A Rússia e o Irã renovaram seu apoio ao governo sírio por meio de conversas telefônicas hoje, dizendo que os ataques a mísseis promovidos pelos Estados Unidos na semana passada violaram a soberania síria, mas ao mesmo tempo não fortaleceram os chamados "grupos terroristas" no país.
Em conversa com o presidente sírio, Bashar Assad, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, classificou o ataque norte-americano como uma "violação flagrante" da soberania síria, informou a mídia local. Assad acusou os EUA de tentarem aumentar o moral dos "grupos terroristas" na Síria. O governo se refere a todos os que lutam contra ela como terroristas.
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Uma declaração realizada no braço da mídia militar do Hezbollah condenou o ataque em uma linguagem muito mais forte, dizendo que tinha "passado dos limites" e prometendo "responder com força" a qualquer agressão futura "de diversas maneiras".
O grupo militante libanês investiu milhares de combatentes na defesa do governo de Assad. A declaração foi feita em nome de uma "sala de operações compartilhadas", até então desconhecida, entre a Rússia, o Irã e as forças aliadas. Representantes russos e iranianos não comentaram a declaração.
O Kremlin disse em um comunicado que Rouhani também conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone. "Ambos os lados notaram a inadmissibilidade de ações agressivas dos EUA contra um Estado soberano, em violação ao direito internacional", disse o comunicado. "Vladimir Putin e Hasan Rouhani falaram a favor de uma investigação objetiva e imparcial de todas as circunstâncias do incidente com armas químicas no dia 4 de abril na província síria de Idlib".
Rouhani disse que o ataque norte-americano não afetaria a política síria do Irã, enquanto o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o Irã não se intimidaria diante de agressões semelhantes. "O que os americanos fizeram foi um erro estratégico e uma ofensa. Eles estão repetindo a ofensa de seus predecessores ", disse Khamenei, segundo a agência oficial de notícias IRNA.
O Irã proporcionou assistência militar e econômica crucial a Assad durante toda a guerra civil de seis anos na Síria. Organizou várias milícias xiitas de todo o Oriente Médio para lutar em apoio ao governo de Assad e enviou tropas e oficiais de sua própria Guarda Revolucionária.
Os EUA afirmam que a decisão foi uma resposta a um ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun, dominada pelos rebeldes, na semana passada. O governo sírio negou o uso de armas químicas.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, negou em uma entrevista que os ataques sinalizavam uma revisão da política americana, afirmando que sua prioridade era derrotar os militantes islâmicos no Oriente Médio. Foi a primeira vez que as forças americanas atacaram uma instalação do governo sírio durante a guerra. Funcionários do Tesouro norte-americano dizem que estão preparando sanções em resposta ao ataque com armas químicas, embora o governo sírio já sofra com sanções dos EUA e de outras nações.
Tillerson se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em Moscou ainda esta semana. Moscou tem sido um aliado firme do governo sírio e tem defendido Assad de responsabilidade pelo uso de armas químicas. Fonte: Associated Press.