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O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, disse nesta quarta-feira (24) que seria ruim para os Estados Unidos se sua companhia cumprisse a exigência da Agência Nacional de Investigação (FBI, na sigla em inglês) para ajudar a desbloquear um iPhone criptografado usado por um dos atiradores de San Bernardino.

Em sua primeira entrevista desde a controversa iniciada na semana passada, Cook disse à ABC News que foi uma escolha difícil resistir à exigência do governo para ajudar a abrir o iPhone de Syed Farook, um dos dois extremistas que mataram 14 pessoas na cidade californiana em dezembro.

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"Algumas coisas são difíceis outras coisas são corretas, e algumas são as duas coisas. Essa é uma delas", disse Cook em um vídeo divulgado pelo site americano. A entrevista vem em um momento em que a Apple e o governo estão disputando o apoio público enquanto reúnem argumentos jurídicos para o caso.

Autoridades federais disseram que pedem apenas por alguma assistência para desabilitar alguns recursos de segurança do iPhone, dizendo que o aparelho pode ter informações sobre os assassinatos em massa. A Apple argumenta que se ajudar, isso tornaria outros aparelhos da marca suscetíveis a invasões por autoridades ou criminosos no futuro. "Isso exporia pessoas a vulnerabilidades incríveis", disse Cook.

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O terceiro terrorista que realizou os ataques na casa de show Bataclan em Paris, antes de ser morto, foi identificado como um francês que foi para a Síria em 2013, afirmaram duas autoridades nesta quarta-feira, aumentando os temores de que cada vez mais o problema parece vir de dentro da Europa.

Foued Mohamed-Aggad deixou Estrasburgo com destino à Síria no final de 2013, disse uma autoridade francesa, um momento em que um grupo com cerca de 12 jovens deixou a cidade com destino à Síria. Alguns deles retornaram por vontade própria, incluindo seu irmão. Segundo os investigadores, os jovens que voltaram estavam revoltados com o que eles tinham visto. A autoridade acredita que o homem que recrutou esses jovens é Fares Mourad, que está preso.

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As autoridades falaram sob condição de anonimato, pois não podiam fornecer detalhes sobre a investigação em curso.

"Isso tudo vai levar tempo e em face da ameaça terrorista que infelizmente ocorre aqui, precisamos continuar com este trabalho de rastrear terroristas porque estamos em guerra com o Estado Islâmico", disse o primeiro-ministro da França, Manuel Valls.

Todos os 13 terroristas envolvidos nos ataques de 13 de novembro identificados até o momento nasceram na França ou na Bélgica e que se juntaram com extremistas do Estado Islâmico na Síria.

A polícia segue ainda com uma investigação crucial. Um dos terroristas, que foi morto em 18 de novembro durante uma operação policial em um esconderijo, permanece inteiramente desconhecido.

Fonte: Dow Jones Newswires

Um dos suspeitos pelos ataques da sexta-feira (13) em Paris, Salah Abdeslam, foi multado na Holanda por posse de drogas mais cedo neste ano, informou nesta quarta-feira (18) a polícia holandesa.

Abdeslam foi multado em 70 euros (US$ 75), após a polícia encontrar uma pequena quantidade de "drogas leves", durante uma revista de rotina, no início de fevereiro. Ele estava acompanhado por um de seus irmãos e por outro homem, enquanto viajavam para a Bélgica, disse a polícia.

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Os nomes de Abdeslam e de seus companheiros, que estavam viajando em um carro registrado na Bélgica, foram alvo de uma checagem cuidadosa. Não havia nada, porém, nos registros policiais relativo a eles.

A notícia é divulgada no momento em que a polícia expande a busca por Abdeslam, que segundo investigadores estava envolvido nos ataques e pode ter conseguido fugir para a Bélgica horas após os ataques.

Um dos sete homens-bomba que realizaram os ataques terroristas em Paris na sexta-feira (13) passada alugou uma casa em um subúrbio ao norte de Paris poucos dias antes dos ataques, afirmou a polícia nesta terça-feira (13).

Brahim Abdeslam, que matou dezenas de pessoas no restaurante Le Comptoir Voltaire, no centro de Paris, antes de detonar os explosivos que estavam em seu corpo, tinha alugado pela internet uma casa no subúrbio de Bobigny, disse a polícia.

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Os investigadores acreditam que os terroristas podem ter usado a casa como uma base logística para realizar os ataques em Paris. 

Um dos terroristas responsáveis pelos ataques na França na semana passada que deixaram 17 mortos foi enterrado na cidade de Reims , apesar de protestos das autoridades locais e receios de que o túmulo poderia se tornar um atrativo para extremistas.

Said Kouachi, o mais velho dos dois irmãos que mataram 12 pessoas na sede no jornal satírico Charlie Hebdo, foi enterrado em Reims por determinação do governo francês. "Dado o risco de distúrbios e para virar rapidamente a página deste triste episódio, ficou decidido que o enterro fosse realizado rapidamente", afirmou a administração municipal. Durante a semana, o prefeito da cidade, Arnaud Robinet, havia dito que se recusava "categoricamente" ao pedido da família de Kouachi para enterrá-lo em Reims, onde ele vivia.

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Neste sábado (17), em uma entrevista para a emissora de TV BFM, Robinet disse que foi forçado a autorizar o enterro pelo governo central, que utilizou uma lei que dá o direito de a pessoa ser enterrada na sua última cidade de residência. "Ele foi enterrado na noite passada (sexta-feira), da forma mais discreta e anônima possível", explicou o prefeito, sem dizer o nome do cemitério no qual ele foi enterrado.

Antoine Flasaquier, advogado da esposa de kouachi, disse que o enterro aconteceu no meio da noite, "com a maior discrição e dignidade". Segundo ele, a viúva não participou da cerimônia, com medo de ser seguida por repórteres e, assim, possibilitar a identificação do local onde o terrorista foi enterrado.

Os corpos dos outros dois terroristas envolvidos nos episódios da semana passada ainda aguardam para serem enterrados. Cherif Kouachi será enterrado na sua cidade natal de Gennevilliers. Autoridades locais dizem querer evitar "qualquer polêmica indecente e desnecessária" sobre o enterro e que Cherif será enterrado em um túmulo sem identificação, "para evitar qualquer risco de distúrbios e preservar a tranquilidade da cidade".

Ainda não há nenhuma informação oficial sobre os planos para o enterro de Amedy Coulibaly, que matou cinco pessoas, incluindo quatro reféns em um supermercado judaico em Paris. Fonte: Associated Press.

A estação de Atocha de Madri, palco dos atentados de 11 de março de 2004, foi evacuada nesta sexta-feira depois que um homem ameaçou detonar explosivos, que por fim não carregava, informou a polícia espanhola.

Um porta-voz do corpo de segurança indicou à AFP que havia sido ativado o protocolo por ameaça terrorista e que um homem que "dizia que iria explodir um artefato na mochila que carregava" foi detido, mas "foi comprovado que não havia nenhum artefato" ali.

A polícia "segue inspecionando o trem e as vias para comprovar se há algo", acrescentou esta fonte.

A estação de Atocha, a maior da capital espanhola, foi palco de atentados islamitas em 11 de março de 2004 que deixaram 191 mortos e mais de 2.000 feridos pelas explosões provocadas em quatro trens das proximidades.

Um soldado canadense morreu e outro ficou ferido ao serem atropelados em um suposto atentado terrorista em uma cidade próxima a Montreal, no Quebec, na segunda-feira (20). O responsável pelo ataque foi perseguido pela polícia, foi baleado e morreu horas após o incidente.

A vítima fatal do ataque não teve a identidade divulgada, a pedido de familiares, e morreu nesta terça-feira. O outro militar atingido pelo carro está internado, mas com ferimentos leves.

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Segundo um agente de segurança que trabalha no caso, o suposto terrorista era Martin Couture Rouleau, de 25 anos, que vinha sendo influenciado por radicais islâmicos. Segundo relato de vizinhos, Rouleau deixou de usar jeans e começou a vestir uma túnica no ano passado, além de ter se convertido ao Islã e adotar um comportamento solitário.

De acordo com o porta-voz da polícia, David Falls, afirmou que o suspeito "era conhecido pelas autoridades federais", que temiam que ele "se tornasse radical".

Após atingir os militares com seu carro, Rouleau tentou fugir e foi perseguido por dois policiais canadenses. Ele então perdeu o controle do carro e capotou várias vezes. Ao tentar sair do veículo, Rouleau foi atingido pelos agentes de segurança e morreu depois, no hospital. Próximo ao suposto terrorista estava um facão, que a polícia diz não saber se Rouleau estava empunhando ao sair do carro.

O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, foi informado do suposto atentado terrorista. "Em primeiro lugar, nossos pensamentos e orações estão com as vítimas e suas famílias; estamos monitorando de perto a situação e obviamente iremos disponibilizar todos os recursos do governo federal (para a investigação)", afirmou.

A polícia se recusou a fornecer detalhes do caso, incluindo a motivação para o crime. Suspeita-se, contudo, que esse ataque possa estar ligado ao grupo Estado Islâmico, que pediu a apoiadores do mundo todo para realizarem atentados em países ocidentais que apoiam a coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater os extremistas. Fonte: Associated Press.

Um homem-bomba detonou hoje (9) um micro-ônibus carregado de explosivos em horário de pico em um posto de controle no Iraque. A explosão causou a morte de 34 pessoas e provocou ferimentos em 137. Entre os mortos, estão cinco policiais, duas mulheres e cinco crianças. A televisão estatal Iraqiya informou que dois dos seus empregados morreram na explosão.

O atentado ocorreu num momento de grande fluxo de carros, na entrada norte da cidade de Hilla, 95 quilômetros ao sul da capital, Bagdá. O balanço anterior apontava 21 mortos.

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O Iraque enfrenta um aumento da violência sectária e de ataques terroristas, que, no ano passado causaram a morte de mais de 8.800 pessoas, das quais 7.818 eram civis, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU).

A violênciano país chegou a níveis que já não se verificavam desde 2008 e tem sido impulsionada sobretudo pelo descontentamento generalizado entre a minoria árabe sunita e pela guerra civil na vizinha Síria.

"Eu vi um enorme incêndio que atingiu todo o posto de controle e destruiu muitos carros nas proximidades. Muitas pessoas não conseguiram sair dos carros devido à pressão da explosão, que derreteu os fechos das portas", relatou um dos sobreviventes Salam Ali, na cama do hospital de Hilla, onde deu entrada com ferimentos no peito e em uma das mãos.

Outra testemunha, de 18 anos, Kadhim Abdulhussein, contou que viu pedaços de metal do posto de controle espalharem-se por dezenas de metros.

Neste domingo foram divulgadas ainda informações sobre outros atentados ocorridos no Iraque. Um deles foi a explosão de uma bomba contra um comboio onde seguia a deputada Nahda al Daini, da aliança de oposição Unidos, na cidade Al-Meqdadiya, na província ocidental de Diyala. A explosão feriu dois guarda-costas da deputada e dez transeuntes. A deputada e un irmão saíram ilesos porque viajavam em um carro blindado.

Outro ataque ocorreu na cidade de Al Tuz, ao norte da capital, onde um grupo de homens armados instalou um posto de controle falso e disparou contra uma empresa petrolífera. Três funcionários da empresa morreram e três ficaram feridos no ataque, que ocorreu quando eles se dirigiam à sede da companhia, Kirkuk.

A Arábia Saudita qualificou a Irmandade Muçulmana, organizações ligadas à Al-Qaeda e outros como grupos terroristas, alertando que pessoas que se juntarem a eles ou apoiá-los podem enfrentar de cinco a 30 anos de prisão.

O Ministério do Interior saudita disse, em nota, que o rei Abdullah aprovou as conclusões de uma comissão encarregada de identificar grupos extremistas referidos em decreto real no mês passado. O decreto prevê punições para aqueles que lutarem em conflitos fora do reino, se juntarem ou apoiarem grupos extremistas. O decreto do rei ocorre na sequência de uma nova lei antiterrorismo que mira virtualmente qualquer movimento crítico ao governo.

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A Irmandade Muçulmana virou alvo de muitas nações do Golfo desde o golpe militar de 3 de julho, que depôs no Egito o presidente Mohammed Morsi, ele mesmo um membro do grupo. A Arábia Saudita baniu livros da irmandade da feira do livro de Riad e retirou seu embaixador do Qatar, país que apoia o grupo.

O comunicado, divulgado nesta sexta-feira pela agência estatal Imprensa Saudita, apontou os outros grupos terroristas banidos como braços da Al-Qaeda no Iêmen e no Iraque, o Fonte Nusra sírio, o libanês Hezbollah e o grupo xiita do Iêmen Hawthis. A lei se aplicará a todos os grupos e organizações identificadas pelo Conselho de Segurança da ONU ou órgãos internacionais como terroristas ou grupos violentos. Também prevê punições a qualquer cidadão saudita ou estrangeiro residindo no reino por propagar o ateísmo ou prometer lealdade a alguém que não seja os líderes do reino. Fonte: Associated Press.

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O Governo egípicio declarou a Irmandade Muçulmana, movimento do qual faz parte o presidente destituído, Mohamed Mursi, como uma organização terrorista, e proibiu todas as sua atividades, incluindo manifestações. O anúncio foi feito nessa quarta-feira (25), após uma reunião no gabinete com autoridades, um dia depois de um ataque suicida a uma esquadra da polícia. No ataque, 15 pessoas morreram e 134 ficaram feridas na cidade de Mansura, no delta do rio Nilo.

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O ataque condenado pela Irmandade Muçulmana foi reivindicado por um grupo jihadista egípcio situado no Sinai, que afirma se inspirar na al qaeda. A declaração dessa quarta-feira é a última de uma série de medidas tomada pelo Governo do Egito.

O governo interino do Egito, apoiado pelos militares, declarou a Irmandade Muçulmana como grupo terrorista, o que dá mais poder para que as autoridades possam reprimir seus membros.

O ministro da Educação Superior, Hossam Eissa, leu o comunicado após longa reunião nesta quarta-feira (25). "O gabinete declarou o grupo Irmandade Muçulmana e sua organização como uma organização terrorista."

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Eissa acrescentou que as implicações da declaração passam pela punição daqueles que pertencem ao grupo, ajudam a financiá-lo e promovam as atividades da organização. Fonte: Associated Press.

O homem-bomba que atacou, na última sexta-feira, a Embaixada dos Estados Unidos, em Ancara, capital da Turquia, cumpriu vários anos de prisão por acusações de terrorismo, mas recebeu liberdade condicional após ser diagnosticado com problemas mentais causados por uma greve de fome, informaram autoridades turcas neste sábado (2).

O suicida, identificado como o militante esquerdista, Ecevit Sanli, de 40 anos, explodiu a si mesmo diante da Embaixada, causando a morte de um guarda e ferindo uma jornalista gravemente, num ato classificado pelos EUA de ataque terrorista. Sanli carregava explosivos suficientes para destruir um prédio de dois andares e chegou também a detonar uma granada, segundo o governo turco.

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O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, informou ontem que a polícia trabalha com a hipótese de Sanli ser ligado a um grupo militante esquerdista proscrito, conhecido como Partido Revolucionário de Libertação Nacional-Frente, ou DHKP-C.

Em comunicado postado hoje num site ligado ao DHKP-C, o grupo reivindicou a autoria do atentado e afirmou que Sanli cometeu "o ato de sacrifício" em seu nome.

As informações são da Associated Press.

Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam nesta sexta-feira (18), no Rio de Janeiro, Joseba Gotzon Vizan González, acusado de integrar o grupo separatista basco ETA. Ele estava foragido desde 1991, quando teve a ordem de prisão emitida pela Audiência Nacional, tribunal espanhol encarregado a assuntos de terrorismo.

Em outubro de 2011, o ETA anunciou que abandonou definitivamente a luta armada, decisão que foi comemorada por autoridades espanholas. Durante mais de 50 anos, o grupo lutou por um País Basco independente, região que compreende o norte da Espanha e o extremo sudoeste da França. Estima-se que as atividades terroristas do grupo tenham matado mais de 850 pessoas.

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O americano Jose Pimentel, de 27 anos, foi preso no último final de semana, em Nova York, acusado de conspiração por comprar material para construir uma bomba caseira com propósitos terroristas. Americano, filho de dominicanos e convertido ao islamismo, ele morava com seus tios no quinto andar de um prédio antigo na rua 137 do bairro de Hamilton Heights, perto do Harlem, lado oeste de Manhattan. Eu moro no terceiro andar do mesmo prédio.

Ele foi preso na noite de sábado, depôs neste domingo no Tribunal Criminal em Manhattan, e deve depor novamente no próximo dia 25. Se condenado, pode pegar de 15 anos de detenção ou prisão perpétua. Pimentel queria testar seu artefato em caixas de correio e depois tentar matar funcionários do governo americano.

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De acordo com a polícia, ele também usava o nome de Muhummad Yusuf, mantinha um blog, o trueislam1.com, e que pensava em mudar o nome para Osama Hussein, em homenagem aos seus heróis já mortos, o terrorista Osama bin-Laden e o ditador iraquiano Saddam Hussein.

É "um simpatizante do Al-Qaeda", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Pimentel, por sua vez, disse à polícia que é um "lobo solitário", não filiado a nenhuma facção terrorista. E era isso mesmo que Pimentel parecia: um lobo solitário.

Pimentel passava horas a fio parado, em pé, fumando cigarro de vez em quando, na frente do prédio. Era de poucas palavras, mas sempre educado, mais educado inclusive que a maioria. Sempre dizia bom dia, sempre se apressava a abrir a porta do edifício quando eu chegava com sacolas do supermercado e a segurava até que eu entrasse.

Ele tinha uma barba curta e sempre usava o cabelo preso com bandana. Geralmente uma bandana azul. Creio que uma vez o vi usando um turbante, mas não era seu costume. Recentemente, Pimentel cortou o cabelo e deixou de lado o lenço.

A atitude de Pimentel tinha um quê de suspeita, chegamos a comentar isso algumas vezes em família, mas nada que chegasse perto de imaginar que ele tinha ideias terroristas. Foi uma grande surpresa para mim e todos os vizinhos que moram há algum tempo aqui e o conheciam ainda que de vista. O zelador do prédio, Alex Gonzales, disse que estava tão perplexo quanto todos os demais moradores.

Pimentel parecia ser pacífico demais. Mas achava estranho alguém tão jovem e forte - ao redor de 1,85m e acima do peso - não trabalhar, ficar tanto tempo no mesmo canto na lateral da porta de entrada do edifício ou sentado na escada, apenas observando as pessoas que entravam e saíam. Era raro haver um dia em que ele não estivesse na rua. Aos vizinhos, sempre dizia que estava desempregado. E com mais de 14 milhões de desempregados nos Estados Unidos, não era difícil acreditar que fosse um deles.

A polícia o observava desde 2009 e o vigiava quando, em outubro, ele teria começado a construção da bomba, indo a lojas como a Home Depot, varejista de material de construção, no Bronx, e uma loja de 99-cent, segundo relatos da polícia. Teria comprado relógio, luvas, luzes de Natal, canos de PVC, tudo para ser usado para fazer o artefato. A polícia tinha um informante, que gravou várias conversas com Pimentel. No último dia 16, ele teria contado a esse informante que pretendia pedir a um vizinho uma furadeira para fazer furos nos canos de PVC.

Obviamente eu não era esse tal vizinho, porque não tínhamos proximidade para que me pedisse algo emprestado. Uma vez, na porta do prédio, ele fez perguntas a alguém da minha família sobre para onde estávamos indo, se as crianças iriam junto, se o apartamento ficaria vazio. Perguntas nada anormais para uma conversa de vizinhos, mas agora, de lembrar, tornam-se também suspeitas.

Foi nessa ocasião também que ele contou que tinha morado praticamente a vida toda na vizinhança, morando nesse mesmo prédio - ele na verdade morou um tempo fora da cidade de Nova York quando foi casado e retornou em janeiro de 2010. Comentou ainda que o bairro já foi muito perigoso, nos anos 80 e 90, que não se podia andar à noite nas ruas, mas que o Harlem e arredores tinham mudado muito e era mais seguro viver aqui hoje em dia. Eu, na verdade, diria que nem tanto.

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