O aeroporto londrino de Gatwick anunciou nesta sexta-feira (21) sua reabertura com um "número limitado" de voos, depois de ter permanecido quase um dia e meio paralisado pela insistente presença de drones de origem desconhecida.
"A pista de Gatwick está atualmente disponível e há um número limitado de aviões programado para pousos e decolagens", informou no Twitter o aeroporto, o segundo maior do Reino Unido e o oitavo da Europa em termos de tráfego e que estava fechado desde quarta-feira à noite.
A direção do aeroporto recomendou, no entanto, aos passageiros que verifiquem a situação de seus voos com as companhias aéreas antes do deslocamento para o terminal, já que muitas viagens com pouso e decolagem em Gatwick ainda registram atrasos e cancelamentos no que deve ser o dia de maior movimento no feriado de Natal.
O diretor de operações do aeroporto, Chris Woodroofe, confirmou que para esta sexta-feira estavam previstas 700 decolagens e pediu desculpas aos quase 120.000 passageiros afetados.
Gatwick foi fechado na quarta-feira às 21h GMT (19h de Brasília) quando dois drones foram observados sobrevoando a área da pista. O local foi reaberto por alguns minutos durante a noite e voltou a fechar às 3h45 GMT (1h45 de Brasília), quando os drones foram novamente detectados.
No total, os drones foram obervados 50 vezes em 24 horas. A polícia, que recebeu o apoio do ministério da Defesa com equipamento especializado, não conseguiu interceptar os aparelhos nem identificar os responsáveis pelo caos aéreo.
Mas o aeroporto foi autorizado a voltar a funcionar depois de adotar medidas em colaboração com a polícia, o exército e as autoridades, explicou Woodroofe à BBC, sem entrar em detalhes. "Este tipo de incidente não tem precedente", afirmou o ministro dos Transportes, Chris Grayling.
"Vamos ter que aprender muito rapidamente com o que aconteceu", disse. Ao ser questionado sobre as críticas à incapacidade das autoridades para neutralizar os aparelhos, o ministro destacou que a tecnologia para interceptar drones "acaba de surgir".
A polícia afirmou que este foi um "ato deliberado que busca perturbar o funcionamento do aeroporto", mas ressaltou que "não há absolutamente nenhuma evidência que sugira um vínculo terrorista".
Um "lobo solitário" defensor do meio ambiente pode estar por trás do incidente inédito, afirma o jornal Daily Telegraph, que citou uma fonte governamental. "Uma das hipóteses neste estágio é a de uma ação ecologista", declarou a fonte.
A legislação britânica estipula que drones não podem ser utilizados a menos de um quilômetro de um aeroporto e que não podem superar uma altitude de 122 metros. Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas.