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Ao menos três hospitais privados da cidade de São Paulo têm ocupação de 100% para leitos exclusivos de tratamento da Covid-19. A enfermaria do Hospital São Camilo opera com capacidade máxima neste sábado, 13. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem 100% dos leitos de UTI ocupados, assim como o Hospital Israelita Albert-Einstein, de acordo com boletim divulgado na sexta-feira, 12. Na rede municipal, a taxa média de ocupação de leitos de tratamento intensivo para infectados pelo coronavírus é de 83%.

A taxa de ocupação dos leitos destinados ao tratamento de covid-19 é de 93% na UTI da rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo, mas está com ocupação total na enfermaria. O hospital diz que "novos leitos estão sendo remanejados para suprir a alta demanda."

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De acordo com o boletim de sexta, a taxa de ocupação de leitos geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz é de 92%. Já para leitos de UTI covid-19, a taxa de ocupação é de 100%, com 64 pessoas internadas. A ocupação de leitos de covid-19 para casos menos graves é de 96%, com 120 pacientes.

No Hospital Sírio-Libanês, a taxa de ocupação geral era de 91%. No total, a instituição tem 219 pacientes com confirmação ou suspeita de covid-19, sendo que 63 estão em UTIs.

O Albert Einstein atende 216 pacientes internados com diagnóstico confirmado para covid-19. Destes, 112 ocupam leitos de UTI e da unidade semi-intensiva. Além disso, 40 pacientes estão submetidos à ventilação mecânica. A taxa de ocupação é descrita como "lotada".

No entanto, o hospital ressalta que possui um sistema de gerenciamento de leitos clínicos e de UTI que permite aumentar a capacidade de atendimento conforme a demanda. Mas afirma que "neste cenário de alta procura por vagas, pode ser necessário um tempo de espera para obtenção de leitos".

Rede hospitalar municipal

Na cidade de São Paulo, a secretaria de saúde municipal informou que a rede alcançou 83% de ocupação para leitos de UTI. Já os leitos de enfermaria para a doença têm 77% de utilização. De acordo com assessoria, "a taxa de ocupação é dinâmica e pode variar ao longo do dia".

A pasta acrescentou que a rede de saúde municipal tem 1.176 leitos de UTI e 1.147 de enfermaria para o tratamento da covid-19. Como mostrou o Estadão, a Prefeitura anunciou a abertura de 555 novas vagas de covid-19 na cidade, além da suspender cirurgias eletivas em hospitais-dia.

De acordo com a secretaria, na próxima segunda-feira 130 novos leitos de UTI serão implementados na capital, sendo 100 no Hospital do M’ Boi Mirim, 20 no Guarapiranga (ambos na Zona Sul), e 10 no São Luiz Gonzaga (na Zona Norte).

Outros 185 leitos de enfermaria também serão criados na próxima semana, sendo 105 deles no Hospital da Cantareira, na zona norte, (segunda-feira). No decorrer da semana serão criados outros 60 leitos no Hospital da Capela do Socorro (zona sul) e 20 no Sorocabana (zona oeste).

De acordo com a especialista Simone Batista, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o sistema de saúde do Estado de São Paulo pode entrar em colapso em até 25 dias. O cálculo foi feito levando em consideração a média do mês de março de pessoas que precisaram ser internadas e da abertura de novos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), seja nos hospitais da rede pública ou privada. Caso o ritmo do número de internações seja o mesmo dos últimos dias, o colapso pode acontecer já no início de abril.

A previsão de um colapso se mostrou presente diante dos números apresentados nos primeiros dias de março. Foi registrado em regiões do interior do estado e na região metropolitana pelo menos 38 mortes de pacientes com Covid-19 que aguardavam a liberação de leitos intensivos. Estima-se que a Grande São Paulo tenha cerca de 4,7 mil pessoas internadas nas UTI’s, sendo que o número total de leitos é de 5,6 mil.

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A média na taxa de ocupação em leitos de hospitais no Estado de São Paulo é de 83,6%, a maior desde o início da pandemia. Até então o último recorde tinha sido em 19 de maio do ano passado, quando foi registrado que 78,6%. O número de internados em UTI apresentou números recordes: são aproximadamente 21 mil pessoas. E a média diária de mortes por infecção do novo coronavírus no estado também é recorde pelo terceiro dia consecutivo, com 313 óbitos.

Já no país todo, um último levantamento na última quarta-feira (10) registrou 2.349 mortes em um período de 24 horas. Por conta dos números em ascendência, o Governo do Estado de São Paulo decretou na última quinta-feira (11) novas medidas de segurança para uma fase emergencial em todo o Estado, incluindo toque de recolher das 20h até às 5h.

Os primeiros residentes aprovados no Exame Nacional de Residência Ebserh (Enare) foram recepcionados, na última segunda-feira (1°), de forma virtual, pelo presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC), Oswaldo Ferreira.

Ao todo, a seleção ofertou 405 vagas e apenas 20 delas não foram ocupadas, contabilizando menos de 5% do total. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a residência em “médico da família e comunidade” teve todas as suas vagas preenchidas.

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Entre as oportunidades, foram disponibilizadas 304 para 41 especialidades de residência médica, oito para a residência uniprofissional (entre enfermagem e física médica) e 93 para a residência multiprofissional, que inclui enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, odontólogos, nutricionistas e profissionais de educação física.

Essas vagas foram destinadas para os seguintes hospitais: Campo Grande (Humap-UFMS/Ebserh), Teresina (HU-UFPI/Ebserh), Salvador (Hupes-UFBA/Ebserh), Aracaju (HU-UFS/Ebserh), Lagarto (HUL-UFS/Ebserh), Manaus (HUGV-Ufam/Ebserh), Araguaína (HDT-UFT/Ebserh) e São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh), além do Hospital da Força Aérea Brasileira (HFAB).

As provas foram aplicadas no dia 10 de janeiro, em todas as capitais do país e nas cidades de Araguaína (TO), São Carlos (SP) e Lagarto (SE), com a presença de 2.787 candidatos.

A Bahia voltou a registrar, nos últimos dias, uma alta considerável no número de infectados pelo novo coronavírus. Ao menos nove unidades de saúde já não conseguem mais receber pacientes com covid-19. Secretário de saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas afirma, contudo, que não haverá um colapso da rede. O responsável pela pasta da saúde testou positivo nesta terça-feira, 16.

Ao Estadão, Vilas-Boas explicou que a situação é grave, mas que há possibilidade de abertura de novos leitos. "Não podemos chamar de colapso porque a maioria desses hospitais é de pequeno porte. Alguns deles realmente estão com leitos clínicos e de UTIs esgotados. Mas a média de ocupação na rede é de 70%, então não existe um colapso. O que acontece é que não temos como garantir 100% de atendimento em algumas cidades, mas aí nós removemos esse paciente para outro município, e é o que temos feito. As pessoas não estão morrendo com falta de ar", diz o secretário, que tem sintomas leves da doença.

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O cenário é mais grave no sul e extremo sul do Estado, que concentram três dos nove hospitais lotados. São eles: o Amec, em Camacan, Neurocor, em Porto Seguro, e o Hospital Municipal de Teixeira de Freitas. Em situação semelhante se encontram a unidade municipal de Paulo Afonso, o Dom Antônio Monteiro, em Senhor do Bonfim, o Carmela Dutra, em Bom Jesus da Lapa, além do Hospital Itiba, em Barreiras, o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, em Salvador, e o Hospital de Base de Luís Eduardo Magalhães.

Fábio Vilas-Boas diz que o governo estadual estuda a abertura de novos leitos, 240 deles na Arena Fonte Nova, em Salvador. "Abrimos dezenas, mas infelizmente mais e mais pessoas estão sendo infectadas. Só que temos também a possibilidade de avançarmos dentro das áreas de nossos hospitais que não recebem covid-19", garante, ao reforçar que há equipamentos suficientes.

Os dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) dão conta de que a taxa de ocupação na rede estadual é de 58% na enfermaria de adultos, 62% na enfermaria pediátrica, 74% na UTI de adultos e 61% na UTI pediátrica. O número de leitos disponíveis é de 417, 18, 276 e 14, respectivamente.

Ainda segundo Vilas-Boas, a alta de casos é observada há cerca de duas semanas. "A taxa de necessidade de internação subiu. Estamos abrindo dezenas de novos leitos de UTIs, mas não conseguimos fazer cair para menos de 70%, 72%, 73%. Não tenho dúvida de que as pessoas, sobretudo os mais jovens, não estão nem aí para a pandemia. Eles sabem que o risco é menor para eles e estão se soltando nessas baladas e festas clandestinas, muitas delas realizadas em sítios. É um ato que considero egoísta e irresponsável, porque eles são vetores. É muito triste ver como algumas pessoas vivem como se estivessem isoladas, sem se preocupar".

O secretário voltou a criticar as lives de carnaval, realizadas por artistas como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Léo Santana. "Não é o evento, em si. Eles dizem que tomam todas as medidas necessárias e tudo bem, mas acontece que eles estão cantando o carnaval. Não é uma coisa que você senta e assiste sem pular, numa boa. As pessoas reúnem grupos de oito, dez amigos, para assistir a esses shows. Isso leva à infecção. Não é uma questão de preferência musical, nem nada. Além disso, realmente não há ambiente para celebrar. Estamos assistindo às pessoas morrendo, todos os dias. Falta bom senso dos cantores".

Estado de alerta em Salvador

Com o carnaval cancelado, Salvador não registrou grandes aglomerações nesse período. Na capital, conforme informou à reportagem a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 75% dos leitos de UTIs estão preenchidos, o que acendeu o estado de alerta. A cidade dispõe de um total de 579 vagas de UTIs para adultos. Destas, 425 estão preenchidas. No caso das unidades pediátricas, dos 27 leitos, 18 estão ocupados. Os leitos clínicos, por sua vez, correspondem a um total de 406, mas 318 já estão ocupados. Os leitos clínicos pediátricos somam 37 e têm 28 pacientes internados.

A reportagem não conseguiu contato com o secretário municipal de saúde, Leonardo Prates. Há 24 horas, ele publicou em seu perfil no Twitter que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital haviam amanhecido com 33 pacientes com necessidade de regulação. "A pandemia não acabou", reforçou.

Aos olhos do governador da Bahia, Rui Costa (PT), o cenário é preocupante. "A situação é grave, nós precisamos nos cuidar. Evitem aglomerações e usem máscara. Não podemos baixar a guarda", disse o gestor em seu perfil no Twitter, nesta terça. Na mesma rede, Rui comemorou a decisão do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), que derrubou uma liminar que permitia o retorno das aulas presenciais no estado, proibidas por decreto até o próximo dia 21 deste mês.

Até o momento, a Bahia contabiliza 10.828 mortos e um total de 635.494 infectados. Destes, 609.546 são considerados recuperados e outros 15.120 encontram-se ativos. Nas últimas 24 horas, conforme último boletim divulgado pela Sesab na segunda-feira, 15, foram registrados 63 óbitos e 1.796 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3).

A lotação dos hospitais do Amazonas, por causa do aumento do número de casos da covid-19 em janeiro, obrigou o governo local a transferir para outros estados 424 pacientes em tratamento contra a doença.

Segundo o governo estadual, desde o último dia 15, 389 pacientes foram levados de Manaus para 15 cidades: Belém (17); Brasília (15); Curitiba (35); Florianópolis (11); Goiânia (48); João Pessoa (15); Maceió (30); Natal (42); Palmas (17); Porto Alegre (17); Recife (26); São Luís (39); Teresina (23); Uberaba (18) e Vitória (36).

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Dos municípios de Tabatinga e Parintins, no interior do estado, 35 pessoas infectadas pelo novo coronavírus foram transferidas para as cidades de Curitiba (13), Natal (13), Belém (6) e Rio Branco (3).

Além dos pacientes de covid-19, oito pessoas que precisavam de tratamento contra câncer foram removidas para a cidade do Rio de Janeiro, onde passarão por cirurgias no Hospital de Câncer, do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que os governos federal e estadual estimavam ter que transferir cerca de 1,5 mil doentes do Amazonas para outras regiões. Segundo o ministro, a medida seria necessária para “equilibrar a demanda e a oferta por leitos”, sobretudo em Manaus, que concentra a metade da população e tem o maior número de hospitais do estado.

Parte dos pacientes transferidos tem retornado ao Amazonas pouco a pouco, curados da doença. Entre ontem (1º) à noite e o início da madrugada de hoje (2), mais 21 pacientes voltaram para casa. Com isso, chega a 126 o número de pessoas que foram transferidas para outros estados e, segundo o governo amazonense, recuperaram-se da covid-19 e regressaram ou estão prestes a voltar para casa.

No entanto, poucas horas antes da chegada de um grupo de 21 pacientes ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, 18 partiram do Aeroporto Ponta Pelada, na zona sul de Manaus, com destino à capital paranaense, Curitiba.

De acordo com o governo do Amazonas, a continuidade das transferências “possibilita a melhoria do fluxo de atendimento na rede pública de saúde”. As remoções contam com o apoio do Ministério da Saúde e da Força Aérea Brasileira (FAB).

A Secretaria estadual de Saúde garante que todos os pacientes removidos para outros estados são avaliados por equipes médicas que atestam se estão com quadro clínico estável e em condições de suportar a viagem.

A Fundação de Vigilância em Saúde informou que, até ontem, o Amazonas totalizava 268.717 casos confirmados de covid-19 e 8.266 mortes em decorrência das complicações causadas pela doença. Além disso, 94% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e 88% dos leitos clínicos destinados ao atendimento exclusivo de pacientes com a covid-19 estavam ocupados.

 

Dois em cada cinco americanos, por volta de 40% da população, vivem hoje em regiões onde a capacidade hospitalar está quase saturada por causa de internações pela Covid-19, indica levantamento feito pela agência Associated Press. Nesses locais, aponta a AP, somente 15% dos leitos estão disponíveis hoje. Além disso, os hospitais americanos também têm competido para contratar enfermeiros, e pagado caro por um serviço cada vez mais inflacionado. A maioria dessas unidades está nas regiões sul e oeste dos EUA.

"Você não consegue cuidar de todos ao mesmo tempo para sempre. Simplesmente não é possível", disse o presidente da Houston Methodist, Marc Boom. No Estado do Texas há 20 mil novos casos de Covid-19 por dia e cerca de 13 mil estão internados com sintomas de Covid-19.

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De acordo com os dados do Projeto de Rastreamento Covid, uma organização voluntária que coleta informações sobre a doença nos 50 Estados, cinco territórios e do Distrito de Columbia, as internações ainda estão em alta no oeste e no sul do país, com mais de 80 mil pacientes com o novo coronavírus em leitos hospitalares.

No domingo, 24, o número de casos registrados nos Estados Unidos desde o início da pandemia ultrapassou 25 milhões, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. As mortes ontem chegaram a 418.329 - o país lidera os óbitos no mundo.

Diretores de hospitais têm dito que, com tantos casos, há dificuldade em encontrar profissionais. No Novo México, uma rede de saúde teve de contratar 300 profissionais de fora do Estado para lidar com a demanda de pacientes na UTI. "Tem sido horrível", disse Jason Mitchell, diretor clínico da rede. Nas unidades, salas de cirurgia foram adaptadas para tratar pacientes com Covid-19.

Em Los Angeles, no Cedars-Sinai Medical Center, a escassez de profissionais também é sentida. "Inicialmente, quando as ondas de Covid atingiram partes do país, uma de cada vez, as enfermeiras podiam ir às áreas mais afetadas. Agora, com a alta dos casos em quase todo o país, os hospitais estão pagando duas ou três vezes o que normalmente desembolsariam por profissionais temporárias", disse Jeff Smith, diretor clínico do hospital.

"É realmente assustador e mentalmente desgastante mesmo você fazendo o que acredita ser o melhor", disse a diretora da Associação Americana de Enfermeiros de Cuidados Intensivos, Kiersten Henry.

O espaço é outro problema. O Augusta University Medical Center, em Augusta, no Estado da Geórgia, trata pacientes adultos com menos de 30 anos nas UTIs infantis. As salas de recuperação agora também abrigam pacientes em estado grave e já há planos de transformar outras áreas - salas de cirurgia e laboratórios de endoscopia - em unidades intensivas. Fonte: Associated Press.

O estado do Amazonas anunciou nesta quinta-feira (14) um toque de recolher de 10 dias devido ao colapso do seu sistema de saúde causado pela pandemia de Covid-19, que deixou os hospitais sem oxigênio para os pacientes.

"Há um colapso no atendimento de saúde em Manaus", reconheceu o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, lembrando que a região foi uma das mais afetadas em abril passado, no começo da pandemia.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram pessoas levando cilindros de oxigênio para os hospitais e pacientes reclamando da falta de atendimento médico. "Acabou o oxigênio e algumas unidades de saúde viraram uma espécie de câmara de asfixia", declarou à AFP Jessem Orellana, da Fundação Fiocruz-Amazônia.

"Aqui não tem leito vazio, nem oxigênio, nada, a gente tá só na fé", disse Luiza Castro, moradora da capital amazonense. "Estamos no momento mais crítico da pandemia", disse o governador do Amazonas, Wilson Lima.

A Amazônia "produz quantidades significativas de oxigênio, mas hoje nosso povo precisa de oxigênio e solidariedade", afirmou, acrescentando que vários pacientes serão transferidos para outros estados.

Cerca de 400 cilindros de oxigênio foram entregues por militares nos últimos cinco dias para atender à demanda. O toque de recolher será aplicado a partir de sexta-feira (15), das 19h às 06h.

O Brasil enfrenta o agravamento da pandemia, que já deixou mais de 205 mil mortos, um balanço superado apenas pelos Estados Unidos.

A média nacional de óbitos é de 98 por 100.000 habitantes, mas no estado do Amazonas chega a 142/100.000. Apenas Rio de Janeiro (158) e Brasília (145) o superam.

O Brasil se prepara para iniciar sua campanha de vacinação contra a covid-19 provavelmente a partir deste mês. Segundo dados de Manaus, a cidade registrou o quarto recorde diário consecutivo de enterros: 198 pessoas foram sepultadas na quarta-feira, sendo 87 por covid-19.

A juíza Simone Gomes Rodrigues Casorett, da 9ª Vara da Fazenda da capital paulista, ordenou a suspensão do aumento de impostos para produtos, medicamentos e equipamentos médico-hospitalares determinado, por decreto, pelo governador João Doria (PSDB) em dezembro passado. A decisão atendeu a um mandado de segurança proposto pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) e beneficia seus filiados.

Os protestos contra o pacote de ajuste fiscal do governo Doria já haviam feito o governador recuar, na semana passada, da iniciativa de subir os impostos de alimentos e medicamentos genéricos, mas Doria havia mantido o aumento para os demais remédios e produtos médicos. A decisão, divulgada por meio de uma publicação no Twitter, ainda não foi oficializada com outro decreto. Setores ligados ao agronegócio, que também tiveram promessa de recuo no aumento de impostos, farão um protesto nesta quinta na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp).

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No caso dos demais medicamentos, a preocupação de empresários do setor de hospitais e de produtos farmacêuticos estava voltada principalmente para os medicamentos contra aids e câncer. O decreto do governador revogou benefícios ligados à isenção de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"Estima-se que a revogação da isenção representará impacto de cerca de R$ 1,5 bilhão anuais nos custos dos prestadores de serviços de saúde, entre medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual, máquinas e equipamentos", escreveu o SindHosp, no mandado de segurança.

Ao conceder a liminar, a juíza acatou argumentos de que a revogação dos benefícios não poderia ser estabelecida por decreto, uma vez que ela foi estabelecida por convênios próprios e de acordo com a Constituição. "Não há dúvidas que a revogação da isenção, por decreto, não está condizente com o dispositivo constitucional mencionado e legislação", escreveu Simone na decisão. A isenção de ICMS continuava valendo para hospitais públicos e filantrópicos e o sindicato dos hospitais apontou um tratamento discriminatório, que também foi criticado na petição do mandado de segurança.

O setor farmacêutico, entretanto, ainda terá de pagar ICMS maior caso venda os produtos para outras entidades, como farmácias, uma vez que o mandado de segurança abrange apenas o setor dos hospitais.

Nesta quarta, o Ministério Público de São Paulo propôs outra ação contra o pacote fiscal, que revogou a isenção de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para a maior parte das pessoas com deficiência. O MP aguarda o recebimento da ação pela Justiça.

O Palácio dos Bandeirantes foi procurado para comentar a decisão da 9.ª Vara da Fazenda, mas não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, alertou nesta sexta-feira (8) que os hospitais da capital britânica podem ficar saturados em breve com o aumento exponencial de pacientes com Covid-19 e declarou a situação como "incidente maior", com a esperança de obter ajuda do governo.

"Se não tomamos medidas imediatas agora, nosso serviço nacional de saúde poderia ficar saturado e mais pessoas morrerão", afirmou citado em um comunicado.

A declaração de "incidente maior" é um requisito formal para obter uma resposta global de várias agências do governo.

Segundo uma informação do serviço de saúde pública aos responsáveis dos hospitais, e divulgada na quinta-feira (7) pelo Health Service Journal, mesmo se o número de pacientes com Covid-19 aumentar, seguindo as menores projeções, em 19 de janeiro haveria um déficit de 2.000 leitos de cuidados gerais e intensivos (UTI) nos hospitais de Londres.

O número de casos de coronavírus em Londres já supera os 1.000 a cada 100.000 habitantes, segundo o comunicado da prefeitura.

Entre 30 de dezembro e 6 de janeiro, o número de pacientes nos hospitais de Londres cresceu 27%, passando de 5.524 para 7.034, e o número de pacientes com ventilação mecânica cresceu 42%, de 640 para 908, de acordo com a mesma fonte.

Somente nos últimos três dias foram registradas 477 mortes confirmadas por covid-19 nos hospitais de Londres, onde há atualmente 7.034 pessoas internadas por sintomas graves dessa doença (35% a mais que no pior momento da primeira onda na primavera).

Enfrentando outra onda incontrolável de coronavírus desde a descoberta em dezembro de uma nova cepa aparentemente mais contagiosa, o Reino Unido registrou na quinta-feira 1.162 novas mortes. Com um total de 78.508 óbitos, volta a ser o país da Europa mais castigado pela pandemia, à frente da Itália.

Com alta taxa de ocupação de leitos, hospitais em São Paulo têm remanejado leitos e esperam um crescimento do número de casos de Covid-19 nas próximas semanas, como reflexo das aglomerações nas festas de fim de ano.

Médicos ouvidos pelo Estadão relatam aumento de "surtos familiares", quando dois ou mais da mesma família se infectam, o que pode ser reflexo de encontros de Natal. No Hospital Sírio-Libanês, 90% da área de atendimento dedicada a casos de covid está ocupada, com 159 internados - 45 na UTI. Em nota, a instituição afirma notar o crescimento das internações e infecções desde novembro. O hospital tem hoje mais de 500 leitos operacionais. Nas próximas semanas, planeja abrir mais leitos, com um aumento escalonado até meados de fevereiro", diz a instituição.

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No Albert Einstein, há 121 pacientes com diagnóstico positivo em - 53 em UTI. Assim como no Sírio, a instituição diz não calcular a taxa exata de ocupação desses leitos porque é possível remanejar vagas da enfermaria para o tratamento intensivo.

"Ainda não estamos sentindo pico das festas de fim de ano, mas sim estabilidade de alta desde novembro. Nós, infectologistas, acreditamos que vai haver não uma nova onda de casos, mas uma intensificação do quadro atual", explica Moacyr Silva, infectologista do Einstein.

Na Beneficência Portuguesa de São Paulo, das 50 vagas de UTI destinadas à covid, 40 já estão ocupadas (80%). Em nota, a instituição diz que acompanha diariamente o fluxo de casos e remaneja os leitos conforme a demanda. "Não parece ter tido um boom, mas me assusta porque já está bem cheio. Os casos aumentaram desde novembro, mas ainda não teve um super pico, aponta João Prats, infectologista da BP. A taxa de ocupação nos hospitais públicos e privados de São Paulo é de 65%.

A expectativa dos médicos é de que a intensificação ocorra a partir da próxima semana, quando terá passado a fase de incubação do vírus em quem se infectou nas festas de réveillon. "Hoje, já temos parte dos casos admitidos que podem ter se contaminado no Natal. O que a gente espera é que haja repique em cima daquilo que já estava ruim", diz Jaques Sztajnbok, médico intensivista e supervisor da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Lá, todos os 40 leitos já estão ocupados e a maioria dos casos é referente a internações pela covid.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem os hospitais escaparam da mira dos cibercriminosos em 2020. Um levantamento feito pela empresa de cibersegurança Check Point apontou que a quantidade de ataques direcionados a instituições de saúde, durante os meses de novembro e dezembro, aumentou 45% em todo o mundo. O crescimento dos ataques cibernéticos é maior que o registrado em outros setores, que tiveram crescimento geral de 22%, durante o mesmo período.

De acordo com os pesquisadores, o número médio de ataques semanais no setor de saúde girou em torno de 626 por organização em novembro, em comparação com os 430 ataques registrados no mês anterior. Entre as vítimas que tiveram um aumento na quantidade de ciberataques por organização, as instituições de saúde brasileiras estão entre as que mais sofrem, com um crescimento de 66%, atrás apenas de hospitais no Canadá (250%), Alemanha (220%), Espanha (100%) e Itália (81%).

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Brasil segue no top 5 dos mais atacados. Foto: Check Point

Pressão mundial por conta da Covid-19

Um dos principais motivos para o aumento da ação dos cibercriminosos está no combate das instituições de saúde a pandemia do novo coronavírus. Isso as torna um alvo em potencial para ataques de ransomware, em que os cibercriminosos instalam um malware no sistema que criptografa ou impede o acesso a uma grande quantidade de arquivos, seja em um computador, sistema de dados ou rede interna. Para que a vítima possa voltar a ter acesso aos dados é preciso realizar o pagamento de um resgate. 

Em relação às regiões mais vitimadas, a Europa Central lidera com mais de 145% de ataques por organização, seguida pelo Leste Asiático (137%) e América Latina (112%) como os mais afetados; Leste Europeu (97%), Europa (67%) e América do Norte (37%) aparecem em quarto, quinto e sexto lugares respectivamente. A maioria dos ataques acontecem em fins de semana e feriados, exigindo uma necessidade de aumentar a segurança durante este período.

Há poucos dias, Rachelle Halabi acompanhou seu pai, muito doente pela Covid-19, a um hospital em Beirute, mas o médico pediu que eles voltassem e tratassem dele em casa, devido à falta de leitos na UTI.

Recentemente, foram registrados novos picos diários de contágios no Líbano, e os profissionais de saúde soaram o alarme, levando o governo a anunciar um novo confinamento de quinta-feira (7) até o final de janeiro.

"O médico do pronto-socorro sugeriu que comprássemos uma máquina de oxigênio e administrássemos o tratamento em casa", conta Rachelle por telefone, que também deu positivo.

Ela afirma ter seguido as recomendações por vários dias, mas o estado de saúde de seu pai de 85 anos "não melhorou", o que a levou a tentar a sorte novamente nos hospitais.

Mas é difícil. As festas de fim de ano trouxeram um aumento nos casos de contágio e quase saturaram as unidades de terapia intensiva. Enquanto isso, as filas de espera nos serviços de emergência aumentam.

Depois de entrar em contato com vários hospitais e após inúmeras recusas, Rachelle encontrou um leito disponível em um hospital particular na cidade de Zahlé (zona leste), a cerca de 50 km de Beirute. Teve de pagar ao hospital um depósito de 15 milhões de libras, cerca de US$ 10.000 no câmbio oficial.

"Como é para quem não tem recursos?", questiona indignada essa mulher em um país mergulhado em uma grave crise econômica.

Nas redes sociais, aumentam os pedidos para ajudar os pacientes a encontrarem um lugar nos hospitais.

"Uma mulher de 69 anos sofre de sintomas graves (...) e precisa urgentemente ser hospitalizada (...) Alguém pode ajudar?", postou Riwa Zouein no Facebook na segunda-feira.

Apesar do aumento da capacidade de acolhida dos hospitais nas últimas semanas, o número de contágios gerou uma nova saturação.

- Cenário catastrófico -

"A situação atualmente é catastrófica, tanto pelo número de pacientes que chegam em massa às emergências, quanto pela gravidade dos casos", lamenta o chefe do serviço de emergência do Hôtel-Dieu de France, Antoine Zoghbi.

"Agora transportamos cerca de 100 pacientes por dia que precisam de internação", acrescenta o secretário-geral da Cruz Vermelha, Georges Kettaneh.

Em 31 de dezembro, foram registrados mais de 3.500 novos casos, um pico diário.

Desde o início da pandemia, o Líbano registrou mais de 192.000 casos, com cerca de 1.500 óbitos, para uma população de em torno de seis milhões de pessoas. Deste total, 1,5 milhão são refugiados.

Nas redes sociais, as críticas às medidas decretadas pelas autoridades não param.

O governo "abre o país para as festas (...) depois fecha o país e as empresas após as festas (...)", protesta Yara Sreikh no Twitter.

"Assim conseguiremos atenuar a propagação da epidemia", ironiza.

A Covid-19 causa três vezes mais mortes nos hospitais do que a gripe sazonal, aponta um estudo francês publicado nesta sexta-feira pela revista médica "The Lancet Respiratory Medicine".

A pesquisa se baseia em dados de mais de 135 mil pacientes franceses: 89.530 internados com Covid-19 em março e abril de 2020 e 45.819 internados com gripe entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. O índice de óbitos entre pacientes com Covid-19 foi três vezes superior ao dos pacientes com gripe: 16,9% para os primeiros, contra 5,8% para os demais.

"Nosso estudo é o mais extenso até hoje que compara as duas doenças, e confirma que a Covid-19 é muito mais grave do que a gripe", assinala em comunicado um dos autores, a professora Catherine Quantin, do Hospital Universitário de Dijon. "O fato é especialmente chamativo se levarmos em conta que a gripe do inverno de 2018-2019 foi a pior dos últimos cinco anos na França em número de mortos."

O estudo também mostra que 16,3% dos pacientes internados com Covid-19 acabaram nos serviços de reanimação ou em cuidados intensivos, contra 10,8% dos que tiveram gripe. Além disso, permaneceram por mais tempo em UTIs (15 dias, contra oito).

Houve menos crianças e adolescentes internados com Covid-19 do que com gripe. Essa faixa etária representou 1,4% do total de pacientes no primeiro caso e 19,5% no segundo. Nos períodos estudados, os pesquisadores observaram três mortes de crianças de menos de 5 anos por Covid-19 e 13 por gripe.

Os dados procedem do Program de Médicalisation des Systèmes d’Information (PMSI), que abrange hospitais públicos e privados. Os autores assinalam, no entanto, que as políticas de testes de influenza variam de acordo com o hospital, enquanto as de Covid-19 estão mais padronizadas, o que poderia levar a subestimar o número de pacientes internados com gripe. Além disso, não se pode afirmar se a gripe sazonal de 2018-19 é representativa de todas as temporadas de gripe quanto à mortalidade.

Os hospitais de Tóquio têm dificuldades para garantir atendimento devido a um aumento de casos de coronavírus, alertaram nesta quinta-feira (17) as autoridades de saúde locais, enquanto a capital japonesa bateu um novo recorde de infecções.

Pela primeira vez a capital passou para o nível quatro, o mais alto na escala de alerta de disponibilidade de serviços médicos.

"É difícil garantir o atendimento normal e o de pacientes infectados pelo coronavírus, devido ao aumento das internações" declarou nesta quinta-feira (17) Masataka Inokuchi, vice-presidente da Associação médica de Tóquio.

A governadora da capital, Yuriko Koike, pediu aos habitantes a prudência para evitar que a propagação da Covid-19 se intensifique mais e evitar as festas de fim de ano, assim como as viagens para as regiões de origem.

"O vírus não tem calendário (...), pode atingir em qualquer momento, no Natal, no fim do ano ou início do próximo", disse nesta quinta-feira em coletiva de imprensa.

O Japão se saiu relativamente bem no início da pandemia, com 187.000 casos e 2.700 mortos em nível nacional, estatísticas baixas se comparadas com as de outros países.

Mas o número de infecções diárias de Covid-19 está aumentando bastante desde novembro. Tóquio bateu um novo recorde nesta quinta-feira com 822 novos casos, contra 500 a 600 diários nas últimas semanas.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) divulgou, nesta sexta-feira (4), os editais de reabertura das inscrições para os Processos Seletivos Emergenciais (PSE’s) nº 1, nº 2 e nº 3, de nível nacional, para contratação temporária de médicos e fonoaudiólogos visando combater a Covid-19. Os salários podem chegar até R$ 8.984. 

Os candidatos selecionados trabalharão em 20 hospitais da rede pelo País. As inscrições serão reabertas na próxima segunda-feira (7) e poderão ser feitas através da internet até o dia 14 de dezembro. No que diz respeito ao número de vagas, os três editais se destinam à formação de cadastro reserva.

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Os inscritos serão selecionados em uma só etapa de avaliação de títulos e experiência profissional. Os resultados finais serão divulgados no dia 16 de dezembro, no site da Ebserh. Mais detalhes podem ser obtidos nos editais originais de abertura de cada PSE, cujas regras seguem válidas: 

Edital EBSERH Nº 1 

Edital EBSERH Nº 2 

Edital EBSERH Nº 3

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Quase 37 mil americanos morreram de Covid-19 em novembro, o que tem colocado hospitais e necrotérios no limite da saturação. Em meio a uma nova onda de contaminação, os Estados começaram a reabrir hospitais de campanha e as funerárias têm feito a cerimônia de despedida pela internet - tanto por causa da alta demanda, quanto para evitar que a infecção se espalhe.

Autoridades de saúde temem que a crise seja ainda pior nas próximas semanas, depois que muitos americanos ignoraram os apelos para ficarem casa durante o feriado de Ação de Graças.

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"Não tenho dúvidas de que veremos um número crescente de mortos", disse Josh Michaud, diretor de políticas globais de saúde da Fundação da Família Kaiser. "Serão semanas muito sombrias."

O número de mortos em novembro foi menor do que os 60.699 registrados em abril, mas está perto dos quase 42 mil de maio, o segundo mês mais letal da pandemia, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

As mortes caíram para pouco mais de 20 mil em junho, depois que os Estados fecharam o comércio e ordenaram que as pessoas ficassem em casa. A deterioração rápida é frustrante, pois a distribuição da vacina pode começar dentro de semanas, disse Michaud.

No Hospital Mercy Springfield, em Missouri, um necrotério móvel - adquirido em 2011 depois que um tornado atingiu as proximidades da cidade de Joplin e matou 160 pessoas - foi colocado em uso novamente. No domingo, ele manteve dois corpos até que os funcionários da funerária pudessem chegar.

No Cemitério Bellefontaine, em St. Louis, os enterros aumentaram cerca de um terço neste ano em comparação com o ano passado, e os restos mortais cremados de cerca de 20 pessoas estão guardados, enquanto suas famílias esperam por um momento mais seguro para realizar os serviços fúnebres.

O jornal Star Tribune, em Minneapolis, registrou um aumento de 40% no número de páginas dedicadas a obituários pagos em novembro, principalmente em razão da covid-19, segundo um porta-voz. Em 29 de novembro, o jornal tinha 11 páginas de obituários, em comparação com a metade em um domingo normal.

"Hospitais de todo o país estão preocupados com sua capacidade. Não estamos nem no inverno e ainda não sentimos o impacto das viagens e dos encontros de Ação de Graças", disse Amesh Adalja, pesquisador do Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após participar de uma reunião com representantes do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe) e da Federação de Hospitais Filantrópicos, o secretário estadual de Saúde André Longo gravou um vídeo afirmando que não há, no momento, superlotação de leitos para Covid-19 nos hospitais pernambucanos.

De acordo com ele, o aumento sentido e registrado no número de doentes se refere, majoritariamente, a pacientes com a forma leve da doença. “Alguns serviços da rede privada nos relataram uma maior procura de pacientes com quadros respiratórios leves na última semana, o que pode ser impacto, inclusive, da falta de cuidados da população durante o feriado do dia 12 de outubro”, disse o secretário. 

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André Longo chamou atenção para o número de leitos disponíveis na rede estadual de saúde, que possui 933 vagas de enfermaria exclusivos da Covid-19, com ocupação de 46%, o que significa que há mais de 500 leitos disponíveis.  

“Após criteriosa análise epidemiológica, o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife desmobilizaram mais de 1,5 mil leitos e, mesmo assim, a média de ocupação permanece, hoje, abaixo de 60%”, frisou o secretário. Longo reforça que apesar da desmobilização, a rede de saúde continua com capacidade para, caso necessário, disponibilizar mais leitos, uma vez que hoje a rede estadual possui 785 leitos de UTI com ocupação de 75%, ou seja, com 200 vagas disponíveis.

O gestor reforçou que, diferentemente de quando a doença estava no início e a orientação era para pessoas com sintomas leves ficarem em casa, hoje pacientes com casos leves procuram os hospitais. “Essa procura se deve pelos mais diversos quadros e não necessariamente da Covid-19, já que há uma série de outras doenças que continuam circulando e provocam sintomatologia semelhante”, pontuou ele.

O aumento que se registrou nas últimas semanas epidemiológicas foi de 1,1% suspeitas de casos leves a mais nos últimos 15 dias. Esse percentual, de acordo com o secretário, não indica que esteja havendo uma segunda onda nem recrudescimento da doença. 

“Durante o processo de convivência com a doença, flutuações podem acontecer, mas, até agora, essas oscilações estão dentro de um patamar esperado, sem configurar tendência clara de aumento, ou de recrudescimento, ou de uma segunda onda da Covid-19. Ao mesmo tempo, também temos uma queda sucessiva nos casos leves efetivamente confirmados para o novo coronavírus, o que reforça a circulação de outros vírus sazonais e a maior exposição da população a eles”.  

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Redes Sociais

Nas redes sociais, têm circulado mensagens sobre o aumento de casos e suposta superlotação de hospitais que causaram medo a muitos cidadãos. Sobre isso, André Longo enfatizou que o governo não pode tomar decisões precipitadas nem com base em impressões causadas por dados de dias isolados. 

“Não podemos tomar medidas por uma impressão de um dia ou de outro, ou por uma situação que aparece apenas em uma semana epidemiológica. Precisamos configurar tendência, analisar os números. A gente não deve se precipitar em nenhum tipo de medida, mas ressalto que estamos observar os cenários diariamente. Se for preciso tomar alguma medida mais rígida, nós vamos tomar, mas isso é acompanhando o cenário, os indicadores”, disse o secretário estadual de Saúde pedindo que as pessoas mantenham os cuidados com o distanciamento social, higiene e uso de máscaras. 

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Estudos em hospitais que atendem pacientes com câncer apontaram que, com testagem e criação de vias livres da Covid-19, é possível realizar procedimentos cirúrgicos eletivos com segurança, evitar contaminação pelo vírus e impedir que o tratamento seja comprometido ou se torne mais agressivo se for adiado. No A.C. Camargo Cancer Center, que criou um protocolo de triagem com testagem para todos os pacientes que vão fazer cirurgia, um estudo mostrou que, dos 704 pacientes que fariam cirurgia no mês de maio, 7,6% precisaram ter os procedimentos reagendados porque testaram positivo para covid-19. Tendo em vista os riscos de complicações trazidas pelo vírus nos pacientes oncológicos, o hospital estima que, graças ao esquema "covid free" conseguiu evitar entre sete e nove mortes naquele mês.

Publicada no Journal of Clinical Oncology, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, uma pesquisa do grupo de estudos internacional CovidSurg constatou que as taxas de complicações pulmonares tiveram aumento de mais de 120% e de contaminação por covid de 71% em hospitais que não tinham alas separando pacientes de covid dos demais.

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Foram analisados dados de 447 centros em 55 países, incluindo Estados Unidos, Espanha, Itália e o Reino Unido. As pesquisas comprovam a importância de se estabelecer protocolos para garantir que o tratamento de pacientes oncológicos não seja interrompido.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) demonstraram preocupação com a queda dos procedimentos cirúrgicos nos primeiros meses da pandemia.

Um levantamento das duas entidades apontou que, entre março e junho, cerca de 70% das cirurgias não tinham sido realizadas e estimou que ao menos 70 mil pessoas deixaram de receber o diagnóstico de câncer. Segundo a SBCO, as cirurgias voltaram a crescer e, em setembro e outubro, elas aumentaram cerca de 50% em relação a agosto.

Manter o fluxo

"A gente sabia que não podia fechar o hospital durante a pandemia, porque começar o tratamento depois de 60 dias tem impacto na taxa de cura. A situação já dura bem mais que isso. Então, decidimos manter a segurança e o fluxo de cirurgias. E o pilar foi o teste para todos os pacientes, diz Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Centro de Referência em Tumores Colorretais e Sarcoma do A.C. Camargo Cancer Center.

No estudo, os pesquisadores citam dados do grupo CovidSurg, segundo os quais as taxas de mortalidade pós-operatória entre pacientes infectados pela covid foi de 19,1% em cirurgias eletivas, mas pode chegar a 27,1% em pacientes com câncer.

De acordo com Aguiar Junior, a triagem com testes RT-PCR feitos dois a três dias antes da cirurgia, somada à separação de pacientes com sintomas gripais na entrada do hospital e à criação de alas para pacientes que testaram positivo para o vírus, foi fundamental para permitir que os procedimentos continuassem sendo realizados durante o pico da doença.

De acordo com o protocolo, os pacientes com cirurgia eletiva tinham ainda de manter o isolamento social. Caso testassem positivo, um novo exame seria realizado após 14 dias e, com o resultado negativo, o procedimento poderia ser feito.

Com Covid-19

Diagnosticada com câncer de reto no começo do ano, Maria José Melo da Silva, de 61 anos, estava com a cirurgia agendada para junho. Quando fez o teste para covid-19, deu positivo. "Não tinha sintoma nenhum. Minha filha, meu filho, minha nora também tiveram. Estavam todos me ajudando e, nesse convívio, aconteceu de eu pegar, porque eu só estava em casa. Por sorte, não foi grave. Um ficou sem paladar, mas não teve nada de falta de ar."

Ela esperou o intervalo determinado pelo hospital, repetiu o exame e fez a cirurgia. "Foi tudo tranquilo e não fiquei preocupada. Estava confiante, e meu estado emocional estava bom. Agora, vou fazer quimioterapia por seis meses", contou.

Integrante do CovidSurg, o cirurgião oncológico Felipe José Coimbra diz que os estudos feitos em hospitais oncológicos apontam a eficácia dos procedimentos adotados e ajudam a nortear as estratégias nas unidades para proteger os pacientes de infecções.

Maior risco

Coimbra ressalta que "os cuidados intra-hospitalares não vão acabar e sabemos que o paciente oncológico é um paciente de maior risco". Assim, diz ele, desde muito cedo se começou a fazer o teste e organizar a situação "para que eles tivessem um caminho paralelo e não se misturassem".

Coimbra também é diretor do Instituto de Saúde Integral e do Centro de Referência Gastro-Intestinal do A. C. Camargo Cancer Center. "No grupo em que os pacientes foram segregados, os pacientes sem covid tiveram menos complicações respiratórias e infecções pelo vírus do que os que estavam sem segregação completa. Houve um aumento de mais de 100% na taxa de complicação pulmonar no hospital sem via de covid."

Outro ponto avaliado foram as taxas de infecção pela covid no pós-operatório. Foi de 2,1% no grupo protegido e de 3,6% no grupo sem proteção, um aumento de 70%. "Valeu a pena fazer isso. O paciente tem direito a um tratamento com segurança e não pode esperar acabar a pandemia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reconhecido como um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS) completa neste sábado (19) 30 anos. Na avaliação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o SUS se tornou essencial. "Não existe outra saída para o nosso país com relação à saúde, que não seja o Sistema Único de Saúde forte e eficiente", disse. Os próximos 20 anos, acrescentou, já estão em elaboração pela pasta "Estamos montando ações estruturantes com projetos estratégicos em todas as áreas, como Saúde Digital, Projeto Genoma, entre outras, que estão sendo finalizadas", disse o ministro.

Na avaliação do ministério, com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), é possível constatar a força e importância do SUS, que atende cerca de 70% da população. Sob a gestão e união dos três entes – governo federal, estados e municípios – a pasta diz que foi possível garantir assistência aos pacientes infectados pela covid-19 e o atendimento daqueles que necessitam de tratamentos especializados.

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O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, faz ressalvas sobre o enfrentamento da atual pandemia. Para ele, a resposta do SUS foi “de razoável para boa”. O médico exaltou o fato de muitos hospitais terem sido reequipados e as equipes de saúde recompostas nos últimos meses, mas levantou dúvidas se esses ganhos serão mantidos ou se voltarão ao estágio pré-pandemia.

Fernandes acrescentou que a resposta poderia ter sido mais eficiente se a atenção básica não tivesse perdido investimentos ao longo dos últimos anos. “Nesse período de pandemia, os profissionais estariam mais preparados para dar o primeiro atendimento e uma filtragem correta desses casos, não haveria necessidade dessa ida em massa para os serviços hospitalares”, avaliou.

Desafios

Entre os grandes desafios do SUS, na avaliação do próprio Ministério da Saúde, estão a oferta de serviços e a parte financeira. Em meio à demanda sempre crescente, especialistas da pasta admitem que o serviço precisa ser eficiente para atender em quantidade adequada e em tempo oportuno todas essas demandas e necessidades. Eles acreditam ainda que os recursos também precisam ser distribuídos de forma a alcançar o melhor resultado possível.

Alvo frequente de desvios por fraudadores, a responsabilidade com os recursos públicos também são desafiadores. "Precisamos ter efetividade, transparência e responsabilidade pelo recurso público, pois não estamos falando de dinheiro, estamos falando da saúde das pessoas", defende o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Ganhos

Sobre a eficiência do SUS, o presidente da Associação Médica avaliou que em 30 anos de existência o sistema público de saúde conseguiu oferecer serviços de excelência em algumas áreas, mas ainda sofre com a precarização. Na avaliação do médico, é preciso investir mais na carreira dos profissionais de saúde e na atenção básica.

“Nós não podemos ficar apenas com essas ilhas de excelência em grandes centros, grandes capitais e regiões mais desenvolvidas. Nós temos que interiorizar o SUS”, defende Fernandes, ao falar dos desafios que a saúde pública ainda tem que enfrentar no país.

As unidades básicas de saúde e os médicos da família têm que ser também um dos focos dessa expansão, disse César Fernandes. “O que tem que ser fortalecido Brasil afora são as unidades básicas de saúde. É ali que o paciente chega, que se faz o primeiro atendimento, o diagnóstico e que se começa o tratamento”, destacou.

O médico ressalta a importância de também haver investimentos na carreira pública da classe. “A nossa questão não é falta de médicos, é construir possibilidades para que o jovem médico, bem formado, tenha atratividade para ir para os pequenos centros e as cidades mais longínquas. Temos que criar a figura do médico de Estado, assim como tem a carreira no Judiciário”, exemplificou.

Após 12 dias internada e sem poder receber familiares, a aposentada Guiomar Sargo de Lima, de 83 anos, se tornou a última paciente de Covid-19 a receber alta e deixar o hospital de campanha do Anhembi, na zona norte de São Paulo. Construída em caráter de urgência pela Prefeitura, a unidade fechou as portas nesta terça-feira (8), após quase cinco meses.

Durante a pandemia, a capital paulista chegou a ter quatro hospitais de campanha, mas agora só dois continuam funcionando, ambos do governo do Estado, e tratam de menos de 150 pacientes no momento. Um deles, em Heliópolis, na zona sul, também deve fechar.

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Mais de 5,5 mil pessoas chegaram a ficar internadas nos hospitais de campanha da cidade. A queda na demanda, entretanto, é o argumento da Prefeitura e do Estado para encerrar as atividades nesses locais.

Filho de Guiomar, o contador Cláudio Roberto Sargo de Lima, de 59 anos, mora na zona leste e relata que o equipamento foi importante para que a mãe recebesse tratamento adequado. "Aqui na região, não ia ter outro lugar para internar."

Segundo Lima, a idosa começou a sentir falta de ar em meados de agosto e confirmou a infecção por exame, após idas e vindas a hospitais do bairro. Com a taxa de saturação oscilando abaixo dos 90%, a idosa foi transferida para o Anhembi e precisou fazer uso de máscara de oxigênio na unidade, mas não chegou a ser entubada.

"Ela ficou mal nos primeiros dias, era nítido que estava com falta de ar e muita dor. Naquele momento, tive muito medo. Com o tempo, foi recuperando a firmeza na voz e conversava com mais ânimo, e aí foi dando um alívio", conta. "É uma alegria incontida poder ter minha mãe de volta em casa."

Vetada de receber visitas durante a internação, Guiomar continuou conversando com os parentes por meio de videochamadas, feitas com celulares emprestados por enfermeiras. "O pessoal é muito atencioso, realmente entendeu também o lado do parente: a gente fica angustiado sem poder ver", afirmou o contador.

O hospital do Anhembi começou a acolher pacientes no dia 11 de abril. No auge da doença, chegou a ter 1,5 mil funcionários e 871 leitos ativos. O fim da operação do equipamento emergencial havia sido anunciado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) na semana passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foto: José Cordeiro/SPTuris

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