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No primeiro discurso do ano, após anunciar a bancada independente o deputado Daniel Coelho já imprimiu, nesta terça-feira (4), como será o posicionamento do novo bloco na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Sem restrições, ele iniciou questionando o abastecimento de água no Estado e o déficit primário pernambucano, contrariando os dados apresentados pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nessa segunda (3), durante o discurso de abertura dos trabalhos legislativos.
##RECOMENDA##Em tom crítico, Coelho informou que tinha visitado diversas cidades da Região Metropolitana do Recife, onde constatou problemas no abastecimento d’água. Segundo ele, alguns lugares chegam a passar meses sem ser contemplados pela Compesa. Além disso, o tucano também questionou o aumento de 8,75 % na tarifa da água, autorizada pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe), segundo ele o acréscimo dado é acima da inflação.
“Percorri várias regiões do Estado e a Região Metropolitana neste mês de janeiro e o que encontrei foi uma série de reclamações sobre falta de água nas casas das pessoas. É preciso que a Arpe explique porque deu um aumento de 8,75% à Compesa, quando a inflação foi de 5,91%, mesmo com um serviço tão ruim sendo oferecido”, criticou. Segundo Daniel, a Arpe é um órgão de indicação política e pode ter agido visando retornos políticos. O tucano ainda fez o convite para a agência vir a Casa Joaquim Nabuco explicar quais os motivos do aumento.
O tucano acrescentou ainda ao discurso um questionamento sobre o fato de Pernambuco ter, segundo balanço divulgado pelo Banco Central, o maior déficit fiscal do País, entre todos os Estados da Federação. “Em seu discurso, ontem, o governador disse que o Estado não estava no vermelho, que tinha superávit. O governo está contando com os empréstimos feitos para que o saldo fique positivo. O superávit não pode considerar um empréstimo. Acontece que empréstimo não é receita, ele terá que ser pago em algum momento, não pelo governador atual, e sim pelo povo de Pernambuco”, disparou.
A discussão foi acalorada a partir do momento que o deputado Isaltino Nascimento (PSB) foi à Tribuna defender o governo. Em termos claros, Nascimento colocou que Coelho não entendeu o pronunciamento de Campos e, por isso, equivocava-se no pronunciamento. “Nós vivenciamos a partir de 2008 uma crise internacional. Tivemos uma redução do investimento público. Ele (Daniel Coelho) traz aqui um viés como se o estado de Pernambuco fosse deficiente na economia, muito pelo contrário, o Estado é bem gerenciado no ponto de vista econômico”, disse, acrescentando números para que segundo ele Daniel Coelho pesquise depois e fundamente o discurso. "Pode ficar certo de que quando trago um assunto a tribuna ele foi estudado", retrucou em aparte Coelho.