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Por muito tempo, Raqa se beneficiou do rio Eufrates, que atravessa esta cidade síria. Mas hoje, as pessoas sedentas estão dispostas a arriscar suas vidas para se abastecer de água em meio aos combates entre o grupo Estado Islâmico (EI) e as forças antijihadistas.

A cidade do norte da Síria está sem água corrente há várias semanas, desde a destruição das canalizações nos bombardeios, alguns dos quais atribuídos à coalizão internacional anti-EI liderada pelos Estados Unidos.

Sob um calor extremo, os habitantes desidratados são, assim, forçados a aventurar-se nas margens do Eufrates ou em poços improvisados ​​cavados pela cidade.

E isto tem colocado suas vidas em risco, à medida que se intensificam os combates entre o EI e as Forças Democráticas da Síria (SDS), uma aliança entre árabes e curdos apoiada por Washington, que entrou em 6 de junho em Raqa, reduto extremista na Síria desde 2014.

"Precisei ir bombear água de um poço no sul da cidade perto do rio", disse à AFP Karim, um ativista da rede Raqqa24. Bloqueado na cidade, ele preferiu usar um nome falso por medo de represálias dos jihadistas.

Os extremistas cortaram a rua que ligava a zona sul da cidade ao rio, fazendo com que ele e outros homens buscassem água em um buraco cavado por um morador local.

"Fomos capazes de tirar água por uma hora, mas depois tivemos de fugir por causa do fogo de artilharia. Um morteiro caiu a apenas 50 metros de distância de mim", relata.

- 46°C -

Ele descreve uma cena de pânico: famílias arrastando galões de água pela cidade e, de repente, começam a correr para se proteger dos tiros e ataques aéreos.

Civis que fugiram de Raqa também relataram à AFP que foram alvos de atiradores do EI emboscados quando tentavam encher seus recipientes no rio.

Com temperaturas atingindo 46°C, os habitantes de Raqa enfrentam um dilema: sofrer com a sede escondidos ou arriscar suas vidas para buscar água.

"A falta (de água) está nos matando. E água fresca só existe em nossos sonhos", explica Karim.

Desde que o EI assumiu o controle da cidade em 2014, Raqa é associada às atrocidades cometidas pelos extremistas, como os enforcamentos públicos.

Com o apoio da coalizão, as FDS tentam desalojá-los em favor de uma grande ofensiva lançada em novembro.

Há poucos anos, a cidade podia se vangloriar de sua localização privilegiada no fértil vale do Eufrates e das hidrelétricas vizinhas que forneciam energia para uma grande parte do país.

- 'Ironia' -

"A maior ironia se deve ao fato de que esta cidade está localizada à margem do Eufrates, mas está morrendo de sede", afirma a organização "Raqqa is Being Slaughtered Silently" (RBSS).

De acordo com esta organização, uma das poucas a manter ligação entre a cidade e o mundo exterior, pelo menos 27 pessoas morreram nas últimas semanas nos ataques aéreos da coalizão ao tentarem chegar ao rio ou a poços nas proximidades.

"Meu tio e sete crianças morreram há cerca de duas semanas quando iam para uma escola perto do centro da cidade onde um poço está localizado", assegura o co-fundador da RBSS, Abdalaziz al-Hamza.

Mas aqueles que conseguem tirar água do rio se expõem a problemas de saúde, segundo alertou recentemente a ONU, reportando uma água potencialmente "imprópria para consumo", que poderia provocar doenças.

"A população de Raqa usa essa água para higiene, para beber...", adverte outro ativista da RBSS, Houssam Eesa. "Mas ela não é limpa, especialmente por causa de todos os morteiros e os corpos", diz ele.

RBSS afirma ter documentado sintomas de doenças transmitidas pela água, como febre e perda de consciência, temendo casos de cólera.

A explosão de um carro-bomba em Damasco, capital da Síria, deixou pelo menos 12 pessoas mortas neste domingo (2).

O balanço é da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (Sohr, na sigla em inglês), que diz também que outros 15 indivíduos ficaram feridos.

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Segundo as forças de segurança, três veículos com explosivos tentaram entrar em Damasco: dois foram interceptados na estrada que leva ao aeroporto, mas um conseguiu chegar à praça Tahreer, no centro da cidade, e foi detonado pelo motorista.

O objetivo dos terroristas era atingir lugares com multidões no primeiro dia útil após o fim do Ramadã, o mês sagrado do islã. Ataques desse tipo têm sido relativamente raros em Damasco, sede do regime de Bashar al Assad, que fez uma série de aparições públicas na última semana para dar uma demonstração de força aos sírios.

Forças pró-governo travam combates com rebeldes nos subúrbios da capital, porém foram capazes de mantê-los fora do centro da cidade ao longo dos últimos anos. Recentemente, as tropas oficiais conseguiram expulsar milícias de Ain Terma e Jobar, áreas que estavam sob controle rebelde desde 2011.

Até o momento, o atentado deste domingo não foi reivindicado.

O Pentágono disse nesta terça-feira que viu sinais de que a Síria está se preparando para usar armas químicas novamente, preparando o cenário para um novo confronto com o presidente sírio, Bashar al-Assad. O porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, afirmou que os EUA viram "ações sugestivas de intenção de usar armas químicas" na mesma base síria que foi atingida por mísseis americanos em abril.

Washington está acompanhando os desenvolvimentos na base aérea de Shayrat por vários dias e as indicações de que a Síria está se preparando para usar armas químicas tornaram-se "mais alarmantes" nas últimas 24 horas, segundo Davis. De acordo com ele, a inteligência americana identificou um plano específico de um local em Shayrat, que estava sendo preparado para o uso de armas químicas.

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O Pentágono divulgou suas informações horas depois que o governo de Donald Trump, por meio do porta-voz Sean Spicer, emitiu uma advertência de que a Síria pagaria um "preço pesado" caso Assad usasse armas químicas novamente. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo da Síria negou as alegações do governo dos Estados Unidos de que estaria preparando um novo ataque químico.

Ali Haidar, ministro de Reconciliação Nacional da Síria, criticou as declarações do governo americano na noite de segunda-feira sobre um alerta contra o presidente sírio, Bashar Al-Assad, sobre um novo ataque químuco. Segundo o ministro, as acusações da Casa Branca ofuscam uma nova campanha diplomática contra a Síria nas Organização das Nações Unidas (ONU).

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O governo russo também desmentiu as declarações do governo do presidente americano, Donald Trump. O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmistry Peskov afirmou que "tais ameaças aos líderes legítimos da Síria são inaceitáveis".

Ontem à noite, o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, emitiu um comunicado que diz que os Estados Unidos "identificaram possíveis preparações" para outro ataque químico conduzido pelo governo de Bashar al-Assad que "resultaria numa grande matança de civis, incluindo crianças inocentes".

Spicer afirmou que as atividades são similares as que ocorreram em abril, que deixaram dezenas de mortos na Síria. "Se Assad conduzir outro ataque com armas químicas, ele e seu exército pagarão um alto preço", alertou. Fonte: Associated Press.

O governo norte-americano informou nessa segunda-feira (26) que identificou "potenciais preparativos" por parte do regime da Síria para a realização de novo ataque com armas químicas no país e afirmou que, se isso acontecer, o presidente Bashar Al Assad e suas forças "pagarão um preço alto". A informação é da Agência EFE.

Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, detalhou que foram detectadas atividades "similares" aos preparativos feitos pelo regime sírio antes do ataque químico de 4 de abril.

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A Casa Branca não informou o local, nem quando foram detectados esses preparativos para um novo ataque, mas afirmou que isso "provavelmente levaria ao assassinato em massa de civis, inclusive crianças inocentes".

"Como já afirmamos anteriormente, os Estados Unidos [EUA] estão na Síria para eliminar o Estado Islâmico do país e do Iraque. Não obstante, se Assad fizer outro massacre usando armas químicas, ele e as suas Forças Armadas pagarão um preço alto", declarou Spicer.

Após o ataque químico ocorrido no Norte da Síria em abril deste ano, pelo qual o Ocidente culpa o regime de Assad, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou um bombardeio unilateral contra uma base aérea na cidade de Homs, controlada pelo governo sírio.

Esse bombardeio foi o primeiro ataque direto de forças americanas contra o regime de Assad em seis anos de guerra na Síria.

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) divulgou um relatório, nesta terça-feira (20), em que o número de refugiados reconhecidos no país aumentou 12% em 2016, chegando a 9.552 pessoas de 82 nacionalidades.

Desse total de refugiados no Brasil, 8.522 foram reconhecidas por vias tradicionais de elegibilidade, 713 chegaram ao Brasil por meio de acolhimento jurídico e físico (reassentamento) e 317 se refugiaram na casa de algum familiar. Os países que obtém o maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria, com 326 pessoas, República Democrática do Congo, com 189 pessoas, Paquistão, com 98 pessoas, Palestina, com 57 pessoas, e Angola, com 26 pessoas.

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Segundo o Conare, os pedidos de refúgio caíram 64% em 2016, em comparação com 2015, sobretudo em decorrência da diminuição das solicitações de haitianos. Os países com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil em 2016 foram Venezuela, com 3.375 solicitações, Cuba, com 1.370 solicitações, Angola, com 1.353 solicitações, Haiti, com 646 solicitações, e Síria, com 391 solicitações. 

Apesar da diminuição no número de solicitantes de refúgio no ano passado, houve um aumento expressivo de solicitações de venezuelanos (307%) em relação a 2015. De acordo com o relatório, 3.375 venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil, cerca de 33% das solicitações registradas no país em 2016.

O exército sírio anunciou neste sábado (17) que suspendeu por 48 horas todas as operações de combate na cidade de Dara, no sul da Síria, em apoio à reconciliação nacional. O anúncio foi feito dias após a cidade ter sido palco de alguns dos piores combates em meses, em meio a temores de ativistas da oposição de que o governo tentará capturar Dara, onde a guerra civil do país começou em 2011.

De acordo com ativistas, um acordo negociado em maio por Irã, Rússia e Turquia não trouxe nenhum alívio para a cidade. O acordo abrange quatro zonas na Síria onde os rebeldes estão lutando contra as forças pró-governo.

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Ainda neste sábado, a Rússia propôs as datas de 4 e 5 de julho para uma rodada de negociações de paz na capital do Cazaquistão, Astana. "Nós sugerimos essas datas e parece que todos estão de acordo", disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, em declarações veiculadas pela agência de notícias TASS.

Rússia, Turquia e Irã, que apoiam lados opostos na guerra civil da Síria, realizaram várias rodadas de conversações de paz em Astana neste ano, reunindo o governo sírio e as forças rebeldes. A rodada de julho deverá finalizar os detalhes sobre as chamadas "zonas seguras" a serem estabelecidas na Síria. Bogdanov disse que a Rússia também espera progressos durante uma cúpula do G-20 da Alemanha, em 7 de julho.

Já o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse que planeja uma nova rodada de negociações de paz em Genebra no próximo mês. O objetivo é que os delegados cheguem à cidade suíça no dia 9 de julho e que as negociações - a sétima rodada até o momento - comecem no dia seguinte. O escritório do enviado especial não especificou quanto tempo a rodada deverá durar, mas disse que de Mistura pretende convocar novas rodadas de negociações para agosto e setembro. Fonte: Associated Press.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou, nesta sexta-feira (16), que precisa de US$ 220 milhões para ajudar 9 milhões de crianças que vivem, de modo precário, na Síria e em outros países da região.

Aproximadamente 6 milhões de crianças sírias precisam de assistência urgente para sobreviver e mais de 2,5 milhões estão acolhidas em países próximos e também socorro imediato.

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Por conta de ter uma “necessidade de dinheiro”, a Unicef precisará cortar programas básicos, entre eles a entrega de água potável e os serviços de saneamento para 1,2 milhão de crianças que moram em campos de refugiados, acampamentos informais ou estão acolhidas em comunidades. Também será necessário reduzir os programas de saúde e distribuição de alimentos essenciais para a sobrevivência de 5,4 milhões delas.

"Temos que pensar que não estamos ajudando os sírios só agora. Estamos pensando no futuro deles. Atualmente, 2 milhões de crianças sírias estão fora das salas de aula. Precisamos evitar de todas as formas que esse número aumente", disse a coordenadora da Unicef na Síria, Amam Geneviève Boutin.

Segundo Amam, se o órgão não conseguir o valor necessário será preciso cortar a ajuda em dinheiro dada a 500 mil meninos e meninas para ir à escola em vez de ir trabalhar, pois manter meninos e meninas na escola não evita que eles deixam de estar na rua trabalhando, mas também previne a exposição a outros perigos, como o abuso sexual, e reduz a incidência dos casamentos precoces.

 

Pelo menos 17 pessoas morreram na noite dessa quinta-feira (8) por causa de bombardeios da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, em áreas da cidade de Al Raqqa, na Síria, considerada a capital do grupo Estado Islâmico, informou nesta sexta-feira (9) a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Entre os mortos há 12 pessoas que estavam em um cibercafé, um deles ativista do observatório. Também há dezenas de feridos, alguns em estado grave.

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A ONG denunciou que os aviões utilizaram bombas de fósforo, proibidas internacionalmente.

Os aviões fizeram mais de 25 ataques em áreas de subúrbios ocidentais de Al Raqqa, distritos de Al Yazra e Al Sabahi, e áreas entre os bairros Al MeshLab e Al Sina, no leste.

A coalizão dá cobertura aérea a ações terrestres das Forças da Síria Democrática (FSD), aliança liderada por milícias curdas que, na última terça-feira (6), iniciaram o ataque a Raqqa.

As Forças da Síria Democrática anunciaram ontem à noite, em uma das suas contas de Telegram, que tomaram o controle da base da antiga Divisão 17 e uma fábrica de açúcar no norte, após combates contra os Jihadistas.

Forças do governo da Síria atingiram partes da cidade de Daraa, ao sul, com ataques aéreos e pesada artilharia, conforme reportaram ativistas neste domingo (4). A resposta ocorre um dia depois de rebeldes atacarem posições do governo na região.

A maior parte de Daraa foi reduzida a ruínas e os dois lados tem trocado fogo entre restos de edifícios, conforme mostram imagens divulgadas pela mídia militar da Síria e a rede de notícias ligada à Al-Qaeda, a Abaa.

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O ativista oposicionista local Ahmad al-Masalmeh registrou 90 ataques de míssil e bomba por forças do governo durante a tarde. Imagens de militares sírios mostraram nuvens de fumaça e poeira sobre a cidade.

Ao menos 31 combatentes foram mortos nos confrontos desde a última sexta-feira, com fatalidades distribuídas igualmente entre os dois lados, segundo informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos.

O enfrentamento revelou a fragilidade do acordo entre Rússia, Irã e Turquia para redução da intensidade do conflito na região, assinado há um mês. Estava previsto que as três potências garantiriam a prevalência de cessar-fogo em quatro zonas do país, incluindo Daraa. A Rússia afirmou que iria delinear as quatro zonas até este domingo, mas nenhum anúncio foi feito.

Mais cedo na semana, rebeldes atacaram o governo e posições dos aliados no distrito de Manshiyeh. Rebeldes afirmam que diversos combatentes do Hezbolaah foram mortos. O grupo militante libanês enviou milhares de seus combatentes à Síria em apoio às forças do presidente Bashar Assad. Fonte: Associated Press.

A Turquia intensificou o treinamento do Exército Sírio Livre (ESL), grupo que combateu o Estado Islâmico em parceria com forças militares turcas e rebeldes curdos apoiados pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada por canais oficiais do governo turco neste sábado.

As Forças Especiais Turcas estão liderando o treinamento, que inclui uso de morteiros, lançadores de foguetes e metralhadores, sempre em terrenos similares às áreas onde ocorrem batalhas, relatou a agência estatal de notícias Anadolu.

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Um oficial não identificado do exército turco afirmou que "não é mais o antigo ESL nos campos de batalha, mas sim um novo ESL que surge". Os combatentes, disse o oficial, deixarão evidentes as diferenças em futuras operações.

O aprimoramento das forças sírias ocorre após a Turquia declarar que a primeira etapa de sua operação militar com o ESL, contra o Estado Islâmico e milícias curdas no norte da Síria, chegou ao fim, relatou a agência. Fonte: Associated Press.

Pelo menos 49 pessoas morreram nas últimas 24 horas, em confrontos entre as forças do governo da Síria e o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), no nordeste da província de Aleppo, informou nesta quinta-feira (18) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Os mortos são 17 membros das forças leais ao governo de Damasco e 32 integrantes do EI. Nos combates, as tropas do governo contaram com o apoio de milicianos de elite do grupo xiita libanês Hezbolá e da artilharia russa.

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As hostilidades se intensificaram na região, por onde os apoiadores do presidente sírio Bashar al-Assad tentam avançar e tomar o controle de Maskanah, no extremo leste de Aleppo, e de outras localidades.

Nas últimas horas, as autoridades sírias conquistaram 12 cidades e zonas dos arredores do aeroporto militar de Al Yarah e se aproximaram de Maskanah.

Quatro dias atrás, as tropas do governo tomaram o controle desta área, que estava nas mãos dos jihadistas.

Por outro lado, há confrontos semelhantes no nordeste da cidade de Salamiyah, na província de Hama, vizinha a Aleppo, onde nove membros das forças do governo e 15 do Estado Islâmico morreram.

Além disso, há combates perto da estrada que une as cidades de Salamiyah, Azariya, Janasir e Aleppo. Esta rodovia é considerada estratégica, pois liga as províncias de Hama, Al Raqqa e Aleppo.

O governo sírio rechaçou categoricamente as acusações de que o país encobriu assassinatos em massa em presídios militares. De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, presos na Síria, incluindo prisioneiros políticos, tiveram seus corpos queimados em crematórios para a ocultação de provas.

O Ministério de Relações Exteriores da Síria classificou as acusações como "uma nova trama de Hollywood" e "mentiras" empregadas para justificar a "agressão e intervenção" dos EUA na Síria, em um comunicado divulgado nesta terça-feira.

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Observadores ocidentais e grupos de monitoramento disseram que reuniram provas dos assassinatos massivos nos presídios sírios. Não há, no entanto, provas sobre o uso de um crematório. "Muitos dos corpos são cremados para encobrir a extensão das mortes em massa", disse Stuart Jones, diplomata dos EUA no Oriente Médio. Ele acusa o governo de Bashar Assad de cair em "novos níveis de perversidade".

O Departamento de Estado dos EUA afirmou ontem que cerca de 50 pessoas são enforcadas por dia na prisão militar. As últimas acusações têm afetado as negociações de paz na Síria em Genebra, onde representantes do governo e da oposição sírios tiveram encontros separadamente nesta terça-feira com o diplomata dos EUA. Esta é a sexta rodada de negociações. Fonte: Associated Press.

Na Síria, as forças lideradas pelos curdos estão fechando o cerco ao Estado Islâmico, ao apreender um moinho de algodão e entrar em choque com o grupo extremista nas proximidades de Raqqa, informaram ativistas e a mídia local. A cidade foi autoproclamada como capital do Estado Islâmico no país.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, informou que as forças curdas, apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, avançaram a Nordeste e Noroeste de Raqqa.

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A agência de notícias Kurdish Hawar informou que os combatentes também assumiram posição em um sindicato de agricultores, que era usado como prisão pelos membros do grupo extremista. Os curdos avançaram 186 quilômetros ao norte da cidade nos últimos quatro dias. A expectativa é retomar a cidade de Raqqa nos próximos meses.

Ativistas também informaram, neste sábado, que as forças do governo retomaram o controle da base aérea de Al-Jarrah, localizada ao norte de Alepo e que estava nas mãos dos militantes do Estado Islâmico desde 2014.

Nas proximidades de Damasco, militares sírios informaram que capturaram dos rebeldes o controle do bairro Qaboun, no subúrbio, um dos últimos que ainda estavam sob o controle dos rebeldes em Ghouta. Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos diz que o local continua com os rebeldes. Fonte: Associated Press.

O México foi em 2016 o segundo país com o maior número de assassinatos, superado apenas pela Síria, que vive uma guerra civil, informou nesta terça-feira (9) o Instituto de Estudos Estratégicos (IISS) em seu relatório anual.

"Os homicídios dolosos no México em 2016 foram 23 mil", algo superado apenas pelas 60 mil mortes na Síria, que vive uma guerra civil, escreveu Antonio Sampaio, especialista da IISS, organização especializada em Defesa e conflitos com sede em Londres.

"É muito raro que a violência criminal alcance os níveis de um conflito armado, mas é o que ocorre no Triângulo Norte da América Central (Honduras, Guatemala e El Salvador) e, especialmente, no México".

Nos três países centro-americanos citados, o número total de assassinatos foi de 16 mil. O relatório constata uma redução nas taxas de homicídio nos três países centro-americanos, mas não no México, onde ocorreu um aumento de 11% entre 2015 e 2016.

A origem de tal violência remonta à decisão do presidente Felipe Calderón de declarar, em dezembro de 2006, à guerra ao tráfico de drogas com o envolvimento do Exército: "o conflito resultante trouxe a miséria ao México", segundo Sampaio.

O aumento da violência constatado no último ano foi motivado pela corrida armamentista entre os carteis, com "os grupos criminosos buscando instrumentos mais efetivos de intimidação contra seus adversários e o Estado", explicou Sampaio.

"O objetivo destas quadrilhas é a autonomia sobre territórios urbanos e atividades econômicas ilícitas, como o tráfico de cocaína, a produção de heroína e, cada vez mais, os laboratórios de drogas sintéticas".

Tudo isto tendo como pano de fundo a "debilidade institucional e a corrupção generalizada que tem infestado o Estado mexicano".

A Rússia, a Turquia e o Irã, países garantidores do cessar-fogo na Síria, aprovaram nesta quinta-feira (4) a criação de quatro "zonas de segurança" onde serão proibidos "todos os tipos de hostilidades" entre rebeldes e as tropas do regime de Bashar al Assad.

A medida faz parte de um memorando assinado em Astana, capital do Cazaquistão, e prevê áreas de segurança dotadas de postos de controle e de observação nas fronteiras de "zonas de baixa tensão", uma dupla barreira para evitar confrontos entre as partes envolvidas no conflito e permitir a movimentação de civis desarmados e o acesso de ajudas humanitárias.

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A localização exata desses "amortecedores" será definida até 4 de junho, mas eles devem ficar perto de Idlib, Latakia, Homs e Aleppo, os principais palcos da guerra na Síria. No entanto, os confrontos devem ser interrompidos já no próximo sábado (6).

"É um passo importante", comemorou o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura. O acordo terá um prazo inicial de seis meses, mas, caso funcione, pode se tornar permanente. Contudo, a delegação da oposição a Assad já disse que se recusa a apoiar qualquer memorando que preveja a divisão da "integridade territorial" do país e criticou o papel do Irã como mediador. 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste domingo que o país pode tomar novas medidas contra militantes curdos no Iraque e na Síria e voltou a dizer que o apoio dos EUA a esses grupos "deve chegar ao fim". Ele disse que vai discutir o assunto em uma reunião que terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no mês que vem.

Entre a última sexta-feira e este sábado, os EUA transferiram tropas e veículos blindados, atravessando várias cidades sírias, numa demonstração de força que aparentemente tinha como objetivo dissuadir a Turquia e as forças curdas da Síria de atacarem uma à outra. Autoridades curdas descreveram o movimento de tropas norte-americanas como um "amortecedor" entre eles e a Turquia.

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Os EUA têm fornecido cobertura aérea e outros tipos de apoio às forças curdas que combatem o grupo do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Na Síria, atua com as Forças Democráticas Sírias, que são dominadas pelas Unidades de Defesa Popular (YPG na sigla em inglês), uma milícia curda, mas que também inclui combatentes árabes.

A Turquia considera o YPG uma organização terrorista e uma extensão dos militantes curdos que vêm travando uma insurgência que já dura três décadas. O país lançou ataques aéreos contra a milícia na semana passada, matando 20 combatentes e ativistas de mídia. "Seremos forçados a continuar (nossas ofensivas)", disse Erdogan. "Não vamos fornecer data e hora para quando vamos (fazer novas ofensivas), mas eles saberão que os militares turcos podem vir".

Fonte: Associated Press

O exército da Síria disse que suas tropas combatentes e aliados conseguiram repelir um ataque do Estado Islâmico em Khanaser, ao sul da província de Aleppo.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos da Grã-Bretanha disse que os combatentes do Estados Islâmico iniciaram o ataque a postos militares na área, provocando intensos confrontos e deixando muitas vítimas.

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Segundo a agência de notícias do EI, os combatentes mataram 30 soldados do governo no ataque a uma aldeia de Um Mayal, leste de Khanaser.

O governo conseguiu recuperar o comando de Khanaser, região de localização estratégica, no ano passado. Desde então, o Estado Islâmico perdeu a maioria das áreas que tinha controle na província de Aleppo.

Autoridades do governo dos Estados Unidos afirmaram que irão lançar novas sanções contra o governo da Síria nesta segunda-feira, como parte de seus esforços para enfraquecer o regime de Bashar Al-Assad e seus aliados, como a Rússia.

Segundo duas autoridades, as sanções fazem parte de um plano maior para cortar o financiamento e outras formas de apoio ao governo de Assad. As novas medidas terão como foco fabricantes de armas que o governo americano acredita que auxiliam o regime sírio a utilizar componentes químicos.

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Nesta segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) falhou em não agir em resposta ao ataque químico na Síria, que o governo americano acredita ter sido perpetrado pelo regime de Assad. "A ONU tem um potencial tremendo, mas sinceramente, não os vejo resolvendo problemas", disse.

O jornalista italiano Gabriele Del Grande, que estava detido na Turquia, foi solto na noite desse domingo (23) e já voltou para a Itália nesta segunda-feira (24) em um voo da Turkish Airlines que aterrissou em Bolonha.

Del Grande foi recebido no aeroporto pelo ministro italiano das Relações Exteriores, Angelino Alfano, e contou que não sofreu nenhum tipo de violência pelas autoridades turcas. "Eu estou bem. O problema foi a detenção, a privação da liberdade pessoal. Não sofri nenhum tipo de violência", confessou.

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"Gabriele Del Grande foi libertado. Conversamos agora há pouco e ele está voltando à Itália. Já teve o privilégio de dar a notícia à sua família", anunicou o chanceler em um tuíte. "Ontem à noite, o colega turco do Ministério das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu me comunicou da decisão. Eu o agradeço", contou Alfano.

O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, conversou nesta manhã com o pai de Gabriele Del Grande, Massimo, e disse que a soltura era "fruto do trabalho diplomático realizado com empenho e discrição".

Gabriele Del Grande é fotógrafo e jornalista especializado em coberturas de imigração. Ele foi preso em há cerca de três semanas durante uma operação policial na fronteira da Turquia com a Síria. Transferido para uma prisão em Mugla, no sudoeste do país, ele fez uma greve de fome contra sua detenção. Seus advogados alegaram que não havia motivos para a prisão, pois ele estava na Turquia para escrever um livro, e não cometera atividades ilícitas ou perigosas. O repórter também atua como documentarista e já produziu um filme sobre solicitantes de refúgio sírios e palestinos que desembarcam na ilha italiana de Lampedusa. 

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