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Será o fim dos carregadores incompatíveis lotando gavetas? A Comissão Europeia quer impor um carregador universal para smartphones e outros dispositivos eletrônicos, em nome dos direitos do consumidor e do meio ambiente, um projeto que desperta a oposição da gigante americana Apple.

O regulamento proposto nesta quinta-feira (23) pelo Executivo europeu, que terá de ser aprovado pelos eurodeputados e Estados-membros, visa harmonizar as portas de carregamento para smartphones, tablets, câmeras, fones de ouvido, alto-falantes e consoles de jogos portáteis, e pode ameaçar os cabos de conexão dos iPhones do grupo californiano.

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Este projeto foi apresentado em 2009 pela Comissão e foi objeto de uma resolução do Parlamento Europeu em janeiro de 2020, mas até agora encontrou forte relutância por parte da indústria, embora o número de tipos de carregadores existentes tenha reduzido ao longo dos anos.

De cerca de 30 em 2009 caíram para três: o conector Micro USB que há muito equipa a maioria dos telefones, USB-C, uma conexão mais recente, e o Lightning usado pela Apple.

A UE agora quer impor a porta USB-C a todos os dispositivos eletrônicos, o que permitiria o uso de qualquer carregador, enquanto a harmonização das tecnologias de carregamento rápido garantirá a mesma velocidade de carregamento - evitando que se quebre quando usado com um dispositivo de uma marca diferente.

Logicamente, Bruxelas pretende dissociar a venda de dispositivos eletrônicos e carregadores: "Uma vitória para os consumidores e para o meio ambiente (...) Os europeus estão fartos de carregadores incompatíveis que se amontoam nas gavetas", declarou a comissária responsável pela Concorrência Europeia, Margrethe Vestager, citada em um comunicado à imprensa.

"Demos ao setor muito tempo para encontrar soluções. Agora, chegou a hora de legislar", insistiu.

A Apple, que afirma que sua tecnologia Lightning equipa mais de um bilhão de dispositivos em todo o mundo, imediatamente reiterou sua oposição. "Este regulamento sufocaria em vez de encorajar a inovação e prejudicaria os consumidores na Europa e em todo o mundo", disse o grupo à AFP.

A empresa, que afirmou no ano passado que tal legislação geraria "um volume sem precedentes de lixo eletrônico" ao tornar obsoletos alguns dos carregadores em circulação, está alarmada com a transição de 24 meses proposta por Bruxelas, considerada precipitada.

A Comissão retruca que os consumidores europeus, que gastam cerca de 2,4 bilhões de euros por ano apenas na compra de carregadores, poderiam economizar pelo menos 250 milhões de euros anuais, e que o desperdício de carregadores não utilizados, estimado em 11.000 toneladas por ano, poderia ser reduzido em quase 1.000 toneladas.

Bruxelas garante que a capacidade de inovação das empresas será preservada - em particular nas técnicas de carregamento sem fio, que estão excluídas do projeto porque ainda estão em fase de desenvolvimento num mercado que atualmente "não está muito fragmentado".

A associação ANEC, que defende os direitos dos consumidores, acolheu favoravelmente o projeto, embora lamentando que os sistemas sem fio não estejam inclusos.

"É fundamental evitar a fragmentação nesse nicho! Como a legislação vai demorar para ser discutida e adotada, também deve abranger o carregamento sem fio" que se tornará prevalente em alguns anos, argumenta a ANEC.

A União Europeia (UE) e o laboratório anglo-sueco AstraZeneca chegaram a um acordo sobre um programa de entrega de vacinas anticovid-19 até março de 2022, pondo fim, com isso, à disputa judicial aberta em um tribunal de Bruxelas.

Em abril deste ano, a Comissão Europeia levou a AstraZeneca à Justiça por atrasos nas entregas das doses previstas no contrato de compra assinado em agosto de 2020.

Pelo acordo anunciado nesta sexta-feira (3), a AstraZeneca se compromete a entregar até março do ano que vem as 200 milhões de doses restantes do contrato de 300 milhões de vacinas. O laboratório entregou 100 milhões de doses até o momento.

Neste novo cronograma, a AstraZeneca deverá enviar 135 milhões de doses de sua vacina anticovid-19 até o final de 2021, e outras 65 milhões, no primeiro trimestre de 2022.

Em um comunicado, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, afirmou que o acordo "garante a entrega das 200 milhões de vacinas restantes, por parte da AstraZeneca, à UE".

Ela lembrou que, embora a UE tenha alcançado seu objetivo inicial de vacinar 70% da sua população adulta até o fim do verão boreal (inverno no Brasil), "existem diferenças significativas nas taxas de vacinação entre nossos Estados-membros".

Portanto, continuou, "a disponibilidade contínua de vacinas, incluindo a da AstraZeneca, mantém-se crucial".

Além disso, completou a comissária, a UE se impôs uma meta adicional de "compartilhar pelo menos 200 milhões de doses da vacina por meio do Covax com países de renda baixa e média, até o final deste ano".

- Fim do litígio na Justiça -

Em um comunicado em separado, o vice-presidente da unidade de negócios da AstraZeneca, Ruud Dobber, destacou que o acordo "nos permite avançar e trabalhar em colaboração com a Comissão Europeia para ajudar a superar a pandemia".

"Também esperamos trabalhar com a Comissão Europeia em um esforço conjunto para apoiar ainda mais o Covax", acrescentou.

Na nota, a empresa disse que, até o momento, a AstraZeneca "forneceu mais de 1,1 bilhão de doses de vacina para mais de 170 países. Aproximadamente dois terços deles foram para países de renda baixa e média-baixa".

Depois de duras tensões entre a UE e o laboratório anglo-sueco pelos atrasos nas entregas do imunizante anticovid-19 e das divergências na interpretação dos contratos, a Comissão Europeia iniciou processos judiciais nos tribunais belgas em abril deste ano.

A UE acusou a AstraZeneca de priorizar as entregas de vacinas para o Reino Unido, e não para o bloco. Diante disso, os advogados da Comissão Europeia recorreram aos tribunais para exigir a garantia das entregas, ou que fosse possível impor pesadas multas diárias.

A empresa argumentou que seu contrato com o bloco a obrigada apenas a fazer os "melhores esforços" para cumprir as metas de entrega, e que o congestionamento na produção de suas fábricas europeias era inevitável.

Finalmente, em junho, uma sentença provisória de um tribunal de Bruxelas impôs um novo cronograma de entrega à AstraZeneca.

A vacina contra o coronavírus da AstraZeneca é consideravelmente mais barata do que a vacina da Pfizer e não requer temperaturas extraordinariamente baixas para seu armazenamento. Por estas condições, é vista pela UE como uma peça fundamental em sua estratégia para combater a pandemia.

A União Europeia (UE) enviou três aviões de combate a incêndios para ajudar a Turquia na luta contra as chamas que devoram o sudoeste do país há seis dias, causando oito mortes e aumentando a pressão sobre o presidente Recep Tayyip Erdogan pela má gestão da crise.

Mobilizados no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, dois aviões Canadair da Espanha e um da Croácia foram enviados para ajudar a Turquia.

"A UE é totalmente solidária com a Turquia neste período muito difícil. (...) Nossos pensamentos estão com o povo turco, que perdeu entes queridos, e com os bravos socorristas que fazem seu melhor para combater os incêndios mortais", declarou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, em um comunicado divulgado no domingo (1º).

Dos 130 incêndios que eclodiram em todo país em seis dias, sete ainda estão ativos, informou nesta segunda-feira (2) a Direção de Florestas, um órgão público turco.

Diante do avanço das chamas que ameaçam as cidades de Antalya, Bodrum e Marmaris (sudoeste), centenas de turistas e moradores foram evacuados de suas casas e hotéis no domingo.

Mais de 1.100 pessoas tiveram de ser evacuadas de barco, informou o prefeito de Bodrum, Ahmet Aras, no domingo, pois era impossível retirá-las por estrada.

Em várias das cidades afetadas, voluntários estão se organizando para ajudar os mais de 4.000 bombeiros mobilizados no local.

Em Marmaris, os voluntários são responsáveis pela coleta e pela distribuição de alimentos e de água, além de cremes antiqueimadura e roupas antifogo.

"Muitos moradores de Marmaris, como eu, não conseguem dormir em paz com esses incêndios. Temos que evitar que nosso futuro queime", disse Evran Ozkan, um voluntário de Marmaris, à AFP.

Outros voluntários estão diretamente envolvidos nos esforços para controlar o fogo.

"Tentamos limpar o terreno, cortamos a grama, limpamos. Também ajudamos os bombeiros a se deslocarem com suas mangueiras na floresta", relatou outro voluntário de Marmaris, Tevfik Kahraman.

A Turquia sofreu os piores incêndios em pelo menos uma década, com cerca de 95.000 hectares queimados até agora em 2021, contra uma média de 13.516 no mesmo período entre 2008 e 2020, de acordo com dados oficiais.

O presidente Recep Tayyip Erdogan foi muito criticado pela crise. Apesar de ser um problema que se agrava em um país que tem um terço de seu território coberto por florestas, a Turquia não possui aviões de combate a incêndios.

O principal partido da oposição, o CHP (Partido Republicano do Povo, social-democrata), censurou o presidente turco por ter desmantelado a infraestrutura de uma organização semipública que contava com este tipo de aeronave.

Antes do anúncio da ajuda da UE, a Turquia já havia usado aviões de Rússia, Ucrânia, Azerbaijão e Irã.

Na vizinha Grécia, dois grandes incêndios devastam a ilha de Rodes e o noroeste da península do Peloponeso. Temperaturas acima de 40ºC são esperadas durante o dia.

O governo do Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (28) a revogação da exigência de quarentena para viajantes dos Estados Unidos e da União Europeia que tenham sido completamente vacinados contra o novo coronavírus.

A medida entra em vigor no próximo dia 2 de agosto e reflete a melhora da situação epidemiológica no país.

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Até agora, o isolamento preventivo só tinha sido revogado para residentes vacinados do Reino Unido em viagens de retorno ao país. Atualmente, britânicos podem viajar a 19 Estados-membros da UE sem necessidade de quarentena, desde que estejam totalmente imunizados.

O governo do premiê Boris Johnson já eliminou todas as restrições remanescentes do lockdown do início do ano, inclusive a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre, apesar dos temores sobre a disseminação da variante Delta do novo coronavírus.

No entanto, após um repique a partir da segunda quinzena de junho, os casos diários de Covid-19 voltaram a cair na semana passada. Além disso, a vacinação avançada vem demonstrando ser capaz de conter internações e mortes - cerca de 70% da população já tomou ao menos uma dose, enquanto 55% das pessoas concluíram o ciclo de imunização.

Ainda assim, o próprio Johnson alertou na última terça-feira (27) que a pandemia não acabou e que é preciso manter uma "dose de prudência".

Da Ansa

Em espaços pequenos e apertados, os coelhos ficam imobilizados: objetos de metal impedem os animais de fecharem os olhos, assim é possível aplicar as substâncias diretamente em suas córneas. Sem anestesia, o Teste de Draize, criado na década de 1940 para avaliar a irritação ocular que certas substâncias podem causar em humanos, faz parte do conjunto de experimentos realizados em animais com o objetivo de impulsionar as indústrias de cosméticos, agrotóxicos, fármacos, medicamentos e vacinas.

Com registros que atravessam a antiguidade, a experimentação em animais com fins científicos foi regulamentada no Brasil a partir da Lei Arouca, em 2008, apesar de já ser utilizada antes. A lei é um desdobramento do ativismo iniciado há mais de duas décadas pelo sanitarista e ex-deputado federal Sérgio Arouca (1941-2003). Em 1995 ele apresentou um projeto de lei propondo mecanismos de uso mais ético e racional em atividades de ensino e pesquisa no país, usando como exemplo a legislação estrangeira.

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O projeto tramitou por 13 anos no Congresso até ser aprovado, culminando na lei n° 11.794 [Lei Arouca], que instituiu bases para a formação de uma rede reguladora de métodos alternativos, como o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), no Rio de Janeiro. A legislação também criou o Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal  (Concea), cujas resoluções se deram todas por intermédio do BraCVAM. 

O que justifica a prática de experimentação animal, de acordo com a explicação da bióloga e mestranda em Biologia Animal pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Patricia Marques, são as semelhanças dos animais, que costumam ser mamíferos, com os seres humanos. 

“Basicamente, quando um produto é novo na indústria farmacêutica e cosmética, por questão de ética e de risco à saúde, ele não é diretamente aplicado em seres humanos. E uma forma de tentar identificar quais são os efeitos das substâncias no nosso organismo é testar em animais que possuem semelhanças genéticas, a exemplo dos mamíferos”, disse, citando ainda o caso dos camundongos, com cerca de 70% de genes em comum com humanos.

Além do roedor, macacos, cachorros, coelhos, bovinos, aves e porquinhos-da-índia também são algumas das espécies mais utilizadas em laboratórios. A fácil reprodução e baixo custo dos animais também costumam ser levadas em consideração. Ainda que setores da ciência argumentem sobre as vantagens envolvidas nos experimentos, eles são cada vez mais questionados por entidades da sociedade civil.

“Existem muitas técnicas que podem substituir os testes em animais, tão eficazes quanto os testes ou até mesmo mais eficazes, a exemplo de cultura de células, o uso de tecidos humanos produzidos com tecnologia 3D, softwares capazes de analisar os efeitos colaterais através de fórmulas, entre outros”, assegurou Marques.

Regulamentação à brasileira

Embora os testes em animais não sejam proibidos no Brasil, para realizá-los os laboratórios devem cumprir uma série de normas. Desde setembro de 2019, por exemplo, as indústrias de cosméticos, medicamentos, brinquedos e até materiais escolares foram obrigadas a adotarem alguns métodos alternativos nos procedimentos com cobaias, conforme determina a resolução normativa do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea). O Concea faz parte do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Os métodos alternativos são técnicas baseadas em ao menos um dos princípios dos 3 Rs: do inglês, reduction (redução), refinement (refinamento) e replacement (substituição). Os termos têm como objetivo diminuir o número de bichos utilizados, aperfeiçoar as metodologias para reduzir o sofrimento animal e substituir, gradualmente, o uso de cobaias.

No Brasil, pelo menos 24 métodos alternativos foram validados, ou seja, têm eficiência comprovada pelo BraCVAM. O Centro Brasileiro é o primeiro da América Latina a validar e coordenar estudos de substituição, redução ou refinamento do emprego de cobaias em testes de laboratório.

As regras determinam também que todo laboratório, seja ele industrial ou acadêmico, que realiza testes em animais ou métodos alternativos, precisa estar cadastrado no Concea. Para que o registro ocorra, é necessário que cada instituição crie uma Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua), que aprova projetos de pesquisa envolvendo bichos e deve ser formada por cientistas e ao menos um veterinário e um representante da sociedade civil. O mecanismo é considerado um dos maiores avanços da legislação brasileira de proteção animal.

As empresas ou institutos públicos que não cumprirem a determinação podem perder a licença para realizar pesquisa, além de receberem uma multa que varia e R$ 5 mil a R$ 20 mil. Apesar disso, se os métodos alternativos não apresentarem resultados que garantam a segurança do consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode exigir o procedimento com cobaias.

Caminhos menos cruéis

Um dos exemplos mais emblemáticos da criação de alternativas menos cruéis na indústria cosmética foi a inauguração, em setembro de 2019, do primeiro laboratório do Brasil e da América Latina voltado para a “criação” de pele humana para substituir animais em testes científicos de universidades e empresas. 

Citada pela bióloga Patricia Marques, a iniciativa do Centro de Pesquisa e Inovação da L’Oréal, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital fluminense, é especializada em produzir tecidos do corpo humano em 3D. Além de pele, é possível replicar olhos, gengivas e até partes do intestino.

“Essa é uma das opções palpáveis da indústria e funciona como uma prova de que a iniciativa privada consegue desenvolver métodos alternativos, é só querer”, pontua Marques. Para ela, que atua como pesquisadora, as mudanças de comportamento no ambiente educacional público enfrentam obstáculos financeiros. 

A bióloga ressalta que “dentro das indústrias, tendo em vista o alto capital envolvido nos processos produtivos, as justificativas para a não implementação de métodos alternativos são poucas”. Já no ambiente acadêmico, os recursos financeiros podem ser limitados em virtude do sucateamento das instituições públicas. “Às vezes, o uso de outras opções para além dos animais tornam-se inválidas por conta do orçamento limitado e falta de investimentos nas universidades”, desabafou.

Substituição no Brasil e no mundo

Estima-se que pouco mais de 190 milhões de animais foram usados para fins científicos no mundo em 2015. No Brasil não há um número consolidado. China, Japão e Estados Unidos são os que mais usam cobaias animais na ciência. Na direção oposta e apontando o caminho, a Europa se destaca pelo número decrescente de cobaias.

A Diretiva 2010/63/EU, que em 2013 estabeleceu regras para o manejo de animais em biotérios e promove testes que causam o mínimo de dor e usam um número mínimo de animais, é responsável pela mudança de comportamento do bloco europeu. 

Nesse mesmo sentido, nos Estados Unidos o governo tem pressionado as agências federais de financiamento, como os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), para que explorem alternativas ao uso de animais em pesquisas. A exigência se estende ao FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos do país), que nos próximos cinco anos deve apresentar um plano para a redução e aposentadoria de seus macacos.

Além da legislação brasileira de 2008, que estimulou ainda a formação de grupos de pesquisa especializados na criação de métodos alternativos ao uso de modelos de animais, alguns estados criaram seus próprios mecanismos reguladores. Norteados por princípios ligados à proteção da fauna e o crescente movimento “cruelty-free” (sem crueldade), Pernambuco, São Paulo, Amazonas, Espírito Santo, Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro passaram a legislar e a proibir os testes em animais.

É certo que o uso de cobaias segue indispensável em determinadas pesquisas, todavia, o avanço das tecnologias parece certeiro em confirmar: o bem-estar animal é, também, uma questão de ciência.

A União Europeia atingiu neste sábado (10) sua meta de distribuir doses suficientes para vacinar 70% da população adulta contra o coronavírus, cuja variante Delta atrapalha o retorno à normalidade e gera preocupação para a final da Eurocopa.

Até "este fim de semana, entregamos vacinas suficientes aos Estados-membros para vacinar totalmente pelo menos 70% da população adulta", comemorou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Por meio do mecanismo comunitário de compra de vacinas, administrado pela Comissão Europeia, a UE distribuiu 500 milhões de doses de vacinas anticovid-19, o suficiente para vacinar totalmente 70% dos 336 milhões de pessoas que compõem a população adulta do bloco comunitário.

Agora, é responsabilidade dos 27 governos dos Estados-membros administrar essas vacinas à sua população, disse a chefe do Executivo comunitário, que advertiu que "a Covid-19 ainda não foi derrotada".

A principal ameaça hoje é a rápida disseminação da variante Delta, altamente contagiosa, inicialmente detectada na Índia, que está causando um aumento das restrições em muitos lugares.

- Catalunha sem boates -

Diante do aumento "exponencial" dos casos de Covid-19, principalmente entre os jovens, a região da Catalunha, no nordeste da Espanha, voltou a impor restrições.

Como resultado, boates e outros locais de diversão noturna serão fechados e um teste de antígeno ou PCR será exigido, ou prova de vacinação, para participar de eventos ao ar livre para mais de 500 pessoas.

A Holanda também restabeleceu restrições neste sábado, após o aumento dos casos - 7.000 novos na sexta-feira.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, ordenou que boates e restaurantes fechem à meia-noite.

No sentido contrário, os franceses voltaram às pistas de dança na sexta-feira por tempo indeterminado, pela primeira vez desde março de 2020, embora antes de entrar tivessem que apresentar passaporte de saúde.

"É ótimo. As mulheres são lindas, dançamos, somos livres, finalmente livres", disse Gérard na boate Mistral, um local emblemático em Aix-en-Provence (sudeste).

Resta saber se esta reabertura irá resistir à variante Delta, que caminha para ser a dominante na França e no resto do mundo.

- Passaporte sanitário -

Essa nova cepa causa surtos epidêmicos na Ásia e na África e aumenta o número de casos na Europa e nos Estados Unidos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "o mundo está em um ponto perigoso nesta pandemia".

A Rússia registrou pela quinta vez desde o início do mês um máximo histórico de mortes diárias, chegando a 752 neste sábado nas últimas 24 horas.

A Coreia do Sul, que é um exemplo de gestão sanitária, bateu seu recorde de infecções diárias pelo terceiro dia consecutivo (1.378 casos) e prepara duras restrições para sua capital, Seul.

A Argentina estendeu as restrições sanitárias na sexta-feira até 6 de agosto. Mantém o fechamento das fronteiras, mas aumenta o número de argentinos e residentes autorizados a entrar no país.

A Tailândia também restabeleceu limitações, com um toque de recolher em Bangcoc. A partir de segunda-feira, viagens desnecessárias serão proibidas.

E a partir do dia 14 de julho, quem quiser viajar para Malta deverá estar vacinado. "Seremos o primeiro país da Europa a tomar essa medida", disse o governo.

A lista de vacinas disponíveis foi ampliada na sexta-feira com a autorização em Cuba do uso da cubana Abdala, a primeira da América Latina contra a covid-19 e que constitui uma luz de esperança para este país e para a região na luta contra a pandemia.

- Preocupação com o futebol -

Neste cenário, a perspectiva de uma reunião de 65 mil torcedores no Estádio de Wembley em Londres no domingo à noite para a final da Eurocopa entre Inglaterra e Itália é preocupante.

E mais ainda as comemorações do "terceiro tempo", fora do estádio, em um país onde quase todas as restrições foram levantadas, mas não está poupado da variante Delta (quase 30.000 novos casos por dia no Reino Unido durante a última semana).

As últimas restrições ao coronavírus serão suspensas na Inglaterra em 19 de julho e, a partir de 16 de agosto, adultos considerados contatos de casos confirmados, mas totalmente imunes por pelo menos duas semanas, não precisarão mais se isolar por dez dias.

A epidemia já causou pelo menos 4.013.756 mortes no mundo desde que a doença foi detectada em dezembro de 2019 na China, segundo balanço elaborado pela AFP a partir de fontes oficiais.

A União Europeia (UE) registrou em 2020 o maior número anual de mortes verificadas em 60 anos, em função da pandemia do coronavírus, o que contribuiu para uma leve redução da população no bloco - informou a agência Eurostat nesta sexta-feira (9).

De acordo com esta instituição, os países da UE registraram um total de 5,2 milhões de óbitos em 2020. Trata-se de um forte crescimento de 11% em relação a 2019, quando as mortes somaram 4,7 milhões.

Para a Eurostat, esta tendência "reflete o impacto da pandemia da Covid-19".

Um porta-voz do Eurostat disse que o número registrado em 2020 é "o mais alto desde 1961", primeiro ano a ter estatísticas disponíveis de todos os países do bloco.

O número de mortos aumentou em todos os países da UE durante este período, mas particularmente na Itália, com 111.700 mortes, 18% a mais do que no ano anterior.

A mesma tendência também se verificou a Espanha (+18%) e na Polônia (+17%), segundo dados da agência europeia de estatísticas.

Essa mortalidade contribuiu para um ligeiro declínio populacional em 2020, estimado em cerca de 312.000 pessoas. Assim, dos 447,3 milhões de habitantes que a UE tinha em 2020, agora são 447 milhões.

O número de nascimentos também continua em queda. O balanço natural (diferença entre o número de nascimentos e o número de óbitos) é negativo desde 2012 (exceto em 2014, quando foi igual a zero) e vem diminuindo desde 2016.

De 2001 a 2019 inclusive, a população aumentou 4%, um crescimento impulsionado, principalmente, por um saldo migratório positivo. Esse saldo diminuiu em 2020, no entanto, também por conta da pandemia.

"Houve um impacto, seja porque as fronteiras estavam fechadas, o que impediu os movimentos de população durante este período, ou porque as pessoas regressaram para seus países de origem, devido à perda de emprego, ou por outra causa", explicou Giampaolo Lanzieri, especialista da Eurostat.

Ainda assim, o principal elemento para explicar o declínio da população é o impacto da pandemia na mortalidade, disse ele.

A maior diminuição populacional foi observada na Itália, com uma redução populacional de 0,6%, seguida da Romênia (-0,7%) e da Polônia (-0,3%).

O certificado sanitário adotado pelos países da União Europeia (UE) entrou em vigor nesta quinta-feira (1°), com a esperança de ajudar na retomada do turismo e das viagens, apesar das ameaças provocadas pela propagação da variante Delta do coronavírus.

O documento - um código QR que pode ser exibido em um smartphone ou em forma impressa - certifica que o portador está completamente vacinado com um dos fármacos aprovados na UE, testou negativo em um exame recente de PCR ou já possui imunidade por ter superado a infecção.

A intenção é que o certificado permita viajar pelos 27 países da UE e por quatro nações que se associaram à iniciativa (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein).

Todos os países da UE já estão interconectados ao sistema, com exceção da Irlanda, que sofreu um ataque cibernético, mas que espera unir-se ao projeto em 19 de julho.

Os países do bloco serão obrigados a aceitar em seus territórios os viajantes completamente imunizados com as vacinas autorizadas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca (de duas doses) e Johnson & Johnson (dose única).

Os Estados-membros também podem - embora não sejam obrigados - admitir pessoas com vacinas autorizadas em determinados países da UE (como a russa Sputnik V, utilizada na Hungria) ou com vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (como a chinesa Sinopharm).

Os portadores do certificado não devem ser submetidos a quarentena ou exame adicional, mas ainda é possível para um Estado-membro a adoção de restrições se a situação piorar no país ou região de origem do viajante.

Mas a propagação da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e agora predominante no Reino Unido, pode provocar um novo "freio de emergência" na tentativa de retomada do turismo.

A variante Delta já levou a Alemanha a incluir Portugal, donde esta variante se tornou predominante, na lista de países em risco, o que praticamente proíbe todas as chegadas a partir desta nação.

Ao mesmo tempo, Espanha e Portugal anunciaram abruptamente restrições e exigências adicionais a viajantes procedentes do Reino Unido por causa da variante Delta.

- Preocupações -

O drástico aumento das infecções com a variante Delta no Reino Unido, que dá ao país uma taxa de infecção mais de quatro vezes superior à da UE, gera profunda preocupação no continente.

Os países da UE adotaram uma recomendação para permitir apenas a entrada de pessoas completamente vacinadas procedentes de fora do bloco, ou pessoas com razões urgentes para viajar.

Portugal, Espanha e Grécia, no entanto, optaram inicialmente por uma atitude mais flexível com a esperança de estimular o turismo.

A tendência, porém, está sob forte pressão pelo entendimento de que a UE está seis semanas atrás do Reino Unido em termos de futuras infecções da variante Delta.

Durante uma reunião de cúpula na semana passada em Bruxelas, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, criticou Portugal e Espanha por aceitarem abertamente turistas britânicos, ante a necessidade de estimular os setores que dependem do turismo.

Nesta quinta-feira, o aeroporto de Bruxelas registrava grandes filas, pois passageiros que tentavam registrar as saídas eram desviados para áreas de controle, que provocavam uma enorme aglomeração.

"Está tudo bloqueado", disse um funcionário da Brussels Airlines. Quando uma família com crianças reclamou que perderia o voo, ele respondeu: "É a covid-19, este é o procedimento. Se perderem o voo, vamos colocá-los em outro".

De acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais, 50,4% da população da UE já recebeu ao menos uma dose da vacina contra a covid-19, e uma pessoa a cada três está completamente imunizada.

A versão indiana da vacina anticovid da AstraZeneca, chamada Covishield, não está licenciada na União Europeia (UE) devido a possíveis "diferenças" com a original, anunciou nesta quarta-feira (30) o regulador europeu.

"Mesmo que use uma tecnologia de produção análoga à da Vaxzevria (imunizante da AstraZeneca), a Covishield como tal não está atualmente aprovada pelos regulamentos da UE", disse a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em comunicado à AFP.

"Isso ocorre porque as vacinas são produtos biológicos. Mesmo pequenas diferenças nas condições de fabricação podem levar a diferenças no produto final, e a legislação da UE exige que os locais de fabricação e os processos de produção sejam avaliados e aprovados como parte do processo de autorização".

Até o momento, existem quatro vacinas licenciadas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson. Quatro outras estão "em processo de revisão" para possível aprovação: a russa Sputnik, a chinesa Sinovac, a alemã CureVac e a americana Novavax.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu sua aprovação à Covishield e lamentou que alguns países rejeitem o produto.

A União Africana criticou que a falta de autorização na UE da vacina de baixo custo fabricada na Índia pode causar transtornos à África, onde é amplamente distribuída.

"É uma grande vergonha porque a AstraZeneca-Covishield é exatamente a mesma vacina que a AstraZeneca-Vaxzevria, que é aceita na vacinação", disse na terça Richard Mihigo, do escritório regional da OMS para a África.

"A única diferença é que a AstraZeneca-Covishield é fabricada e distribuída em outras partes do mundo fora da Europa", acrescentou.

burs-dk/es/mb/mr

O governo britânico se reserva o direito de agir unilateralmente no conflito com a União Europeia, nomeado pela imprensa de "guerra das salsichas", em meio às tensões pós-Brexit, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

"A menos que vejamos avanços na aplicação do protocolo, que para mim é desproporcional em sua forma atual, teremos que tomar as medidas necessárias", afirmou ele na sessão semanal de perguntas dos deputados ao governo.

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O governo britânico está especialmente preocupado com a entrada em vigor, em julho, do regulamento que impede o envio de carne refrigerada para a Irlanda do Norte, na denominada "guerra das salsichas".

Em vigor desde 1º de janeiro, o protocolo para a Irlanda do Norte, negociado como uma parte do acordo do Brexit, mantém 'de fato' esta província britânica no mercado único e a união aduaneira europeia de mercadorias, prevendo controles alfandegários sobre as mercadorias que chegam lá vindas da Grã-Bretanha.

O objetivo é evitar controles entre a província e a República da Irlanda no sul, e com isso contornar o restabelecimento de uma fronteira formal entre os dois territórios, o que poderia comprometer a paz na Irlanda do Norte, depois de três décadas de violência.

Essas medidas, por outro lado, perturbam o comércio e indignam os unionistas, que defendem manter a província dentro do Reino Unido.

No dia anterior, o ministro para o Brexit, David Frost, disse que foi "solicitado e sugerido à UE que a melhor forma de poder avançar seria aprovar uma extensão do período de carência, ao menos por um período". Isso deve permitir que "as discussões atuais prossigam e tentem encontrar soluções".

Os representantes dos 27 países da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira (16) permitir o retorno dos turistas dos Estados Unidos ao território do bloco, incluindo aqueles que não estão completamente vacinados contra a Covid-19, informaram fontes diplomáticas.

Em uma reunião, os representantes dos países da UE incluíram os Estados Unidos na lista de países e territórios autorizados, além de Taiwan, Macau, Hong Kong, Sérvia, Macedônia do Norte, Albânia e Líbano.

A lista não inclui nenhum país da América Latina. Até esta quarta-feira a relação mencionava apenas Japão, Austrália, Israel, Nova Zelândia. Ruanda, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia.

Com a chegada do verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) e a temporada turística na Europa, os países da UE mobilizaram um grande esforço para permitir o retorno de pelo menos uma parte dos turistas de fora do bloco, para tentar estimular a atividade econômica.

A norma que foi adotada nesta quarta-feira pelos representantes dos 27 países da UE em Bruxelas prevê, no entanto, que no desembarque os turistas poderão ser submetidos a medidas adicionais, como testes de laboratório ou quarentenas.

Com a crise da pandemia, a UE fechou as fronteiras externas em março de 2020 para viagens não essenciais. O bloco mantém uma lista de países cujos cidadãos podem entrar na região como turistas.

Para ser incluído na lista de autorizados, um país deve ter registrado menos de 75 novos casos de Covid-19 para cada 100.000 habitantes nos 14 dias prévios à tomada de decisão.

Para permitir a circulação dos europeus dentro do espaço único, a UE também iniciou a implementação de um passaporte sanitário, que certifica que o portador foi plenamente vacinado, apresentou resultado negativo em um exame ou é imune por ter sido contaminado previamente.

Após uma reunião de cúpula entre UE e Estados Unidos na terça-feira em Bruxelas, as duas partes negociam agora um mecanismo de reconhecimento mútuo de suas campanhas de vacinação.

As instituições da União Europeia sancionaram nesta segunda-feira (14) o projeto que institui um sistema de certificados sanitários para permitir viagens entre os países do bloco.

O texto aprovado pelo Europarlamento em 9 de junho foi assinado pelos presidentes do Legislativo, David Sassoli, e da Comissão Europeia (poder Executivo), Ursula von der Leyen, e por António Costa, primeiro-ministro de Portugal, país que exerce a Presidência rotativa da UE.

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A expectativa de Bruxelas é que o sistema comece a ser aplicado em 1º de julho para permitir a retomada do turismo na alta temporada de verão no Hemisfério Norte.

Os certificados serão emitidos gratuitamente pelos Estados-membros para pessoas completamente vacinadas contra a Covid-19, recém-curadas da doença ou que apresentem teste PCR ou de antígeno negativo para o novo coronavírus - o documento será disponibilizado em papel e em formato digital, com um código QR.

O sistema ficará em vigor por 12 meses, e os Estados-membros não poderão impor mais restrições para quem obtiver o certificado, como exigência de quarentena, a menos que sejam necessárias para proteger a saúde pública e sempre levando em conta os dados epidemiológicos do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.

Serão aceitas apenas as vacinas já aprovadas pela agência sanitária da UE (AstraZeneca, Janssen, Moderna e Pfizer), mas cada Estado-membro poderá decidir se inclui ou não outros imunizantes utilizados apenas em âmbito nacional ou chancelados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso emergencial.

O sistema é voltado sobretudo para cidadãos residentes na União Europeia e para viagens internas no bloco, mas o texto também prevê uma possível adesão de países extracomunitários.

Da Ansa

O poder Executivo da União Europeia lançou nesta terça-feira (1º) a infraestrutura técnica para validação dos certificados de viagem de pessoas vacinadas, curadas ou testadas para a Covid-19, sistema que deve entrar oficialmente em vigor daqui a exato um mês.

O instrumento se chama "Gateway UE" e já conta com 10 Estados-membros conectados (de um total de 27), dos quais sete começaram a distribuir os certificados para seus cidadãos: Alemanha, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Grécia, Polônia e República Tcheca.

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Além disso, 22 países já testaram o sistema desde o último dia 10 de maio, quando teve início sua fase experimental. "Hoje lançamos a Gateway UE, infraestrutura técnica que permite a validação em segurança dos certificados de Covid digitais", anunciou um porta-voz da Comissão Europeia nesta terça.

"É um grande sucesso, e estamos confiantes que o sistema estará em operação em 1º de julho", acrescentou. O certificado de viagem terá versões em papel e digital e será dado a pessoas completamente vacinadas contra o novo coronavírus, recém-curadas da Covid-19 ou que apresentem teste PCR ou de antígeno negativo para a doença.

Serão aceitas apenas as vacinas já aprovadas pela agência sanitária da UE (AstraZeneca, Janssen, Moderna e Pfizer), mas cada Estado-membro terá autonomia para acrescentar outros imunizantes por conta própria. Ainda não está claro, no entanto, como o sistema vai funcionar para viajantes de fora do bloco.

O passaporte sanitário para entrar na União Europeia deve ser chancelado pelos líderes dos Estados-membros neste mês, a tempo de permitir uma retomada ampla do turismo no verão do Hemisfério Norte.

Da Ansa

A União Europeia iniciou nesta segunda-feira (10) a fase de testes de seu "passe verde digital" da Covid-19, uma espécie de "passaporte sanitário" que permitirá viagens entre os países do bloco e do mercado comum europeu.

    "A fase dos testes do passe verde digital começa hoje em 18 Estados-membros mais a Islândia. A partir de hoje, testamos a interoperabilidade das estruturas que produzirão os passes, o carregamento e o download de dados. Até agora, nós não usamos dados reais, mas apenas de testes. A partir de 1º de junho, os Estados-membros poderão carregar os dados reais", disse uma porta-voz do bloco europeu.

    Ainda conforme o representante, os trabalhos até o momento estão dentro do prazo previsto no cronograma e ressaltou que está "confiante" que ele será lançado conforme previsto. As negociações sobre as regras do certificado, no entanto, ainda estão em debate com os líderes europeus - como no caso de quais imunizantes serão aceitos.

    O passe funcionará em sua versão digital, através de um QR Code, que conterá as informações sobre a vacina que o cidadão tomou, sobre a cura da Covid-19 ou ainda o histórico de testes negativos para a doença. Também será liberada uma função para imprimir o documento.

    A ideia é que o app já esteja em funcionamento para o período das férias de verão, quando os europeus aproveitam para viajar.

Da Ansa

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A Itália vai impor uma quarentena de cinco dias para todos os viajantes procedentes da União Europeia (UE), anunciou nesta terça-feira (30) o ministério da Saúde.

Todos os viajantes procedentes da UE deverão ser submetidos a exames de Covid-19 antes de viajar e, ao final da quarentena, deverão passar por outro exame de diagnóstico. A medida já estava em vigor para todos os viajantes de países que não pertencem à UE.

A maior parte da Itália está sob restrições severas atualmente para frear a onda de contágios, com o fechamento de cafés, bares e restaurantes, além de viagens limitadas.

Mas as escolas da região de Lazio, que inclui Roma, reabriram nesta terça-feira após uma decisão das autoridades de saúde.

"É maravilhoso voltar a encontrar as crianças, mas não entendo o significado de tudo isto. Perdemos duas semanas de aulas", afirmou à AFP uma professora do ensino básico que pediu anonimato.

Toda a Itália foi classificada como zona "vermelha", de alto risco, durante o fim de semana de Páscoa, que começa no sábado e termina na segunda-feira.

A pandemia matou mais de 108.000 pessoas na Itália, de acordo com o ministério da Saúde.

O primeiro-ministro italiano Mario Draghi, de 73 anos, recebeu nesta terça-feira em Roma a primeira dose da vacina AstraZeneca como parte da campanha a favor do fármaco, que provocou polêmica nas últimas semanas.

Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, e a esposa foram vacinados no centro de saúde instalado na estação central de trens de Roma, Termini, informou o porta-voz do governo.

A Itália suspendeu por alguns dias o uso da vacina AstraZeneca/Oxford pelo temor de seus efeitos colaterais, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou o uso em todo o continente por considerá-la segura.

Mario Draghi, que assumiu o cargo de chefe de Governo em fevereiro, se comprometeu a acelerar a campanha de vacinação na Itália, o primeiro país europeu afetado pela pandemia e que atualmente enfrenta a terceira onda de covid-19.

O gigante farmacêutico AstraZeneca reconheceu novas dificuldades na produção de vacinas na Europa e informou que terá de recorrer a fábricas no exterior para cumprir as entregas de doses para a União Europeia (UE) no segundo semestre.

A AstraZeneca "está trabalhando para aumentar a produtividade de sua cadeia de suprimentos na UE" e vai usar "sua capacidade global para garantir a entrega de 180 milhões de doses à UE no segundo semestre do ano", disse um porta-voz do grupo anglo-sueco à AFP na terça-feira (23) à noite.

"Espera-se que aproximadamente metade do volume previsto seja procedente da cadeia de fornecimento na UE", e o restante, da rede internacional da empresa, acrescentou o porta-voz.

O anúncio foi feito depois que a polêmica sobre as entregas da vacina da AstraZeneca/Oxford para a União Europeia no primeiro trimestre de 2021 provocou tensões entre o bloco e o grupo farmacêutico.

Nesta quinta-feira (25), haverá uma cúpula europeia extraordinária por videoconferência, dedicada, sobretudo, à crise sanitária.

O governo britânico imunizou milhões de pessoas com a vacina da AstraZeneca desde o final de 2020. Na UE, porém, a empresa começou a fazer as entregas do fármaco apenas no início de fevereiro de 2021, depois que a agência reguladora europeia do setor de medicamentos recomendou seu uso.

A União Europeia (UE) acelerará o processo de autorização das vacinas adaptadas às novas variantes do coronavírus, disse, neste domingo (14), a comissária europeia da Saúde, após as críticas ao bloco por demorar na gestão da vacinação.

"Analisamos com a Agência Europeia de Medicamentos o procedimento", declarou Stella Kyriakides ao jornal alemão Augsburger Allgemeine.

"E decidimos que a partir de agora uma vacina aperfeiçoada por um fabricante para combater as novas variantes com base em uma vacina já existente" e certificada "não precisará passar todas as etapas de autorização", afirmou.

"Isso tornará mais rápido ter à disposição as vacinas adaptadas, sem ter que reduzir os critérios de segurança", acrescentou a comissária.

A Comissão Europeia tem sido muito criticada pela sua lentidão no início das campanhas de vacinação nos países da UE, devido aos processos de certificação e aos pedidos das doses.

Kyriakides se defendeu das críticas, apesar de reconhecer não estar "satisfeita" com a situação atual.

"Seria falso fingir que cometemos erros", disse, lembrando que a UE conseguiu reservar 700 milhões de doses para uma entrega até o final do terceiro trimestre de 2021.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, passou a ser alvo de enorme pressão política para que a União Europeia (UE) acelere o lento e acidentado ritmo de suas campanhas de vacinação contra a covid-19, por problemas na distribuição de vacinas.

A Comissão investiu 2,7 bilhões de euros (mais de US$ 3,3 bilhões) em contratos com vários laboratórios para reservar 2,3 bilhões de doses dos imunizantes para conter a pandemia.

Até agora, porém, apenas três vacinas foram aprovadas para uso nos 27 países do bloco, e as três empresas experimentam atrasos nos programas de entregas para o primeiro trimestre.

São as vacinas elaboradas pela parceria teuto-americana Pfizer/BioNTech, pelo laboratório americano Moderna e pela empresa anglo-sueca AstraZeneca.

Apesar dos tropeços, Von der Layen e a Comissão mantém a meta de vacinar 70% da população adulta da UE até o fim do verão boreal (inverno no Brasil), em agosto.

Para poder manter essa meta, a Comissão decidiu jogar pesado ante o anúncio da AstraZeneca sobre atrasos nas entregas e conseguiu do laboratório a promessa de aumentar em 30% sua capacidade de entregas nos próximos dois meses.

- Vacinas aprovadas -

- Pfizer/BioNTech, vacina à base de RNA mensageiro, com eficácia de 95%, segundo a Agência Europeia de Medicamentos: a UE reservou 600 milhões de doses.

Suas entregas aos Estados-membros da UE se reduziram à metade, mas a empresa promete um retorno à normalidade em meados de fevereiro.

Moderna (EUA), também baseada em RNA mensageiro, com 94% de eficácia: 160 milhões de doses.

AstraZeneca (Reino Unido/Suécia), vacina de vetor viral, eficácia de 60%: 400 milhões de doses.

Era para ter entregue cerca de 100 milhões de doses no primeiro trimestre, mas anunciou em 22 de dezembro que a meta seria reduzida para 31 milhões. Von der Leyen anunciou no domingo que agora aumentaria para 40 milhões.

- Aguardam aprovação -

Johnson & Johnson (EUA), vacina de vetor viral, eficácia desconhecida: 400 milhões de doses. A Comissão diz que 100 milhões devem ser entregues em junho, se a vacina de dose única for aprovada.

CureVac (Alemanha/EUA), RNA mensageiro, eficácia desconhecida: 405 milhões de doses.

Sanofi/GSK (França/Reino Unido), proteína recombinante, eficácia desconhecida: 300 milhões. Após um decepcionante ensaio de fase 2, as empresas estão testando uma formulação de antígeno diferente e agora têm como objetivo a produção ainda este ano.

Além disso, a Comissão está em discussões com:

Novavax (EUA), proteína recombinante, eficácia desconhecida: para até 200 milhões de doses.

- Vacinação -

Cada Estado-membro da UE é responsável por decidir quem terá prioridade. A maioria dá prioridade aos idosos e aos profissionais da saúde da linha de frente.

Quase todas as vacinas requerem duas injeções para uma vacinação completa, embora a Johnson & Johnson esteja almejando um regime de injeção única, sujeito a teste e aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos.

Ao todo, a União Europeia forneceu até sábado 2,4 doses para cada 100 pessoas, segundo fontes oficiais compiladas pelo site Our World in Data.

Os melhores resultados foram registados em Malta (6,08 doses por 100 pessoas), Dinamarca (4,47), Eslovênia (3,65) e Romênia (3,50).

São seguidos pelos maiores países: Alemanha administrou 2,8 doses por 100 pessoas, França 2,34, Itália 3,16 e Espanha 3,1.

- Preços -

Vários países da UE, especialmente os mais pobres do leste, são sensíveis ao custo da vacinação de suas populações.

O desafio logístico das vacinas de RNA mensageiro, que exigem temperaturas de 60 ou 70 graus negativos, também é um fator.

Embora o preço de cada vacina tenha sido mantido em segredo nos contratos da Comissão Europeia, o tuíte de um ministro belga em dezembro - posteriormente excluído - ofereceu um cenário dos custos.

A vacina da Moderna aparecia como a mais cara, € 14,70 por dose (cerca de US$ 17), enquanto a UE concordou em pagar € 12 (US$ 14,51) por dose pela vacina Pfizer/BioNTech. A vacina AstraZeneca seria a mais barata, a 1,78 euros por dose (US $ 2,24)

A União Europeia prepara um sistema de monitoramento de exportação de vacinas contra o coronavírus, fornecendo aos Estados-membros a oportunidade de vetar os envios fora do bloco se não forem "legítimos", disseram funcionários nesta quinta-feira (28).

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recebeu a medida com satisfação em uma carta aos líderes de quatro Estados-membros, dizendo: "A UE deve tomar medidas enérgicas para garantir seu fornecimento de vacinas e demonstrar concretamente que a proteção de seus cidadãos continua sendo nossa prioridade absoluta".

Funcionários da UE deram alguns detalhes do novo sistema e falaram com a imprensa sob a condição de anonimato.

Apesar de afirmarem que a "medida de emergência" não está direcionada a nenhuma empresa em particular, foi anunciada uma semana após o início de uma disputa entre a UE e a empresa anglo-sueca AstraZeneca por atrasos nas entregas das vacinas.

"Não é uma proibição de exportação. Não é nosso plano proibir as exportações", disse um funcionário, embora tenha admitido que em "um caso raro (...) poderia ocorrer" uma rejeição para autorizar a venda.

O sistema, denominado "Mecanismo de Transparência e Concessão de Licenças para as Exportações", tem como objetivo coletar informações sobre a produção da vacina contra a Covid-19 que será enviada para fora da UE.

Será baseado em uma lei da UE que já foi invocada no ano passado para regular a exportação de equipamentos de proteção pessoal, como máscaras e luvas, quando a pandemia atingiu o continente pela primeira vez.

Os funcionários disseram que a iniciativa cumpriria com as regras da Organização Mundial do Comércio e que as exportações claramente definidas como "humanitárias" estariam isentas.

A justificativa dada é que a UE investiu bilhões de euros em empresas produtoras de vacinas para garantir suas 2,3 bilhões de doses de vacinas potenciais e, portanto, "não devemos isso apenas aos pacientes da Europa, mas também aos contribuintes".

As empresas que desejarem exportar vacinas para a Covid-19 da UE deverão entrar em contato com as autoridades do Estado-membro em que estiver sua fábrica para obter a autorização que, por regra geral, seria concedida em "horas".

A União Europeia aumentou, nesta quarta-feira (27), a temperatura de sua polêmica com o laboratório AstraZeneca pelos atrasos na entrega de vacinas para a Covid-19, e defendeu que as fábricas do Reino Unido deveriam compartilhar sua produção.

A amarga disputa entre a empresa farmacêutica e a UE gerou uma enorme confusão causada por versões incompatíveis, e altos funcionários do bloco aumentaram a pressão sobre o laboratório para que cumpra com os contratos de compra antecipada.

A polêmica começou depois que a AstraZeneca anunciou na sexta-feira que poderia reduzir seu programa de entrega de vacinas para a UE devido a problemas com a linha de produção em uma de suas fábricas em território europeu.

Enquanto isso, o laboratório manteve seu ritmo de abastecimento de vacinas para o Reino Unido, onde possui duas fábricas produtoras.

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, disse em uma coletiva de imprensa que as duas fábricas da AstraZeneca localizadas em território britânico deveriam fornecer vacinas para cumprir com os compromissos na UE.

"Quero que isso fique claro como água: não existe uma hierarquia entre essas fábricas no contrato, não há diferenças entre as fábricas no Reino Unido e as que estão na UE", disse Kyriakides.

Para a funcionária, "as fábricas britânicas fazem parte do contrato de compra antecipada, e é por isso que essas fábricas devem fornecer as vacinas".

Pouco antes, um alto funcionário da UE que pediu anonimato disse à imprensa que as duas fábricas da AstraZeneca situadas no Reino Unido devem compartilhar sua produção para que a empresa cumpra com suas obrigações com a Europa.

"Esperamos que as fábricas do Reino Unido entreguem as doses? A resposta é sim", disse a fonte.

O funcionário lamentou também que a AstraZeneca tenha anunciado um atraso no ritmo de entregas para aproximadamente um quarto do prometido.

Esse cenário, acrescentou, é "inaceitável", e destacou que a UE alocou 336 milhões de euros (cerca de 406 milhões de dólares) para a empresa para a produção da vacina.

- Planos sob pressão -

"Não nos dizem qual é o verdadeiro problema", reclamou a fonte europeia. Como as outras fábricas da AstraZeneca não foram afetadas, a história "é um poco inconsistente", acrescentou uma das fontes.

Em meio a essa polêmica, o governo britânico expressou sua confiança em que a AstraZeneca manterá seu programa de entrega de vacinas.

"A AstraZeneca se comprometeu a entregar dois milhões de doses por semana ao Reino Unido, e não esperamos que isso mude", disse ontem o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O governo britânico lançou um plano para vacinar 15 milhões de pessoas até o fim de fevereiro, mas se a AstraZeneca for forçada a abastecer a UE de vacinas com a produção de suas fábricas no Reino Unido, os planos ficam em cheque.

Colocando mais lenha na fogueira, fontes europeias rejeitaram uma versão lançada pelo próprio diretor gerente da AstraZeneca, Pascal Soriot, durante uma entrevista publicada na terça-feira.

Nessa entrevista, o executivo mencionou que a empresa não selou um compromisso fixo com a UE, mas que havia se comprometido a empenhar seus "melhores esforços" para cumprir as metas de entrega.

"A visão de que a empresa não é obrigada a entregar as vacinas porque se comprometeu a fazer seu 'melhor esforço' não é correta e nem aceitável", disse Kyriakides.

"Rejeitamos a lógica de que o primeiro que chega é o primeiro a ser servido. Isso pode funcionar com o açougueiro da esquina, mas não com contratos, e não com nosso acordo de compras antecipadas", acrescentou.

A UE aprovou até agora o uso de duas vacinas - a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna -, apesar de planejar dar o sinal verde para a da AstraZeneca esta semana.

O plano da UE, lançado há uma semana, é vacinar 70% dos adultos no bloco de 27 países até o fim do verão boreal, em agosto.

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