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O governo do Canadá manifestou hoje apoio ao ataque conduzido pelos Estados Unidos na Síria, na noite de ontem, com o primeiro-ministro Justin Trudeau dizendo que o uso de armas químicas contra cidadãos sírios, incluindo crianças, era um crime de guerra.

Em um comunicado, Trudeau afirmou que seu país "aprovou a ação limitada e específica" dos EUA de lançar cerca de 60 mísseis Tomahawk em uma base aérea síria próxima a Homs. Autoridades americanas disseram que a ofensiva foi uma uma resposta ao ataque químico que matou dezenas de sírios no começo da semana e que Washington acredita ter sido conduzido pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O bombardeio dos Estados Unidos contra uma base militar na Síria representa o primeiro ataque do país diretamente contra o regime de Bashar al Assad. Até então, Washington havia mirado apenas alvos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Confira abaixo uma cronologia da guerra na nação árabe, que já contabiliza mais de 400 mil mortos e 5 milhões de refugiados.

2011 - Em fevereiro, estudantes de uma escola de Daraa são presos sob a acusação de terem escrito slogans contrários ao regime. Em 15 de março, ocorre a primeira grande manifestação em Damasco contra Assad, além de um protesto em Daraa. Os atos ganham força e são reprimidos duramente pelo governo.

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Em junho, os primeiros desertores das Forças Armadas dão vida ao Exército Livre da Síria (ELS). Em agosto, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a União Europeia pedem que Assad deixe o poder. Em outubro, Rússia e China vetam uma resolução das Nações Unidas (ONU) condenando o regime.

2012 - Em maio, começam a chegar à Síria os primeiros jihadistas estrangeiros para lutar na rebelião contra Damasco. O movimento xiita libanês Hezbollah envia militantes para defender o regime.

Em julho, um atentado em Damasco mata o ministro da Defesa Daud Rajiha. Em agosto, os rebeldes avançam sobre Aleppo, uma das principais cidades do país. Três meses depois, as potências ocidentais reconhecem a oposição exilada como "única representante do povo sírio".

2013 - Em janeiro, as forças legalistas se retiram de Raqqa, que é ocupada pelas primeiras células do Estado Islâmico. Em agosto, subúrbios de Damasco controlados por rebeldes são atacados com armas químicas. Estados Unidos e Rússia chegam a acordo para eliminar o arsenal tóxico do regime.

2014 - Em janeiro, rebeldes islâmicos iniciam ofensiva contra o EI. A conferência "Genebra 2" se encerra sem avanços. Em fevereiro, 1,4 mil pessoas são evacuadas de Homs, que é assediada pelas forças de Assad. Em maio, Damasco reconquista a cidade, com a ajuda do Hezbollah. Em agosto, o Estado Islâmico proclama um "califado" englobando seus territórios na Síria e no Iraque. Em setembro, começam os ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA contra o EI.

2015 - O ano começa com os curdos avançando contra os jihadistas em Kobane. Em maio, o EI conquista a cidade histórica de Palmira. Em setembro, a Rússia inicia operações em apoio a Assad. No último mês do ano, após os atentados de Paris, o Reino Unido se junta à coalizão norte-americana.

2016 - Em fevereiro, os exércitos russo e sírio avançam sobre a província de Aleppo. Dezenas de milhares de pessoas fogem para a Turquia. EI promove novos massacres em Homs e Damasco, totalizando quase 200 mortos. Moscou e Washington acertam um cessar-fogo a partir do dia 27. Em março, começa a enésima tentativa de negociações entre governo e oposição mediadas pela ONU, também sem sucesso.

Em outubro, o ELS, apoiado por Ancara, tira do Estado Islâmico as cidades de Dabiq e Soran. Em dezembro, a situação humanitária em Aleppo se agrava, e o regime de Damasco anuncia sua retomada total. No dia 30 de dezembro, entra em vigor um novo cessar-fogo que exclui apenas o combate a grupos terroristas.

2017 - Logo em janeiro, a Rússia começa a diminuir sua presença militar na Síria, e a cidade de Astana, no Cazaquistão, sedia uma nova tentativa de negociações de paz entre rebeldes e o governo, mas as tratativas não avançam. Em 30 de março, a Casa Branca diz que sua prioridade na Síria é combater o terrorismo, e não derrubar Assad.

Na semana seguinte, um ataque químico atribuído a Damasco mata mais de 80 pessoas na província de Idlib, dominada por rebeldes e pelo grupo terrorista Fatah al Shan, antiga Frente al Nusra e ligado à Al Qaeda. Na madrugada de 7 de abril, o presidente Donald Trump volta atrás em sua postura sobre Assad e bombardeia a base militar de Shayrat, de onde teria partido a ação com armas tóxicas.

O governo de Israel afirmou na madrugada desta sexta-feira (7) que o país apoia completamente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de lançar mísseis contra a Síria.

Em comunicado à imprensa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "tanto em palavras e atos, Trump enviou hoje uma mensagem clara e forte que o uso e a disseminação de armas químicas não serão tolerados".

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"Israel apoia inteiramente a decisão do presidente norte-americano e espera que esta mensagem de determinação contra as ações horríveis do regime de Assad possa ressoar não só em Damasco, mas também no Teerã, Pyongyang, em qualquer lugar", finalizou o comunicado.

Na noite desta quinta-feira (6), os Estados Unidos lançaram dezenas de mísseis contra uma base aérea do regime de Bashar Al-Assad em resposta ao ataque com armas químicas na província de Idlib.

O governador da província síria de Homs, Talal Barazi, afirmou que o ataque à base militar de Shayrat matou cinco pessoas - três militares e dois civis.

A ação dos Estados Unidos contra o regime de Bashar Assad na madrugada desta sexta-feira (7) também feriu sete pessoas, segundo ele.

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O governador da província de Homs, Talal Barazi, disse que o ataque dos Estados Unidos a alvos militares da Síria, na madrugada desta sexta-feira (7), deixou mortos e feridos. Ele não soube, no entanto, informar o número de vítimas.

Ainda segundo Barazi, a base aérea de Shayrat, no sudeste de Homs, pegou fogo logo após ser atacada por mísseis. O trabalho de resgate das vítimas e evacuação da área estava em andamento na manhã desta sexta-feira (no horário local).

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Turquia, Arábia Saudita, Israel e Austrália foram alguns dos países que se declararam favoráveis ao bombardeio realizado pelos Estados Unidos à base aérea de Shayrat, na província de Homs, na madrugada desta sexta-feira (7) (no horário sírio). Até o momento, o ataque deixou seis mortos, segundo o exército do país.

Para a Turquia, o bombardeio foi "importante e significativo". No entanto, o vice-primeiro ministro turco, Numan Kurtulmus, ressaltou a importância de adotar uma posição dura e persistente contra o presidente sírio Bashar Assad que o tornasse "incapaz de prejudicar seu povo". "A barbárie do regime de Assad precisa ser parada imediatamente", disse Kurtulmus.

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Já a Arábia Saudita classificou a ação dos EUA como uma "decisão corajosa". Para o Ministério das Relações Exteriores do país, o lançamento dos mísseis foi a resposta certa aos "crimes deste regime contra o seu povo à luz do fracasso da comunidade internacional para detê-lo". Turquia e Arábia Saudita fazem oposição ao regime de Assad e têm apoiado a luta dos rebeldes contra o governo.

O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, disse a uma emissora de TV que o ataque enviou uma "mensagem tripla". Segundo Danon, o bombardeio avisa os sírios para pararem de usar armas químicas, envia um recado ao Irã e à Coreia do Norte e também comunica a comunidade internacional que "se a ONU é incapaz de agir nessas situações, nós agiremos". Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia dito que "essa mensagem vai ressoar não só em Damasco, mas em Teerã, Pyongyang e em outros lugares."

Um dos primeiros países a se pronunciar sobre o ataque, a Austrália dá "forte apoio à resposta rápida e justa dos EUA". De acordo com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, a retaliação "envia uma mensagem forte ao regime de Assad e foi conduzida no mesmo espaço aéreo em que aconteceu o ataque químico". "Mas nós não estamos em guerra com a Síria", ressaltou.

Contra

Entre os países que condenaram o bombardeio, o Irã frisou que a "ação unilateral é perigosa, destrutiva e viola os princípios da lei internacional". O país é um dos maiores aliados de Bashar Assad.

A candidata de extrema direita à presidência da França, Marine Le Pen, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, está tentando ser o "policial do mundo" com os ataques à Síria e sugeriu que a ação pode sair pela culatra. No passado, Le Pen já expressou apoio a Assad e se disse surpresa com a ação repentina de Trump.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o ataque com mísseis contra uma base aérea da Síria, na noite desta quinta-feira (6), foi de "vital importância" para os interesses de segurança nacional dos EUA.

O republicano afirmou que o seu país precisa "prevenir e evitar a propagação e o uso de armas químicas mortais". Ele afirmou que "não há contestação de que a Síria usou armas químicas proibidas", referindo-se à ofensiva que matou dezenas de pessoas no começo da semana.

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Trump falou a repórteres após se encontrar com o presidente Xi Jinping, na Flórida, enquanto as forças americanas lançavam cerca de 60 mísseis Tomahawk em território sírio, no primeiro ataque do governo Trump ao país. A TV estatal da Síria informou sobre ataque, dizendo que este foi um ato de "agressão" dos EUA.

Em seu comunicado, Trump disse que espera que a paz e harmonia prevaleçam. "Deus abençoe a América e o mundo inteiro", disse o presidente americano ao encerrar seu pronunciamento.

Os Estados Unidos atacaram a Síria na noite desta quinta-feira (14), lançando ao menos 50 mísseis, em um intervalo de poucos minutos, contra uma base aérea do regime de Bashar Al-Assad. Os disparos foram uma resposta ao ataque com armas químicas na província de Idlib.

Até o momento, os Estados Unidos realizavam ações na Síria contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e por meio de bombardeios aéreos também no Iraque com o apoio de uma coalizão internacional. Os disparos dessa quinta, porém, foram diretamente contra o regime sírio e representam uma mudança na política externa do governo do novo presidente Donald Trump, além de ser a ordem militar mais dura emitida pelo magnata desde que tomou posse, em janeiro.

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Os mísseis disparados são do tipo "Tomahawk", de médio alcance e invisíveis a radares, e partiram de dois navios norte-americanos no Mar Mediterrâneo. O republicano Trump não tinha anunciado nenhum ataque contra a Síria, apesar de seus comentários sobre a guerra civil local terem se intensificado nos últimos dias.

Ainda não se sabe quais foram os danos provocados pelos mísseis. Acredita-se que o alvo seria a base de Shayrat e que o ataque teria atingido aviões, depósitos de combustível e trechos da pista de pouso e decolagem.

Histórico - A guerra civil na Síria começou há seis anos como um levante pacífico contra o governo de Assad e inspirado na Primavera Árabe. Sob a gestão de Barack Obama, os EUA apoiaram os rebeldes e pediram a saída de Assad do poder.

No entanto, o líder sírio recebeu apoio de outros países, como a Rússia, e conseguiu se manter, lutando militarmente contra as milícias opositoras.

O regime foi acusado várias vezes de usar armas químicas contra civis e rebeldes. Na última terça-feira, um ataque químico contra uma região controlada por rebeldes matou ao menos 80 pessoas, entre elas 27 crianças. Em um pronunciamento, Trump disse que se tratava de "uma afronta à humanidade".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta quinta-feira que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, pode ter de deixar o poder, após o ataque com arma química ocorrido nesta semana no país. Falando a repórteres a bordo do Air Force One, Trump disse que o que ocorreu na Síria é "uma desgraça para a humanidade".

"Ele está lá e eu acho que no comando das coisas portanto algo deve acontecer", afirmou Trump sobre Assad. O presidente disse que deve haver uma resposta, mas não discutiu o que os EUA poderiam fazer, após o ataque químico. O presidente americano afirmou que o ataque "não deveria ter acontecido e não deveria ser permitido que isso ocorresse".

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Trump disse que pode falar ao presidente russo, Vladimir Putin, sobre a situação na Síria. A Rússia é um importante aliado do governo de Assad. Fonte: Associated Press.

O resultado de autópsias em três vítimas do ataque químico na Síria sugere que o gás sarin foi a causa das mortes, informou o ministério da Saúde da Turquia.

Uma equipe técnica forense da Turquia, com especialistas das Nações Unidas, examinaram três sírios que morreram após serem trazidos para o país para tratamento após o ataque. O número de mortes já chega a 85 pessoas. A Unicef divulgou que pelo menos 27 crianças estão entre as vítimas e aproximadamente 550 outras foram afetadas.

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A autópsia mostra que as vítimas sofreram com um excesso de fluido nos pulmões, aumento do peso desses órgãos e sangramento interno antes da morte.

O governo da Síria mantém a posição que não utilizou armas químicas, culpando os rebeldes por estocarem a substância.

O ministro de Relações Exteriores da França exigiu que as negociações de paz sobre a Síria voltem a ser discutidas e quer que o presidente do país, Bashar al-Assad seja julgado pelo ataque químico. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

O ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bodzag, informou nesta quinta-feira (6) que as autópsias nos corpos de algumas vítimas sírias do ataque da última terça-feira (4), na província de Idlib, provam o uso de armas químicas.

Pela ação ter ocorrido em uma área próximo à fronteira entre Turquia e Síria, os hospitais turcos receberam numerosas vítimas do atentado. De acordo com dados das autoridades locais, subiu para 86 o número de mortos na tragédia - sendo grande parte das vítimas mulheres e crianças.

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Ontem (5), uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas fracassou em achar uma resposta conjunta contrária ao massacre. Isso porque, o governo russo, que é aliado do presidente Bashar al-Assad, atribui o ataque aos rebeldes sírios enquanto os governos ocidentais apontam a culpa para mandatário sírio.

Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre a situação das crianças sírias e o papel do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância e Juventude). Para conversar sobre o assunto, o programa tem como convidada Gabriella Nunes, graduada em Relações Internacionais pela Universidade da Amazônia (Unama) e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

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O número de mortos em um suspeito ataque químico no norte da Síria subiu para 72 nesta quarta-feira (5), informaram ativistas, levando os sobreviventes a se esconderem em abrigos subterrâneos. O ataque foi um dos mais mortais realizados durante a guerra civil no país que já dura seis anos.

De acordo com um grupo de oposição síria, novos ataques aéreos atingiram a cidade de Khan Sheikhoun um dia após o ataque que a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, culpou o governo do presidente Bashar Assad, dizendo que seus patronos, como a Rússia e o Irã, possuem "grande responsabilidade moral" pelas mortes.

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Os governos de Damasco e Moscou negaram estarem por trás do ataque. O Ministério de Defesa da Rússia, no entanto, disse mais tarde que os agentes tóxicos foram liberados quando um ataque aéreo sírio atingiu um arsenal rebelde.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que dos 72 mortos, 20 eram crianças e 17 mulheres.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) fará uma reunião de emergência nesta quarta-feira em resposta ao ataque.

"Os terríveis acontecimentos de ontem demonstram que, infelizmente, crimes de guerra estão acontecendo", disse a ONU. Fonte: Associated Press

O papa Francisco apelou nesta quarta-feira (5) à consciência de todos os que tenham "responsabilidade política" perante o último "inaceitável" massacre ocorrido na cidade de Khan Shijun, no norte da Síria, onde houve 72 mortos, sendo 20 crianças

"Assistimos horrorizados aos últimos episódios na Síria. Expresso minha firme reprovação pelo inaceitável massacre que aconteceu ontem na província de Idlib, onde foram assassinadas dezenas de pessoas inocentes, entre elas muitas crianças", afirmou Francisco, ao término da audiência geral na Praça de São Pedro.

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As informações são da agência de notícias EFE. O papa disse que rezou pelas vítimas e seus parentes e apelou "às consciências de todos os que têm responsabilidade política em nível local e internacional para o término desta tragédia e alivie a esta população há tanto tempo exausta pela guerra".

Também pediu que, "apesar da insegurança e dos problemas, que se esforcem por fazer chegar ajuda aos moradores da região". O papa Francisco se referia ao suposto ataque químico que aconteceu ontem na cidade de Khan Shijun e no qual morreram 72 pessoas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O governo russo acusou nesta quarta-feira (5) os rebeldes sírios de serem os responsáveis pelo ataque com armas químicas que mataram, ao menos, 72 pessoas em Khan Cheikhoun, na Síria, nesta terça-feira (4).

Diferentemente de todos os países ocidentais, os russos informaram que a ação foi realizada por terra por esses grupos que lutam contra o governo de Bashar al-Assad. Apesar das acusações internacionais, Damasco sempre negou que tenha realizado a ação.

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No entanto, o Kremlin confirmou que um ataque feito por sua Força Aérea atingiu uma base dos rebeldes que produzia bombas com "substâncias tóxicas".

Ainda não se sabe exatamente qual foi a arma química utilizada no ataque, mas segundo o ministro da Saúde da Turquia, Recep Akdag, "as primeiras análises indicam que foi um ataque químico", provavelmente, com gás sarin. Os hospitais turcos, próximos à fronteira com a Síria, ainda atendem dezenas de feridos da ação militar de ontem.

Os bombardeios à região continuam ocorrendo nesta quarta, quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou uma reunião de emergência para debater os ataques na Síria.

O território sírio está imerso em uma guerra civil há mais de seis anos, onde opositores de Assad lutam contra o governo e vice-versa. Além do conflito que se espalhou pelo país, inicialmente, por questões políticas, há ainda a forte presença de grupos terroristas, como o Estado Islâmico (EI, ex-Isis) e o Frente al-Nusra. Os primeiros chegaram a criar um "califado" em grande parte do território sírio. 

O suposto ataque químico que deixou 58 mortos na Síria gerou uma onda de indignação em todo mundo, com pedidos da ONU, Londres, Paris e Bruxelas para que sejam identificados os responsáveis pelo crime.

No ataque ocorrido na cidade de Khan Sheikhun morreram 58 pessoas e 170 ficaram feridas, incluindo crianças, que conseguiam respirar apenas com máscaras de oxigênio, enquanto convulsionavam. Pelo menos 11 crianças faleceram, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse nesta terça-feira que a organização quer "identificar claramente as responsabilidades" e que os autores do ataque "prestem contas". A oposição síria acusou o governo de ter utilizado "obuses com gás químico". Este "crime terrível" relembra um ataque cometido em 2013 próximo a Damasco, que a comunidade internacional "deixou impune".

Algumas horas depois, um ataque aéreo foi lançado contra o hospital onde eram tratadas as vítimas. O chefe negociador da oposição, Mohammed Sabra, disse que o ataque "com gás tóxico põe sob suspeita" o processo de paz, que tenta acabar com o conflito que já deixou mais de 320.000 mortos, além de milhões de deslocados e exilados.

A Casa Branca condenou o ataque, qualificando-o de "intolerável" e atribuiu sua responsabilidade ao governo de Bashar al-Assad. "O ataque químico na Síria contra pessoas inocentes, incluindo mulheres e crianças, é condenável", disse o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

Para a Síria é uma "calúnia"

O Exército sírio "negou categoricamente" estar por trás do ataque e destacou que "nunca as usou [as armas químicas] em nenhum momento, em nenhum lugar e não a usará no futuro". As acusações são uma "calúnia", disse nesta terça-feira à AFP um funcionário de alto escalão dos Serviços de Segurança sírios.

"Trata-se de uma calúnia [...] os homens armados [os rebeldes] tentam apontar uma vitória midiática depois de não terem conseguido [uma vitória] em terreno", indicou o funcionário, que pediu anonimato.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, também assinalou o governo sírio. "A notícia de hoje é terrível [...] Obviamente, a principal responsabilidade ali recai sobre o regime, porque tem a responsabilidade de proteger seu povo e não de atacá-lo", disse em um encontro com jornalistas a chanceler europeia.

Londres também falou neste mesmo sentido. "Embora não possamos estar certos do ocorrido, isto tem todas as características dos ataques de um regime que tem usado repetidamente armas químicas", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, em um comunicado.

"O incidente deve ser investigado e seus autores tem que prestar contas", acrescentou o ministro, descrevendo como "horrorosas" as informações que chegam da Síria.

"Massacre"

O presidente francês, François Hollande, acusou Bashar al-Assad nesta terça-feira de estar por trás do "massacre". "Mais uma vez o regime sírio nega a evidência de sua responsabilidade neste massacre", disse Hollande em um comunicado divulgado pela presidência francesa.

A França solicitou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU depois do ataque. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou que o ataque "químico" na Síria foi "desumano" e que ameaça o processo de paz neste país, durante uma conversa com seu homólogo russo, Vladimir Putin, informaram responsáveis de Ancara.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC) disse estar "muito preocupada" com este "suposto ataque com armas químicas", afirmando que está tentando "reunir e analisar todas as informações de todas as fontes disponíveis".

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, descreveu como "hediondo" o ataque químico contra civis, que teria acontecido a mando do governo da Síria. Segundo ele, o ataque nesta terça-feira na província de Idlib é "repreensível e não pode ser ignorado pelo mundo civilizado".

Spicer afirmou que as ações do presidente sírio, Bashar al Assad, são uma consequência da "fraqueza e irresolução" do governo Obama ao lidar com a guerra civil na Síria. De acordo com o porta-voz, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está "extremamente alarmado" por esse "ato intolerável".

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Um suposto ataque químico realizado pelo governo sírio ou por aeronaves russas em Idlib matou ao menos 58 pessoas nesta terça-feira, de acordo com ativistas, que descreveram o ataque como um dos piores em seis anos de guerra civil no país. Destes, 11 eram crianças. Fonte: Associated Press.

Um membro da oposição síria na província de Idlib, Mohammed Hassoun, disse à agência "AP" que o suposto ataque químico desta terça-feira (4) pode ter sido realizado com gás sarin, substância inodora e incolor classificada como arma de destruição em massa.

Algumas das vítimas apresentaram sintomas como convulsões, espuma na boca, dificuldade respiratória e constrição das pupilas. Oficialmente, nenhuma organização que denunciou o ataque especificou qual armamento pode ter sido utilizado.

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Ataques aéreos atingiram várias partes da Síria neste sábado (25), matando e ferindo dezenas de pessoas em meio a confrontos em várias frentes entre forças governamentais e grupos insurgentes. É um dos maiores ciclos de violência das últimas semanas no país.

Os ataques, com relatos de participação de aviões russos, concentraram-se nas província de Idlib, de Hama e subúrbios da capital, Damasco, que foram atacados por grupos insurgentes na semana passada.

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Um dos ataques aéreos atingiu uma rua principal no subúrbio de Hamouriyeh em Damasco, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo mais de 50, disseram ativistas. Os ataques aéreos causaram ampla destruição na área.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, relatou que os ataques aéreos mataram 16 pessoas, incluindo oito mulheres e crianças, e feriram mais de 50. A Coordenação Local disse que 18 foram mortos e dezenas foram feridos. Ambos os grupos disseram que algumas pessoas ainda estão desaparecidas e que o número de mortos pode aumentar.

"Eles estão bombardeando Hamouriyeh há dias, mas hoje eles atingiram uma área repleta de civis", disse Awis al-Shami, do grupo de busca e resgate da Defesa Civil, também conhecido como White Helmets, por mensagem de texto.

Os ataques aéreos ocorrem depois que grupos rebeldes lançaram uma ofensiva em Damasco e na província central de Hama nos últimos dias. As forças governamentais e seus aliados lançaram uma contra-ofensiva capturando algumas das áreas que perderam em Damasco e Hama.

Ativistas da oposição também relataram ataques aéreos na província de Idlib atingindo várias cidades e vilarejos, bem como a capital da província, o que leva o mesmo nome.

O Observatório disse que um ataque na noite de sexta-feira atingiu uma prisão administrada por militantes, matando pelo menos 16 pessoas, incluindo prisioneiros e funcionários da prisão na cidade de Idlib. Acrescentou que as mulheres também estavam entre os mortos.

O grupo de monitoramento, que tem uma rede de ativistas em todo o país, disse que algumas pessoas foram mortas por tiros enquanto os guardas da prisão perseguiam detidos que tentavam fugir após o ataque. A Corte Penal Internacional disse que cinco ataques aéreos atingiram a cidade sem dar mais detalhes. Idlib é um baluarte de grupos insurgentes e é regularmente alvo de aviões de guerra sírios e russos. Fonte: Associated Press.

Israel alertou a Síria a não atirar em jatos de combate israelenses enquanto eles passam pelo território com o objetivo de destruir armas destinadas ao grupo militante libanês Hezbollah.

O ministro de defesa Avigdor Lieberman fez o alerta neste domingo, dias depois de a Síria disparar mísseis em direção a aeronaves israelenses que promoviam ataques aéreos em território sírio contra um comboio de armas. Lieberman afirmou que, se os disparos sírios ocorrerem novamente, os israelenses iriam "destruir esses sistemas de defesa sem hesitação".

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O Hezbollah tem lutado ao lado das forças fiéis ao presidente da Síria, Bashar Assad, durante a guerra civil no país. O grupo jurou a destruição de Israel e disparou milhares de mísseis em direção a Israel durante uma guerra de um mês em 2006. Israel tem dito que não vai permitir que armas avançadas cheguem ao Hezbollah. Fonte: Associated Press.

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