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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 16, a favor da vacinação obrigatória contra o novo coronavírus. Para o ministro, em caso de inércia da União, Estados e municípios podem decidir sobre a obrigatoriedade da imunização e inclusive impor restrições para quem se recusar a ser vacinado. Conforme antecipou o Estadão/Broadcast, o magistrado observou que a medida não significa vacinação à força, sem o consentimento do paciente.

O Supremo iniciou nesta quarta-feira a análise de uma ação do PDT, que quer o tribunal reconheça a competência de Estados e municípios para determinar a vacinação compulsória da população. O partido, de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro, afirma que, na corrida pela vacina, Estados precisaram se adiantar à "omissão" do Palácio do Planalto e firmaram acordos para receber e produzir imunizantes em fase de testes "na expectativa de exercer sua competência concorrente em matéria de defesa da saúde".

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A discussão chegou à Suprema Corte em meio à disputa política de Bolsonaro com o governador de São Paulo, João Doria, em torno de um plano de imunização. Por determinação de Lewandowski, relator do caso, o governo informou ao Supremo um plano com os grupos prioritários e uma previsão de 16 meses para concluir a vacinação de todos os brasileiros - mas sem data de início.

"É nesse contexto, amplificado pela magnitude da pandemia, que se exige mais do que nunca uma atuação fortemente proativa dos agentes públicos de todos os níveis governamentais, sobretudo mediante a implementação de programas universais de vacinação. Portanto, aqui é importante estabelecer desde logo, não é uma opção do governo vacinar ou não. É uma obrigação do governo. Não é uma faculdade", disse Lewandowski.

O Supremo está julgando simultaneamente três casos: além do processo do PDT, também está sendo analisada uma ação do PTB, com o mesmo pano de fundo. O outro caso examinado, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, discute se pais podem deixar de vacinar seus filhos menores de idade tendo como fundamento convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais.

"O federalismo cooperativo exige que os entes federativos se apoiem mutuamente, deixando de lado eventuais divergências ideológicas ou partidárias dos respectivos governantes, sobretudo diante da grave crise sanitária e econômica decorrente da pandemia desencadeada pelo novo coronavírus. A Constituição outorgou a todas as unidades federadas a competência comum de cuidar da saúde", acrescentou Lewandowski.

O entendimento de Lewandowski vai no sentido de dar aval para que Estados e municípios adotem "medidas indiretas" para viabilizar, na prática, a vacinação compulsória.

"A obrigatoriedade da vacinação não contempla a imunização forçada, porquanto é levada a efeito por meio de sanções indiretas", ressaltou o ministro. A carteira de vacinação em dia é exigida, por exemplo, para matrícula em escolas, inscrição em concursos públicos e pagamento de benefícios sociais.

Integrantes da Corte ouvidos pela reportagem fazem uma analogia com a questão do voto. O voto é obrigatório no Brasil, mas o eleitor não é obrigado a comparecer, à força, à seção eleitoral. No entanto, caso o eleitor não vote e não justifique a sua ausência, está sujeito a uma série de sanções. A lógica em torno do imunizante contra a covid-19 seria semelhante: impor restrições a quem se recusar a se vacinar.

Esse também foi o entendimento do procurador-geral da República, Augusto Aras, no início do julgamento. Para Aras, o Estado não pode coagir fisicamente o indivíduo a ser vacinado, mas a lei prevê responsabilização de quem descumprir a medida. "O indivíduo que se recusar sofre no plano de restrição de direitos, como por exemplo o de ingressar em certos públicos, ou mesmo de receber benefícios", apontou Aras.

Até agora, Lewandowski foi o único a votar no julgamento. A discussão será retomada nesta quinta-feira à tarde e pode ser concluída apenas na sexta-feira, quando o Supremo realiza a última sessão plenária antes do recesso de fim de ano.

Histórico

Durante a leitura do voto de 48 páginas, Lewandowski lembrou que, na época da Revolta da Vacina, o STF decidiu sobre medida sanitária contra vontade do cidadão. Na época, um português naturalizado brasileiro recorreu à Corte alegando "ameaça de constrangimento ilegal" por ter recebido, pela segunda vez, a intimação de um inspetor sanitário que queria entrar na casa para realizar a desinfecção do mosquito causador da febre amarela.

O STF acabou ficando ao lado do morador do Rio Comprido, decidindo proibir a entrada de agentes sanitários na casa do português naturalizado brasileiro sem o seu consentimento. Prevaleceu entre os magistrados o entendimento de que a entrada forçada em casa de cidadãos deveria ter sido tratada por lei aprovada pelo Congresso, e não em regulamento editado pelo governo.

Na avaliação do professor de Direito Constitucional da FGV-SP Roberto Dias, o pano de fundo do caso atual e do registro de 1905 é o mesmo: a questão da saúde e o limite da atuação do Estado frente às liberdades dos indivíduos. "Mas estamos falando de direitos diferentes. Em 1905, a discussão girava em torno da inviolabilidade do domicílio e, agora, se trata da autonomia das pessoas em não se submeterem a uma determinada prática médica", comentou.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esclarecimentos sobre o cronograma do plano de imunização contra o novo coronavírus. Por determinação de Lewandowski, o governo federal deverá informar o STF, em um prazo de 48 horas, a previsão de início e término das distintas fases da vacinação.

"Intime-se o Senhor Ministro de Estado da Saúde para que esclareça, em 48 (quarenta e oito) horas, qual a previsão de início e término do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid - 19, inclusive de suas distintas fases", determinou Lewandowski, em despacho endereçado a Pazuello e ao advogado-geral da União, José Levi.

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Na última sexta-feira, 12, o governo entregou ao Supremo o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 sem prever o início da data da aplicação das doses. O documento foi enviado ao gabinete de Lewandowski, nas vésperas do julgamento marcado para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação, por parte do Palácio do Planalto, de um plano contra a doença. O ministro é o relator de quatro ações sobre o tema.

A divulgação do plano ocorre em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o protagonismo na vacinação contra o novo coronavírus.

O plano de 94 páginas foi divulgado, por determinação de Lewandowski, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizer ao Estadão que o maior erro político cometido pelo governo até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra o novo coronavírus. "Isso pode impactar o projeto de reeleição", afirmou ele, numa referência aos planos do presidente Jair Bolsonaro para 2022.

No documento, o ministério apresenta como "garantidas" 300 milhões de doses de vacinas contra covid-10, das quais mais de 180 milhões viriam do acordo com Oxford/AstraZeneca, 42 milhões seriam fornecidas pelo Covax Facility e outras 70 milhões viriam da Pfizer.

No trecho em que lista as vacinas "já garantidas", o governo federal não cita a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista. Mas afirma que "disponibilizará crédito extraordinário para aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular que apresente eficácia e segurança para a população brasileira". A gestão Bolsonaro prepara uma medida provisória para liberar R$ 20 bilhões para comprar e centralizar a distribuição de imunizantes no País.

Segundo o Ministério da Saúde, o plano será apresentado e detalhado à população nesta quinta-feira e poderá "sofrer modificações durante o seu processo de implementação".

O plano apresentado não traz um cronograma com datas, mas contempla na primeira fase de vacinação os idosos de 75 anos e mais, profissionais de saúde, idosos de 60 ou mais institucionalizados e a população indígena. Já as demais fases incluem as pessoas de 69 a 74 anos, indivíduos com comorbidades, professores, trabalhadores das forças de segurança e salvamento, e os funcionários do sistema prisional.

"Todos os demais poderão ser imunizados após imunização dos grupos especificados como prioritários, que merecem maior atenção diante da maior vulnerabilidade à doença e suas consequências, inclusive de morte", enfatizou a pasta neste domingo.

Prazo

Neste domingo, o Ministério da Saúde alegou que não apresentou uma data exata para a vacinação porque não há ainda no mercado nacional "uma vacina eficaz e segura", aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Apresentar uma data, especificar um imunobiológico e apresentar informações sem a devida identificação de uma vacina aprovada pela Anvisa, não condiz com as práticas de segurança e eficiência do Programa Nacional de Imunizações da pasta, que não trabalha com fulcro em especulações desprovidas de confirmações técnicas e científicas", informou o ministério.

A Fifa anunciou nesta sexta-feira os três finalistas ao prêmio de melhor jogador do mundo. Mais uma vez, o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi estão entre candidatos. A novidade desta vez é a presença do polonês Robert Lewandowski, do Bayern de Munique.

A premiação, o The Best, será entregue pela Fifa na próxima quinta-feira, em uma cerimônia virtual, com transmissão a partir de Zurique, na Suíça, onde está localizada a sede da entidade.

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Os três finalistas ao prêmio de melhor do mundo saíram de uma relação inicial de 11 nomes, que havia sido divulgada pela Fifa em 25 de novembro. Assim, Lewandoski, Cristiano Ronaldo e Messi, os três mais votados, avançaram, com Thiago Alcântara (Bayern de Munique/Liverpool), De Bruyne (Manchester City), Mané (Liverpool), Mbappé (PSG), Neymar (PSG), Sergio Ramos (Real Madrid), Salah (Liverpool) e Van Dijk (Liverpool) ficando fora da lista restrita.

Lewandowski foi selecionado para concorrer ao prêmio após uma temporada espetacular pelo Bayern. O atacante polonês foi o destaque do time que venceu a Liga dos Campeões, o Campeonato Alemão e a Copa da Alemanha, tendo marcado 47 gols em 55 jogos na temporada 2019/2020.

Assim, se referendou a disputar o prêmio com Messi e Cristiano Ronaldo, que têm dominado a votação promovida pela Fifa nos últimos anos, sendo que o craque argentino é o atual vencedor. Na última temporada, porém, não brilharam tanto. Messi a terminou sem títulos pelo Barcelona, ainda que com 31 gols marcados em 44 jogos. Já o português fez 37 gols em 46 partidas oficiais pela Juventus, além de ter sido campeão italiano.

A disputa pelo prêmio de melhor jogadora envolverá a inglesa Lucy Bronze, do Manchester City, a dinamarquesa Pernille Harder, do Chelsea, e a francesa Wendie Henard, do Lyon. No ano passado, o prêmio ficou com a americana Megan Rapinoe. E a vencedora em 2020 será inédita.

O período de avaliação para os concorrentes foi de 8 de julho de 2019 a 7 de outubro de 2020. Já a votação foi encerrada na última quarta-feira e envolveu técnicos e capitães das seleções nacionais, um jornalista por país afiliado à Fifa e torcedores.

A Fifa também anunciou os concorrentes de outras premiações individuais. E há um brasileiro na disputa: Alisson. E o jogador do Liverpool, que já venceu essa disputa da Fifa no ano passado, concorrerá ao prêmio de melhor goleiro contra o alemão Neuer, do Bayern de Munique, e o eslovaco Oblak, do Atlético de Madrid.

No Prêmio Puskàs, que teve seus finalistas selecionados pelos componentes do Fifa Legends e por votação popular, há um representante do futebol nacional: o uruguaio Arrascaeta, do Flamengo, por um gol marcado contra o Ceará, em agosto de 2019, de bicicleta. Ele concorre com Luis Suárez, então no Barcelona e hoje no Atlético de Madrid, por um gol diante do Mallorca, e Son Heung-Min, do Tottenham, por um gol em jogo com o Burnley.

A disputa de melhor goleira está entre a francesa Sarah Bouhaddi (Lyon), a chilena Christiane Endler (Paris Saint-Germain) e a americana Alyssa Naeher (Chicago Red Stars).

O prêmio de melhor técnico de uma equipe masculina ficará entre o argentino Marcelo Bielsa, do Leeds, e os alemães Hans-Dieter Flick, do Bayern de Munique, e Jürgen Klopp, do Liverpool.

Já a disputa de melhor treinador de uma equipe feminina envolve a inglesa Emma Hayes, do Chelsea, o francês Jean-Luc Vasseur, do Lyon, e a holandesa Sarina Wiegman, que dirige a sua seleção nacional.

Já classificado para as oitavas de final da Liga dos Campeões, o Bayern de Munique decidiu alguns dos seus titulares para a partida contra o Atlético de Madrid, nesta terça, pela penúltima rodada da fase de grupos. Entre eles estão o artilheiro Robert Lewandowski e o goleiro Manuel Neuer.

De acordo com o técnico Hansi Flick, a dupla nem viajará para a partida na Espanha. O volante Leon Goretzka e o meia Corentin Tolisso também serão preservados. O goleiro do time alemão será Alexander Nubel, que fará sua estreia na principal competição europeia de clubes.

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O técnico disse nesta segunda que Alphonso Davies, machucado, e Joshua Kimmich também ficarão de fora da partida. Por outro lado, o zagueiro Jerome Boateng e o lateral Lucas Hernandez devem retornar ao time.

Flick está preocupado com a sequência de jogos da equipe alemã neste segundo semestre do ano, em que o time disputou a Supercopa da Alemanha e a Supercopa da Europa, além de jogos do Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Liga dos Campeões.

Atual campeão europeu, o Bayern não perdeu o ritmo na atual temporada. Nesta edição da Liga, o time alemão soma quatro vitórias em quatro jogos, com 12 jogos e liderando disparado o Grupo A. Assim, garantiu a vaga no mata-mata por antecipação na rodada passada, faltando ainda dois jogos para encerrar a fase.

O ex-empresário de Robert Lewandowski foi preso pela polícia na Polônia, nesta terça-feira, diante das acusações de que teria chantageado o jogador do Bayern de Munique para conseguir dinheiro.

O porta-voz da promotoria de Varsóvia, Marcin Sadus, disse que foi ordenada a detenção de Cezary Kucharski como parte de sua investigação sobre informações passadas por Lewandowski de ameaças feitas contra ele. Ele explicou que as buscas foram realizadas na casa e nos escritórios do empresário, agora alvo de investigação pelo crime de extorsão.

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A mídia polonesa informou no mês passado que Kucharski exigiu 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 133 milhões) de Lewandowski por seu trabalho no passado com o atacante. Já a revista alemã Der Spiegel diz que o empresário teria cobrado o valor para não tornar públicas informações privadas sobre o atacante do Bayern.

A Der Spiegel afirma, ainda, que Kucharski havia acusado o jogador e sua esposa, Anna Lewndowski, de terem usado dinheiro da empresa que tinham em comum para pagar despesas privadas, como viagens de luxo.

Lewandowski nega estar devendo dinheiro o empresário, sendo tratado apenas como vítima na investigação criminal. "As exigências monetárias não tinham nenhuma base com as relações contratuais entre eles", explicou Sudus.

Kucharski, ex-jogador da seleção polonesa e ex-parlamentar do Partido da Plataforma Cívica foi o empresário de Lewandowski por 10 anos, até 2018, tendo participação direta nas negociações de transferência do atacante para o Borussia Dortmund e, posteriormente, ao Bayern.

O polonês Robert Lewandowski foi o melhor jogador do futebol europeu na temporada 2019/2020. O reconhecimento ao centroavante do Bayern de Munique veio da Uefa, que lhe concedeu esse prêmio em cerimônia realizada nesta quinta-feira, assim como o de melhor atacante da Liga dos Campeões na temporada passada, vencida pelo seu time, dominante na premiação.

Seus concorrentes ao prêmio de melhor jogador eram Manuel Neuer, goleiro do Bayern de Munique, e o belga Kevin de Bruyne, meia do Manchester City, que foram agraciados em suas respectivas posições.

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Lewandowki conseguiu 477 pontos na votação, contra 90 de De Bruyne e 66 de Neuer. O brasileiro Neymar ficou na quarta posição, empatado com Messi, ambos com 53 pontos. Pesou a favor do polonês os 15 gols em dez jogos na Liga dos Campeões, além dos 34 em 31 compromissos por competições na Alemanha.

Para triunfar na premiação entre os atacantes, Lewandowski superou a concorrência de dois jogadores que foram adversários na decisão do torneio continental: Neymar e o francês Mbappé, ambos do Paris Saint-Germain.

Dominante na temporada passada, em que também teve as conquistas domésticas do Campeonato Alemão e da Copa da Alemanha, o Bayern também recebeu outros prêmios individuais ma premiação realizada conjuntamente ao sorteio dos grupos da Liga dos Campeões pela Uefa.

Foi o caso de Hansi Flick, que derrotou outros dois treinadores alemães na votação promovida com treinadores de clubes participantes da Liga dos Campeões e da Liga Europa, além de jornalistas. Seus concorrentes eram Jürgen Klopp, do Liverpool, e Julian Nagelsmann, do RB Leipzig.

Assim, Neuer foi eleito o melhor goleiro da temporada europeia, com Joshua Kimmich, seu companheiro no Bayern, recebendo o prêmio destinado aos defensores. E o belga Kevin de Bruyne, do Manchester City, foi o intruso na premiação ao receber o prêmio de melhor meio-campista.

Neuer competia contra Oblak, do Atlético de Madrid, e Navas, do PSG. A disputa pela honraria de melhor defensor envolvia apenas nomes do Bayern. Kimmich, que variou entre a lateral direita e o meio-campo na temporada passada, derrotou Alphonso Davies e David Alaba.

Já na disputa entre os meio-campistas, De Bruyne superou Thiago Alcântara, que recentemente trocou o Bayern pelo Liverpool, e Thomas Müller, que segue em Munique.

PREMIAÇÃO FEMININA - O prêmio de melhor jogadora da Europa na temporada 2019/2020 ficou com a dinamarquesa Pernille Harder, que recentemente trocou o Wolfsburg pelo Chelsea. Ela foi finalista da Liga dos Campeões pelo clube alemão e derrotou, na votação, duas jogadores que faturaram o título pelo Lyon: a zagueira Wendie Renard, capitã do time francês, e a lateral-direita Lucy Bronze, que recentemente se transferiu para o Manchester City após o título europeu com o Lyon.

Harder também foi eleita a melhor atacante da temporada europeia, mas outros prêmios individuais foram dominados pelo Lyon, que venceu as últimas cinco edições da Liga dos Campeões.

Sarah Bouhaddi foi eleita a melhor goleira, com Renard, sua companheira de clube, sendo votada como melhor defensora. Também do time francês, a alemã Dzsenifer Marozsán acabou sendo a escolhida a meio-campista da temporada, enquanto Jean-Luc Vasseur faturou a disputa entre os técnicos.

OUTROS PRÊMIOS - Vencedor da Liga dos Campeões na temporada 2011/2012, o marfinense Didier Drogba recebeu o prêmio presidencial, sendo o primeiro jogado de fora da Europa a ganhar a honraria distribuída pela Uefa.

O atacante Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, anunciou neste sábado uma doação no valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões) no combate ao novo coronavírus. O dinheiro, doado também por sua esposa, Anna, vai integrar um fundo criado pelos próprios jogadores do time alemão, chamado "We kick Corona" (Nós chutamos o coronavírus).

"Estamos todos conscientes das dificuldades da situação que estamos vivendo agora. Hoje estamos todos jogando no mesmo time. Vamos ser fortes nesta luta. Se podemos ajudar alguém, vamos fazer isso", declarou o jogador, um dos principais atacantes do mundo na atualidade.

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"Decidimos doar 1 milhão de euros para contribuir na luta contra o coronavírus. Esta situação afeta a cada um de nós. Então pedimos a você: siga as instruções, escute aqueles que sabem mais. Seja responsável!", disse o jogador da seleção polonesa, referindo-se às instruções dos especialistas quando a isolamento social e quarentena.

Com a doação, o atleta e sua esposa se juntam a Leon Goretzka e Joshua Kimmich, colegas de time de Lewandowski e que também doaram 1 milhão de euros cada. "Acreditamos que vamos voltar à vida normal logo. Estamos todos juntos."

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, negou a 'Cérebro', líder do PCC, a transferência para um presídio próximo de sua família. O ministro rejeitou o habeas corpus 174026, no qual a defesa de 'Cérebro' alegava o direito do apenado de cumprir pena em local próximo à sua residência.

Lewandowski destacou os riscos da transferência para negar o pedido do chefe da facção.

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"O sentenciado responde por diversos delitos graves, possui longo período de pena a cumprir (27 anos, 1 mês e 7 dias), cumpriu pena no Regime Disciplinar Diferenciado, além do envolvimento com facção criminosa, exigindo maior cautela para transferência a fim de evitar risco de fuga e resgate do preso", alertou o ministro.

'Cérebro' está preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau e alega que sua família, residente do Itaim Paulista, na zona Leste da capital, precisa se deslocar mais de 1.290 km (ida e volta) para vê-lo.

Ele está preso por roubo qualificado e formação de quadrilha.

O líder do PCC alega, também, sofrer retaliações da administração do presídio em que se encontra, 'em razão de ter realizado uma série de denúncias sobre falta de atendimento médico, descumprimento de horário de banho de sol e de tempo de visita familiar'.

Lewandowski concordou com o relator da ação no Suérior Tribunal de Justiça, que ponderou que a transferência está sujeita à conveniência e oportunidade da administração prisional.

"Com efeito, a orientação segundo a qual o direito de transferência do preso está sujeito ao juízo de conveniência da administração penitenciária encontra respaldo nesta Casa", cravou Lewandowski.

Com um placar de 4 votos a 3 a favor da execução antecipada da pena, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. A análise deverá ser retomada no dia 6 ou 7 de novembro, conforme afirmou ao fim da sessão o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. A data precisa será anunciada por Toffoli na próxima segunda-feira.

O tribunal não irá se reunir na semana que vem, motivo por qual o julgamento voltará à pauta somente em novembro. Conforme afirmou o presidente da Corte, o calendário de sessões foi definido ainda em abril.

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Com o voto da ministra Rosa Weber contrário à prisão após condenação em segunda instância, a posição de Toffoli deverá definir o placar do julgamento. Até o momento, além de Rosa, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski votaram para mudar o atual entendimento da Corte, que permite a execução antecipada da pena. A medida é considerada um dos pilares da Operação Lava Jato e um dos instrumentos que incentivou acordos de colaboração premiada.

É esperado que integrem essa mesma corrente os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, totalizando cinco votos. No outro lado, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux votaram favoráveis a possibilidade de prisão após condenação em segundo grau. O voto da ministra Cármen Lúcia deve ir no mesmo sentido.

Último a votar nesta quinta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a presunção de inocência talvez represente a "mais importante das salvaguardas do cidadão, considerado o congestionadíssimo e disfuncional sistema judiciário brasileiro", disse.

Lewandowski afirmou também que, quando a Corte passou a permitir a execução antecipada da pena em 2016 - chamado de "retrocesso jurisprudencial" pelo ministro -, a mudança foi recebida com "repúdio" por especialistas em direito penal.

Philippe Coutinho vive uma nova fase na carreira desde que chegou ao Bayern de Munique. O brasileiro, que saiu pela porta dos fundos do Barcelona após chegar cheio de expectativa, reencontrou o bom futebol no time alemão e parece também estar se entrosando rápido com os novos companheiros.

Em sete jogos com a camisa do Bayern, Coutinho já fez dois gols e deu três assistências. O primeiro gol, marcado contra o Colonia, saiu graças ao companheirismo de Lewandowski, que abriu mão de um possível hat-trick (marcar três gols em um jogo), como o brasileiro fez questão de lembrar.

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"É sempre especial quando alguém faz hat-trick e ele tinha essa oportunidade. Ele é o batedor oficial de pênalti, mas mesmo assim me deu a oportunidade de marcar meu primeiro gol pelo Bayern e diante da nossa torcida. Foi um momento especial. O gol saiu e eu fiquei muito feliz e grato", contou o jogador, em entrevista para o canal oficial da Bundesliga, liga que organiza o Campeonato Alemão.

Um dos motivos que pode ajudar a explicar a nova fase de Coutinho é seu posicionamento em campo. No Barcelona, na maioria das vezes, ele atuou pelas pontas, setor que não rende tanto. No Bayern, ele é o típico camisa 10, que joga centralizado.

Para o brasileiro, o fato de ter mudado de campeonato não é a razão para a boa fase. Ele vê muitas semelhanças entre o Campeonato Alemão e o Inglês. "Aqui na Bundesliga, eu tenho a sensação de que é parecido com a Premier League, pela intensidade dos jogos, partidas sempre disputadas e cada bola dividida. Jogo se torna intenso e não tem espaço para pensar muito com a bola", explicou o brasileiro.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou seguimento a ação da Rede Sustentabilidade contra a decisão do presidente da Corte, Dias Toffoli, que suspendeu todos os inquéritos e ações judiciais que contenham dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização prévia da Justiça. Lewandowski disse que "argumentos utilitaristas" não o "impressionam", sinalizando posição sobre o tema.

O ministro afirma ser "prematura antecipação de juízo". No entanto, opina. "O pensamento binário concernente a falaciosa dicotomia entre a proteção de direito individual - que, de acordo com a peça exordial, edificaria benefícios às organizações criminosas - e o direito coletivo da sociedade, não subsiste a qualquer linha argumentativa no campo do Direito".

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"Isso porque basta ao MPF ou a autoridade administrativa, em existindo fundadas dúvidas sobre a prática de ilícitos criminais, propugnar ao Poder Judiciário, no momento e no procedimento adequados, o compartilhamento de informações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa", escreve.

"Os argumentos utilitaristas da parte autora - no sentido da necessidade de combater os ilícitos transnacionais por meio do compartilhamento das informações - não me impressionam, nem tampouco autorizam tornar letra morta os dispositivos constitucionais em testilha", afirma o ministro.

A decisão de Toffoli, tomada em julho, provocou forte reação de promotores e procuradores, segundo os quais, investigações contra corrupção e lavagem de dinheiro serão sufocadas.

A Rede entrou com Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental. O ministro a julgou inviável. "Lembro, porque oportuno, que a ADPF constitui remédio fundamental de controle de constitucionalidade objetivo, destinado à preservação de um preceito fundamental da Carta de Direitos de 1988. Não se mostra, portanto, adequado utilizá-la para impugnar decisões monocráticas do STF".

Segundo o ministro, "se isso fosse possível, surgiriam duas situações incompatíveis com o texto constitucional". "Em primeiro lugar, ficaria transmudada a natureza da ação, de objetiva para subjetiva, com criação de nova figura recursal em violação ao princípio da legalidade".

"Segunda: estaria subvertido o pressuposto da colegialidade do Tribunal Constitucional, autorizando-se, por consequência, cada um dos seus integrantes, isoladamente, a reformar as decisões monocráticas dos seus pares", anota.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu hoje (25) que somente o jornal Folha de S.Paulo e o jornalista Florestan Fernandes Júnior podem entrevistar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba. A entrevista deve ser realizada amanhã (26), às 10h.

Na semana passada, uma decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, permitiu a Lula conceder entrevistas na prisão. No entanto, após receber diversos pedidos de entrevistas de outros veículos de comunicação, a PF informou aos advogados do ex-presidente que seria providenciada uma sala para que todos os jornalistas pudessem realizar as entrevistas.

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Os advogados de Lula, no entanto, pediram ao ministro Lewandowski, relator do caso, que o ex-presidente conceda as entrevistas de forma reservada, somente com os jornalistas com os quais ele desejar conversar.  A Folha de S.Paulo e Florestan Fernandes Júnior foram os primeiros a fazer o pedido à Justiça. A solicitação foi negada pela primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, e, posteriormente, autorizada pelo Supremo.

“Esclareço que a decisão da Corte se restringe exclusivamente aos profissionais da imprensa supramencionados, vedada a participação de quaisquer outras pessoas, salvo as equipes técnicas destes, sempre mediante a anuência do custodiado’, decidiu o ministro.

Desde 7 de abril do ano passado, Lula está preso na carceragem da PF em Curitiba para cumprir pena inicial de 12 anos e um mês de prisão, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). Nesta semana, a pena foi revisada para oito anos e 10 meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Após a decisão de Lewandowski, a Superintendência da PF em Curitiba disse que vai cumprir a decisão e que somente os contemplados na decisão serão autorizados a fazer a entrevista.

No ano passado, durante as eleições, Toffoli suspendeu uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski que liberava a entrevista. Na semana passada, ao analisar a questão novamente, o presidente informou que o processo principal do caso, relatado por Lewandowski, chegou ao fim e sua liminar perdeu o efeito.

Antes de o caso chegar ao STF, a juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, negou o pedido de autorização feito por órgãos de imprensa para que o ex-presidente conceda entrevistas.

Ao decidir o caso, a magistrada entendeu que a legislação não prevê o direito absoluto de um preso à concessão de entrevistas. “O preso se submete a regime jurídico próprio, não sendo possível, por motivos inerentes ao encarceramento, assegurar-lhe direitos na amplitude daqueles exercidos pelo cidadão em pleno gozo de sua liberdade”, entendeu a juíza.

A Polícia Federal acredita que "há indícios do cometimento de crime de desacato" pelo advogado Cristiano Caiado de Acioli, de 39 anos, que, em um voo que ia de São Paulo para Brasília no último dia 4 de dezembro, disse ao ministro Ricardo Lewandowski ter vergonha do Supremo Tribunal Federal e vergonha de ser brasileiro por causa da Corte.

O delegado da Polícia Federal Elias Milhomens de Araújo determinou a abertura de um inquérito policial para apurar a discussão no episódio do avião três dias depois do episódio, no dia 7 de dezembro. Na portaria que autorizou a abertura da investigação o delegado destacou a necessidade de "apurar possível ocorrência do tipo previsto no art. 331 do Código Penal Brasileiro (desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela)". A lei prevê detenção de seis meses a dois anos ou multa.

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Parecer assinado pela delegada Juliana Rossi Sancovich, chefe do Núcleo de Correições da Corregedoria Regional da Polícia Federal do DF, destaca que as oitivas e os vídeos do episódio "revelam conduta particular que, em tese, é capaz de menoscabar o prestígio da função exercida pelo órgão máximo do Poder Judiciário o que, salvo melhor juízo, se adequa o tipo previsto no art 331 do Código Penal".

No documento, a delegada lembra que o crime de desacato corresponde à conduta capaz de ofender um funcionário público, não apenas no exercício da sua função, mas também em razão dela. Ela ressalta, no entanto, não ser incabível "aferição de juízo de culpabilidade" na primeira fase da persecução penal, mas defende a instauração de inquérito policial para a plena apuração do episódio.

O delegado Rodrigo da Silva Bittencourt, corregedor regional da PF, concordou com a avaliação da chefe do Núcleo de Correições e entendeu que há indícios da ocorrência do crime de desacato por considerar que Caiado tentou com sua conduta desrespeitar, desprestigiar o Supremo, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski.

Em depoimento ao delegado responsável pelo caso em 12 de dezembro, oito dias depois do episódio, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que o advogado o chamou pelo nome "de maneira exaltada, com o celular em punho, e passou a bradar insultos à Suprema Corte do Brasil".

Segundo Lewandowski, "diante do elevado estado de exaltação do passageiro que bradava os insultos, preocupado com a segurança do voo e a tranquilidade dos demais passageiros" o ministro "solicitou à tripulação que acionasse a Polícia Federal do Aeroporto de Congonhas".

O ministro disse "que até a chegada da Polícia Federal na aeronave o passageiro continuou agindo de maneira exaltada". Lewandowski contou ainda que "durante o taxiamento, antes da parada completa, ele (Caiado) se ergueu na aeroonave e passou a bradar os mesmos insultos direcionados à Corte e à pessoa do declarante (ministro)". O ato, de acordo com Lewandowski, "ocasionou um tumulto na aeronave, com manifestações favoráveis e contrárias à atitude dele."

Em despacho desta quinta-feira, 27, o delegado Elias Milhomens de Araújo determinou que seja autuado o extrato de passageiros encaminhado pela Gol, os termos de declaração dos passageiros e que seja encartada a mídia contendo o vídeo fornecido pelo deputado Floriano Pesaro. O delegado informa que está pendente a resposta da Gol quanto à indicação dos tripulantes do voo. No despacho, o delegado juntou ainda cópia do ofício encaminhado pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli à Procuradoria-Geral da República.

Além de colher os depoimentos do advogado e do ministro, a Polícia Federal ouviu o agente que atendeu ao pedido do ministro ainda em SP, uma passageira que disse ter aplaudido o Cristiano e que o acompanhou na viatura até a Superintendência Regional do Distrito Federal, o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP), um servidor público federal, uma outra passageira e o então presidente da Infraero, Antônio Claret de Oliveira.

Claret, que renunciou ao cargo há duas semanas, estava sentado na mesma fileira em que estavam o ministro e o advogado. De acordo com ele, Caiado "falava em voz alta, e tom agressivo, sendo possível ouvir além da primeira fileira". O ex-presidente da Infraero disse ainda que "ficou preocupado com a passageira que se encontrava entre ele e o passageiro (Caiado) que se manifestava, pois ela ficou acuada". Claret completou dizendo que "chegou a pedir calma a ele em tom de voz baixo".

O caso

Após ouvir de Caiado que o Supremo é uma 'vergonha', o ministro Ricardo Lewandowski questionou se ele queria ser preso e pediu aos comissários da aeronave que partia de São Paulo com destino a Brasília que chamassem agentes da Polícia Federal. Ainda em São Paulo, Caiado gravou um vídeo em que diz ao ministro que tem vergonha da Corte e vergonha de ser brasileiro por causa do STF.

O episódio ocorreu no voo G3 1446, da Gol, que deixou o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 10h45, e aterrissou no Aeroporto Internacional de Brasília às 12h50, com 20 minutos de atraso.

No vídeo, o advogado diz: 'Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando eu vejo vocês'. O ministro responde: 'Vem cá, você quer ser preso? Chamem a Polícia Federal, por favor'. Em seguida, o ministro diz que o advogado terá de explicar para a Polícia Federal o que falou a ele.

Acioli foi conduzido à Superintendência Regional do Distrito Federal, onde prestou depoimento, tendo sido liberado em seguida. Antes de esclarecer os fatos à autoridade policial, o advogado ficou retido por aproximadamente uma hora na aeronave que o levava a Brasília sendo acompanhado de perto por um agente da Polícia Federal. Em conversa telefônica com o Estado ainda dentro do avião, o advogado perguntou ao agente que o acompanhava o motivo de estar sendo mantido dentro dele. "Ele disse que eu não posso saber por que estou sendo retido", disse à reportagem.

"Sou pessoa que tem retidão na vida, procuro não fazer mal aos outros, sou uma pessoa patriota, serena, amo o Direito e o País e acho que todo o cidadão tem direito de se expressar e sentir vergonha ou não pelo Supremo Tribunal Federal. Eu disse o que penso. A gente não vive ainda ditadura neste país. Acho que todas as pessoas têm direito de se expressar de forma respeitosa", disse por telefone à reportagem, ainda no avião.

"(Ainda em São Paulo) A Polícia Federal chegou e perguntou se eu iria causar problemas. Eu falei que eu tenho direito de criticar o Supremo. Eu fiz respeitavelmente, é direito constitucional meu, não causei tumulto nem nenhum tipo de crime. Fiz minha parte que era me manifestar de forma respeitosa. Tiraram cópia do documento de identificação e liberaram o avião. Quando pousamos, fiz desagravo particular meu porque estou muito abalado emocionalmente", contou.

Por meio de nota, o gabinete de Lewandowski informou que o ministro, ao 'presenciar um ato de injúria' à Corte, 'sentiu-se no dever funcional de proteger a instituição a que pertence, acionando a autoridade policial para que apurasse eventual prática de ato ilícito, nos termos da lei'.

 

"Eu estou sendo perseguido como inimigo do Estado tão somente porque fui digno de expor uma crítica, que acredito justa, feita de forma educada, tudo foi registrado, imagina se não fosse. Eu jamais ofenderia o Ministro Ricardo Lewandowski, a lei maior me assegura a liberdade de expressão , enquanto direito fundamental, o Estado jamais pode ser usado para exercer a censura disso. A própria Constituição veda toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Eu me dirigi respeitosamente, em tom baixo, sem me levantar, com deferência ao cargo do Ministro. Porque eu me dirijo assim independente do cargo e sim pelo próprio respeito às pessoas. Eu trato os lixeiros que passam na minha casa com o mesmo respeito que trato um Ministro. Respeito e acato a gente deve a todos, independentemente de status social e poder que a pessoa detém.

A liberdade de criticar os agentes políticos é um meio essencial de controle da própria democracia. Esse inquérito é estarrecedor, as gravações mostram de maneira inequívoca o perigo que toda a sociedade brasileira está correndo. Cabe frisar inicialmente que o Ministro em nota oficial do gabinete alegou que eu havia cometido crime de injúria contra o STF, agora já estão me acusando do cometimento de desacato? Como desacato se nem a serviço o ilustre ministro estava?

Acho que o assunto merece reflexão profunda de toda a sociedade e toda a imprensa livre, pois isso me parece puro uso da máquina do Estado para reprimir uma manifestação. Não interessa a vertente política, direita ou esquerda, todos tem o direito e o dever de expor os seus sentimentos."

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou em sua decisão uma "discriminação injustificada e injustificável" contra servidores públicos federais, ao suspender o adiamento, de 2019 para 2020, do reajuste salarial previsto para servidores da administração pública federal. A determinação de Lewandowski impõe mais um revés para a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que tenta reequilibrar as contas públicas.

Na prática, com a decisão de Lewandowski, o reajuste dos servidores deverá entrar em vigor em 2019. O impacto da medida será de R$ 4,7 bilhões só no ano que vem.

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Lewandowski aplicou nesta quarta-feira o mesmo entendimento de quando suspendeu em 2017 uma outra medida provisória que buscava adiar o reajuste dos servidores. Para o ministro, o aumento salarial, previsto em lei, "é direito adquirido", não podendo ser postergado por uma ação unilateral do presidente.

"Nesse sentido, entendo que não é difícil avistar, nesta segunda iniciativa presidencial, a quebra do princípio da legítima confiança e da segurança jurídica, assim como a vulneração de direitos já incorporados ao patrimônio dos servidores", afirmou Lewandowski.

O ministro disse que a tal discriminação contra os servidores federais afetados pelas MPs (tanto de 2017 como de 2018) ocorre apenas porque seus ganhos estão entre o topo da escala de vencimentos do Poder Executivo Federal.

A proximidade dos recessos parlamentar e judiciário também foi usada como justificativa para o ministro tomar uma decisão liminar, individual, mesmo após ter liberado o processo para ser julgado pelo plenário do STF.

Segundo Lewandowski, é uma forma de "resguardar os direitos dos servidores públicos federais e prevenir a consumação de prática, aparentemente, inconstitucional" até que os 11 ministros se debrucem sobre o tema.

No ano passado, o ministro também deixou para análise definitiva do colegiado o mérito das ações que contestavam o adiamento de 2018 para 2019, como deve ser feito em ações que tratam diretamente de aspectos constitucionais. No entanto, o processo não foi pautado em 2018 pela então presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, a medida provisória caducou, e o processo perdeu seu objeto - o que fez com que o plenário nunca se manifestasse sobre a temática, cenário que poderia reverter ou não o entendimento de Lewandowski.

Em um revés para a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (19), suspender o adiamento, de 2019 para 2020, do reajuste salarial previsto para servidores da administração pública federal.

O ministro é relator de ações que contestam a medida provisória (MP) editada pelo presidente Michel Temer, que queria postergar o aumento para sinalizar uma maior austeridade do governo com o controle da folha de pessoal - o impacto nas contas públicas da medida será de R$ 4,7 bilhões só em 2019.

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Na prática, com a decisão de Lewandowski, o reajuste dos servidores deverá entrar em vigor em 2019.

Em 9 de novembro, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o jornal O Estado de S. Paulo já havia antecipado que a tendência de Lewandowski era suspender o adiamento do reajuste. O ministro submeteu a liminar concedida para referendo do plenário - ainda não há previsão de quando os 11 ministros da Corte vão analisar o assunto.

"Nesse sentido, a meu sentir, com a proximidade dos recessos parlamentar e judiciário, faz-se necessário o deferimento da medida acauteladora, a fim de que se suspenda a eficácia de toda a Medida Provisória 849/2018, de modo a resguardar os direitos dos servidores públicos federais e prevenir a consumação de prática, aparentemente, inconstitucional, até que o Plenário deste Supremo Tribunal possa debruçar-se de maneira vertical e definitiva sobre as alegações trazidas aos autos", determinou Lewandowski.

Sem o adiamento, o novo governo não conseguirá abrir espaço dentro do teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento das despesas à inflação. Essa folga era considerada necessária para evitar o risco de um apagão na máquina pública em 2019, com ameaça à prestação de serviços à população, pois os gastos com custeio e investimentos já estão bastante achatados no Orçamento do ano que vem.

Caso a postergação do reajuste fosse aprovada, o governo poderia direcionar esses gastos para áreas mais necessitadas, como saúde, educação ou segurança.

Um dos documentos utilizados para embasar a decisão do ministro veio do Senado Federal, que sinalizou que o Palácio do Planalto não poderia ter editado duas MPs de conteúdo similar.

Temer já havia tentado adiar o reajuste no ano passado, numa MP que postergava os aumentos já aprovados por um ano e elevava aumentavam a contribuição previdenciária dos servidores que ganham mais de R$ 5,5 mil, de 11% para 14%. Ela, porém, teve alguns artigos suspensos por Lewandowski em dezembro do ano passado.

A manifestação do Legislativo contrária à MP foi encaminhada no mês passado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), numa sequência de várias iniciativas com impacto nas contas públicas no início do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Eunício articulou a aprovação do aumento de 16,38% no salário dos ministros do STF e a criação do Rota 2030, programa de incentivo às montadoras para investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Histórico

Em dezembro do ano passado, Lewandowski já havia tomado uma decisão similar, suspendendo artigos de uma outra medida provisória que também adiavam em um ano o reajuste do funcionalismo federal e aumentavam a contribuição previdenciária dos servidores que ganham mais de R$ 5,5 mil, de 11% para 14%.

A deputada eleita Janaína Paschoal (PSL-SP), que detém recorde histórico de 2 milhões de votos, afirmou nesta quarta-feira (5) que o advogado Cristiano Caiado de Acioli, de 39 anos, "jamais poderia ter sido detido" por criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) para o ministro Ricardo Lewandowski. Durante voo que partiu de São Paulo para Brasília, nesta terça-feira (4), o advogado disse que a Corte é uma "vergonha", e, em seguida, o ministro ameaçou se ele queria ser preso.

Janaína, uma das autoras do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), manifestou-se em seu perfil no Twitter. "Muito triste o episódio do ministro e do advogado no avião, ontem. Sei que não é agradável ser alvo de protesto (ainda que individual), mas não constitui nenhum crime externar que se sente vergonha de algo, ou alguém. O advogado jamais poderia ter sido detido por isso!."

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A deputada escreveu ainda. "Há anos, em minhas aulas, denuncio que, no Brasil, falar passou a ser crime hediondo. Por outro lado, atos verdadeiramente reprováveis são vistos como bagatela. Minha solidariedade ao colega!"

O episódio envolvendo Lewandowski ocorreu no voo G3 1446, da Gol, que deixou o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 10h45, e aterrissou no Aeroporto Internacional de Brasília às 12h50, com 20 minutos de atraso.

No vídeo, o advogado diz: "Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando eu vejo vocês". O ministro responde: "Vem cá, você quer ser preso? Chamem a Polícia Federal, por favor". Em seguida, o ministro diz que o advogado terá de explicar para a Polícia Federal o que falou a ele.

Até as 13h20 o advogado continuava retido na aeronave por determinação de agentes da Polícia Federal. À reportagem, Caiado disse que não sabia o motivo de estar sendo retido. O advogado é filho da subprocuradora-geral da República aposentada Helenita Amélia Gonçalves Caiado de Acioli.

"Sou pessoa que tem retidão na vida, procuro não fazer mal aos outros, sou uma pessoa patriota, serena, amo o Direito e o País e acho que todo o cidadão tem direito de se expressar e sentir vergonha ou não pelo Supremo Tribunal Federal. Eu disse o que penso. A gente não vive ainda ditadura neste País. Acho que todas as pessoas têm direito de se expressar de forma respeitosa", disse por telefone à reportagem, ainda no avião.

"(Ainda em São Paulo) A Polícia Federal chegou e perguntou se eu iria causar problemas. Eu falei que eu tenho direito de criticar o Supremo. Eu fiz respeitavelmente, é direito constitucional meu, não causei tumulto nem nenhum tipo de crime. Fiz minha parte que era me manifestar de forma respeitosa. Tiraram cópia do documento de identificação e liberaram o avião. Quando pousamos, fiz desagravo particular meu porque estou muito abalado emocionalmente", contou.

Durante a conversa com a reportagem, Caiado perguntou ao agente federal que o acompanhava na aeronave o motivo de estar sendo mantido dentro dela. "Ele disse que eu não posso saber por que estou sendo retido. Eu tenho convicção de que não faltei ao respeito ao ministro, ele me desrespeitou devido ao cargo que ocupa. Não poderia, como guardião da Constituição, reprimir o direito constitucional de um cidadão."

"O que me causa espanto é aquela questão do Estado contra o inimigo. Se eu fosse o Lula talvez o grau de amistosidade seria outro. Acho que temos que ter compostura para ouvir uma crítica, desde que ela seja respeitosa."

Em nota, o gabinete do ministro Ricardo Lewandowski afirmou: "Ao presenciar um ato de injúria ao Supremo Tribunal Federal, o Ministro Ricardo Lewandowski sentiu-se no dever funcional de proteger a instituição a que pertence, acionando a autoridade policial para que apurasse eventual prática de ato ilícito, nos termos da lei."

A Polícia Federal (PF) vai apurar em um inquérito a discussão entre o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, e o advogado Cristiano Caiado de Acioli, de 39 anos, ocorrida nesta terça-feira (4) em um voo que ia de São Paulo para Brasília. Após ouvir do advogado que o Supremo é uma "vergonha", o ministro questionou se ele queria ser preso e pediu aos comissários da aeronave que chamassem agentes da PF. A conversa foi gravada e divulgada nas redes sociais.

Acioli foi conduzido à Superintendência Regional da PF do Distrito Federal, onde prestou depoimento, e foi liberado em seguida. Antes de esclarecer os fatos à autoridade policial, o advogado ficou retido por aproximadamente uma hora na aeronave, acompanhado de perto por um agente da PF. Em conversa telefônica com a reportagem ainda dentro do avião, o advogado, que é filho da subprocuradora-geral da República aposentada Helenita Amélia Gonçalves Caiado de Acioli, perguntou ao agente que o acompanhava o motivo de estar sendo mantido dentro dele. "Ele disse que eu não posso saber por que estou sendo retido", disse.

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O advogado Fernando Assis Bontempo, vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal, acompanhou Acioli em seu depoimento. De acordo com ele, o advogado voltou a alegar que não teve a intenção de ofender o ministro ou o STF, mas de expressar sua opinião pessoal. O depoimento começou por volta das 15h e durou em torno de uma hora e meia.

Em nota, o gabinete do ministro Ricardo Lewandowski informou na noite de terça que o magistrado, ao "presenciar um ato de injúria" à Corte, "sentiu-se no dever funcional de proteger a instituição a que pertence, acionando a autoridade policial para que apurasse eventual prática de ato ilícito, nos termos da lei". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado Cristiano Caiado de Acioli, que nesta terça-feira (4), foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília por ter dito ao ministro Ricardo Lewandowski, dentro de um avião, que o Supremo Tribunal Federal “é uma vergonha” é um defensor do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Nas redes sociais, a linha política do advogado é vista de forma mais direta. 

Cristiano é de família de procuradores da República. Filho da subprocuradora da República Helenita Caiado, que presidiu o Conselho Nacional do Ministério Público, ele é irmão do procurador Bruno Caiado e parente distante de Ronado Caiado. 

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O ministro do STF reagiu ao comentério do advogado perguntando: “Vem cá, você quer ser preso?”. 

Acioli foi liberado por volta das 18h. O advogado que o representa, Ricardo Vasconcellos, informou no fim desta tarde que, "não houve imputação de crime"

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um mandado de segurança impetrado pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) para suspender a possibilidade de o presidente Michel Temer sancionar o projeto de lei aprovado pelo Senado que concede um reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros da Procuradoria-Geral da República (PGR). O deputado alegava que houve vício na tramitação do texto no Congresso.

De acordo com Alencar, líder do PSOL na Câmara, o projeto foi iniciado na Câmara e, ao chegar ao Senado, sofreu modificações. Assim, ele deveria voltar à análise dos deputados, que dariam a palavra final. Por isso, de acordo com o parlamentar, o sistema bicameral do processo legislativo não foi respeitado, já que o texto seguiu do Senado para o Palácio do Planalto, onde aguarda sanção de Temer.

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Para Lewandowski, as questões envolvendo normas regimentais do Congresso Nacional são de natureza interna do Poder Legislativo e escapam, portanto, da análise do Judiciário.

"Como é de conhecimento geral, o regime republicano partilha o poder, de forma horizontal, entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si, nos termos do disposto no art. 2º da Constituição Federal", observou Lewandowski em sua decisão, assinada na última sexta-feira, 16.

"Com fundamento nesse princípio constitucional elementar, a orientação jurisprudencial desta Suprema Corte está sedimentada no sentido de que as matérias relativas à interpretação de normas regimentais do Congresso Nacional revestem-se de natureza interna corporis, que refogem à revisão judicial", concluiu o ministro.

Um dia após circular na internet um vídeo em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirma que bastaria "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) caso haja alguma ação de impugnação da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o ministro Ricardo Lewandowski, membro da corte constitucional, defendeu a autonomia dos poderes e criticou o que chamou de "autonomização das corporações".

O comentário foi feito em palestra sobre o papel do "planejamento estratégico" no Judiciário, durante um seminário sobre órgãos de controle promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Lewandowski deixou o local sem falar com a imprensa, que o aguardava para comentar sobre as afirmações de Eduardo Bolsonaro.

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Na palestra, o ministro do STF reconheceu que, hoje em dia, há "certo desequilíbrio" entre os três poderes da República, com o Judiciário assumindo um "protagonismo exagerado". Para Lewandowski, isso ocorre porque "nosso Parlamento tem dificuldade de encontrar consensos", em parte por causa do excesso de partidos representados no Congresso Nacional.

"Está na hora de revalorizar novamente o princípio de Montesquieu, do século XVIII, da separação, da harmonia e independência dos poderes. Cada qual em seu quadrado, como diria meu netinho. E também tentarmos superar essa autonomização das corporações, fazendo um esforço, todos nós, poderes e corporações, de autocontenção", afirmou Lewandowski, no encerramento da palestra, sem se referir, diretamente, às declarações de Eduardo Bolsonaro.

O ministro do STF citou a obra do sociólogo alemão Max Weber para explicar que a "autonomização das corporações", no Brasil atual, decorre do "crescimento das burocracias públicas e privadas", que ocorre com base no "conhecimento técnico" e no "segredo". Na prática, disse Lewandowski, isso ocorre quando corporações como os tribunais de contas, os ministérios públicos, as repartições fazendárias, as agências reguladoras e as polícias federal, civis e militares, entre outras, buscam aumentar sua atuação, saindo de suas esferas de atribuições.

Nesta segunda-feira, diversos ministros do STF, incluindo o presidente Dias Toffoli, que divulgou nota oficial, vieram a público repudiar as afirmações de Eduardo Bolsonaro. Em vídeo gravado em 10 de julho, antes do primeiro turno das eleições, o deputado federal, reeleito com a maior votação da história entre os membros da Câmara, disse que, para fechar o Supremo, "basta um soldado e um cabo". Ele afirmou ainda que, se o STF impugnasse a candidatura de seu pai, teria "de pagar para ver o que acontece".

O vídeo foi feito durante aula em um curso preparatório para prova da Polícia Federal, em Cascavel (PR). Foi o próprio curso que divulgou o vídeo em sua página - no último domingo, as imagens passaram a ser compartilhadas nas redes sociais. A resposta do deputado veio após o questionamento de alunos sobre o que ocorreria caso a candidatura de Bolsonaro fosse impugnada.

No domingo, Jair Bolsonaro disse que desconhecia o teor do vídeo. "Isso não existe, falar em fechar o STF. Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um psiquiatra", afirmou o candidato. No fim do dia, o próprio Eduardo usou as redes sociais para dizer que "tranquilamente" pedia desculpas pelas declarações.

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