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Confrontado com dados levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontaram um aumento no número de brasileiros que vivem na extrema pobreza, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome encaminhou um ofício ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para que a amostra seja analisada com mais "profundidade". De acordo com Mercadante, o governo está fazendo uma "advertência".

"Queremos que o IBGE analise com mais profundidade a amostra porque todos os outros índices mostram que a pobreza caiu e que esse indicador de renda zero pode ter algum problema metodológico. De qualquer forma, os dados são para ser analisados, debatidos, com toda a transparência", disse o ministro a jornalistas, depois de participar de cerimônia no Palácio do Planalto de homenagem a servidores.

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"Não houve nenhum estudo do Ipea sobre esse assunto. O que o Ipea fez é uma base de dados, uma forma de agregar esses dados e disponibilizar no seu portal. Não há nenhum estudo até este momento. A pobreza caiu, continua caindo, e há uma variação em relação à extrema pobreza dentro da margem de erro estatística da pesquisa." De acordo com o Ipea, o número de pessoas em situação de extrema pobreza - ou seja, que vivem menos de R$ 70 por mês - teria aumentado de 3,6% da população para 4% entre 2012 e 2013. De 2003, início da série histórica, a 2012, a queda foi contínua, trajetória interrompida no ano passado.

Em outubro, o diretor de políticas sociais do Ipea, Herton Araújo, colocou o cargo à disposição por discordar da decisão do instituto em suspender a divulgação de estudos durante a campanha eleitoral, o que provocou uma crise interna. Araújo pretendia divulgar um levantamento com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) sobre miséria. "Estamos fazendo essa advertência. De qualquer forma, (o resultado do Ipea) é um variação pequena. A pobreza caiu fortemente, a tendência de queda da pobreza e extrema pobreza é consistente por tudo que foi feito: o desemprego caiu, o Bolsa Família teve reajuste e aumentou cobertura", garantiu o ministro.

Metodologia

De acordo com Mercadante, o governo aponta que a variação positiva no número de miseráveis pode estar relacionada ao grupo de pessoas que declararam renda zero. "Quando você pega o questionário e olha o patrimônio (das pessoas em extrema pobreza), ou por exemplo, o nível superior (na educação) está muito acima da faixa seguinte que declarou que recebia renda. Então o que pode estar acontecendo, o que precisa ser apurado, é se não são pessoas que não declararam a renda e foram contabilizadas como renda zero", comentou o ministro. "Tem que se tomar cuidado. Inclusive o próprio MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) encaminhou ao IBGE pedindo uma análise mais cuidadosa porque o que cresce ali é o contingente de renda zero."

Na avaliação de Mercadante, esse é um "debate muito bom". Para o ministro, é difícil que qualquer acadêmico que estude a pobreza com profundidade possa concluir que houve uma mudança de trajetória na redução da pobreza extrema a partir de uma "variação muita específica" e dentro da margem de erro.

Questionado se o Ipea não estaria equivocado, o ministro respondeu: "Não posso dizer isso. Vamos aguardar o debate, os acadêmicos, a discussão e o pronunciamento final do IBGE. Da última vez, o IBGE publicou o dado (da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2013), apontamos o problema metodológico e foi feita inclusive uma comissão de sindicância para verificar, porque houve erro metodológico amostral. Vamos aguardar agora a avaliação final. Não posso fazer nenhum pré-julgamento."

Relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Oxfam - organização não governamental que desenvolve campanhas e programas de combate à pobreza em todo o mundo - informa que, desde o início da crise financeira internacional, em outubro de 2008, dobrou o número de bilionários no mundo. Ao mesmo tempo, aumentou também a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres.

De acordo com o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, entre as causas da desigualdade, que aumenta cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, está o “fundamentalismo do mercado”, que promove um crescimento econômico que beneficia apenas uma elite pequena, deixando em situação ainda mais difícil os pobres.

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"Para começar, 70% da população mundial vivem em países onde a desigualdade e a concentração de riqueza aumentaram nos últimos anos. O número de bilionários do mundo simplesmente dobrou desde que a crise financeira teve início. Crises como essa afetam, em geral, o lado mais frágil da corda”, disse ele à Agência Brasil. E o aumento da desigualdade, acrescenta ele, pode levar a um retrocesso de décadas na luta contra a pobreza.

Diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima disse que o mundo possui recursos suficientes para melhorar a vida de todos. “É hora de equilibrar o jogo antes que a situação piore”, avalia Winnie. 

A fim de pressionar as lideranças mundiais a “transformar a retórica em prática e garantir condições mais justas às pessoas mais pobres”, o relatório – intitulado Equilibre o Jogo: É Hora de Acabar com a Desigualdade Extrema – mostra que, enquanto centenas de milhões de pessoas vivem em abjeta pobreza sem acesso a serviços essenciais de saúde ou à educação básica, as pessoas ricas têm dinheiro que  jamais poderão gastar durante toda a vida. “Se as três pessoas mais ricas do mundo gastassem US$ 1 milhão por dia, precisariam de 200 anos para exaurir suas fortunas”, informa o relatório. Segundo o documento, as 85 pessoas mais ricas viram sua fortuna coletiva crescer US$ 668 milhões ao dia entre 2013 e 2014. Isso corresponde a quase meio milhão de dólares por minuto.

Atualmente, na África Subsaariana, há 16 bilionários convivendo com 358 milhões de pessoas na extrema pobreza. E, na África do Sul, a desigualdade está maior agora do que na época do fim do apartheid. Uma das sugestões da Oxfam para diminuir a distância entre os mais ricos e os mais pobres é o investimento em serviços públicos gratuitos, principalmente nas áreas de saúde e educação. A cada ano, diz o estudo, cem milhões de pessoas são levadas à pobreza porque são obrigadas a pagar por serviços de saúde.

Na avaliação de Simon Ticehurst, a desigualdade é ruim para todo o mundo e causa impactos nas condições de emprego e na segurança, além de resultar também em instabilidade política. A América Latina, exemplifica o pesquisador, é a região mais desigual e insegura do planeta. E é a que registra mais violência. "Mas a desigualdade não está presente apenas nos países mais pobres", ressalta ele.  “No Reino Unido, dependendo de onde você nasce e de onde você mora, a diferença na expectativa de vida pode chegar a nove anos de diferença. Isso também está relacionado às diferenças sociais, porque quanto maior for a sua qualidade de vida, maior será a sua longevidade”, disse.

Outro país citado pelo diretor da Oxfam são os Estados Unidos. “Lá, se você nasce dentro de família pobre, tem 50% a mais de chances de ser pobre na fase adulta. É um país que tem baixíssima mobilidade social. Isso desmente o que prega o American Dream [Sonho Americano]. Como bem disse Richard Wilkinson no resumo executivo da nossa publicação, se os americanos querem viver o sonho americano, devem se mudar para a Dinamarca”.

Apesar dos históricos problemas de desigualdade social no Brasil, o país é citado como exceção, ao ser comparado à tendência que se verifica no mundo, de aumento da desigualdade social. “Podemos dizer que o Brasil está construindo um tipo de Brazilian Dream (sonho brasileiro). Há muito a avançar, mas os primeiros passos já foram dados. Enquanto outros países, inclusive europeus, estão andando para trás, o Brasil está melhor equilibrado, apesar da situação ainda desfavorável para boa parcela da população. Mas o Brasil precisa ter cuidado para não cair no discurso do fundamentalismo de mercado. Isso colocaria em risco todos os avanços conquistados”, alerta o diretor da entidade britânica.

Na avaliação de Simon Ticehurst, situações de desigualdade identificadas em boa parte do mundo, apesar de serem historicamente problemáticas, podem ser corrigidas. Basta que se insista nas políticas que são acertadas. “Não é inevitável. Podem ser corrigidas com uma série de medidas relacionadas à importância de os governos responderem às necessidades de todo o povo, e não de uma elite econômica. O problema é quando, a exemplo do que acontece na política brasileira, há uma exagerada influência das elites no parlamento”, disse ele.

Para a Oxfam, uma medida que pode ajudar a amenizar o problema é o combate efetivo à sonegação fiscal, principalmente das grandes corporações multinacionais e das pessoas mais ricas do mundo. “Uma alíquota de imposto de apenas 1,5% sobre a fortuna dos bilionários do mundo poderia arrecadar o suficiente para colocar todas as crianças na escola e fornecer assistência à saúde nos países mais pobres”, sugere o relatório. “Não é que sejamos antimercado, mas é justamente o extremo do fundamentalismo de mercado o que tem criado essa explosão de desigualdade. Por esse motivo nossa campanha tem o nome Equilibre o Jogo. O desafio é encontrar um equilíbrio, onde todos possam ganhar. Não apenas os superricos”, disse Ticehurst.

Cerca de 15 universidades, das cinco regiões do País, estão com inscrições abertas para 5.450 vagas no curso de especialização em educação, pobreza e desigualdade social, na modalidade à distância. As aulas serão ministradas nos polos das instituições, tendo duração de 18 meses e 360 horas. Para concorrer à vaga, o candidato deve ter graduação, pertencer a um sistema público de educação ou de saúde há pelo menos um ano, além de estar envolvido com políticas sociais. 

A especialização está organizada em cinco módulos, que contemplam atividades de reflexão e prática, estudo e pesquisa, reflexão e ação. Das horas de formação, 90% são a distância e 10% presenciais. Cada módulo será dedicado a um tema, como por exemplo pobreza, desigualdade e educação. A abordagem dos conteúdos terão 12 meses de duração e a produção do trabalho final do curso, seis meses.

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Das instituições de ensino superior que abrem cursos de especialização este ano, 12 oferecem 400 vagas. São as universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN), da Bahia (UFBA), do Pará (UFPA), do Maranhão (UFMA), do Ceará (UFC), do Amazonas (UFAM), do Espírito Santo (UFES), de Mato Grosso do Sul (UFMS), de Santa Catarina (UFSC), do Piauí (UFPI), de Tocantins (UFTO) e de Pernambuco (UFPE), as federais de Minas Gerais (UFMG) e de Roraima (UFRR) abrem 200 vagas e a do Paraná (UFPR), 250 vagas. 

A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) recomenda aos interessados que acessem o portal das universidades contempladas para que as inscrições sejam feitas. O procedimento deve ser feito até 3 de outubro.

Mapa da Fome 2013, apresentado na manhã desta terça-feira, 16, em Roma pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012. No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia.

O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do País nessa área. Não por acaso, criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.

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De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.

Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área.

"O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.

A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.

No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la.

O relatório completo está disponível no site da FAO.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou neste domingo (8) um relatório misto sobre as condições econômicas de Israel. De acordo com a entidade, mesmo tendo apresentado um crescimento econômico satisfatório, Israel ainda preocupa pela pobreza e pelas desigualdades sociais.

O levantamento da OCDE revela que Israel tem a pior taxa de pobreza entre os seus 34 países-membros. No país, mais de 20% da população vive abaixo da linha de pobreza, mais que o dobro da taxa média entre os países-membros da OCDE. Entre os árabes e os judeus ultraortodoxos, a taxa de pobreza é superior a 50%.

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Ao mesmo tempo, Israel goza de algumas das taxas de crescimento mais expressivas entre todos os países do mundo. Em 2012, o produto interno bruto (PIB) do país cresceu 3,2%.

O relatório da OCDE aconselha Israel a aumentar os impostos para manter a estabilidade financeira e reprimir a evasão fiscal. A recomendação aconteceu pouco depois que o governo cancelou um aumento de imposto de renda entre 1% e 2% para 2014, decisão contrária às recomendações do banco central israelense.

Além disso, a organização comunicou que o potencial econômico de Israel proveniente da produção de gás natural é alto, já que novos campos de gás offshore começaram a funcionar recentemente. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os Estados Unidos registraram um recorde na quantidade de pessoas que vivem na pobreza. Os números de 2012 contabilizam 46,5 milhões de pobres nos EUA, ante os 46,2 milhões registrados em 2011.

Apesar do aumento no número absoluto de norte-americanos pobres, o país mantém há seis anos a taxa de 15% em relação à população total, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pela Agência de Censo dos EUA.

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A renda média anual da população norte-americana em 2012 ficou em US$ 51.017,00, mesmo índice registrado no ano anterior, após dois anos de queda. São consideradas abaixo da linha da pobreza famílias de quatro membros que vivem com renda anual inferior a US$ 23.492. A quantidade de pessoas sem seguro-saúde subiu 0,3 ponto percentual, de 15,4% para 15,7%.

"Estamos passando por um período de estagnação da economia. O normal para o futuro próximo serão os altos índices de pobreza e o aumento da desigualdade", disse Timothy Smeeding, professor de economia na da Universidade de Wisconsin-Madison especializado em desigualdade de renda, à Associated Press. "O fato de não termos visto nenhuma verdadeira recuperação do emprego e dos salários significa que a economia está sufocando."

Os índices representam uma referência negativa para os planos de recuperação da economia norte-americana propostos pelo presidente Barack Obama. A última queda significativa na taxa de pobreza dos Estados Unidos ocorreu durante o governo Bush, em 2006, antes da crise imobiliária e da recessão. Segundo os dados do Censo, a diferença entre ricos e pobres no país tem-se alargado desde 2007, atingindo índices históricos nos últimos anos.

O relatório da agência norte-americana destaca ainda uma queda na taxa de desemprego no país. Os números do ano passado chegaram a 8,1%, após atingir 9,6% em 2010. Normalmente, a taxa de pobreza tende a acompanhar os números do desemprego. É por isso que tantos especialistas projetavam uma queda, ainda que modesta, na pobreza norte-americana para 2012.

Na segunda-feira, Obama chamou atenção para o que ele descreve como melhorias na economia. O presidente americano destacou o aumento de 2,8% no produto interno bruto (PIB) do país e garantiu que congressistas republicanos prejudicariam os recentes ganhos se eles se posicionassem contra a provação do orçamento federal para o ano que vem. Fonte: Associated Press.

Os esforços para enfrentar problemas materiais básicos esgotam a capacidade mental das pessoas pobres, o que as deixa com pouca energia cognitiva para se dedicar à sua educação, destacou um estudo publicado esta quinta-feira nos Estados Unidos.

Esta mobilização de capacidades cerebrais para superar situações estressantes, como a incógnita de saber se haverá dinheiro suficiente para alimentar a família ou pagar o próximo aluguel, pode representar uma redução de 13 pontos no coeficiente intelectual (CI) de uma pessoa, isto é, uma queda de 10% com relação à média da população.

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Uma diminuição deste tipo das capacidades mentais equivale àquela que um indivíduo sofre ao perder uma noite de sono, explicaram os cientistas, cujo estudo foi publicado na revista americana Science.

"Para muitos pobres, estes problemas se tornam tão persistentes que é difícil se concentrar em outras coisas como educação, formação profissional ou inclusive a organização do tempo", explicou Sendhil Mullainathan, economista da Universidade de Harvard, um dos principais autores do estudo.

"Isto não significa que os pobres sejam menos inteligentes que os demais, mas que a pobreza mobiliza muita energia mental", insistiu. "É como um computador que é lento porque está carregando um vídeo longo demais".

"A pobreza costuma ser vista como resultado de fracasso pessoal ou a consequência de ter sido criado em um ambiente desfavorável, mas nosso estudo mostra que a falta de recursos financeiros pode, por si só, deteriorar as funções cognitivas", disse Jiayingt Zhao, professor adjunto de psicologia da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá.

Para este estudo, os cientistas fizeram experimentos com 400 pessoas escolhidas ao acaso em um centro comercial de Nova Jersey (leste dos EUA) entre 2010 e 2011, com renda anual média de 20.000 a 70.000 dólares.

= Aliviar preocupações =

Os cientistas submeteram os participantes, divididos em dois grupos, um formado por ricos e outro por pobres, a situações diferentes, como ter que fazer um grande conserto no carro (ao custo de 1.500 dólares) ou pagar uma conta muito mais barata (150 dólares), e os submeteram a testes cognitivos e de controle.

Confrontados a problemas financeiros facilmente superáveis, os pobres obtiveram resultados comparáveis aos ricos nestes testes. Mas com problemas econômicos onipresentes, os menos favorecidos registraram resultados claramente inferiores às provas, com uma diferença de até 13 pontos de CI.

Os autores do estudo repetiram este experimento na Índia com agricultores que cultivavam cana-de-açúcar e que recebiam o fruto de seu trabalho uma vez por ano. Eles comprovaram que ficavam mais ricos um mês depois da colheira e muito pobres um mês antes de terminar seus ganhos do ano anterior.

Quando submetidos aos mesmos testes cognitivos feitos pelos grupos de Nova Jersey, os agricultores indianos vieram aumentar seu CI em quase 10 pontos depois da colheita em relação ao mês anterior, afirmaram os cientistas.

Os resultados destes trabalhos poderiam ter implicações no campo das políticas sociais e inspirar soluções para problemas vinculados à pobreza, sem aumentar ao contrário a quantia de ajuda financeira. Segundo eles, se trataria sobretudo de atender às preocupações que fazem reduzir a carga cognitiva dos pobres.

"Um dos grandes desafios nos Estados Unidos para as famílias de baixos rendimentos é encontrar uma creche para seus filhos", informou à AFP Eldar Shafir, professor de psicologia da Universidade de Princenton, outro co-autor do estudo.

"É um enorme peso sobre suas capacidades mentais que, se não existisse, permitiria a estas pessoas ir trabalhar e aumentar seu CI", avaliou, destacando que "o sistema de apoio aos pobres está mais desenvolvido na Europa" do que nos Estados Unidos.

A pobreza cresceu fortemente na Itália no ano passado, na medida em que o país enfrenta um nível recorde de desemprego e taxas mais altas, informou nesta quarta-feira o instituto nacional de estatísticas Istat.

Cerca de 12,7% das famílias estavam "relativamente pobres" em 2012, de 11,1% em 2011. Isso representa 15,8% da população, ou 9,6 milhões de cidadãos.

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A pobreza absoluta afetou 6,8% das famílias, de 5,2% no ano anterior, segundo o Istat. Uma em cada seis casas com três crianças ou mais viveram em pobreza absoluta no ano passado, de uma em cada dez em 2011.

O limite máximo para a pobreza relativa é renda de 991 euros (US$ 1.298) para uma casa com duas pessoas. Já a pobreza absoluta constitui renda abaixo de 800 euros. Fonte: Dow Jones Newswires.

O astro de rock irlandês Bono afirmou que a pobreza extrema no mundo poderá ser eliminada até 2030 com a ajuda da tecnologia.

A declaração do vocalista do U2 foi feita durante o congresso TED (Tecnologia, Entretenimento e Design), que se realiza esta semana no sul da Califórnia.

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"Hoje eu abracei meu lado nerd", acrescentou o artista, conhecido por sua defesa de várias causas humanitárias.

Bono foi um dos primeiros a levar o Prêmio TED em 2005, e ele usou o dinheiro que ganhou, 100.000 dólares, para apoiar a luta contra a pobreza extrema.

Em seu discurso de 18 minutos, Bono explicou que graças, em parte, à tecnologia, incluindo os avanços médicos, mais doentes de Aids podem ser atendidos e as mortes por malária diminuíram.

A porcentagem de pessoas que vivem na extrema pobreza - definida como viver com menos de 1,25 dólar por dia - caiu a 21% em 2010, a metade da cifra de 1990.

"Esta taxa continua sendo muito alta, mas a que também é impressionante", comentou Bono, insistindo que, a este ritmo, a pobreza extrema pode chegar a zero até 2030.

O cantor afirmou, no entanto, que isso poderá fracassar se não houver vontade por parte dos políticos para apoiar programas com sua própria campanha humanitária ONE.

A primeira conferência TED aconteceu há 28 anos, na Califórnia, quando reuniu cientistas, políticos, empresários e músicos.

Estes encontros têm a particularidade de convocar um grupo especial de famosos, pensadores e atores da vida econômica para que expliquem, em 18 minutos, seu propósito na vida.

Na véspera, o professor indiano Sugata Mitra recebeu o Prêmio TED, agora dotado de um milhão de dólares, que ele usará para construir uma escola-piloto na Índia para promover a inclusão digital.

Em sua visita à Nigéria, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o Brasil e o país africano trocarão experiências na área de combate à pobreza e segurança alimentar. "Vamos ampliar a presença do Brasil em todas as áreas", afirmou Dilma, de acordo com o site da tevê governamental NBR.

Em declaração à imprensa, a presidente destacou a importância do encontro para aproximar a América Latina e a África "na construção de um mundo multipolar". No discurso, Dilma afirmou que a Nigéria faz parte da história do Brasil e que também fará parte do futuro. "Sem dúvida, a Nigéria é parte relevante da história do Brasil", comentou Dilma.

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A presidente também agradeceu a acolhida dos nigerianos durante sua visita e prometeu que a boa receptividade será retribuída em junho na Copa das Confederações, no Brasil.

A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta quinta-feira (20), em discurso, acabar com a pobreza extrema do País até 2014. "Ao longo do governo Lula, nós conseguimos tirar 18 milhões (da pobreza extrema). Agora nós tiramos mais esses 16 milhões. Então, há um remanescente ainda que nós pretendemos atacar de forma sistemática até o final de 2014 e, com isso, nós chegaremos a um patamar em que o nosso país não terá pobreza extrema", previu Dilma, no almoço de final de ano com os oficiais-generais, ao fazer um balanço das medidas adotadas pelo governo para combater a crise internacional, sem esquecer de atender o social.

Depois de falar do Bolsa Família, a presidente acrescentou que "se nós nada tivéssemos feito, ao longo dos últimos dez anos, seriam 36 milhões de brasileiros na pobreza extrema hoje".

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Para a presidente Dilma, existem duas formas de "tornar a saída da pobreza extrema sustentável". Segundo ela, uma delas é o emprego e a outra é a educação. Em seguida, disse que a destinação dos royalties do pré-sal para a educação, acrescentando que "a educação tem de ser a nossa grande obsessão, tem de ser a obsessão de um país inteiro" porque "a educação a pessoa carrega como seu patrimônio, aconteça o que acontecer, e torna sustentável a sobrevivência das pessoas e torna digna essa sobrevivência".

Milhões de meninas em todo o mundo não são enviadas para a escola, um fato que as condenam a viver na miséria e reforça a pobreza em geral, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira (11), em Nova York

O documento, intitulado "Porque sou uma menina - as meninas em todo o mundo em 2012", foi publicado pela ONG Plano Internacional, como parte dos eventos do primeiro Dia Internacional das Meninas criado pelas Nações Unidas. "As 75 milhões de meninas, que segundo estimativas, são privadas das aulas no mundo, constituem uma grande violação dos direitos (humanos) e um enorme desperdício de potencial", destaca a ONG.

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O relatório apresentado pela organização centra-se em 39 milhões de meninas entre 11 e 15 anos. "Uma menina instruída é menos vulnerável à violência, menos propensa a se casar e engravidar quando ainda é muito nova, e tem mais possibilidades de saber ler e escrever e entrar na idade adulta com saúde", afirmou Nigel Chapman, que dirige a ONG .

A ONG considera que a longo prazo "uma educação de ensino médio protege as meninas contra o HIV, o assédio sexual e tráfico de seres humanos".

Este estudo é revelado em um momento em que uma paquistanesa de 14 anos, conhecida por sua luta contra os talibãs e os direitos das mulheres à educação, milagrosamente sobreviveu a uma tentativa de assassinato perpetrado na última terça-feira (9) pelos extremistas na saída de sua escola no noroeste do país.

Quanto mais pobre, menos o cidadão confia na polícia. Esse é o resultado de uma pesquisa nacional feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no primeiro trimestre. O levantamento aponta que 77% das pessoas que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.244) não acreditam nas forças policiais. Vivem nessa faixa de renda 46,3% dos brasileiros. No geral, três em cada cinco pessoas não confiam.

A pesquisa foi feita com 1.550 pessoas, em seis Estados e no Distrito Federal. O índice de confiança aumenta conforme a renda do entrevistado. Entre os mais ricos - aqueles que ganham mais de 12 salários mínimos -, 59% não acreditam na polícia.

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Responsável por coordenar a pesquisa, a professora Luciana Gross Cunha, da Escola de Direito de São Paulo, diz que há razões para que as pessoas de baixa renda desconfiem mais. "É porque residem e frequentam locais de mais risco, convivem com o aparato policial voltado para o combate à criminalidade. Nem sempre a polícia é vista nesses lugares como um sinal de segurança, mas de ameaça."

Segundo Luciana, os meios de seleção, treinamento e formação podem mudar essa relação entre a polícia e os mais pobres. Isso passa também pela discussão do papel da polícia e pela valorização - até salarial - do agente público. "Uma vez que você valoriza o policial na comunidade, passa a ser normal e natural a presença dele ali. Agora, quando é desvalorizado, ele se torna perigoso para si e para a sociedade."

A desconfiança também é maior entre os mais jovens. Na faixa dos 18 aos 34 anos, 64% das pessoas não acreditam na polícia. Entre os que têm mais de 60, a confiança é maior. Mesmo assim, mais da metade não confia na instituição. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Brasília, 13 - A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, a ampliação das ações previstas no programa Brasil sem Miséria, que completa um ano em junho.

Tendo como foco o combate à pobreza absoluta entre crianças de zero a seis anos, Dilma disse que o governo vai garantir renda mínima de R$ 70 a famílias extremamente pobres que tenham pelo menos uma criança nessa faixa etária.

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"É uma ampliação e um reforço muito importante", disse a presidente, que aproveitou a ocasião para lembrar que "talvez essa seja a primeira vez que desta cadeira presidencial alguém faz um pronunciamento no nosso dia, o Dia das Mães". "E será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância já lançada no nosso País", disse.

Intitulada "Brasil Carinhoso", a iniciativa prevê o aumento do acesso de crianças muito pobres à creche e a ampliação da cobertura de saúde, por meio do lançamento de um programa de controle da anemia e de deficiência de vitamina A. Dilma também prometeu incluir remédios gratuitos para asma no Farmácia Popular, conforme o Estado antecipou. "Fico muito feliz de poder anunciar o Brasil Carinhoso no dia das mães. É uma forma de reafirmar de maneira ainda mais contundente que nosso governo tem o maior conjunto de programas e de apoio à mulher e à criança da nossa história", disse.

"A principal bandeira do meu governo é acabar com a miséria absoluta no nosso País. Mas nem todos sabem que, historicamente, a faixa de idade onde o Brasil tem menos conseguido reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de 0 a 6 anos", disse Dilma, destacando que o cenário é mais grave nas regiões Norte e Nordeste.

Números apresentados pela presidente indicam que 78% das crianças brasileiras em situação de pobreza absoluta vivem nessas duas regiões. "O Brasil Carinhoso, mesmo sendo uma ação nacional, vai olhar com a máxima atenção para as crianças destas duas regiões mais pobres do País, para o Norte e para o Nordeste", disse.

"Para um país, é uma realidade duplamente amargada, tendo gente ainda vivendo na miséria absoluta e esta pobreza se concentrar, com mais força, entre as crianças e os jovens."

Apesar da gravidade do cenário, a presidente fez questão de frisar que a vida das crianças pobres "tem melhorado muito nos últimos anos no Brasil", destacando que o índice de mortalidade infantil caiu 47,5% no País e 58,6% no Nordeste.

Na tarde desta segunda-feira, Dilma participa de cerimônia, no Palácio do Planalto, de lançamento da Agenda de Atenção Básica à Primeira Infância e da assinatura de termos de compromisso para construção de creches. (Rafael Moraes Moura)

Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País. Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas. Em números exatos: 404,9 mil ou 0,8% dos lares são hoje de classe E, segundo os cálculos do estudo IPC-Maps, feito pela IPC Marketing, consultoria especializada em avaliar o potencial de consumo. Em 1998, a classe E reunia 13% dos domicílios, indica o estudo baseado em dados do IBGE.

Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, explica que os dados são atualizados segundo um modelo desenvolvido pela consultoria, que leva em conta a pesquisa do Ibope Mídia sobre a distribuição socioeconômica dos domicílios, projeções de crescimento da população e da economia, entre outros indicadores. Os lares são classificados segundo o Critério Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta a posse de bens e o nível de escolaridade do chefe da família.

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O Instituto Data Popular, especializado em baixa renda, vai na mesma direção. Em 2001, a classe E era 10% da população (17,3 milhões) e, em 2011, tinha caído para 3,6% ou 7 milhões, segundo o estudo que divide a população pela renda mensal per capita - R$ 79 para a classe E. "Não dá para dizer que acabaram os pobres, mas diminuíram muito, e a condição social deles melhorou porque tiveram acesso a vários bens de consumo, o que antes era praticamente impossível", afirma Pazzini.

Segundo o sócio diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a tendência das pesquisas é a mesma: uma forte redução do contingente de pobres. "Em dez anos, foram 10 milhões de pessoas a menos na classe E", observa, ponderando que a divergência entre a ordem de grandeza dos resultados pode ser decorrente do fato de muitas pessoas da classe E não terem domicílio. Mobilidade. As participações das classes E e D na estrutura social encolheram por causa da forte migração que houve entre 1998 e 2011. A fatia dos domicílios de classe D caiu quase pela metade no período, de 33,6% para 15,1%. Já os estratos C e B cresceram. Em 1998, 17,8% dos domicílios eram da classe B e, em 2011, representavam 30,6%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Brasília – A ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, disse hoje (12) que o desafio do governo federal é melhorar as condições de vida de mulheres para que superem a pobreza e a miséria. O assunto deve predominar nos debates da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que será aberta no fim desta tarde, em Brasília, acrescentou a ministra em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.  

“Vamos fazer um balanço [durante a conferência] e nós estamos  buscando colocar o foco bem de acordo com o que é o eixo central do governo da presidenta Dilma [Rousseff], que é a autonomia econômica e financeira como forma de superação da miséria e da pobreza", disse.

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A conferência, que ocorrerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, contará ainda com a presença dos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

A ministra informou que o governo está determinado também a intensificar as ações de combate à violência contra mulheres. Segundo ela, uma das alternativas é atuar no desenvolvimento de políticas de formação de crianças e jovens para que tenham “nova postura” sobre o assunto.

“[Vamos investir nas] políticas de desenvolvimento da formação, tanto de adultos quanto das novas gerações,  de uma nova postura e uma nova cultura de respeito, de reconhecimento e de não violência contra as mulheres”, disse Iriny Lopes.

De acordo com ela, a segunda ação do governo é incrementar as relações de parceria entre os órgãos do Executivo, do Judiciário e do Ministério Público. “Estamos procurando intensificar nossas relações com o Judiciário e o Ministérios Público no sentido de fazer com que a Lei Maria da Penha [que pune com rigor o responsável por agressões às mulheres] seja efetivada com mais rapidez porque ela é um instrumento poderoso de proteção de mulheres agredidas no país.”

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