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Diante da escassez de material médico, profissionais de saúde de uma zona sitiada da Síria se viram como podem, com cirurgias supervisionadas pelo Facebook, fabricação caseira de produtos farmacêuticos ou uso de tubos respiratórios esterilizados mais de uma vez.

Em um hospital de Duma, grande localidade de Guta Oriental, perto de Damasco, um paciente acaba de ter retirados os pontos de sutura, em uma sala de operações improvisada.

Ao invés de descartar as luvas manchadas de sangue, como é habitual, o cirurgião e os enfermeiros vão lavá-las com água e sabão, antes de esterilizá-las para voltar a usá-las.

O mesmo ocorre com os pontos de sutura. "Depois de retirá-los, os lavamos e esterilizamos de novo", explica Anas Daher, um enfermeiro de 23 anos.

Desde 2013, as forças do regime de Bashar al Assad submetem essa região do leste de Damasco a um sítio impiedoso, que provoca falta de alimentos e medicamentos.

A situação é tamanha que a ONU reivindicou na quinta-feira a evacuação de 400 enfermeiros, dos quais 29 em risco de morte, inclusive 18 crianças. Ele pediu um "cessar-fogo" para facilitar estas evacuações.

Embora a Guta Oriental seja uma das quatro zonas de distensão instauradas pelos 'padrinhos' internacionais para por um fim aos combates, a zona vê nos últimos dias um recrudescimento dos bombardeios do regime.

- 'Lavar e esterilizar' -

No hospital de Duma, as luvas são levadas a um cômodo vizinho e colocadas durante 24 horas em um frasco, hermeticamente fechado, com comprimidos de esterilização.

"Nós, médicos de Guta Oriental, seguimos procedimentos que não são recomendáveis no meio médico", lamenta Mohamad al Omar, que chefia o departamento de cirurgia.

Além de ter que esterilizar de novo "a maior parte do material", os médicos devem racionar os medicamentos e prescrever aos pacientes a metade das doses ou dar a eles medicamentos vencidos.

Os hospitais devem limitar as operações e realizar apenas as urgentes. Os cirurgiões ainda presentes na região devem realizar cirurgias alheias à sua especialidade.

Em outubro, Hosam Adnan e outros três cirurgiões tiveram que operar um bebê com malformação no esôfago. Mas nenhum deles era especializado em cirurgia pediátrica.

Um colega no exterior os guiou por videoconferência, via Facebook.

"Em situação normal, este tipo de paciente seria transferido a Damasco. Mas devido ao sítio, estamos obrigados a fazer aqui as operações", explica Adnan, de 44 anos.

"O coração do menino começou a bater mais lentamente durante alguns instantes e sentimos que nosso próprio coração parava. Conseguimos recuperar seu pulso e salvá-lo", relatou o médico.

Mas devido à desnutrição e por falta de medicamentos, o bebê morreu 48 horas depois.

- 'Farmácia artesanal' -

No porão, funcionários da ONG médica Al Chifa jogam uma loção branca em garrafas de vidro, com o rosto coberto por máscaras cirúrgicas.

Devido à escassez, o pessoal médico de Guta Oriental se vê obrigado a fabricar produtos farmacêuticos.

"Produzimos soro fisiológico para limpar as feridas", explica Ammar Abdo, um farmacêutico de Al Chifa. "Também fabricamos produtos contra os piolhos e outros cremes para úlceras de pele e para sarna".

A ONG tem, inclusive, uma máquina elétrica para fazer sua própria gaze, mas só pode fabricar uma quantidade limitada de bandagens por dia.

A falta de alimentos também impulsiona os moradores a procurar alternativas.

As mães, mal alimentadas, só podem dar o peito aos seus filhos ou não conseguem encontrar leite infantil, razão pela qual se prepara para eles substitutos a partir de arroz, trigo e cevada.

No fim de outubro, dois bebês morreram devido à desnutrição. Além disso, mais de mil casos de desnutrição infantil foram reportados nos últimos meses, segundo o Unicef.

Em uma casa sem móveis de Duma, Suzanne mistura pó de arroz em um pouco d'água e ferve a mistura, que será a alimentação principal de sua filha de nove meses.

"Não haverá arroz suficiente para o mês (...) a maior parte do tempo, dou-lhe apenas iogurte", diz a jovem mãe.

As forças militares da Síria e milícias do Iraque anunciaram nesta quinta-feira (9) terem retomado o poder da cidade de Abukamal, na fronteira entre os dois países. O município era o último bastião do Estado Islâmico (EI) em toda a região. Dezenas de combatentes do EI tinham se alocado em Abukamal após a reconquista das cidades de Mosul, Raqqa, todas usadas como base do grupo terrorista.

De acordo com a emissora estatal de televisão síria, a retomada de Abukamal confirma que o Estado Islâmico perdeu todos os seus territórios ao longo do rio Eufrates. As operações contra a organização terroristas foram conduzidas em diversas frentes, parte delas realizada pela coalizão entre Rússia, Iraque e Síria, e outra liderada pelos Estados Unidos.

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Da Ansa

Um grupo de monitoramento da Síria e um oficial do Iraque confirmam que foram iniciados conflitos entre membros do Estado Islâmico e combatentes iraquianos de maioria xiita na fronteira entre os dois países, com os extremistas lutando para manter seu último reduto na região.

O Observatório da Síria para Direitos Humanos, na Inglaterra, apontou neste sábado que o Estado Islâmico repeliu um ataque das Forças de Mobilização Popular do Iraque - um grupo paramilitar de combatentes xiitas com forças de segurança iraquianas. O ataque ocorreu em território sírio, próximo à cidade de Boukamal. Fonte: Associated Press.

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Um comboio da ONU e do Crescente Vermelho sírio transportando ajuda para 40.000 pessoas entrou nesta segunda-feira (30) em Ghuta Oriental, zona rebelde sitiada perto de Damasco - informou uma porta-voz da ONU à AFP.

Formado por 49 caminhões, o comboio entrou na localidade, sitiada desde 2013, em um momento crítico, com vários casos de desnutrição grave entre as crianças.

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O último comboio a ter acesso à região foi em setembro passado.

"Entramos em Ghuta Oriental", indicou a porta-voz do Escritório para os Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) para a Síria, Linda Tom, indicando que a ajuda se destina a 40.000 pessoas.

"São 49 caminhões que transportam 8 mil pacotes de alimentos e um número equivalente de sacos de farinha, medicamentos, equipamentos médicos e outros auxílios alimentares", disse à AFP Mona Kurdi, porta-voz do Crescente Vermelho sírio.

O comboio se dirigiu a várias localidades de Ghuta, incluindo Kafar Batna e Saqba.

Uma delegação composta por funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) viajou junto com o comboio e visitou o hospital de Kafr Batna para avaliar o estado de saúde das crianças.

"Não queremos comida, só queremos que isso acabe", gritou uma mãe desesperada que carregava seu filho nos braços.

Segundo Amani Ballur, pediatra no hospital, "há numerosos casos de desnutrição grave, alguns dos quais precisam ser evacuados".

Ghuta Oriental é um dos últimos redutos da rebelião síria que combate o governo de Bashar al-Assad há seis anos.

Em 22 de julho, a Rússia anunciou a conclusão de um acordo de trégua com grupos rebeldes "moderados" no leste de Ghuta, estabelecendo na região uma "zona de distensão".

A ajuda humanitária chega a conta-gotas em Ghuta e deve primeiro obter permissão do governo de Damasco.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 1.100 crianças sofrem de desnutrição aguda na área.

Em 21 de outubro, a AFP publicou a foto de um bebê com apenas um mês de vida, em um estado esquelético, que morreu dias depois em uma clínica na cidade de Hammuriyé.

A ONU condenou a "privação de comida deliberada" como uma tática de guerra, após a publicação de imagens "chocantes" de crianças esqueléticas em Ghuta.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado que o fim do grupo extremista Estado Islâmico "está próximo". A declaração do americano ocorre na mesmo semana em que os militantes foram expulsos de Raqqa, na Síria.

Em comunicado distribuído pela Casa Branca, Trump disse que a recaptura de Raqqa pelas forças do governo da Síria "é um avanço fundamental na campanha global para derrotar o EI".

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O presidente americano disse ainda que, em breve, será o momento de uma nova fase na qual os EUA continuarão a apoiar forças de segurança locais e "avançarão as condições para uma paz duradoura".

No texto, Trump disse ainda que os EUA vão apoiar as negociações diplomáticas que encerrem com a violência na Síria. "Queremos também que os refugiados retornem com segurança para casa e produzam uma transição política que honre a vontade do povo", afirmou. Fonte: Associated Press.

A Austrália se manteve na briga por uma vaga na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, ao vencer a Síria por 2 a 1, de virada, nesta terça-feira (10), em Sydney, graças a um gol marcado pelo meia Tim Cahill na prorrogação do confronto de volta da repescagem asiática das Eliminatórias. Com o triunfo, os australianos asseguraram classificação à repescagem mundial e encerraram o sonho dos sírios de colocarem o seu país pela primeira vez em uma edição da principal competição do futebol no planeta.

Na partida de ida deste mata-mata, realizada na semana passada na Malásia, tendo em vista o fato de que a Síria vem sendo devastada por uma guerra civil, a Austrália havia conseguido um empate por 1 a 1, fora de casa. E agora conseguiu fazer valer o fator campo para derrotar o adversário, que chegou a abrir o placar com um gol de Omar Al Somah já aos 6 minutos do primeiro tempo.

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Pouco depois, porém, os australianos empataram aos 13 minutos com um gol de Tim Cahill, ídolo do futebol do país e que depois se tornaria o grande herói da classificação para a repescagem mundial das Eliminatórias ao voltar a balançar as redes na prorrogação.

Agora, a Austrália espera pela definição do seu adversário na repescagem mundial, que será o quarto colocado do qualificatório da Concacaf. No caso, Estados Unidos, Honduras ou Panamá poderão terminar nesta posição após a rodada final marcada para acontecer também nesta terça, às 21 horas (de Brasília).

Os atuais donos da quarta colocação das Eliminatórias da Concacaf são os panamenhos, que atuarão em casa diante da Costa Rica, país já garantido no Mundial. Com os mesmos dez pontos do Panamá, mas em quinto lugar nos critérios de desempate, os hondurenhos enfrentarão o México, outro com vaga assegurada na Copa, também como mandantes.

Já os norte-americanos, que estão na terceira posição, com 12 pontos, encaram Trinidad e Tobago, fora de casa, no outro confronto que fechará a fase final das Eliminatórias da Concacaf nesta terça-feira.

NO SUFOCO - Agora sem mais condições de sonhar com uma vaga na Copa, a Síria deu muito trabalho à Austrália, país da Oceania que disputa as Eliminatórias Asiáticas por ter se filiado à confederação deste continente. O time deu um susto na torcida local que lotou o AZN Stadium, de Sydney, ao abrir o placar em belo chute cruzado de Omar Al Soma, que venceu o goleiro Mathew Ryan após ser acionado pelo lado esquerdo da grande área naquele que foi o primeiro ataque perigoso dos visitantes.

Cahill, porém, começou a brilhar aos 13 minutos ao receber um cruzamento da direita e, livre de marcação, cabecear para as redes. E o também capitão australiano depois iria tirar a seleção do sufoco aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação. Novamente após um cruzamento, desta vez vindo da esquerda, ele voltou a usar a cabeça para vencer o goleiro Ibrahim Alma, que se esticou todo e ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar que a mesma entrasse em sua meta.

E a missão da Síria de buscar o empate ficou complicada até pelo fato de que a seleção estava com um homem a menos a partir do início da prorrogação, quando Mahmoud Almawas foi expulso. Foi o fim do sonho dos sírios, que agora trocarão a fantasia que alimentava com a possível vaga na Copa pela dura realidade vivida pelo seu país.

Cercados na cidade de Raqqa, norte da Síria, os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) obrigam os civis a segui-los para servirem de escudo humano.

Famílias inteiras se encontram apinhadas nos apartamentos onde os membros do EI se entrincheiraram. E, quando os combatentes saem para pegar água, os civis devem acompanhá-los para protegê-los.

Diante da ofensiva da aliança curdo-árabe das Forças Democráticas Sírias (FDS), os "jihadistas" estão encurralados em seus últimos redutos em Raqqa, visados diariamente pelos ataques aéreos da coalizão internacional liderada por Washington.

Em duas ocasiões, Oum Alaa e sua família foram forçados a acompanhar os extremistas, conta esta mãe enlutada, algumas horas após fugir a pé de Raqqa.

"Várias semanas atrás, um combatente iraquiano (do EI) entrou em nossa casa e nos disse que estávamos em uma zona militar", lembra, sentada em frente a uma mesquita de Hawi al-Hawa, na periferia ocidental de Raqqa. Com seu marido, filho e neto de dois anos, Oum Alaa foi deslocada para um prédio vizinho. A família foi impedida de deixar o local, apesar das súplicas.

Três dias depois, todos foram levados para um prédio no distrito devastado de Al-Badou, onde há outras famílias. "Fomos usados como escudo humano. Nos prenderam para se protegerem", relata seu marido, Abu Alaa.

Como todos os civis entrevistados pela AFP, ele não quis dar seu sobrenome, temendo represálias contra parentes ainda presos pelos extremistas.

'Nunca mais voltou'

Enquanto as FDS recuperavam gradualmente 90% de Raqqa, graças aos bombardeios da coalizão, dezenas de milhares de civis conseguiram fugir dos combates. Em seus últimos esconderijos, os extremistas se mantêm entrincheirados em prédios residenciais onde ainda há civis, afirma Mohannad.

"Eles tentaram se instalar no porão, ou no primeiro andar, dos nossos edifícios para se protegerem dos ataques aéreos", conta esta mãe, que conseguiu fugir de Al-Badu com seus quatro filhos.

À medida que os combatentes do EI se mudavam para casas abandonadas, Mohannad estendia roupas na varanda dos apartamentos vazios em seu prédio para que os "jihadistas" acreditassem que ainda havia pessoas. Mas ela e seus filhos foram forçados pelos extremistas a se mudarem quatro vezes. E quando chegaram no bairro de Al-Badu não havia nada para comer.

Quando os civis são autorizados a buscar água, são mantidos por longas horas no poço, lembra Oum Mohammad. "Os combatentes pegam água primeiro, e os civis precisam esperar sua vez por horas para protegê-los contra ataques aéreos", diz ela. Seu filho mais velho, Mohammed, de 19 anos, deixou a casa ao amanhecer e por vezes de ausentava por seis horas para obter água.

"Poucos dias atrás, ele saiu e nunca mais voltou. Soubemos que houve um ataque aéreo, e eu não encontrei nem mesmo suas sandálias", lamenta Oum Mohammad.

'Atrasar as operações'

Na terça-feira passada (3), um ataque da coalizão matou 18 civis que estavam recolhendo água em Raqqa, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

No final de setembro, a coalizão internacional antiextremista reconheceu a morte de 735 civis em suas incursões na Síria e no Iraque desde 2014. Mas, de acordo com o OSDH, centenas de pessoas foram mortas apenas em Raqqa desde junho.

Oum Alaa perdeu seu filho em um ataque aéreo. O farmacêutico morreu enquanto ajudava civis feridos. "Para matar um único combatentes do EI, dez civis são mortos", lamenta, com a voz trêmula. Muitos civis podem estar sendo mantidos como reféns do EI, principalmente em um hospital do centro de Raqqa, de acordo com o porta-voz da coalizão, o coronel americano Ryan Dillon.

"A coalizão é extremamente cuidadosa em seus preparativos e em suas operações para garantir que nenhum dano seja infligido a civis inocentes", disse ele à AFP.

Mas essas precauções "não são suficientes", lamenta a diretora do programa da Human Rights Watch sobre Terrorismo e Contraterrorismo, Nadim Houry.

"Os civis poderiam ser salvos. Isso poderia significar atrasar as operações, avançar mais devagar, tomar mais precauções, talvez não usar uma bomba maciça contra um atirador", ressalta.

Pelo menos 3.000 pessoas, entre elas 955 civis, morreram no conflito da Síria em setembro, o mês mais letal de 2017 - anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) neste domingo (1º).

"Mais de 70% das vítimas civis morreram em ataques aéreos do regime, ou da Rússia, ou nos bombardeios da coalizão internacional" liderada pelos Estados Unidos, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Pelo menos 118 combatentes morreram desde ontem em lutas entre as forças governamentais sírias e o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que lançou um contra-ataque para atingir os soldados leais ao governo no leste do país. A informação é da EFE.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 73 dos mortos eram integrantes das tropas governamentais, sendo 34 estrangeiros, e 45 eram membro do grupo terrorista. Segundo a ONG, dezenas ficaram feridos nos dois lados.

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O Observatório alertou que os combates continuam e se estendem de Deir ez-Zor a Al-Sukhnah, perto da fronteira com Homs, que é bombardeada pela aviação russa, aliada do Exército sírio.

Perdas e ganhos

O EI tomou o controle do povoado Al Shula, ao oeste de Deir ez-Zor, e fechou a estrada que liga esta província com Damasco, enquanto as forças governamentais recuperaram o domínio de alguns pontos que perderam ontem nas imediações de Al-Sukhnah.

Em vários comunicados divulgados através da rede Telegram, os extremistas falam de ataques e de um atentado cometido por seus seguidores contra as tropas governamentais sírias e aliadas. Além de dezenas de mortos, os jihadistas afirmam que capturaram dois soldados russos e três sírios, mas isso não foi confirmado pelo governo da Síria nem pelo da Rússia.

Mais cedo, a agência de notícias oficial da Síria, Sana, informou que unidades militares tinham repelido um ataque dos radicais na estrada que liga Deir ez-Zor à cidade histórica de Palmira, e que conduz a Damasco. O EI lançou este contra-ataque depois que ontem o Exército sírio, apoiado pela aviação russa, cercou os extremistas em Deir ez-Zor, um dos principais redutos dos jihadistas na Síria.

Também nesta sexta-feira (29) as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por milícias curdas, arrebataram  do Estado Islâmico (EI) o controle da estratégica cidade síria de Al Suwar, na província nordeste de Deir ez-Zor.

Baghdadi reaparece

Ontem o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, reapareceu em uma suposta gravação de áudio na internet, cuja autenticidade ainda não foi comprovada, discursando para os seus seguidores no Iraque e na Síria, depois que várias notícias sobre a sua morte foram divulgadas.

Ativistas sírios afirmaram que pelo menos 17 civis foram mortos em uma série de ataques aéreos quando tentavam cruzar o rio Eufrates no leste da Síria. Omar Abou Leila, do grupo de monitoramento DeirEzzor 24, disse que jatos russos atacaram as balsas que aguardavam para transportar passageiros para o outro lado do rio na cidade de Al Baloul, controlada pelo Estado Islâmico, 27 quilômetros a leste da cidade disputada de Deir el-Zour.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, estimou 21 civis mortos. O observatório diz que a força aérea russa foi responsável pelos ataques. Não foi possível confirmar de forma independente a alegação.

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As forças do governo apoiadas pela Rússia e as forças não-governamentais apoiadas pelos Estados Unidos estão em uma corrida para retomar o vale do rio Eufrates das mãos do Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.

No dia 4 de abril de 2017, uma mãe solteira que estava trabalhando numa colheita voltaria para sua casa, apenas para descobrir que seus quatro filhos estavam mortos. Eles, assim como dezenas de outras crianças e pessoas da cidade síria de Khan Shaykhun, tinham sido alvos de um ataque químico. Agora, a Comissão de Inquérito dos Crimes na Síria, na ONU, conclui que o ataque foi realizado pelo governo de Bashar Al Assad e o denuncia por crimes de guerra.

As forças russas, que bombardearam instalações médicas antes e depois do ataque químico para impedir que os feridos fossem atendidos, também foram acusadas de crimes de guerra.

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A tarefa de apurar o incidente ficou com a comissão da ONU liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro que, nesta quarta-feira, apresenta suas conclusões. A apuração indicou que um jato da força aérea síria, o Su-22, realizou quatro ataques às 6h45 da manhã daquele dia.

Apenas uma das quatro bombas seria carregada por um agente químico, o sarin. Mas foi suficiente para matar 83 pessoas e ferir mais 293.

"Todas as evidências levam a comissão a concluir que existe base suficiente para acreditar que as forças sírias jogaram a bomba, dispersando o gás sarin em Khan Shaykhun", escreveu Pinheiro. "O uso de armas químicas está proibido pelo direito humanitário internacional e o uso do gás sarin no dia 4 de abril pelas forças sírias constitui em um crime de guerra", denunciou.

A Comissão ainda indicou que não encontrou evidências de que o ataque tenha sido realizado por grupos armados da oposição. Tampouco houve provas das alegações de russos e sírios de que o gás estaria em um depósito atingido por ataques. Moscou e Damasco indicavam que um depósito de armas de fato foi atacado naquele dia. Mas isso ocorreu cinco horas depois do incidente com o gás.

Pinheiro, porém, ainda denunciou que ataques foram realizados naquele mesmo dia contra um centro médico, o único que estava atendendo os sobreviventes do gás sarin. O ataque também é considerado como um "crime de guerra" e teria sido realizado por forças sírias e russas.

Dois dias antes do ataque químico, o principal hospital da região também foi destruído por forças sírias e russas, no que a ONU considerou como outro crime de guerra. O Hospital Maarat al-Numan teria sido o único capaz de tratar as vítimas. Mas sua destruição foi interpretada como um esforço das autoridades para garantir que não haveria sobreviventes.

No total, entre 2013 e 2017, a comissão acredita que 25 ataques usando armas químicas foram realizadas na Síria. Vinte deles perpetrados pelo governo. Além do caso do gás sarin, houve também um ataque de cloro no hospital de Al- Latamneh hospital e nas redondezas. Oitenta e cinco pessoas foram afetadas por dificuldades respiratórias.

Coalizão

Além dos ataques químicos, as investigações também apontam para o impacto "preocupante" das ofensivas aéreas da coalizão internacional sobre civis. Em Alepo, por exemplo, a comissão denuncia os EUA por não terem protegido de forma suficiente civis, violando as regras humanitárias. Em Ar-Raqqah, os combates contra terroristas obrigaram 190 mil pessoas a deixar suas casas, com um número elevado de mortes.

Na avaliação da comissão, o Estado Islâmico (EI) continua a perder "rapidamente trechos significativos de territórios", principalmente em Alepo, Homs, na fronteira entre Síria e Iraque e Ar-Raqqah, cidade que viu 200 mil civis fugirem dos combates. Ainda assim, a comissão está "preocupada" com o destino de 50 mil pessoas ainda presas dentro das ruelas da cidade. No total, Pinheiro estima que cerca de 600 mil sírios estejam sitiados pela Síria.

Pinheiro indicou que sua comissão investiga "diversas alegações de ataques aéreos" em locais controlados pelo EI e que teriam causado pelo menos 200 mortos entre os civis. Um dos ataques ocorreu no dia 21 de março contra um hospital que estava sendo usado como abrigo para deslocados internos na Síria. "Os ataques ocorreram pela noite quando as famílias estavam dormindo", disse.

Testemunhas admitem que, no local, duas famílias de combatentes do EI estavam ocupando a escola. Mas tinham abandonado o local um mês antes dos ataques.

Ainda que o combate contra o terrorismo seja uma prioridade, a comissão insiste que a população civil precisa ser protegida e poupada na guerra entre as diferentes facções.

Outra acusação dos investigadores se refere aos ataques contra hospitais, levando a um fenômeno de clínicas subterrâneas. Para Pinheiro, ao continuar a atacar, o governo de Assad dá indicações de que "continua a colocar como alvo tais instalações como parte de uma estratégia que poderia ser considerada como crimes de guerra".

Disparos foram ouvidos pelas cidades sírias na noite desta terça-feira (5). Não era mais um confronto entre forças do governo, rebeldes ou terroristas. Mas uma população comemorando um resultado em campo que poderá aproximar a Síria da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Jogando contra o Irã, o time de Damasco arrancou um empate de 2 a 2 já nos acréscimos, aos 48 minutos do segundo tempo. Na semana passada, a Síria já havia derrotado o Catar por 3 a 1. Mas, com uma combinação de resultados, conseguiu ficar na terceira colocação em seu grupo e disputará uma repescagem contra a Austrália.

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Com o sonho de ir ao Mundial ainda vivo, rapidamente a conquista do time se transformou em um assunto altamente político. O governo de Bashar Al Assad, denunciado na ONU por crimes contra a humanidade, tem tentando usar a vitória como forma de reforçar a ideia de que o país está voltando à normalidade e que o regime está com suas mãos firmes no poder, inclusive ganhando terreno e cidades ocupadas pela oposição ou por jihadistas.

Dentro do grupo de jogadores, há quem defenda abertamente o regime. O treinador, Ayman Hakim, costuma ir às coletivas de imprensa com uma camisa em que estampa a foto do ditador. A Fifa, que diz não tolerar qualquer uso político do futebol, não se pronunciou sobre o caso.

Mas, num esforço da propaganda oficial do regime, o time é apresentado como a volta do sonho de uma Síria unida. Um dos jogadores, o atacante Firas al-Khatib, de fato chegou a fazer campanha no exterior pela oposição e disse que nunca mais jogaria pela seleção enquanto o regime atacasse os rebeldes. Mas retornou para Damasco há poucos meses, sendo recebido como herói.

Até mesmo o jogo decisivo para a Síria se transformou em um assunto político. Do outro lado do campo estava justamente o maior aliado de Assad na guerra, o Irã. Rapidamente, surgiram as suspeitas de que Teerã, para dar apoio a Assad, teria ordenado a seus jogadores que cedessem o empate. O português Carlos Queiroz, treinador do Irã, rejeitou qualquer manipulação de resultados. Mas, sem ter sofrido um só gol em casa durante toda a competição, o Irã acabou cedendo dois em uma só partida.

A eventual classificação seria uma rara boa notícia em um país que vive o pior desastre humanitário do século XXI e certamente um impulso ao próprio Assad. Com cerca de 400 mil mortos e 5 milhões de refugiados, a Síria passou a ser o símbolo da incapacidade da comunidade internacional a dar solução a um conflito.

Entre ativistas, a classificação tem um gosto amargo. Investigações ainda revelaram que, desde o começo da guerra em 2011, pelo menos 38 jogadores profissionais foram assassinados pelas forças do regime, além de 13 outros desaparecidos.

No país, diversos estádios foram transformados em armazém de armas e locais de tortura. A Fifa, por causa da guerra, determinou que os jogos fossem realizados fora. Mas, com inimigos em diferentes locais, o regime de Damasco teve dificuldades para encontrar quem recebesse as partidas. Uma partida ocorreu em Omã, enquanto as demais acabaram sendo realizadas na Malásia.

Dos 21 jogadores da seleção, apenas seis atuam em times locais, que continuam a disputar o campeonato nacional sírio apesar da guerra. O restante atua fora do país, com alguns dos jogadores no Catar, China ou nos clubes sauditas.

Imediatamente, as autoridades do país e seus dirigentes esportivos, próximos do regime, passaram a usar o empate como um sinal de fortalecimento de Assad. "Queremos o nosso povo feliz e estamos prontos para ir pela primeira vez para a Copa", disse Muwaffaq Fathallah, administrador do time.

Se por anos qualquer ato público na capital síria era proibido, nesta semana foram as próprias autoridades que distribuíram telões pelas principais ruas e praças. Mesmo a TV estatal interrompeu a programação sobre os avanços do exército para se concentrar no jogo. "Todo cidadão se transformou em um soldado e os jogadores farão o melhor pelo país", completou Mowaffak Joumaa, presidente do Comitê Olímpico da Síria.

Mais de 34 integrantes das forças governamentais da Síria e de milícias aliadas morreram nas últimas 24 horas pelas mãos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na província de Al Raqqa, no nordeste do país, informou nesta sexta-feira (25) o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Um deles foi decapitado pelos jihadistas, enquanto 12 combatentes do EI morreram em enfrentamentos com seus rivais, nos quais também foram registrados feridos em ambos os lados, mas o número ainda é desconhecido.

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O grupo terrorista publicou em um aplicativo fotografias das vítimas, nas quais é possível ver vários soldados mortos em uma área desértica.

Os radicais também mostraram a suposta decapitação de um dos soldados do governo sírio, além de imagens do ataque com veículos blindados que lançaram contra as forças sírias.

Segundo o OSDH, este é o maior contra-ataque contra as tropas sírias em Al Raqqa, onde estavam avançando e tinham conquistado várias localidades no sudeste da província, em sua tentativa de se aproximarem do limite com a vizinha Deir ez Zor, controlada quase totalmente pela Organização para a Libertação do Levante, o antigo braço sírio da Al Qaeda.

Neste ataque, o EI recuperou terreno na região entre as localidades de Ganim al Ali e Al Sabja, situadas perto do rio Eufrates.

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) usou um menino norte-americano de 10 anos para enviar uma mensagem de guerra ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (23), informou o portal "SITE".

De acordo com a publicação especializada em propaganda jihadista na internet, o menino afirma que a "batalha terminará no seu território" e diz estar na cidade síria de Raqqa, considerada a "capital do califado" do Isis. A localidade foi recentemente alvo de um grande ataque aéreo feito pela coalizão internacional liderada por Washington, que deixou dezenas de civis mortos, e é um dos últimos redutos do Daesh.

Segundo o "SITE", o menino é filho de um soldado norte-americano que combateu na guerra do Iraque e que foi para a Síria por decisão de sua mãe.

Diversos analistas apontam que o grupo extremista, por conta de suas recentes derrotas, tem usado cada vez mais crianças para os combates.

Já o britânico "Daily Mail" publicou uma matéria afirmando que "os serviços de Inteligência" da Europa detectaram que o EI pretende fazer atentados terroristas contra igrejas no continente.

O grupo que fez o ataque em Barcelona, por exemplo, tinha como alvo maior a Basílica Sagrada Família, mas um incidente na produção das bombas fez a célular mudar de plano.

Beirute, 20 (AE) - O Líbano sofreu neste domingo suas primeiras mortes em uma grande operação para expulsar o Estado Islâmico de uma área ao longo de sua fronteira com a Síria, quando uma bomba colocada na beira de uma estrada matou três soldados. As mortes ocorreram após o Exército apoiado pelos Estados Unidos lançar sua maior operação contra o grupo extremista, que ganhou espaço na região ao longo da fronteira libanesa com a Síria.

As Forças Armadas libanesas avançaram com a ofensiva no domingo em uma montanhosa região que faz fronteira com a Síria, capturando novas montanhas do Estado Islâmico. Uma bomba, porém, atingiu um dos veículos blindados e matou os três soldados. Um quarto militar ficou gravemente ferido.

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Um porta-voz militar libanês, coronel Fadi Boueid, disse que as forças de seu país já capturaram dois terços da terra libanesa que era ocupada pelos extremistas. Apenas no domingo, foram recuperados 30 quilômetros quadrados, segundo o porta-voz.

Outra autoridade militar afirmou, pedindo anonimato, que as tropas capturaram várias montanhas nas proximidades da vila libanesa de Ras Baalbek. O Exército sírio e seu aliado, o grupo libanês xiita Hezbollah, lançaram uma operação simultânea para expulsar militantes do Estado Islâmico do lado sírio da fronteira. O Hezbollah tem lutado desde 2013 ao lado das forças do presidente sírio, Bashar al-Assad. Fonte: Associated Press.

O vice-ministro do Exterior da Síria, Faysal Mekdad, disse que uma delegação internacional para fiscalização de armas químicas irá visitar o país nos próximos dias. O objetivo é ajudar na missão de identificar o autor de ataques químicos que foram feitos na Síria em abril deste ano.

A delegação da Organização para a Proibição das Armas Químicas e o Mecanismo Investigativo Conjunto da Organização das Nações Unidas, explicou Mekdad, devem chegar ao país em cerca de 10 dias. O vice-ministro reiterou que o governo sírio não está por trás do ataque de gás sarin na cidade de Khan Sheikhoun, que deixou quase 100 pessoas mortas.

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Os Estados Unidos culparam as forças militares sírias pelo ataque e, nos dias seguintes, realizaram bombardeios na base aérea de Shayrat, de onde o ataque químico teria sido lançado, segundo os norte-americanos. Fonte: Associated Press.

Um refugiado da Síria foi atacado verbalmente por brasileiros em Copacabana, Rio de Janeiro. Morador do Brasil há quase três anos, Mohamed Ali, 33, vendia esfirras quando um indivíduo com dois pedaços de madeira nas mãos começa a gritar repetidamente "Sai do meu país!" e "Vamos expulsar eles!". 

A agressão foi filmada e divulgada nas redes sociais, na terça-feira (1). "Estou vendo o país ser invadido por homens-bombas que mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis!", grita o sujeito que atacava Mohamed, no momento de aparente histeria. Ele pergunta, ainda, onde está o prefeito Marcelo Crivella para lidar com a situação. 

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Em seguida, o agressor começa a esbravejar o canto "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Outros comerciantes, que também se voltaram contra o sírio, derrubam a mercadoria de Mohamed no chão. Quando ele pergunta o motivo, escuta mais gritos de "Sai do meu país".

Na publicação do Facebook onde o vídeo foi divulgado, a vítima se pronunciou sobre o ocorrido. "Não sou terrorista, se eu fosse, não estaria aqui, estaria lá lutando como eles fazem", diz Mohamed, afirmando que ele e todos os seus amigos refugiados estão trabalhando arduamente. "Espero que não aconteça isso com mais ninguém, de nenhuma nacionalidade, credo.", finaliza o comentário. Ele não prestou queixa à polícia sobre o ocorrido. 

Na internet, ele recebeu o apoio de diversos internautas. Usuários comentaram que fazem questão de ajudá-lo e repreenderam atitudes xenofóbicas e fascistas. Na manhã desta sexta-feira (4), Mohamed fez um post, comentando que, mesmo após o ocorrido, ainda considera os brasileiros muito amáveis.,

Veja o vídeo e a publicação de Mohamed:

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--> Passado de medo marca história de refugiados no Brasil

A secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller,  informou nesta quinta-feira (27), durante uma reunião sobre a Síria do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que cerca de 50 mil civis permanecem presos na cidade de Al Raqqa, no sul do país, onde a situação humanitária é preocupante. A informação é da ONU News.

Falando de Amã, capital da Jordânia, Ursula contou sua visita ao campo de refugiados de Azraq, o segundo maior do país, onde vivem cerca de 35 mil refugiados sírios, muitos há anos e a maioria mulheres e crianças. Cerca de 25% vieram da cidade síria de Alepo.

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A vice-chefe do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), elogiou a "generosidade e hospitalidade da Jordânia e outros países vizinhos" que estão abrigando refugiados.  Ela  também ressaltou o "tremendo trabalho das organizações humanitárias cujos programas permitem que famílias não apenas sobrevivam, mas levem vidas dignas, mesmo nas circunstâncias mais difíceis".

Volta pra casa

A secretária-geral assistente declarou, acima de tudo, ter ficado inspirada pela "esperança e força incríveis" das pessoas que encontrou, apesar das terríveis circunstâncias a que foram forçadas. Ela afirmou que a mensagem que recebeu dos refugiados foi clara e disse ao Conselho de Segurança que o que eles mais querem é que o conflito acabe e que possam voltar pra casa quando for seguro.

A vice-chefe do Ocha disse ao Conselho que, embora a violência continue diminuindo em algumas áreas da Síria desde um acordo de tréguas em 4 de maio, a situação humanitária e de proteção permanece extremamente difícil para civis em muitas partes do país.

Ela mencionou a retomada de operações militares na área sitiada do leste de Ghouta, na área rural de Damasco, e no bairro de Jobar na capital síria. Ursula Mueller afirmou que a ONU e parceiros estão dando assistência aos deslocados e estão prontos a fornecer apoio à cidade de Al Raqqa assim que as condições de acesso e segurança permitam.

Saúde

A situação de saúde na cidade, especialmente a escassez de serviços de assistência a traumas, é uma grande preocupação para a secretária-geral assistente, devido à intensidade dos combates. Ela afirmou que a ONU continua trabalhando no terreno para garantir que assistência médica esteja disponível para os que precisam, mas que muito mais precisa ser feito.

da ONU News

Pelo menos duas crianças morreram nesta quarta-feira (19) após a explosão de uma mina quando elas tentavam fugir da cidade de Al Raqqa, na Síria, palco de uma ofensiva contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). A informação é do Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Ele anunciou que aviões da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, continuaram hoje os bombardeios em distintas partes da cidade.

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Enquanto isso, prosseguem os combates entre as Forças da Síria Democrática (FSD), aliança armada liderada por milícias curdas, e o Estado Islâmico na parte antiga de Raqqa, assim como em bairros do sudoeste e do sudeste.

Desde o último dia 6 de junho, as FSD desenvolvem, com o apoio da coalizão e de efetivos especiais dos EUA sobre o terreno, o ataque contra a cidade de Raqqa, considerada a capital do califado autoproclamado pelos extremistas em 2014.

Entre 30 mil e 50 mil pessoas permanecem presas na cidade e a sua situação se deteriora rapidamente com o acesso limitado aos alimentos, água, remédios e energia elétrica, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ainda controla 22,65% do território da Síria, apesar de ter sofrido um grande recuo desde meados de 2015, segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos. A informação é da agência EFE.

O Observatório detalhou que essa porcentagem equivale a 42 mil quilômetros quadrados de área, frente aos mais de 90 mil quilômetros quadrados que o EI dominava em 2015, mais de 50% do solo sírio.

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Já o autodenominado “Exército de Khaled bin Walid” [grupo armado jihadista vinculado ao EI e batizado com o nome de um famoso general do Império Árabe-Muçulmano do século VII], controla atualmente apenas 250 quilômetros quadrados no sul da Síria, perto das colinas de Golã, ocupadas por Israel.

O esquadrão que ocupa mais território na Síria atualmente é o das forças governamentais do país, que ampliaram as regiões sob seu domínio nos dois últimos anos com o apoio das forças russas e de milicianos sírios, libaneses, iraquianos e iranianos.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos destacou que as tropas leais ao governo de Damasco ocupam hoje 38,14% da superfície da Síria (71 mil quilômetros quadrados), contra os 22% que dominavam no final de 2015. Desde o início do conflito, em março de 2011, as autoridades perderam 117 mil efetivos, que morreram em combate.

Já as Forças da Síria Democrática (FSD), um grupo liderado por milícias curdas e apoiadas pelos Estados Unidos, têm em seu poder 22,5% da superfície do país, 41,7 mil quilômetros quadrados, sobretudo em zonas na fronteira com a Turquia. As FSD atualmente lutam para recuperar a cidade de Al Raqqa, o principal reduto do Estado Islâmico na Síria.

Da Agência EFE

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