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Pernambuco fechou o ano de 2021 com quase 44% da população do estado em situação de pobreza. O número equivale a cerca de 4,2 milhões de pernambucanos. Foi a primeira vez que o indicador ficou acima de 40% na série, pior resultado em 10 anos. O maior percentual até então havia sido 38,2% em 2012.

Esses dados foram revelados no levantamento do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds), e divulgado pela Folha de São Paulo, no último sábado (25). 

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A escalada no Nordeste também foi parecida. Na região, 5,5 milhões caíram na pobreza no ano passado, elevando o número de pobres para 22,8 milhões, quase 40% da população nesta parte do país.

No Sul, o contingente aumentou em 400 mil, fazendo com que os mais pobres passassem a representar 10% do total da população nesta parte do país. Lá o ano terminou com três milhões de pessoas na pobreza. 

O maior salto do país aconteceu em Sergipe, onde a pobreza avançou 12,5%, quase o triplo da média nacional que foi de 5%. Na avaliação da equipe do Imds, um fator para a oscilação na renda foi o auxílio emergencial. 

A concessão de um benefício de R$ 600 em 2020 teve o efeito de reduzir a pobreza. No ano passado, porém, o auxílio foi suspenso e, depois, teve o valor reduzido, além de ter um corte no número de beneficiários. Como a Covid não havia cedido, e a economia tão pouco reagido, houve repique na pobreza. 

"A baixa renda depende do trabalho informal, predominantemente associado ao setor de serviços com contato físico, como venda de alimentos e negócios associados ao turismo", afirma o economista Sergio Guimarães Ferreira, diretor do Imds. "A oscilação do benefício, sem a retomada dos serviços, foi determinante para o aumento da pobreza em 2021." 

Guimarães, porém, destaca que será preciso aprofundar a análise de dados para avaliar mais detalhadamente o aumento da pobreza em alguns locais.

No segundo ano de pandemia, mais 7,2 milhões de brasileiros passaram a viver na pobreza, segundo levantamento do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social). A proporção de pobres subiu de 7,6% da população em 2020 para 10,8% em 2021, um aumento de 42,11%. O contingente de pessoas vivendo na pobreza alcançou cerca de 23 milhões, o maior patamar da série histórica iniciada em 2016.

"Basta lembrar que a primeira meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio era diminuir a pobreza à metade em 25 anos", apontaram os pesquisadores Marcelo Neri e Marcos Hecksher no estudo intitulado "A Montanha-Russa da Pobreza", divulgado nesta quarta-feira, 15.

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O cálculo, que tem como base os microdados sobre rendimento domiciliar per capita de todas as fontes apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), adota como referência para a linha de pobreza o limite de renda para recebimento do Auxílio Brasil, de R$ 210, a preços constantes de dezembro de 2021 por pessoa da família por mês, cerca de R$ 7 por dia.

"Esta linha, embora baixa para suprir necessidades básicas, é usada como critério de elegibilidade a algum benefício pelo Auxílio Brasil", justificou o FGV Social, no levantamento.

Os pesquisadores chamam atenção para o fato de que as informações mensais apontam resultados ainda mais extremos do que as médias anuais. Considerando o mês de menor pobreza, experimentado em agosto de 2020, 3,9% dos brasileiros sobreviviam nessas condições, proporção que subiu a 13,2% em março de 2021, durante a interrupção do pagamento do Auxílio Emergencial pelo governo.

"Na verdade, estas séries de pobreza anuais no Brasil escondem no período recente flutuações com amplitude 5,7 vezes ainda mais pronunciadas observadas em séries mensais, dado o aumento de 238,5% da mesma em menos de seis meses", frisaram os pesquisadores.

O pico de pobreza ocorreu no primeiro mês da pandemia, em março de 2020, quando 13,3% dos brasileiros viviam nessa condição.

O estudo ressalta ainda que a renda mensal dos 10% mais pobres já estava em queda antes da chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, descendo de R$ 114 por pessoa por mês em novembro de 2019 para apenas R$ 52 em março de 2020. Graças ao Auxílio Emergencial, a renda desse grupo subiu a um ápice de R$ 215 por mês por pessoa em agosto de 2020, mas desabou a R$ 55 em janeiro de 2021 com a suspensão do programa. A retomada do benefício com cobertura e valores reduzidos fez a renda dos 10% mais pobres voltar a subir, alcançando R$ 113 em agosto de 2021, descendo mais uma vez em novembro de 2021, a R$ 96.

"Este último projeta tendência negativa pois incorpora os valores nominais fixados do novo Auxílio Brasil face o cenário de inflação alta e acelerada, especialmente para baixa renda", ponderou o levantamento. "Em novembro de 2021, a renda domiciliar per capita dos 10% mais pobres foi de R$ 96, o equivalente a míseros R$ 3,20 por dia para cada pessoa. Esse valor extremamente baixo tinha sido 18,7% maior dois anos antes, R$ 114 mensais per capita, sempre a preços de dezembro de 2021."

Os pesquisadores lembram que os brasileiros mais pobres não possuem contrato de emprego formal que possa dar alguma garantia de sustento ou amortecer flutuações extremas na renda com o passar dos meses.

"O que eles enfrentam mês a mês são oscilações imprevisíveis entre graus extremos e moderados de pobreza, amplificadas pela pandemia e pela instabilidade das políticas sociais dos últimos anos. Sem jamais ir à Flórida, uma montanha-russa de privações foi a parte que lhe coube neste parque temático", concluíram Neri e Hecksher.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu informações ao presidente da República, aos governadores dos estados e aos prefeitos das capitais sobre a situação da moradores de rua no Brasil. O prazo é de cinco dias.

Os dados subsidiarão a análise da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 976, em que a Rede Sustentabilidade, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pedem providências para minorar as “condições desumanas de vida” dessas pessoas.

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De acordo com o ministro, o pedido de informações está restrito aos prefeitos de capitais por razões de viabilidade e da celeridade do rito. Em seguida, os autos devem ser remetidos, sucessivamente, à Advocacia-Geral da União (AGU e à Procuradoria-Geral da República (PGR), para que se manifestem.

Na ADPF, a Rede, PSOL e o MTST pedem que a Corte determine aos Executivos federal, estaduais e municipais a adoção de providências em relação às condições desumanas de vida da população em situação de rua no Brasil.

Segundo os autores da ação, tem sido verificado um aumento significativo do número de pessoas nessa situação, e não há política pública eficaz de atendimento nem censo coordenado nacionalmente.

Entre as medidas para garantir direitos fundamentais estão a destinação de recursos, um estudo ampliado sobre o tema e a garantia de estrutura que comporte a população como um todo, inclusive, se necessário, com a requisição administrativa de bens e serviços.

Pré-candidato a governador de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB) apresentou documento detalhando como seria seu programa de governo, durante entrevista à CBN Recife, nesta segunda (11). Segundo o material, Danilo deve focar principalmente na geração de empregos para os pernambucanos, ampliação das conquistas na Educação, cuidado com a Saúde e a Segurança, além de combate à pobreza.

De acordo com dados do IBGE que mostra Pernambuco com maior índice de desemprego do país, o pré-candidato contou seu caminho para diminuir esse número.

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“A nossa disposição neste momento é justamente percorrer o estado de Pernambuco para apontar esse caminho da volta de oportunidade de emprego; fazer chegar Saúde às pessoas, políticas de acesso à Educação, que é uma pauta que dou muito valor. Estamos neste momento de construção desse pensamento e de mobilizar nossa base política. Vamos governar para todos os pernambucanos”, afirmou Danilo.

Educação

Danilo finalizou falando sobre a educação e afirmou que o estado tem a melhor educação do Brasil.

“Eu acredito muito na Educação como eixo de inclusão social. Pernambuco tem hoje a melhor Educação do Brasil. Quer política mais estruturante para juventude do que garantir que todo jovem possa estar na escola de manhã até o fim do dia, estudando e aprendendo? Essa é uma política estruturante do ponto de vista da prevenção. Vamos promover avanços na Educação Profissional. E é isso que queremos garantir, que chegue em todos os municípios de Pernambuco, para que, assim, a pessoa seja capaz de concluir o seu ciclo educacional no lugar em que vive e o acúmulo de conhecimento fique naquelas cidades”, argumentou.

 

  Após ser divulgado o estudo com base nos dados do IBGE, no qual as famílias que vivem na Região Metropolitana do Recife aparecem com a terceira menor renda do país, o pré-candidato a governador Miguel Coelho (UB) lamentou a colocação do estado e responsabilizou o PSB pelo resultado. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (7). 

Oposicionista ao PSB, Miguel disse que o estudo retrata a percepção que já se tem no dia a dia. “Não é um dado isolado. Pernambuco é campeão nacional do desemprego, tem indicadores de pobreza assustadores, violência em escalada e agora vemos esse estudo referente à região metropolitana do Recife, onde a capital é governada há dez anos pelo PSB. A realidade é muito diferente da propaganda. O PSB transformou nosso estado em referência na miséria”. 

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De acordo com o estudo, a renda do trabalho na RMR é no valor de R$ 831,66 é 40% menor que a média nacional, de R$ 1.378,35. Segundo o levantamento, o valor só  é maior que Manaus (R$ 824,94) e São Luís (R$ 739,93). Também foi mostrado que entre os mais pobres a renda por pessoa da família é de R$ 104,46 no Recife, sendo a mais baixa do país. A Métropoles também publicou estudo que revelou que o Recife possui 39,8% da sua população vivendo em domicílios com rendimento per capita de até ¼ do salário mínimo, o segundo maior percentual do país.  

Em 2020, as crianças foram, proporcionalmente, as maiores vítimas da escassez de recursos: mais de 17 milhões de crianças e adolescentes até 14 anos viveram abaixo da linha de pobreza no País, o equivalente a 38,6% da população nessa faixa etária. Nesse contingente, 3,9 milhões estavam em situação de miséria, ou 8,9% dos brasileiros dessa idade, segundo os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 3.

Além dos mais jovens, a pobreza também atinge com mais força as pessoas de cor preta ou parda. Havia quase três vezes mais negros do que brancos entre as pessoas na extrema pobreza. Cerca de 8,8 milhões que estavam abaixo da linha de miséria são pretos ou pardos, quase 75% das pessoas nessa condição, ou seja, três a cada quatro dos que estavam nessa situação. Os brancos vivendo na miséria totalizavam cerca de 3,2 milhões.

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Entre os brasileiros abaixo da linha de pobreza, aproximadamente 36,8 milhões eram negros, também perto de três quartos do total, enquanto que os brancos somavam quase 13,6 milhões vivendo com esse tipo de restrição financeira.

As desigualdades regionais também chamam a atenção. A Região Nordeste concentrava quase metade das pessoas em situação de miséria, cerca de 6 milhões, e pouco mais de 45% dos brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, cerca de 23,2 milhões. Considerando apenas a população local, quatro em cada dez nordestinos viviam na pobreza, e um em cada dez sobrevivia na miséria.

Na Região Norte, 8,5% da população vivia em situação de miséria, enquanto o total de habitantes abaixo da linha de pobreza era de 36,8%.

As quatro unidades da federação com maiores porcentuais da população local vivendo em situação de extrema pobreza foram Amazonas (12,5%), Maranhão (14,4%), Pernambuco (11,8%) e Alagoas (11,8%).

O Estado fora do eixo Norte-Nordeste com maior porcentual de miseráveis na população foi o Rio de Janeiro, onde 5,4% dos habitantes viviam na extrema pobreza e 20,7% abaixo da linha de pobreza.

Com menos renda no bolso da população, o consumo das famílias per capita encolheu 6,2% no ano de 2020 em relação a 2019, contribuindo para o recuo de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita no período.

O ex-presidente Lula (PT) deu detalhes de seu encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, ocorrido nesta quarta-feira (17) no Palácio do Eliseu, residência oficial do chefe do Executivo francês. Segundo o líder petista, a conversa tratou de temas como urgência climática e questões globais, como fome e pobreza.

"Também conversamos sobre o futuro da União Europeia e a integração da América Latina", disse Lula nas redes sociais. "Acredito que os líderes mundiais precisam sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global. Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos", completou.

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O ex-presidente brasileiro foi recebido com protocolo direcionado a chefes de Estado. Emmanuel Macron é desafeto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e crítico da atual política ambiental brasileira. 

Lula tem cumprido uma série de compromissos na Europa desde a última quinta-feira (11). Ele esteve em Berlim, na Alemanha, tendo se reunido com o futuro chanceler do país. Na Bélgica, o petista discursou no Parlamento Europeu, onde foi aplaudido de pé após declarar que o Brasil vive uma "tragédia sem precedentes" desde que Bolsonaro assumiu o governo. Na terça-feira (16), já na França, o ex-presidente almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

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Cartões para compra de alimentos, bolsas para mães com filhos pequenos, indenização para órfãos da covid-19 e vale-gás. A pandemia fez multiplicar pelo País programas sociais contra a pobreza conduzidos por governos muitas vezes endividados, mas dispostos a remanejar o orçamento a fim de garantir os auxílios em ano eleitoral. Levantamento feito pelo Estadão mostra que só o Tocantins passou pela crise sanitária sem criar uma política própria de distribuição de renda. Na maioria dos Estados, ações emergenciais já foram estendidas até o fim de 2022.

Com a intenção de combater a miséria e atender públicos específicos, as medidas são compartilhadas por governadores de todos os espectros políticos e defendidas por pré-candidatos à Presidência. Em seu discurso de filiação ao Podemos, na semana passada, por exemplo, o ex-ministro Sérgio Moro apontou a erradicação da pobreza como uma das prioridades de seu projeto.

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"Precisamos mais do que programas como o Bolsa Família ou o Auxílio Brasil. Precisamos identificar o que cada pessoa necessita e atender a essas carências", disse Moro. Assim como outros presidenciáveis - como os governadores tucanos Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP), Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -, o ex-juiz sabe que a crise econômica tende a dominar o debate eleitoral do ano que vem, diferentemente de 2018, quando o tema da anticorrupção ocupou esse espaço.

A pandemia, o desemprego e, mais recentemente, a decisão do governo Jair Bolsonaro de acabar com o Bolsa Família e lançar um programa ainda sem regras claras levaram governos estaduais e mesmo municipais a ampliarem suas ações na área social. O Estadão identificou mais de 50 projetos com características permanentes ou temporárias.

"No Norte e Nordeste há um grande contingente de famílias em condição de extrema pobreza. Muita criança depende da escola para fazer sua primeira refeição do dia. Nosso programa, que virou permanente, paga R$ 150 por família. E são mais de 300 mil cadastradas", disse o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

AGENDA

Os Estados têm buscado fazer o que é possível dentro de cada estrutura, na avaliação do governador gaúcho, Eduardo Leite. "Está muito claro que essa é uma agenda que se impõe ao País. O foco deve ser atender crianças com menos de 14 anos. Quase metade desse público está abaixo da linha de pobreza. São 17 milhões", afirmou o tucano.

Concorrentes nas prévias do PSDB, Leite e Doria concordam nos programas a serem adotados. Ambos pagam hoje um incentivo mensal para alunos do ensino médio não abandonarem os estudos. No Estado mais rico do País, porém, o alcance das medidas é maior.

Desde o início da pandemia, São Paulo criou 11 ações direcionadas a públicos específicos e reunidas na chamada Bolsa do Povo, que tem orçamento de R$ 1 bilhão até o fim do ano. Segundo a gestão Doria, a estimativa é atingir 500 mil pessoas com emprego e auxílios financeiros, como o vale-gás, que se espalhou pelo País e virou objeto de desejo.

Moradora do extremo leste da capital, Adriana do Nascimento, de 40 anos, não conseguiu repasse para comprar o botijão (a renda precisava ser ainda mais baixa), mas se inscreveu no Bolsa Empreendedor, que oferece capacitação e R$ 1 mil. O marido teve o salário reduzido durante a pandemia e as contas ficaram apertadas para a família - são três filhos, um deles autista e que necessita de dieta especial.

"Junto o café da manhã com o almoço para deixar comida para o jantar. Faço feijão a cada três dias para economizar gás. Fruta nem entra em casa e legume é luxo. Não queria depender de auxílio ou de cesta básica, mas hoje é essa a situação."

MÃES

Com o foco nas mulheres, o governador Ronaldo Caiado (DEM) lançou o Mães de Goiás, programa permanente que prioriza crianças de zero a seis anos em condição de vulnerabilidade. São cerca de 100 mil mães aptas a receber R$ 250 mensais. "Essas crianças já começam a vida atrasadas. Se queremos interromper de fato esse ciclo de pobreza temos de olhar para essa faixa etária e não há outro caminho a seguir se não o de oferecer auxílio", afirmou Caiado.

Para o ex-secretário nacional de Assistência Social Marcelo Garcia (governo Fernando Henrique Cardoso), o Brasil vive uma "insegurança social". Segundo ele, Bolsonaro desmontou o sistema protetivo que funcionava havia mais de 20 anos e delegava ao governo federal a execução de programas de transferência de renda e aos Estados ações mais específicas. "Havia uma compactuação. Agora, está tudo fora da caixinha. O que vai acontecer? Vai quebrar, parar de pagar ou fazer dívida", disse ele.

Economista sênior da Tendências Consultoria, Juliana Damasceno faz o mesmo alerta. Segundo ela, Estados têm se pautado em fatores atípicos que levaram a um bom resultado nas contas de 2021, mas que não estão garantidos ano que vem. "Criar despesas permanentes com base em aumento conjuntural de receita é perigoso. Esses gastos precisarão ser honrados, mas não se sabe se haverá recursos para isso."

O risco, de acordo com a economista, é de que, no futuro, um eventual desarranjo fiscal acabe atingindo a população vulnerável atendida agora. "Há certo consenso entre os economistas sobre a necessidade de haver programas de transferência de renda, mas eles precisam ser muito bem desenhados. Não se faz política social no improviso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-juiz Sérgio Moro se filiou ao Podemos, nesta quarta-feira (10), e durante seu primeiro discurso como presidenciável, além de se colocar à disposição do povo brasileiro e criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – de quem era aliado, ele afirmou que o seu projeto político pretende criar uma espécie de força-tarefa para a erradicação da pobreza.

"Uma das prioridades do nosso projeto será erradicar a pobreza, acabar de vez com a miséria. Isso já deveria ter sido feito anos atrás. Para tanto, precisamos mais do que programas de transferência de renda como o Bolsa Família ou o Auxílio Brasil. Precisamos identificar o que cada pessoa necessita para sair da pobreza", declarou o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, fazendo uma leve crítica aos governos atual e do PT.

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"E, como medida prioritária, sugerimos a primeira operação especial: a criação da Força-Tarefa de Erradicação da Pobreza, convocando servidores e especialistas das estruturas já existentes. Ela será uma força-tarefa permanente e atuará como uma agência independente e sem interesses eleitoreiros, com a missão de erradicar a pobreza no país", emendou Moro.

Ainda na ótica do presidenciável, "muita gente pensa que isso é impossível, como diziam que era impossível combater a corrupção. Não é, e nem precisa destruir o teto de gastos ou a responsabilidade fiscal para fazê-lo. Nós podemos erradicar a pobreza e esse é o desafio da nossa geração”.

A atualização dos critérios para definição de pobreza que vão definir quem terá direito ao Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, não afastou as dúvidas sobre a capacidade de o novo programa de transferência de renda reduzir a desigualdade no País e acabar com as filas de pedidos para receber os benefícios.

Para especialistas, as faixas de renda ainda ficaram aquém do necessário, e deveriam ter subido, no mínimo, para cerca de R$ 107 (extrema pobreza) e R$ 215 (pobreza), considerando a inflação acumulada desde a última correção.

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O Bolsa Família considerava como famílias em situação de extrema pobreza aquelas com renda mensal de até R$ 89 por pessoa. Esse valor foi reajustado para R$ 100, de acordo com o decreto publicado na noite de sexta-feira pelo governo.

Já a situação de pobreza, definida antes por renda de até R$ 178 por pessoa, subirá para R$ 200. É uma ampliação que nem sequer atualiza as linhas pela inflação, afirma a socióloga Leticia Bartholo, pesquisadora referência no tema no Brasil, ex-gestora do Bolsa Família e que atua hoje como assessora parlamentar.

"Não resolve nem a fila existente. Qual será o impacto sobre a pobreza? O governo não apresentou", critica. Segundo ela, a nota do governo já deixa claro que o reajuste de agora e o auxílio de novembro não contemplam a fila de espera, dependendo ainda da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios - aprovada em primeiro turno na Câmara com folga de apenas 4 votos. A PEC posterga o pagamento das dívidas judiciais e flexibiliza as regras do teto de gastos, o que garantiria receita tanto para o pagamento do Auxílio Brasil como para mais emendas parlamentares.

O presidente Jair Bolsonaro publicou, em edição extra do Diário Oficial da União desta sexta feira (5), um decreto que reajusta os limites para classificação das famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza e o valor dos benefícios básicos do Programa Bolsa Família. Os novos valores serão levados em consideração para definição do pagamento do Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família a partir do dia 17 incorporando um aumento de 17,84% no tíquete médio. O valor médio do benefício passará para R$ 217,18 mensais.

Pelo decreto, as famílias com renda per capita de até R$ 100 passarão a ser consideradas em situação de extrema pobreza; aquelas com renda per capita de até R$ 200 passam a ser consideradas em condição de pobreza. No Bolsa Família, os valores eram, respectivamente, de R$ 89 e de R$ 178 por pessoa. Os benefícios básicos do Bolsa Família para famílias em situação de extrema pobreza passam de R$ 41 para R$ 49 e as parcelas variáveis sobrem de R$ 41 para R$ 49. O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente vai de R$ 48 para R$ 57. No Auxílio Brasil, a estrutura básica foi simplificada para Benefício Primeira Infância, Benefício Composição Familiar e Benefício de Superação da Extrema Pobreza.

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A partir de segunda-feira (8), o Bolsa Família será revogado e substituído pelo Auxílio Brasil. Segundo o governo, com a transição dos programas, todos os beneficiários do Bolsa Família receberão os valores reajustados automaticamente.

O reajuste dos benefícios básicos será incorporado ao programa em caráter definitivo e não tem relação com o valor mínimo de R$ 400 por família previsto para o Auxílio Brasil em 2022. O pagamento deste valor, previsto para ser pago em dezembro retroativo a novembro, depende da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 23/2021, a PEC dos Precatórios, no Congresso. 

O texto-base PEC foi aprovada em primeiro turno na Câmara nesta semana e a votação dos destaques e do segundo turno está prevista para terça-feira. O texto ainda tem que passar por duas votações no Senado. O valor de R$ 400 do Auxílio Brasil tem caráter temporário com duração até 31 de dezembro de 2022.

Os pagamentos do Auxílio Brasil começam em 17 de novembro para cerca de 14,6 milhões de famílias. Todas as pessoas já cadastradas receberão o benefício automaticamente, seguindo o calendário habitual do Bolsa Família. Não há necessidade de recadastramento.

Cristina tinha 10 anos quando seu irmão, membro de uma gangue e apenas quatro anos mais velho, foi assassinado. Mas ela reluta a deixar El Salvador, apesar da violência e da pobreza que levam milhares de jovens centro-americanos a emigrarem para os Estados Unidos.

Ela mora com a mãe e com a irmã em um bairro de Soyapango, no nordeste de San Salvador, uma das cidades mais populosas do país. Lá, as gangues têm forte presença.

Há duas semanas, Cristina Navas, hoje com 22 anos, participou da chamada "Caravana ao contrário", com outros dois mil jovens e suas famílias, uma passeata perto da fronteira com a Guatemala para exigir do governo e da sociedade oportunidades de permanência no país.

De sua casa, ela conta como o golpe da perda do irmão em meio à violência levou-a a buscar uma vida melhor, mas em seu próprio país.

"Com isso, comecei a mudar minha mentalidade, porque ele foi assassinado, e foi um impacto muito forte", lembra Cristina, que diz não saber quem matou Manuel, de apenas 14 anos à época.

Hoje, ela faz faculdade e é uma entre milhares de jovens salvadorenhos que pedem apoio para não serem obrigados a emigrar.

"Nem todos nós somos bandidos. Tem gente aqui que tem muito talento", diz Cristina à AFP, após completar um dia de aulas de inglês na graduação, virtual, por enquanto, devido à covid-19.

- Migrar não é uma opção -

Cristina faz parte de um grupo de voluntários da Fundação Forever, entidade que visa a integrar governo, empresas privadas e organizações da sociedade civil para apoiar projetos que permitam aos jovens concluírem o ensino médio e a universidade.

Ao promover esta integração, a fundação pretende que cada jovem, dentro de sua profissão, possa escolher um trabalho que dê qualidade de vida à sua família.

No ano passado, em conjunto com 12 universidades privadas, a instituição ajudou cerca de mil jovens salvadorenhos a se formarem na graduação.

Cristina dá aulas de inglês para alunos do ensino médio na sede da fundação em Soyapango, que tem várias salas de aula e um pequeno campo de futebol.

Após o assassinato de seu irmão, sua mãe tentou emigrar legalmente com ela e sua irmã. Elas pediram asilo no Canadá, mas a solicitação foi negada.

"Famílias de membros de gangues não recebem ajuda, não recebem apoio", lamenta a jovem.

Por meio da Fundação Forever, ela conseguiu obter uma bolsa universitária em 2017 e, agora, emigrar não é uma opção.

Segundo organizações que trabalham com migrantes, entre 200 e 300 salvadorenhos saem do país diariamente e sem documentos para os Estados Unidos.

"A migração de jovens é uma dura realidade. Enquanto não houver condições que facilitem o acesso à universidade e pelo menos ao emprego, isso vai continuar", disse à AFP o sociólogo René Martínez.

A "Caravana ao contrário" ocorreu em contraste com as caravanas de centenas e até milhares de migrantes da América Central que tentavam chegar aos Estados Unidos.

A pandemia de Covid-19 colocou, em 17 meses, mais de 100 milhões de trabalhadores na pobreza, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (2), devido ao desaparecimento de horas de trabalho e de empregos de boa qualidade.

"Cinco anos de progressos foram arruinados até a erradicação dos trabalhadores pobres", segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indica que em comparação com 2019 cerca de outros 108 milhões de trabalhadores no mundo foram requalificados como pobres ou muito pobres.

Essa crise está longe de acabar e não se espera que o emprego retorne ao nível anterior à pandemia até 2023, alerta a OIT neste relatório anual.

No final de 2021, o mundo ainda contará com 75 milhões de empregos a menos do que se a pandemia não tivesse acontecido.

Inclusive até o final de 2022, este atraso não será compensado, com 23 milhões de empregos a menos do que sem a crise sanitária, que já provocou a morte de mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

"Recuperar-se da covid-19 não é somente um problema de saúde", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, destacando que "será também necessário superar os graves danos provocados às economias e às sociedades".

"Sem um esforço deliberado para acelerar a criação de empregos decentes e apoiar os membros mais vulneráveis das sociedades e a reativação dos setores econômicos mais afetados, os efeitos da pandemia poderiam durar anos sob a forma de perda de potencial humano e econômico e maior pobreza e desigualdade", prevê.

O relatório da OIT demonstra que se espera que cerca de 205 milhões de pessoas ainda estarão desempregadas em 2022, muito acima dos 187 milhões de 2019.

No entanto, essas estatísticas oficiais escondem uma realidade ainda muito mais sombria, já que o número total de horas trabalhadas também caiu.

Em 2020, 8,8% das horas trabalhadas evaporou em comparação com o quarto trimestre de 2019, ou seja, o equivalente a 255 milhões de emprego em tempo integral.

E mesmo que a recuperação econômica se intensifique em algumas partes do mundo, até o final do ano o equivalente a 100 milhões de empregos em tempo integral ainda estará faltando.

"Este déficit de empregos e horas de trabalho vem somar-se aos altos níveis de desemprego, subemprego e péssimas condições de trabalho" que prevaleciam antes da crise de saúde.

Mesmo que se espere que a situação do emprego melhore um pouco no segundo semestre deste ano, a recuperação será desigual e, em particular, devido à diferença entre as taxas de imunização nos países ricos e nos países mais pobres.

Os países emergentes e em desenvolvimento também terão dificuldade em implementar planos de estímulo significativos.

Menos empregos e menos horas trabalhadas se traduzem automaticamente em mais pobreza.

Em comparação com 2019, 108 milhões de trabalhadores caíram nas categorias de pobres ou muito pobres - com famílias sobrevivendo com menos de US$ 3,2 por dia.

Para os dois bilhões de pessoas que trabalham no setor informal, as consequências da pandemia foram catastróficas para as mulheres que deixaram o mercado de trabalho em massa, inclusive nos países ricos, para cuidar dos filhos, que ficaram sem aulas presenciais.

Um fenômeno que faz a OIT temer uma "tradicionalização" dos papéis de gênero. "Não haverá uma recuperação real sem um retorno aos bons empregos", advertiu Ryder.

Cerca de 230 milhões de indianos caíram na pobreza devido à pandemia do coronavírus, sendo os jovens e as mulheres os mais afetados, enquanto a segunda onda de infecções ameaça piorar a situação, de acordo com um estudo.

O confinamento rigoroso implementado por meses na Índia deixou cerca de 100 milhões de pessoas desempregadas, de acordo com o relatório da Universidade Azim Premji, com sede em Bangalore, e cerca de 15% não conseguiram encontrar um novo emprego.

As mulheres estão em pior situação, com uma taxa de desemprego que atingiu 47% depois que as restrições ao coronavírus foram suspensas, de acordo com o estudo divulgado na quarta-feira (5).

O relatório, que definiu as pessoas na pobreza como aquelas que vivem com menos de 375 rúpias (US$ 5) por dia, especificou que "embora a renda tenha caído em todos os âmbitos e de forma generalizada, a pandemia atingiu as famílias mais pobres com muito mais força".

A terceira maior economia da Ásia já estava sofrendo uma desaceleração prolongada antes mesmo da chegada da covid-19 e a crise econômica que a acompanhou.

Muitas famílias tiveram que enfrentar a perda de renda gastando menos com alimentos e endividando-se, e alarmantes 20% dos entrevistados revelaram que a ingestão de alimentos não havia melhorado nem mesmo seis meses após o início da pandemia.

O confinamento do ano passado desencadeou um enorme êxodo de milhões de trabalhadores migrantes voltando para suas aldeias de origem, com muitos planejando retornar após a reabertura da economia.

Mas uma em cada três pessoas com menos de 25 anos não conseguiu encontrar um novo emprego depois de ficar desempregada devido ao confinamento, de acordo com o relatório da universidade.

Enquanto uma segunda onda mortal do vírus sobrecarrega os hospitais e causa mais restrições à atividade econômica em muitas partes do país, milhões de indianos - cujas vidas já são precárias - provavelmente verão sua condição piorar.

"Constatamos que um o apoio governamental adicional é urgentemente necessário por dois motivos: para compensar as perdas sofridas durante o primeiro ano e para antecipar o impacto da segunda onda", resume o estudo.

Com a chegada da pandemia da Covid-19, pouco mais de um ano atrás, a mobilização para organizar grupos de arrecadação e voluntariado tem se tornado mais intensa. No Recife e Região Metropolitana, acompanhando a crescente demanda das populações em situação de necessidade, responsáveis por novos projetos e também por ações contínuas ante pandemia estão apelando à população por engajamento e participação voluntária. Os objetivos variam da arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene à distribuição de marmitas pelas ruas da cidade.

A capital pernambucana já é a mais desigual do país, com índice de 0,612, posição que não ocupava desde 2016, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2020 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro. A situação de extrema pobreza atinge mais de um milhão de pernambucanos. A mesma pesquisa indica que Pernambuco foi o terceiro estado com maior concentração de renda do Brasil, com 0,573, atrás apenas de Sergipe (0,580) e Roraima (0,576).

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Em resposta aos números expressivos, se movimentam semanalmente projetos como o Unificados pela PSR (População em Situação de Rua), que tem iniciativas para arrecadação de dinheiro, distribuição de água, marmitas, toalhas e roupas. O Mãos Solidárias PE também é outra iniciativa com foco na segurança alimentar e na distribuição de alimentos, vendendo marmitas a preço simbólico, com a parceria de movimentos populares. Confira abaixo uma lista com projetos solidários ativos durante a pandemia na região:

Unificados pela PSR

União de Projetos Sociais que atuam em prol da população em situação de rua, tendo como destaque a ação Cesta Solidária.

Seja voluntário:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfxzpMrKxqPzYZB_RMfdjlKd6T8fulmpU-ckZbdJlZ1ORqsqw/viewform

Nas redes sociais: https://www.instagram.com/unificadospsr/

Samaritanos

Associação católica que atua pelos direitos da população de rua do Recife.

Para doar uma vez ou permanentemente, tornar-se voluntário e conhecer os projetos, acesse: https://linktr.ee/Samaritanos

Gerando Falcões

Rede de ONGs de desenvolvimento social que atua em todo o Brasil, alcançando quase 700 favelas do país, incluindo as pernambucanas e a região sertaneja do estado.

Para comprar produtos (o valor é revertido em mantimentos), conhecer os projetos e se tornar um voluntário, acesse: https://linktr.ee/gerandofalcoes

Mão Amiga Recife

Projeto de atuação pela população em situação de rua nos bairros do Recife. Atualmente, carece de voluntários e tem chamada aberta à população com disponibilidade para ajudar na elaboração das ações, na divulgação, nos serviços de saúde ofertados a estas pessoas, no apoio das ações, nas doações e outras atividades. A iniciativa tem intervenção da Associação do Ministério Público de Pernambuco e possui campanha de arrecadação de alimentos aberta.

Nas redes sociais: https://www.instagram.com/maoamigarecife/, https://www.instagram.com/a.mppe/

Para se tornar um voluntário e obter mais informações (chat do WhatsApp): https://chat.whatsapp.com/H4WgJEB6V974GL2KLwdiu4

Sopa de Maria

Grupo composto por amigos voluntários, com foco na alimentação de pessoas em situação de extrema pobreza e insegurança alimentar.

Para se tornar um doador ou fazer parte do voluntariado, entre em contato com os telefones (81) 995209248 (Elaine) ou (81) 987583381(Everaldo), ou acesse: www.facebook.com/sopademaria

Mãos Solidárias Pernambuco

Campanha de solidariedade organizada pelos movimentos populares de Pernambuco, com intervenção do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST-PE) através do Armazém do Campo.

Nas redes sociais: https://www.instagram.com/maos.solidarias.pe/

Para se tornar voluntário (chat do WhatsApp): https://chat.whatsapp.com/Gw7n71Eo8O5DWPMj6u4hEa

*Uma marmita, pelo Mãos Solidárias, custa R$ 5,28. É possível doar através do PIX e de instituições bancárias. Informações disponíveis nos links.

Comida Solidária

Projeto social em desenvolvimento e que visa a montagem de cestas básicas, para distribuição nas comunidades pobres de Paulista e áreas adjacentes da Região Metropolitana. Atualmente, tenta bater a meta de alimentos não perecíveis para a formação de 100 cestas básicas.

Para doar ou se tornar um voluntário, acesse o perfil nas redes sociais: https://www.instagram.com/comidasolidariape/

*WhatsApp disponível via mensagem direta.

Olinda Solidária

Projeto social independente e criado por amigos. Arrecada alimentos, roupas e material de higiene para a população pobre de Olinda. É possível ajudar comprando produtos da campanha, "adotando" um beneficiário pelo valor de R$ 20, se tornando um voluntário ou doando.

Nas redes sociais: https://www.instagram.com/olinda_solidaria/

Pontos de arrecadação:

- Anjos da Noite

Rua da Borboleta 23, Fragoso.

- Olinda Zero Lixo

Est. Do Bonsucesso, 524-652, Bonsucesso

- O Farol Igreja

Rua Alberto Lundgren, 370 Bairro Novo

- Movimento Inspire

Av. Carlos de Lima Cavalcanti

- Projeto Juventude de Cara Limpa

Rua Farmacêutico Gonçalo de Freitas, 203

Centro das Mulheres do Cabo

ONG de mulheres feministas com foco na defesa dos direitos civis e na igualdade de gênero. Atualmente, defende politicamente e juridicamente os interesses de mulheres em situação de risco social e financeiro, como agricultoras, pescadoras artesanais, mães solo e moradoras de favelas.

Conheça e acompanhe a atuação da ONG: https://www.mulheresdocabo.org.br/

Casa da Esperança

ONG que atua há mais de 22 anos oferecendo educação, saúde, cultura e lazer a crianças de sete Comunidades em Jaboatão dos Guararapes, com sede no bairro de Candeias.

Nas redes sociais: https://www.instagram.com/p/CNkz-fRrXiT/

Para conhecer a Casa, apadrinhar uma criança ou fazer uma doação, acesse: https://linktr.ee/casadaesperanca

 

O presidente Xi Jinping classificou nesta quinta-feira (25) de "milagre" a eliminação da pobreza extrema na China, um objetivo que Pequim deseja alcançar a qualquer custo antes do centenário do Partido Comunista Chinês (PCC), que será celebrado em julho.

Desde o início das reformas econômicas no fim dos anos 1970, a China afirma ter retirado 800 milhões de habitantes da miséria.

O país asiático, atualmente a segunda maior potência econômica do planeta, alega ter erradicado oficialmente a pobreza absoluta no ano passado.

"Nenhum outro país pode retirar centenas de milhões de pessoas da pobreza em tão pouco tempo", celebrou o presidente chinês durante uma grande cerimônia no Palácio do Povo em Pequim.

O nível de vida mudou consideravelmente na China desde os anos 1970, quando a população vivia em um sistema coletivista. Hoje o país é um gigantesco mercado com centenas de milhões de consumidores almejados pelas multinacionais estrangeiras.

"É um milagre humano que ficará na história", disse o presidente chinês, que prometeu compartilhar "a experiência chinesa" com outros países em desenvolvimento.

Xi Jinping transformou a luta contra a pobreza em uma de suas prioridades desde que chegou ao poder no fim de 2012.

A linha de pobreza na China está definida como uma renda inferior a 2,30 dólares por dia e por pessoa, um nível um pouco superior ao considerado pelo Banco Mundial (1,90 dólar).

A taxa de pobreza extrema no Brasil começa 2021 em alta com o fim do auxílio emergencial em dezembro. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste domingo informa que o país tem hoje mais pessoas na miséria do que antes da pandemia e em relação ao começo da década passada, em 2011.

Neste mês de janeiro, 12,8% dos brasileiro passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês (R$ 8,20 ao dia), linha de pobreza extrema calculada pela FGV Social a partir de dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua e covid-19, informa o jornal. No total, segundo projeção da FGV Social, quase 27 milhões de pessoas estão nessa condição neste começo de ano - mais que a população da Austrália. A taxa neste começo de década é maior que a do início da anterior (12,4%) e que a de 2019 (11%).

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Trata-se de um aumento significativo na comparação com o segundo semestre de 2020, quando o pagamento do auxílio emergencial a cerca de 55 milhões de brasileiros chegou a derrubar a pobreza extrema, em agosto, para 4,5% (9,4 milhões de pessoas) - o menor nível da série histórica.

O efeito negativo da pandemia sobre a renda dos mais pobres já tenderia a ser prolongado levando-se em conta a recuperação difícil que o Brasil tem à frente (quase sem espaço no Orçamento público para novas rodadas de auxílio emergencial), o aumento das mortes pela covid-19 e o atraso no planejamento da vacinação.

O pagamento do auxílio emergencial custou cerca de R$ 322 bilhões, a maior despesa do Orçamento de Guerra contra a covid-19. Com essa e outras medidas emergenciais, em 2020 a dívida pública saltou 15 pontos, atingindo 89,3% como proporção do PIB e R$ 6,6 trilhões - ambos recordes que levaram à deterioração no perfil de refinanciamento.

Mas, além do aumento da pobreza no presente, a pandemia deve impor perdas futuras de renda aos mais jovens, sobretudo os pobres, que acabaram perdendo boa parte do ano escolar de 2020.

No geral, os jovens, os sem escolaridade, os nordestinos e os negros foram os que mais perderam renda do trabalho na pandemia. Hoje, cerca de 35% dos jovens brasileiros nem trabalham nem estudam - os chamados "nem nem" eram 25% no final de 2014.

Com o fim do auxílio emergencial, o Bolsa Família volta a ser o principal mecanismo de transferência de renda do País. O problema é que, além de atender a um número menor de pessoas, ele já estava defasado antes mesmo da pandemia. Há inúmeras propostas sobre a mesa para substituir o auxílio, e a maioria passa pelo aperfeiçoamento de programas que existem - até porque qualquer aumento de despesa esbarraria na completa falta de recursos do governo e no teto de gastos.

Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, é um dos autores do Programa de Responsabilidade Social, que visa a aprimorar a rede de proteção social. Pela proposta, é essencial saber a diferença entre dois perfis: aqueles que já são muito pobres e não conseguem se encaixar no mercado de trabalho e os que conseguem se sustentar, mas têm oscilação de renda.

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"Para o primeiro grupo, é necessário o Bolsa Família. Já para o segundo, a proposta não é uma renda mínima, mas um seguro: todo mês você deposita um valor para a pessoa e, quando ela precisar, ela saca", diz.

Já o economista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) João Romero defende que será preciso rever o teto de gastos, que limita as despesas do governo ao orçamento do ano anterior corrigido pela inflação. "A pandemia trouxe para o centro do debate a necessidade de reforçar mecanismos para garantir o mínimo de dignidade para a população."

Correções

Enquanto não há uma movimentação política em direção a um esquema mais estruturado, o presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, Leandro Ferreira, defende que, ao menos, o Bolsa Família seja corrigido de forma a não ter filas de espera para o programa, hoje em torno de 1,3 milhão de famílias. Com o fim do auxílio emergencial e alta do desemprego, a tendência é que a espera pelo benefício cresça. "Corrigir os valores é urgente. A linha de extrema pobreza do programa, de R$ 89, faz com que muitos pobres não se enquadrem. Não precisa pagar R$ 600 para todos, mas o Bolsa Família precisa ser reajustado", diz Ferreira.

Rogério Barbosa, pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, da USP, avalia que uma reforma tributária mais progressiva, que taxe mais quem tem mais, será inevitável. "É mais viável um programa de renda que custe R$ 100 bilhões por ano, bem menos do que o auxílio emergencial, que chegou a custar R$ 50 bilhões por mês."

Para Naércio Menezes Filho, do Insper, é importante que a política de transferência de renda evolua para um sistema que tenha nos jovens de até 18 anos seu público-alvo. "A renda básica deve acompanhar os brasileiros desde a primeira infância. Não é gasto, é um investimento que melhora a produtividade."

Dependência do Bolsa Família

Ex-morador de rua e integrante de um movimento que luta pelo direito dessa população, Anderson Lopes de Miranda, de 45 anos, pensa em utilizar o apartamento da família como garantia para acesso a crédito e "botar comida em casa", como ele diz.

"Há mais de dez anos temos o apartamento, mas a gente vai ter de dá-lo como garantia até eu me reorganizar. O auxílio emergencial estava nos dando suporte; deu até para a gente aumentar algumas coisinhas, como a internet, mas agora vamos ter de cortar. A gente comia melhor também, mas vamos precisar reduzir tudo isso."

No início do pagamento do auxílio, a família tinha uma renda que, se comparada com a atual, pode ser considerada bem alta. A ex-mulher de Miranda já recebia R$ 170 do Bolsa Família antes da pandemia. Por viver com as filhas de 12 e 14 anos, ela passou a receber o auxílio de R$ 1.200. Na mesma época, por ser informal, Miranda também recebia a ajuda, só que no valor de R$ 600 e repassava uma parte para a família.

Conforme o valor do benefício foi sendo reduzido, ele voltou a morar sob o mesmo teto que a ex-mulher e, agora, os mesmos R$ 170 são a única renda fixa que eles têm. "Estamos dependendo do Bolsa Família dela para sobreviver."

Sem expectativas

"Não tem nada mais doído do que ver um filho passando necessidade", conta Lucimar Silva, de 50 anos. Informal há quase 30 anos, demorou um mês para começar a receber o auxílio emergencial. Como é mãe solteira, ela teve direito ao benefício de R$ 1.200, dinheiro que usava para as compras do mês e pagar aluguel e as contas básicas, além dos gastos mensais com o tratamento do filho mais novo, que é autista.

Com o fim do auxílio, em dezembro, e o filho mais velho desempregado por causa da pandemia, ela teve de voltar ao trabalho na rua e passou a vender máscaras no centro do Rio. "Evito pegar condução lotada, ando sempre de máscara e com álcool em gel na bolsa. Mas o medo de ficar doente existe, claro. Perdi muitos amigos nessa pandemia e todo mundo conhece alguém que ficou doente. Agradeço por estar saudável."

O fim do benefício emergencial pesou no orçamento de Lucimar. Com o dinheiro, ela custeava parte do tratamento para o filho, mas mesmo antes da pandemia, a família dela era uma das que estavam na fila do Bolsa Família. Sem o auxílio, ela vai voltar para a lista de espera. "O auxílio me ajudou muito, mas não acredito que coloquem nada no lugar. Só nos resta tentar sobreviver." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Morador da rua Meu Destino, Anderson cogita dar a casa como garantia, em um empréstimo, para comprar comida; Hudson voltou a morar com os pais para enfrentar um câncer; Lucimar deixou o isolamento e vende máscaras na rua para sustentar o filho. Com o fim do auxílio emergencial no ano passado, e se nada for colocado no lugar para amparar os mais vulneráveis, até 3,4 milhões de brasileiros a mais, como eles, podem cair na extrema pobreza - sobrevivendo com menos de US$ 1,90 por dia (algo como R$ 10), a linha de corte definida pelo Banco Mundial.

De acordo com uma pesquisa do especialista em política social Vinícius Botelho, publicada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com isso, a pobreza extrema neste ano pode ser maior do que a verificada no País antes da covid-19.

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Nesse cenário, o número total de pessoas na extrema pobreza chegaria a 17,3 milhões em 2021, segundo os conceitos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento levaria o País ao pior patamar de pobreza desde o início da pesquisa, em 2012.

"Se nada for feito, a política social vai continuar com a mesma potência que em 2019, mas em uma realidade completamente diferente", diz Botelho, ex-secretário dos ministérios da Cidadania e do Desenvolvimento Social. "Durante a pandemia, as pessoas perderam a renda do trabalho. Com o auxílio, essa queda foi compensada, mas, como não há alternativa para 2021, podemos cair em uma situação pior do que antes. É como se o Brasil tivesse feito um 'voo de galinha' na redução da pobreza."

De 2012 a 2019, a variação das taxas de pobreza decorreu da dinâmica econômica - quando o País crescia, a pobreza era reduzida e vice-versa. No ano passado, no entanto, o auxílio emergencial (de cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300) serviu para que a potência da política social aumentasse muito.

"O País já tinha muita gente na extrema pobreza, mas 2020 nos fez lembrar que esse problema precisava ser equacionado urgentemente. Só que o mesmo Brasil que fez um auxílio emergencial gigantesco virou o ano sem garantir o reajuste do Bolsa Família. Na verdade, pouca gente acreditava na criação de um programa novo", diz Botelho.

Desigualdade

Um outro levantamento, do pesquisador Daniel Duque, do Ibre/FGV, aponta que a desigualdade deve aumentar quase 10%, por conta do fim do auxílio, e que 2020 deve ser um ano perdido na redução das diferenças sociais. O Índice de Gini (medidor da desigualdade, em que quanto mais próximo de 1, pior é a distribuição de renda) estava em 0,494 em novembro passado. Sem o auxílio, o indicador iria a 0,542 nas mesmas condições daquele mês.

Isso se daria porque a renda da população, em novembro, chegou a R$ 1.286, em média - patamar 5,8% maior, em termos reais, que o observado em maio, no início do pagamento das parcelas do benefício emergencial, segundo a Pnad-Covid, pesquisa feita pelo IBGE durante a pandemia, mas com metodologia diferente da Pnad Contínua.

Duque lembra que a desigualdade tinha caído em 2019 pela primeira vez desde 2014. "O saldo do ano passado, no entanto, deve empatar com o de 2019. A pandemia deve impedir a queda da desigualdade", diz.

Com o fim do auxílio, o governo começa a discutir formas de ampliação do Bolsa Família, mas, entre os economistas, a avaliação é de que algo já deveria ter sido proposto. Pressionado para retomar o pagamento do auxílio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou na semana passada a possibilidade de estender o benefício. "Se pagar R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais", disse.

"É absurdo ele dizer que não pode fazer nada", protesta o ambulante Hudson Moreira, de 49 anos. Com câncer, ele dependia do auxílio. Sem o benefício, agora conta com a aposentadoria dos pais, enquanto espera o fim da pandemia. "Infelizmente, votei nele e me arrependo. O presidente precisa lembrar que está lidando com vidas. E a pandemia é séria, não é um resfriado."

Acabar com o auxílio emergencial é jogar de novo essas pessoas na pobreza ou na informalidade, avalia a professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Úrsula Peres. "Esse boom de recursos movimentou a economia, impedindo uma queda drástica do consumo e beneficiando as finanças estaduais e municipais."

Na última semana, o Estadão mostrou que o governo prepara uma medida provisória (MP) para reestruturar o Bolsa Família. A perspectiva é que sejam unificados benefícios já existentes, além do reajuste de valores e a criação de bolsas por mérito. Assim, 14,5 milhões de famílias seriam contempladas, ante as atuais 14,3 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As avaliações da população com relação às áreas de atuação do governo federal tiveram uma piora em dezembro, segundo pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quarta-feira, 16, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda segue a tendência registrada na avaliação geral da população com relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa revela que o índice de pessoas que reprovam o governo na gestão do meio ambiente subiu para 59% ante 57% registrado em setembro. A aprovação da atuação do governo Bolsonaro na área de meio ambiente variou de 37% para 36%. Em dezembro de 2019, a aprovação do governo nessa área chegou a 40%. Nos últimos meses, com o avanço das queimadas na Amazônia e no Pantanal, o Brasil virou alvo de críticas e pressão por parte dos investidores estrangeiros, ruralistas e ambientalistas por respostas contra a destruição das florestas.

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Das nove áreas pesquisadas, quatro registraram queda no porcentual de avaliação, entre setembro e dezembro, acima da margem de erro da pesquisa de dois pontos porcentuais para cima e para baixo: segurança pública, saúde, taxa de juros e combate à inflação.

Com relação à área de combate à fome e à pobreza, houve queda também na avaliação sobre a atuação do governo, mas no limite da margem de erro, ou seja, de quatro pontos porcentuais. A aprovação da população sobre a gestão do governo no combate à fome e à pobreza ficou em 44%, enquanto outros 53% desaprovam a atuação do Executivo federal.

Segurança pública tem aprovação de 44% da população, segundo a pesquisa, uma queda de 7 pontos porcentuais em relação a setembro. A parcela dos que desaprovam a atuação do governo federal nessa área chegou a 53%. Em setembro, essa era a única área aprovada por mais da metade da população. Mas, ainda assim, destaca a pesquisa, a segurança pública continua sendo a área melhor avaliada, empatada com combate à fome e à pobreza.

A atuação do governo no combate à inflação caiu da quinta para a sétima posição no ranking das mais bem avaliadas, com 33% de aprovação. Nas últimas colocações continuam impostos e taxas de juros, cada área com 70% de desaprovação.

A CNI-Ibope foi realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro, com 2 mil pessoas em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

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