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O governo do Ceará anunciou um pacote de dez medidas para compensar perda estimada de R$ 850 milhões por ano por conta da crise econômica. Entre as medidas estão a redução no número de secretarias; aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%; aumento da alíquota do ICMS de 17% para 18%; suspensão por dez anos do programa de anistia ou remissão de tributos; e teto de gastos para despesas primárias de cada um dos três Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) também para os próximos dez anos.

O plano tem por objetivo preservar os salários dos funcionários públicos estaduais e a capacidade de investimento do Estado. Trata-se também da contrapartida cobrada pelo governo federal para o repasse dos créditos repatriados.

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Foi anunciada, ainda, a redução de 10% das despesas de custeio e nos salários dos secretários e todos os dirigentes de órgãos do Estado. O salário do governador Camilo Santana (PT) e o da vice, Izolda Cela (PDT), também terá redução de 10%, porcentual que será doado para entidades filantrópicas.

Tramitação

O pacote de medidas começou a tramitar ontem na Assembleia Legislativa do Ceará. O governador Camilo Santana não participou do anúncio para a imprensa, que foi feito pelo secretário da Fazenda, Mauro Filho, e técnicos.

"É necessário tomarmos medidas para que o setor público prossiga atendendo bem a população e não sejamos surpreendidos pela crise no Estado. A intenção é manter a capacidade do Ceará de investir em ações públicas", defendeu Mauro Filho. Segundo ele, as arrecadações estaduais vêm caindo e os custos subindo. "O Estado tem de tomar algumas medidas para honrar seus compromissos", ressaltou.

As medidas, argumenta o secretário, deverão ter efeito no médio prazo, evitando que o Ceará chegue ao nível de crise econômica de outros Estados brasileiros, como Rio de Janeiro, que estão com salários de servidores em atraso.

Protesto

A Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Apeoc) lançou uma carta de repúdio ao pacote. De acordo com o presidente da entidade, Anizio Melo, os profissionais da educação não aceitarão o aumento de 11% para 14% na contribuição previdenciária. "Não podemos tolerar mais esse ataque aos nossos direitos", diz a carta da Apeoc, que foi protocolada na Assembleia Legislativa, com o objetivo de sensibilizar os deputados a votarem contra o pacote. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parte do problema para se identificar e corrigir distorções na Previdência dos Estados está no fato de sequer haver um padrão para acompanhar os seus resultados. Existem três cálculos. Todos são oficiais e corretos, mas têm resultados distintos. Neste ano, parte dos Estados passou a considerar a metodologia do Tesouro Nacional, que inclui mais dados. Por esse parâmetro, os rombos previdenciários deram saltos. A soma totalizou R$ 77 bilhões no ano passado e, pelo ritmo de crescimento observado, tende a encostar em R$ 100 bilhões ao final deste ano.

A estimativa foi feita pelos pesquisadores Vilma da Conceição Pinto e Samuel Pessôa, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Entre 2014 e 2015, os déficits somados tiveram alta de 18% acima da inflação. "Pela velocidade do aumento, se as regras da Previdência não forem revistas, em pouco tempo todo mundo vai ser Rio de Janeiro", diz Pessôa.

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O que chama a atenção no caso do Rio é principalmente a velocidade com que o rombo se revelou. O Estado não tem o maior déficit. São Paulo é o líder: foram R$ 16 bilhões no vermelho no ano passado, pela regra do Tesouro. Mas o governo paulista adotou uma série de medidas para reorganizar o sistema e freou o crescimento, que foi de pouco mais de 3% entre 2014 e 2015. Minas Gerais é o segundo colocado, com um déficit de quase R$ 14 bilhões. O Rio vem em terceiro lugar, mas de um ano para outro o buraco foi de R$ 4,9 bilhões para quase R$ 10,8 bilhões. Descontada a inflação, o fosso dobrou de tamanho.

Não houve uma corrida a aposentadorias. O problema é que a recessão escancarou as distorções. A maioria dos servidores está no antigo regime, que não se paga: são 233 mil na ativa para cobrir benefícios de 260 mil aposentados e pensionistas. A maioria se aposenta aos 56 anos. Professores, aos 50. O governo identificou a bomba relógio e criou um sistema novo. Quem entrou no serviço público após setembro de 2013 está num fundo capitalizado e superavitário. Mas são apenas 18 mil ali. A banda deficitária, que atende a vasta maioria, era coberta por receitas extras. Com a recessão, virou pó, levando caos a todos os servidores.

"Os royalties do petróleo estavam sustentando o déficit e a transição de um modelo para o outro - vários economistas criticaram, mas era o necessário. Com a crise, a reforma da Previdência, que já era importante, se torna urgente", diz Gustavo Barbosa, ex-presidente da Rioprevidência e, desde julho, secretário de Fazenda, numa sinalização de onde reside o maior problema das contas do Estado.

Leniência - Quem conhece a máquina pública por dentro é categórico em afirmar que uma combinação de regras generosas na concessão de benefícios e a leniência em elevar salários nos últimos anos foi decisiva para acelerar a deterioração da Previdência nos Estados. "Pesaram muito os reajustes salariais dos últimos anos que, pela regra atual, são estendidos aos inativos", diz Andrea Calabi, que acompanha as contas públicas federais e estaduais desde os anos 80.

Nessa dinâmica, o que mais pesa é a aposentadoria especial, por ser precoce. Ela não está apenas colocando mais gente no sistema, numa velocidade maior. Como se vive cada vez mais, tem o efeito de antecipar um período de descanso que tende a ser cada vez mais longo. O Rio Grande do Sul é um exemplo desse efeito. "A nossa expectativa de vida já é alta e no serviço público é maior ainda - se compara a de países nórdicos, como a Suécia", diz José Guilherme Kliemann, secretário adjunto da Casa Civil e conselheiro da RS Prev. Nada menos que 9% dos inativos gaúchos têm mais de 80 anos e a tendência, segundo ele, é que esse efetivo aumente. "Agora imagine que a pessoa ganha uma aposentadoria especial aos 50 e viva mais de 80: é ótimo viver mais e melhor, mas, no aspecto previdenciário, é insustentável pagar isso", diz Kliemann. A crise gaúcha é tão grave quanto à do Rio. Lá, também há atrasos no pagamento de salários e o rombo previdenciário beira R$ 7,5 bilhões.

Quem ainda não chegou ao limite, teme o futuro pelas mesmas razões. Alagoas, por exemplo, tem cerca de 40 mil inativos e 30 mil na ativa - 20% deles vão poder se aposentar nos próximos quatro anos. A maior pressão, diz George Santoro, secretário de Fazenda, também vem das aposentadorias especiais, em particular de policiais militares. "Os PMs estão se aposentando aos 48 anos e a gente precisa repor constantemente, pois bombeiros e policiais prestam serviços essenciais - não se terceiriza isso", diz (leia abaixo). A solução, porém, não está na mão dos governadores. "Sozinhos, os Estados não conseguem enfrentar essa questão, porque a legislação dos militares é federal, precisamos da União para resolver isso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os quatro fundos de pensão patrocinados por empresas estatais sob alvo da Operação Greenfield da Polícia Federal respondem por 62,6% do rombo acumulado de todo o sistema em 2015. Juntos, Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios) registraram déficit de R$ 48,7 bilhões, diante dos R$ 77,8 bilhões de resultado negativo de todo o sistema de fundos de pensão do País. Em 2015, a Petros registrou déficit de R$ 22,6 bilhões; a Previ, R$ 16,1 bilhões; a Funcef, R$ 8,8 bilhões; e o Postalis, R$ 1,2 bilhão.

Os dados são da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor. O déficit acumulado de 2015 mais que dobrou em relação a 2014, o crescimento foi de 151%. De acordo com o órgão, 241 planos ficaram no vermelho em 2015. Dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo nove patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais (incluindo as entidades patrocinadas por Caixa, BB, Correios e Petrobras).

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Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último participante vivo do plano. A nova regulação não exige o equacionamento de todo o déficit. A norma em vigor permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios.

A Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira, 5, é baseada na análise desses déficits dos fundos de pensão. A PF informou que em 8 de dez casos analisados foram realizados investimentos de forma temerária ou fraudulenta.

A Justiça bloqueou bens e ativos de pessoas físicas e jurídicas investigadas no valor de aproximadamente R$ 8 bilhões. O nome da operação, Greenfield, remete a investimentos que envolvem projetos incipientes, ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios.

A indústria dos fundos de pensão é composta por mais de 300 entidades, que administram 1.122 planos de benefício. Juntas, elas detêm mais de R$ 700 bilhões em investimentos. Do total dos planos, 393 fecharam 2015 no azul, com saldo positivo de R$ 13,8 bilhões. Outros 488 terminaram o ano em "equilíbrio técnico".

A Previc calcula em R$ 39 bilhões o valor que deve ser equacionado pelos planos a partir de 2017, o que deve exigir contribuições extras de patrocinadores, participantes e assistidos. Em relação ao déficit acumulado de 2014, as novas regras diminuíram de R$ 23 bilhões para R$ 16 bilhões o valor que tem de ser coberto pelos fundos neste ano, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.

Contexto

O resultado de 2015, segundo a Previc, reflete o "contexto econômico adverso", sobretudo para os investimentos em ações e crédito privado, relacionados ao desempenho da economia e do mercado financeiro.

O principal índice de mercado de ações de São Paulo, o Ibovespa, caiu mais de 10% em 2015. A Previc também destaca outros dois pontos: o impacto negativo da alta inflação (o índice oficial fechou 2015 em 10,67%), que corrige as reservas matemáticas e aumenta as metas nominais de rentabilidade das carteiras, e o aumento da longevidade da população.

"Sob a óptica de supervisão prudencial, a apuração dos resultados exige atenção, mas não indica comprometimento da solvência agregada do sistema, que segue sob rígido acompanhamento da Previc", diz a superintendência. No entanto, casos de fraude e má gestão motivaram a criação de uma CPI na Câmara dos Deputados, para apurar irregularidades dos fundos ligados às estatais.

Exemplo de investimento sob suspeita que reúne os maiores fundos de pensão do País é a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para a Petrobras. Previ, Petros e Funcef são sócios da companhia, que está à beira de pedir recuperação judicial. ()

Funcef

A Funcef confirmou na manhã desta segunda-feira, por meio de nota, a operação da Polícia Federal em sua sede, em Brasília, para o cumprimento de mandados judiciais. "A Fundação reitera que possui rigorosos padrões éticos em todos os investimentos e na relação com seus participantes e assistidos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados", afirma a entidade na nota.

A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, começou a cobrar dos seus participantes uma taxa adicional para cobrir o déficit de R$ 2,3 bilhões registrado em 2014. Em maio, 57 mil participantes do fundo começaram a pagar uma tarifa adicional de 2,73% sobre suas contribuições - para os já aposentados, isso significa receber 2,73% a menos nos benefícios. Essa cobrança adicional deve durar 17 anos, e o temor dos participantes é que novas tarifas extras cheguem, já que as previsões são de que a Funcef tenha registrado um novo déficit de R$ 5 bilhões em 2015. A Caixa também elevou seus aportes no fundo.

A cobrança está sendo feita, por enquanto, apenas dos participantes do plano batizado de REG/Replan Saldado, o maior e mais antigo da Funcef. Além dele, o fundo de pensão tem outros dois planos previdenciários. Em nota, a Funcef já indicou que "outros planos poderão ser submetidos a equacionamento no exercício de 2017".

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O rombo nos fundos de pensão de empresas estatais, incluindo a Funcef, foi investigado por uma CPI criada no Congresso, e que terminou com o indiciamento de 145 pessoas, suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção. Entre os investimentos considerados suspeitos, e do qual a Funcef participou, estava a Sete Brasil, empresa criada para administrar sondas de perfuração da Petrobras, e que depois foi envolvida na Operação Lava Jato. A Funcef reconheceu uma perda de R$ 1,3 bilhão apenas com esse investimento.

Aportes extras

No mês passado, no total, os participantes do fundo REG/Replan colocaram R$ 7,3 milhões a mais no plano. Já a Caixa elevou seu aporte em R$ 6,2 milhões. Apesar disso, a Caixa deixou de aportar mais de R$ 1 milhão referentes aos beneficiários do plano. O aporte foi suspenso pelo Ministério do Planejamento com base em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), que está sendo contestado pelos aposentados.

Aos participantes, o fundo de pensão já alertou que o valor da contribuição será revisto anualmente. "Havendo fatos relevantes de alteração na composição da massa de participantes e assistidos, caberá avaliação em período inferior", diz o comunicado encaminhado aos participantes no último mês. O fundo informa ainda que a contribuição é uma resposta a "adversidades".

A Funcef confirmou a arrecadação de cerca de R$ 13 milhões em maio, "conforme previsto". O montante será utilizado, de acordo com o fundo, na aquisição de títulos públicos federais de longo prazo, "de acordo com a atual política de investimento da Funcef". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova equipe econômica fez as contas e calculou como pior cenário para a meta fiscal deste ano um déficit de R$ 150 bilhões nas contas públicas. A tendência é fixar a meta com o cenário que leva em consideração o maior risco para evitar uma nova mudança até o final do ano. A estratégia inverte a lógica da política fiscal adotada até agora de seguidas alterações da meta. Também permite depois ao governo apresentar um resultado melhor.

"Estamos discutindo uma convergência para a meta no pior cenário para apresentarmos um resultado fiscal melhor", informou na terça-feira, 17, um integrante da nova equipe econômica do presidente em exercício Michel Temer. A definição da meta fiscal será feita até sexta-feira, informou também na terça, no Rio de Janeiro, o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Junto com a nova meta será apresentada uma programação para se chegar novamente a um resultado superavitário das contas do governo.

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o prazo de até sexta-feira para publicação do relatório de receitas e despesas será cumprido, mas não antecipou um contingenciamento ou uma nova proposta de meta fiscal. O ministro disse que, até lá, terá mais informação sobre as contas. "Os prazos serão respeitados e obviamente, a partir daí, faremos a melhor avaliação possível dentro dos prazos necessários", disse.

Em meio à avaliação dos cenários, a área econômica já enfrenta pressões de ministros por liberação de recursos. Os titulares das pastas assumiram os cargos e encontraram recursos escassos por conta do último contingenciamento temporário feito pelo governo em março, de R$ 21,2 bilhões, até que a mudança da meta fosse aprovada pelo Congresso. A previsão é que a medida seja desfeita, dando alívio aos novos ministros.

Simplificação

Segundo fontes ligadas à equipe econômica, os cenários avaliados levam em conta um déficit entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões ao final deste ano. O governo vai propor também uma simplificação da meta. Será eliminada a possibilidade que existe hoje de deduções de um grupo de despesas e de receitas que forem frustradas até o final do ano.

O impacto da negociação da dívida dos Estados e do risco de o Tesouro Nacional ter de bancar o prejuízo da Eletrobras - que está em vias de ser punida na Bolsa de Nova York por descumprir exigências da SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano - será considerado "por fora" da meta, segundo um integrante da área econômica, porque não é possível fazer estimativas desses valores.

Com isso, o modelo que está em estudo poderá manter uma forma de abatimento de meta. Não haverá valores definidos para esses abatimentos. A expectativa do governo, no entanto, é que o risco da estatal seja baixo, porque não há nenhuma cláusula específica de default nos bônus na companhia.

O ministro Jucá quer levar a votação direto da meta para o plenário do Congresso, sem passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). No entanto, o deputado Arthur Lira (PP-AL), eleito ontem, por aclamação, presidente da CMO, marcou para hoje à tarde uma sessão do colegiado para apreciar a revisão da meta fiscal.

O texto tinha sido encaminhado ao Congresso no final de março, ainda na gestão Dilma Rousseff, mesmo período em que a composição antiga da comissão encerrou os trabalhos. Colaborou Igor Gadelha As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante da impossibilidade de garantir a volta do superávit primário das contas públicas em 2017, o governo pode indicar já na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a realização de um novo déficit na contas do setor público no ano que vem. Isso porque já deve incluir na lei a combinação de uma meta fiscal com o limite de gasto - o que, na prática, permite abater despesas da meta, como foi feito nos últimos anos.

O projeto de lei tem de ser encaminhado ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril, dia em que está previsto o início da votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. O governo vive o dilema de ter de explicitar esse novo déficit primário, que poderá ser o quarto consecutivo, exatamente nesse momento.

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Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma das possibilidades em discussão na equipe econômica é definir uma regra de abatimento da meta que possa acomodar um resultado negativo, mas ao mesmo tempo fixar um porcentual de gastos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), em valores nominais. Também seriam definidos gatilhos com medidas que podem ser acionadas para corrigir os desvios em relação ao teto do gasto.

A ideia é incluir essas regras na LDO de 2017 mesmo que o projeto de reforma fiscal, enviado ao Congresso no mês passado e que estabelece uma regra de limite para o crescimento das despesas, não tenha sido aprovado.

A reforma fiscal foi incluída no mesmo Projeto de Lei Complementar (PLC) que contém medidas de socorro aos Estados e corre o risco de ser desmembrada pelos parlamentares. Dessa forma, a parte do projeto com medidas para conter os gastos ficaria para ser votada somente depois do alívio fiscal aos governadores.

O assunto ainda está em discussão na Junta Orçamentária - que reúne os ministros Nelson Barbosa (Fazenda), Casa Civil (Jaques Wagner) e Planejamento (Valdir Simão). Segundo um integrante da equipe econômica, o ministro Barbosa quer sinalizar como ele pensa em relação à nova regra, mesmo que ela seja cortada do PLC.

Integrantes da equipe econômica também intensificaram, nos últimos dias, as negociações para evitar o desmembramento do projeto com a flexibilização das exigências para os Estados terem o alívio financeiro. Mas as chance de a proposta ser mantida integralmente como foi enviada é muito pequena.

No projeto de revisão da meta de 2016, enviado há duas semanas e que alterou o objetivo fiscal de superávit de 0,5% para um déficit de até 1,55% do PIB, o governo fez as contas da trajetória da dívida pública com uma meta de superávit de 1,3% do PIB em 2017. Esse resultado, no entanto, não será possível de ser alcançado com a perspectiva de um novo déficit por causa da queda da arrecadação, que continua acentuada. Por isso, a LDO vai incluir novas previsões para as dívidas líquida e bruta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para economistas, o rombo nas contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) em fevereiro, de R$ 25 bilhões, indica que mesmo a previsão do próprio governo de déficit de até R$ 96 bilhões para o ano pode estar subestimada. "Preocupação fiscal praticamente não existe. As receitas estão caindo - uma queda de 2% da receita em termos nominais é muito significativo - e os gastos continuam subindo", disse o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.

Para ele, o resultado nominal precisa ganhar mais importância, já que o peso dos encargos da dívida estão alarmantes. "O Brasil se escondeu em superávit primário por anos e deixou o custo da dívida subir demais. Agora, o problema está bem grave: o déficit pode ser muito pior do que o esperado e podemos ver uma explosão da dívida pública", declarou.

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Biscuola ainda disse que a recessão econômica foi "contratada" há anos, com decisões erradas, principalmente a partir de 2014. "A crise então não é tanto pelo viés político, mas o agravamento dela pode ter a influência do político, especialmente pela queda de confiança e postergação de tomada de decisões", afirmou.

Rafael Bistafa, economista da Rosenberg Associados, lembra que as despesas primárias do governo central subiram 8% em termos reais em fevereiro ante o mesmo mês de 2015, e que esse aumento indica que o Poder Executivo liberou os gastos com a nova meta fiscal, que permite um déficit primário de até R$ 96 bilhões neste ano. "O avanço dos gastos foi generalizado", disse. Segundo ele, foi registrado aumento de despesas, por exemplo, em benefícios previdenciários, pagamento de seguro desemprego e o Programa de Aceleração do Crescimento, uma indicação de tentativa de aumento de investimentos públicos.

"Por outro lado, a receita líquida do governo central caiu 13% em fevereiro de 2016 em relação ao mesmo mês do ano passado, um resultado coerente com a profunda recessão da economia", disse o economista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, deve fechar 2015 com déficit em torno de R$ 20 bilhões no seu maior e mais antigo plano de benefícios, segundo fontes do conselho fiscal da entidade ouvidas pelo "Estado". No último resultado parcial do Plano Petros do Sistema Petrobrás (Petros BD), de agosto, o rombo do plano de benefício definido - no qual os participantes definem previamente o valor que vão receber quando se aposentarem - estava em R$ 13,3 bilhões, segundo conselheiros. O montante corresponde ao valor que faltaria caso o plano tivesse de pagar hoje todos os benefícios dos participantes.

Representantes do conselho fiscal, que são indicados pelos trabalhadores, dizem que há 12 anos o órgão recomenda a reprovação do balanço anual da Petros, seja por causa de déficits, como ocorreu nos últimos dois anos, seja por outras questões contábeis. Mas o balanço sempre foi aprovado pelo conselho deliberativo - que tem metade dos representantes indicada pelos trabalhadores e, a outra metade, pela Petrobrás. Em caso de empate nas votações, a empresa tem o voto de Minerva.

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Esse acompanhamento feito em cima das contas do fundo de pensão tenta garantir o equilíbrio atuarial, evitando que futuramente os participantes fiquem sem seus benefícios. Um dos casos mais emblemáticos de quebra de um fundo de previdência ocorreu com o Aerus, da falida empresa aérea Varig. Milhares de funcionários brigam na Justiça pelos benefícios.

O caso da Petros - o segundo maior fundo de pensão do País, com R$ 83,5 bilhões em ativos, ou 11,3% do total das entidades de previdência privada - está longe de repetir tal desastre. Mas as projeções feitas por conselheiros, sob a condição de anonimato, que apontam para um rombo de R$ 20 bilhões este ano, acendem um sinal de alerta.

Sozinho, o Petros BD deve responder pela quase totalidade do déficit do fundo de pensão em 2015. O plano, fechado para novos participantes em 2012, tem 99% de todos os assistidos da Petros, ou o equivalente a 56.841 pessoas. Os contribuintes são 21.254 funcionários que estão na ativa. O Petros BD só é menor que o plano de benefício definido da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil).

Conjuntura - A Petros, no entanto, não reconhece a projeção de R$ 20 bilhões em déficit. A entidade diz que não se pronuncia sobre resultados parciais porque são passíveis de mudanças. "Naturalmente, a atual conjuntura econômica vem afetando não somente o resultado da Petros, como de todo o setor de previdência complementar e de vários outros segmentos da economia", disse, em nota, a Petros. A entidade, porém, ressalta que, nos últimos dez anos, a rentabilidade acumulada foi de 238,72%, superior à meta atuarial de 200,21%.

Em todo o sistema, o déficit acumulado dos fundos de pensão no primeiro semestre é de R$ 46 bilhões, segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão responsável por regulamentar o setor.

Dez entidades, sendo oito patrocinadas por estatais federais, são responsáveis por 80% do total do déficit. O Postalis (dos Correios) e o Funcef (da Caixa) estão desenquadrados. O Fapes, do BNDES, caminha para apresentar déficit neste ano. As perdas são, segundo analistas, consequência da piora da economia, de erros de análise de investimento, má gestão e, em alguns casos, fraudes e corrupção - o que motivou até a criação de uma CPI para apurar desvios nos fundos das estatais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma notícia não muito agradável para os estudantes que almejam ingressar na carreira pública e estão estudando há anos para os concursos. Na tarde dessa segunda-feira (14), o ministro do planejamento do Governo Federal, Nelson Barbosa, anunciou o corte de R$ 26 bilhões nos gastos para reduzir o rombo e melhorar o resultado fiscal em 2016. Entre as medidas para economizar dinheiro, está a suspensão de concursos públicos a nível nacional.

Além da suspensão dos concursos está a eliminação do abono de permanência e o adiamento do reajuste salarial de servidores públicos. Segundo Barbosa, a redução "é uma reforma administrativa necessária". Para a área dos concursos públicos, o Governo vai cortar mais de R$ 1,5 bilhão. Barbosa ainda ressaltou que a medida será implementada através de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, em debate no congresso. As medidas foram divulgadas com o objetivo de atingir superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) - soma dos bens e riquezas produzidos em um país -, com o intuito de recuperar credibilidade junto aos investidores internacionais.

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Um rombo de R$ 70 bilhões. Foi o que a equipe econômica encontrou nas contas do Orçamento de 2016, mesmo depois de preparar medidas para cortar 3% nas despesas discricionárias, aquelas não obrigatórias que o governo pode ou não executar, dependendo do comportamento das receitas.

A conta simplesmente não fechou para garantir o cumprimento da meta de superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem no projeto de lei orçamentária que será enviado na próxima segunda-feira no Congresso Nacional. Nesta quinta-feira, 27, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir a proposta de orçamento.

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Com o aprofundamento do quadro de deterioração das contas públicas este ano que terá reflexos em 2016, a opção do governo foi buscar a retorno da CPMF, mesmo num ambiente político adverso.

Levy, Barbosa e o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, já começaram conversas com parlamentares para apresentar dados que mostram o real quadro de piora das contas públicas. A costura política é uma construção complexa, na avaliação de fontes, mas a ideia é tentar construir um apoio político preventivo a uma proposta orçamentária mais realista e mais factível para garantir o cumprimento da meta.

Com o Orçamento rígido, recheado de vinculações de receitas às despesas e com gastos concentrados em Previdência, foi mais difícil para a equipe econômica encontrar espaço para avançar em medidas estruturais para garantir reforço na arrecadação. "Precisamos tomar medidas muito duras para conseguir cobrir essa diferença", admitiu um integrante da equipe econômica, que trabalha pela volta da CPMF para garantir estabilidade fiscal.

Colapso

O corte nas despesas previsto para 2016 põe as finanças do governo "no osso", de acordo com relatos obtidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O quadro para 2016 é mais grave porque este ano o governo já cortou R$ 80 bilhões. Há atrasos no pagamento de despesas. E casos até mesmo de ministérios com aluguel atrasado. "No papel, planilhas e tabelas, se aceita qualquer coisa (corte). Mas fomos no limite dos cortes", disse uma fonte da área econômica que alerta para o risco de colapso nas finanças do governo.

Embora o clima político seja desfavorável para aumento da carga tributária, a avaliação é de que o retorno do imposto do cheque é, entre as medidas de alta de tributos em estudo, a menos dolorosa em comparação a outras alternativas com maior impacto na inflação. A sua cobrança é mais fácil, inibe a sonegação e o seu alcance é mais distribuído na população.

Na proposta de Orçamento de 2016, o governo vai apresentar ao Congresso medidas também de redução de despesas obrigatórias, mas elas não seriam suficientes para cobrir a diferença de R$ 70 bilhões.

O problema maior para administrar as finanças é que maior parte das despesas totais do governo é para o pagamento da Previdência e dos benefícios previstos na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e de pessoal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao vetar o fim do fator previdenciário, a presidente Dilma Rousseff iniciou uma batalha para evitar o crescimento do déficit do sistema de previdência que atende a 25,2 milhões de brasileiros e que registrou, no ano passado, um rombo de R$ 56,7 bilhões.

Há, porém, um outro sistema previdenciário, que protege aproximadamente 1 milhão de pessoas, mas que vem impondo contas bilionárias ao Tesouro Nacional: o regime próprio de previdência do setor público. No ano passado, ele registrou déficit de RS 66,9 bilhões, de acordo com o Ministério da Fazenda.

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Segundo os dados do Ministério do Planejamento, foram gastos no ano passado R$ 96 bilhões para pagar as aposentadorias e pensões dos servidores federais inativos. Mas esse valor não pode ser considerado integralmente como déficit, já que os funcionários públicos que ingressaram nos quadros do governo a partir de 2004 contribuem para um fundo com 11% do salário.

Longo prazo

Há três anos, o governo aprovou uma medida que, em tese, vai estancar o crescimento do déficit da conta de benefícios aos servidores públicos: a criação do Fundo de Previdência do Servidor Público (Funpresp). Os efeitos, porém, só virão a longo prazo. Pelas previsões do próprio governo à época da votação da proposta, a conta será equilibrada apenas em 2044.

As pessoas que foram contratadas no Executivo federal a partir de 4 de fevereiro de 2013 passaram a ter uma proteção previdenciária muito parecida com a dos demais trabalhadores cujos contratos são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Eles contribuirão com 11% dos salários para o regime próprio, tal como seus colegas mais antigos. Com isso, terão um benefício previdenciário de no máximo o teto do INSS, que atualmente está em R$ 4.662,43. Isso significa uma redução em relação ao quadro de servidores atual, pois quem ingressou no serviço público até 2004 tem uma aposentadoria igual à do salário da ativa.

Para aumentar a remuneração na aposentadoria, os servidores novos precisam contribuir para o Funpresp, que é uma previdência complementar, muito parecida com os fundos de pensão oferecidos pelas empresas. O servidor contribui com uma parte e o empregador - no caso, o governo - também aporta recursos. Da mesma forma que ocorre no setor privado, o servidor pode abater parte das contribuições do Imposto de Renda.

Adesões

As adesões ao Funpresp, porém, são muito pequenas em relação ao universo de servidores federais. Até o momento, apenas 13,5 mil pessoas aderiram ao plano de previdência complementar, segundo informou o presidente do fundo, Ricardo Pena. Para ele, não é um volume pequeno. "É um número bom, porque o fundo tem apenas três anos", avalia.

Os servidores do Executivo foram os primeiros a conviver com a mudança no sistema previdenciário no setor público. O Funpresp do Legislativo foi regulamentado em maio de 2013. Há também um Funpresp para o Judiciário. "Essa é a tendência", disse Pena. "Vários Estados estão fazendo o mesmo."

As negociações para a criação do Funpresp foram lideradas, no governo, pelo atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que era à época secretário executivo do Ministério da Fazenda.

Ele costumava citar a criação do fundo para rebater as acusações que o governo do PT não promoveu reformas estruturais na economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os partidos de oposição consideram que a conclusão da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) de que a diretoria do Postalis tem responsabilidade por parte do rombo de R$ 5,6 bilhões do plano de benefício definido dos carteiros, revelada na quarta-feira, 6, pelo jornal O Estado de S. Paulo, reforça a necessidade de instalação de uma CPI dos fundos de pensão.

O requerimento teve a assinatura de 186 deputados de 24 partidos, mas a CPI ainda depende do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser instalada. Atualmente, há uma fila de abertura de CPIs que tem sete requerimentos. Só podem existir simultaneamente na Câmara cinco comissões de inquérito - hoje há quatro em funcionamento.

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"O aparelhamento político dos fundos de previdência complementar, que têm funcionários de estatais e servidores públicos como participantes, associado aos prejuízos milionários recorrentes e decorrentes de sua má gestão, assinalam mais um possível foco de corrupção que carece ser investigado com a máxima urgência", disse o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, autor de pedido para a criação da CPI. "A combinação de corrupção e incompetência geraram esse rombo absurdo", completou o líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE).

O déficit de R$ 5,6 bilhões no plano do Postalis, controlado pelo PT e PMDB, foi provocado em sua grande parte por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento repassado ao fundo, apontam dois relatórios de fiscalização que a reportagem obteve. Também sob influência dos dois partidos políticos, a Funcef (dos funcionários da Caixa) e a Petros (Petrobrás) contabilizam prejuízos bilionários e também devem ser investigados.

O Postalis divulgou nota nesta quarta-feira, 6, para afirmar que recebeu 9 dos 23 autos de infração decorrentes da fiscalização de seis meses da Previc. A entidade disse que o rombo decorre, principalmente, da desvalorização de cotas de fundos e da necessidade de provisionamentos relativos a investimentos feitos entre 2007 e 2011. Segundo o Postalis, a rentabilidade negativa do plano de 13,39% em 2014 é resultado desses investimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A oposição considera que a conclusão da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) de que a diretoria do Postalis tem responsabilidade por parte do rombo de R$ 5,6 bilhões do plano de benefício definido dos carteiros, revelada nesta quarta-feira, 6, pelo jornal O Estado de S. Paulo, reforça a necessidade de instalação de uma CPI dos fundos de pensão.

O requerimento teve a assinatura de 186 deputados de 24 partidos, mas a CPI ainda depende do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser instalada. Atualmente há uma fila de abertura de CPIs que tem sete requerimentos. Só podem existir simultaneamente na Câmara cinco comissões de inquérito - hoje há quatro em funcionamento.

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"O aparelhamento político dos fundos de previdência complementar, que têm funcionários de estatais e servidores públicos como participantes, associado aos prejuízos milionários recorrentes e decorrentes de sua má gestão, assinalam mais um possível foco de corrupção que carece ser investigado com a máxima urgência", disse o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, autor de pedido para a criação da CPI."A combinação de corrupção e incompetência geraram esse rombo absurdo", completou o líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE).

O déficit de R$ 5,6 bilhões no plano do Postalis, controlado pelo PT e PMDB, foi provocado em sua grande parte por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento passado ao fundo, apontam dois relatórios de fiscalização que o Estado obteve. Também sob influência dos dois partidos políticos, a Funcef (dos funcionários da Caixa) e a Petros (Petrobrás) contabilizam prejuízos bilionários e também devem ser investigados pela CPI.

O Postalis divulgou nota hoje para afirmar que recebeu nove dos 23 autos de infração decorrentes da fiscalização de seis meses da Previc. A entidade disse que o rombo decorre, principalmente, da desvalorização de cotas de fundos e da necessidade de provisionamentos relativos a investimentos feitos entre 2007 e 2011. Segundo o Postalis, a rentabilidade negativa do plano de 13,39% em 2014 é resultado desses investimentos.

A diretoria do fundo afirmou que, por causa da baixa rentabilidade, transferiu a gestão do fundo Serengeti para a carteira própria em setembro de 2013. Como o Estado revelou ontem, a Previc concluiu que a rentabilidade desse fundo era "pífia", quando não negativa. Foram "incompreensíveis", segundo a Previc, "os constantes aportes de recursos, ao contrário do que seria esperado para um fundo cuja carteira possuía ativos com baixíssima liquidez e com altíssimo risco de crédito".

No entanto, o mesmo comportamento ocorreu nos investimentos do outro plano do Postalis, o PostalPrev. Quem ingressou nos Correios até 2005 é participante do plano de benefício definido, que está no vermelho. Os demais são beneficiários do PostalPrev. A Previc também encontrou problemas nessa plano. Ao analisar os investimentos no Fundo São Bento, que tem quase 40% dos recursos desse plano, o órgão de fiscalização chegou à conclusão que, mesmo apresentando rentabilidade insuficiente, foram realizados diversos aportes de recursos no fundo. Como exemplo cita que, de janeiro de 2011 a dezembro de 2013, as entradas chegaram a R$ 858 milhões. O órgão afirma que o desempenho ruim do São Bento e de vários outros fundos eram "de conhecimento amplo e geral" das pessoas que decidiam os investimentos do Postalis, incluindo o presidente e o diretor financeiro.

Os investimentos no Serengeti e no São Bento, como todos os outros, foram referendados pelo BNY Mellon. O Postalis informou que tem ação em curso na Justiça contra o banco norte-americano. Afirmou também que aguarda resposta do Banco Central para apurar irregularidades na conduta do Mellon tendo como respaldo as regras do sistema financeiro nacional. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os gestores do Postalis esperam recuperar até R$ 2 bilhões com esses processos.

O BNY Mellon foi responsável por autorizar oficialmente compra de títulos emitidos por instituições financeiras no exterior lastreados na dívida da Argentina e da Venezuela. Segundo o Postalis, essas operação foi feita à revelia do instituto e contra o regulamento do fundo.

A equipe Williams, atual terceira colocada no Mundial de Construtores de Fórmula 1, revelou ter sofrido um rombo de quase R$ 190 milhões no orçamento da equipe no ano passado. Segundo porta-vozes da escuderia, o prejuízo aconteceu por conta do mau desempenho da temporada 2013.

Naquele ano, a equipe britânica terminou o Mundial na nona colocação entre os construtores. Por isso, investiu pesado para a temporada seguinte e, em 2014, terminou apenas atrás da campeã Mercedes e da Red Bull, em terceiro lugar, sob o comando de Felipe Massa e Valtteri Bottas. A equipe vem mantendo o desempenho na temporada 2015, o que deixa os diretores otimistas.

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"A decisão de investir na equipe foi mais do que validada, uma vez que pulamos do nono para o terceiro lugar no campeonato. Em meados de 2014, formulamos uma estratégia ambiciosa para revigorar a equipe e desenvolver nossas demais atividades", disse Mike O'Driscoll, diretor-executivo da Williams.

Com 61 pontos, a equipe inglesa permanece na terceira posição no Mundial de Construtores, disputando um segundo lugar com a Ferrari. Soberana, a Mercedes tem tudo para terminar mais uma temporada com o título. A próxima etapa da Fórmula 1 será o GP da Espanha, a ser realizado no dia 10 de maio.

Em um ano de aumento de gastos do governo e de manobras contábeis, o setor público brasileiro, incluindo o governo central, Estados e municípios, registrou inédito rombo de R$ 32,6 bilhões. Trata-se do primeiro resultado negativo nas contas públicas desde o início da série histórica, em 2001.

O déficit foi o equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior já registrado. Em 2013, o setor público registrou superávit primário de R$ 91,3 bilhões, ou 1,88% do PIB.

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Com o déficit de 2014, a dívida pública vai crescer. Mesmo se o governo economizar 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 como prometido, ainda será insuficiente para estancar a alta do endividamento.

A expectativa apresentada ontem pelo Banco Central é de aumento da dívida líquida para 38,2% em 2015 e, da dívida bruta, para 65,2% - nos dois casos em relação ao PIB.

O chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, afirmou que o objetivo do governo é estancar a alta da dívida bruta, para, só então, reduzi-la. Essa dívida subiu de 56,7% para 63,4% do PIB no ano passado, atingindo o maior nível da série histórica, iniciada em dezembro de 2001.

A elevação dessa taxa em 2014 foi maior do que a da dívida líquida (que passou de 33,6% para 36,7%) em razão do aumento do déficit nominal.

Juros. O déficit nominal, que vinha rodando na casa de 2% a 3% do PIB nos últimos anos, disparou para 6,7% do PIB em 2014. O BC prevê que, com um aperto fiscal mais forte, haverá redução para 4,5% neste ano.

O déficit nominal embute os gastos com os juros, que somaram R$ 311 bilhões no ano passado - o maior volume desde que o BC começou a compilar os dados. Em relação ao PIB, a taxa de 6,07% é a maior dos últimos sete anos.

"O Brasil tem pago mais juros do que Grécia e Itália, que são países extremamente endividados e têm dívida muito superior ao PIB do que a nossa", analisou o economista da RC Consultores, Thiago Biscuola.

O economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, afirmou que o aumento das despesas com juros é preocupante e deve servir de alerta vermelho para que o governo faça um ajuste fiscal eficiente.

Kawall disse que era aguardado um resultado ruim nas contas do setor público consolidado, mas veio pior que o esperado pelo resultado inédito dos regionais. "O déficit elevadíssimo do setor público regional (Estados e municípios) foi inédito e merece uma maior investigação."

O governo havia prometido no início do ano passado um superávit primário de R$ 99 bilhões em 2014. Essa meta foi revisada para R$ 10,1 bilhões no apagar das luzes, quando o governo decidiu pedir autorização ao Congresso para mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e descontar da meta todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias.

Na prática, o governo recebeu carta-branca para obter qualquer resultado sem descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Dessa forma, as contas do setor público fecharam com um resultado quase R$ 132 bilhões menor do que o prometido no início de 2014.

Assim como a União, os dados divulgados ontem pelo BC mostram que os Estados também tiveram dificuldade para fechar as contas, piorando o resultado global das contas públicas. Eles apresentaram déficit de R$ 13,25 bilhões em 2014, o maior da série histórica iniciada em 2001.

Dessa forma, a contribuição dos chamados entes regionais, que também inclui os municípios, foi negativa em R$ 7,79 bilhões, também o pior desempenho da história. As prefeituras conseguiram fazer um superávit de R$ 5,45 bilhões.

A dificuldade dos Estados, que também enfrentam queda de arrecadação, aumenta o desafio do Tesouro em 2015 de conseguir entregar a economia de 1,2% do PIB para todo o setor público. Isso porque a União assumiu o compromisso de cobrir o eventual descumprimento da meta de Estados e municípios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O atraso de mais de um ano nas obras de Belo Monte deixou de ser apenas um problema de ordem operacional para o governo e o setor elétrico. Passados quase cinco anos desde que a hidrelétrica foi a leilão, em abril de 2010, o maior projeto de geração de energia do País se vê hoje transformado em uma enorme confusão financeira, com sérios riscos de tornar-se economicamente inviável.

A gravidade da situação foi descrita em detalhes pelo próprio consórcio Norte Energia, dono da usina, em uma carta encaminhada à diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no fim de novembro. No documento, ao qual o Estado teve acesso, o consórcio afirma que a rejeição de seu pedido de prorrogação dos prazos e a consequente obrigação de comprar energia de outras usinas para garantir a entrega daquilo que não produziu custariam ao consórcio "somas vultosas, capazes de inviabilizar o empreendimento".

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Por contrato, Belo Monte, em construção na região de Altamira, no Pará, teria de começar a gerar energia a partir de fevereiro de 2015, o que efetivamente só ocorrerá no primeiro trimestre de 2016. Nesse período, argumentou o diretor-presidente da Norte Energia, Duilio Diniz de Figueiredo, seria preciso desembolsar - a preços atuais - cerca de R$ 370 milhões por mês para cobrir o rombo. A usina tem previsão de conclusão para fevereiro de 2019.

Orçada inicialmente em R$ 25,8 bilhões, Belo Monte já ultrapassa a marca de R$ 30 bilhões, por conta de um aditivo de R$ 700 milhões e de correção financeira. Esse termo foi assinado com o Consórcio Construtor de Belo Monte, liderado pela Andrade Gutierrez.

Em tom de apelo, a carta da Norte Energia à Aneel tenta derrubar uma decisão já tomada pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração (SFG) da agência. Em agosto, técnicos da SFG analisaram os argumentos e pedidos feitos pela Norte Energia. Todos foram rejeitados, ou seja, para a área técnica, o consórcio é o único responsável por cada dia de atraso da hidrelétrica.

O assunto ainda precisa passar pela diretoria colegiada da agência, o que não tem data para ocorrer. Procurada, a Aneel disse que o documento está em análise e que não comentaria o processo da Norte Energia.

Críticas

Inconformada com a decisão preliminar, a empresa reagiu e disparou críticas contra tudo e contra todos. Após avaliar a decisão da SFG, disse que foi possível constatar "diversos equívocos e informações incorretas em sua análise" e que "o resultado contraria a legislação vigente". A própria Aneel foi incluída na lista de culpados por atrasos.

A agência, segundo o consórcio, comprometeu o cronograma das obras porque demorou a emitir as declarações de utilidade pública para as áreas onde seria construída a usina. Apesar de o pedido ter ocorrido em dezembro de 2010 e reapresentado em agosto de 2011, afirma a Norte Energia, a autorização de toda a área do empreendimento só ocorreu em janeiro de 2012, "causando atrasos na liberação das áreas".

O consórcio afirma que todas as informações poderiam ter sido requeridas pela Aneel com antecedência, imediatamente após a emissão da licença de instalação da usina. "Contudo, o mesmo não foi feito, trazendo prejuízo inevitável e alheio à vontade da Norte Energia." Para quantificar o dano sofrido, a empresa afirma que, até novembro, ainda tinha 591 unidades pendentes para desapropriação, o que representa 39% do total das áreas de terras necessárias para implantação do empreendimento.

A relação dos responsáveis pelos atrasos também inclui o Ibama e a Funai. O enchimento do reservatório principal da hidrelétrica teria sofrido atraso de 351 dias porque "impedimentos legais do Ibama e Funai inviabilizaram ações no sítio Pimental", local onde é construída uma das casas de força da usina. A empresa também afirma que a "perda da janela hidrológica (meses sem chuva) e demora na autorização do Ibama" resultaram no impacto direto de 397 dias de atraso no marco de desvio do rio Xingu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, deixará nas mãos da nova equipe econômica um rombo de, pelo menos, R$ 8,5 bilhões em pagamentos que deveriam ter sido feitos pela União a empresas do setor de energia. Fontes consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, relataram que os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, não imaginavam que o problema tivesse atingido tamanha dimensão. Trata-se de um dos maiores "esqueletos" deixados para 2015.

Desse total, ao menos R$ 3,5 bilhões em dívidas ficarão sem solução e, provavelmente, serão custeados pelo consumidor por meio do aumento nas contas de luz. O déficit foi acumulado na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que assumiu diversas responsabilidades desde que o governo da presidente Dilma Rousseff decidiu reduzir tarifas de energia elétrica em 20%, em 2012.

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Segundo fontes do governo, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reuniu-se na sexta-feira passada com representantes do setor para discutir soluções para o problema no curto prazo. A promessa agora é autorizar um pagamento de R$ 1,5 bilhão no próximo dia 30, mas as empresas só receberiam o dinheiro no dia 2 de janeiro, o que deve causar impacto nas contas do governo apenas no ano que vem.

Desse pagamento, R$ 1 bilhão deve ir para as distribuidoras e R$ 500 milhões para empresas que geram energia a carvão, que têm direito a subsídio e também estão com pagamentos atrasados.

O problema é que a dívida do governo com essas empresas é bem maior. Somente às distribuidoras, o governo ficará devendo R$ 1,1 bilhão pelo ressarcimento de subsídios que deixaram de ser pagos pelo consumidor e foram assumidos pelo Tesouro.

Outros R$ 3,5 bilhões integram uma dívida do Tesouro com a Petrobras pelo combustível utilizado para abastecer as usinas térmicas de regiões isoladas do País. Depois de ameaças da estatal de deixar a Região Norte às escuras, a atual equipe econômica costurou um acordo.

A Petrobras vai emitir títulos, com garantia do Tesouro, lastreados na dívida da Eletrobras - gestora da CDE, responsável por receber o dinheiro da União e transferi-lo à Petrobras. Mas há dúvidas sobre o apetite do mercado por esses papéis. Se os títulos não forem emitidos até o dia 31 de dezembro, essa será uma das "heranças malditas" a serem recebidas pela nova equipe.

Caso esses dois problemas sejam de fato resolvidos, restará uma dívida de R$ 3,5 bilhões a ser paga pelo Tesouro às empresas do setor elétrico. Estão incluídos neste valor, além da dívida com as distribuidoras e geradoras a carvão, as indenizações às empresas que aceitaram renovar suas concessões antecipadamente e programas sociais pagos às empresas sem reembolso.

Essa despesa entrará o ano de 2015 como "restos a pagar" e será transferida para a tarifa. Ou seja, vai contribuir com um aumento na conta de luz dos consumidores de 3,5%.

Reajustes

As distribuidoras já planejam pedir um reajuste extraordinário em janeiro à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido ao aumento na tarifa de Itaipu, de 46,14%. Isso deve resultar em um aumento de 4% nas tarifas dos consumidores do Sul, Sudeste e Centro Oeste.

Além disso, os recursos do empréstimo bancário para custear a compra de energia no mercado à vista já acabaram. A empresas terão de pagar R$ 1,6 bilhão até 13 de janeiro, mas não têm caixa e esperam que a data da liquidação seja adiada. Em fevereiro, outra dívida de R$ 1,4 bilhão terá de ser paga. Não há nenhuma indicação de que os bancos vão aprovar uma terceira tranche do empréstimo.

Mesmo com toda a ajuda dada ao setor elétrico neste ano, as tarifas aumentaram, em média, 17,38% neste ano. Tudo indica que 2015 será um ano de reajustes ainda mais altos. As contas de luz devem subir, pelo menos, 18%.

Após ser derrotado ainda no 1.º turno das eleições, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), tem vivido dias difíceis na reta final do seu mandato. Desde meados de outubro, a capital do País passa por um grave problema administrativo, que acabou por ampliar a rejeição do petista até mesmo dentro da sigla e deixou ainda mais incerto seu futuro político. Recentemente, o governador eleito do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), afirmou que a previsão do rombo no caixa, que inicialmente era de R$ 2,1 bilhões, poderá chegar a R$ 3,8 bilhões.

Nas últimas semanas, Agnelo suspendeu pagamentos de contratos e salários, o que deflagrou uma onda de protestos do funcionalismo público. Os servidores foram às ruas e pararam o trânsito da capital. Houve greve de ônibus e interrupção da coleta de lixo. Até mesmo a grama dos espaços públicos deixou de ser cortada e o mato começou a tomar conta da cidade.

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A constatação é que o governo gastou mais do que podia. E Agnelo não pode nem culpar a falta de arrecadação, já que Brasília, por ser a capital federal, recebe uma significativa transferência da União desde dezembro de 2002, chamada de Fundo Constitucional. O repasse - que em 2014 passará dos R$ 10 bilhões - é carimbado para as áreas de educação, saúde e segurança. O orçamento próprio do Distrito Federal é de cerca de R$ 23,3 bilhões.

O gasto mais criticado da gestão Agnelo é com a construção do Estádio Mané Garrincha, que custou cerca de R$ 1,5 bilhão e foi todo bancado com recursos próprios. Nos últimos anos, o governador também concedeu reajustes e contratou 36 mil novos servidores, o que sobrecarregou a folha de pagamento.

A despesa com pessoal, que era de 45% da arrecadação em 2010, subiu já em 2011, ano do primeiro do mandato de Agnelo, para 55,4%. Ao todo, foram 29 aumentos salariais, segundo dados do governo, e 37, pelos levantamentos da oposição.

Constrangimento

A situação do DF gera constrangimento no PT. O deputado distrital Wasny de Roure criticou o aumento desordenado dos gastos. "Ficou muito embaraçoso para o PT. Às vezes eu fico com vergonha de sair na rua." Na eleição, a presidente Dilma Rousseff manteve-se longe da disputa pelo governo da capital federal.

Procurado, Agnelo não quis dar entrevista. Em nota, a assessoria do governador assegurou que "todos os servidores ativos, inativos e comissionados, estão com os salários em dia" e que o governo "está adequando seu fluxo de caixa para arcar com os compromissos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo elevou a previsão de déficit da Previdência Social neste ano de R$ 40,601 bilhões para R$ 49,192 bilhões. A previsão de receitas da Previdência foi reduzida em R$ 500 milhões, enquanto a estimativa das despesas foi ampliada em R$ 8,091 bilhões. De acordo com o Ministério do Planejamento, a revisão se deve à atualização tanto dos parâmetros macroeconômicos quanto dos dados realizados até o mês de outubro.

O rombo deste ano só não será maior porque o governo aumentou em R$ 3,586 bilhões a previsão de repasse do Tesouro para a Previdência para cobrir a renúncia fiscal com a desoneração da folha de salários das empresas.

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Segundo o quinto relatório bimestral de reprogramação do Orçamento, divulgado na sexta (21), as despesas do Tesouro com a desoneração da folha serão de R$ 14,586 bilhões.

A estimativa de déficit da Previdência, no início do ano, era de R$ 40,1 bilhões e foi contestada pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, que afirmou que déficit ficaria na casa dos R$ 50 bilhões.

Depois de ser pressionado pela área econômica, o ministro voltou atrás na sua estimativa. O mal-estar levou o Ministério da Previdência Social a suspender as entrevistas mensais para divulgação do resultado do INSS. (Renata Veríssimo, Victor Martins e Adriana Fernandes) As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O deputado federal eleito, Felipe Carreras (PSB), classificou como "absurdo" o aumento da gasolina deliberado nesta sexta-feira (7). De acordo com ele, a presidente Dilma Rousseff (PT) tem empurrado os problemas econômicos da gestão para o bolso do consumidor e está usando a Petrobras como um instrumento desastroso de política econômica.

“Um absurdo a presidente liberar um aumento logo após 11 dias do resultado das eleições. Como se não bastassem os escândalos que temos visto envolvendo a Petrobras, e agora também a Transpetro. Nenhum brasileiro tem como ficar satisfeito com isso, pois sempre sobra para o bolso do trabalhador. O governo tem empurrado a conta da sua má gestão para o brasileiro pagar”, disparou o socialista. 

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Para o deputado eleito existe um "rombo" financeiro na estatal, segundo ele até já admitido pela presidente da Petrobras, Graça Foster. “A estatal está com um rombo imenso nas contas. Em cinco anos, a dívida da Petrobras passou de R$ 71,5 bilhões em 2009 para R$ 241,3 bilhões. Mesmo assim, a presidente preferiu segurar aumentos para driblar a alta da inflação. Há uma defasagem dos preços praticados no Brasil com o do exterior, só piorando as contas da companhia. Mas Dilma continua preferindo usar a Petrobras como escudo da inflação, escondendo dos eleitores esse descompasso”, criticou.

 

 

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