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Com filas na rua em espaços para atender suspeitas de coronavírus e poucos leitos disponíveis, o Pará vai agora recorrer a médicos cubanos. A Procuradoria-Geral do Pará (PGE) liberou nesta quarta-feira (22) parecer jurídico com as orientações técnicas necessárias à contratação, pelos órgãos estaduais, de 86 profissionais estrangeiros - que ali já atuaram na década passada -, para reforçar o atendimento de covid-19. Os médicos devem atuar no Hospital de Campanha instalado no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia -, na capital paraense, e nas unidades básicas de saúde (UBSs) e de pronto-atendimento (UPAs) do município.

"As contratações serão feitas pelo Estado para que os médicos atuem em Belém, onde há o maior número de infectados. E vão auxiliar a prefeitura neste momento de crise", explicou o procurador-geral do Estado, Ricardo Sefer.

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Na terça, houve filas imensas e necessidade de fechar portões na Policlínica Metropolitana, na capital paraense. O centro médico foi direcionado especificamente para atender casos suspeitos do novo coronavírus. "Devido à grande demanda registrada no primeiro dia de atendimentos, foi necessário realinhar o fluxo de assistência no local. Só na terça-feira (21), a Policlínica atendeu 380 pacientes e realizou 8 transferências para o Hospital de Campanha do Hangar", informou a Secretaria de Saúde.

O serviço, que deveria funcionar até 22 horas, precisou ser suspenso no fim da tarde, o que motivou ainda um apelo do governador Helder Barbalho (MDB), que também contraiu a doença e está isolado. "Pessoal, um esclarecimento e uma convocação. A Policlínica não é pronto-socorro. Ela é um apoio para a rede municipal de saúde de Belém para combater a covid-19. Nós estamos fazendo nossa parte. Que prefeitos e que cada um faça sua parte também. Somente juntos é que vamos vencer", disse nas redes.

Segundo informe do governo do Estado, havia anteontem somente 16 leitos de UTI vagos. A situação é crítica porque vítimas da covid-19 chegam a ocupar leitos por até três semanas.

Subnotificação

O critério adotado de só fazer testes em pacientes graves também traz a desconfiança de que os dados oficiais não sejam condizentes com a realidade da pandemia no Estado. E a secretaria reconhece isso. "Certamente há um grande número de subnotificação, considerando que não há como realizar exames para todas as pessoas que apresentam sintomas", justificou.

A ativista de direitos humanos Rebecca Souza, por exemplo, desconfia que a mãe tenha adquirido a doença durante a internação hospitalar. Elioneide Souza sofreu um acidente vascular cerebral no dia 9 de março e faleceu em 12 de abril. "O laudo da morte foi de covid-19, o médico disse que não tinha certeza de que a causa da morte havia sido só resultante do AVC porque o raio X indicava a possibilidade", lembrou a filha.

A ativista lembra que, durante os dias de internação, o hospital particular em que a mãe estava internada alegou que a paciente havia contraído pneumonia. O Estado informou que todos os óbitos com suspeita de covid são investigados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus (Covid-19), o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) protocolou, nesta segunda-feira (23), requerimento pedindo que o Ministério da Saúde contrate os médicos cubanos egressos do Programa Mais Médicos e ainda residentes no Brasil. A ideia do pedetista é dar agilidade ao enfrentamento do novo vírus.

“A crise mundial causada pelo coronavírus exige diversas medidas sanitárias e econômicas. Toda a ajuda é necessária e importante para salvarmos vidas e contermos o avançado deste vírus. Não podemos deixar que visões ideológicas ou preconceitos estejam acima do bem comum que é a saúde e o bem-estar do povo brasileiro. Também não podemos perder mais tempo neste enfrentamento”, justifica.

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O Ministério da Saúde anunciou que vai contratar 5.811 profissionais da área da saúde para reforçar o enfrentamento ao coronavírus, com contratos de um ano de duração.

Segundo a associação de médicos cubanos que ficaram no Brasil, a Aspromed, cerca de 2 mil profissionais permanecem no país, sem poder exercer a profissão. Alguns deles se naturalizaram brasileiros, outros receberam o direito de residência permanente e ainda tem os que estão na condição de refugiados.

*Da assessoria 

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (20), que os médicos cubanos são "um objeto de venda por parte do governo cubano". O presidente não cogita, neste momento, convocar médicos de outros países para ajudar no atendimento de saúde dos casos relacionados ao novo coronavírus.

"Não vamos convocar médicos de outros países. No momento, acho que o que nós temos aqui parece suficiente, mas se o (ministro da saúde, Luiz Henrique) Mandetta achar que podemos abrir espaço para outros médicos, esses médicos têm que estar qualificados", disse.

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Segundo o presidente, o país não está buscando a ajuda de novos médicos em Cuba, mas sim contando com auxílios dos que ficaram no Brasil e receberam "asilo" do governo. "Esses (médicos cubanos) que nós estamos aceitando aqui é porque estão no Brasil, (são) pouco mais de 2 mil. Ninguém está buscando lá em Cuba médico nenhum, não", declarou.

Mesmo antes do surto de covid-19, o governo federal já previa a contratação de cubanos que permaneceram em território brasileiro após o fim do acordo firmado entre Brasil e Cuba no âmbito do Mais Médicos.

"O que eu conversei com o Mandetta e está tudo certo é que por dois anos eles vão poder exercer a mesma coisa que faziam em governos anteriores, mas nada além disso", afirmou.

O presidente, contudo, fez críticas à formação dos médicos de Cuba. "Se eles fossem tão bons assim, se a formação fosse tão boa assim, teríamos médicos cubanos aqui na frente de pesquisas, na frente de grandes hospitais e não temos", acrescentou.

Alimentos em escolas

Bolsonaro falou também que o governo federal irá manter a distribuição de alimentos nas escolas, que estão com aulas suspensas por conta da disseminação do novo coronavírus. Segundo ele, a medida foi acertada com o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

"Acertei com o Weintraub a questão da alimentação escolar que vem, basicamente, da agricultura familiar. As escolas estão recebendo e nós estamos entregando nas casas ou os pais estão indo buscar", disse.

A medida já havia sido comentada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em vídeo publicado no Twitter nessa quinta-feira, 19. Segundo ela, não haverá interrupção na entrega de alimentos da agricultura familiar utilizados nas merendas escolares.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou em entrevista à "GloboNews" nesse domingo (15) que o governo federal irá convocar todos os médicos cubanos que trabalhavam no programa Mais Médicos para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Além dos estrangeiros, serão chamados estudantes de medicina que estiverem cursando a faculdade a partir do sexto ano para ajudar nas questões básicas de saúde, totalizando cerca de cinco mil médicos. Segundo Gabbardo, a medida é necessária para ajudar a repor a quantidade de profissionais que, inevitavelmente, ficam doentes durante epidemias assim.

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"A gente perde no transcorrer da doença. Mesmo que os sintomas deles [médicos] sejam leves, eles têm que ser isolados para não ficar transmitindo a doença para os seus pacientes", disse durante o programa televisivo.

Gabbardo ainda destacou que os profissionais serão convocados a partir desta segunda-feira (16). Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, há 200 casos confirmados da doença no país e estima-se que o pico de contágios ocorra em até duas semanas.

Desde que assumiu o governo, o presidente Jair Bolsonaro criticava o programa Mais Médicos, criado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff. Por isso, em setembro do ano passado, foi lançado um novo programa, o Médicos pelo Brasil, que por uma ação do Congresso, ainda permitiu que os profissionais cubanos que estivessem no país pudessem ser integrados.

Entre as críticas de Bolsonaro, estava a de que os médicos cubanos no país estavam aqui para "guerrilha e doutrinação" e que os médicos não eram qualificados para atender pacientes.

Da Ansa

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), atacou neste domingo, 16, as falas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em defesa dos cubanos do Mais Médicos.

Em carta aos cubanos escrita na prisão, Lula agradeceu o trabalho dos médicos do país e lamentou que "o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros que moram em comunidades mais distantes e carentes".

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Bolsonaro respondeu: "Diferente do que diz o corrupto preso Lula sobre o novo governo ser preconceituoso por retirar médicos cubanos do País, foi Cuba que os retirou por recusar-se a pagar salário integral a eles... Oferecemos asilo aos que querem ficar. Informações estão chegando erradas na cadeia".

O segundo grupo de profissionais cubanos, vinculados ao programa Mais Médicos, deixa nesta quinta-feira (22) o Brasil rumo a Havana, em Cuba. Os voos são fretados e sairão de Brasília, Salvador e São Paulo. A informação foi confirmada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação do convênio entre Brasil e Cuba. Há uma semana, 196 médicos retornaram para Cuba.

O cálculo da Opas é que os 8,5 mil médicos cubanos deixem o Brasil até 12 de dezembro. De hoje a sábado (24), cinco voos partirão com destino à capital cubana, Havana. Os profissionais já começaram a se deslocar dos municípios onde estavam alocados em direção às cidades de onde sairão apenas voos para Cuba.

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O retorno ocorre por decisão do governo cubano, que chamou de volta os profissionais por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que os médicos permaneçam no programa. Entre as medidas, estão fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a família para o Brasil.

O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, por meio de uma rede social, defendeu os profissionais. A imprensa cubana, que é estatal, publica diariamente reportagens, informando a formação e a credibilidade dos profissionais de saúde do país. Em nota, o Ministério da Saúde cubano afirmou que as exigências desrespeitam as condições acordadas no convênio com a Opas.

Dois dias após a decisão, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que as novas exigências foram definidas para proteger os médicos de más condições de trabalho, por razões que classificou de “humanitárias”.

Substituição

Na quarta-feira (21), começaram as inscrições para repor as vagas abertas com a saída dos médicos cubanos. Os interessados em ocupar os postos têm até domingo (25) para se candidatar. Podem participar profissionais com registro nos conselhos de medicina ou com diploma na atividade validado no país.

Os candidatos poderão escolher as cidades onde querem trabalhar. A medida que forem sendo preenchidas, as vagas serão retiradas do sistema. Os inscritos terão que se apresentar no local selecionado a partir do dia 3 de dezembro para homologar a contratação e iniciar a função. Caso as vagas não sejam preenchidas, será aberto novo edital, no dia 27 de novembro, para buscar outros profissionais.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a criticar a saída de Cuba do programa Mais Médicos, motivada por critérios adotados pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para a manutenção dos profissionais no país. Em publicação no Facebook, Dilma disse que vai ser difícil substituir os mais de 8 mil médicos cubanos que trabalham no país e ponderou que quem mais vai sofrer são os moradores de cerca de 1,6 mil municípios pequenos que apenas os caribenhos se propunham a trabalhar.

“Desde 2013, esses médicos atenderam mais de 60 milhões de brasileiros, em especial nas periferias das grandes, médias e pequenas cidades e nos locais mais remotos do nosso imenso território nacional. Agora, os cubanos estão deixando o Brasil”, observou. “Vai ser muito difícil substituir os mais de 8 mil médicos cubanos que ainda atuam no país”, completou a ex-presidente.

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Para se ter uma ideia, segundo Dilma, o concurso público feito para o Mais Médicos em 2017 teve 6.285 candidatos brasileiros para 2.320 vagas mas, dos aprovados, apenas 1.626 apareceram para trabalhar e, além disso, 30% deles optaram por abandonar o trabalho antes de completar um ano.

Na ótica de Dilma, “os prefeitos serão os primeiros a sofrer a pressão popular contra o abandono do serviço médico”. “Há pelo menos 1.600 pequenos municípios brasileiros em que apenas médicos cubanos trabalham. Os secretários municipais de saúde calculam que, sem os cubanos, 24 milhões de brasileiros voltarão a ficar sem qualquer assistência médica”, disse.

Ao expor uma série de fotos feitas por Araquém Alcântara, a ex-presidente classificou a postura de Bolsonaro como “estabanada”. “[Nas fotos têm] brasileiros pobres das capitais, brasileiros excluídos de todo o país, das localidades ribeirinhas, dos quilombos, das reservas indígenas, dos acampamentos de assentados da reforma agrária. Brasileiros que viram um médico em suas comunidades pela primeira vez na vida. Brasileiros que agora ficarão sem atendimento, a não ser que se desloquem por longas distâncias, para outras cidades. Se lá houver médicos ou se tiverem condições materiais e de renda para tal sacrifício”, ressaltou.

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Cerca de 950 profissionais cubanos desembarcam no Brasil até o fim de junho para trabalhar no Mais Médicos. O grupo deve vir acompanhado de outros 300 médicos que já atuavam no programa e que haviam retornado temporariamente a Cuba - para passar férias ou para renovar documentos. O desembarque sela o entendimento entre governo brasileiro e cubano depois de um impasse que durou cerca de um mês.

Em abril, Cuba havia suspendido o envio de profissionais ao programa, numa reação ao aumento expressivo de médicos que, chamados de volta pelo país, entraram na Justiça e obtiveram o direito de continuar no Mais Médicos. Foram ao menos 100 profissionais que conseguiram liminares.

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Numa reunião realizada há duas semanas, Cuba e Brasil entraram em um acordo. O Brasil informou que passaria a punir prefeituras que incentivassem cubanos a ingressar com ações na Justiça para permanecer no País. Além disso, abriu a possibilidade de Cuba negociar diretamente com prefeituras para enviar novos profissionais desde que elas arcassem com o pagamento dos salários, numa espécie de programa paralelo do Mais Médicos. Algo atrativo para o governo cubano, pois significa possibilidade de expansão dos convênios e, consequentemente, de receitas.

A estimativa é de que 4 mil cubanos deixem o Brasil até julho. Nesta primeira etapa, virão 950 profissionais para fazer a reposição. O objetivo, porém, é de que todas as vagas sejam repostas. Por causa do impasse dos meses anteriores, há o risco de o cronograma ser mais lento do que o inicialmente previsto. Isso fará com que a assistência à saúde em algumas cidades atendidas pelo programa seja prejudicada com a falta temporária de médicos.

Desde que assumiu a pasta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, mostrou a intenção de reduzir a participação de cubanos no Mais Médicos. O ministro deixou claro que a atuação de estrangeiros ficaria restrita a áreas consideradas pouco atrativas para brasileiros, como distritos de saúde indígena.

Dentro da pasta, no entanto, é certo que a velocidade para substituição de cubanos por médicos brasileiros tem de ser controlada para evitar vazios assistenciais. Embora a resistência de profissionais brasileiros ao Mais Médicos tenha caído de forma expressiva, quando comparada com os primeiros meses do programa, há ainda um problema considerado grave: os altos índices de desistência. Um problema que não ocorre com cubanos que geralmente permanecem os 3 anos na cidade para a qual foram escalados.

Estados e municípios não precisarão mais se inscrever no Programa Mais Médicos para receber profissionais de Cuba. O governo federal, através do Ministério da Saúde, firmou um convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que dispensa a necessidade da análise. A decisão beneficia a diretamente 100 profissionais que atuam na cidade de São Paulo e que foram contratados diretamente.

“Estamos criando um mecanismo para que esses municípios possam acessar diretamente a Opas e fazer o convênio, trazendo os médicos. E também para que municípios que já têm um determinado número de médicos possam ampliar”, declarou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Dessa forma, a responsabilidade sobre todos os processos envolvendo a contratação dos profissionais fica exclusivamente a cargo dos governos estaduais e municipais.

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A decisão de firmar o convênio partiu da necessidade de manter ou contratar médicos cubanos depois que o governo daquele país suspendeu o acordo com o Brasil. Em 13 de abril, Cuba anunciou que não enviaria os 710 profissionais que foram aprovados para participação no Mais Médicos. De acordo com as autoridades, o envio dessas pessoas foi suspenso por questões judiciais, envolvendo a remuneração e alguns pontos do programa.

O Programa Mais Médicos abriu 1,2 mil vagas voltadas para médicos brasileiros. As inscrições devem ser feitas através do site do programa até o próximo dia 4 de janeiro. Os interessados devem submeter a documentação exigida no edital e verificar a lista de inscrições confirmadas que será divulgada no dia 9 de janeiro. A escolha dos locais de preferência será nos dias 10 e 11 de janeiro. Veja o cronograma completo

Do total de vagas, 708 atualmente estão preenchidas por médicos cubanos. O Governo Federal pretende substituir 4 mil cubanos por basileiros em três anos, com a expectativa de que 40% dos médicos do programa sejam brasileiros. O restante das vagas são para reposição de médicos que deixaram o programa.

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Vagas desocupadas por médicos brasileiros e de outras nacionalidades são preenchidas por meio de editais de reposição periódicos. No caso dos médicos cubanos, a reposição dos profissionais é operacionalizada diretamente pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). 

Este edital traz como novidade a possibilidade de mudança de local de trabalho. Aqueles que estiverem insatisfeitos com a alocação poderão trocar o local de trabalho com outro médico que tenha interesse. Após a lotação, os médicos devem confirmar o interesse nas vagas e seguem então para os municípios, onde iniciam as atividades nas unidades básicas a partir de fevereiro.

Com informações do Portal Brasil.

A Universidade de Pernambuco (UPE) confirmou ao LeiaJá a denúncia relacionada a uma questão aplicada aos estudantes do segundo período de medicina da instituição. No teste, uma das alternativas para a pergunta proposta aos graduandos referia-se a médicos cubanos de maneira preconceituosa.

Na questão, era pedida a avaliação de um paciente que, após cateterismo de artéria vertebral, desenvolve uma tetraplegia com sensibilidade preservada. Uma das alternativas era: “um pseudo médico cubano afirma que o comprometimento é da artéria espinhal anterior”.

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De acordo com a assessoria de imprensa da UPE, a instituição está entrando em contato com a coordenação do curso e com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) para averiguar a denúncia. Caso se comprove o fato, as medidas institucionais serão providenciadas.

O Ministério Público Federal (MPF) quer que o governo pague diretamente aos médicos cubanos a bolsa de R$ 10 mil pela atuação no Programa Mais Médicos. Na manifestação, emitida em ação civil pública e em ação popular que tramitam na Justiça Federal, o MPF defende que o acordo entre o governo brasileiro, a Organização Panamericana da Saúde (Opas) e Cuba, ainda coloca os cofres públicos “sob risco de prejuízos incalculáveis”, pois o destino dos recursos empregados no projeto e repassados à Opas é desconhecido.

Pelo acordo, o Brasil paga pela atuação dos médicos cubanos à Opas, esta repassa os valores ao governo cubano e é este quem paga aos médicos um valor que é inferior ao pago as médicos de outras nacionalidades que atuam no programa. Segundo apurou o MPF, foi verificado, por meio de um contrato com um médico cubano, que o valor repassado a estes profissionais é mil dólares (cerca de R$ 2,5 mil), enquanto o governo brasileiro repassa R$ 10 mil por profissional para a Opas.

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O Ministério Público destaca, em uma das ações que cerca de R$ 510 milhões foram gastos com o Programa Mais Médicos para a vinda dos médicos de Cuba somente em 2013, “mas não se sabe como exatamente esse montante foi aplicado”.  A procuradora da República, Luciana Loureiro, que assina as ações, diz que a falta de conhecimento preciso da União sobre as remunerações exatas praticadas pela OPAS e pelo governo cubano aos médicos intercambistas desse país "revela claro descontrole sobre o que efetivamente tem sido feito com o dinheiro brasileiro".

Segundo o MPF, nas ações em andamento na Justiça Federal, quando questionada sobre os termos firmados entre a Opas e o governo cubano e entre este e seus cidadãos, a União informou ter solicitado tais documentos e que a organização teria se recusado a fornecê-los, alegando proteção por cláusula de confidencialidade.

As ações são de outubro, mas o MPF só divulgou nesta segunda-feira (3) as informações. O Ministério da Saúde defende que o modelo adotado com os profissionais cubanos é usado por mais de 50 países que têm o mesmo tipo de parceria. O Programa Mais Médicos tem mais de 14 mil médicos atuando nas regiões carentes destes profissionais. Do total, cerca de 80% são cubanos.

Em resposta a questionamento feito pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembrou que os médicos cubanos que vieram ao Brasil assinaram um contrato com todos os detalhes e, segundo ele, sabiam de todas as circunstâncias que encontrariam ali e negou qualquer tipo de perseguição do Governo Federal contra os profissionais. Chioro esteve nesta quarta-feira (19) na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos aos parlamentares.

“Não posso dizer quanto à situação em Cuba, mas aqui eles são livres”, garantiu. Até o momento, sete médicos cubanos abandonaram o programa. Seis deles saíram do Brasil e uma, a médica Ramona Rodrigues, pediu refúgio ao País.

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Quanto à listagem de países que teriam algum intercâmbio médico com Cuba, o ministro relatou que a listagem com mais de 50 países lhe foi entregue pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), não sendo ele responsável por ela. “Respeito os argumentos do senhor, mas a Opas é uma organização internacional respeitável e com sede em Washington (EUA). Ela não é ligada ao Brasil ou a Cuba”, afirmou.

Arthur Chioro questionou também a alegação de que o ministério teria exagerado sobre a construção de unidades de pronto-atendimento (UPAs) e centros de saúde. “O ministério não constrói. O ministério destina recursos para que Estados e municípios construam”, disse o ministro.

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhado de representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), do ministro da Saúde Pública de Cuba, Roberto Ojeda, e representantes do Estado, visitou na manhã desta segunda-feira (11) uma unidade de saúde beneficiada com um profissional do Programa Mais Médicos em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). O objetivo foi acompanhar de perto as atividades desenvolvidas pelo profissional na Unidade de Saúde de Dois Carneiros.

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O ministro avalia o andamento do Mais Médicos no estado de forma positiva. Padilha contou que a implantação do programa já levou mais de 249 médicos à cidades e bairros do estado que não tinham profissionais, como é o caso de Jaboatão. “Nós estamos nos primeiros passos. Essa unidade de saúde é nova, construída com recursos do Ministério  da Saúde. Tinha dentista, enfermeiro, mas não tinha equipe completa. Passa a ter a equipe completa agora com o Mais Médicos”,  afirmou.

Segundo o ministro, o objetivo é trazer ainda mais médicos para o estado. “Até o final do ano, nós iremos garantir que todo município do semi-árido pernambucano tenha, pelo menos, um médico, e com a presença desse médico nós vamos poder dar mais atendimento a população e certamente a presença desse médico vai nos ajudar a identificar que outras questões são necessárias para melhorar ainda mais o atendimento aos médicos e à população”, explicou.

Os usuários do serviço público de saúde estão aprovando o programa no município. “O atendimento vai melhorar muito. O problema é que aqui tinha carência de médico, mas agora, com essa parceria, vai melhorar bastante”, comentou Fabiano Nascimento, de 37 anos, morador da região.

“As pessoas têm me recebido com muito calor, muita alegria e entusiasmo. A experiência até o momento tem sido muito boa”, contou o médico cubano do Mais Médicos Nivaldo Rios Serrano, que atua na unidade de saúde como médico da família.

O prefeito em exercício de Jaboatão, Heraldo Selva, avalia o andamento do programa na cidade como bastante satisfatório. “O programa está iniciando agora, mas vem se mostrando bastante satisfatório e com boa aceitação por parte da população”, afirmou. Heraldo Selva encara o Mais Médicos como um programa emergencial. Ele acredita que o ideal é que o país volte a formar profissionais na área de saúde, e que o governo incentive a criação de novas universidades de saúde. O prefeito em exercício chamou a atenção para o fato de Pernambuco contar com poucas universidades da área. “É importante esses investimentos no país, para que no futuro essas vagas possam ser ocupadas por profissionais brasileiros” ressaltou.

Somente em Jaboatão, 13 profissionais do programa Mais Médicos irão atuar na região. Onze ficarão nas Unidades de Saúde da Família e quatro nas Unidades Básicas de Saúde. Segundo o ministro Alexandre Padilha, até março de 2014 o Ministério da Saúde trará pelo menos mais 700 médicos para atuar no estado de Pernambuco.

Um grupo de médicos cubanos foi encaminhado para cidades do interior de Pernambuco nesta segunda-feira (4). Os profissionais estrangeiros, que fazem parte do 2º Ciclo do Programa Mais Médicos, conheceram hoje os locais onde irão atuar. Caruaru, Palmares e Igarassu estão entre as cidades beneficiadas.

Para Caruaru, no Agreste, foram encaminhados sete profissionais. Eles iniciarão as atividades no dia 18 de novembro e atuarão nos PSFs do Alto do Moura, Salgado III, José Carlos de Oliveira II e nas futuras unidades de saúde do Serranópolis, Barra de Taquara, Demóstenes Veras, São João da Escócia III e Morada Nova. São seis mulheres e um homem, que se formaram em cinco universidades, entre elas Holguin, La Habada e Santiago de Cuba, com experiência profissional de 10 a 25 anos atuando na saúde básica de Cuba. O município receberá até o final de novembro mais uma médica cubana. 

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Já Palmares, na Zona da Mata, recebeu três médicas. As profissionais serão destinadas às Unidades de Saúde da Família de São Francisco, Nova Palmares e Newton Carneiro. 

Em Igarassu, na Região Metropolitana, foram apresentados quatro médicos que atenderão nos postos de saúde da cidade, distribuídos pelas unidades Magda Costa, Tabatinga, Redenção e São Marcos. Eles são especializados em clínica médica e iniciarão as atividades a partir desta semana. 

A forma de contratação entre o Brasil e o governo de Cuba para a vinda de médicos cubanos foi criticada por parlamentares durante sessão plenária dessa segunda-feira (26), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). De acordo com deputado Antônio Moraes (PSDB), o dinheiro será pago diretamente ao governo cubano e apenas 20% do valor será repassado ao profissional. 

Moraes destacou que a vinda dos médicos para ocupar vagas no Interior do Estado é uma boa alternativa para diminuir a escassez de profissionais na região, mas lamentou o acordo salarial feito pelo governo brasileiro. Para ele, a forma de pagamento fechada entre os dois países desrespeita as normas trabalhistas brasileiras.

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Quem também reclamou do mesmo assunto foi o deputado Maviael Cavalcanti, (DEM). Ele acredita que o acordo feito pelo Brasil apoia o regime cubano. Segundo ele, os médicos estão sendo tratados como escravos, explorados pelo seu país, recebem baixos salários e ainda são privados de trazer suas famílias para o Brasil, devido a uma proibição de Cuba. 

Já o deputado Tony Gel (DEM) sugeriu que os médicos estrangeiros deveriam passar pelo exame de revalidação dos seus diplomas, para trabalhar em igualdade com os profissionais brasileiros. O democrata também observou que os médicos cubanos chegaram a Pernambuco vestidos de jaleco branco e infringiram a lei estadual conhecida como Lei do Jaleco. “A norma proíbe que profissionais de saúde usem equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho”, lembrou.

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) realiza nesta segunda-feira (26), às 19h30, na Associação Médica de Pernambuco (AMPE), uma Assembleia Geral Extraordinário (AGE), onde será discutida a possibilidade de uma greve. A categoria pretende intensificar o Movimento Nacional Médico que é contrário a Medida Provisória 621/2013 e a importação de médicos estrangeiros sem a aplicação do exame Revalida.

O presidente do Simepe, Mário Jorge Lôbo, fala sobre as reivindicações do movimento. “Lutar pelo repasse de 10% da Receita Bruta da União para o custeio da saúde pública, carreira de Estado que atenda ao Sistema Único de Saúde (SUS) como solução para melhor distribuição desses profissionais em regiões longínquas e de difícil acesso e a realização de concursos públicos.”

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Segundo Mário Jorge, a vida dos médicos cubanos não solucionar os problemas da saúde pública no país. “O Governo Federal apresentou suas armas e trata a vinda dos cubanos e os demais estrangeiros como “salvadores” dos problemas existentes na saúde pública do País. O Simepe defende o REVALIDA para assegurar a qualidade da assistência à população, investimentos no SUS a valorização e respeito aos profissionais médicos deste País.”

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