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O novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, avaliou, em entrevista após a cerimônia de transmissão de cargo, que as medidas que já estão sendo adotadas darão resultados rapidamente. Ele disse que alguns ajustes já começaram a ser feitos, como a elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e as medidas de correção de "excessos e distorções" em programas de seguro-desemprego, abano salarial e Previdência Social.

"As medidas que estão sendo adotadas darão resultado rapidamente, a economia vai absorver esses resultados e é possível que a gente volte a crescer num prazo rápido. Não vamos definir prazo, mas o próprio mercado já prevê um crescimento maior em 2016", afirmou.

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Para ele, à medida que a economia brasileira absorver os impactos dos ajustes e correções que estão sendo feitos, haverá uma restauração da confiança. "E a atividade vai responder", previu.

Questionado sobre os gastos públicos com servidores, Barbosa respondeu: "vamos tratar desse assunto no momento certo, está na agenda do governo e especialmente deste Ministério, tratar da nova política de remuneração dos funcionários públicos", afirmou, disse.

Segundo ele, o acordo atual de reajuste do funcionalismo vale até este ano e o reajuste para 2015 já está definido. "Vamos discutir com sindicato e servidores a política dos próximos anos", afirmou.

Salário mínimo

O novo ministro garantiu que continuará a haver aumento real do salário mínimo e disse que a proposta será enviada ao Congresso Nacional "em momento oportuno". "A regra atual ainda vale para 2015, acabou de ser editado decreto com base na regra atual. Vamos propor nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso Nacional. Continuará a haver aumento real do salário mínimo", afirmou.

Barbosa evitou fazer projeção ou traçar cenário para inflação e disse que essa tarefa cabe ao Banco Central. "Toda a equipe econômica partilha do objetivo de trazer a inflação para o centro da meta no prazo adequado - segundo Tombini, até 2016. Daremos nossas contribuição para isso", disse.

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, evitou falar em nomes para a sua equipe e antecipou que deve aguardar a cerimônia de transmissão do cargo, marcada para a segunda-feira, para tomar a iniciativa.

Ao falar rapidamente após a solenidade de transmissão de cargo no Ministério do Planejamento, de Miriam Belchior para o novo ministro da pasta, Nelson Barbosa, Levy foi logo dizendo aos repórteres: "Eu quero dar uma notícia: a não ser em situações excepcionais, eu não dou notícia nem entrevista em portaria, vocês terão mais tranquilidade".

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Questionado sobre o anúncio de pacote de medidas, o ministro disse que "não trabalhamos com surpresa". E sobre corte no Orçamento, ele foi sintético: "Há um rito de programação orçamentária que todos vocês conhecem".

Ao final da entrevista, ele mais uma vez insistiu: "Eu não dou notícia em portaria de ministério". Essa prática foi adotada pelo antecessor de Levy, Guido Mantega, que costumava conceder entrevistas e anunciar medidas em portaria.

O ex-ministro dos Portos, César Borges, transmitiu o comando da pasta para o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) na manhã desta sexta-feira (2) agradecendo à presidente Dilma Rousseff por ter lhe dado o comando de "duas importantes pastas". Ele também foi titular dos Transportes na gestão Dilma e, agora, é cotado para administrar a Empresa Brasileira de Logística (EPL), criada pelo governo para desenvolver projetos de infraestrutura.

Em seu discurso de despedida, após seis meses em Portos, Borges afirmou que o País precisa "modernizar os nossos portos e buscar parceiros para investir". O ex-ministro também aproveitou para afagar a presidente e o núcleo político do Palácio do Planalto. "Nós avançamos (em investimentos) porque houve esforço do governo, com muitas mentes que se debruçaram sob o comando da presidente Dilma e da Casa Civil, com a ministra Gleisi Hoffmann e, agora, o ministro Aloizio Mercadante, para garantir novos marcos regulatórios", disse.

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Ele afirmou que as "bases estão lançadas" para novos investimentos portuários, após a provação do novo marco regulatório, a MP dos Portos, de 2013. Mas cobrou celeridade dos investimentos. "O que é necessário é velocidade na implantação dos programas (de investimento)", sugeriu.

Em discurso de transmissão do cargo para o seu sucessor, Nelson Barbosa, a ex-ministra do Planejamento, Miriam Belchior, terminou sua fala emocionada e enxugou as lágrimas depois de agradecer a oportunidade de chefiar a Pasta no governo petista e citar Celso Furtado.

"Nelson, a responsabilidade de ocupar um cargo já ocupado por Celso Furtado, será para você, como foi pra mim, uma enorme responsabilidade e um poderoso estímulo nessa nossa jornada em busca de um Brasil melhor para todos", afirmou na conclusão do discurso e foi aplaudida de pé pelo auditório, que conta com a presença do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. A voz de Miriam começou a ficar emocionada quando agradeceu a confiança de Dilma Rousseff.

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A ex-ministra falou da importância de consolidar as conquistas alcançadas nos governos Lula e Dilma e "continuar avançando rumo ao Brasil dos nossos sonhos, mais desenvolvido e menor desigual". Miriam aproveitou a oportunidade para fazer um balanço das ações da Pasta nos últimos anos.

"Este ministério inovou nas ações de planejamento e desenvolvimento, adotando novos conceitos e novas práticas", disse. Miriam disse, ainda, que "é evidente que existem muitos desafios a superar" e afirmou saber que Barbosa será capaz de identificar iniciativas que devem continuar e implementar novas.

Miriam afirmou que a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vem ampliando a cada ano, falou do uso do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), e disse que o acesso do cidadão às metas do governo se tornou mais eficaz.

Ela disse, ainda, que na administração do patrimônio da União o ministério seguiu destinando áreas para uso social e ambiental, aperfeiçoou regras de governança e transparência e disse que houve avanço substantivo nas estatísticas nacionais. Citou, ainda, que a central de compras inovou as contratações, "enfrentando interesses de mercado".

O ministério que a presidente Dilma Rousseff montou para seu segundo governo contempla dez partidos da base aliada em 39 pastas. São três partidos a mais do que os sete do início do seu primeiro governo. Na época, eram 37 os ministérios - Aviação Civil e Micro e Pequenas Empresas foram criados depois. O primeiro abrigou o PMDB e o segundo, o PSD.

Como Dilma levou para o governo também o PRB, que assumiu a pasta da Pesca em 2012, e perdeu o PSB, que rompeu com seu governo em 2013, ela terminou o primeiro mandato com oito partidos na base. Ao chegar aos dez, agora, bate o recorde no número de siglas no apoio parlamentar a um presidente em toda a história republicana.

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O amplo leque de legendas ao seu redor, no entanto, não vai garantir a Dilma um apoio numérico maior do que o anterior. Pelo contrário. Quando iniciou o governo, em 2011, a base de Dilma tinha 394 deputados (76,8% do total). A atual, montada em cima de uma dezena de partidos, terá 329 (64,1%). A diferença no tamanho da base se deve à fragmentação partidária no Parlamento e ao fato de a oposição ter crescido na última eleição e o governo encolhido. O PT, por exemplo, caiu de uma bancada de 86 para 70 agora.

Padrinho.

Quando assumiu o primeiro mandato, em 2011, Dilma herdou do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva 12 ministérios. Desta vez, montou um ministério com poucos integrantes ligados a Lula, entre eles o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o ministro da Saúde, Arthur Chioro, estes dois oriundos do primeiro governo.

Para montar uma equipe que contemplasse mais partidos da base aliada e tivesse menos nomes ligados a Lula, Dilma enfrentou muitas críticas.

Principalmente as vindas de dentro do próprio PT. O senador Jorge Viana (AC), por exemplo, que é amigo de Lula, disse ao Estado que a fórmula usada pela presidente "é um câncer". Ele lembrou que Dilma não vai disputar a reeleição. Portanto, na sua visão, ela não precisaria ter agido assim, porque "certamente vai ficar refém dos partidos no Congresso". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A escolha de dois amigos gaúchos - Miguel Rossetto na Secretaria-Geral da Presidência e Pepe Vargas nas Relações Institucionais - para ocupar gabinetes no Palácio do Planalto e do também camarada Jaques Wagner para a Defesa irá acirrar a disputa sobre o setor da Esplanada que irá influenciar mais as decisões da presidente Dilma Rousseff durante seu segundo mandato.

Até agora, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reinava sozinho como conselheiro direto da presidente. Os antigos titulares da articulação política e da Secretaria-Geral, Ricardo Berzoini, que foi escolhido para as Comunicações, e Gilberto Carvalho, que deixou o governo, eram considerados mais ministros do ex-presidente Lula do que de Dilma.

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Mercadante, ao contrário, participou de todas as conversas com a presidente para a escolha dos novos ministros, fossem do PT, fossem de partidos aliados. Ele foi também peça-chave na administração da crise durante as manifestações de rua de junho de 2013, quando a popularidade de Dilma despencou.

Atuou ainda ativamente na campanha à reeleição da presidente, dividindo a posição com Miguel Rossetto. Além de influenciar na governança durante os próximos quatro anos, ter a preferência presidencial pode ser determinante na escolha do próximo candidato à Presidência em 2018, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não entre na disputa.

Desejos

Mercadante, que foi candidato a vice na chapa de Lula, em 1994, sonha em ser o escolhido do PT e da presidente para a disputa numa eventual recusa do ex-presidente. O mesmo desejo tem Jaques Wagner. De acordo com informações de pessoas próximas ao ex-governador baiano e agora ministro, ao convidá-lo para o Ministério da Defesa, a presidente Dilma afirmou que vai precisar dos conselhos dele no dia a dia da política.

Wagner decidiu lutar pela casa que o Patrimônio da União cedeu ao então ministro José Dirceu (Casa Civil) no primeiro governo de Lula, até surgir o escândalo do mensalão, que o derrubou. A casa, que fica na Península dos Ministros, no Lago Sul, costuma ser reservada a um auxiliar que frequenta o gabinete presidencial. Mercadante mora no outro extremo, no Lago Norte.

O ex-governador se aproximou muito da presidente quando ambos foram ministros de Lula. Na campanha à reeleição, Wagner garantiu a Dilma a vitória no 4º maior colégio eleitoral do Brasil.

A presença marcante do ex-governador baiano nesta gestão também funcionará como uma ponte da presidente com a Nordeste.

Cardozo

Outro ministro que não despacha no Palácio do Planalto desponta como conselheiro da presidente. É o caso de José Eduardo Cardozo, que continuará à frente da Justiça. Dilma tem a intenção de indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal.

Junto com os outros quatro ministros, Cardozo deverá participar do chamado "núcleo duro" do governo, que funcionará como uma espécie de comitê informal de aconselhamento presidencial, prometido para o segundo mandato por Dilma em nome do "diálogo" e como gesto de descentralização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa dos nomes anunciados pela presidente Dilma Rousseff até o momento para composição do governo no próximo mandato e refutou a existência de divergência interna no PT sobre o assunto. "O PT está coeso na defesa do governo Dilma", disse Cardozo na tarde desta terça-feira, 30.

Nesta segunda-feira, 29, ao anunciar novos nomes para a Esplanada dos Ministérios, Dilma afastou a influência do grupo mais ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cardozo, cuja permanência no Ministério da Justiça deve ser confirmada até amanhã pela presidente, minimizou o fato. "Não existe divergência. É absolutamente natural que, às vezes, pessoas se manifestem querendo que seu grupo seja mais contemplado, mas isso é da vida", disse.

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O deputado Pepe Vargas - que ocupará a Secretaria de Relações Institucionais - e o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, em substituição a Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho, fazem parte da nova composição dos responsáveis pela articulação política dentro do Palácio do Planalto. As trocas são vistas como distanciamento de Lula, já que ambos integram no PT a corrente Democracia Socialista (DS) e não a majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), do ex-presidente. Para o ministro da Justiça, o governo que tem sido montado por Dilma para o próximo mandato é "adequado às propostas que a presidente lançou durante a campanha eleitoral".

"Não vejo com surpresa nenhum dos nomes colocados. A presidente escolheu os nomes que julga melhor", completou Cardozo. Ele não precisou se o anúncio das 15 cadeiras restantes na Esplanada será feito hoje ou amanhã (31), último dia antes da posse do novo governo.

Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, publicada nesta tarde, Pepe Vargas também rejeitou um eventual conflito entre Lula e Dilma na escolha dos novos ministros, ao dizer que todos se sentem "tanto dilmistas quanto lulistas".

Petrobras

Questionado sobre a decisão da presidente Dilma de profissionalizar o conselho de administração da Petrobras, diante dos escândalos de corrupção que atingem a estatal, Cardozo afirmou que a presidente "irá conduzir esse processo (de mudança) dentro da percepção que julgar melhor para a Petrobras e para o País". Ele evitou responder se a mudança comportaria extinguir cadeiras de ministros no conselho da empresa, por exemplo.

Cardozo participou nesta tarde da inauguração do Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle (CIICC) em Goiânia (GO), ao lado do governador reeleito Marconi Perillo (PSDB).

O setorial de Direitos Humanos do Partido dos Trabalhadores divulgou na tarde desta terça-feira (30) uma nota na qual pede a substituição da atual ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti (PT-SC), no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o documento veiculado na página oficial do setorial no Facebook, é "fundamental" uma "sinalização à esquerda" e a indicação de "um quadro da área na SDH". "O governo Dilma está sendo atacado por colocar ministros completamente estranhos às suas pastas, manter a atual ministra na pasta de Direitos Humanos seria corroborar com isso", afirma o texto.

O setorial petista também alega que a nomeação de uma pessoa não caracterizada com a militância de Direitos Humanos, numa referência à Ideli, "fez com que nenhuma política específica da pasta avançasse". O grupo lembra que a SDH tradicionalmente foi chefiada por pessoas ligadas à área, como Nilmário Miranda, Paulo Vannuchi e Maria do Rosário.

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"Ficando a SDH com o Partido dos Trabalhadores, há um entendimento que a Ministra deu a sua contribuição, mas é necessária para qualificação da SDH a nomeação de algum petista ligado à área dos Diretos Humanos", conclui o documento.

Ideli Salvatti foi ministra das Relações Institucionais no primeiro governo Dilma mas, com a presidente fragilizada pela eclosão de denúncias de corrupção na Petrobras, foi substituída pelo ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP), que será o titular das Comunicações no segundo mandato. Ideli foi deslocada para os Direitos Humanos.

O coordenador do setorial, Rodrigo Mondego, afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que Ideli "não foi para o enfrentamento na defesa dos direitos humanos". "A Ideli ficou em um mandato tampão. Ela é uma figura que não tem afinidade com os direitos humanos", disse.

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem mantido total discrição sobre os nomes da sua equipe, mas no Ministério da Fazenda a especulação que ganha força é de que poderá haver uma solução interna para o comando do Tesouro Nacional. O cargo é chave para a estratégia do ministro de recuperar a credibilidade da política fiscal e a confiança dos investidores.

Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, a possibilidade de um funcionário da casa substituir o secretário Arno Augustin no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff vem sendo aventada nas últimas semanas. Embora os rumores sejam fortes, há apostas de que a escolha para o Tesouro virá de fora do Ministério da Fazenda.

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As opções internas mais citadas nos corredores da Fazenda são as dos subsecretários da Dívida Pública, Paulo Valle, e de Política Fiscal, Marcus Pereira Aucélio. Os dois trabalharam com Joaquim Levy na época em que ele foi secretário do Tesouro durante a gestão de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, no início do governo Lula. Enquanto Valle cuida da gestão e administração da Dívida Pública, Aucélio é o homem do caixa do Tesouro, sendo responsável pela liberação dos recursos do governo para os diversos órgãos.

O nome do diretor da Bradesco Seguros, Tarcísio Godoy, é citado para ocupar a Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda em substituição a Paulo Caffarelli. Godoy foi secretário do Tesouro e conhece com profundidade os meandros da máquina pública.

Passado o período pós-anúncio dos nomes de Levy para a Fazenda e de Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento, no final de novembro, não surgiram muitos nomes para a equipe. Os nomes citados até agora, além de Godoy, foram o do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, e da economista Eduarda La Roque, presidente do Instituto Pereira Passos (IPP) da Prefeitura do Rio de Janeiro. Esses nomes foram citados inicialmente para o Tesouro Nacional.

Para a Secretaria de Política Econômica (SEP), outro cargo chave na burocracia do Ministério da Fazenda, não surgiu nem mesmo especulações de nomes. Para a Receita Federal, a especulação é de que Carlos Alberto Barreto poderá ser substituído por Paulo Ricardo Cardoso, atual subsecretário de Tributação e Contencioso. Hamilton já negou, durante a entrevista do Relatório Trimestral de Inflação, que tenha sido sondado por Levy para integrar sua equipe.

A demora e discrição de Levy na definição dos principais nomes da sua equipe tem gerado surpresa e ansiedade, já que faltam poucos dias para ele assumir oficialmente o cargo. O futuro ministro não tem conversado sobre a equipe, nem mesmo com os auxiliares mais próximos dessa fase de transição. "Não tem nada definido ainda. E o ministro Joaquim Levy é extremamente discreto com este tema. Não comenta nada", afirmou um fonte do governo.

Convidado para ocupar o Ministério da Educação no novo mandato da presidente Dilma Rousseff, o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), já tem uma lista de prioridades que deverá por em prática nas primeiras semanas de janeiro. Gomes esteve ontem em Brasília, onde se reuniu com o atual ministro da pasta, Henrique Paim, e parte da equipe do governo federal.

"Conversei com o Paim sobre algumas questões postas no calendário do Ministério. Na primeira semana depois da posse, será divulgado o reajuste do piso dos professores. Na segunda, o resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), na terceira e quarta, abertura do Sisu (Sistema de Seleção Unificada)", afirmou ao Broadcast Político.

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De saída do governo estadual e de mudança para Brasília, Cid Gomes destaca como principal meta como ministro da Educação o debate sobre uma revisão da grade curricular do Ensino Médio. "Não será um currículo para todo o Brasil, mas vai procurar respeitar as questões regionais", ressaltou.

A ideia, entretanto, já vem sendo trabalhada pelo ministro Henrique Paim, um dos defensores da flexibilidade do currículo de modo que o estudante não precise repetir o ano toda vez que for reprovado por uma ou duas disciplinas. No cerne das discussões dentro do governo, está a tentativa de se evitar a evasão escolar.

O futuro ministro da Educação, que toma posse no dia 1º de janeiro, também defendeu a redução do período de alfabetização. "Acredito que a alfabetização pode ser feita até os 7 anos e não 8, como é hoje". No encontro que teve com a presidente Dilma no início do mês, quando foi convidado para o Ministério, a petista reforçou o pedido de atenção à ampliação da oferta de vagas em tempo integral.

Na campanha eleitoral deste ano, a então candidata à reeleição prometeu que a rede de educação em tempo integral irá atingir 20% das vagas na rede pública até 2018. Sobre outra promessa de Dilma, a criação de creches, Cid Gomes considerou que ela deverá ser cumprida até 2017. "Já foram contratadas 6.180 creches. Acho que dá para concluí-las nos dois primeiros anos", afirmou.

Ao falar sobre a divisão dos ministérios entre os partidos, Cid Gomes considerou que não foi convidado pelo fato de ser um dos principais expoentes do Pros, mas pelo perfil de gestor. "Na medida que aceitei convite para assumir um ministério técnico, vou me abster de fazer comentários políticos. Mas fui convidado pela presidente, que tem lá suas preferências. Não foi por causa do Pros, que é muito pequeno. Não fui escolhido por uma questão partidária", disse.

Cid Gomes também comentou sobre o futuro do irmão, Ciro Gomes, que chegou a ocupar o cargo de secretário de Saúde no governo do Ceará. "Ciro é a nossa maior liderança. Espero que ele assuma o papel de líder do partido. A informação que temos é de que vai trabalhar no setor privado. Mas queremos que ele aceite liderar o partido".

Ao anunciar nessa segunda-feira (29) mais sete nomes para a Esplanada dos Ministérios do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff afastou ainda mais a influência do padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, e da corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil, do núcleo de comando do governo. A escolha do deputado Pepe Vargas (RS) para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais, que lida com o Congresso Nacional, selou esse distanciamento.

Ex-ministro do Desenvolvimento Agrário entre 2012 e 2014 e integrante da tendência Democracia Socialista (DS) - mais à esquerda do que a hegemônica Construindo um Novo Brasil (CNB) no espectro ideológico do PT -, Vargas será o segundo gaúcho na "cozinha" do Planalto.

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O deputado substituirá Ricardo Berzoini, transferido para o Ministério das Comunicações, e foi escalado por Dilma para fazer dobradinha com Miguel Rossetto, o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Rossetto também é gaúcho e integra a mesma corrente de Vargas no PT.

Embora a cúpula do PT quisesse deslocar Berzoini para Comunicações - uma vez que ele é mais identificado com o projeto de regulamentação da mídia -, a escolha de Vargas para sua antiga cadeira foi considerada por dirigentes do partido como um duro golpe na CNB, a corrente de Lula.

Com a decisão de Dilma, o núcleo duro do Palácio do Planalto não terá mais nenhum nome próximo a Lula. Capitão do time, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), é da CNB, a ala majoritária do partido, mas Lula sempre criticou o que chamava de excessivo "ego" do petista. Mercadante, hoje, é visto no PT como um representante do time "dilmista", e não "lulista".

Além disso, Lula perdeu no Planalto o seu fiel escudeiro Gilberto Carvalho, que sai desgastado da Secretaria-Geral da Presidência, após receber broncas de Dilma por seu conhecido "sincericídio". Carvalho vai assumir a presidência do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Além de Vargas, Rossetto e Berzoini em outra vaga, Dilma anunciou ontem (29) outros dois nomes do PT para a equipe: o recém-eleito deputado Patrus Ananias (PT-MG) no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Carlos Gabas na Previdência. Carimbada de "patinho feio" da Esplanada, a Previdência sempre foi um ministério rejeitado por aliados. A pasta estava nas mãos do PMDB, mas Gabas já era o secretário executivo.

Feudos

Atualmente com 17 dos 39 ministérios, o PT terá o espaço bastante reduzido no segundo mandato de Dilma. Já perdeu Educação para Cid Gomes (PROS) e tudo indica que não conseguirá retomar o Ministério do Trabalho, que deve continuar sob comando do PDT.

Seguindo a lógica de lotear o governo para obter apoio no Congresso, Dilma manteve o Ministério dos Transportes na cota do PR de Valdemar Costa Neto, condenado no processo do mensalão.

Para Transportes o escolhido foi o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR), ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Suplente de Marta Suplicy (PT-SP), Rodrigues foi senador quando a petista era ministra da Cultura. Em novembro, porém, Marta deixou a Esplanada batendo a porta e criticando o governo.

Dilma chegou a dizer, em conversas reservadas, que extinguiria os "feudos" de partidos nos ministérios, mas o PR conseguiu se manter no lugar. Troca O PP do senador Ciro Nogueira (PI) e do deputado Paulo Maluf (SP) foi para outro ministério. Perdeu Cidades.

Como recompensa, o ministro Gilberto Occhi (PP) ganhou o cobiçado Ministério da Integração, que cuida das obras do Rio São Francisco e tem orçamento alto. Dilma ainda não completou o primeiro escalão. Dos 39 ministros, a presidente anunciou até agora 24 nomes.

Os primeiros foram os integrantes da equipe econômica (Joaquim Levy na Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento, Alexandre Tombini no Banco Central e Armando Monteiro no Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para acalmar o mercado financeiro e o setor produtivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diferentemente de 2010, quando fez questão de ouvir o padrinho político durante a montagem do governo, a presidente Dilma Rousseff tem dado pouco espaço para os pitacos do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ao escolher os ministros que vão acompanhá-la no segundo mandato, a partir de quinta-feira. Ontem, esperava-se que o governo confirmasse mais nomes do PT para compor a equipe ministerial, mas, em meio às controvérsias, o anúncio foi adiado para a próxima semana.

Dilma consultou Lula em novembro, e depois não pediu mais opiniões. Na época, ele foi parcialmente atendido. Emplacou Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento, mas teve de engolir a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda. O resultado é a redução do número de ministros ligados ao ex-presidente no segundo mandato.

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A primeira crise no ministério ainda não empossado da presidente Dilma Rousseff pode retirar 21 votos da base do futuro governo. O presidente do PRB, Marcos Pereira, afirmou ao Estado que passará para a oposição caso a petista ceda a pressões do PT e do PC do B e de setores ligados ao esporte contra a nomeação do deputado George Hilton (MG) para a pasta. "Se a presidente Dilma recuar, eu saio da base de apoio ao governo e levo o partido para a oposição", ameaçou.

A saída do PRB não tiraria da base governista a maioria dos 513 deputados da Câmara, mas no próximo mandato Dilma não terá o mesmo volume de aliados que o mandato que se encerra. Em 2010, foram eleitos 402 deputados de partidos aliados da petista - desta vez, são 320 parlamentares. Se a base fosse reduzida a cerca de 300 deputados, o governo teria número insuficiente para aprovar emendas constitucionais, cujo mínimo é de 308 votos e teria ainda mais dependência de deputados não tão comprometidos com o Palácio do Planalto.

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A crise no novo ministério teve início na terça-feira, logo após Hilton ser anunciado. O PC do B, que defendia a manutenção do deputado Aldo Rebelo (SP), avisou a Dilma que não havia gostado da troca, mesmo sendo contemplado com Ciência e Tecnologia. O partido ajudou a espalhar que Hilton seria "homofóbico". O deputado foi procurado pelo Estado, mas estava em viagem ontem e não retornou as ligações.

Setores mais à esquerda do PT, descontentes com a nomeação, fizeram chegar à presidente a informação de que o futuro ministro enfrentava problemas legais, como o flagrante ocorrido em 2005, no Aeroporto da Pampulha, quando Hilton levava R$ 600 mil em 11 malas. Ele foi expulso do PFL, seu partido à época, apesar da justificativa de que o dinheiro provinha da doação de fiéis da Igreja Universal, da qual é pastor.

Marcos Pereira disse que não aceita um recuo da presidente nem a troca da pasta. O PRB, formado por integrantes da Universal, tem atuado na base dos governos do PT desde os tempos de Lula e adotou como tática política controlar as pastas de Esporte não só no governo federal, mas nos estaduais - o paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal, seguiram o exemplo de Dilma.

"Fui eu que levei o nome do George Hilton à presidente. Fui eu que pedi o Ministério do Esporte", afirmou Pereira. "A indicação de George Hilton não foi do senador Marcelo Crivella, como disseram. Foi minha. Também fui eu que batalhei pelo Esporte e levei a solicitação para a presidente. Ela aceitou."

Indagado se Dilma pode recuar, visto que o futuro ministro ainda não tomou posse, o presidente do PRB respondeu em tom de ameaça. "Pode. É um direito dela. Mas se ela recuar, o PRB sai da base e vai para a oposição. Qualquer mudança vai levar a esse tipo de atitude da minha parte e do meu partido."

A nomeação de Hilton causou surpresa nos meios esportivos, porque significa uma descontinuidade da administração de Aldo Rebelo. A pedido da presidente, Rebelo deixou de concorrer à reeleição para ficar à frente da pasta na Copa. O PC do B tinha esperanças de que Rebelo permaneceria à frente do Esporte também na Olimpíada do Rio, em 2016.

A pasta tem importância estratégica por fazer parte da Autoridade Pública Olímpica, consórcio que reúne o Estado e a Prefeitura do Rio e gerencia as obras da competição. Além disso, Rebelo é um dos interlocutores do Comitê Olímpico Internacional (COI) no País. Pedidos pela "desnomeação" de Hilton chegaram ao Palácio do Planalto. Por ora, a presidente está fora de Brasília e, pelo menos fisicamente, distante dessa pressão.

A escolha dos 13 novos ministros pela presidenta Dilma Rousseff é uma tentativa de conquistar aliados no Congresso Nacional e garantir a governabilidade no segundo mandato. Os nomes, anunciados na última terça-feira (23), atendem a partidos da coligação que reelegeu a presidenta e não deveriam ser surpresa para eleitores à esquerda, afirmam cientistas políticos ouvidos pela Agência Brasil.

A preocupação com a composição do próximo Congresso Nacional foi um dos principais elementos para a escolha dos novos ministros, disse o cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Apesar de o PT e o PMDB terem as maiores bancadas, também cresceram partidos como o PSD, de Gilberto Kassab, escolhido para o Ministério das Cidades, e o PRB, de George Hilton, contemplado com a pasta do Esporte.

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De acordo com a análise de Ismael, desde as primeiras nomeações, a presidenta tem buscado dialogar com vários setores da sociedade. Segundo ele, isso ficou claro com as indicações de Joaquim Levy para a Fazenda, de Armando Monteiro para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e de Nelson Barbosa para o Planejamento. "Foi uma tentativa de atender o mercado financeiro, sinalizando mudanças na politica econômica. Com os 13 novos nomes anunciados, a preocupação foi na mesma linha, contemplando a base aliada, sobretudo o PMDB, que ficou com seis pastas.”

Para João Feres Júnior, professor de pós-graduação do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), é natural que políticos sejam escolhidos para altos cargos no governo. Segundo ele, esta é uma forma de tentar um diálogo mais próximo com representantes eleitos para o Congresso e garantir que as propostas do Planalto sejam aprovadas pelo Legislativo.

“O presidente da República tem uma autonomia limitada. Várias das politicas públicas do Executivo têm de ser aprovadas na forma de lei. Para uma lei ser aprovada, precisa passar pelo Parlamento. Então, a presidenta tem de ter aliados lá”, comentou Feres.

Ele lembrou que a Presidência da República apresenta mais projetos de lei que deputados e senadores, mas precisa tratar com eles. “No sistema presidencialista, o conteúdo do governo tem de ser negociado constantemente com o Legislativo. A presidenta não escolhe notáveis em cada área e os coloca nos ministérios. O gabinete ministerial reflete o acordo com a base parlamentar, uma articulação com a maioria do Parlamento”, explicou. “Política é uma arte complicada. É correr no fio da navalha”, disse.

Embora muitos nomes não agradem a eleitores mais à esquerda do PT, Luciana Veiga, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná, lembrou que Dilma venceu representando uma coligação da qual ficaria dependente. “Não podemos pensar em desvirtuamento do voto. Pressupõe-se que os eleitores sabiam que era uma coligação sustentada pelos votos do Parlamento, que, na Câmara, ficaram divididos entre PT e PMDB”, acentuou.

Luciana acredita que, com cenário econômico mais apertado, sob influência das investigações da Operação Lava Jato, o segundo mandato será de negociação constante entre as forças que elegeram a presidenta. “Há os eleitores de esquerda que, na reta final, viabilizaram a eleição. Mas eles não são maioria entre os eleitores de Dilma. Pensando fria e estrategicamente em termos eleitorais, são eles os últimos a deixar de votar no PT em uma eventual disputa contra o PSDB.”

A professora da UFPR acrescentou que a escolha por políticos foi pensada para garantir a governabilidade, diante das incertezas econômicas e do cenário político. “Vão-se os anéis, mas ficam os dedos. Tem de negociar. Se ela fizer birra agora, cai na armadilha de negociar votação por votação. Sabemos como isso fica caro”, disse Luciana, referindo-se, por exemplo, ao trâmite tumultuado do decreto criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS).

A análise de João Feres Jr. é semelhante. Ele sugere que os setores descontentes com as indicações devem cobrem de Dilma por terem sido decisivos na reta final da campanha. “Os movimentos sociais têm de cobrar a dívida, enquanto o papel da presidenta é governar”, justificou.

 

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou nesta terça-feira (23) em café com jornalistas, que deixará o cargo e voltará ao Senado a partir do dia 1º de janeiro. Segundo ele, o seu sucessor deve ser anunciado ainda hoje.

"Acho que a presidenta Dilma Rousseff anuncia não só o novo ministro de Minas e Energia, como todos os outros ministérios, ainda hoje, e já não é sem tempo. O Planalto está fazendo as últimas costuras", completou.

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De acordo com Lobão, nos próximos dias o novo ministro deve receber as informações e dados necessários para um breve período de transição.

Sobre sua volta ao Parlamento, destacou que seu partido, o PMDB, detém a maior bancada no Senado e tem sido solidário ao governo. "O PMDB acabou de presidir a sessão que votou uma lei importante para o governo. O partido tem sido solidário mas eventuais divergências também são normais", acrescentou.

Apesar de insistentemente perguntado, o ministro não deu dicas sobre seu sucessor na pasta. "Pode ser de todos os partidos", brincou. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, deve substituí-lo.

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa fez nesta segunda-feira uma interrupção na aposentadoria iniciada em julho para criticar a presidente da República, Dilma Rousseff, postando mensagens irônicas em sua página no Twitter.

Barbosa publicou quatro mensagens críticas à petista horas após ela afirmar que consultaria o Ministério Público Federal (MPF) antes de nomear os ministros de seu segundo governo. Segundo Dilma, a medida serve para saber se os cotados para o primeiro escalão do governo foram citados em depoimentos da Operação Lava Jato. "Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo. Não para assessorá-lo", reagiu Barbosa no Twitter. Antes de ser nomeado ministro do Supremo em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa era integrante de carreira do MPF.

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Em outra das mensagens, Joaquim Barbosa criticou indiretamente os cotados para assumir a cadeira vazia no STF desde sua aposentadoria. "Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!!!". Nos bastidores de Brasília, circula a informação de que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, chefe do MPF, trabalha para ser nomeado.

Barbosa disse ainda que Dilma é mal assessorada. "Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise". Segundo ele, a atitude da presidente reeleita é sintoma de "degradação institucional". Também na rede social, ele explicou o motivo: "Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro de seu governo!!!"

Ao longo deste ano, Barbosa foi sondado por integrantes da oposição a Dilma para se filiar a um partido e disputar um dos cargos em jogo. Candidatos oposicionistas ao Planalto, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) chegaram a flertar com ele para obter apoio. Mas Barbosa não declarou apoio. Em eleições anteriores, ele admitiu ter votado em Lula e em Dilma. A assessoria da Presidência da República afirmou que não comentaria as críticas de Barbosa.

A presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã desta segunda-feira (22) que irá consultar o Ministério Público para confirmar a nomeação de novos nomes para seu ministério. Em café da manhã com jornalistas, Dilma disse que quer saber se há algo contra alguns nos nomeados.

"Eu vou perguntar: 'há algo contra fulano que me impeça de nomeá-lo?' Só isso. Eu não quero saber o que ele não pode me dizer", afirmou a presidente. "Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez, para qualquer pessoa que eu for indicar."

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Dilma disse ainda que não tem conhecimento da lista de nomes citados nos processos de delação premiada e lembrou que a lista publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo não é oficial. "Eu só vou achar que é oficial no dia em que o procurador me disser que é oficial", afirmou.

Conforme o Estado revelou na última sexta-feira (19) o ex diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou em depoimento 28 nomes de políticos que teriam recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras. Entre eles, o atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.

Caixa

Dilma confirmou no encontro também que abrirá o capital da Caixa Econômica Federal. Ao responder a uma pergunta sobre se o governo iria abrir o capital do banco público, Dilma respondeu: "Vou". A presidente, no entanto, não quis precisar um prazo para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa, apenas emendou dizendo: "Mas isso leva tempo".

A presidente Dilma Rousseff decidiu reavaliar os nomes que irão compor o ministério do segundo mandato, após tomar conhecimento da lista de 28 políticos citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como beneficiários do esquema de corrupção na estatal, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo. Antes cotado para o primeiro escalão do governo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deve ser a primeira vítima da "lupa" de Dilma.

Embora o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, só vá pedir a abertura de inquérito e oferecer denúncia contra políticos envolvidos na Operação Lava Jato em fevereiro de 2015, a presidente não quer chamar para a equipe nomes sob suspeita. Alves perdeu a eleição para o governo do Rio Grande do Norte e, até agora, tinha cadeira garantida no Ministério do Turismo ou na Secretaria dos Portos, a partir de 2015.

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Na avaliação de Dilma, ignorar os depoimentos das delações premiadas à Polícia Federal seria o mesmo que arrastar o escândalo da Petrobras para dentro do Palácio do Planalto. Em público, a presidente tem dito que é preciso aguardar as provas, mas, na prática, avisou que não vai correr os mesmos riscos de seu primeiro ano de governo, em 2011, quando sete ministros foram abatidos na "faxina" ética, seis deles no rasto das denúncias de corrupção.

Na lista dos políticos acusados por Costa de receberem repasses do esquema na Petrobras, 8 são do PT, 8 do PMDB, 10 do PP, 1 do PSB e 1 do PSDB. O Planalto tem certeza de que os nomes divulgados pelo Estado compõem mesmo a lista sob análise de Janot, a ser reforçada com outras delações, como a do doleiro Alberto Youssef.

O ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT), coordenador da campanha de Dilma na eleição de 2010, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foram mencionados no depoimento de Costa e negaram "com veemência" a denúncia. Renan tem apadrinhados no governo, como o atual ministro do Turismo, Vinícius Lages. De acordo com auxiliares de Dilma, porém, a inclusão do aliado na lista de Costa não afetará a escalação do ministério. Mesmo assim, há preocupação no Planalto com o impacto das delações na campanha de Renan para se reeleger presidente do Senado, em fevereiro de 2015.

O governo vive tempos difíceis no relacionamento com a base aliada no Congresso e, para piorar o quadro, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), é favorito para comandar a Casa. Desafeto de Dilma, Cunha disputará a sucessão de Henrique Eduardo Alves à presidência da Câmara contra os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG).

A expectativa dos adversários de Dilma é a de que a Operação Lava Jato alveje muitos aliados até fevereiro. Na quarta-feira, a presidente não escondeu os problemas para montar a equipe ao ser questionada pela colega da Argentina, Cristina Kirchner, se anunciaria logo os novos ministros. "Você não sabe como é difícil no Brasil", desabafou ela.

O vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB, deve conversar com Dilma na segunda-feira sobre a composição do Ministério e já marcou uma reunião, no mesmo dia, com a bancada da Câmara. O PMDB quer ampliar o espaço no primeiro escalão, de cinco para seis cadeiras. Atualmente, o partido controla Minas e Energia, Previdência Social, Agricultura, Turismo e Aviação Civil, mas está de olho no Ministério da Integração Nacional, também cobiçado pelo Pros - que já dirige a pasta - e pelo PP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério do Interior da França anunciou nesta segunda-feira (15) que o uso do aplicativo Uber será proibido a partir de 2015. O anúncio ocorre no mesmo dia em que taxistas realizaram um protesto em Paris contra a concorrência desleal do serviço.

“A lei votada sobre a regulamentação da profissão de taxistas e dos carros de turismo com motorista, que entrará em vigor em 1º de janeiro, é ainda mais exigente para esse tipo de empresa”, disse o porta-voz do ministério, Pierre-Henry Brandet.

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A pena pelo exercício irregular da profissão pode chegar a 300 mil euros de multa e dois anos de prisão. O serviço do aplicativo Uber já foi proibido em países como Bélgica, Espanha, Holanda e Tailândia.

O aplicativo expandiu-se rapidamente desde o seu lançamento, em 2009, e agora opera em 52 países, inclusive no Brasil, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

Com o Uber instalado em seu smartphone, o usuário pode solicitar ou oferecer caronas. Ao usar o serviço, é possível escolher o carro e acompanhar a chegada do veículo em um mapa, na tela do celular. Os colaboradores do Uber recebem 80% do valor pago nas corridas, os 20% restantes ficam com a empresa.

Em meio à expectativa para o final da votação da flexibilização das metas do superávit e aos desdobramentos da Operação Lava a Jato, a presidente Dilma Rousseff pretende anunciar, em meados da semana que vem, possivelmente na quarta-feira (10), mais uma rodada de ministros que farão parte de seu segundo mandato à frente do Planalto, incluindo pastas do PMDB e do PT. Dilma já manteve conversas com lideranças de praticamente todos os partidos, e está em fase de acertos finais.

Até agora, foram confirmados na equipe do segundo mandato os titulares da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa, do Banco Central, Alexandre Tombini - que já ocupava o cargo -, e do Desenvolvimento, Armando Monteiro.

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Principal aliado. Dilma já está em fase final de costura do espaço do PMDB, que deverá ficar mesmo com seis ministérios. A ala do partido do Senado briga pela pasta da Integração porque quer acomodar ali o senador Eunício Oliveira (CE). O PMDB da Câmara, por sua vez, reivindica o Ministério da Previdência para o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), que perdeu a disputa para o governo do Rio Grande do Norte e ficará sem mandato a partir de 2015. Atualmente, a Previdência é dirigida por Garibaldi Alves, primo de Henrique, que quer mesmo deixar o cargo.

Dilma também nomeará a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para a Agricultura. Ela, porém, será computada como alguém de sua cota pessoal. O vice-presidente, A dúvida é sobre quem dirigirá o ministério de Minas e Energia. O PMDB quer encaixar nesse ministério o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM). O deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) poderá assumir Turismo.

A pasta da Aviação Civil também continuará sob o comando político dos peemedebistas.

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