Tópicos | México

Em uma rodovia mexicana, agentes encontram um grupo de migrantes para oferecer-lhes residência temporária, caso abandonem uma caravana, com a qual pretendem chegar aos Estados Unidos sem visto.

Exaustos, alguns aceitam; outros, desconfiados, continuam a caminhada.

##RECOMENDA##

"Convidamos vocês a se aproximarem para que possam receber um cartão!", anuncia pelo alto-falante o funcionário de um posto de controle de imigração na cidade de Suchilapan, no estado de Veracruz, no sudeste do país.

Dezenas de agentes explicam aos migrantes, com mais de 500 km de caminhada pela frente, que o documento vai permitir que eles permaneçam no país por pelo menos um ano por motivos humanitários.

Se aceitarem, devem entrar em um ônibus e ir para um abrigo para receber a credencial. Depois disso, podem até viajar por conta própria para a fronteira com os Estados Unidos, garantem funcionários do Instituto Nacional de Migração (INM).

Cerca de 1.500 pessoas concordaram, segundo a agência, o que reduziu consideravelmente a caravana desde que ela deixou Tapachula, na fronteira sul com a Guatemala, em 23 de outubro.

Outras 800 pessoas seguiram viagem. A maioria delas são centro-americanos que dizem fugir da violência e da pobreza em seus países.

O trabalho convincente dos agentes chega a vincular sua oferta à reunião que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá nesta quinta-feira, em Washington, D.C., com seus homólogos mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e canadense, Justin Trudeau.

"Será mais fácil ter residência permanente com os presidentes do México e dos Estados Unidos em acordo", garante um migrante em um posto de controle em Nuevo Morelos, no estado de Veracruz.

- Ato de fé -

Nesse ponto, alguns funcionários diminuem o tom, ao perceberem a proximidade da imprensa.

Em Suchilapan, a resposta é direta.

"Mentira, vão deportar a gente!", gritam homens e mulheres indignados. Alguns dizem que colegas que aceitaram essa opção acabaram detidos em postos de imigração.

A hondurenha Elena Raudales mostra à AFP o "cartão de visitante por motivos humanitários" com seu nome e fotografia.

"Vence em abril do ano que vem e, mesmo assim, me prenderam há dois meses e me mandaram de volta (mais perto da fronteira com a Guatemala). Não vamos acreditar em mais nada", disse ela, em Nuevo Morelos.

Irineo Mujica, líder da organização Pueblos Unidos Migrantes, que acompanha a caravana, adverte que o cartão não é válido para trabalhar.

Com o passar dos dias, as condições se tornam mais difíceis, já que as autoridades proíbem os motoristas de veículos de carga de darem carona aos imigrantes.

O fluxo de imigrantes sem documentos se multiplicou, coincidindo com a chegada de Biden à Casa Branca, após uma campanha na qual prometeu adotar um tratamento mais humano.

Mais de 190.000 deles foram detectados pelas autoridades mexicanas entre janeiro e setembro, um número três vezes maior do que em 2020. Destes,cerca de 74.300 foram deportados.

Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, os Estados Unidos registraram o ingresso em seu território, pela fronteira mexicana, de 1,7 milhão de pessoas em condições ilegais - um recorde histórico.

Um "tribunal popular" sem poderes jurídicos foi inaugurado nesta terça-feira (2) em Haia para buscar justiça para os jornalistas assassinados e defender a liberdade de imprensa.

As audiências de seis meses, criadas por uma coalizão de organizações de defesa da liberdade de imprensa, se concentrarão nos casos não resolvidos de três jornalistas assassinados no México, Sri Lanka e Síria.

Embora não tenha poderes jurídicos para condenar os responsáveis, o tribunal pretende sensibilizar, pressionar os governos e reunir provas por meio do que chama de "justiça de base".

Hatice Cengiz, que iria se casar com o jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi antes que fosse assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, disse que testemunhou no tribunal para que o mundo não se esqueça de seu noivo assassinado.

"No passado, os jornalistas eram atacados, mas agora são o governo e os dirigentes dos governos que os atacam. Então é um ponto muito, muito importante", disse Cengiz.

A filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz, e o filho da jornalista maltesa assassinada Daphne Caruana Galizia são alguns dos que testemunharão no tribunal em uma antiga igreja do século XVII em Haia.

O tribunal foi organizado pela Free Press Unlimited (FPU), pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e Repórteres sem Fronteiras e começa precisamente no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

Examinará o assassinato em 2009 do diretor de jornal Lasantha Wickrematunge, durante o conflito separatista tamil no Sri Lanka, o assassinato em 2011 do jornalista mexicano Miguel Ángel López Velasco junto à sua esposa e filho, e o de Nabil Al-Sharbaji, que morreu em um centro de detenção sírio em 2015.

Mais de 1.400 jornalistas foram assassinados no mundo desde 1992 e oito em cada dez casos os assassinos ficaram livres, segundo o CPJ.

O tribunal pretende demonstrar que é possível encontrar novas provas nos assassinatos de jornalistas, inclusive quando os Estados não podem ou não querem, disse o diretor da FPU, Leon Willems.

O jornalista Alfredo Cardoso, criador do perfil Las Dos Costas, da cidade de Acapulco, México, morreu neste domingo (31) após ser atacado com tiros na sexta-feira (29). A informação foi confirmada pela governadora do Estado de Guerrero, Evelyn Salgado.

"Desejo expressar minhas condolências à família do jornalista Alfredo Cardoso Echeverría, fundador do veículo digital Las Dos Costas, por sua infeliz perda", escreveu Salgado em suas redes sociais.

##RECOMENDA##

A gestora condenou o assassinato de Cardoso e disse que instruiu o secretário do governo do Estado para cuidar de sua família por meio do mecanismo local de proteção a defensores dos direitos humanos e jornalistas. "Solicitei ao Ministério Público Estadual que acompanhe prontamente as investigações sobre este fato", acrescentou.

A organização de defesa de jornalistas Repórteres Sem Fronteiras (RSF) documentou o ataque ao comunicador, que recebeu cinco tiros na sexta-feira passada. Em seu perfil do Twitter, a organização informou que o comunicador foi sequestrado na noite de quinta-feira (28) por encapuzados que invadiram sua casa.

No domingo, um grupo de jornalistas mexicanos protestou para exigir o esclarecimento do crime. A prefeita de Acapulco, Abelina López, culpou os meios de comunicação por serem aqueles que "dão o alarme de violência", quando deveriam ficar quietos, sugeriu.

Até o momento em 2021, pelo menos, sete jornalistas foram assassinados no País, embora não tenha sido provado que em todos os casos o crime esteja relacionado ao seu trabalho.

O México é considerado um dos países mais perigosos para o exercício do Jornalismo, com mais de cem comunicadores assassinados desde 2000, segundo dados da Comissão de Direitos Humanos (defensoria).

Em 2020, oito jornalistas foram mortos, segundo a RSF. Mais de 90% dos homicídios de repórteres no país continuam impunes, denunciam organizações que defendem a liberdade de expressão. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma canoa maia pré-hispânica em bom estado de conservação, com cerca de 1.000 anos, foi encontrada em um cenote no sudeste do México durante obras de construção de uma linha ferroviária, informou na sexta-feira o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

Com 1,60 m de comprimento, 80 cm de largura e 40 cm de altura, a embarcação foi descoberta no reservatório subterrâneo de água durante as obras de um trecho do chamado Trem Maia, entre os estados de Yucatán e Quintana Roo (sudeste).

Durante os trabalhos de prospecção na área, uma equipe de arqueólogos subaquáticos do INAH localizou uma caverna cerca de cinco metros abaixo do atual nível de água do cenote.

Em seu interior foi inicialmente observado um tronco de madeira de lei, que após vistoria "indicou a presença de cortes simétricos feitos para criar um côncavo sem bordas, o que tornou evidente que se tratava de uma canoa do tipo plataforma", explicou o instituto em nota.

"A pequena embarcação poderia ter sido usada para extrair água do cenote ou para depositar oferendas durante os rituais", acrescentou.

É a primeira canoa desse tipo tão bem preservada na região maia, já que antes apenas fragmentos desses barcos e remos foram encontrados na Guatemala e em Belize, destacam os pesquisadores.

A sua antiguidade foi inicialmente associada ao sítio de San Andrés, próximo a Chichén Itzá, cuja temporalidade está ligada ao período Terminal Clássico, entre 830 e 950 d.C.

Uma nova pesquisa marcada para novembro, com o apoio da Universidade Sorbonne de Paris, buscará determinar sua idade, bem como de que árvore é a madeira, acrescentou o INAH.

No México, onde floresceram várias culturas pré-hispânicas, como os astecas e os maias, os achados arqueológicos são comuns.

Em meados de setembro, as autoridades informaram que uma oferenda e os restos de uma escada foram encontrados em uma pirâmide na zona arqueológica de Xochitécatl, no estado central de Tlaxcala.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, acusou nesta terça-feira (19) a Organização Mundial da Saúde (OMS) de "descaso" na aprovação de vacinas contra a covid-19, como a russa Sputnik V, que será produzida no país latino-americano.

“Estão há muito tempo nisso (...), digo que é mais um descaso”, afirmou o presidente em sua habitual coletiva de imprensa matinal. “Quando se trata de saúde, é, com todo o respeito, uma ineficiência”, acrescentou.

López Obrador lembrou que está há uma semana urgindo à OMS que aprove vacinas como a Sputnik V e a chinesa CanSino, esta última já em produção no México junto com a do laboratório sueco-britânico AstraZeneca.

Sem sua aprovação, os mexicanos que receberam esses imunizantes não poderão entrar nos Estados Unidos, que permite a entrada em seu território apenas àqueles que receberam vacinas autorizadas pela OMS.

Os Estados Unidos vão abrir sua fronteira com o México, de mais de 3.000 km, no dia 8 de novembro, após mantê-la fechada para viagens não essenciais desde março de 2020 devido à pandemia.

“O gargalo está na OMS”, declarou López Obrador, que disse ainda que em breve enviará uma carta à organização, na qual solicitará "formalmente" a aceleração dos processos de aprovação.

A OMS validou apenas, até o momento, as vacinas Pfizer/BioNTech, Moderna, Sinovac e Sinopharm, além de algumas versões da desenvolvida pela AstraZeneca.

A entidade informou na semana passada que em breve retomará as análises da Sputnik V, que foram suspensas no início do ano por falta de "alguns trâmites jurídicos".

O México assinou na última quinta-feira um acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para produzir a vacina russa.

O país latino-americano, que iniciou a vacinação contra a covid-19 em dezembro do ano passado, imunizou até o momento 69,1 milhões de pessoas, incluindo 11,9 milhões com doses da Sputnik V.

Com 126 milhões de habitantes, o México é o quarto país mais atingido no mundo pelo coronavírus em números absolutos, com 284.477 mortes e 3,7 milhões de casos acumulados, segundo dados oficiais.

A oposição da Venezuela solicitou ao governo do presidente Nicolás Maduro que retome as negociações para pôr fim à crise política no país, depois que o Executivo chavista se afastou da terceira rodada de diálogo prevista para este domingo (17) no México.

"Exortamos a contraparte a retomar o quanto antes as sessões no México para produzir os acordos necessários", disse o líder da delegação opositora, Gerardo Blyde, em entrevista coletiva na Cidade do México.

O encontro deveria se estender até a próximo quarta-feira (20) na capital mexicana.

O governo Maduro anunciou ontem que não compareceria à reunião depois que Alex Saab, empresário colombiano com nacionalidade venezuelana, foi extraditado de Cabo Verde para os Estados Unidos, que o acusa de lavar dinheiro para o governo venezuelano.

"Ninguém é mais importante que o povo venezuelano", comentou Blyde, ao lamentar o "novo atraso" produzido nas negociações iniciadas em agosto com mediação da Noruega.

O líder opositor disse que a delegação da chamada Plataforma Unitária viajou à Cidade do México por seu "compromisso com o povo venezuelano" e manifestou sua disposição para seguir avançando no diálogo.

"Tínhamos muitas expectativas sobre esta reunião e estas expectativas continuam para a próxima [...]. Queremos abordar com profundidade todos os temas da agenda, pois só assim poderemos chegar a acordos que produzam soluções para o país", acrescentou.

Blyde se referiu à "crise humanitária" na Venezuela, que, segundo ele, tem reflexos no setor da saúde, ao fracasso econômico que obrigou cerca de 5 milhões de pessoas a deixarem o país e à falta de garantias democráticas.

O caminhoneiro Marcos Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, afirmou que só pretende voltar ao Brasil quando sua situação estiver resolvida. Zé Trovão está foragido no México há um mês, ele é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por suspeita de incitar ataques ao Congresso Nacional e ao próprio STF. 

Trovão disse que pode não voltar mais ao país, dependendo da condição. "Se me falarem: ‘Você só volta para o Brasil se fizer uma carta pedindo perdão para o ministro Moraes’, então vou passar o resto da minha vida fora do Brasil. Ambos têm de reconhecer seus erros e acertos. A próxima atitude que ele tomar, vou criticar novamente", declarou em entrevista ao Metrópoles.

##RECOMENDA##

"Perdão a gente pede quando está errado. Sou um homem que não se arrepende do que faz. Eu posso pagar um alto preço, mas não retiro o que disse. Talvez o tom das palavras tenha sido equivocado, mas não as críticas para Moraes e os outros que estão cometendo crimes. Se dentro desse acordo eles forem fazer o papel deles como ministros, para mim está tudo certo", emendou.

Segundo Trovão, os seus advogados seguem pedindo a revogação do mandado de prisão. "Pretendo voltar quando a situação da minha prisão for resolvida. Meus advogados já fizeram mais de dez pedidos, mas o ministro Alexandre de Moraes negou. Eles pediram que eu pudesse retornar ao Brasil sem ser preso. Voltar ao Brasil para ser preso está fora de cogitação. Não sou criminoso", frisou.

"O dia em que eu desistir de lutar, prefiro ir embora do Brasil definitivamente com minha família. Pedi asilo político aqui no México e ainda espero uma resposta. Fiz uma entrevista no consulado na semana passada. Talvez eu consiga uma autorização para trabalhar. Aí eu posso dirigir caminhão no México, que é o que eu sei fazer", completou.

Uma menina grávida de 15 anos foi submetida a um ultrassom no palco durante um protesto contra o direito ao aborto neste domingo (3) na Cidade do México, onde cerca de 10 mil manifestantes fizeram orações e gritaram palavras de ordem em meio ao espetáculo.

A “Marcha a Favor da Mulher e da Vida”, que foi do Paseo de la Reforma até o icônico monumento do Anjo da Independência da cidade, era composta principalmente por grupos católicos que se opõem à decisão da Suprema Corte no mês passado que descriminalizaria o aborto no México.

"O governo (...) está elevando o direito ao aborto como um direito de matar", declarou a manifestante Alma Bello, de 56 anos, à AFP. "Isso nos preocupa muito, porque não é o sentimento da maioria dos mexicanos."

Uma maca foi colocada no palco do protesto para que o ginecologista Fernando Urquiza fizesse um exame de ultrassom em Ana, de 15 anos, que está com 38 semanas de gestação.

Imagens do interior do útero da adolescente foram transmitidas em telas enormes em ambos os lados do palco, acompanhadas por gritos e aplausos da multidão.

“Tudo certo, pronto para nascer”, afirmou o médico, que se disse “muito animado” por fazer parte do ato. Quando questionada sobre como se sentia durante o exame, Ana respondeu apenas que estava "bem".

Alison Gonzalez, ativista católica e líder do Passos pela Vida, o grupo que organizou a passeata, afirmou que não se tratava de uma resposta a qualquer evento em particular - como a decisão da Suprema Corte - mas sim uma demonstração de "apoio nacional às mulheres".

“Precisamos de políticas que reconciliem o profissional com o materno, que garantam que possamos voltar para casa com segurança, que nos ajudem a seguir em frente diante de uma gravidez indesejada”, argumentou Gonzalez, de 26 anos, à AFP.

Em uma mobilização altamenta organizada, grupos chegaram em ônibus de cidades distantes com participantes carregando centenas de faixas, cartazes e placas na cor azul claro característica do movimento internacional “pró-vida”.

A crise migratória envolvendo haitianos se espalhou pelo México, com milhares de imigrantes retidos na fronteira sul, com a Guatemala, e outros lutando para sobreviver no norte, enquanto tentam entrar nos EUA. Nessa quinta-feira (30) o governo mexicano retomou os voos com deportados e enviou 70 pessoas de volta para o Haiti.

A Secretaria de Relações Exteriores (SRE) do México informou que o retorno de todos os imigrantes era "voluntário". O grupo decolou da cidade de Villahermosa, capital do Estado de Tabasco, para Porto Príncipe. As ações, segundo a SRE, fazem parte de acordos estabelecidos entre os dois países e tinham como objetivo "atender às necessidades dos haitianos no México".

##RECOMENDA##

Marcelo Ebrard, chanceler mexicano, disse que muitos refugiados não podem pedir asilo no México porque já receberam esse status em outros países. "Temos de dar refúgio aos haitianos que não ganharam essa condição em outros países", afirmou o chanceler. "Sabemos que existem muitos, mas ainda não sabemos quantos são."

A decisão do governo mexicano foi tomada dias depois de os EUA desmontarem um acampamento provisório com 15 mil imigrantes haitianos na cidade de Del Río, no Texas. A maioria está sendo deportada em sete voos diários para o Haiti - 3,5 mil foram enviados de volta entre os dias 17 e 27 de setembro, segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM), ligada à ONU.

Autoridades americanas confirmaram que a entrada de 12,4 mil haitianos foi liberada, para que eles possam acompanhar dentro dos EUA a tramitação do pedido de asilo. A crise migratória, mais visível no norte do México, também se desenrola no sul do país, na fronteira com a Guatemala. Na cidade de Tapachula, no Estado de Chiapas, o governo montou uma estrutura no Estádio Olímpico para receber 2 mil imigrantes.

Nesta quinta-feira, quatro agências da ONU fizeram um apelo para que governos de países da região ofereçam mecanismos de proteção ou acordos legais para defender o direito de milhares de imigrantes haitianos que estão em movimento pelo continente, principalmente com destino aos EUA.

A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), a Organização Internacional para Migrações (OIM), o Unicef e o Alto-Comissariado pediram que os países interrompam as deportações de haitianos "sem uma avaliação adequada". "A ONU e seus parceiros estão prestando assistência básica aos haitianos em vários pontos do trajeto e no Haiti. No entanto, é preciso fazer mais para lidar com suas vulnerabilidades", disseram as agências, em comunicado. (Com agências internacionais).

O paraíso americano se desfaz para Yslande e outros refugiados haitianos em um acampamento na fronteira com Ciudad Acuña. Em seu lugar, surge uma opção mais realista: legalizar sua residência e conseguir um emprego no México para sobreviver.

"Não estou com pressa de entrar nos Estados Unidos. Se eu encontrar uma oportunidade, sim, mas se não puder, não vou arriscar cruzar", diz Yslande Saint Ange, de 29 anos, que chegou ao país acompanhada do marido e da filha.

"Se eu não conseguir, e eles [as autoridades mexicanas] puderem nos ajudar com os papéis para podermos procurar emprego, alugar um quarto, ficaremos tranquilos", acrescenta com determinação.

Espalhados pelo parque Braulio Fernández, grupos de homens e mulheres deliberam.

As reuniões acontecem depois que uma operação policial assustou-os pouco antes do amanhecer de quinta-feira (23), quando o parque foi repentinamente cercado por dezenas de viaturas e mais de 100 policiais.

"Levantei correndo e disse pro meu marido que se levantasse para correr, porque a migração ia levar a gente", lembra Saint Ange.

- Voltar ao "inferno" -

Logo depois, funcionários do Instituto Nacional de Migração (INM) apareceram para informá-los de que a ação visava a "protegê-los" e "convidá-los" a deixar o espaço e voltar para Tapachula, na outra ponta do México. Eles ficariam nesta localidade para aguardar a resposta às suas solicitações de refúgio.

Situada na fronteira com a Guatemala, essa cidade está mergulhada no caos, em meio à presença de dezenas de milhares de centro-americanos e de haitianos que aguardam há meses a resposta da Comissão Mexicana de Ajuda aos Refugiados (COMAR), tendo de se virar como podem para comer e subsistir.

A grande maioria dos haitianos presentes em Ciudad Acuña deixou Tapachula por conta das dificuldades.

"Se eu for para Tapachula, como vou fazer? (...) Saí do meu país há quatro anos. Não tenho minha irmã, não tenho meu pai, não tenho nada. Nada!", exclamou entre lágrimas Hollando Altidor, de 25 anos, a um funcionário do INM.

"Tapachula parece um inferno para nós", acrescenta um jovem sentado ao lado de Altidor que se recusa a revelar seu nome.

Depois de discutir veementemente com outros colegas sobre o que fazer nas próximas horas, Marc Desilhomme, um jovem alto de 29 anos, diz que não se importa em ficar no México para enviar algum apoio para sua filha que mora no Chile.

"Por enquanto, não tenho nada. Não tenho dinheiro e tenho uma menina para ajudar. Preciso de papéis para trabalhar, porque você sabe que a migração te incomoda se não tiver papéis", explica.

- Resignação -

Os imperativos são maiores para quem viaja com crianças. Etlover Doriscar, de 32 anos, pegou o filho e a esposa pela mão e fugiu com a roupa do corpo, acreditando que seria detido durante a operação policial.

"Você não pode brigar com a polícia, ou com a imigração. Eles sabem o que podem fazer conosco, e nós não podemos fazer nada", afirma, resignado.

Tentar entrar nos Estados Unidos e correr o risco de ser deportado está fora de questão para Doriscar. Nos últimos dias, ele viu centenas de compatriotas devolvidos do país vizinho para Porto Príncipe.

Ele também não planeja voltar ao Brasil, onde aguentou sete anos como motorista de Uber com uma renda que não dava para sustentar a família.

Agora recuperada do choque, Sonja Pierre, uma mulher corpulenta de 43 anos com uma voz poderosa, insiste em que as autoridades não devem forçá-los a voltar para Tapachula para concluírem suas solicitações.

"Que o COMAR faça uma visita aqui", diz Pierre, que chegou a Ciudad Acuña há uma semana. "Somos pobres, procuramos trabalho. Não estamos de férias", afirma.

A semifinal da Liga dos Campeões da Concacaf entre Cruz Azul e Monterrey foi interrompida por causa de cantos homofóbicos vindos da torcida mandante. O árbitro Cesar Ramos suspendeu a partida por dez minutos no segundo tempo e mandou os times de volta para o vestiário.

Em 2019, a Fifa criou um protocolo antidiscriminação que inclui três passos a serem seguidos pelos árbitros. Ramos aplicou o segundo, que indica a interrupção do jogo por minutos, permitindo que os atletas se dirijam ao vestiário e voltem quando a situação estiver controlada ou mais calma.

##RECOMENDA##

Após o cumprimento do protocolo, a partida foi reiniciada no Estádio Azteca, casa do Cruz Azul, que perdeu o confronto para o Monterrey por 4 a 1 e foi eliminado do torneio continental. "Essa linguagem e comportamento não serão tolerados pela Concacaf em suas competições", publicou a conta oficial do campeonato no Twitter.

Em junho, a Fifa já havia banido a torcida mexicana por dois jogos devido a cantos discriminatórios. A final da Liga dos Campeões da Concacaf será disputada em outubro entre Monterrey e América do México. O México é o maior vencedor da competição, com 36 títulos.

O histórico de gritos preconceituosos vindos de torcedores mexicanos está longe de ser recente. Ao menos desde a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, é comum ouvir o cântico "eeeeeehhh, puto!" a cada vez que o goleiro rival cobra um tiro de meta. A expressão é uma forma vulgar de se referir a quem é homossexual. Em 2018, na Copa da Rússia, a Fifa abriu um procedimento disciplinar contra a Federação Mexicana de Futebol por conta do comportamento dos torcedores em um jogo contra a Alemanha.

Um dos principais líderes das manifestações em favor do presidente Jair Bolsonaro, Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, está no México. Considerado foragido da Justiça, ele, primeiro, afirmou que se entregaria às autoridades. Pouco depois, avisou que continuará em fuga e orientou bolsonaristas a "invadir Brasília".

Com ordem de prisão expedida, Zé Trovão continua dando instruções para apoiadores de Jair Bolsonaro pelo Brasil, por meio das redes sociais. Um dos principais meios de comunicação é um canal do Telegram com mais de 24 mil seguidores.

##RECOMENDA##

Mais cedo, ele falou que estava cansado de fugir e que esperaria a polícia prendê-lo, em um hotel no México.

"Em alguns momentos, eu devo ser preso. Eu não vou mais fugir. Chega, eu estou cansado disso. Para quem não sabe, estou no México. A embaixada brasileira acaba de entrar em contato com o hotel que eu estou. Em alguns momentos, provavelmente a polícia vem aqui me recolher", afirmou.

Cerca de duas horas e meia depois, ele fez uma nova gravação. Desta vez, avisou que continuaria fugindo das autoridades. No mesmo vídeo, incitou bolsonaristas a "entrar em Brasília" para colocar pressão no Senado e no presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

"Estou mais uma vez fugido. Não vou me entregar, não querem que me entregue. Não vou me entregar. Estou lutando com vocês. Vamos para cima, vamos entupir Brasília, minha gente. Entrem em Brasília agora todo mundo. Cadê o povo de Brasília para entupir Brasília e ir para a frente do Senado Federal? Precisamos cobrar uma atitude de Rodrigo Pacheco. Está na hora", afirmou.

Cabe a Pacheco decidir sobre início de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco já rejeitou um pedido contra o ministro Alexandre de Moraes apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Temos que agir agora. Cadê o povo brasileiro? Vamos invadir Brasília. Precisamos de todo o povo em Brasília. Ao mesmo tempo, precisamos de todo o povo das cidades nas rodovias. Vamos trancar as rodovias", afirmou Zé Trovão.

O próprio presidente Jair Bolsonaro já pediu para que caminhoneiros parem com as paralisações em rodovias porque elas prejudicam a economia e os mais pobres. Ao menos 15 estados registraram protestos nas estradas.

Bolsonaristas não acreditaram na veracidade da gravação. O próprio Zé trovão a pôs em dúvida e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, precisou aparecer em vídeo confirmando que a mensagem havia sido gravada pelo presidente.

Após ser contrariado pelo governo, Zé Trovão tenta desassociar o presidente dos protestos de caminhoneiros. Agora, segundo o foragido, as manifestações não são nem em defesa do presidente, mas a favor do Brasil.

"Pelo amor de Deus, as paralisações precisam ter faixas com a cara do Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal), pedindo o impeachment dele. Tirem as faixas em que está escrito Bolsonaro, apoio a Bolsonaro. Tirem essas faixas, pelo amor de Deus. Não estamos lutando a favor do Bolsonaro, estamos lutando a favor da família brasileira", afirmou, em vídeo divulgado no início da tarde desta quinta, 9.

Na última terça-feira (7), o México foi atingido por um forte terremoto, classificado como um abalo sísmico de magnitude sete na escala Richter, deixando ao menos uma pessoa morta. Apesar de os tremores terem sido sentidos até mesmo na capital do país, a Cidade do México, uma das regiões mais afetadas foi o município de Acapulco, no estado de Guerrero - onde foram realizadas as gravações do seriado Chaves.

De acordo com o colunista Leo Dias, entre os danos causados à cidade está o desabamento da cobertura do Hotel Empório, local que serviu de cenário para a famosa série mexicana e que preservava boa parte da edificação original. A parte frontal da construção caiu sobre os carros dos hóspedes, causando grandes danos.

##RECOMENDA##

Na capital, não foram registrados grandes danos - mas diversos pontos da cidade sofreram com falta de luz e grande parte da população acabou evacuando casas e apartamentos durante a noite.

Um terremoto de magnitude 7,0 atingiu o sudoeste do México, na região próxima ao balneário de Acapulco, no Estado de Guerrero, na noite da terça-feira (7). O tremor provocou danos a prédios e deslizamentos de terra, bloqueando estradas.

Até o momento, uma morte foi notificada. Segundo as autoridades locais, um homem morreu esmagado por um poste.

##RECOMENDA##

Os reflexos do terremoto também foram sentidos na capital do país, Cidade do México, localizada a cerca de 370 km do epicentro.

Com medo do tremor, pessoas deixaram suas casas e apartamentos durante a noite.

Segundo a prefeita Claudia Sheinbaum não há registros de danos graves no local, mas alguns pontos da capital registram falta de luz.

Em comunicado, a concessionária mexicana de energia afirmou que 1,6 milhão de usuários foram afetados pelo terremoto por todo o país, incluindo moradores da capital e de cidades vizinhas, além de residentes dos Estados de Guerrero, Morelos e Oaxaca.

O sismo de magnitude 7,0 foi inicialmente medido como 7,4 pelo Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

De acordo com o instituto, por ter sido registrado muito próximo à superfície, cerca de 12,5 km abaixo do solo, o efeito de agitação do tremor foi amplificado. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A atriz Gabriela Spanic, conhecida por protagonizar a novela 'A Usurpadora', foi escalada para integrar o elenco de 'La Casa de los Famosos', versão adaptada do 'Big Brother' México. Aos 47 anos, a venezuelana entrou no reality show na semana passada. Entrevistada pelo jornal 'La Opinión', Gaby disse que sua entrada na atração se deu por conta do filho de 13 anos.

"Perguntei ao meu filho e ele me disse algo muito importante: 'Vá, mamãe, para que as pessoas a vejam como você realmente é, pois já falaram tantas coisas sobre você'. E eu disse que ele tinha toda a razão", explicou a beldade, pouco antes de ser confinada com os outros participantes.

##RECOMENDA##

Gaby Spanic também contou que o programa dá a oportunidade de os telespectadores acompanharem as celebridades como elas realmente são: "Este é um reality show que humaniza os famosos, porque nos verão sem filtros, nossa maneira de ser, de nos comportarmos. Verão uma Gabriela que é a antítese do que disseram sobre ela, sem cílios postiços ou acordando com um vestido de lantejoulas".

Embora esteja prendendo a atenção de muita gente, a atriz e cantora vem demonstrando no programa atitudes itensas. Nos primeiros dias, Gaby já discutiu com uma ex-miss. A intérprete das personagens Paulina e Paola Bracho não gostou de ser chamada de "A Spanic", dando a entender de que fosse melhor que outra pessoa. Sem papas na língua, a beldade rebateu a expressão.

"Me pareceu um tanto desrespeitoso. Você disse que é minha irmã, mas eu não fico falando assim de você", disse, na conversa que teve com Alícia Machado. Nas redes sociais, diversas pessoas criticaram a postura de Gaby Spanic. Muitas delas disseram que Alícia reconheceu o erro, mas que Gaby continuou a polemizar o assunto.

O México registrou nesta quarta-feira (18) o maior número de novos casos confirmados de Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia, com 28.953 infecções, em meio a uma terceira onda incontrolável.

Com estes números, os casos acumulados alcançaram 3,152 milhões desde o começo da crise sanitária, que teve início no México no fim de 2020, segundo um boletim técnico da secretaria de Saúde.

O número de falecimentos, enquanto isso, foi de 940 em um dia, o mais alto desde 2 de março, quando foram contabilizados 1.035 óbitos, segundo contagem da AFP elaborado com base em dados oficiais.

Segundo a mesma contagem, o pico de óbitos registrados no México em 24 horas ocorreu em 22 de janeiro, com 1.803 falecimentos.

A cifra acumulada atingiu nesta quarta 250.469 mortos, o que situa o México - de 126 milhões de habitantes - como o quarto país mais enlutado do mundo em números absolutos, atrás dos Estados Unidos, Brasil e Índia.

A terceira onda, que atinge especialmente as pessoas de 18 a 39 anos por serem o grupo mais atrasado no processo de vacinação, levou o governo a declarar alerta máximo sanitário na capital mexicana desde a primeira semana de agosto, embora não tenham sido adotadas medidas restritivas.

A Cidade do México, de 9,2 milhões de habitantes, é o epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de casos e óbitos.

Apesar do repique, a ocupação nos hospitais se mantém longe do pico de janeiro, durante a segunda onda, quando superou 90% dos leitos, graças à vacinação. Atualmente, estão ocupados 38% dos leitos gerais e 40% dos equipados com respiradores, segundo dados da prefeitura.

No México, 55,3 milhões de pessoas tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a covid, das quais 29,9 milhões estão com o esquema vacinal completo.

O México registrou nesta terça-feira (10) 786 mortes por Covid-19, o número mais alto de óbitos registrados em 24 horas durante a terceira onda da pandemia, que afeta o país, segundo dados do governo.

A secretaria da Saúde informou nesta terça que o número de óbitos pelo novo coronavírus chegou a 245.476, enquanto os casos confirmados somaram 2.997.885, ou seja, 19.555 a mais do que na segunda-feira.

A última vez que o México superou as 700 mortes foi em 10 de abril, quando foram registrados 874 falecimentos. Em 22 de janeiro o México reportou 1.803 óbitos, segundo uma contagem da AFP feita com base em dados oficiais.

O repique, que atinge especialmente os jovens, levou o governo a declarar na sexta-feira passada alerta máximo na capital - de 9,2 milhões de habitantes -, mas sem medidas restritivas.

O México, com 126 milhões de habitantes, é o quarto país com mais óbitos na pandemia, surgida no México no fim de março de 2020. A nova onda se deve à variante delta, mais contagiosa.

Apesar da alta, a ocupação hospitalar se mantém longe do pico de janeiro, que superou os 90% de leitos, graças à vacinação. Atualmente, estão ocupados 54% dos leitos gerais e 45% dos equipados com respiradores, segundo o governo.

Enquanto isso, 51 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose da vacina anticovid e delas, 27,6 milhões completaram o esquema vacinal.

Nesta terça teve início a vacinação da população de 18 a 29 anos.

O México venceu o Japão por 3-1, esta sexta-feira em Saitama, e conquistou a medalha de bronze do torneio olímpico de futebol masculino, o segundo pódio do país na modalidade após o ouro em Londres-2012.

Sebastián Córdova abriu o placar de pênalti aos 13 minutos e Johan Vásquez ampliou aos 22. Na segunda etapa, Alexis Vega (58) fez o terceiro gol dos mexicanos. Aos 78, Kaoru Mitoma descontou para a equipe da casa.

##RECOMENDA##

Esta é a quarta medalha da delegação mexicana em Tóquio-2020, todas de bronze.

A final do torneio masculino será disputada no sábado entre o Brasil, atual campeão e que eliminou o México nas semifinais (0-0, 4-1 nos pênaltis), e Espanha, que derrotou o Japão com um gol na prorrogação (1-0).

O governo do México entrou nesta quarta-feira (4)com um processo na Justiça americana contra grandes fabricantes de armas dos EUA no qual pede compensação financeira pela onda de violência relacionada ao narcotráfico que atinge o país há mais de 15 anos. Os mexicanos alegam que a falta de controle das empresas contribui para o fluxo ilegal de armas pela fronteira.

A ação incomum foi ajuizada no tribunal federal dos Estados Unidos em Boston - sede de grande parte de empresas como Smith & Wesson, Glock, Colt e outras. Cerca de 2,5 milhões de armas ilícitas americanas foram despejadas pela fronteira na última década. As vendas legais de armas no México são fortemente restritas.

##RECOMENDA##

A ação sustenta que os fabricantes de armas americanos têm consciência de que seus produtos são traficados e utilizados em atividades ilícitas contra a população civil e autoridades mexicanas. Além dos danos financeiros solicitados - que as autoridades mexicanas estimam que podem chegar a US$ 10 bilhões (o equivalente a R$ 52,02 bilhões) se o processo for bem-sucedido -, também busca a adoção de controles mais rígidos sobre as vendas e melhores recursos de segurança nas armas. Além disso, pede que as empresas façam estudos e campanhas na mídia para prevenir o tráfico de armas.

As empresas não comentaram o processo. Mas, no passado, os fabricantes de armas negaram responsabilidade por crimes em que suas armas foram usadas. A indústria de armas de fogo afirma que tenta garantir que as armas só possam ser compradas por aqueles legalmente autorizados a possuí-las.

Uma lei federal americana que entrou em vigor em 2005 protege os fabricantes de armas da maioria das reivindicações de responsabilidade civil, dificultando o sucesso de ações judiciais como a do México.

Violência

Nos últimos anos, cartéis de drogas se dividiram em grupos menores e rivais que se diversificaram em atividades criminosas como extorsão e sequestro. Enquanto isso, as redes de drogas aumentaram os embarques de heroína, metanfetaminas e fentanil para os Estados Unidos.

Sucessivos presidentes mexicanos tentaram estancar a violência reformando o sistema de justiça, visando os chefões do tráfico e aumentando os benefícios sociais para afastar os jovens do crime. Mas eles tiveram poucos resultados. Analistas de segurança dizem que o governo não teve vontade política para realizar uma transformação mais profunda nos tribunais e na polícia que pudesse combater a corrupção e a impunidade para os crimes de drogas.

As organizações criminosas mexicanas podem obter armas de nível militar por meio de um intermediário nos Estados Unidos com relativa facilidade.

Nos últimos anos, por exemplo, o uso de fuzis de precisão calibre .50 cresceu no México. A arma foi usada por organizações criminosas para atingir altos funcionários mexicanos.

Retórica

Em 2018, durante sua disputa pela presidência, Andrés Manuel López Obrador prometeu romper com as táticas fracassadas de seus antecessores para combater o narcotráfico. Em vez de prender e matar traficantes como os líderes anteriores haviam feito, ele focaria nas causas da violência.

Em paralelo ao discurso contra o tráfico de armas, López Obrador também dobrou seu apoio às Forças Armadas, abraçando a militarização que também marcou os governos anteriores.

Um pilar central de sua estratégia para combater o crime foi a criação da Guarda Nacional, uma força de segurança federal com 100 mil integrantes mobilizados em cerca de 180 quartéis regionais em todo o país. Na semana passada, López Obrador anunciou que a guarda receberia um financiamento adicional de US$ 2,5 bilhões.

Em todo o México, os assassinatos caíram menos de 1% desde que López Obrador tomou posse. Isso foi o suficiente para o presidente alegar, em um discurso no mês passado, que havia ocorrido uma melhora em um problema herdado por seu governo.

"Há uma situação de violência incontrolável e uma trágica deterioração da segurança pública no México", diz Angelica Duran-Martinez, professora de ciência política da Universidade de Lowell. "Não há uma política de segurança clara." (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A seleção brasileira masculina de futebol derrotou o Mexico nos pênaltis nesta terça-feira e vai disputar a final dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Após empate sem gols na prorrogação e tempo normal numa partida amarrada, chata e com mais cartões amarelos do que lances criativos em Kashima, a equipe acertou todas as quatro penalidades que bateu e o goleiro Santos também brilhou e foi determinante para a classificação do Brasil, que se vingou da derrota na decisão para os mexicanos na Olimpíada de Londres, em 2012.

Daniel Alves, Gabriel Martinelli, Bruno Guimarães e Reinier bateram com precisão suas cobranças, enquanto que Eduardo Aguirre e Vásquez pararam em Santos e na trave, respectivamente. Tristeza dos mexicanos e festa dos brasileiros, que comemoraram efusivamente e choraram após a suada vitória no Japão.

##RECOMENDA##

Com a vaga na final, o Brasil garantiu ao menos a prata e, com isso, assegurou sua sétima medalha na história do torneio de futebol masculino nos Jogos Olímpicos. Na decisão, a sua terceira seguida em Olimpíada, e a quarta no total, vai enfrentar Japão ou Espanha, que duelam também nesta terça. O jogo que vale o bicampeonato olímpico à seleção brasileira será sábado, às 8h30 (horário de Brasília), em Yokohama.

Com a garantida medalha em Tóquio, a seleção estará no pódio olímpico pela quarta vez consecutiva, feito alcançado anteriormente somente pela Iugoslávia, entre 1948 e 1960. A meta é conquistar o bicampeonato olímpico, algo que somente Grã-Bretanha, Uruguai, Hungria e Argentina conseguiram até hoje.

O Brasil foi superior ao México no primeiro tempo, mas não exerceu o domínio que fizeram em jogos anteriores. Passou mais tempo com a bola, criou três oportunidades claras, chegou a ter um pênalti a seu favor - anulado posteriormente - mas não controlou o rival.

Três arremates de Arana, Antony e Daniel Alves, este em cobrança de falta, todos defendidos por Ochoa, representarem os lances de maior perigo do time de André Jardine. Houve também um pênalti marcado em Douglas Luiz que o árbitro búlgaro Georgi Kabakov anulou depois de rever o lance no VAR. Substituto do lesionado Matheus Cunha, Paulinho mal apareceu na partida.

Os mexicanos passaram boa parte da etapa inicial correndo atrás dos brasileiros, na marcação, mas a proposta era justamente essa para, quando surgisse uma oportunidade, sair em transição rápida para o ataque. E isso aconteceu duas vezes no fim. Foram os dois principais lances de perigo dos primeiros 45 minutos.

Na primeira chance, aos 41, Romo foi acionado dentro da área e bateu de primeira, com força. Santos se esticou para espalmar e salvar a seleção brasileira. Quatro minutos depois, Claudinho errou passe de calcanhar no meio de campo e permitiu contra-ataque do México. Antuna foi lançado dentro da área, dominou e chutou em direção ao gol, mas dessa vez foi Diego Carlos que apareceu para fazer o corte providencial.

Se o primeiro tempo não foi tão bom, o segundo foi pior. O Brasil perdeu ritmo e nada fez durante 25 minutos, até que Antony tentou dar fim à passividade com um lance individual que terminou com finalização fraca em cima de Ochoa. Insatisfeito, Jardine lançou mão de Gabriel Martinelli na vaga do improdutivo Paulinho e de Reinier no lugar de Claudinho, irreconhecível nesta terça.

O que se viu em Kashima na etapa final foi um jogo picotado, truncado, repleto de faltas duras e reclamações e com ausência de bom futebol. As faltas sucessivas e o medo de um dois levar um gol impediram que a partida se desenrolasse, tanto que o tempo com a bola parada foi superior ao com a bola rolando.

Sem a criatividade para penetrar na zaga adversária, o talento de Daniel Alves e o oportunismo de Richarlison quase garantiram a vitória brasileira. Aos 36 minutos, o experiente lateral cruzou com perfeição para o atacante, artilheiro da Olimpíada, se antecipar ao zagueiro e cabecear com estilo. A bola, no entanto, tocou caprichosamente na trave esquerda e cruzou a pequena área, sem ninguém para completar para as redes. Foi a melhor chance da partida.

Na prorrogação, o roteiro foi semelhante aos minutos anteriores. A diferença foi que o Brasil voltou a ser dono das ações e passou a se arriscar em busca da vaga na final diante de um adversário que abriu mão de jogar futebol e se preocupou em fazer faltas e quebrar o andamento do confronto.

A seleção brasileira ocupou o campo ofensivo e tentou explorar os lados. Mas, sem a criatividade necessária para derrubar o bloqueio defensivo mexicano, viveu de bolas aéreas e arremates sem direção. Resultado: nenhum gol, mas mais alguns cartões amarelos em um duelo amarrado, chato, do jeito que quis o time mexicano, que fez tudo para que a partida fosse decidida nos pênaltis. Mas nas penalidades, os brasileiros tiveram 100% de aproveitamento e os mexicanos falharam. Festa do Brasil em Kashima!

FICHA TÉCNICA

MÉXICO 0 (1) X 0 (4) BRASIL

MÉXICO - Ochoa; Loroña, Montes, Vásquez, Jesús Angulo (Mora) e Romo; Esquivel (Carlos Rodríguez), Córdova (Ricardo Angulo); Antuna (Lainez), Martín (Eduardo Aguirre) e Vega (Alvarado). Técnico: Jaime Lozano.

BRASIL - Santos; Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Guilherme Arana; Douglas Luiz (Douglas Luiz), Bruno Guimarães e Claudinho (Reinier); Paulinho (Gabriel Martinelli), Antony (Malcom) e Richarlison. Técnico: André Jardine.

ÁRBITRO - Georgi Kabakov (Bulgária)

CARTÕES AMARELOS - Montes, Diego Carlos, Antony, Lainez, Bruno Guimarães, Loroña, Reinier, Romo, Martín, Douglas Luiz

LOCAL - Estádio de Kashima, no Japão.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando