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O Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha (SSPM) abriu inscrições para seu novo Concurso Público de Admissão ao Colégio Naval em 2022, na sede de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, para ingresso no ensino Militar-Naval. Os interessados deverão se inscrever no site oficial do SSPM  a partir das 8h do dia 21 de março de 2022 até às 23h59 do dia 24 de abril, de acordo com o horário de Brasília.  

São oferecidas 129 vagas para estudantes, sendo elas 117 para o sexo masculino e 12 para o feminino. O curso de formação será gratuito, e o aluno receberá remuneração total de R$ 1.398,30, além de benefícios como alimentação, uniforme, assistência médico-odontológica, psicológica, social e religiosa. Dentro do total de funções, há vagas exclusivas para candidatos que se enquadrem nos itens específicos no edital de abertura do certame.

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O ingresso no curso de Preparação de Aspirantes será efetivado no ato da matrícula, e o ciclo escolar será conduzido em regime de internato e terá a duração de três anos letivos com ensino básico, em nível médio.

Para participar do certame, o candidato deve ser brasileiro nato, de ambos os sexos; ter 15 anos completos e menos de 18 anos de idade no dia 30 do mês de junho de 2023; ter concluído, com aproveitamento ou estar em fase de conclusão do nono ano do ensino fundamental; ter autorização do responsável legal para incorporação à Marinha; não ter sido reprovado, por insuficiência de nota de conceito ou por falta disciplinar incompatível com o Oficialato, em Curso de Formação de Oficiais ou Estágio de Aplicação de CP anteriores; não ser casado (a) ou ter constituído união estável e não ter filhos, assim permanecendo durante todo o período em que estiver sujeito aos regulamentos do Colégio Naval; entre outros requisitos.  

A taxa de inscrição será de R$ 100,00 e o pagamento será aceito até o dia 4 de maio. Haverá isenção do valor para os candidatos que pertençam à família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), do Governo Federal, cuja renda familiar mensal per capita seja inferior ou igual a meio salário-mínimo nacional, bem como para os candidatos doadores de medula óssea registrados em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde. A isenção pode ser solicitada entre os dias 21 de março de 2022 e 24 de abril de 2022, no link para isenção.

As provas serão realizadas em dois dias subsequentes, cada uma com 50 questões. No primeiro dia, será aplicada uma Prova Escrita Objetiva com 40 questões, composta das disciplinas de matemática e inglês, que terá duração total de cinco horas. Já no segundo dia, serão aplicadas uma Prova Escrita Objetiva também com 40 questões, composta das disciplinas de português, Estudos Sociais e Ciências, e uma redação, com duração total de cinco horas. As provas estão previstas para serem aplicadas nos dias 2 e 3 de julho. 

As aplicações dos exames e eventos complementares serão realizadas em cidades dos estados o Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, São Paulo e Amazonas.

A Marinha do Brasil divulgou um concurso, nesta segunda-feira (7), com o objetivo de preencher 686 vagas para aprendiz de marinheiro. Os interessados podem se inscrever a partir do dia 28 de março até 10 de abril, por meio do site do site Ingresso na Marinha.

No ato da inscrição, será cobrada uma taxa no valor de R$ 40. O certame é voltado a profissionais de nível médio que queiram seguir carreira militar a nível nacional. A remuneração mensal é de R$ 1.398,30.

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O processo seletivo será composto por provas objetivas a serem realizadas no dia 5 de junho, além de teste de aptidão física, verificação de dados e documentos, inspeção de saúde, avaliação psicológica e procedimento de heteroidentificação. O resultado está previsto para ser divulgado a partir do dia 29 de novembro.

A Marinha divulgou, nesta quarta-feira (19), um edital de abertura de concurso público com o objetivo de preencher 960 vagas para o curso de formação de soldados fuzileiros navais, turmas I e II de 2023, voltado apenas para o sexo masculino. Os interessados podem se inscrever de 14 de fevereiro a 24 de março por meio do site da Marinha no link “Concursos para o CFN”.

No ato da inscrição, será cobrada uma taxa de R$ 40. Para estar apto a participar, é necessário que o candidato tenha idade mínima de 18 anos e máxima de 22 anos no dia 30 de junho de 2023, apresente ensino médio completo, tenha aptidão física e mental, não seja casado ou tenha união estável e não tenha filhos ou dependentes.

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As oportunidades estão distribuídas das seguintes formas: Rio de Janeiro com 580 vagas, Brasília com 100 vagas, Rio Grande no Rio Grande do Sul com 60 vagas, Belém do Pará com 8 vagas, Manaus com 100 vagas, Ladário no Mato Grosso do Sul com 50 vagas, Natal no Rio Grande do Norte com 50 vagas, Salvador com 8 vagas e Aramar em São Paulo com 4 vagas.

Durante o processo do concurso, serão realizados exame de escolaridade, verificação de dados obrigatórios, inspeção de saúde, teste de aptidão física, avaliação psicológica e verificação de documentos. Com datas a serem divulgadas posteriormente.

Os aprovados, irão receber uma bolsa-auxílio de R$ 1.303,90 durante todo o curso, que tem duração de 17 semanas. O curso está previsto para ser realizado no Centro Almirante Milcíades Portela Alves no Rio de Janeiro e no Centro de Instrução e Adestramento de Brasília.

Sob novo comando há nove meses, a Marinha colecionou episódios com potencial de desgaste para o governo Jair Bolsonaro. O choque de um de seus oficiais-generais com o presidente foi o principal deles. Após o presidente levantar suspeitas sobre "interesses" da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dar aval à vacinação de crianças contra a Covid-19, o contra-almirante da reserva Antonio Barra Torres, diretor-presidente do órgão, fez um desafio público e cobrou retratação.

A postura de Barra Torres causou mal-estar na Marinha. Na nota a Bolsonaro, o almirante assinou a carta com o cargo na Anvisa e na Marinha: "Contra-Almirante RM1 Médico".

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Ele é um dos poucos médicos da instituição a chegar ao quadro de oficiais-generais, com duas estrelas, o terceiro mais alto na hierarquia militar. O diretor da Anvisa afirmou que foi apenas uma questão metodológica, formal.

O Estatuto dos Militares proíbe esse tipo de referência usada por Barra Torres. Segundo o código, o militar deve "abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da administração pública". E não deve reproduzir a patente "para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares".

O jornal O Estado de S. Paulo questionou a Marinha sobre o caso de Barra Torres e se ele estava sujeito à punição, mas não houve resposta.

Imagem negativa

A resposta do almirante foi divulgada quando a Marinha já estava no noticiário de viés negativo. A Força era questionada por causa do desabamento de um paredão sobre lanchas que passeavam próximas à margem do cânion de Capitólio (MG). No País, as regras de navegação em lagos são responsabilidade da Marinha.

Segundo militares, o ordenamento do espaço no lago era da prefeitura de Capitólio, por meio de decreto de 2019. A Marinha cooperava na fiscalização nas águas sob jurisdição do município.

Em outro episódio, a Marinha foi vinculada a Bolsonaro de forma negativa. No fim do ano, o presidente permaneceu em Santa Catarina enquanto a Bahia enfrentava situação de calamidade por causa das chuvas. No litoral catarinense, Bolsonaro foi fotografado diariamente passeando em moto aquática com a marca da Força.

A Marinha alegou que tem a responsabilidade de garantir a segurança do presidente e familiares em ambientes aquáticos. O Gabinete de Segurança Institucional disse que a segurança é "ininterrupta" e independe de o chefe do Executivo o estar em evento oficial, privado ou em momentos de lazer.

Aliado

O almirante Almir Garnier, que chegou ao comando da Marinha em abril do ano passado, tem feito uma ofensiva pró-governo nas redes sociais. Ele divulga vídeos do presidente sendo aplaudido, depoimentos, visitas de rotina e operações.

Garnier já servia no Ministério da Defesa antes de ser nomeado por Bolsonaro e era visto como alguém alinhado ao pensamento do presidente. 

O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar ao Rio de Janeiro no Natal. Além do militar, outros cinco passageiros estavam na aeronave, que saiu de Brasília às 13h10 do dia 24 de dezembro, uma sexta-feira, véspera da festividade. Para o período, o comandante não informou ter agenda oficial da capital carioca. Desta forma, o uso do equipamento da FAB, que é mantido com dinheiro público, contraria as regras de utilização aplicadas às autoridades. As informações são do Metrópoles. 

Segundo os registros, o grupo retornou a Brasília às 16h10 de 28 de dezembro, uma terça-feira. Os nomes foram mantidos em sigilo pela reportagem. Ainda segundo a coluna, a FAB aponta que a viagem foi a serviço, o que não foi comprovado pela Marinha. O decreto que regulamenta o uso desses aviões, assinado por Jair Bolsonaro no início de 2020, aponta que no caso de viagens a serviço é necessário registrar em agenda oficial o compromisso público da autoridade. 

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De 24 a 28 de dezembro, período da viagem, a agenda oficial do almirante não informou atividade no Rio de Janeiro. Segundo os documentos públicos, ele realizou “despachos internos” em 28 de dezembro, na manhã antes do voo. O comandante poderia, então, ter voado apenas no dia 28, e não quatro dias antes, na véspera de Natal. 

Em 15 de dezembro, uma quarta-feira, por exemplo, o almirante foi ao Rio de Janeiro ainda de manhã. A agenda mostra que ele participou de duas cerimônias oficiais na cidade a partir das 10h. Ou seja, o comandante cumpriu o decreto. 

Almir Garnier Santos assumiu o comando da Marinha após a saída do também almirante Ilques Barbosa, em abril deste ano. O Almirante de esquadra (quatro estrelas) é carioca, tem 60 anos e era secretário-geral do Ministério da Defesa antes de assumir o comando da Força. 

O Ministério da Defesa gastou mais de meio milhão do orçamento destinado ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus com itens de luxo, como caviar, picanha, filé mignon e bebidas alcoólicas. As informações foram apontadas em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e publicadas pela Folha de S. Paulo.

A análise sigilosa dos gastos da pasta com alimentação desde 2017 surpreendeu os técnicos quando começaram a verificar as contas das Forças Armadas em 2020. A lógica sugeria uma redução expressiva já que parte do trabalho ocorreu de forma remota. Porém, o Ministério do general Braga Netto fez o contrário e adquiriu itens supérfluos e de luxo.

Pasta que mais gastou com itens sem necessidade na pandemia

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Bacalhau, salmão e camarão também fizeram parte da lista de compras de R$ 535 mil, paga com parte dos recursos do orçamento "21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus". 

"Ressalta-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa", apontou parte da apuração preliminar do TCU, que colocou a pasta como a que mais usou recursos públicos fora do avaliado como essencial.

Para o TCU, luxo é desvio de finalidade

O documento indica que não há critérios claros e justificáveis para a aquisição e faz críticas sobre o uso da verba para a pandemia. "Não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela a qual o país está passando, decorrente da pandemia", assegurou.

A compra de comida por pelo poder público tem a finalidade de garantir alimentação saudável e adequada às necessidades nutricionais básicas de determinado público-alvo. "Além de não servir à finalidade a que se destina, a contratação desse tipo de insumo fere o princípio da moralidade", concluiu.

O relatório foi finalizado no dia 8 de outubro e seguiu para processo na Corte no último dia 12, baseado nos bancos oficiais da Administração Pública: Siasg (Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) e o Comprasnet (Portal de Compras Governamentais).

O pedido pela apuração foi de parte da bancada do PSB na Câmara, representada pelos deputados Elias Vaz (GO), Ubirajara do Pindaré (MA), Denis Bezerra (CE) e Gervásio Maia (SP).

Ministério se defende

Em resposta ao relatório do TCU, o Ministério da Defesa afirmou em nota que o documento não é conclusivo e defende que as atividades das Forças Armadas foram mantidas na pandemia.

Cerca de 34 mil militares foram destinados para atividades como desinfecção de locais públicos, distribuição e aplicação de vacinas, campanhas de doação de sangue, entrega de kits de alimentação e de higiene, transporte de pacientes, oxigênio e de itens de saúde, explicou a pasta.

Um sargento da Marinha, músico do Batalhão Naval do Rio de Janeiro, foi condenado na 1ª Auditoria da Justiça Militar da União (JMU) no Estado do Rio de Janeiro, por assédio sexual.  O militar teria usado sua hierarquia e constrangido uma aluna-sargento, de apenas 19 anos, a ir com ele a um motel, após o acusado ter dado carona à vítima durante um treinamento da banda de música.

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar (MPM), o caso ocorreu no dia 20 de março de 2019, quando o acusado teria assediado sexualmente a aluna do Curso de Formação de Sargento Músico. Por não ter viatura disponível, o comando do quartel pediu ao sargento que desse uma carona à vítima, musicista de harpa do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), na Ilha do Governador, até a Companhia de Bandas do Batalhão Naval no Centro do Rio de Janeiro.

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No dia, pela manhã, o denunciado deu carona à ofendida até o Batalhão Naval para ensaio da Banda Sinfônica e tudo transcorreu sem qualquer problema. Mas, no retorno, o militar mais antigo convidou a moça para um almoço e se deslocou para um shopping da cidade. Depois insistiu para ir ao cinema e dentro da sala de projeção, iniciou uma série de investidas físicas, com insistência em tocá-la, e ainda com insinuações verbais, todas rejeitadas pela vítima. Em diversas passagens de seu depoimento, a jovem disse não saber reagir diante das investidas do agressor.

Julgamento

A vítima afirmou em juízo que no percurso compreendido entre os bairros de Botafogo e Ilha do Governador, o denunciado proferiu  palavras de baixo calão. “Sinalizei que ele estava confundindo as coisas, mas ele parou o carro na orla de uma praia, próximo do Bananal, para tentar me convencer de que a relação seria um crime que valeria a pena. Fiquei desesperada, pois era de São Paulo, não conhecia o Rio de Janeiro e meu celular tinha acabado a bateria. Pedi para me levar imediatamente para o quartel”.  Ao ser deixada no quartel da Marinha, a vítima saiu desesperada e contou o ocorrido a duas militares e ao seu namorado, um sargento do mesmo quartel.

Em juízo, o réu negou as acusações e afirmou não entender porque a vítima estaria lhe acusando de coisas tão graves. Disse que diferentemente do depoimento dela, no dia se mostrou muito agradecida e deu “até amanhã” e desembarcou de seu carro.

“Porque as mensagens não foram trazidas à tona, nem 'printadas', quando alegou que estava sem bateria, o que não era verdade? Essas são questões que têm sido latentes ao longo desses 3 anos que vem sendo 'endemonizado' no meio de toda uma classe. Foi uma tarde prazerosa para ambos, e cogitei apresentar minha família a ela. Cabe dizer ainda que ao sair do carro, ela passou pela Guarda do Bananal, sendo que ninguém passa sem apresentar um documento sequer; depois passou pela Divisão Anfíbia, Artilharia Antiaérea, Artilharia, Sala de Estado do CIASC e que somente dentro do alojamento ficou transtornada”, defendeu-se o acusado.

Em sua defesa, o advogado do réu pediu a aplicação do acordo de não persecução penal, trazido pela Lei 13.964/19, que alterou o artigo 28-A do CPP.  Mas o Conselho Permanente de Justiça, presidido pela juíza federal da Justiça Militar Maria Aquino, não acolheu o pedido. A juíza fundamentou que o legislador, quando tratou do assunto, deixou de fazê-lo em relação ao Código de Processo Penal Militar.

“Logo, a interpretação não pode ser outra, senão a de que não quis fazê-lo porque quando quis a ele se referir, o fez expressamente no seu artigo 18, ao alterar o artigo 16 do CPPM para acrescentar a alínea A, que tratado sigilo do inquérito. Em verdade, a novatio legis se traduz numa opção de política criminal adotada pelo legislador penal pátrio que cria um verdadeiro negócio jurídico entre o Órgão Ministerial e o envolvido. Assim, por certo, incompatível com a natureza da legislação adjetiva castrense, que tem índole especial. Cabe, ainda, ressaltar que o processo penal militar é o instrumento constitucional, pelo qual se viabiliza a aplicação da lei substantiva castrense, com mira nos princípios da hierarquia e disciplina militares, fundamentais para a existência das Forças Armadas”, disse.

No mérito, o Conselho Permanente de Justiça, por unanimidade, considerou o réu culpado e o condenou a um ano de detenção, em regime aberto, com suspensão condicional da pena (sursis), pelo prazo de dois anos, e o direito de apelar em liberdade.  Também acrescentou o dever de participação do sentenciado no curso gratuito online "Assédio Moral e Sexual no Trabalho" oferecido pelo site do Senado Federal (saberes.senado.leg.br), devendo, ao final, o alusivo certificado ser anexado aos autos da execução da pena.

Fundamentação: palavras da vítima tem sobrepeso

Na fundamentação do voto, a juíza Mariana Queiroz Aquino disse que o contexto probatório é harmônico e coeso, restando plenamente comprovada a conduta criminosa. “Nos crimes clandestinos, que ocorrem longe dos olhos das testemunhas, o depoimento da vítima é de extrema importância e deve ser sopesado com os demais elementos constantes dos autos. Ademais, vale acrescentar que no direito americano existe a chamada fresh complaint witness, que se trata daquela pessoa a quem a vítima de um delito sexual procura para relatar o ocorrido, alguém a quem ela normalmente recorreria em busca de solidariedade, proteção e conselho, pouco tempo depois da agressão sexual. Assim, logo após o ocorrido, a ofendida relatou os fatos às testemunhas, cabendo, ainda, ressaltar que o relato da vítima às testemunhas se manteve igual ao longo de toda a instrução criminal, o que corrobora suas alegações. Nesse diapasão, constata-se do depoimento das testemunhas do MPM ouvidas em Juízo, que todas são uníssonas em descrever o comportamento da vítima e o impacto por ela sofrido com o agir do réu”, disse a magistrada.

A juíza também frisou que a ofendida era jovem, iniciando sua carreira militar, aluna residente no CIASC, sem familiaridade com a cidade do Rio de Janeiro, tendo em vista que havia se passado apenas dois meses de sua chegada; fatores que, em seu conjunto, são capazes de demonstrar sua vulnerabilidade perante a situação imposta pelo réu.

“Além do mais, a condição de superior hierárquico do réu, diante da então aluna, foi determinante para que a ofendida se sentisse receosa em negar o convite para o cinema; e, mesmo após perceber as intenções do réu, a ofendida, diante da particularidade de ser recém-chegada à cidade, não teria, naquele momento, condições de se desvencilhar da situação. O fato de o assédio ter ocorrido no carro do acusado, ou seja, numa situação de completo domínio de seu opressor, suprimiu da ofendida por completo a sua liberdade. No entanto, posteriormente, sentindo-se mais segura e protegida, ao retornar para o quartel, relatou a situação vivida às testemunhas, como se vê de seus depoimentos em Juízo. Observa-se que uma mulher militar, ao ser vítima de um crime sexual, é duplamente atingida: como mulher, ao ter sua liberdade e sua dignidade sexuais atacadas, e como militar, eis que impacta diretamente na hierarquia e disciplina, princípios basilares das instituições militares, diminuindo-lhe, portanto, a sua autoridade. Assim, diante da prova testemunhal colhida e do relato da ofendida, forçoso convir que restou comprovada a prática do tipo penal descrito no artigo 216-A do CP, qual seja, o delito de assédio sexual”, fundamentou a juíza Mariana Queiroz Aquino. Ainda cabe recurso.

Da assessoria.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (9) projeto que altera normas do Sistema de Ensino Naval e veda o uso de alguns tipos de tatuagem para ingresso na Marinha. De iniciativa da Presidência da República, o PL 5010/2020 segue para o Plenário em regime de urgência.

O texto acrescenta ao Sistema de Ensino Naval cursos para praças, de graduação, de qualificação técnica especial e de aperfeiçoamento avançado; reduz de 36 para 35 anos o limite de idade para ingresso no Corpo de Saúde, no Corpo de Engenheiros e no quadro técnico do Corpo Auxiliar da Marinha; e prevê que os cursos e estágios a distância serão equivalentes aos presenciais.

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As tatuagens proibidas pelo projeto são aquelas "que façam alusão a ideologia terrorista ou extremista contrária às instituições democráticas, a violência, criminalidade, ideia ou ato libidinoso, discriminação, preconceito de raça, credo, sexo ou origem, ideia ou ato ofensivo às suas liberdades"; ou tatuagens na cabeça, no rosto ou na parte da frente do pescoço que possam "comprometer a segurança" de operações militares.

Em seu parecer, que recomendou a aprovação do texto na íntegra, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) ponderou que a proposta encontra respaldo em decisões anteriores da Justiça, permitindo, em concursos públicos, restrições a candidatos com determinados tipos de tatuagem.

Da Agência Senado

O Comando do 1º Distrito Naval da Marinha do Brasil está com dois processos seletivos abertos, dispondo de 213 vagas para nível superior. O objetivo dos certames é contratar os profissionais para a prestação de Serviço Militar Voluntário (SMV) como Oficiais de 2ª Classe da Reserva da Marinha (RM2) em diferentes áreas de atuação. Os interessados têm até o dia 5 de dezembro para se inscrever.

Os locais de atuação disponíveis são nas cidades do Rio de Janeiro, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Itaguaí, Nova Friburgo, Angra dos Reis e Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro, além de Vila Velha e Vitória, no Espírito Santo, e Belo Horizonte, em Minas Gerais. As vagas estão distribuídas nas seguintes áreas: saúde, apoio à saúde, técnica, ciências náuticas, magistério e engenharia, além de posições abertas para médicos. 

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Editais e seleção

De acordo com os editais 07/2021 e 08/2021, os candidatos devem apresentar comprovante de conclusão do ensino superior, salvo para os cargos de ciências náuticas, construção naval e tecnologia em sistemas de navegação, onde é preciso ter concluído ou estar em fase de conclusão do bacharelado ou tecnólogo relativo à profissão a que concorre.

Para participar, os candidatos devem realizar o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 140,00. O processo seletivo será feito em sete etapas, sendo a primeira uma prova objetiva de caráter eliminatório e classificatório. As três etapas seguintes, que consistem na Verificação de Dados Biográficos e Documental, Inspeção de Saúde e Teste de Aptidão Física de Ingresso são de caráter eliminatório. Os candidatos aprovados nos passos anteriores serão submetidos a uma prova de títulos, de caráter classificatório, para serem designados e incorporados aos cargos.

Mais de cem anos depois da Revolta da Chibata, em 1910, a Marinha do Brasil ainda não reconhece como legítimo o movimento liderado por João Cândido Felisberto que aboliu os castigos físicos na Armada. Por meio de nota técnica divulgada na semana passada, a corporação tentou impedir a inscrição do Almirante Negro na lista dos Heróis e Heroínas do Povo Brasileiro. A despeito da resistência, o Senado aprovou no último dia 28 a homenagem. O texto segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.

Em outubro, o Senado já havia tentando aprovar a homenagem, mas o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) solicitou vista, a pedido da Marinha, para "melhor conhecimento da matéria". Na semana passada, a votação foi retomada. Lucas votou favoravelmente à homenagem, mas leu uma nota na qual a Marinha diz considerar que o movimento não pode ser avaliado como "um ato de bravura" nem de "caráter humanitário".

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"A revolta dos marinheiros de 1910 foi, de fato, um acontecimento triste na história do País. Todos os envolvidos, dentre eles a Marinha, setores do governo, os revoltosos e outras instituições tiveram culpas e omissões. Mas reconhecer erros não justifica avalizar outros e, por conseguinte, exaltar as ações dos revoltosos".

A Marinha não respondeu aos pedidos de entrevista. Em artigo publicado em 2008 no jornal Folha de S.Paulo, a instituição já tinha usado argumentação semelhante. "Esta Força entende que outras formas de persuasão e de convencimento não foram esgotadas pelos amotinados, motivo pelo qual considera a Revolta da Chibata uma rebelião ilegal, sem qualquer amparo moral ou legítimo, não obstante a indesejável e inadmissível quebra de hierarquia".

Coordenadora do grupo de trabalho de políticas etnorraciais da Defensoria Pública da União, Rita Cristina de Oliveira ressaltou que o posicionamento da Marinha não é novo. "Historicamente a Marinha tem esse posicionamento de não considerar João Cândido um herói", afirmou.

O historiador Marco Morel, da Universidade do Estado do Rio (UERJ), considera que o silêncio da Marinha sobre João Cândido "é secular". "Vemos que ele segue sendo um personagem incômodo, justamente porque essa rebelião toca em questões mal resolvidas em nossa sociedade até hoje, como o racismo estrutural e a violência cotidiana do Estado sobre as camadas mais pobres da população."

‘ALMIRANTE NEGRO’

João Cândido nasceu no Rio Grande do Sul, em 1880. Era filho de ex-escravizados e trabalhou por mais de 15 anos na Marinha. Principal liderança entre os marujos no início do século passado, Cândido pedia o fim dos castigos cruéis e a melhoria da alimentação e das condições de vida dos marinheiros.

O castigo corporal de marujos tinha sido abolido pelo decreto nº 3 da República, de 16 de novembro de 1889. Mas voltou em abril de 1890, por outro decreto. Recaía sobre os praças (militares abaixo de oficial). Eram homens negros, mestiços, nordestinos e pobres em sua maioria. Alguns eram "recrutados" à força.

Formado por representantes da elite branca, o oficialato da Marinha não cedeu aos apelos de Cândido. Ele chegou a ser recebido pelo então presidente Nilo Peçanha para expor as reivindicações, também sem sucesso. Antes, Cândido esteve com a Marinha no exterior, conheceu colegas estrangeiros e, por eles, soube que a chibata não era mais usada em outros países. Mesmo no Exército brasileiro o castigo físico fora abolido antes do fim do Império. A revolta então começou a ser tramada nas embarcações.

O açoitamento do marinheiro Marcelino Menezes, com 250 chibatadas como castigo por causa de uma briga a bordo, precipitou o levante, em 21 de novembro. Os marujos tomaram alguns navios, entre os mais modernos da época, e içaram bandeiras vermelhas - símbolo de que não dariam nem aceitariam clemência. Sob a liderança de João Cândido, na Baía de Guanabara, mantiveram por quatro dias seus canhões apontados para a então capital federal, o Rio de Janeiro. Contra ela, dispararam alguns tiros. Em terra, baterias de canhões miravam a Armada.

A revolta terminou com um acordo aprovado pelo Senado e assinado pelo recém-empossado presidente Hermes da Fonseca. Decretava o fim da chibata nos navios e anistia para os revoltosos - aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente. Mas Cândido e muitos de seus companheiros foram expulsos da Marinha, após uma revolta do Batalhão Naval, dias depois. O Almirante Negro, aparentemente, não tinha ligação com esse segundo movimento, mas foi preso. Foi decretado estado de sítio. Ao todo, cerca de 40 marinheiros foram encarcerados, e mais de mil desligados da Força. Do lado governista, houve 12 mortes, entre oficiais e praças. As rebeliões deixaram 200 marujos mortos. Ao menos dois civis - duas crianças - também morreram.

SÍMBOLO

João Cândido ficou preso na Ilha das Cobras. Trancado em uma cela cavada na rocha, sobreviveu sob uma pilha de corpos de marinheiros, que morreram sufocados por cal jogado na pequena masmorra, e pela falta de ar. Cândido foi um dos dois sobreviventes, entre os encarcerados por rebelião.

Ficou dois anos preso, chegou a ser declarado louco, foi expulso e, mesmo inocentado, não conseguia emprego. Nos anos 1930 foi integralista. Depois passou a viver como vendedor de peixe na Praça 15, no Rio. Morreu pobre em 1969. Foi reconhecido pelos movimentos negro e de direitos humanos como símbolo das duas lutas. Nos anos 2000, ganhou uma estátua, na mesma Praça 15 onde trabalhara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Marinha dos Estados Unidos batizará no sábado um de seus navios como Harvey Milk, ativista dos direitos dos homossexuais assassinado em 1978 em San Francisco e que serviu na força naval durante a Guerra da Coreia(1950-1953).

A cerimônia será em San Diego, no sul da Califórnia.

Harvey Milk (foto abaixo) nasceu em 1930 em Nova York e serviu como mergulhador na Marinha dos Estados Unidos. Em 1955 foi dispensado quando alcançou o posto de tenente. Posteriormente, ele alegou ter sido vítima de expurgo contra homossexuais, versão que foi questionada.

Foto: Donald Eckert/San Francisco Public Library

Milk foi eleito vereador em 1977 e assassinado no ano seguinte junto com o prefeito George Moscone.

A vida de Harvey Milk foi retratada no cinema em 2008 por Gus Van Sant, no filme "Milk", estrelado por Sean Penn, que ganhou o Oscar de melhor ator por sua atuação.

A Marinha dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (14) que os militares que recusarem a vacina contra a covid-19 serão expulsos de suas fileiras a partir de 28 de novembro.

"Agora que a vacinação contra a covid-19 é obrigatória para todos os militares, a Marinha anunciou planos para começar a dispensar os que recusarem a vacina sem uma isenção pendente ou aprovada", informou a instituição em comunicado.

Até agora, os membros das Forças Armadas tinham evitado responder perguntas sobre o que aconteceria com as tropas que não quisessem se vacinar, apesar de a obrigatoriedade de imunização ter começado a valer desde o fim de agosto.

A Marinha relatou que 98% de seus 350.000 membros da ativa tinham começado ou concluído o processo de vacinação.

A cifra cai para 96,7% em relação aos que receberam ao menos uma dose nas Forças Armadas como um todo, segundo informou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, na terça-feira (12). Se forem incluídos os integrantes da reserva, a estimativa é de 80% com pelo menos uma dose.

Se as outras forças tomarem medidas tão drásticas quanto as da Marinha, cerca de 46 mil efetivos podem ser afastados do serviço. No entanto, é provável que o número de vacinados aumente antes da data limite.

O vice-almirante John Nowell, chefe de pessoal da Marinha, disse que sua força já registrou 164 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.

Os efetivos que foram expulsos por recusarem a vacina serão dispensados com honras, mas poderão perder alguns benefícios ou ser obrigados a ressarcir financeiramente a educação e o treinamento recebidos, segundo o documento.

A Marinha é particularmente sensível à pandemia, pois um único caso pode infectar toda a tripulação de um navio ou submarino, deixando-o fora de serviço.

Estatais do Exército e da Marinha, vinculadas ao Ministério da Defesa, foram excluídas de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou pagamentos acima do teto salarial em estatais que dependem da União, com prejuízos de R$ 44 milhões aos cofres públicos em cinco anos. As informações são da Folha de S.Paulo.

A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), vinculada ao Exército, não passou pela auditoria pois, segundo justificativa da CGU, conta com uma legislação específica sobre o controle dos gastos. Em nota, entretanto, a empresa declarou que é objeto de auditoria da CGU, do Tribunal de Contas da União (TCU) e de outros órgãos de controle. 

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A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), ligada à Marinha, também não esteve no pente-fino. A CGU informou que cabe à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa fazer essa auditoria.

As duas estatais têm na presidência militares de alta patente, que acumulam remunerações das Forças a que pertencem e das empresas que dirigem. O presidente da Imbel, o general da reserva Aderico Visconte Pardi, ganha o valor bruto de R$ 49,9 mil. Já o presidente da Amazul, vice-almirante da reserva Antônio Carlos Guerreiro, recebe R$ 62,9 mil.

A auditoria da CGU verificou pagamentos acumulados no mesmo cargo, com a soma de remuneração e de aposentadoria pelo regime geral de Previdência Social. Foram detectados 241 empregados de seis estatais que recebem valores acima do teto salarial de R$ 39,3 mil.

O prejuízo mensal aos cofres públicos é de R$ 738,7 mil. Em cinco anos, conforme a CGU, o rombo é de R$ 44 milhões. O órgão recomendou maior fiscalização dos pagamentos e interrupção dos acúmulos.

Os pagamentos acima do teto foram identificados na Codevasf, EBC, INB, Nuclep, HCPA e GHC. A INB e o Nuclep são presididos por dois contra-almirantes, que ganham mais de R$ 60 mil brutos por mês.

O desfile de veículos militares da última terça (10), realizado pela Operação Formosa, da Marinha, em Brasília (DF), resultou em diversas críticas e memes nas redes sociais. O rapper Marcelo D2 fez questão de dar sua contribuição, através do Twitter. Defensor da liberação da maconha, ele brincou com a fumaça produzida pelos tanques que desfilaram no cortejo e garantiu não ter “nada a ver” com o incidente.  

Entre os veículos que participaram do desfile estão veículos blindados de transporte de pessoal, conhecidos pela sigla VBTP, lançadores de mísseis e tanques. Entre os últimos, um modelo produzido nos anos 1970, o SK-105 Kürassier, que chamou muita atenção pela densa fumaça escura que soltou durante a volta. D2 não deixou passar batido, e comentou a respeito em sua rede social. “Só queria dizer que não tenho nada a ver com a fumaça da milícia de Brasília… Atenciosamente a gerência”.

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A ‘piada’ do rapper foi bastante comentada pelos seguidores e ganhou mais de 18 mil curtidas. “Quem é que joga a fumaça pro alto?”. “Eu sabia que você tinha feito aquela música Ex-quadrilha da fumaça para o exercito. Hoje ela foi usada”; “Pela cor da fumaça estão queimando documentos sigilosos da Covaxin”; “Hahahaha já sabemos que a fumaça é do Pum do Palhaço, que a Rainha da Sucata disse lá atrás”. 


 

Na manhã desta terça-feira (10), foi realizado o desfile de veículos militares blindados em Brasília. O evento, que contou com a presença de 152 veículos, tinha entre eles um tanque que chamou a atenção dos internautas por soltar bastante fumaça preta, fazendo com que as pessoas no Twitter pedissem para o apresentador Luciano Huck ajudar com o seu quadro "Lata Velha".

No quadro do programa Caldeirão do Huck, o apresentador global recupera veículos usados e corroídos pelo tempo. Neste caso, os internautas pediram para que o carro de combate leve, ou tanque leve SK-105 Kürassier, produzido desde os anos 1970, fosse renovado. 

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A #LataVelha está entre os principais assuntos do Twitter desde o fim do desfile, que serviu para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebesse um convite para participar do dia de Demonstração Operativa da Marinha, no próximo dia 16 de agosto.

Confira algumas das publicações:

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O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), ao comentar nas redes sociais o desfile de tanques da Marinha no Palácio do Planalto nesta terça-feira (10), cometeu uma gafe que não passou despercebida pelos internautas. Bolsonarista e declaradamente “patriota”, o parlamentar foi elogiar a exibição, mas acabou utilizando a foto de uma festividade do governo chinês, ironicamente, alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos seus apoiadores.

Na publicação, ele exaltou o ato militar. "Nunca uma simples manobra militar mexeu tanto com meu patriotismo", escreveu Otoni de Paula.

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A foto utilizada mostra tanques chineses, em vez dos brasileiros vistos nesta terça. O registro foi da comemoração dos 70 anos de Pequim, na China, realizada na praça Tiananmen, em 2019. A foto, da agência EFE, é uma das primeiras que aparecem em sites de busca ao procurar os termos "desfile militar tanques".

Após a confusão, a publicação virou motivo de piada de opositores. Diversos comentários apontaram o fato do deputado ter usado imagens de um país comunista para exaltar o governo Bolsonaro, que constantemente ataca a esquerda. Às críticas, de Paula rebateu: “Fiquem tranquilos, a foto é somente ilustrativa e pra mostrar para os esquerdistas que em qualquer país, até na China tem manobra militar. Fiquem calmos”.

Na manhã desta terça-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro recebeu o convite da Marinha para a Operação Formosa, treinamento militar que acontecerá no dia 16 de agosto e contará com 2,5 mil militares. A entrega do convite foi feita ao final de uma exibição de tanques, que passou pela Praça dos Três Poderes e chegou até o Palácio do Planalto, onde o presidente acompanhava o desfile, ao lado do ministro da Defesa, general Braga Netto.

O desfile acontece no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados vota a Proposta de Emenda à Constituição para a volta do voto impresso, proposta que tem sido defendida pelo mandatário. Para muitos parlamentares, o ato militar é visto como uma tentativa de intimidação e demonstração de poder. A Marinha nega.

O ex-presidente Lula (PT) usou as redes sociais, nesta terça-feira (10), para criticar a relação do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), com as Forças Armadas do país. Segundo o petista, “se militar quiser fazer política ele renuncia o cargo, tira a farda e se candidata”.

“Não tem carta pra conversar com militares. Se tivesse carta seria para o povo brasileiro e dentro disso estão os militares. Se militar quiser fazer política ele renuncia o cargo, tira a farda e se candidata. Não tem problema”, postou Lula em seu Twitter.

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O ex-presidente disse ainda que “Bolsonaro se comporta como se as Forças Armadas fosse um objeto particular dele, como se fosse um brinquedo”. A fala acontece no mesmo dia em que Jair Bolsonaro acompanhou de um desfile de blindados no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), ao lado da Marinha e Forças Armadas.

O presidenciável falou também sobre o papel das Forças, que, de acordo com ele, deveriam estar “cuidando da nossa soberania, dentro da Constituição”. Caso eleito em 2022, Lula garantiu que não dará nenhum tipo de privilégio aos militares.

“Não tem conversa especial com Forças Armadas, vou tratá-los com respeito, como temos que tratar todas as instituições. Isso que aconteceu hoje foi uma coisa patética. Se o Bolsonaro queria uma foto com militar era só ter visitado um quartel”, disse, se referindo ao desfile, que ocorre no mesmo dia em que a PEC do voto impresso será votada na Câmara.

Acompanhe no Twitter:

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O Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha (SSPM) divulgou, nesta quarta-feira (21), novo concurso público que visa a contratação de 24 profissionais para atuação no Corpo de Praças da Armada. Os aprovados atuarão nos setores de operação e manutenção de submarinos e instalações nucleares.

As inscrições, no valor de R$70,00, são realizadas de forma on-line e vão até 26 de setembro. O prazo para solicitar isenção é de 24 de agosto a 3 de setembro. Podem participar do certame candidatos que possuam ensino médio ou técnico completo.

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O novo processo seletivo conta com prova objetiva de conhecimento profissional de cada área, redação e eventos complementares como avaliação psicológica, realizados nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, São Paulo e Amazonas, teste de aptidão física, inspeção de saúde, entre outros procedimentos previstos no edital. A prova e redação estão previstas para novembro, já o teste de aptidão está programado para o período que vai de 7 a 25 de abril de 2022.

Os aprovados no concurso público receberão remuneração de R$ 1.414,82, sendo R$ 1.199,00 (soldo militar), R$ 155,8 (adicional militar) e R$ 59,95 (compensação por disponibilidade militar).

Depois do período de ditadura no Brasil, nunca os integrantes das Forças Armadas tiveram tanto espaço no governo federal, como acontece no nomento. No primeiro escalão, dos 23 ministros, seis são militares. Em último levantamento, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que existem mais de 6 mil militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo Bolsonaro. 

Esse número representa mais que o dobro do que havia no governo Michel Temer, com 2.765. O TCU aponta que de 2016 a 2020, houve um aumento de 3.200 militares compondo cargos civis do governo. 

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Contra essa militarização do governo, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB) protocolou uma proposta de emenda à Constituição (PEC), nesta última quarta-feira (14), que estabelece regras para que militares das Forças Armadas consigam ocupar cargos no governo federal. 

A proposta estabelece que militares com menos de 10 anos de serviço deverão ser afastados da atividade para poder ocupar o cargo. Já integrantes das Forças Armadas com mais de dez anos de serviço terão de passar para a inatividade, de forma automática, logo na posse.

Ex-ministros

Cinco ex-ministros da Defesa assinaram uma nota em defesa das Forças Armadas como instituições de Estado que, para eles, não se confundem com governos, "pois sua razão de ser é a defesa da Pátria e da soberania".

"A proposta de emenda constitucional apresentada pela deputada Perpétua Almeida propõe, em boa hora, a regulamentação da participação de militares da ativa em funções de governo, separando aquelas de natureza técnica e que podem ser atribuídas a militares, daquelas que permitam o risco da politização das Forças Armadas", diz a nota.

Os ex-ministros apontam, ainda, que essa politização traz consequências nocivas para estas instituições e para o País. "A tramitação da matéria, em frutífero diálogo entre os parlamentares e as Forças Armadas, fortalecerá a democracia", pontuam. Assinam a nota Aldo Rebelo, Celso Amorim, Jaques Wagner, Nelson Jobim e Raul Jungmann.

Bolsonaro e, como gosta de chamar, seus militares. Foto Isaac Nóbrega/PR

Datafolha

No fim da noite do último domingo (11), a pesquisa Datafolha revelou que 58% dos brasileiros não querem que militares trabalhem em funções da administração pública e se envolvam em atos políticos. Esse número era de 54% em maio deste ano e de 52% no mesmo período de 2020.

Militares do primeiro escalão do governo Bolsonaro

Dos 23 ministros, seis integram as Forças Armadas do Brasil. 

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: Augusto Heleno (General do Exército)

Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação: Marcos Pontes (Tenente-coronel da Força Aérea Brasileira)

Ministro de Minas e Energia: Bento Albuquerque (Almirante de Esquadra brasileiro)

Ministro da Infraestrutura: Tarcísio de Freitas (Militar da reserva)

Ministro da Secretaria de Governo: Luiz Eduardo Ramos (General do Exército)

Ministro-chefe da Casa Civil: Walter Braga Netto (General do Exército)

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) apresentou requerimento ao plenário da Câmara dos Deputados, solicitando o comparecimento do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e dos comandantes das Forças Armadas, para esclarecimentos.

O requerimento acontece após os comandantes da Marinha, Exército, Aeronáutica e o ministro da Defesa assinarem uma nota com "teor intimidatório", após o senador Omar Aziz dar voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, nessa quarta-feira (08). Aziz determinou a prisão de Dias por considerar que ele cometeu perjúrio ao mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia da Covid. Além disso, o senador chegou a afirmar que fazia "muitos anos" que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo" - tendo em vista que Roberto Dias foi sargento da Aeronáutica -.

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“O documento se caracteriza como uma nítida ameaça aos trabalhos desenvolvidos pela CPI, à instituição do Senado Federal e consequentemente ao próprio Estado Democrático de Direito. Vejo como uma tentativa de intimidação e uma ameaça à democracia. As Forças Armadas não podem ser politizadas", afirmou Túlio.

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