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Pular refeições, viver com dívidas, voltar para a casa dos pais: a precariedade passou a ser, em muitos casos, a nova regra. Após a primeira onda da epidemia de Covid-19, trabalhadores dos setores de turismo, transporte aéreo, ou restaurantes, que perderam o emprego contaram sua angústia à AFP.

Com a crise do coronavírus, o número de pessoas que vivem em extrema pobreza no mundo deve aumentar para 150 milhões até 2021, observou recentemente o Banco Mundial. Oito em cada dez novos pobres estarão em países de renda média.

São os novos pobres "mais urbanos, com melhor educação", detalha o banco.

Na primavera, de Paris à Cidade do México, de Kiev a Madri, os jornalistas da AFP foram ao encontro de trabalhadores dos setores mais afetados (turismo, transporte aéreo, restaurantes, distribuição e digital). Eles contaram a perda repentina de salário, o estresse da demissão, os sacrifícios.

Cinco meses depois, a maioria se estabeleceu no "modo de sobrevivência", perdeu a independência, ou caiu na pobreza extrema. Alguns evitaram o pior. Todos eles continuam a viver angustiados.

Veja seus depoimentos.

Neuilly-sur-Marne (França) - Dívidas e "modo de sobrevivência" para o extra da restauração

"Estou em modo de sobrevivência, uma refeição por dia para a família e pronto".

Antes, Xavier Chergui, um francês de 44 anos, trabalhava como "extra" na restauração. Podia ganhar até 4.000 euros. Com o fim de seus contratos, o primeiro confinamento o fez mergulhar na precariedade.

Ele apostava no retorno da atividade após o fim do primeiro confinamento, mas, para além de "alguns dias de trabalho", o reconfinamento do outono na França lhe tirou qualquer "perspectiva para o futuro próximo".

Este pai de dois filhos, cuja esposa não trabalha, acumula dívidas. "Estou atrasado no aluguel, na luz. (...) Também tenho que pagar o empréstimo do carro".

Ele subsiste, graças ao auxílio estatal, Revenu de Solidarité Active (RSA), que garante, na França, uma renda mínima para pessoas sem recursos, abonos para famílias, assistência à habitação, e que chega a 1.400 euros por mês.

A maior parte dos recursos se destina a "encher a geladeira". Seu filho, que queria cursar design gráfico, ou multimídia, teve de se voltar para estudos de história na universidade, por se tratar de "escolas um pouco caras".

Madri - Economias zeradas para empregada doméstica

Sonia Herrera, uma empregada doméstica hondurenha de 52 anos, perdeu o sono: "Durante o confinamento, podíamos aguentar com pequenas economias, mas agora estamos zerados, tudo evaporou".

Na primavera, esta mãe solo que mora com seus dois filhos e seu neto de dois anos foi demitida do trabalho como doméstica não declarada. E teve de se voltar para os bancos de alimentos.

Desde então, ela recuperou algumas horas de limpeza, assim como sua filha Alejandra, de 33 anos, que perdeu o emprego de cozinheira. São algumas centenas de euros que, para além do seguro-desemprego, permitem-lhes não depender desta ajuda que lhes dava "um pouco de vergonha".

No total, em casa, agora entram pouco mais de 1.000 euros por mês para os quatro. Precisam economizar cada centavo.

Todas as sextas-feiras de manhã, Herrera vai a um bairro nobre de Madri para duas horas de limpeza por 20 euros, menos três euros pelo ônibus. Em vez de ir para casa ao meio-dia antes do horário da tarde, ela espera na cidade para não dobrar o custo do transporte.

Com a reabertura das escolas em setembro, seu neto Izan come na cantina, o que lhe traz economia. Os pequenos prazeres da vida quotidiana, como os "doces", ou ir ao "cabeleireiro", são coisas do passado.

Sua situação irregular impede que a família reivindique a nova renda mínima de vida lançada em maio pelo governo espanhol para amortecer o impacto das medidas anticovid-19.

"Tenho muito medo de que eles nos reconfinem novamente, porque recuperar um pouco (de dinheiro) e perdê-lo novamente é assustador", disse ela.

Bogotá - Retorno à casa dos pais para o comissário de bordo

"Não tinha mais trabalho para continuar pagando o aluguel". Aos 26 anos, o colombiano Roger Ordonez teve de voltar para a casa de seus pais, em Bucaramanga, no nordeste da Colômbia.

Desde que perdeu, em julho, o emprego de comissário de bordo na companhia aérea Avianca, passou a procurar um novo emprego.

Tentou em seu setor, um dos mais afetados pela crise, sem sucesso. Os voos comerciais foram retomados na Colômbia, mas ele não encontrou emprego nas companhias aéreas locais. Também foi impossível responder a duas ofertas no Peru e no Chile, por não residir nesses países.

Não há mais vagas nos call centers de Bogotá, para os quais ele multiplicou as candidaturas. "Não sei se meu currículo está superestimado. Por causa do salário que eu tinha, as pessoas acham que vou sair assim que conseguir outro emprego", desabafa.

Na Avianca, Roger Ordonez ganhava 1.000 euros por mês. Agora, "eu até me contentaria com um salário mínimo" (US$ 250), diz ele. "Mas não há nada".

É o fim das viagens e dos estudos para se tornar piloto. "A qualidade de vida piorou muito", afirma.

"Você se acostuma a morar sozinho, ser independente, comprar suas coisas (...) Hoje eu tenho que morar com a minha família no espaço deles. Estamos apertados".

Paris - Ajuda social para a vendedora de sapatos

A francesa Marie Cédile, de 54 anos, incluindo 30 como vendedora da sapatos na rede André, poderia ter perdido o emprego como metade dos empregados da marca, que estava em liquidação judicial.

Ela suspirou de alívio quando o comprador da marca tornou pública a lista de 55 lojas e 220 funcionários que seriam mantidos.

"Sou de uma das lojas mantidas. Até agora está tudo bem", respira. Seu marido, que na primavera estava desempregado, encontrou emprego em uma locadora de automóveis.

"Espero que tudo corra bem. Ainda estamos com medo", disse aquela que estava pronta para trabalhar como doméstica, se necessário.

Com o reconfinamento na França, as lojas André fecharam (até a última sexta-feira), e Cédile se viu em situação de redução salarial, dispositivo adotado pelo governo para enfrentar a crise e que fornece 84% de seu salário líquido. Ela ganha um salário mínimo, cerca de 1.000 euros por mês.

"Mas é sempre melhor do que nada. Há países, como Portugal, onde não há nada", disse Marie Cédile, de origem portuguesa. "Temos essa chance de morar na França e ter ajuda do Estado", completou.

México - "O inferno da miséria" para o velho guia turístico

Os turistas que ele guiava nas ruínas da pirâmide asteca do Templo Mayor, sua casa, sua saúde, suas esperanças: Jesús Yépez, um guia turístico mexicano de 60 anos, perdeu tudo.

Quando os sítios fecharam na primavera, e ele foi despejado do apartamento que alugava no bairro histórico da Cidade do México, viu-se em um centro para moradores de rua.

Hoje, é uma sombra de si mesmo, magro, insone. Os médicos deram o diagnóstico: depressão e neuropatia.

Todas as noites ele ora por uma morte iminente. "Meu Deus, venha e me leve, eu não aguento mais esta vida. Minha alma está fraca. É uma provação diária que se repete. Quando isso vai acabar?", questiona.

Suas parcas economias se foram há muito tempo, e "o governo só me deu 3.000 pesos (US$ 142) para me manter vivo nos últimos 100 dias", diz ele.

Seus primos, os únicos membros restantes de sua família, nem sempre o ajudam. Seus ex-colegas de trabalho pararam de arrecadar dinheiro para ajudá-lo a pagar algumas refeições fora do abrigo.

Quando alguns locais e museus na Cidade do México reabriram nas últimas semanas, ele tentou retomar seu trabalho. Sem sucesso.

Os poucos turistas que ainda visitam a Cidade do México fogem ao ver seus trapos.

"Estou preso neste inferno de miséria", ele deixou escapar.

Kiev - Feliz retorno para a técnica de informática

Hoje, a ucraniana Natalia Mourachko, técnica de informática de 40 anos, está ganhando mais do que antes. "Minha jornada de trabalho é muito mais curta e posso trabalhar de qualquer lugar!", celebra.

Ela percorreu um longo caminho, porém. Em abril, quando esperava ser preservada, foi brutalmente demitida do grupo de viagens americano que a empregou por quatro anos.

"Um choque" quando você faz parte desta casta de técnicos da computação que, na Ucrânia, podem ganhar vários milhares de dólares, quando o salário médio mal ultrapassa os 300 euros.

Mourachko, que tem dois filhos adolescentes e uma mãe de 73 anos para sustentar, descobriu assim a perda de status e a busca infrutífera por emprego.

Mas o emprego de meio período para um site americano de desenvolvimento de aplicativos móveis, o qual lhe permitiu se manter nos primeiros meses, agora lhe rende 10% a mais do que seu emprego anterior.

A carga de trabalho aumentou, mas "negociei uma taxa mais lucrativa", diz ela.

Finalmente, este ano, ela conseguiu passar férias na Bulgária. E começa a economizar dinheiro para ter um "colchão de segurança mais consistente".

Nem tudo foi resolvido. O estresse dos meses de desemprego exacerbou seus problemas de sono e reanimou suas dores nas costas.

"Isso me fez cambalear, muitas coisas quebraram". Mas ela constata que, "em geral, parece que a covid mudou tudo para melhor".

A gravidez na adolescência prejudica a vida de milhares de jovens e reproduz a pobreza na América Latina, além de gerar aos países gastos milionários que poderiam ser evitados, alertou a ONU em um estudo apresentado nesta quarta-feira (11).

"A gravidez na adolescência e a maternidade precoce são fenômenos que têm forte impacto na trajetória de vida de milhares de mulheres na América Latina", diz o relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), entidade responsável pela saúde sexual e reprodutiva.

Os efeitos dessas gestações precoces "são múltiplos e se estendem tanto ao nível de escolaridade quanto ao mercado de trabalho, à saúde e até às economias nacionais", ressalta o documento.

"A gravidez na adolescência é uma fábrica de pobres na América Latina", disse à AFP Federico Tobar, conselheiro regional do UNFPA.

O estudo intitulado "Consequências socioeconômicas da gravidez na adolescência em seis países da América Latina e do Caribe", analisa a situação na Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Paraguai.

Segundo o relatório, as meninas e adolescentes mães tendem a abandonar a escola para criar os filhos, o que significa uma maior dificuldade para estudar e encontrar um emprego bem remunerado.

Quase metade das mães com idades entre 10 e 19 anos se dedicam exclusivamente às tarefas domésticas e têm três vezes menos oportunidades (6,4% contra 18,6%) de conseguir um diploma universitário do que aquelas que adiaram a maternidade, ao mesmo tempo em que em média ganham 24% a menos, indica o estudo.

Por sua vez, as mulheres que têm filhos depois dos 20 anos ganham em média US$ 573 a mais do que aquelas que são mães antes dessa idade.

Essas circunstâncias condicionam a independência das mulheres, o que as torna mais vulneráveis à violência de seus parceiros.

"A consequência é que seu potencial de desenvolvimento é afetado, ela pode ficar em perigo e, além disso, é possível que se mantenha presa em um ciclo vicioso de pobreza e exclusão", explicou Harold Robinson, diretor do UNFPA para a América Latina e o Caribe.

- Despesas milionárias -

O estudo também detalha os custos do tratamento da gravidez na adolescência nos países latino-americanos.

O órgão alerta para a perda de renda relacionada a esse fato para os Estados, uma vez que a gravidez na adolescência compromete a participação dessas mulheres no mercado de trabalho e sua contribuição para o sistema tributário.

Os seis países que constam no relatório "têm um custo associado à gravidez na adolescência e maternidade precoce da ordem de US$ 1.242 milhões, o que equivale a 0,35% do PIB desses países", explica Tobar.

O relatório detalha que, em 2018, os seis países estudados deixaram de arrecadar US$ 746 milhões em impostos, cerca de US$ 110 por mulher, já que as mães adolescentes pagam menos impostos e têm menos consumo por causa das suas condições sociais e de trabalho.

Também indica que a crise da covid-19 piorou a situação, com o registro de cerca de meio milhão de gravidezes adolescentes a mais durante a pandemia.

"Se pudéssemos prevenir a gravidez na adolescência, todo mundo ganha, o Estado ganha, o sistema de saúde, (o sistema) tributário, mas fundamentalmente as mulheres e seus filhos ganhariam porque estamos assumindo que a grande maioria dessas crianças viverá na linha da pobreza", ressalta o conselheiro.

- Iniciação sexual sem anticoncepcionais -

De acordo com o UNFPA, a América Latina tem a segunda maior taxa de fecundidade (66,5 por 1.000) do mundo entre as mulheres de 15 a 19 anos. Além disso, dois terços dessas gestações são indesejadas.

Segundo especialistas, a gravidez precoce na região se deve principalmente à ausência de educação sexual, desconhecimento, falta de acesso a métodos anticoncepcionais e barreiras legais e culturais.

"A maioria dos adolescentes tem sua iniciação sexual sem o uso de anticoncepcionais", lamenta Tobar.

O Banco Mundial (BM) reduziu nesta quarta-feira (7) suas perspectivas sobre o efeito da pandemia e anunciou que até 115 milhões de pessoas podem cair na extrema pobreza neste ano devido à crise ocasionada pela covid-19.

Para o Banco Mundial, a pobreza extrema - definida como aquela que vive com menos de US$ 1,9 por dia - pode aumentar, atingindo de 88 milhões a 115 milhões de pessoas no mundo, caso a previsão mais negativa se confirme.

"Em 2020, projeta-se que a pobreza extrema global aumente pela primeira vez em mais de 20 anos como resultado das dificuldades causadas pela pandemia da covid-19", alertaram os economistas da instituição.

As previsões do Banco, com sede em Washington, têm piorado à medida que a pandemia avança e sua duração se prolonga. Desde que foi detectado na China em dezembro, o novo coronavírus matou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e atingiu fortemente a economia global.

O Banco Mundial estima que a economia tenha uma retração de 5,2% em 2020, a maior queda do PIB em 80 anos.

Em maio, no pior cenário previsto, os economistas estimaram que 60 milhões de pessoas poderiam chegar à extrema pobreza. Já em agosto, a previsão mais pessimista elevou o número para 100 milhões dos que entrariam na condição de miséria.

Se as piores previsões se confirmarem, em 2021 quase 150 milhões de pessoas em todo o mundo podem cair na pobreza extrema.

Sem o impacto da pandemia, os especialistas esperavam que a taxa global de extrema pobreza caísse de 9,2% em 2017 para 7,9% este ano.

Essa condição "provavelmente afetará entre 9,1% e 9,4% da população mundial em 2020", ressaltou o Banco. O presidente do Banco Mundial, David Malpass, também indicou que "evidências preliminares indicam que a crise vai aumentar as desigualdades no mundo".

- Mais de 4,7 milhões de novas pessoas em condição de pobreza na América Latina -

No pior cenário, o estudo projeta que a região do Sul da Ásia será a mais atingida, com quase 57 milhões de pessoas levadas à pobreza, seguida pela África Subsaariana, com 40 milhões.

Na perspectiva mais adversa, na América Latina - região onde vivem mais de 650 milhões de pessoas - a taxa de extrema pobreza passaria de 3,9% em 2017 para 4,4% no final deste ano, e atingiria um total de 28, 6 milhões de pessoas.

Sem a pandemia, especialistas do Banco com sede em Washington previram que a taxa de pobreza na região cairia para 3,7%, afetando 23,9 milhões de latino-americanos. Se a previsão se confirmar, isso significa que a pandemia teria levado 4,7 milhões de latino-americanos para a condição de extrema pobreza em 2020.

De acordo com a pesquisa, a diminuição da renda durante a pandemia resultou rapidamente na diminuição do consumo.

"Em sete países da América Latina e do Caribe, 40% ou mais da população relatou que ficou sem alimentos durante o confinamento", afirmaram os economistas.

Caso se confirme a pior previsão para 2021, o nível de miséria subiria para 4,5% entre os latino-americanos, ou seja, um total de 29,1 milhões de pessoas ficariam na condição de extrema pobreza.

Segundo projeções do Banco Mundial, a extrema pobreza afetará cada vez mais os habitantes das áreas urbanas do mundo. Trata-se de uma novidade, já que a pobreza tradicionalmente afetou mais as áreas rurais.

"A magnitude desse efeito ainda é altamente incerta, mas está claro que a pandemia vai levar ao primeiro aumento da pobreza global desde 1998", observaram os economistas.

Especialistas do Banco Mundial alertaram que os níveis de pobreza serão maiores do que em 1997, já que "o aumento da pobreza é maior em termos absolutos, mas também em termos relativos".

A taxa de pobreza na Argentina subiu para 40,9% da população no primeiro semestre deste ano, com 10,5% de indigência, um dos piores registros da história do país, informou o Instituto de Estatística (Indec). No final de 2019, a taxa de pobreza era de 35,5% e a indigência, 8%.

Na comparação interanual, o número de pessoas abaixo da linha da pobreza aumentou 5,5 pontos porcentuais, e na indigência 2,8 pontos porcentuais.

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"Aos poucos, chegamos perto de metade da população que não tem condições de comprar com sua renda uma cesta básica de consumo essencial. Isso é muito preocupante porque tem um porcentual muito alto de crianças e adolescentes", disse à agência France Presse o economista Ricardo Aronskind.

No primeiro semestre deste ano, a renda familiar média mensal total das famílias pobres foi de 25.759 pesos (cerca de R$ 1,7 mil pelo câmbio oficial), mas a cesta básica atingiu 43.785 pesos (cerca de R$ 3 mil), uma diferença de 41,2%, segundo o Indec. Em termos de faixas etárias, 56,3% das pessoas de 0 a 14 anos são pobres.

A Argentina, com uma inflação anual de mais de 40%, está em recessão desde 2018. A pandemia de covid-19 atingiu fortemente sua economia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o país fechará este ano com uma contração de 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Os números são alarmantes", admitiu o ministro de Desenvolvimento Social, Daniel Arroyo, atribuindo parte da cifra a uma pobreza estrutural desencadeada por sucessivas crises econômicas que afetaram o país nas últimas décadas.

Em uma entrevista à TV a cabo Todos Noticias, Arroyo também disse que o "segundo trimestre foi o momento de maior fechamento das atividades" por causa da pandemia.

O ministro destacou que esse índice de pobreza seria ainda maior se o governo não tivesse desembolsado 420 bilhões de pesos (cerca de R$ 29,1 bilhões) em ajuda social durante a quarentena.

A pandemia começou na Argentina três meses depois de o presidente peronista Alberto Fernández assumir o poder com o desafio de reduzir a pobreza no país, afundado em uma profunda espiral inflacionária. Com a chegada do coronavírus, o governo optou por priorizar a saúde e em 20 de março instaurou uma rígida quarentena em todo o país. Nesse contexto de paralisação, o PIB caiu 19,1% no segundo trimestre e o desemprego subiu para 13,1% no mesmo período. A Argentina registrou até agora 736.609 casos del covid-19 e 16.519 mortes. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais da metade dos pernambucanos vive em domicílios com insegurança alimentar, ou seja, sem acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas, é o que mostram os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 divulgados nesta quinta-feira (17) pelo IBGE. O levantamento também aponta que 661 mil pernambucanos, ou seja, 7% da população mora em residências com insegurança alimentar grave, que leva à fome.

O percentual de domicílios em Pernambuco que se encontravam em algum grau de insegurança alimentar quase dobrou em cinco anos, passando de 25,9% em 2013 para 48,3% em 2017-2018. Nessas residências, moravam 4,8 milhões de pessoas, ou seja, 52% da população do estado.

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A pesquisa utiliza a classificação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), considerando o período de referência dos três últimos meses anteriores à data da entrevista. São domicílios considerados em condição de segurança alimentar aqueles em que os moradores têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Entre 2017 e 2018, 1,4 milhão de lares em Pernambuco tinha algum grau de insegurança alimentar. Das pessoas que viviam em lares com restrições no acesso à comida, 2,9 milhões (30,8% do total da população) habitavam locais com insegurança leve, 1,3 milhão de pessoas (14,2%) moravam em domicílios com insegurança alimentar moderada e 661 mil pessoas (7%) residiam em lares com insegurança alimentar grave. Com isso, houve um aumento de 156% no número de pessoas com insegurança alimentar moderada ou grave entre 2013 e o período 2017-2018, passando de 777 mil para 1,9 milhão de pessoas em Pernambuco. Este também é o pior desempenho do estado desde 2004, quando apenas 43% dos domicílios tinham segurança alimentar.

Os lares com insegurança alimentar leve são aqueles com alguma preocupação com a quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis, tendo incerteza quanto ao acesso no futuro. Nas casas com insegurança alimentar moderada, os moradores conviveram com restrição quantitativa de alimento entre adultos. Já nos domícilios com insegurança alimentar grave, além dos membros adultos, as crianças também passavam pela privação de alimentos, levando à fome.

A pesquisa registrou, no período 2017-2018, pouco mais de 3 milhões de domicílios particulares no estado. Destes, 1.5 milhão (51,7%) estava em situação de segurança alimentar. Nesses lares, moravam aproximadamente 4,5 milhões de pessoas. A comparação com 2013, a última vez em que o tema foi investigado pelo IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aponta o salto no contingente de pernambucanos que passaram a se preocupar em conseguir comida. Naquele ano, eram 74,1% dos domicílios - nos quais viviam 6,5 milhões de pessoas - em situação de segurança alimentar. Isso significa que, em meia década, cerca de 2 milhões de pernambucanos passaram a ter algum tipo de restrição no acesso à alimentação.

A piora nos índices de segurança alimentar não é exclusiva de Pernambuco. Na região Nordeste, 50,3% dos lares estavam em situação de insegurança alimentar em 2017-2018, contra 46,1% em 2009 e 38,1% em 2013. A mesma tendência ocorreu em quase todos os estados brasileiros, exceto no Piauí, única localidade onde a proporção de domicílios com insegurança alimentar diminuiu entre 2013 e 2017-2018. Com esse desempenho negativo, a porcentagem de domicílios brasileiros que tinham algum grau de insegurança alimentar também cresceu, chegando a 36,9% das residências, pior número desde o início da pesquisa, em 2004.

Nos primeiros resultados da POF 2017-2018, divulgados em outubro do ano passado, a alimentação respondia por 21,71% das despesas com consumo das famílias pernambucanas. Entre 2008 e 2009 esse índice era de 24,08% e 27,22% em 2002-2003. Isso significa que outras despesas passaram a consumir uma fatia maior da renda das famílias, reduzindo o percentual destinado a alimentação.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (15) que "está proibido" falar sobre o possível programa Renda Brasil e que, na verdade, o Bolsa Família é que vai continuar.

A declaração foi dada em um vídeo publicado nas redes sociais pelo próprio presidente.

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"E a última coisa, para encerrar: até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro ameaçou com "cartão vermelho" integrantes da equipe econômica que defenderem medidas como o corte de benefícios de aposentados e deficientes.

​"Quem porventura vier a propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa. É gente que não tem o mínimo de coração, o mínimo de entendimento de como vivem os aposentados no Brasil", afirmou o presidente.

O Renda Brasil seria um programa de assistência social que usaria como base a experiência adquirida com o pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia e substituiria o Bolsa Família.

Da Sputnik Brasil

Nesta quinta-feira, dia 4, a revista GQ divulgou sua edição do mês de setembro, que traz Cauã Reymond na capa. A publicação é especial, já que faz parte do movimento Change Is Good, em português Mudar É Bom, realizado por todas as 21 edições da revista ao redor do mundo em uma colaboração focada no futuro. A escolha do ator para a capa da revista foi feita por conta dos projetos realizados pelo mesmo para diminuir os impactos da pandemia entre os mais afetados, e a entrevista feita pela GQ traz os desafios pessoais enfrentados por Reymond em sua trajetória desde a infância marcada pela pobreza, pelas dificuldades e pelo bullying, até o sucesso na televisão e no cinema.

O relato conta uma realidade que muitos talvez não conheçam sobre o ator que passou o começo da infância em um prédio de classe média baixa próximo à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Cauã vivia com sua tia esquizofrênica, que havia sido estuprada por porteiros de seu prédio, com a mãe, que havia sido adotada e por vezes apresentava comportamento autodestrutivo, e com a avó aleijada, que havia perdido o noivo em um atropelamento. Essa situação fazia com que o garoto sofresse bullying e agressões na rua por parte de outros meninos, que referiam-se a ele como o garoto da casa da louca.

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- O clima podia ser bem pesado em casa, até violento, com muitos gritos. Minha tia esquizofrênica perdia o controle e às vezes olhava pra mim e dizia: vou cortar seu pinto. Eu era criança e isso me desesperava.

Cauã conta ainda que, mesmo sem ter qualquer tipo de deficiência, fez a segunda e a terceira séries em um colégio para surdos mudos, até se mudar para o Centro Educacional da Lagoa, escola particular paga por seu avô paterno. Apesar da mudança, o ator continuou a sofrer agressões, provocações e todo tipo de bullying por parte dos colegas continuou.

A situação financeira da família também não era das mais favoráveis. Cauã relatou que chegou a vender paçoca para ajudar a complementar a renda da família, e que quando sua tia esquizofrênica morreu, assassinada, não havia dinheiro suficiente para o velório e nem para o enterro.

Aos 14 anos de idade, passou a morar com o pai, José Marques, em Balneário Camboriú, uma cidade localizada em Santa Catarina. Marques, que é psicólogo, nadador e mergulhador, tampouco teve o apoio da família na juventude. Era filho de um paraibano que aos 17 anos de idade saiu de casa para morar sozinho no Rio de Janeiro. Seguindo os passos do avô paterno, Cauã deixou a cidade sulista aos 17 anos de idade para se tornar modelo - mas isso não tornou sua vida menos dura.

Cauã viajou para diversas cidades da Europa e teve contato com profissionais renomados como Bruce Weber e Karl Lagerfeld. Também morou durante dois anos em Nova York, onde limpava chão e tinha apenas 20 dólares - cerca de 106 reais na cotação atual - para gastar por dia, o que fazia com que ele tivesse que escolher qual refeição iria fazer: almoço ou jantar.

Hoje, aos 40 anos de idade e pai de Sofia, Cauã é um dos atores mais bem pagos da televisão brasileira, com milhares de seguidores nas redes sociais e uma carreira em constante ascensão marcada por dezenas de prêmios e indicações. Sua mais recente conquista foi o título de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Brasília por seu papel no longa Piedade, de Cláudio Assis. Na trama, ele contracena com Matheus Nachtergaele e Fernanda Montenegro.

- Piedade foi um projeto que me desconstruiu completamente. Cláudio Assis é punk, tinha certeza de que ele ia me desafiar, puxar meus limites, e foi o que aconteceu. Aceitei fazer o filme sem mesmo ter lido o roteiro.

A pandemia de coronavírus pode ter levado até 100 milhões de pessoas para a extrema pobreza, advertiu nesta quinta-feira (20) o presidente do Banco Mundial (BM), David Malpass, em entrevista à AFP.

A instituição para o desenvolvimento, com sede em Washington, havia estimado, antes, que 60 milhões de pessoas cairiam na extrema pobreza, mas o novo cálculo situa a deterioração entre 70 e 100 milhões, e "este número poderia aumentar" se a pandemia piorar ou se prolongar, o que é possível, disse Malpass.

O presidente do BM afirmou que a piora se deve a uma combinação de perda de empregos durante a pandemia e problemas de abastecimento que dificultam o acesso aos alimentos. "Tudo isso contribui para que as pessoas voltem a cair na extrema pobreza, quanto mais tempo persistir a crise econômica."

O BM se comprometeu a destinar 160 bilhões de dólares em financiamento a 100 países até junho de 2021, em um esforço para lidar com a emergência, mas, ainda assim, a extrema pobreza, definida como ganhar menos de 1,9 dólar por dia, segue aumentando.

A situação torna "imperativo" que os credores reduzam o montante da dívida dos países pobres em risco, além do compromisso de suspender o pagamento da mesma, disse Malpass na entrevista à AFP.

Ainda assim, mais países serão obrigados a reestruturar suas dívidas. "As vulnerabilidades da dívida são altas e o imperativo de enxergar uma luz no fim do túnel para que novos investidores possam entrar é substancial", acrescentou Malpass.

As economias avançadas do Grupo dos 20 (G20) já se comprometeram a suspender os pagamentos da dívida das nações mais pobres até o fim do ano, e existe um apoio crescente à prorrogação desta moratória para 2021. Mas Malpass acredita que isto não será suficiente, uma vez que a recessão implica que estes países, que já lutam para proporcionar um respiro a seus cidadãos, não estarão em uma posição melhor para honrar os pagamentos.

O quanto é necessário reduzir a dívida irá depender da situação de cada país, explicou o presidente do BM. A economista-chefe do banco, Carmen Reinhart, classificou a crise econômica de "depressão pandêmica", mas Malpass se mostrou menos preocupado com a terminologia: "Podemos começar a chamá-la de depressão. Nosso enfoque está em como podemos ajudar os países a serem resilientes."

De acordo com um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), órgão das Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quinta-feira (23), a disponibilização de uma renda básica temporária para os 2,7 bilhões de pessoas mais pobres do mundo pode ajudar a retardar a proliferação do coronavírus (Covid-19), pois permitirá que essa população fique em casa.

O relatório, que aponta para 132 países em desenvolvimento sugere três opções: complementação da renda média existente, transferências de montante fixo vinculadas a diferenças no padrão médio de vida em um país ou transferências uniformes de montante fixo independentemente de onde alguém mora em um país e região.

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"Tempos sem precedentes exigem medidas sociais e econômicas sem precedentes. A introdução de uma renda básica temporária para as pessoas mais pobres do mundo surgiu como uma opção", comentou o administrador do Pnud, Achim Steiner, em comunicado oficial. "Os planos de resgate e recuperação não podem se concentrar apenas em grandes mercados e grandes empresas", finalizou.

A ONU alerta que a pandemia e a recessão global poderiam desencadear um aumento da linha da pobreza em todo o mundo pela primeira vez desde 1990 e resultar em até 265 milhões de pessoas beirando à fome.

O presidente russo, Vladimir Putin, estabeleceu nesta terça-feira (21) o prazo de 2024 para 2030 como data-limite das ambiciosas metas sociais e econômicas, com as quais se comprometeu em sua reeleição ao Kremlin, entre elas a redução da pobreza.

Em 2018, após obter um novo mandato de seis anos, Putin estabeleceu metas como a redução da pobreza pela metade do que havia em 2017, aumento das aposentadorias e da expectativa de vida para 78 anos em 2024.

As últimas metas divulgadas hoje estipulam um novo prazo para 2030.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse aos jornalistas que as metas de aumentar a expectativa de vida e reduzir a pobreza foram adiadas, devido às "condições econômicas mundiais desfavoráveis que desaceleraram o desenvolvimento de todos os países, sem exceção".

As estatísticas oficiais de 2019 indicam que mais de 18 milhões de russos vivem abaixo da linha da pobreza, o que corresponde a 12,3% da população. Isso implica uma renda mensal inferior a 10.890 rublos (154 dólares).

A expectativa de vida cresceu nos últimos anos, partindo de níveis muito baixos nos anos pós-soviéticos, especialmente entre os homens. Em 2019, era de 67 anos para os homens, e de 77, para as mulheres.

Quando emitiu um decreto com as metas originais, Putin não tinha direito de estender seu mandato para além de 2024. Agora, modificou a Constituição para se permitir outros dois mandatos consecutivos até 2036.

Em seu último mandato, Putin introduziu algumas medidas impopulares para aumentar a idade de aposentadoria para o Estado desde a era soviética e para aumentar o IVA, o que afetou seu índice de aprovação.

Este ano, a Rússia viu sua economia, dependente da exportação de hidrocarbonetos, afetada pelo colapso nos preços do petróleo e pela pandemia do novo coronavírus.

Peskov admitiu que a Rússia havia perdido completamente a meta de se tornar uma das cinco principais economias do mundo, algo que Putin incluiu em seu decreto de 2018 sobre metas nacionais e tarefas estratégicas.

"As condições econômicas internacionais são altamente desfavoráveis", disse Peskov.

"Sem dúvida, é necessário um certo reajuste", concluiu.

A retração econômica causada pelo novo coronavírus pode jogar 14,4 milhões de brasileiros na pobreza. O Banco Mundial indica três parâmetros para a condição, quando uma pessoa sobrevive com menos de R$ 27,77, R$ 16,16 e R$ 9,50 por dia. A projeção é resultado de um estudo feito por universidades junto com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento.

A parceria entre a Universidade King's College London e a Universidade Nacional da Austrália avaliou três cenários de recessão em razão da pandemia, com quedas de 5%, 10% e 20% da renda ou do consumo. No pior cenário, aproximadamente 527 milhões de pessoas se tornarão pobres em todo mundo.

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Considerando o consumo diário de R$ 16,16 e o índice de pobreza para os países de renda média e baixa, o registro de novos pobres no Brasil pode aumentar de 1,4 milhão (5%) a 3 milhões (10%) e 6,9 milhões (20%). Em todas as projeções, o país corresponderia a aproximadamente 25% a 30% dos novos pobres na América Latina.

"Os impactos da pobreza atual serão determinados pelo que os governos vão fazer para mitigar as consequências danosas da pandemia. Os mais pobres não podem esperar até a reunião do G7 em setembro ou a do G20 em novembro", declarou o professor da universidade londrina e um dos autores do estudo, Andy Sumner à BBC.

O Banco Mundial considera que uma pessoa em extrema pobreza sobreviva com cerca de R$ 9,50 por dia. Nesta condição, o número de novos pobres no Brasil poderia atingir de 700 mil (5%) a 1,5 milhão (10%) e 3,3 milhões (20%). No pior cenário, a população mundial em extrema pobreza passaria de 727,3 milhões para 1,1 bilhão.

Nos últimos 15 dias, os números de casos e óbitos por Covid-19 na Região Metropolitana do Recife (RMR) cresceram em maior quantidade nos bairros de alta vulnerabilidade social, aponta mapeamento da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Segundo a Fundaj, os Informes Epidemiológicos das secretarias de Saúde dos municípios mostram o avanço da pandemia em locais socialmente vulneráveis. 

"O coronavírus tem características urbanas e territoriais com rápida velocidade de disseminação por meio da nossa rede de cidades. A doença se vale das nossas fragilidades, não apenas biológicas, mas também sociais. Nossas desigualdades intra urbanas e regionais potencializam sua dispersão e seus impactos", afirmou o pesquisador e coordenador do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundaj, Neison Freire.

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Dos 15 municípios que compõem a RMR, a pesquisa selecionou os quatro mais conurbados e que apresentam as maiores populações, ou seja, o núcleo urbano central da aglomeração da capital pernambucana. São eles: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. As quatro cidades reúnem 75,4% da população total da RMR.

Os bairros do Recife que apresentaram as maiores variações de casos confirmados nos últimos 15 dias comparados aos demais da cidade são Jordão, Ibura, Cohab, na Zona Sul da cidade; e Água Fria, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Dois Unidos, na Zona Norte. Pina, Imbiribeira, Várzea, Iputinga, Torrões, Macaxeira e Torre são outros bairros com valores que variam entre médias e altas vulnerabilidade e número de casos confirmados.

A Fundaj destaca que os bairros que mais variaram em número de óbitos também foram os mais socialmente vulneráveis: na Zona Sul, Jordão, Ibura e Cohab; na Zona Leste, Barro, Curado e Estância; e na Zona Norte, Brejo da Guabiraba, Dois Unidos, Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio e Água Fria.

A pesquisa avaliou a variação de casos confirmados e óbitos, mapeando a relação desses indicadores com o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), criado pelo Cieg da Fundaj. O índice foi calculado com base em variáveis do Censo 2010 do IBGE: proporção de domicílios com renda de meio salário mínimo per capita, proporção de domicílios sem abastecimento de água e coleta de lixo, e inadequação de esgotamento sanitário dos domicílios.

Mesmo Boa Viagem apresentando a maior variação de casos do novo coronavírus entre os 94 bairros do Recife, indo de 351 no dia 10 de maio para 531 no dia 25, um aumento de 51%, o bairro tem baixo índice de vulnerabilidade social (0,03). O Ibura, que é vizinho, apresentava 96 casos no dia 10 e passou para 182 no dia 25, um aumento de 90%, com índice de vulnerabilidade social de 0,33. 

Segundo a Fundaj, utilizando os mesmos bairros como exemplo para óbitos, é possível observar a nítida relação entre pandemia e vulnerabilidade social na cidade. Em Boa Viagem, os óbitos variaram 112% (de 24 no dia 10 de maio para 51 no dia 25), enquanto no Ibura variaram 256% (de 9 para 32).

Em Olinda, o bairro mais vulnerável e com maior variação de casos confirmados foi Águas Compridas, seguido de Sapucaia, Peixinhos, Fragoso e Jardim Atlântico. Já Alto da Sé, Carmo, Amparo e São Benedito foram os bairros com baixa vulnerabilidade social e menor variação de casos confirmados registrados no período estudado. Quanto à variação de óbitos, novamente Águas Compridas e os bairros Alto da Bondade e Caixa D'Água tiveram maior variação e alta vulnerabilidade. Situação oposta foram os bairros de Casa Caiada e Bairro Novo, com pouca variação de óbitos e menor vulnerabilidade social.

Em Jaboatão dos Guararapes, o bairro onde houve maior variação de casos e com maior vulnerabilidade foi Guararapes, seguido pelos bairros de Cavaleiro, Zumbi do Pacheco e Prazeres. Já os bairros de Vista Alegre e Comportas apresentaram menor variação de casos confirmados e têm baixa vulnerabilidade social. Os bairros de Santana, Muribequinha, Bulhões, Vargem Fria e Manassi são bairros que, apesar de terem alta vulnerabilidade social, não apresentaram grandes variações positivas de casos confirmados no período pesquisado. Nesse município, os óbitos também cresceram mais nos bairros mais pobres: Santo Aleixo, Cavaleiro e Prazeres.

Já em Paulista, o bairro com maior vulnerabilidade social e que apresentou maior variação de casos confirmados foi Jardim Paulista Baixo, seguido, em menor intensidade, pelos bairros de Paratibe, Janga e Pau Amarelo. No sentido oposto, os bairros de Jardim Paulista, Jaguaribe e Poti apresentaram menores variações e vulnerabilidade social.

"As análises desses quatro maiores municípios da região metropolitana mostram que os bairros com menor renda e precariedade no abastecimento de água, coleta de lixo domiciliar e esgotamento sanitário são aqueles que têm apresentado maior variação percentual de casos confirmados e óbitos no período pesquisado", salientou Neison Freire.

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus pode empurrar mais de 86 milhões de crianças para a pobreza até o fim do ano, segundo um estudo conjunto da ONG Save the Children e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Se a previsão se cumprir, o mundo terá 672 milhões de crianças afetadas pela pobreza, 15% a mais que no ano anterior, informaram as duas organizações em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (27).

Quase dois terços destas crianças vivem na África subsaariana e no sul da Ásia. O aumento do número de crianças afetadas pela pobreza ocorreria sobretudo na Europa e na Ásia Central, segundo o estudo, baseado em projeções do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e dados demográficos de uma centena de países.

"A magnitude das dificuldades financeiras que as famílias enfrentam ameaça o progresso obtido durante anos para reduzir a pobreza infantil", disse Henrietta Fore, diretora do Unicef, citada no comunicado de imprensa.

Com uma ação imediata e efetiva, "podemos conter a ameaça da pandemia que paira sobre os países mais pobres e algumas das crianças mais vulneráveis", disse Inger Ashing, diretora da Save the Children.

As crianças são "muito vulneráveis aos períodos de fome, embora sejam curtos, e à desnutrição, pois podem afetá-los por toda a sua vida", advertiu no comunicado de imprensa.

As duas organizações pedem aos governos que ampliem a cobertura de segurança social e alimentação escolar para limitar os efeitos da pandemia.

A concentração de renda per capita, medida pelo índice de Gini, mostrou estabilidade (0,543) no Brasil em 2019 na comparação com o ano anterior (0,545). Houve redução em todas as regiões, com exceção do Nordeste, onde a desigualdade aumento de 0,545 para 0,559. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (6).

 O índice de Gini varia de zero a um. Quanto mais próximo do zero, melhor é a distribuição de renda do país e quanto mais perto de um, mais desigual é a economia.

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 “Essa estabilidade do índice de Gini no ano passado, com uma leve tendência de queda, deve-se aos ganhos de renda em praticamente todas as faixas. Os maiores foram registrados nas faixas centrais de distribuição (2,6%) e entre o 1% mais rico (2,7%). Os importantes ganhos das faixas intermediárias equalizaram a distribuição desigual de renda, mantendo-a relativamente estável. O rendimento médio per capita de todas fontes subiu 1,4% e chegou a R$ 1.406 em 2019”, ressaltou a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito.

A alta na desigualdade do Nordeste contribuiu com a estabilidade do índice em 2019. “O Sudeste pesa muito no indicador de distribuição de renda. Nessa região, tivemos uma redução importante na concentração de renda (0,533 para 0,527), mas o Nordeste também concentra população, e sua alta desigualdade parece ter pesado, impedindo a redução do Gini nacional. No Nordeste, tivemos uma forte alta na renda da população 1% mais rica (14,9%) e uma perda de rendimentos (-5%) na fatia 10% mais pobre. Isso aumentou a desigualdade na região”, ela complementou.

 A concentração de renda registrada em 2019 é a segunda maior desde o ínicio da série histórica, em 2012. Entre 2012 e 2015 houve uma tendência de redução no indicador (de 0,540 para 0,524), que foi revertida a partir de 2016, quando o Gini aumento para 0,537, chegando ao maior valor da série em 2018 (0,545). O melhor resultado (0,524) foi registrado em 2015.

 Outro dado que revela a desigualdade no país é a concentração da massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita. Em 2019, ela cresceu para 294,4 bilhões, sendo que a fatia dos 10% mais pobres possuía 0,8% da massa, enquanto os 10% mais ricos concentravam 42,9%. Os rendimentos médios mensais da faixa dos 10% mais ricos superou, inclusive, a proporção detida por 80% da população (41,5%).

 A alta concentração de renda per capita também se reflete nos rendimentos de todos os trabalhos. No ano passado, a renda da população 1% mais rica foi 33,7 vezes maior que da metade mais pobre em 2019. Isso significa que a parcela de trabalhadores com a maior renda arrecadou em média R$ 28.659 por mês, enquanto os 50% menos favorecidos ganharam R$ 850. Em 2018, essa relação foi de 33,8.

 A pesquisa aponta que aposentadoria e pensão cresceram entre as fontes de rendimento. A maior participação na composição do rendimento médio segue sendo o trabalho (72,5%), seguido por outras fontes (27,5%) e aposentadoria e pensão (20,5%). Também aparecem outros rendimentos (3,4%), aluguel e arrendamento (2,5%) e pensão alimentícia e mesada (1,1%).

"Até 2014 houve aumento da parcela do rendimento de todos os trabalhos no rendimento domiciliar per capita, atingindo 75,2% neste ano. A partir de 2015, aumentou a parcela relativa a outras fontes de rendimento, motivado sobretudo pelo comportamento de alta das aposentadorias e pensões, que alcançou 20,5% em 2018 e 2019", disse Alessandra Brito.

 O levantamento também aponta que o número de beneficiários do Bolsa Família segue caindo ano após ano. Em 2019, pessoas que viviam em 13,5% dos domicílios brasileiros receberam os recursos. Em 2012, a porcentagem era de 15,9%.

 Entre 2012 e 2019, o Nordeste foi a região que sofreu a maior redução de percentual de domicílios com beneficiários do programa (-6,1%). No ano passado, as regiões Norte e Nordeste tiveram as maiores proporções de domicílios com beneficiários do programa: 25% e 27,6%, respectivamente. A região Sul registrou a menor proporção, 4,7%.

 O rendimento mensal per capita dos beneficiários do Bolsa Família subiu de R$ 341 para R$ 352 no ano passado, embora o programa tenha registrado pico de R$ 398 em 2014. “A renda de quem recebe esse benefício é bem menor que o rendimento dos que não são beneficiários do programa (R$ 1.641). Isso mostra que o Bolsa Família de fato é voltado para a parcela mais pobre da população brasileira”, destacou a analista.

Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que corresponde a um salário mínimo, foi pago, por mês, a 3,7% das famílias com idosos e deficientes físicos que comprovaram baixa renda em 2019. Isso significa 1,1 ponto percentual acima da proporção de famílias que receberam o benefício em 2012 (2,6%). A renda média dos beneficiários do programa foi de R$ 755, menor que o salário mínimo (R$ 998) em vigor no ano passado.

Há três semanas, Miguel Rodríguez tinha uma vida agradável. Garçom em um restaurante de Maryland por 20 anos, não tinha preocupação com o futuro. A economia americana estava bem, os clientes continuavam chegando e sua renda lhe permitia viver com certo conforto.

Mas tudo mudou quando o local fechou, por ordem das autoridades, para conter o novo coronavírus. Sua mulher, garçonete em outro restaurante, também ficou sem trabalho.

Nos Estados Unidos, a pandemia lançou rapidamente milhões na pobreza e irá aprofundar as desigualdades sociais, ao atingir, primeiramente, os lares com baixa renda e a classe média. "Este é um golpe extraordinário nos milhões de americanos que acabam de se recuperar da crise financeira de 2008", diz Edward Alden, especialista do Conselho de Relações Exteriores.

Os salários vão demorar oito anos para se recuperar da recessão anterior. "Para os trabalhadores com salários mais baixos, a renda só aumentou consideravelmente nos últimos dois anos", assinala Alden.

No fim de 2019, os salários baixos haviam aumentado em um ritmo sem precedentes em 20 anos, graças, principalmente, ao estabelecimento, em certos estados, de um valor mínimo por hora.

Em março passado, com 701 mil empregos eliminados, houve um fim brutal na criação contínua de postos por mas de oito anos. O desemprego aumentou 4,4%, após registrar um mínimo histórico em fevereiro.

Por trás destas cifras, as desigualdades continuam aumentando entre os muito ricos, que acumulam ganhos substanciais em Wall Street, e os 90% que estão na parte inferior da escala.

A recessão que se seguirá à pandemia de Covid-19 "irá exacerbar a desigualdade", afirma Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics, porque "a perda repentina de empregos se concentra nos setores de serviços de salários baixos", em um país com poucas redes de seguro social e uma taxa de poupança extremamente baixa.

- Poupança escassa -

Miguel Rodríguez, 55, enfrenta uma situação de desemprego pela primeira vez desde que chegou aos Estados Unidos, em 1983. Originário de El Salvador, ele se questiona se o seguro-desemprego será suficiente para atender às necessidades de seus três filhos, de 10, 13 e 16 anos. Com o que poupou, acredita que conseguirá "sobreviver por apenas poucos meses".

Gregory Daco destaca a desigualdade neste ponto: 78% das pessoas com renda mais baixa não têm uma reserva de emergência. Entre as que ganham mais, a porcentagem cai para 25%.

"As pessoas que mais precisam são as que menos têm", assinala o economista. "Temos que nos preparar para os impactos no emprego e nos salários, que irão durar, pelo menos, até o começo de 2021", adverte o professor da American University Bradley Hardy.

- Vulneráveis -

"Mesmo com a ajuda generosa" do Estado, a recuperação pode levar tempo. "Os trabalhadores e empresas terão que voltar a se conectar", assinala Hardy. Também terá que se reconquistar a confiança do consumidor, condição indispensável "para que ele participe plenamente da economia americana".

"Assim como na crise financeira de 2008, isto colocou em evidência a vulnerabilidade enorme de muitos americanos", comenta Edward Alden.

Mais uma vez, os mais vulneráveis não puderam se preparar para a aposentadoria. O número de idosos obrigados a trabalhar não diminuirá tão cedo. Segundo o escritório regional de Saint-Louis do Federal Reserve, entre a população sem ensino fundamental, apenas 22% possuem um plano de aposentadoria.

"Estou convencido de que esta recessão terá efeitos negativos em todos, inclusive em lares aparentemente confortáveis", opina Bradley Hardy. "Muitos lares de classe média, sobretudo lares de negros, enfrentarão dívidas, em um contexto de poupança fraca."

Miguel Rodríguez mantém a esperança, apesar da falta de pagamento: "Assim que estivermos fora desta crise, a economia vai voltar a funcionar, porque as pessoas vão querer sair."

Estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e pela agência de desenvolvimento social ChildFund Brasil, de origem norte-americana com sede em Belo Horizonte (MG), mostra a privação de necessidades essenciais ao desenvolvimento e qualidade de vida entre famílias pobres do Maranhão, Piauí e da Paraíba.

A análise foi feita a partir do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que, além da renda, considera o acesso à educação e à saúde. O dado é calculado por município e avalia a situação de crianças de 0 a 11 anos.

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Conforme nota publicada pelos realizadores do estudo, “foi constatado que tanto a incidência quanto a intensidade da pobreza são maiores em domicílios com presença de crianças. Foram encontradas 186.241 crianças com idade de 0 a 11 anos em situação de pobreza multidimensional, sendo 126.760 no Maranhão, 31.708 no Piauí e 27.773 na Paraíba”.

As duas instituições também avaliaram o risco de outras crianças passarem a viver a situação de pobreza multidimensional. “Nos três estados, foi constatada a existência de 577.946 crianças em situação de vulnerabilidade, na mesma faixa etária [0 a 11 anos], sendo 353.875 no Maranhão, 118.274 no Piauí e 105.797 na Paraíba”.

O levantamento foi feito a partir de dados secundários originários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por equipe de professores e alunos dos programas de pós-graduação em Geografia, Tratamento da Informação Social e Ciências Sociais da PUC Minas.

O PT deve apresentar um plano substantivo de recuperação econômica do país. O líder do partido no Senado, Humberto Costa, afirma que com o aumento do preço da gasolina, do botijão de gás e da carne não é mais possível esperar. O parlamentar ressalta que 55 milhões de pessoas vivem na pobreza e a fome voltou em todo o Brasil, onde existe pessoas em situação de vulnerabilidade. 

"Lula conduzirá um grande encontro para discutir soluções à crise econômica. Uma pauta para gerar empregos, aumentar a renda e incluir um modelo solidário de Reforma Tributária no debate será anunciada em breve. O povo não é problema. É solução para ele. E é assim que a gente vai mudar o Brasil: a partir da construção de uma ampla frente que reúna todos aqueles com disposição de transformar o país e nos afastar desse caminho torto pelo qual hoje andamos”, declara Humberto.

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O senador avalia que Bolsonaro se mostrou "um fracasso antes mesmo do fim do primeiro ano". De acordo com Humberto, o PT vai apresentar uma pauta legislativa "consistente para sinalizar o caminho do Brasil construído junto com os brasileiros, longe do atraso e do retrocesso encarnado pela atual gestão", pontua.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) afirmou que em 2019 o número de pessoas na região em situação de pobreza aumentará a 191 milhões, um avanço de 6 milhões em comparação com o registrado no ano anterior. Além disso, as pessoas em condições de extrema pobreza chegarão a 72 milhões, de 66 milhões em 2018. As informações constam do relatório Panorama Social da América Latina 2019, apresentado nesta quinta-feira (28) em Santiago.

"A alta de 2,3 pontos porcentuais da pobreza entre 2014 e 2018 na média regional se explica basicamente pelo aumento registrado no Brasil e na Venezuela", destaca a Cepal em comunicado. Nos demais países, a tendência dominante foi de redução, devido principalmente a um aumento nos salários nas residências mais pobres e também a transferências públicas dos sistemas de proteção, bem como de remessas em alguns países.

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Secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena afirmou que a entidade constata "a urgência de avançar na construção de Estados de Bem-Estar, baseados nos direitos e na igualdade". "O chamado é para construir pactos sociais para a igualdade", enfatizou ela, durante o lançamento do informe. A Cepal ressalta que a redução na desigualdade da renda é fundamental para se retomar a trajetória de redução da pobreza e cumprir as metas estabelecidas no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 da Agenda 2030. "É necessário crescer para igualar e igualar para crescer. A superação da pobreza na região não exige apenas crescimento econômico; este deve estar acompanhado de políticas redistributivas e políticas fiscais ativas", diz a Cepal no estudo apresentado na capital chilena.

A entidade diz que, para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade e a vulnerabilidade dos que ganham menos, é necessário haver políticas de inclusão social e laboral. Além disso, é preciso que o mercado de trabalho garanta empregos de qualidade e remunerações dignas, eliminando-se barreiras de inserção laboral das mulheres e fortalecendo o desenvolvimento de sistemas integrais e universais de proteção social.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou nesta terça-feira (29) em Plenário que as manifestações populares no Chile, no Equador, no Líbano e no Reino Unido, motivadas pelo aumento da desigualdade e da pobreza, servem de alerta para que o governo brasileiro corrija os rumos de sua política econômica.

Para o senador, as reformas trabalhista e previdenciária, já aprovadas, e a administrativa, que está por vir, poderão ampliar o fosso social no Brasil e aumentar a insatisfação e o sofrimento popular.

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“Nós continuaremos na luta para impedir que o Estado brasileiro seja destruído como quer este governo, que haja a entrega das nossas riquezas e o fim da proteção dos direitos sociais da população. O que ocorre no mundo agora deve servir de alerta para todos nós”, disse.

Argentina

Representante do Senado nas eleições argentinas, ocorridas no último fim-de-semana, Humberto Costa afirmou que o resultado das urnas mostra que o povo do país vizinho rejeitou a política neoliberal do atual presidente, Maurício Macri, e optou por um modelo de desenvolvimento "sustentado e inclusivo, com justiça e equidade social".

Ele lamentou ainda que o governo de Jair Bolsonaro tenha sido o único do mundo a não saudar o presidente eleito, Alberto Fernández, e a criticar a decisão soberana do povo argentino.

*Da Agência Senado

 

 

 

Mazela da pobreza e da distribuição deficitária de renda no Brasil, a fome, historicamente, deixa marcas no corpo e na alma. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50 milhões de brasileiros sofreram algum nível de insegurança alimentar, dos quais, 7 milhões apresentam o nível mais grave.

O problema é a pauta principal do programa Vai Cair No Enem desta semana. Os professores André Luiz (biologia), Josinaldo Lins (química), José Carlos Mardock (história) e Dino Rangel (geografia) explicam, conforme suas disciplinas, como a fome e suas consequências podem ser cobradas na prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Confira no vídeo a seguir:

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