens com vários atletas. A polícia passou a investigar o caso a partir da denúncia de um garoto de 13, identificado como a primeira vítima a relatar o fato.

Por conta de uma denúncia de abuso sexual que Fernando de Carvalho Lopes foi afastado da seleção brasileira da modalidade um mês antes do início dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O treinador sempre trabalhou com as categorias de base, começou no vôlei e mudou para a ginástica.

Os atletas acusam o treinador de ter se aproveitado da pouca idade e da falta de conhecimento técnico. Segundo eles, o treinador os tocava em suas partes íntimas constantemente. Campeão pan-americano por equipes com a seleção brasileira em Guadalajara, no México, em 2011, Pétrix Barbosa, hoje com 26 anos, foi um dos que confirmou os abusos e contou que chegou "a acordar com a mão de Fernando dentro da minha calça". Posteriormente, outros atletas vieram a público e denunciaram o treinador por abuso sexual.

Em 2019, Fernando foi banido do esporte após receber sentença de forma unânime pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), além de uma multa no valor de R$ 1,6 milhão. Um ano antes, ele já havia sido condenado pela Primeira Comissão do STJD da ginástica, em Brasília, a quase quatro anos de suspensão, além de ter recebido uma multa de R$ 300 mil.

A seleção brasileira feminina é campeã do Pan-Americano de Ginástica Artística por equipes. Na manhã deste domingo, a equipe formada por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Júlia Soares, Lorrane Oliveira, Carolyne Pedro e Christial Bezerra levou a melhor na disputa com os Estados Unidos e conquistou o ouro na competição, considerada um teste para o mundial. A disputa aconteceu na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro.

Os Estados Unidos ficaram com a medalha de prata e o Canadá foi bronze na disputa por equipes. O Brasil chegou na metade dos aparelhos em segundo lugar na classificação geral, assumiu a liderança na trave e confirmou a vantagem com o ouro no solo. O Brasil fechou o dia com nota geral de 162,999, enquanto os Estados Unidos somaram 161,000 para ficar com a prata. A nota das canadenses foi 155,500.

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"A gente veio muito preparada, é maravilhoso este momento. Óbvio que houve muitos altos e baixos, mas demos nosso melhor. O segundo dia de competições é muito cansativo, queria dar parabéns a todas as atletas que estão aqui competindo, é bom ver todas aqui. Estou muito feliz", disse Flavinha Saraiva ao Sportv após o título.

Jade Barbosa ficou muito emocionada com a conquista das companheiras do Brasil e Rebeca Andrade também comemorou a virada. "A competição só acaba quando termina. Estou muito orgulhosa deste time. Apesar do nervosismo, o resultado veio. Estou muito feliz", disse Rebeca.

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Melhor time das eliminatórias, o Brasil começou com o pé direito no primeiro aparelho, com ótimos saltos de Flávia Saraiva e Rebeca Andrade. Flávia abriu com pontuação de 14,033. Rebeca foi impecável e conseguiu nota de 14,500. Carolyne Pedro ainda fez nota de 13.033.

Nas barras assimétricas, Brasil e Estados Unidos se adiantaram na disputa entre si. Rebeca Andrade foi novamente muito bem, com 14,433 pontos. Lorrane fez 13,100 e Saraiva teve nota de 13,600. Após dois aparelhos, menos de 1 ponto separava o Brasil dos EUA, que liderou o quadro.

Júlia Soares deu um show na trave e ficou com nota de 13,467. Flávia Saraiva também foi muito bem, com nota de 13,867. A maior nota brasileira no aparelho foi de Rebeca, 14,133. Com isso, o Brasil pulou para a liderança, ficando com dois pontos de vantagem para os Estados Unidos.

Rebeca Andrade foi poupada das disputas no solo, pensando no Mundial. O Brasil abriu com Carolyne Pedro, que conquistou nota de 12,3. Júlia Soares veio na sequência e fez nota de 12,867. Com isso, o Brasil chegou com 1,7 de vantagem para a última apresentação no solo. Flávia Saraiva bateu 13,6 e confirmou o ouro.

Com três ouros e duas pratas na sexta-feira, o Brasil liderou o individual geral. Rebeca Andrade conquistou o ouro nas barras assimétricas e também venceu a prata na trave. Flávia Saraiva ficou com ouro no individual e na trave, além de ter vencido a prata no solo.

O Brasil encerrou a participação no Campeonato Pan-Americano Adulto de ginástica rítmica com quatro medalhas de ouro e duas de prata. No sábado (9), foram mais quatro pódios com presença verde e amarela na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra, zona oeste do Rio de Janeiro.

Três deles no topo. Destaque para Geovanna Santos, que representou o país na Olimpíada de Tóquio, no Japão. Ela sagrou-se campeã individual na fita e nas maçãs. Na sexta-feira (8), Geovanna já havia levado a prata no geral.

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O primeiro ouro do sábado veio na série de cinco arcos. O quinteto formado por Duda Arakaki, Deborah Medrado, Nicole Pircio, Giovanna Oliveira e Bárbara Galvão, comandado pela técnica Camila Ferezin, alcançou nota 32.500 e superou o México (30.450) e os Estados Unidos (26.450) para conquistar o bicampeonato da prova. A pontuação teria valido a medalha de prata na etapa de Pesaro, na Itália, da Copa do Mundo, realizada no início do mês. Na ocasião, as brasileiras ficaram na oitava colocação.

O show de Geovanna começou em seguida. A nota 30.550 garantiu a medalha de ouro na exibição das maçãs, com a norte-americana Alexandria Kautzman (29.450) em segundo e a canadense Carmel Kallemaa (29.350) levando o bronze. A outra representante brasileira, Mariana Vitória (28.900), ficou na quinta posição.

Primeiro lugar

Geovanna retornou ao tapete para a final da fita. Ao som de Rajadão, de Pabllo Vittar, a ginasta levantou o público na Arena Carioca 1, assegurando mais um primeiro lugar, com 29.100 de nota. A argentina Sol Fainberg (28.700) e a mexicana Marina Malpica (28.400) completaram o pódio.

"Na classificatória [das maçãs], eu consegui cravar a minha série. Agora, [sábado] tive uma pequena perda. Consegui me recuperar, mas fiquei sem saber se daria, Não acreditava que viria o ouro, mas alcancei uma nota na casa dos 30 e estou muito feliz por ter conseguido esse ouro. Quero agradecer a minha técnica, Gisela Batista, que está sempre comigo", disse Geovanna ao site da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

Smile

Por fim, na série mista (três fitas e duas bolas), prova em que as brasileiras foram bronze na Copa do Mundo de Pesaro, a coreografia baseada na música Smile, de Charles Chaplin, rendeu uma nota 28.700 ao conjunto, que foi quase o mesmo dos cinco arcos, com Gabrielle Moraes no lugar de Bárbara Galvão. O desempenho valeu a medalha de prata. O México (29.500) conquistou o ouro, com os Estados Unidos (24.550) completando o pódio.

"Conseguimos fazer bem a nossa série de arco. No misto, infelizmente tivemos algumas falhas e a adversária [México] fez bem a série. Ficamos com a prata, mas estamos felizes com o resultado. Somos o melhor país da América e vamos continuar trabalhando firme para o Campeonato Mundial", afirmou Duda Arakaki, também ao site da CBG, projetando a competição que será disputada em setembro, em Sofia, na Bulgária.

O Brasil ainda teve representantes nas finais do arco e da bola. Maria Flávia Britto esteve em ambas, encerrando as provas em sétimo (26.150) e sexto lugar (28.700), respectivamente. Geovanna Santos também competiu na bola, ficando na oitava posição (28.150).

Rebeca Andrade confirmou o favoritismo nesta quinta-feira e avançou à final das barras assimétricas do Troféu Brasil de Ginástica, em Porto Alegre, após conseguir a melhor nota do dia nas eliminatórias. A medalhista olímpica somou 14.667 na avaliação dos juízes e vai em busca de medalha no sábado, quando será disputada a decisão. Jade Barbosa (12.933) e Josiany da Silva (11.700) passaram em segundo e terceiro, respectivamente.

Rebeca está participando de apenas duas provas na competição nacional. Além das barras, está inscrita na trave, prova na qual as classificatórias estão marcadas para sexta-feira. Os dois aparelhos não estão entre as conquistas da paulista nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde foi ouro no salto e prata no individual geral.

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No Troféu Brasil, ela não competiu no salto para se poupar para outros campeonatos. O caso é o mesmo do solo, prova em que foi quinta colocada na Olimpíada. Já o individual geral não faz parte do quadro do torneio brasileiro, dedicado apenas às disputas por aparelhos.

De qualquer forma, a ginasta costuma ter bom desempenhos nas diferentes subdivisões do esporte. Não à toa, foi vice-campeã das barras assimétricas no ano passado, durante a disputa do Mundial de Ginástica Artística no Japão, depois dos Jogos Olímpicos. Na mesma competição, ficou com o ouro no salto, assim como na Olimpíada.

OUTROS PARTICIPANTES

Em outra disputa desta manhã, João Vieira foi o melhor da classificatória masculina, com nota 13.850, seguido por Caio Souza (13.650) e Gabriel Barbosa (13.600). A prova também teve a participação de Diogo Soares, finalista do individual geral em Tóquio, que passou em quinto. Arthur Zanetti foi outro a competir no solo, avançando à final com o oitavo lugar. Preocupado em poupar o ombro, ele ficou de fora da disputa das argolas, na qual a melhor nota foi de Caio Souza.

Já Arthur Nory, medalhista de bronze no solo no Rio, em 2016, e campeão mundial da barra fixa em 2019, ficou em sexto na classificatória do cavalo com alças, que teve um empate entre Paulo Castilho e Felipe Machado, ambos com 13.300 no primeiro lugar.

Para a ginasta Rebeca Andrade, o dia 1º de agosto de 2021, ficará marcado para sempre. Ela iniciou sua corrida no ginásio, em Tóquio, tomou impulso no trampolim, tocou na mesa e, após instantes de solidão no ar, aterrissou com os dois pés em sincronia, para ganhar a primeira medalha de ouro olímpico na história da ginástica artística feminina do Brasil. Dias antes, já havia ficado com a prata na individual geral, tornando-se a primeira esportista brasileira a conquistar duas medalhas olímpicas em uma mesma edição.

Assim que fincou os pés na superfície lisa, Rebeca, ginasta do Flamengo, passou a ver o mundo sob uma nova ótica. A de ser famosa internacionalmente. Em entrevista ao Estadão, ela afirma que essa foi a grande mudança em sua vida. "Mudou muita coisa depois da Olimpíada. Mas a maior mudança foi que, depois das medalhas olímpicas, agora mais gente me conhece. Tenho feito mais trabalhos com parceiros, novos patrocinadores, e estou adorando, mas faço isso nos meus momentos de folga. Minha rotina segue a mesma, continua como era antes, com muitos treinamentos e o mesmo foco. Divido bem os meus horários e meus compromissos, nada pode atrapalhar a minha rotina de atleta, o meu dia a dia no esporte", diz.

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Com uma carreira bem estruturada, que evoluiu por etapas e com conquistas anteriores, ela diz ter consciência de que as pressões por novas medalhas passam a ser uma consequência natural. Da fama e do reconhecimento de seu potencial. Enquanto treina, corre, salta, Rebeca também tenta se equilibrar mentalmente, para lidar com as expectativas em torno dela, na próxima Olimpíada, de Paris, em 2024.

"Estou muito tranquila, não deixo que essas pressões ou cobranças mudem a minha maneira de trabalhar, o meu foco e o meu planejamento. Claro, eu sei que as medalhas no Japão criam uma expectativa enorme, aumenta a torcida de todos por mim, mas sei da minha responsabilidade. Treino com a mesma intensidade sempre, dando o meu melhor sempre para poder chegar bem nas competições e fazer o meu melhor", diz a ginasta, de 22 anos.

ESSÊNCIA NA GINÁSTICA

Voltemos ao momento do salto. Enquanto Rebeca rodopiava no ar, aqueles instantes solitários bem poderiam se assemelhar a uma fábula. Na qual a personagem que sonha, enquanto sobrevoa campos e cidades, visualiza passagens de sua vida.

Lá do alto, era como se Rebeca saltasse sobre sua infância pobre ao lado de sete irmãos, em Guarulhos, onde nasceu; revisse a luta da mãe para sustentar a família e visualizasse o primeiro dia em que foi treinar, no Ginásio Bonifácio Cardoso, em sua cidade natal.

Naquele momento, Rebeca revelava para o mundo, com toda a plenitude, sua mais profunda essência. A ginástica, para ela, sempre foi uma brincadeira muito séria. A glória é apenas um detalhe. E uma consequência.

"Amo a ginástica, amo o meu esporte, amo o que faço e sempre sonhei estar onde cheguei. Todos os dias acordo feliz em poder fazer o que mais amo, isso é um privilégio, fruto de muita dedicação, de acreditar no meu sonho e do apoio de muita gente, da minha família, meus amigos, minha equipe, meu clube, o Flamengo, o COB... Estou sempre motivada, a ginástica é o meu trabalho, a minha profissão, mas é também onde eu me divirto, é o que me faz feliz. Tenho o mesmo carinho e paixão pelo esporte que tinha quando eu comecei, quando era criança", revela.

TRABALHO COM NUTRÓLOGO

Nesta nova etapa, novidades continuam a se encaixar à carreira da atleta. A questão psicológica sempre foi um suporte importante para ela lidar com a pressão. Já passou por três cirurgias no joelho e o acompanhamento da psicóloga Aline Wolff, desde os nove anos, a ajudou a superar as dificuldades.

Após a Olimpíada, Rebeca também passou a contar com o trabalho de um nutrólogo, visando a aprimorar a relação entre alimentação e saúde. "Minha alimentação não mudou em nada. Continuo mantendo a mesma alimentação, balanceada, comendo de tudo um pouco, com os mesmos cuidados que sempre tive nos períodos de treinos mais intensos e competições. Agora eu tenho o acompanhamento de um nutrólogo, mas ele me falou que eu já como bem, como tudo certinho", conta Rebeca.

Tanto o nutricionista quanto o nutrólogo orientam os pacientes para hábitos alimentares saudáveis.

A diferença é que o nutrólogo é médico e, além de poder receitar medicamentos, trabalha na prevenção, diagnóstico e tratamento de possíveis doenças e sequelas ligadas à alimentação. O nutrólogo de Rebeca preferiu não dar declarações, com o argumento de que não fala sobre seus pacientes. Também não autorizou a divulgação de seu nome.

Ainda em 2021, Rebeca mostrou que pode seguir na trilha das conquistas, ao novamente fazer história, ficando com o ouro no salto e a prata nas barras, no Mundial de Kitakyushu, também no Japão. Desde o fim da Olimpíada, ela descansou pouco.

"Depois de Tóquio, depois que cheguei ao Brasil, tive poucos dias de folga, só três na verdade para descansar um pouco, até a retomada dos treinamentos já pensando no Campeonato Brasileiro e no Mundial do Japão. No fim do ano eu tive duas semanas de férias e já comecei o ano a todo vapor, treinando", conta.

TEMA DA SORTE

A ginasta parece não ter pressa em buscar um outro tema para suas apresentações no solo e na individual geral. O funk "Baile de Favela", complementado por trechos da obra "Tocata e Fuga", de Bach, foi uma espécie de talismã nos Jogos de Tóquio. A letra, também considerada machista por muitos, descreve a visão e os hábitos de uma parcela da população desfavorecida economicamente, contando também um pouco da história de um ambiente social que cercou a infância de Rebeca.

Por isso, é possível que, ainda em 2022, ela continue a disputar as provas nos embalos desta música. Alguma troca de tema deve ocorrer somente no ano que vem. "Ainda não conversamos sobre isso (novo tema). Eu realmente não sei, mas não chegou a hora ainda de decidir isso, ainda posso me apresentar com o 'Baile de Favela' esse ano", disse.

O ginasta russo Ivan Kuliak está sendo investigado após usar um símbolo nacional de guerra em seu uniforme durante a cerimônia de premiação, no pódio, na Copa do Mundo de Ginástica Artística, disputada em Doha, no Catar. Ao lado dele estava o vencedor na disputa por aparelhos, llia Kovtun, que é ucraniano. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) afirmou que abriu um processo por conta do "comportamento chocante do atleta".

"A Federação Internacional de Ginástica confirma que pedirá à Fundação de Ética da Ginástica que abra um processo disciplinar contra o ginasta artístico masculino Ivan Kuliak (RUS) após seu comportamento chocante na Copa do Mundo de Aparelhos em Doha, Catar", afirmou em nota.

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Após conquistar a medalha de bronze, Kuliak usou esparadrapos para desenhar a letra Z no peito e subir ao pódio. O símbolo é utilizado por tanques e blindados russos, em especial agora durante os ataques à Ucrânia. Além disso, o atleta já passou por um treinamento nas Forças Armadas da Rússia.

Segundo o Ministério de Defesa da Rússia, em comunicado, a letra Z seria uma referência a frase "Za pobedu" ou "Pela Vitória", em tradução para o português.

Além das investigações sobre Kuliak, a FIG anunciou o banimento de atletas e juízes da Rússia e Belarus por conta dos ataques à Ucrânia. Ou seja, esta foi a última oportunidade, até segunda ordem, para os atletas, como o ginasta russo, competirem.

Na manhã desta sexta-feira (28), o homem de 60 anos que esfaqueou a ex-companheira e seu atual namorado no estacionamento de uma academia em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, foi preso pela Polícia Civil (PC). Ele é acusado de feminicídio e homicídio tentados e por tentar incendiar um imóvel.

O caso ocorreu na noite dessa quarta (26), quando a vítima, uma professora de ginástica, foi surpreendida pelo ex com golpes de faca nos braços ao chegar no trabalho. Ela e o atual namorado ficaram feridos e correram para dentro da academia, onde foram amparados pelos alunos.

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O agressor tentou alcançá-los, mas foi impedido por testemunhas e deixou o local. A Polícia Militar chegou a ser acionada, mas não o encontrou. 

Após a tentativa de feminicídio, ele foi à casa da mulher e ainda tentou incendiar o imóvel, confirmou a PC. 

Com os pedidos de medida protetiva e prisão em aberto pela advogada da vítima, a Justiça determinou a captura do suspeito, que foi localizado e apreendido no bairro do Cordeiro, Zona Oeste da capital. 

O ex-ginasta húngaro Szilveszter Csollány, campeão nas argolas nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, morreu na segunda-feira, aos 51 anos, devido à covid-19. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Federação Húngara de Ginástica (MTSZ).

Csollány contraiu o coronavírus em novembro do ano passado. Nos primeiros dias de dezembro ele foi internado em estado grave e precisou ser ligado a um respirador. Desde então seu estado de saúde se deteriorou.

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Com um posicionamento negacionista, o ginasta publicou informações e opiniões contrárias à vacinação durante a pandemia. No entanto, o médico do húngaro afirmou que ele recebeu uma dose da Janssen pouco antes de ser hospitalizado.

Nascido em 13 de abril de 1970 na cidade de Sopron, Csollány conquistou a medalha de prata nas argolas em 1996, nos Jogos de Atlanta, e quatro anos depois subiu ao topo do pódio. O atleta também foi proclamado campeão mundial em 2002 na cidade de Debrecen, em seu país natal, e foi vice-campeão cinco vezes entre 1992 e 2001.

Durante sua carreira ganhou mais de uma dezena de medalhas diferentes em competições internacionais. O presidente do MTSZ, o também campeão olímpico Zoltán Magyar (ouro no cavalo com alças em 1976 e 1980), assegurou que a morte de Csollány foi uma "tremenda tragédia" para a ginástica húngara e que deixou um "enorme vazio".

Um dia após fazer história ao conquistar uma medalha de ouro no salto e uma de prata nas barras assimétricas no Mundial de Ginástica, Rebeca Andrade disputou a final da trave neste domingo, em Kitakyushu, no Japão, e terminou em sexto lugar, com 12,500 pontos. Após cair logo no início da apresentação, ela conseguiu se recuperar, mas a queda tirou suas chances de brigar por mais uma medalha.

Além da brasileira, outras cinco de um total de nove finalistas sofreram quedas, e as três que não caíram formaram o pódio. A japonesa Urara Ashikawa fez 14,200 pontos e levou o ouro para casa, enquanto a alemã Pauline Schäfer ficou com a prata, ao somar 13,800, e a japonesa Mai Murakimi teve 13,733 de pontuação para ganhar o bronze.

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Mesmo sem estar entre as três primeiras colocadas na trave, Rebeca ficou satisfeita, até porque não era apontada como favorita. De qualquer forma, teve a melhor colocação de uma brasileira no aparelho em disputas de mundiais, igualando o feito de Flávia Saraiva, sexta colocada na edição de Stuttgart, em 2019.

"Na ginástica, tudo pode acontecer, tanto o acerto excepcional, quanto o erro que a gente não quer. Mas a gente tem que seguir com a cabeça firme, seguir com a série segura, porque faz muita diferença. Mesmo com queda, você pode terminar em uma colocação boa. Terminei em sexto, e estou muito feliz. Em um aparelho que tenho mais insegurança e consegui pegar a final, consegui me apresentar bem. Estou bem feliz com tudo que fiz aqui, inclusive a série da final da trave", disse Rebeca em entrevista ao canal SporTV.

Assim, a ginasta de 22 anos deixa o Japão, onde já havia feito história ao conquistar duas medalhas na Olimpíada, consagrada como um dos maiores nomes do esporte brasileiro na atualidade. A medalha de ouro conquistada no sábado, na disputa do salto, foi a primeira dela em um Mundial. Depois, quando conquistou a prata nas barras paralelas, tornou-se a primeira brasileira a conseguir duas medalhas no mesmo Mundial.

Neste domingo, o Brasil também foi reapresentado por Caio Souza, que participou da final das paralelas. Ele fez 14,566 pontos e se despediu da disputa com a sétima colocação. A prova teve Hu Xuwei em primeiro lugar e Shi Cong em segundo, ambos chineses, seguidos pelo filipino Carlos Yulo.

A brasileira Rebeca Andrade fez história na manhã deste sábado ao conquistar a medalha de ouro na modalidade salto e a prata nas barras assimétricas durante a disputa do Mundial de Ginástica Artística no Japão. Com isso, ela se torna a primeira brasileira a garantir duas medalhas na competição e a segunda a conquistar o ouro em um Campeonato Mundial - a primeira foi Daiane dos Santos, em 2003.

Em suas duas apresentações no salto, Rebeca tirou as notas 15,133 e 14,800, atingindo uma média de 14,966. A segunda colocada foi a italiana Asia D'Amato, que conseguiu uma média de 14,083. Em terceiro lugar, a russa Angelina Melnikova conquistou o bronze, com 13,966, após ter ficado com o ouro no individual geral na sexta-feira, 22.

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Nas barras assimétricas, Rebeca conquistou a nota 14,633, ficando atrás da chinesa Wei Xiaoyuan, com 14,733. O bronze foi para a também chinesa Luo Rui, com 14,633. A medalha de prata na modalidade tem grande valor para a brasileira, pois, segundo ela, é uma prova de seu amadurecimento e a realização de um sonho.

"Fiquei muito feliz com a minha paralela, que todo mundo sabe que é meu aparelho favorito", comentou a ginasta em entrevista ao canal SporTV. "Infelizmente não consegui fazer minha série completa, mas ela foi muito limpa. Isso me dá muito orgulho, mostra como amadureci, como tenho controle sobre meu corpo, sobre minha mente, quando acontece alguma coisa diferente. Isso é muito importante para o atleta. Estou muito feliz, porque era meu sonho ser medalhista da paralela", completou.

Em julho, Rebeca conquistou duas medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, um ouro no salto e uma prata no individual geral. Mesmo com o grande desempenho na Olimpíada, ela nunca havia conquistado medalhas na disputa do Mundial, pois passou por de uma série de problemas físicos. Foram três cirurgias no joelho direito, num intervalo de quatro anos.

Agora com duas novas medalhas no currículo, a ginasta pode somar mais uma. Isso porque ela volta a competir na madruga do domingo, às 5h (no horário de Brasília), desta vez disputando na trave para encerrar a já grandiosa participação no Mundial. O brasileiro Caio Souza também tem chance de medalhas, nas barras paralelas.

Quase três meses após brilhar na Olimpíada, Rebeca Andrade pode fazer história novamente no Japão. Além de buscar sua primeira medalha em Mundiais, em Kitakyushu, a ginasta pode se tornar a primeira atleta brasileira a subir ao pódio duas vezes numa mesma edição do evento, que só perde em importância para os Jogos Olímpicos.

O feito poderá ser obtido na madrugada deste sábado, a começar pela final do salto, às 4h45, pelo horário de Brasília. Ela avançara à decisão de sua principal prova na primeira colocação, com média de 14,800. Rebeca competirá com a confiança de quem foi campeã olímpica no salto na capital japonesa. "Na final, preciso estar tão concentrada como estive hoje", disse a ginasta, na terça, após superar a fase classificatória.

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Menos de duas horas depois de saltar na final, Rebeca também brigará por vaga no pódio nas barras assimétricas, a partir das 6h25. Mesmo sem ser favorita, ela obteve a melhor média na classificação, com 15,100. Se confirmar o bom momento na prova e também subir ao pódio nesta prova, fará história mais uma vez na ginástica brasileira, tornando-se a primeira a obter duas medalhas num mesmo Mundial. "Se vier, vai ser incrível. Vou ficar muito feliz de colocar o meu nome na história mais uma vez", projetou a atleta de 22 anos.

Rebeca já havia brilhado na competição ao se tornar a primeira brasileira classificada para três finais. A terceira será na trave, na manhã de domingo. Com a média de 13,400, ela ficou com a oitava e última vaga para esta decisão de medalha.

As finais são importantes para Rebeca pelo significado especial que um Mundial tem em sua trajetória. Consagrada na Olimpíada, ela ainda busca a primeira medalha nesta competição. Esta lacuna em seu currículo tem ligação direta com os seguidos problemas físicos que enfrentou nos últimos anos.

As três cirurgias no joelho direito, num intervalo de quatro anos, tiraram de Rebeca a chance de brilhar em três edições do Mundial. Em 2015, em Glasgow, faria sua estreia como ginasta da categoria adulta. Mas a lesão, faltando poucos meses para o evento, acabou com seus planos. Na época, já era cotada para o pódio.

A história se repetiu em Montreal, dois anos depois, e em Stuttgart, em 2019. No Mundial no Canadá, ela se machucou durante o aquecimento para o treino de pódio, já no local da competição. Há dois anos, nova lesão, no Campeonato Brasileiro, impediu sua participação no evento. E ainda colocou em risco sua participação em Tóquio. O "descanso" propiciado pela pandemia de covid-19 acabou acelerando sua recuperação.

Na Olimpíada, ela brilhou com duas medalhas, outro feito histórico. Rebeca foi a primeira atleta brasileira a conquistar dois pódios numa única edição dos Jogos. Além do ouro no salto, levou a prata no individual geral, quando encantou o mundo com seu "Baile de Favela" na prova do solo.

Em Kitakyushu, a ginasta optou pela cautela, em razão do desgaste físico dos últimos anos, e decidiu não competir tanto no solo quanto no individual geral. A meta é retomar estas duas provas em 2022, visando os Jogos de Paris-2024.

REPRESENTANTE NO MASCULINO - O Brasil também terá um ginasta nas finais. Caio Souza vai disputar a decisão do individual geral na manhã desta sexta-feira, a partir das 6 horas, e das barras paralelas, no domingo, no mesmo horário.

Nomes conhecidos da ginástica artística brasileira deram uma amostra, neste domingo, do prestígio esportivo que possuem. No dia reservado para as provas de aparelhos no Campeonato Brasileiro da modalidade, disputado em Aracaju, Arthur Nory conquistou o ouro na barra fixa; Jade Barbosa voltou ao pódio com a conquista de duas pratas, na trave e barras assimétricas; e Caio Souza, com quatro ouros e uma prata, foi o destaque do dia ao vencer no solo, nas argolas, nas paralelas e no salto, e ficar em segundo na barra fixa.

Rebeca Andrade, que já havia sido campeã no individual geral e por equipes com o Flamengo, não participou das provas, embora estivesse classificada para três finais. Visando o Mundial de Kitakyushu, no Japão, que vai acontecer entre os dias 18 e 24 de outubro, a ginasta campeã olímpica foi poupada e se limitou a ficar na torcida. "Eu estou muito feliz, muito bom assistir as meninas e poder torcer. Eu sempre prefiro competir a assistir, porque o coração parece que vai sair pela boca quando você está assistindo", comentou Rebeca.

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Das arquibancadas, Receba pôde assistir ao show de Caio Souza, que já havia vencido no individual geral. O atleta do Minas Tênis fez valer o título de melhor ginasta generalista do Brasil e foi campeão em quatro aparelhos diferentes neste domingo: argolas, solo, salto e barras paralelas - além de uma de prata na barra fixa.

O ouro mais festejado por Caio foi o das argolas, prova em que o ginasta conseguiu finalizar acertando triplo mortal, mesma manobra que Arthur Zanetti tentou realizar na final da Olimpíada de Tóquio. Por essa razão, a nota final foi alta: 14.850. "Eu venho treinando essa saída nova, visando ao Mundial. E por que não fazer em casa, no Brasileiro?", disse Caio Souza.

Quem também confirmou a supremacia foi Arthur Nory nas barras fixas. O ginasta do Pinheiros, campeão mundial justamente neste aparelho, conseguiu 14,500 pontos para levar o ouro. Companheiro de equipe de Nory, Francisco Barretto foi ouro no cavalo com alças depois de uma apresentação que lhe rendeu 13.450 como nota.

De volta às competições

Se recuperando de duas cirurgias nos joelhos, quem também se destacou foi Jade Barbosa, parceira de Rebeca no Flamengo. A experiente ginasta, medalhista mundial, foi a segunda melhor na trave (13.200)e nas paralelas assimétricas (13.200), e ajudou o Flamengo e a levar o ouro por equipes. "Muito feliz em realizar o que eu me propus, que eram dois aparelhos. Com as séries um pouco mais tranquilas, mas eu consegui fazer com uma execução boa. Então agora o meu tempo é o de me preparar para atualizar as minhas séries para o próximo código, mas hoje eu saio muito satisfeita", afirmou Jade.

Há mais tempo no circuito, Jade reconhece a evolução do Campeonato Brasileiro em comparação com as edições passadas. "O Brasileiro é sempre uma festa, a gente pode vir e competir numa competição com essa estrutura que a gente não tinha antes, isso é um feito para nós atletas que já estamos há algum tempo nessa jornada".

Resultados

Confira os resultados finais das provas masculina e feminina por aparelho.

Masculino

Argolas

1º) Caio Souza – Minas Tênis Clube – 14.850

2º) Guilherme Oliveira – Esporte Clube Pinheiros - SP 13.700

3º) Lucas Bittencourt – Minas Tênis Clube e Patrick Correa – ECP – 13.250

Solo

1º) Caio Souza – MTC - 14.150

2º) Arthur Nory e Patrick Correa – Esporte Clube Pinheiros – 13.500

Salto

1º) Caio Souza – MTC – 14.275

2º) Yuri Guimarães – SERC Santa Maria-SP – 14.125

3º) Josué Heliodoro – Sogipa-RS – 13.925

Paralelas

1º) Caio Souza – MTC - 14.450

2º) Francisco Barretto Júnior – Esporte Clube Pinheiros – 13.900

3º) Gabriel Barbosa – MTC – 13.000

Barra Fixa

1º) Arthur Nory – ECP – 14.500

2º) Caio Souza – MTC – 14.000

3º) Diogo Paes – ECP – 13.600

Cavalo

1º) Francisco Barretto Júnior – ECP - 13.450

2º) Johnny Oshiro – SERC – 13.400

3º) Vinicius Machado – Setor Leste-DF – 13.300

Feminino

Salto

1º) Christal Bezerra – Associação Desportiva Centro Olímpico-SP – 13.200

2º) Beatriz Santos – Fluminense Football Clube – 13.025

3º) Hellen Vitória Silva – Clube de Regatas do Flamengo – 12.875

Solo

1º) Christal Bezerra – Adeco e Julia Soares-Centro de Excelência de Ginástica do Paraná – 13.600

3)Rafaela Oliva – Grêmio Náutico União-RS – 12.600

Paralelas Assimétricas

1º) Lorrane Oliveira – Flamengo – 14.150

2º) Jade Barbosa – Flamengo - 13.200

3º) Amanda Lima-Sesi-SP – 12.800

Trave

1º) Josiany Silva – CEGIN – 13.400

2º) Jade Barbosa – Flamengo – 13.200

3º) Maria Moreno – Flamengo – 12.950

Simone Biles tem sido cada vez mais expoente dos cuidados dos atletas com a saúde mental. A ginasta também tem refletido sobre as consequências de sua decisão de abandonar algumas finais olímpicas em Tóquio e entende que o melhor seria ter ficado fora dos Jogos Olímpicos disputados na capital japonesa.

Em entrevista à revista The Cut, Biles relembra o sofrimento por revelar, em 2018, ter sofrido abusos sexuais de Larry Nassar, médico da seleção norte-americana de ginástica artística. Ele foi condenado por molestar mais de 300 jovens.

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"Eu deveria ter desistido muito antes de Tóquio, quando Larry Nassar estava na mídia. Eu não quis que ele tirasse tudo de mim, tudo pelo que batalhei desde os meus seis anos. Então me forcei a estar nessa situação, mas meu corpo e minha mente não me deixaram ir até o fim", contou Biles.

Há cerca de duas semanas, a ginasta compareceu ao Senado dos Estados Unidos para falar sobre os casos de assédio. Biles culpou a federação norte-americana da modalidade e o 'sistema', que teria sido conivente com a situação. Ela também denunciou o FBI por ter respondido de maneira inadequada e lenta às primeiras acusações contra Nassar, que atuou na equipe nacional por 20 anos.

"Uma manhã, você acorda e não consegue ter perspectiva, mas as pessoas dizem para você continuar e fazer seu trabalho diário como se você ainda a tivesse. Você estaria perdido, não é? Essa é a única coisa que posso relacionar. Faço ginástica há 18 anos. Eu acordei e perdi o controle. Como é que vou continuar com o meu dia?", questionou Biles sobre a maneira como a saúde mental interfere no desempenho do atleta e na busca por uma vida equilibrada.

A ginasta também comentou o que passou em sua cabeça quando se deu conta de que não teria condições de seguir na competição após sua participação no salto na final por equipes. "É tão perigoso. É basicamente vida ou morte. É um milagre eu cair de pé. Assim que concluí o salto, fui e disse ao meu treinador: 'Não posso continuar'", contou.

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