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Um estudo desenvolvido com apoio do Ministério da Saúde do Japão apontou que a variante Ômicron é potencialmente mais perigosa que a gripe. A cepa era considerada mais leve, mas foi responsável pela disparada dos índices de contágio no Brasil, no início do ano.

Além das características do próprio vírus, a proteção vacinal pode explicar a queda das taxas de mortalidade da Ômicron.

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De acordo com a pesquisa, a mortalidade da variante ficou em 0,13% desde janeiro, enquanto a gripe sazonal ficou entre 0,006% e 0,09%.

Na análise dos dados, o presidente do conselho consultivo do Ministério da Saúde, Takaji Wakita, indicou que a Ômicron pode ser 40 vezes mais mortal que a gripe.

O resultado sugere que ainda é cedo para ampliar decretos de flexibilização, como o aumento de público em eventos sociais, e reforça a necessidade de manter medidas de controle sanitário com uso de máscara de proteção, cobertura vacinal e distanciamento.

A cidade de São Paulo identificou o terceiro caso de uma pessoa contaminada com a subvariante BA.2 do coronavírus. O paciente é um homem, de 45 anos, residente de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, que foi atendido no sistema de saúde da capital paulista.

A identificação foi feita na última sexta-feira (18) pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Instituto Butantan a partir da análise genômica do vírus. A BA.2 surgiu a partir das mutações da variante ômicron (BA.1).

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O homem já havia recebido as três doses de vacinas contra a covid-19 e teve sintomas no último dia 30 de janeiro. Ele passou 14 dias em quarentena e não apresenta mais sinais da doença.

Os casos da nova variante ômicron do coronavírus continuam avançando no Brasil. Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), essa cepa é muito mais transmissível do que a SARS-CoV-2. Para evitar a propagação dessa variante é necessário quando identificar seus sintomas, realizar o teste.

  Sintomas ômicron 

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O infectologista clínico e professor do curso de Medicina na Universidade de Santo Aamaro (UNISA), Dr. Marco Antônio Lazzeti, afirmou que os sintomas da ômicron não são tão diferentes da SARS-Co-2 tendo em vista que ela é uma variante do coronavírus.

Segundo o infectologista, nessa situação podem existir pessoas assintomáticas que não apresentam sintomas da doença, ou oligossintomáticas que apresentam os síntomas de maneira leve, como dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, e pessoas que podem desenvolver quadros mais graves, com desconfortos respiratórios.

"Como a grande maioria das pessoas no nosso país hoje são vacinadas, os sintomas estão mais leves, que é aquilo que a gente espera que aconteça. Mas na realidade não existe uma diferença do que era e o que é. A diferença é que a população está vacinada e isso juda na sintomatologia.", explicou.   

H3n2 X Ômicron 

Dr. Marco afirmou que a H3n2 é um vírus influenza, e esse tipo de vírus tem uma sintomatologia mais constante. Isso significa, febre elevada, muita dor no corpo, muita dor de cabeça e corisa. Além disso o tempo da doença no corpo é maior, chegando a 7 a 10 dias. "Mesmo assim, você hoje não consegue diferenciar um quadro mais severo de coronavírus e e influenza. Única forma de fazer isso é o teste", afirmou o infectologista.

Diante do aumento de casos de covid-19, impulsionado pela Ômicron, o Brasil registrou recorde de mortes notificadas pelos cartórios de registro civil em janeiro deste ano - foi o primeiro mês do ano mais mortal desde o início da série histórica, em 2003. A alta de vítimas de pneumonia, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR), ficou em cerca de 70% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Embora tenha sido apontada como menos letal, a nova variante foi responsável por uma explosão de infectados e também já fez aumentar a taxa de óbitos, sobretudo entre não vacinados, idosos e pacientes com comorbidades.

Para a entidade, "a elevação de infectados pela Ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano" podem ser a provável explicação para o recorde. Alguns casos registrados como síndrome respiratória aguda grave são confirmados como pacientes de covid-19 apenas depois, diante das dificuldades de ter os resultados dos testes rapidamente.

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Em janeiro deste ano foram registrados, no total, 144.341 óbitos no País, alta de 5% ante o mesmo período do ano passado, quando o balanço foi de 137.431 mortes. O primeiro mês de 2021, época em que começava a ganhar força a segunda onda da pandemia no Brasil, já havia tido crescimento de 22% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da crise sanitária.

"Os números dos cartórios de registro civil mostram, mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira", diz Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/BR, em nota divulgada pela entidade. Embora haja diminuição clara nos óbitos por covid-19 na comparação com outras fases mais críticas da pandemia, destaca ele, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes e a Ômicron parece ter puxado a alta de vítimas neste momento.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Arpen-BR, abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 cartórios de registro civil do Brasil - presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, também foi registrado o aumento de mortes por doenças do coração: AVC (20%), enfarte (17%) e causas cardiovasculares inespecíficas (19%). Também registraram crescimento as mortes por septicemia - infecção no sangue (23%), Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (9%) e indeterminada (9%). Já os óbitos registrados por covid-19 tiveram redução de 55% no período.

A entidade alerta ainda que o número de óbitos registrados nos próximos meses de 2022 ainda pode aumentar. "Assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência", afirma. Além disso, alguns Estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela covid-19.

Os hospitais de Hong Kong ficaram lotados com o aumento dos contágios de Covid-19, afirmou a chefe de Governo local, após a propagação da variante Ômicron que ameaça a política local de "covid zero".

Embora a taxa de contágio permaneça reduzida na comparação com grandes cidades do mundo, a política de Hong Kong de enviar inclusive casos assintomáticos para os hospitais e centros de isolamento superou a capacidade destas unidades.

"O avanço da quinta onda da epidemia provocou um duro golpe em Hong Kong e sobrecarregou a capacidade de tratamento da cidade", afirmou a governante Carrie Lam em um comunicado divulgado na noite de domingo.

Diante do cenário, os hospitais da cidade afirmaram no domingo que pacientes "estáveis ou com sintomas leves" devem permanecer em casa.

Apesar das dificuldades, Lam afirmou que seu governo "não poupará esforços para implementar" a estratégia de "covid zero" e que a China ajudará a reforçar a capacidade de testes da cidade, assim como dos espaços de quarentena.

Uma nova análise genética do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz-PE) apontou que a variante Ômicron ainda é predominante em Pernambuco. Conforme o estudo apresentado neste sábado (12), dos 244 genomas analisados, 243 indicaram uma linhagem da variante, uma incidência equivalente a 99,6%.

A mutação BA.1 da Ômicron foi identificada em todas as amostras. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), não houve indícios de infecção pela BA.2, apontada como mais transmissível que a versão original.

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Também foi verificada a presença da variante Delta na amostra de um morador de Cabrobó. As coletas foram realizadas entre os dias 12 e 27 de janeiro deste ano. 

"De forma homogênea, em todo o Estado, ainda estamos com um cenário com indicadores preocupantes por causa da variante ômicron. Por isso, a importância da intensificação da vacinação nas cidades, principalmente quanto à dose de reforço e no público infantil para todos que estão elegíveis nesse momento", pontua André Longo.

Com o aumento de casos e mortes em Pernambuco por conta da variante Ômicron da Covid-19, além de ampliar as condições do Plano de Convivência, o Estado anunciou a proibição, nesta terça-feira (8), em coletiva de imprensa, da realização de qualquer tipo de evento no período de Carnaval, de 25 de fevereiro a 1º de março. A liberação do número de pessoas em eventos abertos e fechados também teve uma grande diminuição. 

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que o Estado está entre os com maiores medidas restritivas e intensas do Brasil. “As medidas mais intensas são para frear a circulação do vírus. A capacidade de eventos em espaços abertos diminuiu de três mil para 500 pessoas, já nos locais fechados, a capacidade foi de 1 mil pessoas para 300, permanecendo a obrigatoriedade da comprovação de vacinação e apresentação de teste negativo nos eventos com mais de 300 pessoas, incluindo circo, cinema, teatro e futebol”, disse. 

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O ponto facultativo também foi uma das medidas de impacto para o Carnaval. A expectativa é que não haja aglomerações. “Será cancelado os pontos facultativos dos órgãos estaduais e a recomendação é que os demais entes públicos e setores continuem funcionando normalmente. Nosso objetivo é não estimular situações que possam gerar o aumento da contaminação. Além disso, nos dias que ocorreriam o Carnaval, de 25 de fevereiro a 1º de março, está proibida a realização de festas e eventos”.

A Secretaria irá se reunir com as principais prefeituras para definir as estratégias adotadas no período. “Iremos nos reunir com prefeitos dos principais polos para reiterar a importância das gestões municipais e também adotar as medidas próprias para conter aglomerações e ampliação da fiscalização dos espaços públicos e privados. Lamentamos por mais um ano o cancelamento do Carnaval, que está na alma e coração dos pernambucanos, mas o nosso compromisso precisa ser prioritariamente com a vida e saúde das pessoas”, pontuou. 

Atendimento


De acordo com Longo, Pernambuco já tem uma das maiores redes para atender as pessoas com Srag no Brasil e segue trabalhando para abrir novos leitos. “Essa ação tem impactado no combate à taxa de mortalidade, que continuamos, segundo levantamento da Opas, entre os estados com menor número de mortos por Covid-19 quando comparado proporcionalmente a nossa população. Mas só abrir leitos e aumentar as medidas restritivas não será suficiente para diminuirmos a circulação viral e contaminação, é preciso da compreensão e adesão de toda a sociedade”. 

Mesmo estando em um dos menores patamares, as solicitações de leitos de UTI permanecem crescendo, com mais de 650 pedidos semanais. “Temos mais de 900 pacientes internados nas vagas de UTI, 11% a mais que na semana passada. Foram registradas 59 mortes por Covid-19 na semana epidemiológica cinco, um aumento de 157% em duas semanas”, informou o gestor. 

Importância da vacinação

André ressaltou a importância do ciclo vacinal completo contra Covid-19 como forma de salvar vidas. “O levantamento que fizemos aponta que 79,4% das mortes pela Covid-19 foram em pacientes que não estavam totalmente imunizados, ou seja, já estavam com a terceira dose em atraso. Os que morreram mesmo estando totalmente vacinados, 85% eram idosos e tinham comprovadamente graves doenças preexistentes”. 

“Já os pacientes com exames positivos internados nos leitos da rede pública, 83% não estavam totalmente imunizados. Esses dados comprovam que as vacinas evitam casos graves, óbitos e ratificam a necessidade de estarem em dia com todas as doses disponíveis. Vacina é um ato de amor e pode impedir que seu filho adoeça e tenha complicações, leve-o para vacinar”, estimulou. 

 

O Governo de Pernambuco voltou a apertar as medidas restritivas nessa segunda-feira (8) e reduziu o limite de público em eventos abertos para 500 pessoas e para 300 em locais fechados. O ponto facultativo do feriado de Carnaval também foi cancelado para estabilizar o aumento exponencial de casos da Covid-19.

A lotação do sistema de saúde já registra os mesmos números de julho de ano passado e preocupa pela demanda de pedidos de leitos de UTI. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que 919 pacientes estão internados com quadro respiratório grave.

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Atualmente, a ocupação na UTI pública atinge 88% dos 1.045 leitos disponíveis para pacientes com Covid-19, segundo dados da Central Estadual de Regulação.

A média móvel de óbitos aumentou para 13,2 nessa segunda (7), uma alta de 128% em relação a 14 dias atrás.

Festas privadas

As críticas pela realização de festas privadas no último fim de semana também pressionaram o Governo do estado. Apesar dos números alarmantes, milhares de pessoas se aglomeraram e facilitaram a transmissão da variante Ômicron.

A redução da capacidade dos eventos começa a valer nesta quarta (9) e vai até o dia 1º de março. Conforme o governador Paulo Câmara (PSB), caso os níveis de transmissão não desacelerem, o número de participantes pode diminuir ainda mais.

“Sabemos de todas as repercussões econômicas, sociais e culturais em torno dessa decisão, mas não há condições sanitárias para que seja realizada qualquer tipo de festividade no período de carnaval em Pernambuco. Além disso, reduzimos a capacidade dos eventos de 3 mil para 500 pessoas e não descartamos tomar outras medidas restritivas se o número de casos continuar em crescimento acelerado”, afirmou o governador.

A nova regra autoriza que eventos corporativos sejam realizados com até 1.500 participantes e que os festivos com mais de 300 pessoas exijam a apresentação do teste negativo e do passaporte vacinal.

Antes, os eventos abertos eram promovidos com três mil pessoas e mil em espaços fechados.

“Só os esforços do Governo do Estado não serão suficientes para diminuir a circulação viral e superar o vírus. Precisamos, então, do engajamento da sociedade, com o respeito aos protocolos, o reforço nos cuidados e, principalmente, com a vacinação”, destacou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

As secretarias estaduais de saúde de São Paulo e do Rio de Janeiro informaram ter detectado quatro casos da subvariante BA.2 da Ômicron no Brasil - dois em cada Estado. A linhagem que rapidamente se tornou dominante na Dinamarca, pode ser mais contagiosa do que a mais comum, a BA.1.

Relatório divulgado pela Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na sexta-feira, 4, mostrou que a Ômicron domina completamente o cenário epidemiológico da covid-19 no Brasil. De acordo com a publicação, enquanto em dezembro a variante Ômicron representou 39,4% de todos os genomas sequenciados, em janeiro de 2022 esse índice saltou para 95,9%, sendo encontrada em todas as regiões do País.

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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que foram identificados dois casos do subtipo BA.2 da variante Ômicron na última semana. As amostras foram verificadas em Sorocaba e em Guarulhos. A pasta disse que os casos são leves e os pacientes não aprensentam histórico de viagem.

No Rio, desde 19 de dezembro de 2021, foram identificados por sequenciamento genômico 806 casos da variante Ômicron. Desses, dois foram causados pela subvariante. "Os casos foram encaminhados e estão em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde", informou, em nota.

A secretaria fluminense ainda destacou que ainda não há estudo que "aponte as subvariantes da Ômicron como mais transmissíveis ou agressivas".

Ambas as pastas da saúde estaduais reforçaram a importância da população completar o esquema vacinal contra a covid, além da manutenção de medidas preventivas não farmacológicas, como uso de máscara e o distanciamento social.

A linhagem BA.2 da Ômicron é uma mutação do vírus Sars-Cov-2, causador da covid-19, detectada primeiramente nas Filipinas, em novembro do ano passado. Ela tem cerca de 20 mutações diferentes com relação à BA.1, primeira identificada, e já foi detectada em mais de 50 países, mas chamou atenção particularmente na Dinamarca.

Isso porque, em território dinamarquês, desde a segunda semana de janeiro, o subtipo se tornou prevalente. Estudos preliminares do do Statens Serum Institut (SSI), principal autoridade de doenças infecciosas da Dinamarca, indicaram que a linhagem pode ser 1,5 vezes mais infecciosa que a BA.1. Porém, a análise inicial do instituto não identificou diferença no risco de internação.

Diferente da variante Ômicron com a Delta, o subtipo não apresenta mutações na estrutura genética que a distinguem de maneira relevante da linhagem identificada na África do Sul. Por isso, é considerada uma "irmã" da BA.1 e não é classificada até o momento como uma nova variante de preocupação.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a aparição da subvariante mostra um comportamento esperado dos vírus, que sofrem contínuas mutações. Isso aconteceu anteriormente com outras variantes (a Delta tem mais de 120 linhagens identificadas pelos cientistas, por exemplo) e vai continuar acontecendo com a Ômicron. No entanto, não significa necessariamente que todos os subtipos vão causar um impacto na saúde pública, como causou a Gama, a Delta e, agora, a Ômicron.

Nova análise genética do Instituto Aggeu Magalhães (IAM - Fiocruz-PE) indica que a variante Ômicron já corresponde a quase todos os casos positivos da Covid-19 em Pernambuco. De acordo com os dados do sequenciamento divulgado na tarde desta sexta-feira (04) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), dos 132 genomas analisados 131 (99,25%) foram identificados como a linhagem Ômicron e apenas em uma amostra, de um paciente do Recife, colhida em 13/01, foi identificada a variante Delta.

As coletas são de pacientes de 6 municípios e foram realizadas entre os dias 06/01/2022 e 19/01/2022. Os casos da Ômicron foram registrados a partir da coleta de pacientes provenientes das cidades do Cabo de Santo Agostinho (1), Garanhuns (1), Recife (127), Santa Cruz do Capibaribe (1), Vertentes (1) e Vitória de Santo Antão (1).

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"Reforço que, diante deste cenário, precisamos do engajamento de toda a população, com o respeito aos protocolos e o reforço nos cuidados, com o uso da máscara, a lavagem das mãos e o ato de evitar aglomerações. Também é de suma importância que possamos avançar com a vacinação, porque, por escapar parcialmente dos anticorpos, a Ômicron pode causar infecção em pessoas devidamente vacinadas, mas elas raramente adoecem com gravidade e morrem. Já em não vacinados tem um impacto muito pior, com reflexo direto nas hospitalizações e mortes”, disse o secretário Estadual de Saúde, André Longo.

Com informações da assessoria.

Com o aumento dos casos de Covid-19 causados pela variante Ômicron, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou que o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 pode aumentar as restrições que já estão em vigor em reunião que vai acontecer na próxima segunda-feira (7). De acordo com o gestor, há uma grande expectativa para o Carnaval, mas é preciso reavaliar as medidas restritivas.

Segundo Longo, Pernambuco é o 5º Estado com o Plano de Convivência mais restrito, mas ainda assim existe a possibilidade do aumento nas restrições, tendo em vista dois episódios de descumprimento que aconteceram neste final de semana.

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"Temos visto alguns descumprimentos dos protocolos que têm acontecido, como os dois últimos casos mais emblemáticos das duas maiores intervenções feitas no final de semana; uma festa no Clube Português e outra no Sítio Histórico de Olinda que a gente precisou dispersar. Precisamos do apoio dos municípios para que os protocolos em vigor possam ser seguidos e da consciência da população. Os eventos controlados têm um risco menor de contaminação do que os que não têm nenhum controle". 

"Estamos avaliando esses cenários [de novas restrições], houve recomendação por parte do Ministério Público e do Consórcio Nordeste. Já dissemos que vamos nos posicionar sobre o Carnaval neste mês de fevereiro e, na próxima segunda-feira (7), o Comitê deverá fazer uma avaliação desse cenário já contando com a semana epidemiológica 5 para avaliar se antecipa alguma medida em relação ao decreto em vigor e já vai anunciar como devem se comportar as atividades sociais no período carnavalesco, que há uma grande expectativa, embora a gente já saiba que os principais locais onde haveria Carnaval já anunciaram que não vai ter Carnaval de rua, mas é preciso preparar as medidas para não termos aglomerações".

O Comitê Científico do Consórcio do Nordeste emitiu um documento com recomendações de ampliação das medidas restritivas nos estados e municípios da região, incluindo o Carnaval e festas privadas como forma de combater aglomerações e, assim, diminuir o número de casos de Covid-19 registrados.

A orientação tem como base a taxa de transmissibilidade da variante Ômicron e o número de internações. “Com uma transmissibilidade quatro vezes maior que da variante Delta, em pouco tempo a Ômicron tornou-se a variante dominante, provocando uma nova onda da pandemia iniciada ainda em dezembro, e que rapidamente se disseminou em todo o mundo”, diz o texto.

Além do cancelamento da festa, o Comitê pediu o fim do feriado de Carnaval, que vai de 28 de fevereiro até 1º de março.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou que o Estado já consegue sentir os impactos da variante Ômicron com as solicitações de leitos de internamento. Além disso, ele pontuou o aumento no registro de mortes pela Covid-19 nos três últimos dias.

"Já começamos a sentir o seu impacto [da Ômicron] nas solicitações de leitos. Nossa regulação registrou 650 pedidos por vagas de UTI na semana epidemiológica 4 deste ano, com o crescimento de 18% em uma semana. Também já começamos a notar, de forma mais intensa, nos três últimos dias, um aumento no registro de óbitos. A aceleração da Covid-19 fica mais evidente na positividade em relação aos casos leves e Srag", disse Longo. 

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De acordo com o secretário, o percentual de casos positivos da Covid-19 saltou de 37 para 51%, enquanto a da influenza, que já atingiu 60% no fim do ano passado, está em 2,6%. Pernambuco deve fazer uma reavaliação do decreto que está em vigor. "Diante deste cenário, o Gabinete de Enfrentamento da Covid-19 decidiu fazer a discussão da necessidade de novas medidas na reunião da próxima segunda-feira, podendo fazer essa reavaliação mesmo antes da vigência do atual decreto que está em vigor desde o dia 1º e vai até o dia 15 deste mês", informou. 

Criação de novos leitos

O gestor afirmou que Pernambuco deve aguardar a conclusão da semana epidemiológica 5 para "analisar os dados de forma mais pormenorizada e tomar as decisões", e que o governo não deve exitar em ampliar as medidas caso os indicadores aumentem. "Por determinação do governador Paulo Câmara (PSB), continuamos trabalhando para garantir assistência à população desde o final do ano passado, na chegada mais forte da H3N2. Já são 802 novos leitos, sendo 334 de UTI e ainda vamos abrir nos próximos dias outras 400 vagas, sendo 196 de UTI. Também estão previstas 30 novas vagas pediátricas, sendo 20 de UTI na Unidade Brito de Oliveira".

No entanto, Longo pontuou o menor impacto da doença em pessoas que testam positivo para Covid-19 por conta da vacinação. "Mesmo que a vacinação não nos deixe livre da infecção, e a gente sabe que com a Ômicron se tornou corriqueiro os vacinados terem a infecção, mas a doença em não vacinados têm um impacto muito pior com reflexo direto em hospitalizações e mortes. Por escapar direto dos anticorpos, a Ômicron pode causar infecção em pessoas mesmo vacinadas, mas elas raramente adoecem com gravidade e morrem". 

O secretário chamou atenção para a importância da vacinação como a única solução para interromper o aumento das mortes pela doença. "Quando iniciamos a vacinação em janeiro de 2021, tínhamos 1,3% da população vacinada, a taxa de mortalidade em Pernambuco era de 8,33 óbitos por 100 mil habitantes. Em janeiro deste ano, com o percentual de vacinados com pelo menos duas doses ou dose única já em 70%, tínhamos praticamente 1/4 da população elegível com a dose de reforço, a taxa de mortalidade vai de 0,88, uma queda de 90% e Pernambuco continua mantendo uma das menores taxas de mortalidade por Covid neste ano".

Na próxima sexta-feira (4), estudantes da rede municipal de ensino do Recife iniciam o ano letivo. Em meio aos altos índice de infectados por Covid-19 em Pernambuco, devido à dominância da variante Ômicron, as instituições retornam de forma presencial, mas sem descartar as aulas remotas.

Em entrevista ao LeiaJá, o secretário de Educação municipal, Fred Amancio, reforçou que as medidas de biossegurança nas escolas seguem o mesmo protocolo, já estabelecido, desde 2021, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

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"Não houve mudança de diretrizes, como não houve em outros lugares do mundo. As diretrizes são as mesmas porque já mostraram que funcionam para Covid. Não existe um protocolo para a Ômicron, existe um protocolo para Covid e ele se mostrou eficiente na Educação no mundo todo".

À reportagem, Fred Amancio explica que, em 2022, o retorno à sala de aula seria mais flexível. No entanto, com a nova variante, o protocolo foi mantido, como também, o calendário escolar. 

"O ano letivo, no Recife, não teria nenhum tipo de distanciamento. Nós [município e Estados] estávamos nos preparando para ofertar aulas apenas presenciais e de forma obrigatória, mas com a Ômicron e o crescimento dos casos, as atividades presenciais passam a ser opcionais, assim como as remotas", observa.

Além disso, o responsável pela pasta ressalta que, neste primeiro momento, as aulas da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental serão, exclusivamente, on-line. A decisão, de acordo com Amancio, foi tomada após alguns profissionais serem diagnosticados com a síndrome respiratória.

"Vale ressaltar que esses servidores, como também, trabalhadores terceirizados não foram contaminados dentro do ambiente escolar", reforça o secretário. Para esses dois níveis educacionais, ainda segundo o secretário, a volta ao presencial será a partir do dia 14 de fevereiro.

Sem rodízio, mas com distanciamento

Na última quarta-feira (3), o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) divulgou, por meio das redes sociais, a informação que o início do ano letivo para turmas do ensino fundamental (anos finais), ou seja, do 6º ao 9º ano, e Educação de Jovens e Adultos (EJA) seria sob regime de rodízio.

Questionado sobre isso, Fred Amancio afirmou que não haverá rodízio. Entretanto, ao LeiaJá, falou sobre o distanciamento, de um metro, entre os alunos dentro da sala de aula.

“No nosso protocolo, a gente não fala em rodízio. O nosso protocolo fala em distanciamento. O eventual rodízio é consequência do distanciamento. Para cumprir o distanciamento, sem a possibilidade de manter 100% dos alunos em sala de aula, cria-se o rodízio. Em algumas escolas vão ter turmas com todos os estudantes em sala de aula e em algumas instituições será preciso fazer o rodízio de um para um, que é uma semana o estudante na escola, na outra em casa”.

E complementa: “Não é que as escolas terão rodízio. Rodízio não é regra, a regra é o distanciamento. Cada escola vai verificar o quantitativo de alunos para cumprir o distanciamento”.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quarta-feira (2), o maior número de casos de Covid-19 desde o início da pandemia, com 7.806 registros da doença. Entre os confirmados, 100 (1,2%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 7.706 (98,7%) são leves.

Segundo a SES, o atraso no envio do informe foi motivado pela instabilidade no sistema de notificações do Ministério da Saúde, onde é feita a extração do quantitativo de casos leves. Agora, Pernambuco totaliza 712.083 casos confirmados da doença, sendo 56.252 graves e 655.831 leves.

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Também foram contabilizados 23 óbitos, ocorridos entre os dias 14/05/2021 e 1º/02/2022. Com isso, o Estado totaliza 20.682 mortes pela Covid-19.

Diante da alta transmissibilidade da Covid-19 pela variante Ômicron e de novos recordes de casos da doença registrados no Brasil, é importante que os cuidados para se proteger do vírus acompanhem o risco e sejam redobrados. Por isso, por ter se mostrado ineficiente, especialistas não mais indicam o uso de máscara de pano para a proteção do vírus. No entanto, reforçam que as outras medidas ensinadas anteriormente, o distanciamento e o uso de álcool 70% ou em gel, seguem valendo.  

O chefe da Triagem de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e médico infectologista do grupo Oncoclínicas, Filipe Prohaska, recomenda o uso de máscaras mais eficazes para a proteção neste novo pico da doença.

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“A variante Ômicron tem uma capacidade de disseminação muito maior quando comparada com as anteriores, e a máscara de pano tem se mostrado insuficiente para garantir a proteção. Com isso, a recomendação tem sido máscaras cirúrgicas com pelo menos três camadas, ou máscaras do tipo PFF2, conhecidas como N95, que conseguem garantir uma vedação e uma filtração melhor do ar”, orienta.

Segundo o especialista, as melhores máscaras são as do tipo PFF2, apesar do maior custo para aquisição.

“Ela tem uma grande dificuldade por ter um custo mais elevado, mas você pode utilizá-la mais de uma vez por dias consecutivos. Inicialmente, o uso dela era restrito ao ambiente hospitalar, mas hoje já é comercializada”, informa.  

Em uma pesquisa feita pela reportagem do LeiaJá, em 15 farmácias do Recife, das que tinham a máscara do tipo pff2 disponível em estoque, o preço variava entre R$ 4,99 a R$ 9,00. 

Um estudo feito pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que, após testar 227 modelos de máscaras, a PFF2 é a que mais protege. Ela filtra até 98% das partículas no ar, enquanto as de tecido variam entre 15 e 70%. O modelo da PFF2 que não se prende atrás da orelha consegue ter uma vedação melhor, mas não significa que o modelo que prende atrás não sirva de nada. 

Vale lembrar que a transmissão do vírus ocorre pelas partículas expelidas da boca e nariz de quem está infectado e podem ficar suspensas no ar por horas. O risco aumenta em locais fechados e, por isso, o uso de uma máscara eficaz se faz tão importante para a proteção.  

Prohaska explica como a reutilização da PFF2 pode ser feita.

“Você pode utilizá-las por mais de uma vez. O indicado é usar algum tipo de proteção, pode ser plástico ou papel, mas que ela tenha um grau de arejamento, não fique totalmente fechada. Desta forma, aumenta a sua vida útil. Dependendo da marca, você pode usar ela por até sete dias de forma consecutiva. Há pessoas que têm feito o esquema de rodízio, utilizado duas ou três máscaras em dias alternados para ela durar por mais tempo, mas no final das contas a regra dos sete dias para a troca de cada uma delas não muda muito”, detalha.

O infectologista pontua ainda, que o uso de duas máscaras, uma sobreposta a outra, sendo uma de pano e uma cirúrgica não traz tantos benefícios como antes.

Face shield

Segundo Filipe Prohaska, uma quantidade pequena de pessoas não pode utilizar máscara por alguns problemas de saúde específicos, como deficiência respiratória, e alérgicos, por exemplo. Para essas pessoas, é recomendável o uso da face shield (proteção para o rosto) e um distanciamento maior que o recomendado.

“São raros os casos e nesse ponto a discussão é que deve-se manter um distanciamento maior e usar a face shield para garantir algum grau de proteção aos respingos e gotículas. Mas lembrando que a face shield não é superior à máscara e só deve ser utilizada nessas situações em que há a impossibilidade absoluta do uso de máscaras, sejam elas cirúrgicas ou PFF2”, salienta.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos não recomenda que cidadãos americanos viajem a alguns Países por conta da Covid-19, incluindo o Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (31), e também envolve o México, Equador, Paraguai, Kosovo e Filipinas.

O Conselho lista quase 130 Países e territórios com casos de Covid-19 como “Nível Quatro: muito alto”. Estão na lista dos mais arriscados: Anguilla, Singapura, Guiana Francesa, Moldávia, São Vicente e Granadinas. 

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O governo dos EUA adicionou, desde dezembro de 2021, mais de 60 Países e territórios à sua lista de lugares a serem evitados por conta da variante Ômicron.

Além disso, mais 11 Países e territórios entraram na lista do Centro de Controle para o “Nível Três: Alto”, que insta os americanos não vacinados a evitarem viagens não essenciais para o Butão, Brunei, Comores, Polinésia Francesa, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Honduras, Libéria, Nepal e Omã. Atualmente são cerca de 50 Países e territórios nessa categoria. Já no “Nível Dois: Moderado”, ou “Nível Um: Baixo”, são 16 Países listados. 

No mês passado, os EUA concordaram em suspender as restrições a oito Países da África Austral que foram impostas em novembro por conta da Ômicron, incluindo a África do Sul. 

O Brasil ultrapassou neste domingo (30) a marca de 40 milhões de brasileiros vacinados com a dose de reforço contra a Covid-19. Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, mais de 53 milhões de brasileiros estão aptos a receberem o reforço na imunização, mas ainda não retornaram aos postos. Esse público já pode receber a nova dose entre janeiro e fevereiro.

Segundo a pasta, ao todo, mais de 1,8 mil casos da variante Ômicron foram confirmados no Brasil, com dois óbitos. Estudos comprovam a eficácia da dose de reforço contra a variante Ômicron. Até o momento, o governo distribuiu mais de 407 milhões de doses de vacina Covid-19 e aplicou mais de 355 milhões.

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Com o avanço na campanha de vacinação, o Brasil já conta com mais de 91% da população acima de 12 anos vacinada com a primeira dose e 85% imunizada com a segunda dose ou dose única do imunizante.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) recebeu, nesta sexta-feira (28), mais uma rodada de sequenciamentos genéticos de amostras biológicas de pacientes que tiveram a Covid-19. De acordo com a análise, realizada pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM - Fiocruz-PE), das 96 amostras estudadas, 94 (98%) tinham a presença da variante Ômicron, ratificando a sua forte aceleração no território pernambucano. As coletas são de pacientes de nove municípios e foram realizadas entre os dias 05 e 13 deste mês de janeiro. Além disso, duas amostras (2%), de pacientes de Recife e Triunfo, foram identificadas com a linhagem Delta. Na última rodada, divulgada na sexta-feira passada (21.01), a Ômicron havia sido identificada em 91,8% dos genomas analisados. 

“Diante da forte aceleração da variante Ômicron, pedimos atenção especial à necessidade de respeito aos protocolos e de reforço nos cuidados, com o uso correto da máscara, a lavagem das mãos e o ato de evitar aglomerações. Estas são ações que ajudam a diminuir a aceleração viral e demonstram nosso respeito à vida. Destaco também a importância da vacinação, porque mesmo que a vacina não nos deixe livres da infecção, a doença em não vacinados tem um impacto muito pior, podendo significar hospitalização e morte. Os relatos dos profissionais que estão na linha de frente são de que a maior parte dos pacientes com quadros graves provocados pela variante Ômicron são pessoas que não estão em dia com a vacinação. Portanto, contra esta variante, não estar em dia com todas as doses é o mesmo de estar desprotegido e em risco”, reforça o secretário estadual de Saúde, André Longo. 

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O secretário destaca que esse trabalho de sequenciamento vem sendo feito de forma permanente. "A partir do trabalho da Fiocruz PE, estamos conseguindo identificar as variantes da Covid-19 em circulação e a prevalência. Semanalmente, o Lacen-PE envia as amostras biológicas para análise pelo Instituto, que tem cumprido com êxito seu papel nesta parceria de suma importância para a sociedade pernambucana e para a gestão pública, que consegue entender melhor o cenário epidemiológico a partir desses achados", diz Longo. 

Os casos da Ômicron foram registrados a partir da coleta de pacientes provenientes de todas as regiões do Estado, das cidades de Barreiros (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Fernando de Noronha (14), Garanhuns (1), Igarassu (1), Itacuruba (1), Olinda (1), Recife (73), Santa Cruz do Capibaribe (1).

Da assessoria.

A Dinamarca pretende encerrar as restrições contra a Covid-19 e reclassificar o vírus como uma doença que não é mais uma ameaça à população. Outros países europeus, como Áustria e Holanda, também anunciaram medidas semelhantes, apesar de a variante Ômicron causar recordes de novos casos no continente e no mundo, destacam agências internacionais.

Na Dinamarca, a medida deve ser adotada enquanto o país registra recordes de novos casos diários, mas internações em queda, uma tendência também em outros nações, sugerindo que a variante é menos mortal do que outras.

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A média móvel de infecções na Dinamarca foi de 41.613 na quarta-feira (26) um recorde em toda a pandemia e muito maior do que o pico de surtos anteriores, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em dezembro de 2020, por exemplo, a média mais alta foi de 3.536. Com 5,8 milhões de pessoas, o país registrou mais de 1,5 milhão de infecções durante a pandemia em dois anos, sendo um milhão delas apenas nos últimos dois meses.

Em relação à média móvel de mortes, o país chegou a registrar 35 em um dia em janeiro de 2021. Durante o atual surto, no entanto, a maior média de óbitos diários foi 17. Atualmente, a nação tem 44 pacientes com covid internados em UTIs, abaixo dos 73 há duas semanas.

Com isso, o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, vai seguir uma recomendação da comissão epidemiológica de não estender nenhuma restrição depois de 31 de janeiro, segundo os documentos. Heunicke quer reduzir a classificação da doença a partir de 1º de fevereiro, quatro dias antes do proposto pela comissão. As restrições atuais incluem horários de funcionamento limitados para restaurantes e bares, uso de passaportes sanitários e a exigência de máscaras em lojas e em alguns eventos fechados.

Na Áustria, o governo anunciou nesta quinta-feira (27) que a quarentena para pessoas não vacinadas vai terminar na próxima segunda-feira (31), já que a pressão sobre os hospitais diminuiu.

Desde 15 de novembro, pessoas não vacinadas na Áustria - cujo governo na semana passada tornou-se o primeiro no continente a aprovar a obrigatoriedade do imunizante - só podem sair de casa por um número limitado de motivos, como comprar itens essenciais ou trabalhar. Mesmo com o fim dessa restrição, os não vacinados ainda serão impedidos de algumas atividades, como comer em restaurantes.

Apesar de os casos diários terem aumentado, atingindo um novo recorde de mais de 30 mil nesta quarta-feira - número que o governo estima que vá aumentar -, a taxa de ocupação de leitos hospitalares e de UTIs, por outro lado, vem caindo.

"Chegamos à conclusão de que a quarentena para pessoas não vacinadas na Áustria só é justificável em caso de ameaça de sobrecarga iminente da capacidade nas UTIs", disse o ministro da Saúde local, Wolfgang Mueckstein, em entrevista coletiva.

Aumento de casos

No continente europeu, Alemanha, Polônia, Hungria, República Checa, Bulgária e Romênia registraram recordes de novos casos na quarta-feira, e o Parlamento alemão se prepara para debater propostas para exigir ou encorajar fortemente a população a se vacinar.

Com mais de 10 milhões de novos casos, as infecções na Europa aumentaram 13% na semana passada em comparação com a anterior, segundo dados da OMS, com França, Itália e Alemanha registrando os números mais altos. As mortes semanais na região, no entanto, diminuíram 5%.

Na terça-feira, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou que bares, restaurantes e teatros poderiam reabrir nesta quarta. Segundo o ministro da Saúde, Ernst Kuipers, os especialistas acham que a reabertura é possível também porque as hospitalizações causadas pela onda da Ômicron no país foram menores do que se temia inicialmente.

Os estabelecimentos, que estavam fechados desde meados de dezembro, agora poderão abrir das 5h às 22h, com capacidade reduzida e com regras de distanciamento social. O público também poderá assistir a eventos esportivos, ir a zoológicos e museus. Além disso, os clientes terão de mostrar um comprovante de vacinação ou de recuperação da infecção.

Durante a última semana, o Instituto Nacional de Saúde registrou um recorde de 366.120 casos, um aumento de 51% em comparação à semana anterior. Por outro lado, desde meados de dezembro, o número de pessoas com covid em UTIs vem caindo, chegando a 252 na segunda-feira (24), segundo o Our World in Data.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson está suspendendo as últimas as medidas de isolamento. Na semana passada, o ministro britânico de Empresas e Energia, Kwasi Kwarteng, afirmou que as pessoas devem voltar ao trabalho presencial porque o mundo "precisa aprender a viver" com a covid.

Também na semana passada, a França relaxou as restrições contra a Ômicron impostas em dezembro. As medidas serão escalonadas, começando em 2 de fevereiro. Casas noturnas poderão reabrir, não haverá limites de público em eventos abertos de esportes e entretenimento, as pessoas poderão voltar a consumir pipoca dentro dos cinemas e o uso de máscaras não será mais compulsório ao ar livre. Depois, protocolos em escolas, que entre outras coisas exigem que crianças usem máscaras durante as aulas, poderão ser relaxados.

Suécia

Em uma estratégia diferente, porém, a Suécia anunciou nesta quarta-feira que estenderá suas atuais medidas restritivas por mais duas semanas, enquanto a Ômicron se espalha rapidamente, segundo o ministro da Saúde. Com isso, bares e restaurantes têm que fechar às 23h e há um limite de 500 pessoas dentro de locais fechados com capacidade maior.

"Temos um nível extremamente alto de disseminação", disse a ministra da Saúde, Lena Hallengren, em entrevista coletiva. "As restrições devem permanecer em vigor por duas semanas. Se tudo correr como planejado e se a situação permitir, as restrições serão retiradas depois disso."

Nos últimos sete dias, a Suécia registrou cerca de 270 mil casos, mas a testagem limitada fez com que o governo acreditasse que o número real pode ser superior a 500 mil. A disseminação da Ômicron colocou pressão sobre o sistema de saúde, mas muito menos do que durante as surtos anteriores. (Com agências internacionais).

O laboratório americano Moderna anunciou nesta quarta-feira (26) que iniciou os ensaios clínicos de uma dose de reforço da vacina projetada especificamente para agir contra a variante ômicron.

Participarão dos testes 600 adultos. Metade deles já recebeu duas doses da vacina Moderna há pelo menos seis meses e a outra metade recebeu as duas doses iniciais mais o reforço já autorizado.

Assim, o reforço voltado para a ômicron será avaliado tanto como uma terceira quanto uma quarta dose.

A empresa também relatou resultados sobre a eficácia de seu reforço geral: seis meses após a injeção, os níveis de anticorpos neutralizantes contra a nova cepa caíram seis vezes em relação ao pico observado 29 dias após a vacinação, mas permaneceram detectáveis em todos os participantes.

Esta informação foi obtida pela observação do sangue de 20 pessoas que receberam um reforço de 50 microgramas, metade da quantidade das duas primeiras doses.

“Estamos tranquilos com a persistência de anticorpos contra a ômicron seis meses após o reforço atualmente autorizado”, afirmou o diretor executivo da Moderna, Stephane Bancel, em um comunicado.

“No entanto, dada a ameaça de longo prazo demonstrada pelo escape imunológico da ômicron, estamos adiantando em nossa vacina candidata de reforço específica para a variante”, continuou ele.

O anúncio da Moderna chega um dia depois que suas rivais Pfizer e BioNTech disseram que começaram a fase de testes clínicos para um imunizante direcionado à ômicron.

Ambas as vacinas são baseadas na tecnologia de RNA mensageiro, o que as torna relativamente fáceis de atualizar diante das mutações das novas variantes.

Diversos países, incluindo os Estados Unidos, começaram a ver uma queda nos casos associados à onda de infecções causada pela ômicron, a variante mais transmissível detectada até agora, mas o número de casos segue aumentando em nível mundial.

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