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De volta ao comando da Prefeitura de São Lourenço da Mata, depois de quatro meses afastado, o prefeito Bruno Pereira (PTB) afirmou que já deve fazer mudanças no secretariado municipal nesta quinta-feira (18), mas tem encontrado dificuldades na transição do governo com o vice, Gabriel Neto (sem partido), que esteve à frente da administração municipal durante o período. Os dois são rompidos politicamente.

Pereira foi afastado das funções pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) no dia 26 de setembro, após a deflagração da Operação Tupinambá que investiga desvio de bens e verbas da prefeitura, e retornou ao cargo na última terça-feira (16).

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Segundo o prefeito, durante o período em que esteve ausente da gestão documentos foram perdidos e serviços deixaram de ser prestados. Para Bruno Pereira, a investigação judicial atrasou o planejamento feito por ele para o município.

“Tínhamos muitos convênios e emendas para dar conta. Mas isso atrapalhou totalmente nossos planos. Não sabemos como ficaram os convênios. Alguns foram perdidos e algumas emendas perderam os prazos, o que prejudicou a população. O hospital Petronila Campos é outro exemplo. Estava funcionando, fazendo cirurgia e hoje não faz mais”, afirmou o prefeito, em entrevista coletiva.

Quanto a atuação do vice-prefeito, Bruno foi enfático e disse que o desejo de Gabriel Neto era "ser prefeito no lugar dele". "Ele teve problema comigo. Na verdade é aquele vice querendo assumir no lugar do prefeito”, disparou. “Mas espero que a gente possa se conciliar, que a gente possa se juntar e fazer com que a população de São Lourenço não possa sofrer", acrescentou, amenizando.

Serviços e demissões

Após ser afastado do cargo, alguns contratos de serviços como o da coleta de lixo e de transporte escolar firmados por Bruno foram alvos de medidas cautelares por parte do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Gabriel Neto precisou admitir outras empresas a partir de licitações emergenciais. Sobre esses serviços, o prefeito garantiu a continuidade. “Nossa preocupação é que nenhum serviço seja interrompido. A população não pode sofrer mais do que sofreu”, salientou.

Já com relação ao quadro de pessoal, admitido pelo vice, Bruno Pereira disse que pretende demitir cargo de confiança e comissionados, além disso ponderou que deve fazer um concurso para a Secretaria de Educação - a cidade tem em andamento uma seleção simplificada para a área. “O que não for de serviço essencial, sim, para ver a saúde financeira. Não sei como estamos enquadrados nos 54% da Lei de Reponsabilidade Fiscal. O que não for indispensável, não for prioridade, vamos enxugar a máquina”, disse.

Investigação

Apesar de ter retomado o cargo, Bruno Pereira segue sendo investigado pelo suposto desvio de bens e rendas públicas na gestão. “Estamos fazendo nossa defesa. Temos um prazo para esclarecer tudo. Mas não pratiquei nenhum ato ilícito no meu mandato. Estamos querendo esclarecer isso o mais rápido possível para que a população não sofra mais com essa instabilidade”, destacou.

Na época em que foi afastado, o petebista disse ter sido vítima de um golpe dado pela oposição. "Estou tranquilo e certo de que todos os fatos serão esclarecidos. Estamos aqui para mostrar que estamos 100% confiantes na justiça. Não vou aceitar nenhum tipo de golpe. A denúncia foi feita por um vereador e vamos provar que é inverídica", declarou o prefeito em coletiva na ocasião.

Além de Bruno Pereira, a investigação também trouxe indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. Todos também afastados da gestão em setembro.

O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou, na tarde desta sexta-feira (29), que está sendo vítima de um golpe. O petebista foi afastado das funções públicas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde a última terça-feira (26), após da deflagração da Operação Tupinambá que investiga desvio de bens e verbas da administração municipal. 

"Estou tranquilo e certo de que todos os fatos serão esclarecidos. Estamos aqui para mostrar que estamos 100% confiantes na justiça. Não vou aceitar nenhum tipo de golpe. A denúncia foi feita por um vereador e vamos provar que é inverídica", declarou o prefeito. Indagado sobre quem seria o parlamentar citado por ele, o prefeito disse que não mencionaria nomes. Nos bastidores, consta-se que ele se referia ao presidente da Câmara Municipal, Denis Alves (Podemos). 

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Diretamente sobre as acusações de fraudes que pesam contra ele, o Bruno Pereira disse que "tem que investigar e apurar tudo", mas negou ter cometido qualquer irregularidade. Quanto aos R$23 mil encontrados na sua residência durante a operação na última terça, o petebista reconheceu que costuma guardar valores em espécie. "Sempre saco dinheiro para fazer pagamentos, dos R$23 mil, R$14 mil era do salário do meu pai, R$ 6 mil do meu irmão e R$3 mil meus", detalhou. Até que o TJPE revogue o afastamento do prefeito titular, quem administra a cidade é o vice-prefeito Gabriel Neto (sem partido).

Ao lado do gestor afastado, o senador Armando Monteiro (PTB) reforçou o apoio da legenda ao político e a tese de "golpe" defendida pelo prefeito. "Pude perceber a firme disposição do prefeito em fornecer todas as informações necessárias. Atitude reveladora do compromisso que ele tem com a população que o elegeu. Do nosso partido estamos ao seu lado. Não é possível conceber que algumas injeções tomem um mandato conferido pelo povo", cravou. Além de Armando, o presidente estadual do PTB, deputado José Humberto Cavalcanti também estava na coletiva.

Esclarecimentos das denúncias 

Entre as denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Pernambuco, está a de desvios em aproximadamente R$23 milhões de processos licitatórios, que, inclusive, de acordo com o MPPE, não foram encontrados na sede da gestão municipal. De acordo com o procurador-geral do município Edson Vera Cruz, o fato já foi esclarecido para a polícia que não fez buscas na sala em que, de acordo com eles, é realmente armazenada a documentação. "Todos os procedimentos licitatórios foram realizados, cerca de 30 dias antes da Operação enviamos para o Ministério Público e a própria promotora disse que não haviam mais pendências.

Outro ponto, diz respeito a um vídeo divulgado na imprensa com a suposta retirada de documentos do prédio da prefeitura. Durante a coletiva, o prefeito e seus assessores esclareceram que se tratava de um caminhão que fazia a manutenção das impressoras do local. 

Já quanto o fluxo de informações constantes no site de prestação de contas do Tribunal de Contas de Pernambuco, questionado pelo órgão que informou ter valores alterados com frequência, o controlador do município, José Felipe, afirmou que "não há nenhuma ingerência com relação aos dados. Não foram alterados".

Sobre a denúncia feita por uma advogada que constava no Portal de Transparência da cidade como médica, José Felipe disse que em 2017 ela não estava no quadro de funcionários. "Temos a informação por parte da denúncia feita no Ministério Público que se tratava de uma senhora de nome Ana Carla Brito e sabemos que ela prestou serviço em 2015 e 2016, mas em 2017 não. Um empenho foi lavrado neste sentido, mas cancelado depois que constatou-se que ela não era funcionária da gestão", pontuou.

Operação Tupinambá 

Deflagrada na última terça-feira pela Polícia Civil, cumprindo 14 mandados de busca e apreensão, além do afastamento do prefeito e de outros servidores da administração municipal. 

Além de Bruno Pereira, a investigação traz indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. 

Ainda foram citados os empresários Nelton Uchoa Simões, Severino Ramos da Silva, Carolina Azevedo da Costa, Eugênio Azevedo da Costa e Luciana Maria da Silva, da Esfera Construções LTDA ME.

Durante as ações policiais foram  apreendidos R$ 28 mil em espécie, sendo R$ 23 mil na casa do prefeito, e duas armas de fogo. Além de equipamentos eletrônicos e documentos, nas residências dos investigados e na prefeitura.

Detalhes da Operação Tupinambá, que afastou das funções públicas por tempo indeterminado o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), foram apresentados nesta quarta-feira (27). Entre as acusações investigadas pela ação conjunta do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Tribunal de Contas (TCE) e a Polícia Civil, está a ocultação de informações contábeis da gestão, fraudes em licitações e o contrato de empresas laranjas. 

De acordo com a promotora de Justiça do Patrimônio Público de São Lourenço da Mata, Mariana Vila Nova, as denúncias chegaram ao órgão e a gestão municipal foi acionada para respondê-las, mas com a falta de retorno o MPPE precisou acionar a polícia e o TCE. Sob a ótica dela, a área da saúde foi a mais prejudicada.

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“Há indícios de superfaturamento de licitação, ausência de licitação, empresas contratadas não prestaram serviços. Uma das contratadas, inclusive, recebeu mais de R$ 1 milhão para serviço de ultrassonografia na cidade e a sede dela é em Bezerros, não entendo como uma empresa de Bezerros faz ultrassonografia em São Lourenço”, destacou.

No Portal da Transparência, por exemplo, um cidadão que se trata de problemas renais no Recife recebia um auxílio de R$ 160 mil. De acordo com o MPPE, entretanto, o valor real pago ao homem era de R$ 150. Outra menção feita pelos investigadores foi o contrato para o fornecimento de medicamentos para o Hospital Petrolina Campos. A prefeitura estava pagando R$ 180 mil pelo serviço enquanto uma unidade de saúde privada custeava com R$ 30 mil.

“Agora na operação nada foi encontrado lá, nenhum processo de licitação. O que já caracteriza que tem algo errado. Ou eles sumiram com os documentos ou sequer fizeram licitação em 2017”, salientou a promotora. “Caso comprovemos que houve a destruição ou ocultação, porque esses documentos deveriam estar na prefeitura e não se encontram, eles podem ser autuados por  supressão ou ocultação de documento público”, acrescentou a delegada Patrícia Domingos, titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). 

Além de Bruno Pereira, a investigação traz indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. Ainda foram citados os empresários Nelton Uchoa Simões, Severino Ramos da Silva, Carolina Azevedo da Costa, Eugênio Azevedo da Costa e Luciana Maria da Silva, da Esfera Construções LTDA ME.

Na Operação Tupinambá, deflagrada nessa terça (26), foram apreendidos R$ 28 mil em espécie, sendo R$ 23 mil na casa do prefeito, e duas armas de fogo. Além de equipamentos eletrônicos e documentos, nas residências dos investigados e na prefeitura.

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Com o afastamento do prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Bruno Pereira (PTB), por desvios de bens e verbas públicas, quem assume o comando da administração é o vice-prefeito Gabriel Neto (sem partido). Em conversa com o LeiaJá, nesta terça-feira (26), ele afirmou que está aguardando os trâmites técnicos legislativos para a posse que deve acontecer até esta quarta (27). 

Sobre as acusações que pesam contra o petebista, investigadas pela Operação Tupinambá, o vice disse que já “não concordava” com a forma que o prefeito governava a cidade. “Nós nos separamos politicamente no início do ano e eu segui a minha vida, sem vínculo com as ações da prefeitura. Não tenho nada a dizer sobre essas acusações, mas não concordava com o jeito dele governar. As denúncias serão apuradas e investigadas pela Justiça”, ressaltou. 

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Gabriel Neto também informou o que pretende fazer assim que tomar posse. “Vou reunir todo o secretariado, fazer um plano de ação e reuniões de monitoramento para fazer uma gestão eficiente”, disse. Segundo informações de bastidores, os dois teriam rompido politicamente depois de intervenções do pai do prefeito afastado e ex-gestor da cidade, Jairo Pereira (PTB), na administração local. 

De acordo com informações da Polícia Civil, Bruno Pereira foi deslocado das funções para não prejudicar as investigações que já ocorrem há três meses. O petebista foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta terça e os policiais encontraram R$ 23 mil na casa dele. Segundo o delegado Joselito Amaral, responsável pelo caso, “ainda não há provas o suficiente para o indiciamento”, mas a investigação continua e o prefeito terá que explicar a origem do dinheiro encontrado em sua residência. Nesta quarta, o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público de Pernambuco marcaram uma coletiva para dar mais detalhes sobre os próximos passos que serão adotados pela Justiça.

A Operação Tupinambá, deflagrada pela Polícia Civil após uma denúncia de desvio de verbas e recursos públicos na prefeitura de São Lourenço da Mata, encontrou R$ 23 mil na casa do prefeito Bruno Pereira (PTB), que está afastado por tempo indeterminado de suas funções públicas. Além dele, os responsáveis pelas secretarias de saúde e finanças do município e outros quatro servidores das mesmas pastas também foram afastados.

De acordo com o delegado Joselito Amaral, os afastamentos têm por objetivo impedir que os suspeitos interfiram nas investigações. Ainda segundo o delegado, o inquérito continuará e o prefeito terá que explicar a origem do dinheiro encontrado em sua residência. Além dos afastamentos, também foram efetuadas duas prisões. Um guarda municipal de São Lourenço da Mata e uma empresária que não teve o nome divulgado foram presos por posse ilegal de arma de fogo sem registro. A operação mobilizou 110 policiais para a realização de 14 mandados de prisão realizados no município e também em Recife, Caruaru, Camaragibe e Bezerros. 

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A operação foi deflagrada após três meses de uma investigação que teve início com uma denúncia realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A suspeita a ser confirmada é de que verbas públicas, que têm destinação definida um ano antes de sua liberação, tenham sido desviadas através da assinatura de contratos com empresas que não tiveram seus nomes divulgados. 

Na próxima quarta-feira (26) representantes do TCE, do Ministério Público e da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos da Polícia Civil de Pernambuco realizarão uma coletiva de imprensa às 9h para divulgação de mais informações sobre a investigação e a operação. 

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