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A comissão de direitos humanos do México informou nesta quinta-feira que 70% dos ataques feitos contra jornalistas no país ficam sem punição, em grande parte porque as autoridades fracassam em investigar os crimes. A comissão disse que 82 jornalistas foram assassinados e 16 desapareceram no México desde 2000. No período, ocorreram 28 ataques contra redações e veículos jornalísticos. Mas suspeitos foram acusados em menos de um quinto dos crimes e menos de 10% dos ataques tiveram os autores punidos.

A comissão expressou a esperança de que uma nova lei protegendo os jornalistas e os ativistas dos direitos humanos ajude a reduzir o nível de impunidade no México. As estimativas do número de ataques costumam variar. Uma procuradoria especial do governo para crimes contra jornalistas afirma que 67 jornalistas foram assassinados e outros 14 estão desaparecidos desde 2006.

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As informações são da Associated Press.

O modelo de cobertura jornalística das eleições municipais de outubro foram alvo de duras críticas por parte do candidato à Prefeitura do Recife, Roberto Numeriano (PSB). Para o candidato que é jornalista e cientista político, está ocorrendo um “grave e progressivo empobrecimento do debate político em torno de ideias e propostas, tornando as eleições um festival de futricas entre grupos políticos dominantes”, que denomina como "um novelão mexicano com traídos e traidores".

O candidato do PCB argumenta que a tradição política pernambucana, sobretudo recifense, era conhecida pelo do debate de políticas públicas a partir de eixos, “não necessariamente ideológicos, que fundamentavam a intervenção dos candidatos”. Entretanto, ele frisa que está “tradição” não tem se mantido atualmente. “O que temos hoje é um vale tudo pelo poder, traduzido, sobretudo, em arranjos políticos que sequer se explicam taticamente”, pontuou Numeriano.

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Para ele, o caso exemplar é a aliança Eduardo Campos e Jarbas. Numeriano argumenta que “os lances desse vale tudo de fofocas” pautou a cobertura dos principais jornais e rádios do Recife, desde a pré-campanha. “Os partidos de oposição de esquerda, como o PCB e o PSOL, por exemplo, que fazem uma crítica fundamentada no plano político-ideológico a essa gestão municipal”, avalia.

O candidato acredita que os partidos menores são, em geral, “neutralizados porque a cobertura enxerga apenas aqueles que os editores decidem como candidatos que ‘podem vencer’. Não por acaso os partidos governistas (PT e PSB, que se unirão num segundo turno se eventualmente um DEM ou PCB-PSOL surpreendam), ou a oposição consentida (o próprio DEM e o PSDB)", dispara.

Direcionando suas críticas ao espaço dado pelos veículos de comunicação aos candidatos do PT e do PSB para anunciarem suas propostas, Numeriano diz que são “doses cavalares de Geraldo Júlio, numa dada emissora ou jornal, ou de Humberto Costa”.  “Claro, a legislação eleitoral determina que as entrevistas tenham o mesmo tempo, no rádio e noutros veículos. Mas o que vemos é alguns radialistas e editores de jornais convidando seguidamente os candidatos da "voz do dono", ou seja,  a voz do dono da emissora.

Como exemplo da falta de “isenção” política das coberturas jornalísticas, Numeriano aponta a não publicação de nenhuma matéria da Frente nos jornais locais. "Elaboramos um agendão com os trabalhos da candidatura e vez por outra difundimos para os jornais, rádios e emissoras de TV algumas matérias, sempre solenemente ignoradas. Nenhuma foi publicada, até agora, pelos jornais. Ao mesmo tempo, vemos o desfile desse museu de grandes novidades que são as propostas do PSB, PT, DEM e PSDB, enchendo as páginas das editorias políticas”, explicou. 

“Sinceramente, falando como professor de jornalismo e dirigente político, essa cobertura impressa precisa sair dessa mesmice e cobertura aética e discutir as propostas dos candidatos a partir de mesas redondas com participação de entidades, lideranças, jornalistas etc, questionando as propostas, desmascarando demagogias, mostrando as contradições de projetos", disse Numeriano, que ensinou Ética do Jornalismo na Unicap e Jornalismo Político na Maurício de Nassau.

Por fim, o candidato do PCB avaliou o formato dos debates televisivos, como engessados e controlados muito mais pelo marketing dos candidatos, do que inspirados por ideias. "É preciso debater a cidade sem amarras de tempo. A TV dá tempo para futilidades, mas para debater e planejar a cidade pela cidadania ativa, cadê o tempo?", completou.

 

Com presença já confirmada da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do CEO do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., e do presidente do diário espanhol El País, Juan Luis Cebrián - entre outros -, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) prepara-se para abrir, em São Paulo, a sua 68.ª Assembleia Geral. Cerca de 600 jornalistas e empresários de comunicação de 34 países debaterão no Hotel Renaissance, de 12 a 16 de outubro, o presente e o futuro da profissão, transformando a cidade, por quatro dias, na capital do jornalismo nas Américas.

O encontro ocorre em tempos "muito inquietantes", resume o presidente da SIP, Milton Coleman. "Mais de 30 jornalistas do continente foram mortos desde o início de 2011, 8 deles no Brasil, sendo que 4 apenas este ano." E o cenário nos vizinhos não é muito diferente, prossegue Coleman - que é editor do The Washington Post. "Governos, que não existiriam se não fosse pela democracia, estão criando leis que a inviabilizam", adverte em um comunicado, reafirmando as posições assumidas durante seu mandato, nas quais cobrou continuamente abusos cometidos contra jornalistas por governos como os da Venezuela, do Equador, da Nicarágua, da Argentina.

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É a quinta vez que a SIP faz sua assembleia no Brasil - as outras foram em 1954, 1975, 1981 e 1991. O comitê anfitrião é capitaneado pelo Grupo Estado e conta com os jornais A Tribuna, Correio Popular, Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo, O Globo, O Popular, Zero Hora, pelos Diários Associados e pela Editora Abril. Bem maior do que naqueles encontros anteriores, a SIP reúne hoje 1.300 publicações que, juntas, distribuem 43 milhões de exemplares.

Nesse cenário de governantes autoritários, rápida evolução tecnológica e sérios desafios financeiros, a variedade dos temas está garantida. O diretor executivo da entidade, Julio Muñoz, prevê "uma exaustiva discussão" sobre assuntos como o tráfico de drogas e de armas; as leis da imprensa; a ética; a discriminação na concessão da publicidade oficial "e a expansão de um aparelho midiático estatal cujo fim é divulgar a 'versão oficial' dos fatos". Especialistas de internet, do mundo jurídico e de estratégias de mídia vão falar sobre a busca de um modelo sustentável de jornalismo; a propriedade intelectual em tempos digitais; a otimização das novas plataformas de trabalho. Como eixo condutor dos encontros, o Comitê de Liberdade de Imprensa passará a limpo, país por país, a situação do setor na América Latina.

Em uma das mesas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participará, com outros dois colegas, de um debate sobre liberdade de expressão e direito à informação. Em outras mesas deverão estar, como debatedores ou palestrantes, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; Paul Steiger, da ONG Pro Publica, de Nova York; Ken Doctor e Kelly McBride, analistas de mídia nos Estados Unidos - além de Caio Tulio Costa, professor de Jornalismo da ESPM, e Fernando Saguier, do jornal argentino La Nación. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


A imprensa da Grécia está paralisada nesta segunda-feira, com os jornalistas em greve de 24 horas em protesto contra cortes de empregos e salários gerados pela crise financeira e pela recessão no país. Boletins de notícias não estão sendo apresentados nas emissoras de televisão e rádio, a principal agência de notícias, a ANA, parou de publicar informações e importantes sites jornalísticos estão sem atualização.

A greve foi determinada por poderosos sindicatos trabalhistas que têm o poder de punir os jornalistas que não participarem da paralisação, o que torna a greve compulsória. Na moção de greve dos jornalistas, a associação de sindicatos pediu novos acordos de barganha coletiva e medidas para proteger empregos em um momento de demissões em massa.

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Mais de 4 mil empregos foram eliminados do setor desde que a pior crise de dívida da Grécia começou, em 2010, e alguns salários foram reduzidos de 20% a 30%. O setor jornalístico grego cresceu rapidamente a partir de 1990, impulsionado pelo crédito fácil, pela falta de regulamentação e por apoio político.

Três jornais foram fechados nos últimos dois anos, incluindo uma versão diária do maior jornal de esquerda, o To Vima, que agora é publicado apenas aos domingos, além do jornal Eleftherotypia e do canal de TV Alter. As informações são da Dow Jones.

O Santa Cruz foi ao estádio Ademir Cunha, em Paulista, para realizar o último treino na capital pernambucana antes de embarcar para o sertão do estado, onde vai enfrentar o Salgueiro, no próximo domingo (22). Nesta manhã, o técnico Zé Teodoro pareceu bastante nervoso, demonstrando mau-humor, que culminou numa bronca em cima da imprensa que acompanhava a movimentação.

Chegando ao local do treinamento com uma hora de atraso, Teodoro começou interrompendo a entrevista coletiva do meia Luciano Henrique, que havia sido marcada pela própria assessoria de imprensa do clube. Em seguida, o treinador iniciou a movimentação com bolas alçadas à área e muitas orientações aos laterais e atacantes.

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Com muitos gritos do comandante tricolor, os jogadores erravam bastante, desperdiçando todas as oportunidades. Irritado com a situação, Zé Teodoro parou o treinamento e foi reclamar com a imprensa, dizendo para os repórteres cinematográficos pararem de filmas as cenas.

O treinador chegou a afirmar, inclusive, que a imprensa estava municiando o adversário e que vai mandar fechar os treinamentos do Santa Cruz em Serra Talhada. A presença dos jornalistas, inclusive com câmeras, foi autorizada momentos antes do início do treino, pelo assistente técnico da equipe, Sandro Barbosa.

 

O assessor de imprensa do Sport, Álvaro Claudino, iria distribuir o Press Kit, que é o material entregado à imprensa em todos os jogos para auxiliar os profissionais. Entretanto, o jornalista foi barrado pela segurança do Clube Náutico Capibaribe, pelo fato de estar vestido com a camisa do time rubro-negro.

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De acordo com o chefe de segurança do Náutico, Coronel Meira, a medida foi tomada, justamente, para que o assessor da equipe do Sport não fosse prejudicado, já que para chegar às cabines de imprensa, ele teria que passar pela torcida alvirrubra. Portanto, para que a segurança do profissional fosse mantida, ele foi instruído a não passar pelo local.

Em seu twitter Álvaro escreveu que os torcedores do Náutico não o agrediram em momento algum.

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, Ivan Sartori, afirmou nesta quarta que a imprensa tem feito uma campanha para "enxovalhar" o Judiciário. Após uma reunião com a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, que analisa pagamentos vultosos a magistrados paulistas, Sartori afirmou que os juízes não são alvo de investigação e disse que o TJ e o CNJ são "parceiros".

"Investigação é um termo parcial, um termo pejorativo e um termo perverso para enxovalhar a magistratura e isso é uma campanha que vem sendo feita por dois jornais do Estado de São Paulo, que são a Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo. Embora às vezes a reportagem saia no contexto a manchete sempre é depreciativa, sempre enxovalha a magistratura. E isso nós não podemos admitir. Eu não vou admitir e vou defender até a morte", afirmou. "Investigação diz respeito a indiciamento, diz respeito a suspeita. Leia a código de processo penal", disse Sartori para um jornalista.

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O presidente do TJ afirmou que o tribunal paulista é transparente e apoia a inspeção nos pagamentos. "Eu converso diariamente com esses jornalistas, bato nas costas, dou café e assim mesmo vêm e distorcem o que eu estou dizendo", declarou. Sartori afirmou que após conversar com Eliana Calmon concluiu que a corregedoria faz uma "aferição de rotina" por amostragem nos pagamentos da magistratura do País e não uma investigação direcionada aos juízes de São Paulo.

Durante a entrevista concedida ao lado de Eliana Calmon, Sartori negou que tenha lançado um "desafio de contracheques" ao afirmar na véspera que mostraria seu contracheque se a corregedora fizesse o mesmo. A corregedora afirmou que o presidente do TJ disse isso porque os jornalistas "terminam irritando tanto". "Nós não precisamos entregar o contracheque. Sabe por quê? Porque no portal da transparência já está o quanto eu ganho, quanto o desembargador Sartori ganha. Não precisa mostrar os contracheques. Ele sabe disso. Ele disse isso porque vocês irritaram muito", disse.

Segundo Eliana, "a palavra investigação traumatiza a magistratura" porque dá a impressão de que a inspeção estaria direcionada para determinados juízes. "Eu não vou direcionar essa investigação para nenhum desembargador. É uma inspeção de rotina", afirmou. A corregedora contou que esse trabalho já foi feito em tribunais pequenos, sem que fossem feitos comentários. "Quando se trata de um grande tribunal como São Paulo tudo fica superdimensionado", disse.

Precatórios - Eliana Calmon e Ivan Sartori estiveram reunidos hoje em Brasília para analisar um relatório elaborado pela Corregedoria sobre a situação dos precatórios no Estado de São Paulo. De acordo com os dados mais recentes, a dívida é estimada em R$ 20 bilhões. Segundo Eliana Calmon, o grupo do CNJ não encontrou irregularidades de ordem disciplinar. "A ordem cronológica dos precatórios está embaraçada", disse.

A luta da imprensa durante a ditadura militar ainda é viva na memória do povo brasileiro, especialmente para os profissionais da área. Para mantê-la intacta, o Instituto Vladimir Herzog criou um projeto onde mais de 300 capas de jornais alternativos, clandestinos e produzidos em exílio durante o regime militar no Brasil, são reunidas em uma publicação. O livro As Capas desta História resgata a dificuldade e perseguição da imprensa nos anos de chumbo e foi lançado nesta quarta-feira (14), em Brasília.

Por meio da Lei Rouanet, a Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura (MinC) o projeto Resistir é Preciso foi possibilitado. E a partir dele, Vladimir Saccheta (pesquisa), José Luiz Del Roio (Contexto), Carlos Azevedo (Consultor) e José Maurício de Oliveira (editor de texto) realizaram um trabalho de pesquisa que compreende o período entre o início do golpe militar (1964) e a época da aprovação da Lei da Anistia, em 1979.

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O corpo do livro é dividido em sessões: Capas de jornais que rodaram no exílio, Jornais clandestinos, Jornais de movimento operário e estudantil e outras vertentes, entre mais e menos conhecidos. Além disso, depoimentos de 60 jornalistas que vivenciaram a ditadura militar ao driblar negação da liberdade de imprensa, compõem coletânea de 12 DVD’s associada ao livro.

Tropas de Israel invadiram duas estações privadas da televisão palestina nesta quarta-feira, confiscando transmissores e outros equipamentos, informaram os militares. Eles disseram que uma das emissoras, a TV al-Watan, é uma estação pirata, cuja frequência interferia nas transmissões legais da televisão de Israel e nas comunicações aéreas.

Os militares de Israel também confirmaram um segundo reide contra a Televisão Educacional de Jerusalém, uma estação sediada em Ramallah e operada pela Universidade Al Quds. Funcionários do governo da Autoridade Nacional Palestina denunciaram os reides como violação à liberdade de imprensa.

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As informações são da Associated Press.

O correspondente do jornal New York Times, Anthony Shadid, de 43 anos, morreu de um ataque de asma na Síria na quinta-feira, informaram o jornal e autoridades nesta sexta-feira. Shadid, de origem libanesa, falava árabe fluente e cobriu antes a invasão norte-americana do Iraque, a guerra civil na Líbia e os conflitos entre Israel e os palestinos na Cisjordânia. Shadid trabalhou para a Associated Press, The Washington Post e The Boston Globe.

O fotógrafo do New York Times, Tyler Hicks, disse ao jornal que os dois haviam feito reportagens na Síria e voltavam para a Turquia com contrabandistas através de passos na fronteira, quando seu colega teve um ataque de asma. "Eu fique perto dele e perguntei se ele estava bem e então ele morreu", disse Hicks. Segundo ele, Shadid estava inconsciente e sua respiração muito fraca. Hicks carregou o corpo de Shadid até a Turquia, disse o jornal.

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O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, enviou os pêsames à família do jornalista. "Envio os sinceros pêsames à família de Anthony Shadid, aos seus amigos e colegas do New Yor Times. Eu conheci o jornalista e o admirava", escreveu o premiê libanês.

O pai do correspondente, Buddy Shadid, disse que o jornalista sofreu de asma a vida inteira e tinha medicamentos com ele na Síria. "Ele caminhava perto da fronteira turca porque está muito perigoso cruzar a passagem de carro. Ele caminhava atrás de alguns cavalos e era extremamente alérgico a cavalos. Então, ele teve o ataque de asma", disse Buddy. Shadid venceu dois prêmios Pulitzer, o galardão máximo da imprensa norte-americana, em 2004 e 2010. Shadid esteve no ano passado entre quatro repórteres detidos pelas forças de Muamar Kadafi durante seis dias, quando cobria a guerra civil na Líbia. Shadid deixa a esposa, Nada Bakri, e dois filhos.

Natural da cidade de Oklahoma, Shadid começou sua carreira na Associated Press em Milwaukee em 1990. Ele trabalhou depois em Nova York e Los Angeles e em 1995 foi transferido para o Cairo. "Shadid tinha um conhecimento profundo e sofisticado" sobre o Oriente Médio, disse Martin Baron, editor do The Boston Globe. "Mais do que qualquer coisa, seu esforço em conectar a cobertura da invasão estrangeira (norte-americana do Iraque, em 2003) com as pessoas comuns que viviam no país e em entender suas vidas, é o que tornou seu trabalho tão especial", disse Baron. "Não era sobre diplomacia que ele escrevia, era sobre as pessoas comuns, como suas vidas foram dramaticamente afetadas pelos eventos mundiais", disse Baron.

As informações são da Associated Press.

No início da tarde desta terça-feira, dois jornalistas foram ouvidos como testemunhas de defesa de Lindemberg Alves, que está sendo julgado pelo assassinato da ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, em outubro de 2008.

Márcio Campos e Rodrigo Hidalgo, da TV Bandeirantes, ouviram, da advogada do réu, Ana Lúcia Assad, perguntas que tentavam relacionar o fim trágico do cárcere de Eloá à cobertura da mídia.

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Mas questões como "você acha que a imprensa influenciou o caso" foram indeferidas pela juíza Milena Dias, que as considerou "achismo".

Em seu depoimento, Campos afirmou que Lindemberg parecia calmo durante o tempo que manteve a ex-namorada como refém - a única pessoa que aparentava nervosismo, disse o jornalista, era Eloá.

Ontem a advogada Ana Lúcia Assad, questionada se a cobertura teve impacto no desfecho do caso, afirmou que "todos tem corresponsabilidade, inclusive a sociedade".

A imprensa do Reino Unido deverá ficar sujeita a penalidades mais severas em casos de violações das normas em meio a um escândalo de espionagem telefônica protagonizado por jornais sensacionalistas, informaram autoridades britânicas neste domingo.

O secretário de Cultura Jeremy Hunt disse à emissora pública BBC que os periódicos terão de mudar seu sistema de autorregulação, mas assegurou que o governo não pretende interferir no conteúdo desse código. Na opinião de Hunt, a imprensa escrita precisa de um sistema mais estrito de autorregulação, capaz de aplicar castigos efetivos em casos de transgressão.

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A Comissão de Queixas da Imprensa pode exigir de um jornal que publique pedidos de desculpas, mas não tem poder de aplicar multas. O sistema de rádio britânico dispõe de um código regulatório distinto.

A pressão por mudanças aumenta na esteira de um escândalo no qual jornalistas de tabloides sensacionalistas realizaram espionagem telefônica de potenciais personagens de suas reportagens. As informações são da Associated Press.

O ano de 2012 promete ser o mais complicado para a liberdade de imprensa na Argentina desde a volta da democracia, em 1983. De acordo com analistas políticos e profissionais da área de comunicação, o governo da presidente Cristina Kirchner deve usar todas as ferramentas ao seu dispor para intensificar a pressão contra a imprensa não alinhada à administração.

Segundo jornalistas e parlamentares, Cristina, reeleita em outubro para um segundo mandato, usará sua ampla maioria no Parlamento, as organizações de militantes kirchneristas, a máquina estatal de comunicação e grupos empresariais aliados para atingir esse objetivo. A maior parte das pressões seria direcionada contra o Grupo Clarín - a maior holding multimídia do país - rotulado pelo governo de "inimigo midiático".

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Um parlamentar aliado a Cristina disse sob condição de anonimato que a meta, neste ano, é concretizar a ordem dada pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em outubro de 2010, para "colocar o Clarín de joelhos".

Como presente de Natal para a viúva, parlamentares kirchneristas aprovaram a lei que declara "bem de interesse público" a produção, distribuição e comercialização do papel-jornal, concentrada na fábrica Papel Prensa, propriedade dos jornais Clarín, La Nación e do Estado argentino. A nova lei, já em vigor, permitirá ao governo aumentar sua participação acionária na Papel Prensa até ficar com seu controle total.

"Nunca, desde a volta da democracia, em 1983, nós jornalistas não alinhados com um governo tivemos tantos problemas", afirmou Luis Majul, jornalista e autor de O Dono, livro que relata os negócios obscuros do casal Kirchner. Na mesma sintonia, o jornalista e advogado Adrián Ventura sustenta que desde a aprovação da Lei de Mídia "o governo conseguiu encolher o espaço no qual se move a imprensa independente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, está usando um blog do ministério para vazar as reportagens que estão em apuração pelos órgãos de imprensa. Em nota, a assessoria de imprensa do ministério diz que, a pedido de Lupi, todas as demandas encaminhadas pelos jornalistas à assessoria de comunicação da pasta serão publicadas com respostas no blog http://blog.mte.gov.br/. O blog, porém, publica respostas a perguntas de apuração que ainda está em andamento.

Procurada pelo Grupo Estado, a assessoria do ministério informou que a ordem de Lupi é publicar os questionamentos e as respostas no mesmo dia em que as demandas dos repórteres são enviadas ao ministério, mesmo que a reportagem não seja publicada pelo órgão de imprensa.

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Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a postura do ministério. "Ao agir dessa forma, o Ministério do Trabalho inibe os meios de comunicação e os jornalistas que precisam verificar com o governo informações de eventuais reportagens que serão veiculadas", disse a entidade.

A prática do Ministério do Trabalho é semelhante à adotada pela Petrobras em 2009. Na época, em meio a denúncias de desvios de recursos, a Petrobras criou um blog para publicar as respostas às demandas da imprensa. Inicialmente, o blog chegou a divulgar informações sobre apurações em andamento. Cobrada, a empresa mudou de postura e hoje só divulga as respostas após a publicação da reportagem.

Reunidos ontem na Câmara Municipal de São Paulo, jornalistas de diferentes veículos se uniram na defesa de um aumento no grau de transparência pública no Brasil.

Para o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, a transparência precisa ser observada na sociedade por dois ângulos: o do poder público, que deve entendê-la como um dever, e o da imprensa, cuja tarefa é não só cobrar as autoridades como ter método e oferecer as informações com clareza.

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Ao lado de outros três jornalistas - Merval Pereira, de O Globo, Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, e Milton Jung, da rádio CBN -, ele debateu o tema "Como a Imprensa Vê a Transparência Pública", que teve como moderador o jornalista Carlos Marchi. O painel foi parte de um dia inteiro de discussões sobre "A Era dos Dados Abertos".

Gandour saudou os avanços que a internet possibilitou, em termos de transparência, mas lembrou que "ainda estamos longe de outros países". Quem decide optar pela função pública "tem de saber que deve sempre satisfação à sociedade", destacou. Mas do lado da imprensa há também um dever: o de "buscar apuração e interpretação corretas". E essa investigação, advertiu, "requer método".

Sigilo

A "cultura do sigilo, da opacidade", marca das relações políticas no País, foi apontada por Fernando Rodrigues. Ele relatou exemplos concretos da dificuldade de se obter certos dados e contou um caso em que juízes eleitorais "fizeram de tudo para não revelar uma simples lista de candidatos".

Merval Pereira comparou a estrutura do governo americano, que anota e guarda tudo o que faz e diz um presidente, com a do Brasil, onde muitas informações importantes se perdem. Em seguida, elogiou a Lei de Acesso à Informação, ainda a ser votada no Senado, como "das mais avançadas já feitas". Milton Jung falou sobre os avanços conseguidos pela ONG Adote um Vereador e disse que, na própria Câmara, "apenas alguns vereadores" trabalham com transparência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois das multas a consultorias argentinas que publicam índices de inflação superiores aos oficiais, agora chegou a vez dos jornalistas que escrevem sobre o assunto. Um juiz argentino solicitou a seis jornais locais listas de nomes, com números telefônicos e endereço, dos jornalistas que escreveram sobre a inflação do país nos últimos seis anos. A solicitação é parte do processo iniciado pelo polêmico secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno, contra uma consultoria privada que contradiz as duvidosas estatísticas do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

O requerimento do juiz Alejandro Catania, da Vara Penal Econômica, foi enviado aos jornais Clarín, La Nación, Ámbito Financiero, El Cronista, BAE e Página 12. O juiz também solicitou à Comissão de Liberdade e Expressão da Câmara dos Deputados os relatórios mensais que divulga sobre a inflação, os quais são fornecidos pelas consultorias privadas. Além disso, o juiz exigiu cópia do ato administrativo pelo qual a comissão tomou a decisão de divulgar o índice elaborado pelas consultorias e que explique como elas chegam a esse número. A Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa) disse que a iniciativa provoca "grave preocupação e enérgico repúdio". Os partidos da oposição compararam a situação ao período da ditadura militar, quando havia listas que pretendiam amedrontar os jornalistas.

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Em entrevista a rádios de Buenos Aires, o jurista Gregorio Badeni interpretou a investida do juiz como "mais um avanço contra a liberdade de imprensa no país". Segundo ele, não só o pedido das listas de jornalistas é intimidante, mas a própria causa original que o motivou. A iniciativa do juiz tornou-se pública no mesmo dia em que a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em entrevista coletiva à imprensa, falou sobre a necessidade de que a Argentina tenha estatísticas confiáveis. "Uma área onde não vou fazer concessões é na qualidade de nosso produto de trabalho, que está baseado, obviamente, na qualidade dos dados que recolhemos de todo o mundo", afirmou Lagarde.

Segundo o jornal El Cronista, concomitantemente à entrevista de Lagarde, a cúpula do Indec manteve uma reunião com técnicos do departamento de estatísticas do FMI e representantes do diretor de Hemisfério Ocidental do Fundo, Nicolás Eyzaguirre, sobre a elaboração de um novo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Em julho, a Argentina assumiu compromisso público com o FMI de elaborar um novo índice geral, dentro de um prazo de 180 dias, que vence em janeiro.

O FMI, segundo o jornal, deixou claro que não levará adiante a publicação de dois índices, o oficial e o dos privados, em suas edições do Panorama Econômico Mundial.

A solenidade de posse do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA), hoje, foi fechada à imprensa. O fato é tão inusitado e inédito na história recente do País, que confundiu a própria assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Questionados pelos jornalistas, assessores apresentaram versões diferentes para a restrição de acesso da mídia à cerimônia.

Uma das versões apresentadas foi a do suposto cansaço da presidente Dilma Rousseff, que cumpriu agenda em Minas Gerais hoje pela manhã e retornou há pouco a Brasília. Além disso, ela viaja amanhã para os Estados Unidos. Outro assessor, porém, negou que Dilma estivesse cansada. Segundo ele assessor, o motivo para impedir o acesso da imprensa seria o espaço pequeno da Sala de Audiências da Presidência da República, onde a solenidade da posse será realizada.

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Uma outra alegação foi de que o cerimonial do Planalto não teria tempo hábil para preparar a solenidade em um dos salões do segundo andar, onde normalmente são realizadas as posses de autoridades. No entanto, a equipe de cerimonial trabalhou com agilidade na posse do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, no dia 8 de agosto, uma segunda-feira. A equipe teve apenas um dia útil (uma sexta-feira) para preparar a cerimônia, já que Nelson Jobim pediu demissão no dia 4, uma quinta-feira. O controle do acesso ao Palácio é tamanho que a segurança chegou a barrar o presidente da Embratur, o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB). Dino é subordinado e conterrâneo do novo ministro. Depois de se identificar, seu acesso foi liberado.

Apenas a equipe da NBR - emissora pública oficial que cobre a Presidência da República - foi autorizada a transmitir a cerimônia. Os fotógrafos também poderão fazer imagens. O ineditismo da "posse fechada" é mais uma etapa na restrição do trabalho dos jornalistas no Palácio do Planalto. Nas cerimônias abertas, a circulação dos profissionais entre os convidados foi restringida. Ontem havia 18 seguranças ao redor do cercado reservado à imprensa, na solenidade em que Dilma anunciou a ampliação do programa de creches.

Precisamos olhar com parcimônia os fatos da realidade brasileira. A pressa impossibilita uma análise apurada. Sem análise apurada, não conseguirmos compreender a realidade e prospectar quanto ao futuro. O futuro, às vezes, é incerto. Outras vezes, não.

Existe uma grande imprensa no Brasil? Acredito que sim. Mas esta grande imprensa não deve ser reconhecida como ruim. Mas como benéfica a democracia brasileira. Costumo afirmar que existem também os grandes articulistas brasileiros, os quais influenciam os leitores atentos – não são muitos – aos eventos políticos, institucionais e eleitorais.

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A grande imprensa escolhe ou expõe a preferência por candidatos. Os grandes articulistas também. A escolha ou a preferência não condena a independência da grande imprensa ou dos grandes articulistas. Ao contrário, leitores e analistas políticos sábios descobrem que eles inserem uma agenda na opinião pública. E isto é legítimo num país democrático.

Não fere a democracia, o fato da grande imprensa e dos grandes articulistas escolherem ou preferirem dados atores políticos. Eles, inclusive, sugerem uma agenda para a opinião pública – função natural da mídia, pois ela informa e concede opinião sobre eventos.

Os candidatos que caminham contra a agenda escolhida tendem a sofrer da grande imprensa e dos grandes articulistas oposição no campo das ideias. E uma constante fiscalização. Os que conjugam com a agenda ofertada, tendem a receber atenção e elogios. Mas isto não significa que estão imunes à constante fiscalização.

Encontro na agenda da grande imprensa e dos grandes articulistas a reforma tributária, o controle inflacionário, a responsabilidade fiscal, a privatização, a defesa por maior investimento estatal em infraestrutura, a educação, a segurança pública, a transparência e a eficiência da máquina pública. Esta agenda foi construída em razão das opiniões dos seguintes atores: acadêmicos, mercado (Este reconhecido como um ator político), e profissionais do mercado.

Os temas apresentados vieram à tona lentamente no Brasil. O início da ebulição destes temas ocorreu na curta era Collor. E se consolidou na era FHC. Alguns dos temas foram incorporados na era Lula pelo PT. Outros não. No governo Dilma ocorre algo semelhante.

Em 2014 a agenda da grande imprensa e dos grandes articulistas não mudará. Os que desejam ser presidentes precisam conquistar a admiração e o respeito da grande imprensa e dos grandes articulistas.

Na era Lula, diversos integrantes do governo e o próprio presidente da República estimularam o controle da imprensa. Em nome da democratização dos órgãos de comunicação, atores sugeriram que a imprensa precisaria ser controlada, e, por consequência, democratizada. Ora, este raciocínio fere a lógica de uma criança de um ano.

O que é controlado, certamente não é democrático. Ou não sofre um processo de democratização. A ideia de integrantes do governo Lula era que o estado (logo ele?)tivesse papel ativo junto a imprensa – os órgãos de comunicação no Brasil são majoritariamente privados. O presidente Lula, inclusive, criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – empresa estatal.

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Lula, apesar dos variados méritos do seu governo, errou ao insinuar que desejava controlar a imprensa. A imprensa precisa ser livre, principalmente em um país em que as instituições estatais dependem de incentivos para investigarem e fiscalizarem. É a imprensa que incentiva as instituições a agirem.

A denúncia do mensalão veio à tona em razão da imprensa. No governo Dilma, a imprensa “derrubou” Palocci, Alfredo Nascimento e Rossi. A presidente Dilma, de modo acertado, demitiu estes ministros em razão da pressão da imprensa. Jobim saiu do governo porque pediu para sair.

A “faxina” promovida por Dilma, apesar dela ficar restrita, infelizmente, a “sala”, foi provocada pela imprensa. Governos ficam ansiosos para saber o que as revistas semanais noticiarão no as sextas-feiras. Costumeiramente, nas eras FHC e Lula e agora no governo Dilma, a imprensa traz novidades no final de semana.

A imprensa contribui para desestabilizar governos. Contudo, é uma desestabilização necessária. Imaginem, se não existisse imprensa livre no Brasil? Ministros, mesmo acusados, não seriam demitidos.

No governo Dilma, a imprensa continua a contribuir para a desestabilização dos governos. Mas é uma “desestabilização positiva”, pois sem a imprensa a “faxina” sugerida por Dilma não começava.

Vocês sabem o que as revistas semanais trarão amanhã?

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