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Vários senadores dos EUA acusam a Google de preferir nas buscas a sua própria suite de serviços em relação aos concorrentes, mas o presidente do conselho da companhia, Eric Schmidt negou nessa quarta-feira, 21/8, que a empresa manipule os resultados das pesquisas.

Serviços do próprio Google parecem sempre aparecer perto do topo nos resultados das buscas orgânicas, afirma o senador republicano do Utah, Mike Lee, que apresentou um gráfico mostrando produtos Google sempre entre os três primeiros resultados da pesquisa, enquanto outros sites eram movidos para cima e para baixo nos rankings do Google. Parece que a Google tem “cozinhado” os resultados das busca, disse.

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Schmidt negou as afirmações de Lee e de outros membros da subcomissão. “Posso assegurar-vos, não interferimos nos reultados”, disse. A Google está focada em fornecer os melhores resultados nas buscas, não levando negócio para os seus serviços, disse.

O gráfico de Lee parecia comparar pesquisas por produtos com pesquisas por sites de comparação de preços, disse Schmidt. “Não estou ciente de qualquer determinação ou ação no sentido de favorecer os produtos da Google", disse.

Mas o senador Al Franken, democrata do Minnesota, considerou a resposta de Schmidt a Lee, dizendo não estar ciente de qualquer desvio nas pesquisas em serviços de compras, confusa (“fuzzy”). “Se você não sabe, quem sabe?”, questionou.

As respostas de Schmidt também não pareceram confortar Lee e confirmaram os seus “receios” da pesquisa enviesada no Google, disse Lee.

O modelo de negócio de busca do Google parece ter mudado nos últimos anos após uma “loucura de aquisições” que levaram a empresa para diversos novos mercados, disse o senador Herb Kohl, democrata do Wisconsin e presidente do subcomitê.

O senador Richard Blumenthal, democrata de Connecticut, comparou o modelo inicial de negócios da Google com uma empresa que possuía uma pista de corrida, mas depois começou a ter cavalos. “Os seus cavalos parecem ganhar sempre”, declarou.

Executivos do site de consumidores Yelp e do site de comparação de preços Nextag disseram aos senadores que as práticas de pesquisa do Google estão prejudicando seus negócios. Em vez de inovar, a Google tem copiado outros serviços na criação do seu próprio site de compras, disse Jeff Katz, CEO da Nextag. Cerca de 65% dos resultados das buscas do Nextag vêm através do Google e as recentes alterações aos resultados nas pesquisas no Google prejudicaram em muito o seu negócio, disse Katz.

A Google foi um bom parceiro durante anos, mas recentemente começou a favorecer os seus próprios serviços relativamente ao Yelp, disse Jeremy Stoppelman, co-fundador e CEO do Yelp. Nos últimos anos, o Google concentrou-se em ser um site de destino e não uma ferramenta de busca imparcial, disse Stoppelman.
questionou se o Yelp poderia ter sucesso hoje, com as práticas actuais do Google. Inquirido se poderia lançar o Yelp no ambiente atual, Stoppelman disse que “encontraria outra coisa para fazer”.

Voz dissonante, Creighton, ex-chefe responsável pela concorrência na Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA, alertou os senadores sobre a tentativa de dizer à Google como apresentar os resultados das buscas. A interferência do governo poderia transformar os resultados dessas buscas no Google em uma “utility” regulamentada, lembrou.

A votação do projeto de lei de reforma do Código Florestal foi adiada, mais uma vez, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ficando programada para a próxima quarta-feira (21). O presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), concedeu vista coletiva aos senadores diante das novas modificações feitas no texto pelo relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

Durante a reunião, Luiz Henrique anunciou que fez novas alterações no texto depois de se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e depois da audiência pública realizada ontem com juristas. Luiz Henrique disse que deve incluir no texto um capítulo com disposições transitórias, que valeriam para as áreas consolidadas anteriores ao novo código. Outra modificação refere-se ao artigo 3º, inciso XVI, que define uma das travas para o desmatamento, as hipóteses de utilidade pública.

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O relator acrescentou a palavra "federal" à letra D, ficando assim a nova redação: "utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as obras de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento, energia, mineração, telecomunicações, radiodifusão, e estádios e demais instalações necessárias à realização de competições esportivas municipais, estaduais, nacionais ou internacionais; c) atividades e obras de defesa civil; d) demais atividades ou empreendimentos definidos em ato do Chefe do Poder Executivo Federal.

Com isso, qualquer acréscimo de atividades ou empreendimentos que o governo entenda que deverão ser considerados de "utilidade pública", somente poderá ser feito por ato do Executivo Federal, excluindo-se a possibilidade de que os governos estaduais legislem nessa matéria. O artigo 8º do novo código permite que haja modificação ou supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP) nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (13) a Medida Provisória (MP) 535, que institui os programas de Apoio à Conservação Ambiental e de Fomento às Atividades Produtivas Rurais direcionados às famílias em situação de extrema pobreza. A MP integra o Plano Brasil sem Miséria lançado no início de julho pela presidenta Dilma Rousseff. A medida segue agora à apreciação do Senado Federal.

A MP tem entre outros objetivos, incentivar a conservação dos ecossistemas, promover a cidadania, melhorar as condições de vida e a elevação da renda da população em situação de extrema pobreza que exerça atividades de conservação dos recursos naturais no meio rural. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente a execução do Programa de Apoio à Conservação Ambiental.

Pela MP, a transferência de recursos financeiros do Programa de Apoio à Conservação Ambiental será feita por meio de repasses trimestrais no valor de R$ 300 por um prazo até dois anos, podendo ser renovada.

A medida provisória também autoriza a União transferir diretamente ao responsável pela família beneficiária do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais os recursos financeiros no valor de R$ 2.400 por família, em no mínimo três parcelas, e no período máximo de dois anos.

O relator da MP, deputado Assis do Couto (PT-PR), incluiu no texto a previsão de prioridade para o atendimento às famílias conduzidas por mulheres e para aquelas residentes em municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Concluída a votação da MP 535, foi feita a leitura do parecer da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) à Medida Provisória 536, que reajusta de R$ 1.916,45 para R$ 2.384,82 o valor da bolsa para médicos residentes retroativo a 24 de junho deste ano.

O Senado da Itália aprovou hoje um contestado pacote de austeridade fiscal elaborado com o objetivo de reduzir o déficit do país em mais de  54 bilhões de euros no decorrer dos próximos três anos. O plano de austeridade passou com 165 votos a favor, 141 contra e três abstenções.

Depois de ter sido modificado cinco vezes ao longo dos últimos dois meses, o pacote foi atrelado a um voto de confiança para assegurar a união dos aliados do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, depois de semanas de acaloradas disputas em torno dos detalhes do plano.

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As medidas de austeridade incluem um aumento da taxa de valor agregado e a elevação de 60 para 65 anos da idade de aposentadoria das mulheres empregadas pelo setor privado, entre outras ações. A versão aprovada hoje totaliza mais de € 54 bilhões em economias fiscais e maior arrecadação de impostos - acima dos € 45,5 bilhões do plano original apresentado há algumas semanas.

O objetivo do plano de austeridade é equilibrar o orçamento nacional até 2013 e ajudar o governo a reduzir a enorme dívida da Itália, que totaliza cerca de 120% do produto interno bruto (PIB) do país. Trata-se da segunda maior proporção de endividamento da zona do euro, atrás apenas da Grécia.

A aprovação do pacote pelo Senado já era esperada pelo fato de Berlusconi contar com maioria na Casa, mas o governou atrelou à votação uma moção de confiança para assegurar que as medidas de austeridade passassem.

Com a aprovação no Senado, o plano seguirá para a Câmara dos Deputados, onde será apreciado amanhã pela comissão de orçamento. A expectativa é de que a Câmara aprove as medidas de austeridade dentro de alguns dias, já que Berlusconi também conta com maioria na Casa. As informações são da Dow Jones.

Foi aprovada pelo Senado Federal a Medida Provisória (MP) 532, que autoriza a Companhia de Correios e Telégrafos (ECT) a constituir subsidiárias ou adquirir o controle ou participação acionária em sociedades empresariais. Dos senadores presentes nesta quarta-feira (31), 43 votaram a favor e 12 contra a MP. A medida recebeu algumas emendas de redação no Senado e ainda segue para sanção presidencial.

Com a aprovação da MP serão ampliadas as áreas de atuação dos Correios, que poderá explorar serviços postais eletrônicos, financeiros e de logística integrada. Os Correios, portanto, passaram a ter a mesma estrutura das empresas de sociedade anônima, e suas decisões serão tomadas por assembleia geral.

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Para o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), Alisson Tenório, a medida abrirá brecha para a terceirização dos serviços. “Na verdade a MP 532 vai intensificar essa prática nos Correios, ainda mais, pois atualmente já temos em vários setores profissionais terceirizados”, alertou o secretário.  Ele reforçou que depois de três anos sem realizar concursos públicos o ECT promoveu um este ano, mas ainda não contratou nenhum dos concursados. “Parece que eles estavam esperando aprovar a MP para ter a chance de contratar mais trabalhadores terceirizados”.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, debateu a exploração do pré-sal em Brasília nesta quarta-feira (31) em uma audiência pública das comissões de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Social e Infraestrutura do Senado Federal. Cerca de vinte senadores estiveram presentes, entre os quais os pernambucanos Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB).

O governador lembrou que “A discussão sobre o marco legal para a exploração do petróleo da camada do pré-sal está colocada em outro patamar, a partir do qual será firmado o grande entendimento nacional que vai fazer deste patrimônio da nação uma coisa positiva na vida de todos os brasileiros”.

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E observou que “Já há um relativo consenso de que nenhuma legislação pode ser aprovada que resulte na retirada das receitas que hoje financiam os estados chamados produtores. Falta, agora, combinar uma forma na qual o pré-sal sirva para reduzir as desigualdades regionais em vez de acentuá-las. E, para isso, é preciso ver com atenção a questão dos investimentos da Petrobras, que precisam ser distribuídos de forma equilibrada pelo país”.

A reunião, que teve ainda a participação dos governadores Sérgio Cabral (RJ), Renato Casagrande (ES) e Geraldo Alckmin (SP), foi convocada como parte de uma estratégia para alcançar o consenso sobre a nova legislação que vai definir critérios de distribuição dos royalties da exploração do petróleo.

Além do Projeto de Lei em discussão no Senado, há um veto do presidente Lula ao projeto Ibsen Pinheiro, que determina a distribuição igualitária de todas as receitas petrolíferas, inclusive as que hoje já são repartidas com oito estados da federação e representam, por exemplo, 15% de todo as receitas do estado do Rio. A derrubada do veto deverá ser votada no próximo dia 20 de setembro, justificando a urgência de alcançar um acordo.

Um bate-boca entre o senador tucano Mário Couto (PA) e o líder do PT, Humberto Costa (PE), quase transforma o plenário e o cafezinho do Senado num ringue. Faltou pouco para eles se atracarem. O confronto esquentou quando o líder petista afirmou que a CPI da oposição só serve para "dar palanque àqueles que não têm compromisso com o Brasil, mas apenas com o histrionismo para aparecerem na televisão defendendo coisas que nós sabemos que são absolutamente indefensáveis". Couto tinha acusado a presidente Dilma Rousseff de sugerir a seus aliados que "roubem" porque não demitirá ninguém.

"A Ideli, Brasil! Aquela Ideli, senadora que vocês viam aqui, aquela Ideli diz que o governo vai assegurar a liberação de R$ 1,7 bilhão para os deputados calarem a boca", disse Couto. E continuou: "É, Brasil grandioso e querido! Olha como caminhas. Ó Pátria querida, olha o que os teus filhos fazem contigo, pátria, te abandonaram; pátria, dizem para ti: te lixa! Ninguém assina a CPI da Corrupção, ó pátria amada!".

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Humberto Costa retrucou, do meio do plenário, que a Mesa Diretora precisa tomar uma posição. "Aqui, nosso partido já foi chamado de partido de bandidos, de vagabundos e a Mesa não faz nada porque dizem: 'Não, trata-se de um louco, de um débil mental'. E a quantidade de agressões que são feitas aqui? O Regimento precisa ser atualizado, modernizado, para impedir que todos os dias se repitam aqui as agressões a pessoas, a partidos. E muitos não querem comentar porque acham que se trata de discursos folclóricos. Estou apresentando neste momento uma solicitação ao presidente, ao corregedor da Casa."

A ida do líder petista para o cafezinho transferiu a troca de insultos para lá. Humberto Costa dava entrevista quando Couto chegou e tocando-o no ombro, retrucou: "Débil mental, não". Ao que Costa respondeu: "Débil mental, sim, você deve aprender a respeitar as pessoas". "Moleque", acrescentou. "Você é um safado", contra atacou Couto. "Safado é você". Os assessores de Humberto Costa tentaram contê-lo, enquanto Mário Couto deixava o cafezinho gritando: "Corrupto tem de acabar no pau, mesmo. Não pode dar trégua. Você acorda e vê, é corrupto a toda hora, tem de acabar."

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a criação de um banco de dados de DNA que permita a identificação genética dos investigados por crimes violentos ou hediondos. O objetivo é facilitar a identificação dos investigados em outros crimes. Aprovado em caráter terminativo, o projeto segue diretamente para a análise da Câmara.

O projeto original do senador Ciro Nogueira (PP-PI) estabelecia a identificação genética apenas dos condenados por crimes violentos, ou seja, após sentença judicial condenatória. No entanto, após negociações com o Ministério da Justiça, a coleta de DNA foi estendida aos acusados em inquérito policial. Justificando o projeto, Nogueira citou estatísticas de que apenas 6% dos investigados por crimes violentos no Brasil são efetivamente condenados. "Em países que utilizam esse sistema chega-se a 60%", relatou.

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"(O projeto) vai servir ao inocente para que, no caso de prova pericial, possa provar sua inocência", explicou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que foi relator da matéria. Demóstenes lembrou que os bancos de dados genéticos para identificar criminosos existem há anos em outros países. "Na Inglaterra, colhe-se o DNA das pessoas quando elas nascem", exemplificou.

A lei atual prevê, somente, a identificação criminal apenas pela datiloscopia (impressão digital) e fotografia. O texto aprovado pelos senadores prevê que os investigados por crimes violentos ou hediondos sejam "obrigatoriamente" identificados por meio da coleta de material genético (como fios de cabelo ou secreções do corpo), por meio de "técnica adequada e indolor".

Os perfis genéticos serão armazenados em bancos de dados sigilosos, administrados pela unidade de perícia competente, vinculada à Polícia Civil ou Federal, encarregada da investigação. Os dados poderão ser acessados pela autoridade policial, Ministério Público ou defesa para contribuir em investigação, mediante prévia autorização judicial.

O projeto determina, ainda, que os perfis genéticos sejam excluídos do banco de dados quando terminar o prazo de prescrição do crime atribuído ao identificado. Por exemplo, se a pessoa foi acusada de crime de homicídio, seu DNA ficará armazenado por, no mínimo, 20 anos. O Ministério da Justiça havia proposto que os perfis fossem descartados logo no encerramento da investigação policial, caso o indiciado fosse inocentado.

Brasília - O Tribunal Federal Regional da 1ª Região (TRF-1) acatou recurso da Mesa Diretora do Senado e derrubou hoje (22) uma liminar da Justiça Federal de primeira instância que proibia o pagamento de salários acima do teto constitucional a servidores da Casa.

Na decisão, o presidente do TRF-1, desembargador Olindo Menezes, argumentou que o teto constitucional deve ser respeitado, mas que a independência dos Poderes também deve ser garantida. Para o desembargador, cabe ao Senado decidir sobre as regras remuneratórias dos servidores.

Na decisão, Menezes também avaliou que o corte dos salários, como pedia a liminar, inviabilizaria o funcionamento do Senado. “A decisão atenta contra a ordem administrativa, na medida em que, de forma abrupta, inviabiliza o funcionamento do serviço público do Senado Federal. Sem falar na alteração, sem contraditório, de inúmeras situações jurídicas constituídas e seladas pelo teste do tempo".

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) inaugurou na tarde desta segunda-feira uma série de discursos em apoio às ações da presidenta Dilma Rousseff no combate à corrupção. Simon, Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS) encabeçam uma frente pluripartidária de senadores que decidiu defender, publicamente, as iniciativas de Dilma contra a corrupção.

"Não é alinhamento automático, é apoio a ações de governo", definiu Ana Amélia. No final de seu pronunciamento, ela pediu à presidenta que "não ceda a pressões de grupos determinados e prossiga em sua decisões. Ela tem o tem o direito e dever de intervir em ministérios quando e sempre que considerar necessário", concluiu. Tanto Ana Amélia, quanto Simon e Cristovam assinaram requerimentos de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) contra o governo Dilma. No caso, pedindo a investigação da evolução patrimonial do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci.

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No entanto, esse grupo passou a defender a criação de uma frente suprapartidária em apoio a Dilma depois que partidos da base aliada ao governo ameaçaram retaliar a presidente devido à "faxina" contra a corrupção que ela deflagrou, começando pelo Ministério dos Transportes e, depois, atingindo o Ministério da Agricultura. Neste caso, entretanto, Dilma dá sinais de que preservará o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, do PMDB. Por esse motivo, o PR acusa a presidenta de "tratamento diferenciado", já que não poupou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que havia sido indicado pelo PR para o cargo.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) - que também assinou CPIs contra o governo - destacou que Dilma não precisa de uma base em defesa do governo, "mas em defesa do Brasil". E acrescentou: "quantas vezes a presidente tomar a iniciativa de apoiar a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e a sua Polícia Federal, de apoiar todos os mecanismos de combate à corrupção, terá de nós integral apoio".

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não estava presente à sessão e nem o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), um dos principais aliados do governo. Só o líder do PT, Humberto Costa (PE), estava no plenário da Casa.

O projeto de lei que institui o novo Código Florestal deve ser votado e aprovado no Senado até o fim de outubro, de acordo com a senadora Katia Abreu (sem partido-TO). O texto aprovado na Câmara, disse, não possui qualquer ponto que impeça uma tramitação mais ágil. "Penso que no próximo dia 24 o Código deverá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Até o fim de outubro deveremos enviá-lo para a Câmara dos Deputados. Acredito que será aprovado por grande maioria (no Senado) e que a votação da Câmara deverá se repetir", afirmou, após participar do Ciclo de Debates sobre o Código Florestal, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A senadora enfatizou que não há predisposição do Senado em votar contra o governo. "O Senado tem pessoas experientes, ex-governadores, ex-presidentes, ex-ministros, e tem todo o direito de debater e querer entender as matérias, fazer alguma alteração", afirmou. "O que precisa ficar claro é que não existe predisposição dos senadores em derrotar o governo. Para nós, não é interessante que isso aconteça. Queremos sair do Senado com uma grande maioria de votos, num grande consenso em que o governo também possa ser partícipe".

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Katia Abreu não acredita que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto se ele for aprovado nas mesmas condições votadas na Câmara. "Tenho certeza de que ela terá maturidade. Teremos a maturidade de aprovar uma legislação que seja boa para o Brasil. Vamos trabalhar pelo consenso", afirmou.

A senadora negou que o Código Florestal tenha anistiado os produtores rurais que desmataram áreas de preservação. "Não há anistia no projeto. Anistia é algo que não tem condicionantes, perdoar uma multa sem ter que fazer nada, não é assim. As multas serão apenas suspensas e, caso o agricultor corrija os erros cometidos, as multas se transformarão em serviços ambientais", afirmou. "O objetivo não é fazendário, o meio ambiente não é lugar de arrecadar dinheiro. Portanto, se o agricultor está corrigindo o erro, qual o sentido da multa?", questionou. "A permanência da multa seria um castigo, e nós, como país democrático que somos, não temos esse objetivo. Não é Receita Federal, não é Secretaria de Fazenda para arrecadar dinheiro pura e simplesmente".

Defesa

A senadora defendeu ainda que o parágrafo 33 do Código, que remete para a União e os Estados legislar sobre a questão ambiental, seja regulamentado por lei. "Nós não queremos mais viver na ditadura do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) ou do Ministério do Meio Ambiente, que foi capturado pelas organizações não governamentais (ONGs)", afirmou. "Queremos que todo o debate ambiental seja discutido no Congresso Nacional. Então, qualquer regulamentação deve ser feita em lei, e não por uma caneta só, na escuridão sem que a sociedade conheça".

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do Código na Câmara, acredita que o projeto será aprovado no Senado até o fim deste ano. "No Senado, eu creio que os relatores já têm o trabalho adiantado. Conversei com os líderes Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC), e eles me garantiram que partiriam do relatório aprovado na Câmara e naturalmente vão procurar aperfeiçoar um dispositivo ou outro, mas sou otimista quanto à aprovação", afirmou.

"O prazo foi dado pela própria presidente Dilma ao assinar aquele decreto da anistia suspendendo as multas até dezembro. Se ela assinou até dezembro, é porque tem a expectativa de que até lá haja uma norma permanente e que não precise mais de um decreto". Na avaliação dele, o texto poderá ser aprovado na Câmara rapidamente. "A Câmara já fez todo o debate, a Câmara precisa apenas receber o texto do Senado, votar se for alterado e aí o texto vai à sanção da presidente da República", disse.

Para Aldo, o Código será aprovado pela grande maioria dos senadores e não deverá ter sua votação prejudicada com a crise entre governo e a base aliada, que ameaça não votar mais nenhum projeto caso as emendas parlamentares não sejam liberadas. "Eu não creio porque esse Código só foi votado com uma grande maioria exatamente pela capacidade de reunir em seu apoio a base do governo e a oposição", afirmou. "Foram 410 votos. Foi a vontade do Congresso, não é uma matéria do Executivo, da base ou da oposição, é de interesse da população e da sociedade, de preservar o meio ambiente e a produção de alimentos, sem renunciar a nenhuma delas".

A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-integrante do PV Marina Silva disse ontem, no Encontros Estadão & Cultura, que espera que o Senado conserte os erros da Câmara Federal, que aprovou o substitutivo do Código Florestal apoiado pela bancada ruralista. Para ela, a mobilização da população é fundamental.

"Podemos criar formas sui generis de mobilização, para que os senadores se sintam politicamente estimulados e eticamente constrangidos a consertar o que foi feito na Câmara", afirmou a ex-ministra no auditório lotado da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo.

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Marina lembrou que a discussão sobre o Código Florestal é muito antiga: desde a primeira versão da lei, promulgada em 1934, já havia uma preocupação com os rumos da ocupação e do uso do solo no País. "Quando a primeira versão do Código Florestal foi pensada, já havia um alerta vermelho para o fato de estarmos indo por um caminho perigoso", disse Marina.

Ela afirmou que um dos problemas causados pela discussão polarizada que se deu na Câmara dos Deputados foi tentar pintar a legislação ambiental como fruto de interesses externos ao País. "Essa legislação é fruto dos brasileiros, da academia, e não de ONGs estrangeiras, como andam dizendo."

Marina disse que existem áreas que devem ser preservadas, outras que devem ser manejadas, e áreas em que se deve consolidar a agricultura. "O que não podemos é impactar os recursos dos quais dependem milhares de pessoas em nome de um enriquecimento rápido e de curto prazo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10), um projeto que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em postos de gasolina e nas lojas de conveniência existentes nesses estabelecimentos, independentemente da localização. O projeto ainda segue para votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em decisão terminativa - aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado -, antes de ser encaminhada para análise da Câmara dos Deputados.

 

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LEI SECA

A lei 11.705/2008, mais conhecida como "Lei Seca", que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de bebidas alcoólicas, entre outros itens, já proíbe a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas na faixa de domínio com acesso direto a rodovias, para consumo no local, com exceção da área urbana.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, com 269 votos a favor e 161 contra, o projeto de lei que eleva o limite legal de endividamento do governo do país e reduz o déficit orçamentário em US$ 2,7 trilhões em dez anos. O projeto será enviado ao Senado, onde deve ser votado nesta quarta-feira. Caso passe naquele Casa, o presidente Barack Obama já disse que irá sancioná-lo.

O projeto foi elaborado a partir de um acordo entre os partidos Democrata e Republicano alcançado ontem, depois de meses de negociações. A falta de consenso em torno da elevação do limite da dívida, atualmente em US$ 14,29 trilhões, ameaçava deixar o governo dos EUA sem condições de fazer pagamentos hoje, com o risco de declaração de default e de perda do rating de crédito AAA.

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O acordo prevê uma elevação gradual do limite de endividamento. Na primeira etapa, ele será ampliado em US$ 900 bilhões, enquanto o governo cortará despesas de US$ 917 bilhões nos orçamentos dos próximos dez anos. Nas etapas seguintes, um comitê de seis congressistas democratas e seis republicanos deverá selecionar, até 23 de novembro, mais US$ 1,5 trilhão em corte de gastos para ser votado pelo Congresso até 23 de dezembro. Nessa ocasião, o limite da dívida seria elevado em mais US$ 1,2 trilhão.

O "supercomitê" de políticos dos dois partidos terá de produzir cortes de gastos de pelo menos US$ 1,2 trilhão. Se não conseguir, entra em vigor automaticamente uma nova rodada de reduções de gastos, 50% em despesas militares e 50% em despesas com programas domésticos. Além disso o acordo prevê que o Senado e a Câmara votarão uma emenda parlamentar para Orçamento equilibrado até o fim do ano.O projeto foi aprovado na Câmara com o voto favorável de 174 republicanos e 95 democratas. Votaram contra 66 republicanos e 95 democratas. As informações são da Dow Jones.

O líder rejeitou a ideia sugerida pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA), de fechar um acordo prévio para a presidente Dilma Rousseff vetar o dispositivo do sigilo. Jucá alega que seria melhor resolver a questão no Senado. "Essa questão do sigilo tem de ser debatida pelo Senado. Acho que se nós aprovarmos do jeito que está e colocarmos o veto para a presidente, talvez não seja o melhor mecanismo, já que nós temos prazo para discutir e votar aqui no Senado. É melhor que o debate seja feito aqui, sem o Senado abrir mão de sua prerrogativa", afirmou.

O senador disse que não entendeu a posição de Sarney como sendo de oposição à MP mas, sim, a de rejeitar apenas o artigo do sigilo. "E a intenção do governo não é ter obra sigilosa, o governo está criando um mecanismo de proteção do preço enquanto abre o processo de licitação, mas tudo isso é discutido. Nada foi ainda aprovado definitivamente na Câmara e, portanto, poderá ser discutido e modificado no Senado".

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Segundo Jucá, os senadores terão duas semanas para debater a MP, cuja validade termina dia 14 de julho. "Tem destaques ainda a serem votados na Câmara e, portanto, a gente não sabe o texto que chegará ao Senado", lembra. "Quando chegar vamos debater com os líderes e eu espero que o Senado tenha prazo para discutir e se for o caso emendar a proposta, já que ela só cai, só perde a validade no dia 14 de julho", argumentou.

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