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O câncer de mama continua sendo um dilema de saúde pública mundial e atualmente é o tumor mais comum no mundo e o mais letal no Brasil. Doença superou o câncer de pulmão como o mais comumente diagnosticado no mundo, de acordo com o relatório mais recente publicado no Cancer Journal for Clinicians, que estima que houve cerca de 2,3 milhões de novos casos em 2020, representando 11,7% de todos os novos casos de câncer. Para o Brasil, estimam-se que 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A conscientização sobre o câncer de mama – através de campanhas mundiais como o Outubro Rosa –, a atenção do público e os avanços nas imagens da mama tiveram um impacto positivo no reconhecimento e na triagem do tumor. Dentre todas as doenças malignas, o câncer de mama é considerado uma das principais causas de morte em mulheres na pós-menopausa, sendo responsável por 23% de todas as mortes por câncer. Boa parte desse número, causada pelo diagnóstico tardio e a negligência com a checagem clínica do próprio corpo, mas principalmente das mamas.

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Mudanças no estilo de vida das mulheres tendem a aumentar os fatores de risco da doença, associado a ocorrências como a ausência da maternidade, realização de intervenção hormonal, a maternidade após os 30 anos de idade; bem como maus hábitos, a exemplo do sedentarismo, da má alimentação, obesidade, tabagismo e consumo de álcool em excesso, além do histórico familiar de câncer, sendo a idade o principal fator de risco para o diagnóstico do câncer de mama, no qual a faixa etária de incidência é mais frequente em mulheres acima dos 40 anos, segundo estudo de especialistas em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) de 2015.

A radiologista Mirela Ávila, confirma o perfil das que contraem a doença, mas ressalta que o fator hereditário e o histórico familiar acometem uma porcentagem menor de mulheres no país.

“No Brasil, uma em cada oito mulheres terá câncer de mama ao longo da vida. Infelizmente, cerca de metade dos casos no país ainda é diagnosticada numa fase mais avançada da doença. A principal faixa etária de acometimento do câncer de mama é entre 50 e 70 anos de idade. Sendo que em torno de 20% a 30% ocorrem abaixo dos 50 anos. É bem mais raro antes dos 35 anos. História familiar de câncer em parentes de primeiro grau é um fator de risco importante a ser considerado, porém apenas 10% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama possuem algum antecedente na família”, explicou Ávila ao LeiaJá.

Há 11 dias no Outubro Rosa, médicos especialistas, famílias e a saúde coletiva no geral tentam entregar aos lares brasileiros o incentivo à prevenção, que teve redução drástica durante a pandemia. Segundo levantamento da Fundação do Câncer, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), houve queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período no ano anterior. A ONG Oncoguia estima que a pandemia pode ter deixado 4 mil casos sem diagnóstico no país, considerando que cerca de um milhão de mulheres deixaram de fazer exames preventivos.

“A prevenção é a chave para uma vida saudável, para um diagnóstico precoce e consequentemente, tratamentos menos agressivos e maiores chances de cura e controle eficaz da doença. O Outubro Rosa vem para reforçar todos os anos a importância desse autocuidado, disseminando informações, ampliando o acesso à exames clínicos e de imagem para muitas mulheres e fortalecendo diversas ações sociais”, reafirma a radiologista.

Abaixo, a reportagem preparou a continuação da entrevista com a especialista convidada, a fim de tirar dúvidas gerais de interesse público sobre o câncer de mama. Acompanhe:

– Mirela Ávila, médica radiologista e especialista em diagnóstico por imagem da mama

LJ: A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama ainda são práticas pouco exercidas pela população? Caso sim, o que afasta essas pessoas do tratamento correto e desde cedo?

MA: Sim, infelizmente ainda vemos muita resistência às medidas de prevenção, porque na verdade, são hábitos que devem ser incorporados desde os primeiros meses de vida. A prevenção do câncer de mama se faz por duas vias, uma primária, que se constitui na atitude de adotar uma vida saudável, como praticar atividades físicas regulares, alimentação equilibrada, dormir bem, não fumar, não exceder a ingestão alcoólica. Isso significa buscar uma atitude positiva consigo mesmo durante toda a vida.

A prevenção secundária é a busca ativa pelo câncer, através de exames, incluindo o autoexame mensal, que permite a percepção pela própria pessoa de sinais de alerta nas mamas, e os exames de imagem (mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética), que podem identificar a doença nas fases iniciais, quando as chances de cura são elevadíssimas, chegando a 95%. Infelizmente grande parte das mulheres diagnosticam a doença em fase mais avançada, levando a tratamentos mais agressivos e reduzindo as chances de cura.

LJ: Quais os maiores mitos relacionados à prevenção? Há algum tipo de preconceito?

MA: A ideia de que a prevenção vai anular a chance de ter um câncer é o maior mito de todos. As medidas de prevenção reduzem sim as chances de desenvolver um câncer ou de detectá-lo em estágios avançados. Porém não podemos assumir que as medidas de prevenção constituem uma garantia de que a doença não vai ocorrer, mas vai proporcionar uma situação bem mais favorável para a cura.

O oposto também é um mito comum, quando muitos dizem que não existe prevenção ao câncer de mama. As medidas de prevenção reduzem em até 30% as chances de desenvolver o câncer. Por outro lado, existem ainda aquelas pessoas que por um medo incontrolável, preferem pensar que é melhor não procurar pelo câncer, e não realizam o autoexame ou exames de imagem, “pra não achar o que não quer”. Este é um dos maiores preconceitos, e representa uma omissão perigosa para a mulher.

LJ: Qual a forma correta de autoexaminar?

MA: O autoexame não deve seguir um padrão para todas as pessoas e não deve representar mais uma obrigação estressante. O importante é que cada uma conheça seu corpo para poder perceber caso uma alteração diferente apareça. O ideal é realizar uma inspeção mensal, e naquelas que menstruam, fazer logo após a menstruação.

LJ: No autoexame, quais sinais podem indicar a existência de um problema? A qual profissional recorrer?

MA: As principais alterações são alterações da forma dos seios, como retração da pele ou do mamilo, nódulo palpável e saída de secreção pelo mamilo. Ao perceber qualquer alteração, não se desespere, é comum ocorrerem modificações cíclicas nas mamas e que não representam patologias. Mas é fundamental procurar um médico especialista para avaliar o problema, ginecologista ou mastologista, de preferência.

LJ: Homens (cis) devem fazer checagem de rotina? Como trazer esse público para a realidade da prevenção?

MA: O câncer de mama no homem pode ocorrer, mas é muito raro, portanto, não há necessidade de que esse grupo realize rastreamento de rotina com exames de imagem. Porém é importante que o homem procure avaliar suas mamas periodicamente, através de uma palpação simples, e ao perceber alguma alteração, deve buscar atendimento com um especialista, de preferência um mastologista.

LJ: Quais são os exames diagnósticos para o rastreamento do câncer de mama? Quando devemos realizá-los?

MA: Em geral, é recomendado o rastreamento com mamografia anual a partir dos 40 anos e que vai se mantendo até a idade em que a mulher deixe de ter uma expectativa de vida maior. Aquelas mulheres que possuem fatores de risco, como antecedente familiar de câncer de mama ou ovário em parentes de primeiro grau, ser portadora de mutações genéticas, ter passado por tratamento com irradiação do tórax antes dos 30 anos, o rastreamento deve ser mais intenso e precoce, podendo iniciar antes dos 30 anos de idade. Nessas mulheres são adicionados outros métodos complementares, como a ressonância magnética e a ultrassonografia.

Na data de hoje (15) celebra-se o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, data que visa conscientizar sobre os malefícios da enfermidade, a importância de identificá-la ainda em seus estágios iniciais e realizar os tratamentos adequados.

O linfoma é caracterizado como um câncer que ataca diretamente o sistema linfático, responsável por proteger o corpo contra diversas doenças infecciosas, causadas por bactérias ou vírus. O distúrbio se torna presente no momento em que as células linfócitos, também conhecidas como glóbulos brancos, transforma-se em uma célula maligna e começa a crescer e se reproduzir no organismo de maneira incontrolável.

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2019 o linfomas foi responsável por 4.923 mortes, em que 2.695 eram homens e 2.228 mulheres. De acordo com a última estimativa do órgão auxiliar do Ministério da Saúde, a enfermidade atingiria 12.030 novas vítimas.

O Inca aponta que os métodos de prevenção do linfoma são semelhantes aos de outros cânceres, com dietas à base de frutas e verduras, além de evitar exposições químicas. Além disso, deve-se ficar atento aos seguintes sintomas: Aumento de pequenas glândulas denominadas linfonodos, no pescoço, axilas ou virilha; suor excessivo durante a noite; febre; coceira na pele e perda de peso superior a 10% sem motivos aparentes.

O oncologista Rafael De Cicco, destaca a importância de descobrir a doença ainda em seu estágio inicial, para que desta maneira, possa ser realizado o tratamento adequado, onde as chances de cura são maiores. “Os possíveis tratamentos geralmente são cirurgia de diagnóstico, biópsia, radioterapia e quimioterapia”, explica.

Durante o tratamento, Cicco ressalta que os cuidados são os mesmos de qualquer tratamento oncológico, que inclui evitar aglomerações ou qualquer tipo de exposição, uma vez que o paciente estará com baixa imunidade e a contração de outras doenças pode prejudicá-lo ainda mais.

Cicco relata que a medicina já realizou muitos progressos, que contribuem no tratamento do linfoma. “A maioria dos linfomas que a gente diagnostica hoje possuem ótimas chances de cura. Por isso reforço, é muito importante realizar o diagnóstico precoce para iniciar o tratamento o quanto antes”, finaliza.

Esta sexta-feira (10) é  o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data é lembrada desde 2003 e chegou a inspirar a criação da campanha nacional Setembro Amarelo. De acordo com os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio está entre as três maiores causas nos índices de morte de jovens entre 15 e 29 anos.Além disso, pesquisas mostram que no Brasil cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos.

De acordo com a psicóloga cognitivo-comportamental Rosana Cibok, existem indícios que mostram se uma pessoa possui tendência suicida ou quadros de depressão. “Pode ser reconhecido quando se observa uma pessoa que antes tinha um convívio social equilibrado e agora vive sozinha, fechada no quarto, sem apetite, sem conseguir executar suas tarefas e com choro fácil”. A psicóloga ressalta dizendo que um profissional vai saber avaliar corretamente cada paciente, ao levantar todo o histórico para saber o período e a frequência das emoções.

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Mesmo que seja possível observar esses tipos de comportamento, Rosana comenta que o ideal é oferecer ajuda para que a pessoa não sofra com casos extremos, como o suicídio. “Em alguns casos, os sintomas são silenciosos levando ao suicídio sem que a família e os amigos entendam os reais motivos. Em outros casos, as pessoas demonstram a tendência através de falas e até de comportamentos, como por exemplo a automutilação”, revela.

Como contraponto, existem medidas ao alcance de todo mundo para evitar gatilhos que proporcionem malefícios à saúde mental. “Falar o que sente e dividir as dores e anseios com o próximo ajudam a deixar a situação mais leve e evitam o disparo dos gatilhos que fazem com que as emoções fiquem entristecidas. Ao falar, também nos ouvimos e alinhamos nosso discurso. Cada vez que falamos, nos escutamos e estamos nos abrindo para as opiniões. Desta forma, temos entendimentos e perspectivas diferentes”. A psicóloga explica que apesar de cada caso ser único, a comunicação é um grande aliado na preservação da saúde mental.

Além disso, em aspectos tecnológicos, também é necessário realizar uma higiene digital. “Muitas pessoas estão insatisfeitas com suas vidas e acabam ‘vivendo’ a vida do outro e quando se dão conta da sua realidade, se entristecem e não percebem o mal que estão causando a si próprios”.  Rosana sugere que as pessoas invistam em uma espécie de “aeróbico do cérebro”, que consiste em ter uma alimentação mais equilibrada, diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, e praticar alguma atividade que traga prazer e conforto. “Assim como a atividade física desenvolve os músculos, a atividade intelectual e social estimula o cérebro prevenindo diversas doenças”, afirma.

A importância de campanhas sociais

Para a psicóloga, a campanha Setembro Amarelo, por exemplo, é muito importante e funciona como uma espécie de alerta. “Muitas pessoas passam por momentos difíceis e não se dão conta que estão no processo de depressão. Sentem-se sem energia, apáticas e sem disposição física para realizarem as atividades do dia a dia e, quando percebem, já estão com tendências suicidas”. Rosana explica que o ato de suicídio acontece em um emaranhado de emoções, e quando a pessoa passa a ter consciência de que ela pode conseguir ajuda por meio das campanhas, o pior muitas vezes pode ser evitado.

 

De acordo com um dos boletins de arboviroses emitidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), Pernambuco registrou o aumento de 469% de casos de chikungunya em relação aos 7 primeiros meses do ano passado. Em menores números, também foram mapeados episódios de dengue e zika.

Apesar de todas as doenças serem transmitidas pela fêmea adulta do mosquito Aedes aegypti, saber diferenciá-las é fundamental para prevenir sequelas graves.

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Conheça os sintomas

Dengue: geralmente, os casos de dengue são mais graves quando comparados à chikungunya e à zika. A doença causa febre alta; moleza no corpo; dor no abdômen; perda de apetite; dores de cabeça e atrás dos olhos; falta de ar; vômitos e erupções na pele (principalmente no tórax e membros superiores).

No caso de evolução para quadros mais complicados, a dengue pode ocasionar hemorragias, que, caso não tratadas, levam ao óbito.

Chikungunya: enquanto na dengue o paciente relata dores musculares, a chikungunya ataca, sobretudo, as articulações. Os pacientes também podem apresentar febre, erupções cutâneas, náuseas, vômito e dor de cabeça.

A dor incapacitante nas articulações, principal sintoma da doença, dura por volta de duas semanas. Todavia, o problema pode ir e voltar por vários meses, mesmo após a cura, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes.

Zika Vírus: olhos vermelhos e coceira são as principais características da doença, que costuma ocasionar febre mais baixa. Em casos mais raros, há relatos de diarreia, constipação e pequenas úlceras na região da mucosa oral.

Embora não costume incomodar por mais de sete dias, a zika pode deixar sequelas graves. Isso porque a doença tem relação com uma síndrome neurológica que causa paralisia, a Síndrome de Guillain-Barré, e também com casos de microcefalia.

Tratamentos

Nos três casos de infecção, o tratamento é basicamente o mesmo, uma vez que não existem medicamentos específicos para controle das enfermidades. É consenso que o paciente permaneça em repouso e beba muita água, além de outros líquidos. Ademais, o uso de medicamentos inadequados pode desencadear hemorragias graves, portanto, visitar um médico é importante.

Eliminar locais de proliferação do mosquito Aedes Aegypti ainda é o melhor tipo de prevenção.

Fique atento:

- Limpe o quintal e jogue fora o que não é usado;

- Tire a água dos pratos de plantas;

- Sempre coloque garrafas vazias de cabeça para baixo;

- Tampe tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa acumular água;

- Mantenha os quintais bem varridos e elimine tampinhas de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

- Escove bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água).

 

 

O ato de amamentar traz inúmeros benefícios para o bebê, como a melhora nutricional, os efeitos protetores contra infecções mais comuns, como a diarreia e a infecção respiratória, e ainda minimiza o risco de alergias e obesidade nas crianças. Conheça mais sobre os benefícios para as crianças na primeira matéria desta série de reportagens sobre o Agosto Dourado, a campanha de incentivo à amamentação.

A amamentação traz grandes vantagens também para a mãe, como diminuição do risco de câncer de mama, ajuda no pós-parto, já que o útero se contrai e volta ao tamanho normal mais rapidamente, aumenta o fluxo de ocitocina, o hormônio do amor, evitando perdas de sangue e anemia, além de ter efeito antidepressivo. Cada vez mais, as mulheres estão se dedicando a amamentar exclusivamente até os seis meses de vida, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.

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Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil do Ministério da Saúde, com dados de 2019 e publicado em 2020, os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil e mais da metade das crianças brasileiras são amamentadas no primeiro ano de vida, sendo que 45,7% das menores de seis meses recebem somente leite materno como alimento. A pesquisa ainda revela que aumentou a taxa de adesão das mulheres que promovem a amamentação exclusiva. Os dados mostram que, em 2019, a prevalência foi de 60% no Brasil.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde com o Fundo das Nações Unidas para a Infância realizado em 2019, mostrou que as taxas globais de aleitamento materno permanecem baixas, com apenas 43% dos recém-nascidos iniciando o aleitamento materno dentro da primeira hora após o parto e 41% dos bebês com menos de seis meses de idade exclusivamente amamentados. Embora 70% das mulheres continuem amamentando por pelo menos um ano, as taxas de aleitamento materno caem para 45% aos dois anos de idade.

A farmacêutica Priscila Gomes Nóbrega sabe dos benefícios da amamentação para o seu primeiro filho, o Davi, de 4 meses. “A opção por amamentar foi exclusivamente pensando no meu filho, em todos os benefícios da amamentação. Para ser uma criança saudável, tanto fisicamente, emocionalmente e pelo vínculo que a amamentação gera”.

"Não é só o Davi que ganha. Os benefícios que geram para mim são como uma consequência, a maioria deles eu descobri até depois que já tinha iniciado a amamentação. Reuni o útil ao agradável, a gente só tem a ganhar, não tem nada que se perca com a amamentação. Inclusive tempo e dinheiro a gente ganha: o leite está prontinho, não tem que ficar carregando um monte de mamadeira”, brinca Priscila.

Ela completa: “com tudo isso não existe uma desvantagem na amamentação, um seio rachado no início, não é nada em comparação a tudo que proporciona tanto para mãe quanto para a criança”, defende.

Priscila conta como superou as dificuldades que teve no início da amamentação. “Meu leite não veio de imediato. Tive que colocar o Davi para ficar sugando mesmo, para estimular o próprio corpo. Cheguei a usar ocitocina nasal para ajudar a estimular a liberação do leite e quando ele começou, eu tive um pouquinho de dificuldade com empedramento [das mamas], depois que pegou fiquei o primeiro mês com o seio rachado, com muita dor no início da amamentação. Mas, essa dor é só no início, quando começa a sugar, logo depois, se a mulher insistir um pouquinho mais, ela vai ver que essa dor vai passar”.

Problemas comuns

A intercorrência mais comum durante a amamentação é a  fissura no mamilo causada por posicionamento incorreto do bebê, anquiloglossia (língua presa) ou até mesmo algumas bombas extratoras de leite, explica a ginecologista, obstetra e mastologista Mayka Volpato, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia de São Paulo.

“Outro problema comum é a dor mamária que pode ser causada pelo excesso de produção de leite com empedramento, infecção fúngica (candidíase), dor funcional (dor da descida do leite), obstrução de ducto causando dor localizada, além das alterações no mamilo (eczemas, fissuras, psoríase, alergias)”.

Ela orienta uma avaliação médica para que intervenções precoces sejam realizadas, evitando dor crônica e desmame precoce. As orientações preventivas são feitas na maternidade e incluem avaliação da mamada, correção da pega  e avaliação da língua pelo pediatra.

“Já a mastite é causada pelo trauma no mamilo associado à estase láctea (causada pela hiperprodução láctea ou não esvaziamento adequado das mamas). A prevenção é evitar as fissuras e manter as mamas esvaziadas após as mamadas ou ordenha”, orienta Mayka.

Acredita-se que 3% a 20% das mulheres desenvolvem pelo menos um episódio de mastite durante o período de amamentação. Na maioria dos casos, a inflamação ocorre nos três primeiros meses de aleitamento, podendo ocorrer em qualquer fase da amamentação inclusive no desmame.

Esvaziamento eficaz e correto da mama é essencial para o sucesso do tratamento, explica a médica Mayka Volpato no artigo Tratamento Mastite Lactacional . Segunda ela, “as mães devem ser encorajadas a amamentar mais frequentemente começando pela mama afetada e sempre ordenhar (manualmente ou com bomba) caso permaneça leite nas mamas, mantendo-as sempre esvaziadas.

“A amamentação deve continuar frequente, por exemplo, amamentar de 8 a 12 vezes por dia, a fim de promover a remoção efetiva do leite. Também pode extrair o leite do lado afetado, caso indicado, e/ou massagear, se tolerado”, completa Mayka.

Prevenção ao câncer de mama

Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.

É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para o ano passado (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres). No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas no Sul e Sudeste. Para o ano de 2021 foram estimados 66.280 casos novos no país, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.

A notícia boa vem de um estudo publicado pela revista científica Lancet em 2002, que envolveu mais de 146 mil mulheres de 30 países, e que estima que o risco de desenvolver o tumor de mama cai 4,3% a cada 12 meses de aleitamento.

A mãe de primeira viagem Priscila diz que este é outro motivo para seguir com a amamentação, a prevenção ao câncer de mama, mesmo sem ter o fator hereditário. “Não tenho nenhum caso de câncer de mama, se tiver um é na ancestralidade, então não tenho conhecimento. Com a parte paterna fui ter contato só depois de adulta, então também não sei. Mas, mesmo assim, pretendo amamentar até pelo menos quando o Davi tiver dois anos”.

A ginecologista, obstetra e mastologista Fernanda Torras explica porque a amamentação ajuda na prevenção ao câncer de mama. “A amamentação previne o câncer de mama pois durante o processo de aleitamento, as células dos ductos mamários sofrem maturação e ficam então mais protegidas para alterações celulares que levam ao câncer de mama. Além desta maturação dos ductos, durante a fase de aleitamento a mulher fica sob escassez do hormônio estrogênio que é um fator associado ao câncer de mama hormonal”.

A médica Mayka Volpato completa a explicação da colega, mas chama atenção para um fator importante, a idade da mulher ao amamentar. “As mulheres que gestaram têm mortalidade reduzida para todos os cânceres e para câncer de mama especificamente, e em particular em gravidez em idade precoce (menor que 20 anos) e amamentação prolongada. Várias hipóteses são levantadas, de que uma redução no número de células-tronco mamárias pode levar a uma redução no risco de câncer de mama em mulheres com filhos”.

Além disso, a médica completa, “a amamentação promove a diferenciação e maturação das células mamárias normais,  que podem ser mais resistentes à transformação em células cancerígenas”.

A ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosário concorda com a colega quanto à efetividade da prevenção ao câncer de mama para quem amamenta em idade precoce.  “A questão do câncer de mama é bem polêmica, porque todos os artigos mais atuais falam que a amamentação previne o câncer de mama se acontecer antes dos 19 anos. Mas, a questão dessa proteção é que a mama só termina a sua maturação quando ela vai amamentar, então a mama de uma pessoa que ainda não amamentou vai ter células ainda imaturas que podem diferenciar e se transformar em um câncer, esse é o mecanismo colocado”, detalha.  

Já os mecanismos biológicos através dos quais a amamentação pode reduzir o risco de câncer de ovário ainda não são bem conhecidos, observa a médica Mayka Volpato. “A principal hipótese até o momento se baseia na supressão da ovulação durante a amamentação, inibindo a divisão e a proliferação celular epitelial e reduzindo a carcinogênese”.

Prevenção para outras doenças

Além da diminuição do risco de câncer de mama, a amamentação ajuda no pós-parto, pois aumenta o fluxo de ocitocina – o hormônio do amor, evitando perdas de sangue e a anemia, além de ter efeito antidepressivo.

“A amamentação também ajuda a prevenir os processos inflamatórios da mama no pós-parto como mastites, aumenta o vínculo materno com o bebê, prevenindo depressão pós-parto e contribui para a perda de peso na mãe, evitando o sobrepeso e distúrbios associados como colesterol alto”, pontua Fernanda Torras.

A médica Mayka Volpato acrescenta que a amamentação auxilia na contração uterina e diminuição do sangramento vaginal no pós-parto, além de colaborar com a involução uterina - o retorno ao tamanho pré-gravídico. E reforça o papel da amamentação no tratamento e prevenção à obesidade e as doenças relacionadas.

“Como a amamentação tem um alto gasto calórico, podemos considerar como um fator facilitador para a perda de peso, combate à obesidade e consequentemente ao diabetes e à hipertensão”, detalha Mayka.

A falta de suplementação de vitaminas durante a gestação pode levar a uma anemia no pós-parto, esclarece a ginecologista Mariana Rosário. “A anemia durante a amamentação acontece se a mulher não fizer suplementação durante a gestação. Não pode ter anemia depois do parto, isso não é fisiológico, não é normal, isso é falta de atenção do obstetra”, observa a médica.

“A suplementação é importante porque o leite do bebê vai ser feito com todos os nutrientes que o corpo considerar importante para isso. E não importa se essa mãe tem ou não, o corpo vai utilizar a reserva que ela tem de nutrientes, então a mãe vai ficar espoliada [desnutrida] e o leite sempre vai ser o melhor possível para esse bebê”, detalha a Mariana.

A médica Fernanda Torras concorda que o risco da anemia pode ocorrer para quem não tem uma reserva de vitaminas e minerais, com o ferro, mineral importante para a prevenção da anemia. “Após o parto é comum uma leve queda da hemoglobina pelo sangramento no parto, tanto normal, como cesariana, e se reserva de ferro for adequada, há rápida recuperação. Porém, se a reserva de ferro for insuficiente, há maior risco de anemia no pós-parto e aleitamento”, complementa a especialista.

Segundo Fernanda, a suplementação deve ser realizada na amamentação para garantir as reservas de ferro, “ e ainda a vitamina B12, cálcio, Vitamina D, entre outros nutrientes fundamentais ao bom funcionamento do organismo materno, para não deixar a mãe entrar em desnutrição, com risco de redução da massa muscular e da massa óssea, já que a qualidade do leite é sempre mantida, mas pode deletar o organismo materno”, reforça.

Mitos

Muitas mães ainda têm medo do efeito que a amamentação poderia causar, esteticamente falando, em suas mamas. Existe o mito de que a sucção da criança deixaria as mamas flácidas e caídas e uma pequena parcela de mulheres opta pelas fórmulas para evitar esse efeito. Esse é um erro de interpretação, explica a médica Mariana Rosário:

“As mulheres que já têm as mamas flácidas realmente terão o problema acentuado. Porém, as que não as têm não sofrerão do problema. A mama pode aumentar bastante, não é a sucção que vai fazer isso, pode acontecer pelo aumento do volume mamário durante a produção de leite. Depois aquela pele vai ser esticada e diminuir a produção de leite e pode ter uma certa flacidez. Mas, isso não tem nada a ver com a sucção da criança e tem muitas mulheres que não acontece isso, não é uma regra para todo mundo”.

Outro mito recorrente é do ‘leite materno fraco’. “Esse é o maior mito que existe!”, alerta Mariana. “O leite materno é o único alimento completo do mundo, capaz de ser a fonte exclusiva de nutrientes de um ser humano. Há duas situações que levam a esse entendimento errôneo. A primeira é que a produção do leite materno pode ser pouca para saciar a fome do bebê e, então, a mãe acredite que seu leite seja pouco. A segunda é que o bebê não consiga mamar adequadamente e, por isso, chore de fome, já que não se alimentou corretamente”.

A solução é insistir na amamentação, defendem as especialistas ouvidas na primeira matéria dessa série de reportagens.

Mais um mito a ser esclarecido é de que existem alimentos que ajudam a ‘aumentar o leite’. “Há mulheres que ingerem grandes quantidades de leite de vaca e canjica, por exemplo, na expectativa de aumentarem o volume de leite. Isso também não tem qualquer comprovação científica. A mulher precisa alimentar-se bem, preferencialmente com a orientação de  nutricionista, para que seu organismo consiga produzir o leite. Também é preciso estar relaxada, porque o estresse impede a liberação do hormônio prolactina, responsável pela lactação”, ponderou a especialista Mariana Rosário.

Durante a gestação, a mulher pode se preparar psicologicamente para a amamentação. Trata-se de um ato de amor e muitas mulheres relatam o bem-estar imenso que sentem ao amamentar, porque o vínculo que é criado entre a mãe e o bebê é ímpar.

 “A mulher pode se  preparar com muita informação desde o pré-natal. E hoje a gente tem ainda a consultoria de aleitamento, então essa mulher precisa saber o que vai acontecer, como proceder em cada caso e principalmente, ter uma rede de apoio importante para ajudá-la. É importante ter alguém para apoiá-la também nesse momento, isso é o mais importante”, conclui Mariana.   

Na última matéria dessa série de reportagens, vamos abordar os estudos que apontam que os anticorpos gerados pela vacina contra Covid-19 podem passar para bebês pela amamentação.

Foi publicada na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da União a Lei 14.192, que estabelece regras para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. A norma foi sancionada sem vetos do presidente Jair Bolsonaro. 

A nova lei tem origem no PL 5.613/2020, da deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ).  Entre as ações previstas no texto, estão a criminalização de abusos e a determinação de que o enfrentamento a esse tipo de violência faça parte dos estatutos partidários. 

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Agora é considerada violência política contra as mulheres toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos delas, não apenas durante as eleições, mas no exercício de qualquer função política ou pública. Também serão punidas práticas que depreciem a condição da mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo feminino ou em relação a cor, raça ou etnia. 

O PL 5.613/2020 foi aprovado por unanimidade no Senado em 13 de julho e elogiado pela bancada feminina após a votação. 

A proposta aprovada pelo Legislativo e agora sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro fez alterações em três diplomas que já estavam em vigor: a Lei 4.73, de 1965 (Código Eleitoral); a Lei 9.096, de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), e a Lei 9.504, de 1997 (Lei das Eleições). 

*Da Agência Senado

As salas da Broadway vão exigir que o público esteja vacinado e use máscara em todos os espetáculos - disse a indústria teatral de Nova York nesta sexta-feira (30), no momento em que os Estados Unidos estendem a vacinação obrigatória contra a Covid-19.

Artistas e pessoal de espetáculos e dos teatros também deverão estar imunizados, disse a Broadway League em um comunicado.

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As regras serão aplicadas até outubro nos 41 teatros da Broadway, afirmou a associação.

As máscaras serão obrigatórias, salvo para comer, ou beber, em áreas específicas, acrescentou.

"Uma política uniforme em todas as salas da Broadway na cidade de Nova York será mais simples para o nosso público e deve dar mais confiança sobre a forma como a Broadway trata a segurança do público", declarou a presidente da associação, Charlotte St. Martin.

Haverá exceções para menores de 12 anos, grupo não elegíveis para ser vacinado, e para pessoas com problemas médicos, ou fiéis de crenças religiosas que evitam as vacinas. Essas pessoas deverão apresentar um teste negativo de coronavírus para assistir aos espetáculos.

A Broadway League disse ainda que revisará sua política em setembro para as apresentações em novembro e os meses seguintes. Algumas regras poderão ser flexibilizadas, "se a ciência determinar".

Depois de fechar quando a primeira onda atingiu Nova York, no ano passado, a Broadway reabrirá totalmente em setembro.

Antes de anunciar estas normas, os espetáculos "Springsteen on Broadway" e "Pass Over" já haviam advertido que os espectadores deveriam estar vacinados.

O anúncio dos teatros da Broadway surge depois de o Metropolitan Opera de Nova York ter informado, na terça-feira, que exigirá que espectadores e artistas estejam vacinados na próxima temporada.

Na quinta-feira (29), o presidente americano, Joe Biden, pediu a todos os funcionários federais que se vacinem, ou usem máscaras e apresentem teste negativo para Covid-19. Também esta semana, os estados da Califórnia e de Nova York anunciaram que seus funcionários públicos precisam estar vacinados, ou terão de se submeter a testes semanais de detecção do coronavírus.

A próxima terça-feira (27) é o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço e ponto alto da campanha Julho Verde, de conscientização da sociedade sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença.

Realizada anualmente ao longo do mês de julho, a campanha deste ano tem como slogan Desperte a Esperança, Venha para o Julho Verde. A iniciativa é promovida pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil), em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e apoio da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

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Campanha Julho Verde

A ação deste ano conta com uma programação voltada ao público em geral, incluindo lives (transmissões ao vivo) e conteúdos relevantes sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. A mobilização pode ser vista pelos canais oficiais da campanha no Instagram e Facebook @acbgbrasil até 31 de julho.

A mensagem da campanha visa conscientizar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença para obtenção de um diagnóstico precoce, ampliando as taxas de cura com menos sequelas.

Anualmente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 40 mil novos casos de cânceres de cabeça e pescoço, denominação genérica de tumores que se originam em regiões das vias aéreo-digestivas, como boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe e seios paranasais.

Fatores de risco

O tabagismo é o principal fator de risco para doença, explica o professor Carlos Takahiro Chone, médico otorrinolaringologista e coordenador do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF).

“O cigarro é o principal causador, principalmente quando associado ao álcool. Dentadura mal adaptada também pode causar câncer. Outro fator é sexo oral desprotegido, por causa de HPV”. 

Para esse fator existe a vacina contra o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST). “A vacina diminui o risco de desenvolver câncer de garganta”, completa o médico.

Alguns sinais ajudam a pessoa a identificar os primeiros sintomas da doença e a procurar atendimento médico. “Os principais sintomas são percebidos em pessoas que fumam ou bebem acima de 40 anos de idade, com ferida na boca por mais de 2 a 3 semanas, sem melhora. Rouquidão que não melhora neste mesmo período. Caroço no pescoço persistente há mais de 2 ou 3 meses”. 

Sintomas

De acordo com a fundadora e presidente voluntária na ACBG Brasil, Melissa Ribeiro, até 2022 cerca de 45 mil pessoas no país poderão perder parte de suas faces por causa do câncer na cavidade oral. Ela alerta, ainda, que em média, 22.950 brasileiros correm o risco de perder a voz em consequência de um câncer de laringe.

Neste contexto, destaca-se o diagnóstico tardio. A cada quatro novos casos, três chegam a estágio avançado da doença, resultando no óbito de cerca de 50% desta população. A orientação é procurar um médico ou dentista, caso sejam identificados um ou mais dos principais sintomas e sinais – ferida no rosto/boca que não cicatriza;

mancha avermelhada ou esbranquiçada na boca; dentes moles ou dor em torno deles; mudança na voz ou rouquidão; dificuldade/dor para mastigar ou engolir; caroço no pescoço; irritação ou dor na garganta; e mau hálito frequente –  que durem por duas semanas ou mais

Sequelas 

Mesmo após o tratamento, que pode ser realizado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, o câncer de cabeça e pescoço pode causar sequelas irreversíveis. 

“Os pacientes enfrentam desafios como deformação da face e do pescoço, diminuição do paladar e olfato, perdas funcionais como fala, respiração, mastigação, deglutição, audição e visão, que afetam sua qualidade de vida”, ressalta Melissa Ribeiro. Existe, ainda, a dificuldade de reinserção social e de reabilitação destes pacientes, causada pela falta de informação e de políticas públicas voltadas a esta questão, conclui.

A campanha Julho Verde, lançada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, chama a atenção para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço, responsável por cerca de 10 mil mortes a cada ano no país.

Especialistas e entidades médicas querem conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce. "Isso é o mais urgente, principalmente porque o medo do novo coronavírus levou muitas pessoas a parar de fazer a prevenção", disse à Agência Brasil o médico Bruno Albuquerque, da Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e do Hospital Central da Aeronáutica.

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A campanha foi iniciada em 2016 pela sociedade e o Inca, que centraliza a parte do controle oncológico no país, e acabou sendo um dos grandes propagadores da prevenção, disse o médico. O câncer de cabeça e pescoço é o quinto mais incidente no Brasil tanto em homens quanto em mulheres.

O dia 27 de julho foi escolhida para lembrar o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, definido durante o 5º Congresso Mundial da Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço, realizado em Nova Iorque (EUA), em 2-14. O evento reuniu especialistas de todo o mundo.

Pacientes

O Inca estima que, no total, devem ser diagnosticados 685 mil novos casos de câncer no Brasil no triênio 2020-2022, incluindo todas as áreas da doença. O médico Bruno Albuquerque afirmou que cânceres de cabeça e pescoço representam 8% e 10% do total, e abrangem a cavidade oral: língua e boca, laringe, faringe, seios paranasais, cavidade nasal, glândulas salivares, ossos da face, tireoide e pele.

O principal tipo de câncer nos homens é o de boca e, nas mulheres, o de tireoide. Para o câncer de boca, o principal é evitar tabagismo (fumo) e etilismo (álcool). Somados, os fatores aumentam em mais de 30 vezes a chance de ter câncer na cavidade oral.

“A melhor forma de evitar é eliminar o tabagismo e o etilismo e manter uma boa higiene na cavidade oral, evitando também a desnutrição, que é um dos fatores que podem desencadear mutações genéticas e desenvolver o câncer nessa região.”

Outra recomendação é evitar o uso de próteses dentárias mal adaptadas, que causam trauma crônico na região da boca e podem ter uma cicatrização viciosa. “Também podem ser fator de risco.”

O médico comentou que, devido ao retardo no diagnóstico por desconhecimento da população, 70% dos pacientes já são diagnosticados em estado avançado e, por isso, os médicos não conseguem agregar nenhum tipo de tratamento curativo.

Segundo Albuquerque, qualquer lesão na boca e na garganta que dure mais de três semanas merece uma investigação por parte do profissional que trata de saúde bucal. O mesmo ocorre em relação ao surgimento de qualquer caroço no pescoço, que também dure mais de três semanas.

“São lesões suspeitas que vão necessitar de avaliação de especialista em cirurgia de cabeça e pescoço.”

Como cabeça e pescoço são áreas muito sujeitas à exposição solar, o médico recomendou que se evite, ao máximo, a exposição ao sol nos períodos de maior intensidade da radiação, principalmente pessoas com peles mais claras, que acabam sendo peles mais sensíveis para esse tipo de tumor. O uso do protetor solar e a redução da exposição ao sol são medidas muito eficazes, segundo ele..

Mitos

Albuquerque assegurou que é um mito que o uso de enxaguantes bucais provoque câncer de boca e garganta. Ele sugere, porém, que se evitem enxaguantes bucais com base em álcool, porque o álcool pode causar danos na mucosa da cavidade oral, da orofaringe. Ele disse que essa é apenas uma orientação e que não há comprovação científica que enxaguantes bucais com álcool provoquem câncer.

Em relação a cirurgias de retirada da laringe, o risco de a pessoa não voltar a falar vai depender da localização e da fase de envolvimento do tumor. “Hoje em dia temos terapêuticas que são minimamente invasivas e que conseguem preservar a parte funcional. Mas, no geral, quando os tumores são detectados em uma fase mais avançada, não é possível haver a preservação da voz. 

De acordo com o médico, há opções de cirurgia com preservação funcional da laringe, as chamadas cirurgias parciais ou subtotais. Além disso, há diversas formas de reabilitação que auxiliam na adequação do processo fonatório, mas a voz natural não existe mais, disse o especialista.

A campanha terá, durante todo o mês de julho, uma série de lives (transmissão ao vivo pela internet), cursos, congressos, simpósios, reuniões, divulgação por panfletos e outras atividades. “O objetivo é orientar não só a população geral, mas os próprios profissionais de saúde a auxiliarem no processo de detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço e, até mesmo, atuar na prevenção”, apontou Bruno Albuquerque.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de cabeça e pescoço é o nono tipo de câncer mais comum no mundo.

Especialistas da ONU expressaram "grande preocupação" com as várias acusações de abusos sexuais contra menores de idade em instituições católicas e pediram uma ação do papa Francisco.

Em uma carta enviada ao líder da Igreja Católica, os especialistas - que receberam mandato da ONU, mas não falam em nome da organização - condenaram as "medidas adotadas pela Igreja para "proteger os supostos abusadores, ocultar crimes, obstruir a prestação de contas dos supostos abusadores e evitar as indenizações correspondentes às vítimas".

De acordo com a carta, tudo isto levou à "impunidade dos crimes cometidos, à repetição dos estupros durante décadas e ao aumento do número de vítimas, assim como a falta de reparação e apoio às vítimas".

A carta, enviada em 7 de abril e divulgada nesta segunda-feira, está assinada por quatro especialistas, incluindo os relatores especiais sobre tortura e sobre venda e exploração sexual de crianças.

O texto destaca que um dos relatores enviou uma carta anterior, em 2 de abril de 2019, na qual se referia a casos de abuso e exploração sexual cometidos por clérigos na Austrália, Estados Unidos, Polônia, Irlanda e Holanda, entre outros.

"Queremos expressar nossa preocupação com a falta de resposta do Vaticano", afirmam os quatro especialistas na carta de 7 de abril.

Desta vez, a mensagem menciona casos similares na Alemanha, Bélgica, França, Chile, México, Argentina e Colômbia.

Também cita o caso de internatos religiosos para crianças nativas no Canadá.

Este caso deu uma guinada nas últimas semanas com o anúncio, no fim de maio, da descoberta dos restos mortais de 215 crianças aborígenes na área de uma destas instituições na Columbia Britânica (oeste do Canadá).

"Lobby" dos membros da Igreja

"Embora algumas investigações tenham sido iniciadas pelo Vaticano ou por dioceses locais ou nacionais, os relatórios apontam tentativas persistentes por parte da Igreja Católica de proteger os supostos abusadores da justiça laica", afirmam os especialistas.

Além disso, a carta pede ao pontífice que adote todas as medidas necessárias para acabar com as violações e "evitar a repetição".

Também expressa "preocupação com as tentativas contínuas de membros da Igreja de minar os esforços legislativos para melhorar a justiça relativa aos casos de violência sexual contra as crianças nas jurisdições nacionais" e denuncia o "lobby de membros da Igreja para preservar a prescrição destes crimes".

De modo paralelo, os especialistas afirmam que recebem com satisfação "as novas normas estabelecidas pela Santa Sé para abolir o sigilo papal nos casos de abusos sexuais", entre outros.

Mas eles lamentam, no entanto, que "o pedido de denúncia de crimes às autoridades civis ainda não seja obrigatório" e pedem ao Vaticano que o torne obrigatório "o mais rápido possível".

Um estudo de março de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriu, pela primeira vez, a presença do coronavírus na gengiva de pacientes que, depois, vieram a morrer. Publicada no Journal of Oral Microbiology, a descoberta abre caminho para ligar a saúde bucal à presença da Covid-19 na saliva de pessoas infectadas. "As doenças periodontais são uma agravação para todo o corpo", afirma Sérgio Mauro Giorgi. Doutor em Periodontia e ex-professor da Faculdade de Odontologia da USP, ele explica como a saúde bucal pode influenciar todo o restante do corpo humano, causando desde doenças pulmonares e cardiológicas até o agravamento da Covid-19.

Para Giorgi, isso comprova quão necessária é a higiene oral adequada e focada em cada paciente. Ele explica que, através da boca, vírus como o Sars-CoV-2, a herpes e uma infinidade de bactérias podem ser transmitidos para a corrente sanguínea e piorar quadros já graves de outras doenças. Amostras recolhidas em pesquisas nos EUA apontam a presença de uma bactéria que só existe na boca, a Porphyromonas gingivalis, no cérebro de pessoas que morreram de covid e de Alzheimer.

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"Como ela foi para o cérebro?", indaga.

Nesta entrevista, Giorgi, que integra a American Academy of Periodontology, a American Dental Association e a New York Academy of Sciences, relata os principais cuidados a serem tomados na saúde bucal e o efeito da pandemia na boca dos brasileiros.

O que a descoberta do Sars-CoV-2 na gengiva de pacientes significa, na prática?

Isso pode acontecer quando a manutenção da higiene da boca não é bem desenvolvida pelo paciente. O pessoal da Medicina achou que o tecido gengival pode ser um alvo da doença e contribuir para a presença do vírus até na saliva. Quando o microbioma oral sofre um desequilíbrio, a boca ou o sistema imunológico não consegue proteger a superfície oral apenas com os dentes. Quando esse microbioma está desequilibrado ocorre o que chamamos de disbiose, que impede uma resposta do próprio sistema imunológico. Daí a importância de cirurgiões dentistas criarem protocolos individuais, de acordo com o paciente.

O que seriam esses protocolos individuais de higiene oral?

Às vezes, com a idade, o paciente perde a motivação para manter a higiene oral. É comum cirurgiões dentistas serem treinados para, nas UTIs, verificar a saúde bucal dos pacientes.

O que a má higiene da boca pode acarretar para o ser humano, além das cáries?

Amostras colhidas em pesquisas nos Estados Unidos apontam a presença de uma bactéria que só existe na boca, a Porphyromonas gingivalis, no cérebro de pessoas que vieram a óbito de covid e de Alzheimer. Como ela foi para o cérebro? Isso provavelmente tem a ver com a saúde bucal do paciente. Não à toa se criou a medicina periodontal, porque hoje já entendemos que as doenças periodontais podem ser uma agravação para todo o corpo. O dentista passou a ter uma certa importância na saúde geral do ser humano. As doenças periodontais estão associadas a enfermidades como doença coronariana, hepática não alcoólica, doença renal, distúrbios pulmonares e a esclerose, além de contribuírem para cânceres da cavidade oral e outras inflamações. Por isso é importante manter o microbioma oral sempre equilibrado.

Quais os principais sinais de um problema na saúde bucal?

O mais importante é ser aconselhado por um profissional. A doença gengival é perigosa em idosos - mais de 70% dos adultos com 65 anos ou mais têm periodontite, que afeta os ossos e enfraquece as fibras colares que unem dentes ao osso. Isso provoca o enfraquecimento do sistema imunológico.

Além da escovação, o que pode ser feito para manter a saúde oral em dia?

Antes de escovar os dentes, o interessante é fazer uma limpeza prévia, com fio dental e limpadores interdentais. Só com esse procedimento você já evita 70% das doenças periodontais. Mas a escovação e o fio dental tradicionais podem não ser suficientes para afastar as doenças da gengiva e da boca. Outra coisa importante é escovar a língua, principalmente o dorso. E evitar o compartilhamento de objetos com pessoas contaminadas.

Por quanto tempo se deve tomar esses cuidados?

Essas medidas devem ser levadas para o restante da vida. A qualquer momento, as pessoas podem ser infectadas. Também é importante a forma correta de cuidar de escovas e higienizadores. O ideal é mantê-los imersos em água e enxaguante bucal, com clorexidina, que são bactericidas. Nosso mercado ainda não tem isso, mas nos EUA existem pastilhas que você tritura na boca após a escovação matinal e elas liberam bactérias vivas e "boas", os probióticos orais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dia 26 de maio, lembrado como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, surge para alertar sobre a importância da prevenção e cuidado com os olhos. A doença, que se apresenta como uma enfermidade crônica, é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, já que 90% dos portadores não apresentam sintomas na fase inicial. Presente na vida de cerca de um milhão de brasileiros, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), a doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. 

“Por afetar a qualidade de vida do paciente, quanto antes for identificada, maiores serão as chances de tratamento, que é clínico, com uso de colírios, e nos casos refratários ao tratamento clínico, pode-se partir para um tratamento cirúrgico. Com isso, é possível retardar o avanço da doença e evitar complicações, que podem chegar à cegueira irreversível”, explica o oftalmologista Kaio Soares, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).

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A doença é decorrente do dano às fibras do nervo óptico e comumente associada ao aumento da pressão ocular, que é o único fator de risco modificável no glaucoma. O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, que na maioria das vezes tem fator hereditário associado e é responsável por 80% dos casos no mundo. “Esse tipo se desenvolve lentamente, e se não tratado da maneira adequada, pode comprometer a visão periférica, levando a diminuição do campo visual gradativo, e consequentemente resultando na cegueira irreversível. O avanço da doença também atinge a sensibilidade ao contraste e às cores”, destaca Soares.

Já o glaucoma de ângulo fechado ocorre de forma súbita, e de acordo com o oftalmologista, pode provocar uma baixa visual definitiva, e que acontece em um intervalo menor de tempo. “Ele atinge pessoas portadoras de ângulo estreito, ou seja, que apresentam um espaço de menor tamanho entre a córnea e a íris. Neste caso, a drenagem do fluido é bloqueada e a pressão intraocular se intensifica durante situações em que ocorre o aumento da pupila”, explica. O médico também ressalta que é comum o surgimento de dores oculares, cefaléia, visão turva, náuseas e vômitos. 

Além deles, há também o glaucoma congênito – que ocorre em bebês, onde há uma imaturidade do local responsável pela drenagem intraocular, levando o recém-nascido a apresentar o globo ocular aumentado e córnea opaca – e o glaucoma secundário, derivado de complicações de outras doenças, secundárias a trauma ou até a medicamentos.

A maior incidência da doença acontece entre pessoas diabéticas, negras, do gênero feminino, portadores de miopia elevada e/ ou com histórico familiar.  A doença pode atingir pacientes de todas as idades, porém é mais comum após os 50 anos. “O tratamento é definido após avaliação de uma série de fatores e geralmente é feito com o uso contínuo de colírios, podendo-se recorrer ao laser ou cirurgia, conforme o estágio da doença. É importante lembrar que a avaliação periódica com o oftalmologista é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento adequado”, finaliza Kaio Soares.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lançou nesta quarta-feira (12) a Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19, em cerimônia no Teatro do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Também foi apresentada a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19. A nova secretária é médica infectologista Luana Araújo.

“O governo tem o objetivo de reforçar cada vez mais a campanha e alertar sobre medidas não farmacológicas, como uso de máscaras”, disse o ministro durante o lançamento da campanha em Brasília.

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Segundo ele, a ideia é dar qualidade à comunicação com a sociedade, tendo por base “mensagens calcadas em evidências científicas”. Para tanto, a estratégia é a de atuar de forma conjunta com outras pastas, de forma a buscar “mais eficiência na luta contra essa emergência sanitária que afeta o Brasil e o mundo”.

Também presente na cerimônia, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu o uso de máscaras também por crianças. Segundo ela, para lidar com a pandemia “é todo mundo cuidando de todo mundo”, argumento que foi corroborado pelo ministro da Cidadania, João Roma.

“O enfrentamento da pandemia é de todos. Sem dúvida nenhuma vamos vencer esse momento de dificuldade”, disse Roma.

Veja a cerimônia:

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Diante da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, as doenças que acometem as vias respiratórias podem ter seus sintomas confundidos com o quadro de Covid-19. A época mais úmida do ano, marcada por chuvas e mudanças de temperatura, também pede que os cuidados com alergias e doenças crônicas sejam redobrados. A médica pneumologista Rita de Cássia Ferreira, do Hospital Esperança, ressalta a importância do diagnóstico médico adequado.

“Nós ainda não podemos afirmar que a alergias e rinite levem  a uma maior susceptibilidade a Covid-19 ou aumento de gravidade da doença. Porém, certamente, o tabagismo e outras doenças, a exemplo de asma grave, bronquite crônica e enfisema, são fatores de risco. Dessa maneira, é necessário que os pacientes não descuidem do tratamento médico, que deve ser constante, além de vacinação, uso de máscaras e isolamento social” explica Rita de Cássia.

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Os sintomas da gripe são os mais fáceis de serem confundidos com a Covid-19, já que além da tosse e coriza, é possível surgir dor no corpo e febre. Sobre o assunto, a médica acredita que os exames de diagnóstico são fundamentais. “Entre o terceiro e sétimo dia do início dos sintomas, nós aconselhamos a realização do RT-PCR para a Covid-19 ou a pesquisa de antígenos no swab nasal, que é aquele exame onde o cotonete é colocado no nariz do paciente”, reforça.

A especialista também lembra que em casos de dores no peito ou falta de ar, os pacientes devem ser imediatamente encaminhados para o atendimento médico presencial. “Na Covid-19, principalmente após a primeira semana de doença, pode ocorrer uma queda silenciosa de oxigenação, ou seja, a pessoa pode estar necessitando usar oxigênio suplementar e não perceber. E a demora em procurar ajuda médica pode levar ao agravamento do quadro”, complementa a pneumologista.

Sequelas do coronavírus após a cura

Do ponto de vista respiratório, a médica explica que existem pacientes que continuam apresentando falta de ar, principalmente ao realizarem esforços pós alta hospitalar. A maioria destes irá se recuperar totalmente ao longo de meses, outros poderão permanecer com a perda funcional, mantendo os mesmos sintomas devido a alterações pulmonares fibróticas.

“É recomendável que todos pacientes que tiveram acometimento respiratório grave, principalmente se precisaram de suporte respiratório, ou aqueles que apresentem sintomas como falta de ar, tosse e dor torácica sejam acompanhados por pneumologistas após a alta”, finaliza Rita de Cássia.

 

O Grupo Interinstitucional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Getrin6) realiza, nesta quarta-feira (28), às 15h, evento telepresencial para alertar sobre os riscos que o trabalhador pode correr na atividade laboral. A data coincide com o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho.

Com tema “Seminário telepresencial em memória às vítimas de acidentes de trabalho: política pública de vacinação e meios de diminuição dos riscos de contágio da Covid-19 no ambiente de Trabalho”, a roda de palestras será transmitida pelos canais do Getrin6 e da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª região (EJ- TRT6). As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas de forma remota.

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O Getrin6 realiza as práticas do Programa Trabalho Seguro, uma iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em parceria com o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). O programa consiste no planejamento e execução de atividades que promovam os cuidados que se deve ter para evitar acidentes de trabalho, além de fortalecer a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.

De acordo com informações da assessoria de comunicação do Grupo, Pernambuco registrou, em 2020, 9 mil acidentes e 44 mortes. No Brasil acontecem em média 700 mil acidentes e 2 mil mortes por ano.

A mesa de abertura será composta por Delaíde Arantes, ministra do Tribunal Superior do Trabalho e gestora nacional do Programa Trabalho Seguro, Maria Clara Saboya, desembargadora presidente do TRT6, Fábio Farias, desembargador gestor regional do Programa Trabalho Seguro, Eduardo Pugliesi, desembargador vice-diretor da EJ6, e a juíza Ana Freitas, gestora regional do Programa Trabalho Seguro.

A programação do evento conta com a participação dos palestrantes Jarbas Barbosa, vice-diretor da Organização Panamericana de Saúde, Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim, diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde, Michelly Cristiny Pereira, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica e Gildazio José dos Santos Moura, diretor de Vigilância em Saúde de Olinda. Nos intervalos haverá momentos culturais com os artistas Chico César e Geraldo Maia.

De acordo com o boletim de arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (26), os registros de pessoas com dengue despencaram em todo o Brasil. Apesar disso, a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, ainda causa preocupação pelo país, sobretudo durante os períodos mais chuvosos, quando a água parada transforma-se em um berçário para o desenvolvimento de novas larvas.

Segundo os números do boletim, entre os dias 3 de janeiro e 20 de março, foram notificados 120.531 casos possíveis de dengue, uma redução de 73,8% em relação ao mesmo período de 2020. Também de acordo com as observações do documento, o Acre está vivendo uma epidemia de dengue neste momento, com a incidência de 13.202 casos prováveis, um aumento de mais de 200% em comparação com o ano passado.

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Apesar disso, a pasta também alertou para a proximidade de sintomas entre a dengue e a Covid-19, a exemplo de febre, dor de cabeça, indisposição e falta de apetite. "Desde fevereiro de 2020, o Brasil enfrenta uma pandemia da COVID-19 e, desde a confirmação dos primeiros casos, observou-se uma diminuição dos registros de casos prováveis e óbitos de dengue. Esta diminuição pode ser consequência de uma subnotificação ou atraso nas notificações das arboviroses associadas a mobilização das equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da pandemia e ao receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde", informa o material.

O país também registrou 9.390 casos de chikungunya e outros 636 de zika, doenças também transmitidas pelo Aedes Aegypti.

Responsabilidade maior em decorrência da pandemia

Devido à pandemia da Covid-19, os agentes de combate a endemias não podem mais entrar nas casas para checar os focos do mosquito Aedes Aegypti. Diante disso, a responsabilidade da população também aumenta, sendo recomendado que os moradores de bairros reservem um tempo para revisitar a casa pelo menos uma vez por semana, e acabar com possíveis pontos de água parada, ambientes propícios para a proliferação do mosquito.

 

O governo japonês aprovou, nesta sexta-feira (9), o reforço das medidas contra o coronavírus em Tóquio, menos de três semanas após a suspensão do estado de emergência e pouco mais de 100 dias antes dos Jogos Olímpicos.

"Hoje decidimos tomar medidas intensivas para prevenir uma epidemia em Tóquio, Kyoto e Okinawa", declarou o primeiro-ministro Yoshihide Suga, após uma reunião de ministros e funcionários do governo.

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"Tomamos essa decisão, porque o número de infecções aumenta, e tememos que o sistema médico fique sob pressão nessas regiões", acrescentou.

Adiados em um ano devido à pandemia, os Jogos de Tóquio-2020 começam em 23 de julho na capital japonesa, onde os contágios haviam caído, graças ao estado de emergência. Voltaram a aumentar, porém, desde a suspensão das restrições em 21 de março.

As novas medidas - menos severas que os rígidos confinamentos impostos em outros países - preveem o fechamento de restaurantes e bares às 20h, sob pena de multas.

A cidade de Osaka (oeste do Japão) decretou medidas especiais, após o aumento de casos de Covid-19, e cancelou o revezamento da tocha olímpica nas vias públicas de todo departamento.

A partir de segunda-feira e até 11 de maio, grande parte da capital japonesa estará sujeita a novas medidas semelhantes ao estado de emergência anterior, mas que permitirão concentrar mais facilmente as atenções em surtos infecciosos, segundo as autoridades.

"Para administrar a crise, pedi que medidas especiais fossem aplicadas em Tóquio", disse a governadora da cidade, Yuriko Koike, a repórteres na quinta-feira.

"É urgente que adotemos mais medidas e mais fortes, como a redução do fluxo de pessoas entre as grandes cidades, porque, senão, vamos assistir a uma propagação dos contágios", acrescentou Koike.

'Deslocar-se livremente'

"Com o objetivo de evitar uma grande propagação do vírus durante os Jogos e garantir que todos possam circular livremente tomando precauções, acho que devemos tomar medidas para reduzir os casos", insistiu ela nesta sexta-feira.

A cidade de Kyoto (oeste) e várias áreas do departamento de Okinawa (sul) também estarão sujeitas a novas medidas até 5 de maio, incluindo a semana de férias "Golden Week", durante a qual costumam receber milhares de visitantes.

Apesar de várias ondas de infecção, o Japão tem sido relativamente pouco afetado pelo coronavírus, em comparação com outros países, com cerca de 9.300 mortos oficialmente desde janeiro de 2020.

Agora, porém, os centros urbanos estão testemunhando um aumento nos casos de Covid-19, e os profissionais de saúde relatam uma pressão crescente sobre os hospitais. Os médicos também alertaram sobre a rápida disseminação das variantes.

A vacinação está progredindo muito lentamente no Japão, que até agora aprovou somente a vacina da Pfizer.

Apenas o pessoal de saúde foi vacinado por enquanto e, na próxima semana, será a vez dos idosos.

No momento, não há data para administrar a vacina na população em geral.

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado nesta quinta-feira (8), o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) alerta para o câncer ósseo, que representa apenas 2% dos tipos de câncer conhecidos e muitas vezes é esquecido pela própria comunidade médica. Sem prevenção e com alto índice de mortalidade, geralmente o tumor considerado raro é confundido com outras doenças reumáticas.

Sem tanta informação disponível como nos casos de câncer de mama, pulmão e próstata, são prevenidos com exames periódicos, o tumor no esqueleto é identificado por muita dor em ossos longos, como braços, coluna, coxa e bacia. "Não tem como você fazer nenhum exame preventivo rotineiramente. A única forma que tem de diagnosticar precocemente é suspeitando dele”, aponta o doutor Marcelo Souza, ortopedista do serviço de ortopedia oncológica do HCP.

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Além da dor intensa com realce à noite ou ao se mexer, outros sintomas desse tipo de câncer são o inchaço nas articulações, presença de nódulos, osso que se quebram facilmente, febre, perda de peso sem razão aparente e cansaço.

 Pelo quadro sintomático, muitos pacientes acreditam ser uma simples tendinite e acabam mascarando o câncer com remédios e fisioterapia, que não resolvem o problema. Para evitar a confusão, Marcelo sugere atendimento especializado e a realização de uma radiografia "bem feita". "“Não é ressonância, tomografia, nada dessas coisas sofisticadas", comentou.

O médico explica que o reumatismo, na maioria das vezes, são doenças autoimunes, que com o tempo afetam as articulações. Enquanto a osteoporose é a perda de massa óssea, muito comum na velhice, sobretudo nas mulheres depois da menopausa. Já o tumor maligno que causa o câncer ósseo é um desarranjo da renovação celular.

Ao longo de 2020, mesmo em meio à pandemia, o HCP realizou 14.656 consultas mensais, segundo dados do DATASUS. O hospital também efetuou 469 procedimentos cirúrgicos, 4.768 quimioterapias e 173 radioterapias mensalmente.

Sobre o tratamento após a confirmação, Marcelo lembra que o câncer é uma doença que precisa de cuidados particulares em cada caso. “Da mesma forma que outros tumores, existem diversos tipos de câncer ósseo. Uns precisam ser tratados apenas por cirurgias, outros tratados com quimioterapia, outros com rádio e outros combinando. É uma mesclagem de possibilidades de acordo com o tipo do tumor”, concluiu.

Serginho Groisman recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no dia 20 de março. Em seu Instagram oficial, o apresentador do programa 'Altas Horas', da Rede Globo, compartilhou um clique do exato momento em que obteve o imunizante.

O comunicador aproveitou para pedir mais vacinas para a população brasileira. "Um respiro de alívio em meio à tanta tristeza e preocupação. Que a vacina chegue a todos", declarou.

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O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, defendeu as medidas de isolamento social mesmo após a vacinação da população contra covid-19. A declaração foi feita em cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que mudou o discurso em relação à vacina diante do aumento de casos da doença no País.

"Mesmo diante de um momento mais favorável, que certamente todos estão buscando, com várias vacinas disponíveis, durante muito tempo ainda teremos que lançar mão das medidas de prevenção, das medidas que estão hoje ao nosso alcance", disse Torres no evento. Ao fim do discurso, ele orientou a população a usar máscara, adotar o isolamento social e ter uma boa higiene.

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