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A chefe de política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, condenou nesta sexta-feira o novo impulso de Israel na construção de assentamentos de colonos judeus na Cisjordânia, ao pedir ao governo israelense que mostre comprometimento com a paz e reverta a decisão.

"Eu lamento os planos do governo de Israel em construir mais de 800 moradias adicionais", disse Ashton em comunicado. "A construção de assentamentos prejudica os atuais esforços de paz". Nesta semana, o governo de Israel anunciou a construção de centenas de novas moradias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, irritando a liderança palestina.

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As informações são da Dow Jones.

Os eleitores da Sérvia foram às urnas hoje para eleger um novo presidente, no segundo turno das eleições. De acordo com as pesquisas de opinião, o atual mandatário, Boris Tadic, que prometeu fazer com que o país ingresse na União Europeia, deve vencer o nacionalista Tomislav Nikolic.

Tadic, que transformou o país de um pária internacional para um quase membro da União Europeia (os sérvios receberam o status de "candidatos" a entrar no bloco em março), fez da eleição em um referendo sobre a adesão do país à comunidade europeia.

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"Hoje é um dia muito importante para a Sérvia e para os próximos cinco anos, porque o caminho futuro para o país será redefinido", disse o presidente ao votar neste domingo. "Eu espero que essas eleições mostrem mais uma vez que a orientação da Sérvia em direção à União Europeia é clara como um cristal".

Em 2004, Tadic se tornou o primeiro líder não comunista da Sérvia desde a Segunda Guerra Mundial, ao derrotar Nikolic no segundo turno. Em 2008, ele repetiu o feito. O presidente tem prometido iniciar as negociações para a adesão do país à UE até o fim deste ano, com uma conclusão prevista para cinco anos.

Nikolic também prometeu adotar uma postura mais pró-Europa, mas seu histórico deixa claro que ele não está disposto a se juntar ao bloco a qualquer preço. Durante a campanha ele conseguiu obter o voto de eleitores descontentes com a piora na situação econômica na Sérvia, que tem uma das maiores taxas de desemprego da Europa, de 24%. Ele também prometeu aumentar os impostos para os mais ricos e elevar as aposentadorias e benefícios de programas sociais.

No primeiro turno, Tadic venceu Nikolic por uma margem pequena, mas o opositor acusa o presidente de "fraude". Entretanto, as acusações foram rechaçadas pela promotoria e a comissão eleitoral. Observadores internacionais também disseram que a votação foi livre e justa.

Nikolic, ex-aliado de Solobodan Milosevic, alertou hoje que não vai tolerar qualquer fraude neste segundo turno. Mais de 6,7 milhões de eleitores estão aptos a participar, em mais de 8,5 mil locais de votação. Os primeiros resultados preliminares devem ser divulgados ainda neste domingo. As informações são da Dow Jones.

Autoridades da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiram que a Grécia deve cumprir o programa de austeridade, que inclui a adoção de novas medidas em junho, sinalizando haver pouco espaço para o governo renegociar os termos do pacote de resgate concedido ao país.

O alerta segue-se ao resultado fragmentado das eleições parlamentares deste domingo, que deve exigir a formação de um novo governo de coalizão, já que os dois atuais partidos que comandam o país - o socialista Pasok e o conservador Nova Democracia - provavelmente não obtiveram maioria do Parlamento. As pesquisas preliminares mostram que mais de 60% dos votos foram distribuídos entre partidos pequenos de esquerda e direita, os quais fizeram campanha contrária ao programa de austeridade implementado pelo governo em troca de ajuda financeira.

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"O programa é o único caminho à frente para a Grécia", disse uma autoridade da União Europeia à Dow Jones, acrescentando que qualquer renegociação das rígidas metas seria muito limitada. A primeira tarefa do novo governo será detalhar parte dos 11,5 bilhões de euros em novos cortes de gastos públicos que a Grécia tem de adotar para fechar o déficit orçamentário em 2013 e 2014. Uma delegação da União Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) deve chegar a Atenas nas próximas semanas para trabalhar nos detalhes de tais medidas.

O FMI disse, no entanto, que a visita não ocorrerá enquanto um novo governo não for formado e estiver pronto para negociar. Uma autoridade do FMI disse que os representantes do fundo "somente voltarão à Grécia se um novo governo estiver pronto para finalizar o novo corte de gastos que já foi acordado".

A fonte do FMI afirmou ainda que embora os credores do setor oficial estejam preparados para esperar pela formação do novo governo, não se deve aguardar por mudanças no que foi acertado pelo governo anterior. "Se não houver acordo sobre os novos cortes de gastos, os pagamentos para a Grécia serão assegurados até que haja um entendimento satisfatório", disse.

Ele acrescentou que o FMI está aberto para estender as metas de corte de déficit da Grécia em um ano para minimizar o peso do ajuste, mas disse que o governo de coalizão atual havia rejeitado a ideia. As informações são da Dow Jones.

O embaixador da Alemanha no Brasil, Wilfried Grolig, defendeu nesta segunda-feira a posição europeia de criação de uma agência ambiental global na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Em entrevista durante o seminário "No Caminho da Rio+20", promovido pela fundação alemã Konrad Adenauer em parceria com o Grupo Estado, Grolig disse que a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel ainda não definiu se virá para a reunião de cúpula da conferência, em junho.

O embaixador citou como possível obstáculo para as negociações o contexto político internacional e disse que a Alemanha espera resultados concretos. "Essa conferência não acontece no vácuo, não é isolada da conjuntura mundial", declarou Grolig, citando o nível de consciência em relação ao tema ambiental como outro possível obstáculo. "O importante é que não estamos falando sobre o futuro, estamos falando sobre hoje. As expectativas e aspirações são muito altas. Não temos tempo sobrando".

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O embaixador disse que, em uma posição unificada com outros países da União Europeia, a Alemanha trabalha para a criação de uma entidade mais forte na área ambiental, com a elevação do status do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que hoje depende de contribuições voluntárias. "Precisamos criar estruturas relevantes para expressar o nível de importância dos assuntos tratados", declarou. "Temos por exemplo a Organização Mundial do Comércio (OMC), porque o comércio é importante, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Unesco. Acreditamos que o Desenvolvimento Sustentável é um tema tão importante quanto a igualdade das mulheres".

Apesar de o Brasil não defender a criação de uma agência ambiental da ONU, o embaixador disse que seria prematuro falar de divergências entre países europeus e o governo brasileiro. Grolig é embaixador no Brasil desde 2010. Antes, serviu nas embaixadas da República do Congo, de Marrocos e da Indonésia, e foi embaixador da Alemanha na Finlândia.

O representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, Thomas Knirsch, também defendeu a criação de uma agência especializada para o meio ambiente. "A ONU precisa de um fortalecimento". Em palestra no seminário, o embaixador aposentado Marcos Azambuja, que coordenou a delegação brasileira na Rio-92, alertou para a gravidade das mudanças climáticas como problema central hoje e avaliou que o modelo de negociações no âmbito da ONU é insuficiente.

"Quando a humanidade quis fazer coisas radicais, ela usou métodos radicais, que são as revoluções. Para mudar dramaticamente as coisas, há instrumentos dramáticos de ação. A negociação lenta, paritária e consensual não é um instrumento que leve a isso. Então estamos com um problema, que é um impasse, entre metodologia e objetivo". Azambuja avaliou que a discussão de mudanças climáticas tende a ser carregada de um "absolutismo quase religioso" e citou o caso do Partido Republicano, nos EUA, que "simplesmente não acredita no aquecimento global causado pelo homem". O diretor da sucursal do Estado no Rio, Marcelo Beraba, representou o jornal na abertura do evento.

A aprovação da candidatura da Sérvia para uma futura adesão à União Europeia (UE) foi comemorada nesta sexta-feira pelo presidente sérvio Boris Tadic, o qual afirmou que o evento marca "um grande dia para o nosso país". "Foi um grande feito", disse Tadic à televisão local. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também elogiou a aprovação da candidatura da Sérvia, ao dizer que deixar o país balcânico fora do bloco "seria uma loucura".

Na quinta-feira, líderes da UE deram à Sérvia o status de país candidato, o que significa que o governo de Belgrado abrirá negociações para aderir no futuro ao bloco de 27 países. A Croácia irá aderir à UE em 2013, enquanto Montenegro e a Macedônia, que como Sérvia e Croácia também fizeram parte da Iugoslávia, já têm o status de países candidatos.

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As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

As autoridades da zona do euro devem garantir que a crise da dívida soberana não reapareça no bloco monetário após a aprovação do segundo pacote de empréstimos à Grécia, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

"Agora temos de nos concentrar no próximo passo, que é construir uma barreira suficientemente grande para evitar o contágio dentro da zona do euro", disse Cameron durante uma entrevista coletiva. Também estava presente no evento o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy.

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Cameron acrescentou que a União Europeia precisa completar a reforma que criará um mercado único para a região, promover a inovação, diminuir a burocracia e assinar acordos comerciais com economias emergentes na tentativa de promover o crescimento.

O Reino Unido e a Espanha estão entre os signatários de uma carta enviada à Comissão Europeia exigindo que as autoridades da União Europeia adotem mais medidas para promover o crescimento econômico. As informações são da Dow Jones.

Os países-membros da União Europeia concordaram nesta segunda-feira em embargar o petróleo do Irã, como parte de uma série de sanções contra o país por seu programa nuclear. As medidas incluem um embargo imediato a novos contratos para petróleo e petroquímicos. Os contratos existentes poderão vigorar até 1º de julho. O Irã ameaçou retaliar o embargo com o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passam de 20% a 40% do petróleo exportado por ano, segundo diversas estimativas. Além do embargo ao petróleo iraniano, chanceleres dos 27 países da UE concordaram em congelar os ativos do Banco Central do Irã nos países do bloco europeu. A escalada da crise iraniana comporta vários riscos - de aumento do preço do barril do petróleo, de crescimento da instabilidade financeira mundial e de uma potencial ação militar para manter a passagem de Ormuz aberta.

Uma fonte diplomática afirmou que as sanções pelos Estados-membros entram em vigor assim que publicadas no boletim oficial da UE, possivelmente já na terça-feira. Porém haverá uma regulação adicional relativa ao setor privado, incluindo traders e companhias do setor de petróleo.

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"A pressão das sanções é feita para tentar e garantir que o Irã leve a sério nosso pedido para que venha à mesa" de negociações a respeito do programa nuclear, afirmou a chefe da política externa da UE, Catherine Ashton. Em outubro, Ashton enviou uma carta a Saeed Jalili, principal negociador nuclear do Irã, afirmando que seu objetivo era uma solução negociada "que restaure a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear do Irã". Ela afirma não ter recebido resposta.

Negociadores da UE trabalham para garantir que o embargo puna apenas o Irã, e não por exemplo a Grécia, país em dificuldades financeiras que depende do petróleo barato iraniano. Os negociadores concordaram em fazer uma revisão dos efeitos das sanções, que deve ser concluída até 1º de maio, disse um diplomata pedindo anonimato.

Espanha, Grã-Bretanha e França elogiaram abertamente o embargo. O chanceler espanhol José Manuel García-Margallo disse que a Espanha comprará petróleo da Arábia Saudita. "A Arábia Saudita e os outros países árabes do Golfo (Pérsico) nos garantiram que venderão o petróleo ao mesmo preço que pagávamos ao Irã", acredita. Atualmente, a Espanha importa 20% do petróleo que consome do Irã.

O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, disse que o embargo ao petróleo iraniano faz parte de uma "série sem precedentes de sanções" ao regime iraniano por causa do programa nuclear. "Eu penso que isso mostra a resolução da Europa nesta questão", disse Hague.

O ministro das Finanças da Itália, Giulio Terzi, disse que o efeito do embargo ao petróleo iraniano será "quase nulo" sobre a economia italiana, uma vez que a Itália está diversificando suas compras de petróleo.

Mas a resposta inicial do Irã foi dura. Dois parlamentares iranianos ameaçaram fechar o Estreito de Ormuz. O parlamentar Mohammed Ismail Koswari, vice-líder do comitê de segurança nacional, disse que o Estreito "será fechado se a venda do petróleo iraniano for violada de qualquer maneira". O Estreito de Ormuz, que tem 54 quilômetros de largura no seu ponto mais fechado, é a única passagem do Golfo Pérsico para o Mar da Arábia, no Oceano Índico. Por Ormuz passa não só petróleo do Irã, mas também do Iraque, do Kuwait, da Arábia Saudita, do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha afirmaram que não aceitarão o fechamento da passagem marítima. Muitos analistas duvidam que o Irã, caso decida fechar o Estreito, consiga manter um bloqueio por muito tempo. Mas Koswari alertou que, no caso de um fechamento, os EUA e seus aliados devem se abster de qualquer "aventura militar".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Rauf Denktash, o líder dos turcos cipriotas cuja busca determinada por um Estado em separado dos gregos para seu povo levou à criação da República Turca do Norte do Chipre em 1983, morreu nesta sexta-feira aos 87 anos, informou o médico Charles Canver, que tratava as doenças cardíacas do político. Canver disse que o líder turco-cipriota morreu por falência múltipla de órgãos no Hospital Universitário do Norte de Nicósia, setor turco da dividida capital do Chipre. A República Turca do Norte do Chipre é um Estado reconhecido apenas pela Turquia.

A morte de Denktash ocorreu no momento em que os gregos e turcos cipriotas fazem novo esforço para tentar reunificar a ilha, dividida desde 1974, quando o Exército da Turquia invadiu a parte norte do Chipre após uma tentativa fracassada dos greco-cipriotas, majoritários, de fazer a união política com a Grécia.

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Denktash manteve durante décadas a visão de que os turcos cipriotas precisavam de um Estado separado para preservar a paz e evitar o que ele chamava de "massacres de turcos", pelas mãos da maioria grega.

Essa visão começou a ser moldada no final da década de 1950, quando Denktash ajudou a criar a Organização de Resistência Turca, como um contrapeso à organização grega Eoka, que conduzia uma campanha paramilitar contra a Grã-Bretanha, então potência colonial do Chipre. A Eoka defendia a união com a Grécia.

"Os greco-cipriotas viam Denktash como um adversário cínico", disse o professor de história Petros Papapolyviou, da Universidade do Chipre. "Ele era visto como o homem que colocava o interesse da Turquia acima do interesse cipriota".

Nascido em Faros, no sul do Chipre, em 24 de janeiro de 1924, Denktash era um advogado que estudou em Londres e virou um líder da comunidade turca nos turbulentos anos 1960 e 1970, quando os confrontos e perseguições entre os gregos e turcos cipriotas ceifaram centenas de vidas. O país ficou independente em 1960. Os conflitos étnicos apenas cresceram, Após a invasão turca em 1974 e a ocupação do norte da ilha, Denktash declarou o norte do Chipre "federado" à Turquia. Em 1983, ele proclamou a independência, mas o Chipre turco nunca obteve reconhecimento internacional. A Turquia precisou manter um exército de 35 mil soldados para proteger o norte cipriota e até hoje mantém milhares de soldados na região.

Denktash venceu todas as eleições presidenciais no norte do Chipre entre 1983 e 2000. Mas no começo deste século, os turcos cipriotas começaram a ver a obstinação de Denktash em mantê-los em um Estado não reconhecido como algo que os estava afastando do progresso econômico e social que a parte sul do Chipre vivia, principalmente após 2004, quando entrou para a União Europeia.

As informações são da Associated Press.

O euro caiu em relação a outras moedas fortes e recuou para menos de US$ 1,32 pela primeira vez desde 4 de outubro, pressionado por comentários negativos de duas das três principais agências de classificação de risco do mundo a respeito do pacto fiscal firmado entre boa parte dos países da União Europeia, na última sexta-feira.

Pela manhã, a agência de classificação de risco Moody's afirmou que pretende reavaliar as notas de crédito dos países europeus no início do ano que vem porque a União Europeia apresentou "poucas novas medidas" para conter a crise das dívidas soberanas. Além disso, a Fitch Ratings previu um desaquecimento "acelerado" na Europa no curto prazo e disse que a reunião de sexta-feira "fez pouco para diminuir a pressão" resultante da crise.

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Segundo Steven Englander, diretor de estratégia para o G-10 no Citigroup, embora tenham sido propostos arranjos fiscais durante a reunião de cúpula da União Europeia, as medidas são "de longo prazo, difíceis de verificar e de serem aplicadas. Por isso, as promessas, ainda que louváveis, estão longe de garantir resultados. Eles não se comprometeram com um eurobônus ou com qualquer outra medida que aliviaria a pressão sobre o mercado de títulos".

No final da tarde em Nova York, o euro caía para US$ 1,3188, de US$ 1,3385 na sexta-feira, e recuava para 102,73 ienes, de 103,90 ienes. O dólar subia para 77,91 ienes, de 77,63 ienes na sexta-feira, e avançava para 0,9371 franco suíço, de 0,9223 franco suíço. A libra tinha queda para US$ 1,5585, de US$ 1,5662. As informações são da Dow Jones.

O Reino Unido pode ser "isolado e marginalizado" pela União Europeia (UE) após ter vetado o tratado que tinha como objetivo encerrar a crise da dívida do euro, disse o primeiro-ministro britânico Nick Clegg neste domingo.

"Estou profundamente desapontado com o resultado da cúpula da semana passada, principalmente porque eu acho que agora há um perigo real de que o Reino Unido fique isolado e marginalizado no âmbito da União Europeia", disse ele à BBC. Clegg descreveu a decisão como "ruim para o Reino Unido". As informações são da Dow Jones.

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Após permanecer de lado em praticamente toda a sessão, a bolsa brasileira acelerou as perdas ao final do pregão, seguindo o movimento no exterior, com novos alertas da Standard & Poor´s quanto à União Europeia e aos bancos na região. O Ibovespa fechou em queda de 1,47%, aos 58.662,83 pontos. Operadores citam que a realização de lucros na bolsa doméstica foi puxada por estrangeiros. Na máxima, o Ibovespa ficou estável, aos 59.535 pontos. Na mínima, bateu 58.581, em queda de 1,60%.

Ao final do pregão pesou a decisão da Standard and Poor´s de colocar o rating AAA da União Europeia em perspectiva negativa e os ratings de grandes bancos da zona do euro também em perspectiva negativa. Um dia antes da abertura informal da reunião de cúpula na zona do euro, a manifestação da Alemanha de que os fundos de resgate da região não operariam simultaneamente serviu como uma ducha de água fria sobre os investidores hoje, disse um operador.

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No dia anterior, a melhora do humor nas bolsas internacionais havia sido alimentada pela visão de que a soma dos valores das duas linhas Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), com 440 bilhões de euros, e o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM), com 500 bilhões de euros, colocaria o poder de fogo da região em 900 bilhões de euros.

Por aqui, Vale exerceu forte pressão negativa sobre o Ibovespa. Os investidores mostram-se insatisfeitos com as notícias sobre renegociação do preço do minério e com o desconto para os asiáticos, como foi o caso para a China Steel, ainda que o executivo da companhia tenha argumentado, em Londres, que o preço menor não tenha sido um desconto propriamente dito. Do lado positivo, destaque foram as preferenciais da Gol, que subiram 3,61%, reagindo ao aporte de US$ 100 milhões da Delta na companhia, previsto para ocorrer no dia 21 deste mês.

Os esforços de Portugal para debelar sua crise econômica e financeira sofreram dois reveses nesta quinta-feira, com o rebaixamento do rating de crédito do país para o status BB+, abaixo do grau de investimento, e uma greve geral que deu voz a um grande descontentamento público contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo de centro-direita, que minam o padrão de vida da população. "Eles estão tentando destruir o sistema nacional de saúde e os salários não sobem desde 2004", disse a médica Pilar Vicente, que fez greve, à Associated Press. A greve nacional contou com manifestações de milhares de pessoas em Lisboa e no Porto e paralisou os transportes públicos.

As duas maiores centrais sindicais portuguesas, que representam mais de 1 milhão de trabalhadores, aderiram à greve. Estações do metrô de Lisboa ficaram fechadas e os ônibus e bondes tiveram circulação restrita na capital. A fábrica da automóveis da Volkswagen, ao sul de Lisboa, não funcionou nesta quinta-feira, por causa de problemas com os fornecedores de autopeças. Centenas de voos internacionais foram cancelados nos aeroportos internacionais de Lisboa, Porto e Faro. Grande parte das escolas e dos tribunais ficaram fechados.

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A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de Portugal em uma nota, de BBB- para BB+, ou abaixo do grau de investimento, ao citar "uma perspectiva macroeconômica negativa, alto endividamento em todos os setores e desequilíbrio fiscal". A rival da Fitch, a Moody's, já classificava os bônus portugueses como "junk". O governo de centro-direita do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que sucedeu aos socialistas de José Sócrates, levou adiante as medidas de austeridade, uma contrapartida exigida pela União Europeia para Portugal receber o pacote de auxílio de € 78 bilhões.

O premiê Passos Coelho disse no fim da quarta-feira que, ainda que considerasse a mobilização "positiva", a solução para a crise exigirá mais trabalho. "O que é importante nesse momento para Portugal é encontrar um meio para sair da crise, que será uma consequência de nosso trabalho e prontidão para mudar o que precisamos", afirmou.

A greve é apenas a terceira na história democrática do país, mas sindicatos disseram que esperavam que ela fosse a maior.

Os portugueses protestam contra medidas como cortes nos salários do funcionalismo público, aumento nos impostos e cortes nos serviços de educação e de saúde. As medidas foram elaboradas pela chamada troica - União Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) - para reduzir o déficit português.

As medidas duras, porém, pioram a recessão no país além do previsto. Mais cedo nesta semana, o ministro das Finanças revisou de novo para baixo a previsão para a economia no ano que vem, apontando agora que ela deve se contrair 3%, quando algumas semanas atrás a previsão era de contração de 2,8%. O desemprego deve bater em 13,6%.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A União Europeia (UE) disse hoje que a Líbia deve trabalhar em conjunto com o Tribunal Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês) para garantir que o filho do ex-ditador Muamar Kadafi, Seif al-Islam, seja julgado de maneira adequada. "As autoridades líbias devem agora garantir que Seif al-Islam seja levado à Justiça de acordo com os princípios de um processo adequado e em cooperação integral com o ICC", disse em comunicado Catherine Ashton, chefe das relações exteriores da UE.

Ela descreveu a prisão de Seif como "um acontecimento muito significativo", devido ao papel essencial que ele teve no regime de Kadafi. O ICC emitiu contra ele uma ordem de prisão por crimes contra a humanidade.

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"A Líbia começou um processo de transição democrática após um conflito doloroso e sangrento e quase 42 anos de ditadura", comentou Ashton. "É importante para a futura reconciliação nacional que aqueles responsáveis por violações contra os direitos humanos, cometidas antes e durante o recente conflito, sejam levados à Justiça e que os fatos envolvendo tais violações sejam trazidos à luz". As informações são da Dow Jones.

A União Europeia não pode resolver o problema de crescimento econômico muito baixo por meio de gastos deficitários, disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em discurso, nesta terça-feira.

Nem mesmo a desaceleração do crescimento da União Europeia, indicado pelas projeções recentes da Comissão Europeia, é resultante da consolidação fiscal dos governos nas 27 nações do bloco, afirmou.

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Em vez disso, as restrições dos bancos aos empréstimos têm sido causa significativa de crescimento menor do que o esperado, segundo Van Rompuy. As informações são da Dow Jones.

Com um a cada dois jovens desempregado, a Espanha já se prepara para uma década turbulenta e de aperto de cintos. Estimativas do governo apontam que, mesmo se tudo correr bem, em 2016 o desemprego ainda será duas vezes superior ao que existia em 2007. No país, o temor é de que, com o novo pacote aprovado pela União Europeia (UE), a recuperação se transforme em uma tarefa ainda mais dura.

O que preocupa os espanhóis é a exigência de recapitalização dos bancos, que na Espanha poderá consumir 26 bilhões e outros 80 bilhões no resto da Europa. Oficialmente, os bancos atingirão essa meta captando recursos no mercado e diminuindo seus lucros. Mas o temor é de que o objetivo seja alcançado reduzindo créditos e fechando as torneiras. O que alarma a muitos é que, por enquanto, a UE não indicou como é que forçaria os bancos a atingir essa capitalização e ao mesmo tempo continuar emprestando.

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O impacto de um eventual fechamento das torneiras seria claro: dificuldade para que empresas rolem suas dívidas e uma recessão. "A Europa está à beira de uma nova recessão. Não basta apenas seguir insistindo numa ajuda às contas públicas ou aos bancos", alertou Ignacio Fernández Toxo, secretário-geral do CCOO (Comissões Obreiras, a maior central sindical da Espanha): "A capitalização é exagerada e pode ter repercussões profundas se não for feita de uma forma adequada".

Na prática, o alerta é um só: as exigências aos bancos podem levar a um corte de créditos às empresas que, como consequência, aumentariam as demissões. Na semana passada, a taxa de pessoas sem trabalho atingiu 21,5%, cerca de 5 milhões de espanhóis. Em 2007, era apenas 1,7 milhão, 7% da população. Segundo o governo, a Espanha terá de esperar até 2016 para voltar a ter uma taxa de desemprego de 16%, duas vezes ainda superior aos números de 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar comercial abriu em baixa de 1,48%, a R$ 1,735. Por volta das 10h30, a moeda norte-americana seguia em desvalorização, com queda de 1,65%, cotada a R$ 1,732.

O mercado doméstico de câmbio amanheceu colhendo os bons frutos do resultado da reunião da cúpula da União Europeia, que terminou na madrugada de hoje. Houve acordo para que a dívida grega em mãos privadas tenha um desconto de 50%, para uma ampliação do poder de fogo da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) para um montante entre 800 bilhões de euros e 1,3 trilhão de euros e para uma capitalização dos bancos de até 106 bilhões de euros.

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Faltaram os detalhes de como isso se viabilizará. E é a busca por eles que continuará monopolizando a maioria das atenções dos investidores e analistas, o que deve manter a volatilidade das cotações, nos próximos pregões.

No Brasil, a informação de destaque da manhã para o mercado de câmbio foi o comunicado do Banco Central de que fará pesquisa de demanda por swap, para rolagem. Os players prestaram bastante atenção também à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi divulgada no início do dia. A avaliação inicial, no entanto, é de que não houve surpresas e o documento não deve fazer preço no câmbio. Chamaram mais a atenção os dados de emprego e renda divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, no geral, foram considerados mais um sinal de enfraquecimento da economia doméstica.

O dólar no mercado brasileiro voltou a exibir forte oscilação e no final, a exemplo de ontem, prevaleceu a demanda defensiva que amparou a subida das cotações pelo segundo dia seguido. O diferencial hoje é que a alta foi acompanhada de um aumento dos negócios. Os agentes financeiros locais e estrangeiros venderam ações e compraram dólares, sustentando o fluxo financeiro negativo, estimulados pela dúvida dos investidores sobre a realização da cúpula da União Europeia no domingo e a eficácia do plano de resgate europeu em elaboração.

Adicionalmente, a queda de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 11,5% ao ano, ontem corroborou as expectativas da maioria no mercado e também alimentou a esperança de cortes adicionais do juro básico, o que em tese abriria espaço para a alta do dólar. Isso foi precificado hoje, disse um operador de tesouraria de um banco local.

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Nesse contexto, o dólar à vista terminou em alta de 1,07%, a R$ 1,7930, no maior valor desde 5 de outubro, quando encerrou em R$ 1,8360. Na sessão, caiu até a mínima pela manhã de R$ 1,7640 (-0,56%) e avançou à tarde até a máxima de R$ 1,8020 (+1,58%). Na BM&F, o dólar pronto teve ganho de 0,77%, para R$ 1,7848. O giro financeiro na clearing de câmbio até 16h50 somava US$ 1,618 bilhão, dos quais US$ 1,562 bilhão em D+2.

No mercado futuro, nesse horário, o dólar novembro de 2011 avançava 0,81%, a R$ 1,7940, e já contabilizava um volume financeiro de US$ 16,954 bilhões ou 17% superior ao registrado no dia anterior. Durante a sessão, a mínima desse vencimento de dólar foi de R$ 1,7695 (-0,56%) e a máxima de R$ 1,8140 (+1,94%).

A desconfiança nos mercados em torno da reunião de cúpula europeia levou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a reafirmar à tarde que estão planejando um plano abrangente para solucionar a crise da dívida na zona do euro. Essa proposta deve ser avaliada no domingo pelos líderes da região e aprovada em uma segunda reunião da cúpula da União Europeia, marcada para a próxima quarta-feira, segundo disseram os líderes em comunicado conjunto.

O plano em debate inclui medidas para reforçar os bancos europeus e também o fundo de resgate de países endividados. O texto sugere que faltam aos líderes europeus um consenso sobre como conter a crise da dívida da Grécia e alavancar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês).

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que a Europa precisará mudar seu tratado no futuro, de modo que as decisões possam ser impostas aos governos da zona do euro. "O tratado deve ser mudado para impedir que um membro da zona do euro se perca e crie problemas para todos os outros", informou ele à estação de rádio francesa Europe 1 após uma reunião de ministros de Finanças e representantes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo (G-20). "Para isso, é necessário, inclusive, que se possa impor decisões."

Trichet, cujo mandato de oito anos à frente do BCE terminará em 31 de outubro, disse que o atual processo de sanções e recomendações para os países da zona do euro não é suficiente.

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O G-20 informou em um comunicado divulgado ontem, no final da reunião de dois dias, que aguarda um plano abrangente prometido pela zona do euro para sanar sua crise de dívida soberana que já dura dois anos, incluindo uma solução para os problemas gregos, a recapitalização dos bancos e o fortalecimento do fundo de resgate de 440 bilhões de euros.

Segundo o presidente do BCE, a Europa se tornou a linha de frente da defesa contra a desaceleração do crescimento econômico. As decisões que os governos precisarão tomar como parte do abrangente pacote são "muito difíceis", mas Trichet espera que eles "mostrem determinação" quando a UE apresentar seu plano à cúpula de chefes de Estado do G-20, em Cannes, no começo de novembro.

"A situação é claramente muito exigente, particularmente para os europeus", disse ele. "O epicentro foi nos Estados Unidos depois da crise hipotecária e do colapso do Lehman Brothers. Hoje, a crise atinge mais países, com o epicentro na Europa."

Embora dados recentes para os nove primeiros meses do ano mostrem que provavelmente haverá crescimento, os europeus devem estar prontos para qualquer coisa, alertou Trichet. "Do ponto de vista do crescimento, a situação nos obriga a estar prontos para todos os eventos." Todos os países da zona do euro, sem exceção, devem estar "extremamente vigilantes e cautelosos." As informações são da Dow Jones.

A Bovespa decidiu acompanhar a alta do mercado externo na hora final da sessão e, com isso, voltou aos 51 mil pontos, depois de dois dias no vermelho e na casa dos 50 mil pontos. Petrobras trabalhou o dia todo em queda e segurou o Ibovespa em boa parte do dia do mesmo lado. Mas Vale e bancos subiram e ajudaram a sustentar os ganhos no fim.

O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,65%, aos 51.013,85 pontos. Na mínima de hoje, o índice registrou 50.209 pontos (-0,94%) e, na máxima, os 51.199 pontos (+1,01%). No mês, acumula perda de 2,50% e, no ano, de 26,39%. O giro fraco é indício de que os investidores não estão se desfazendo dos papéis a qualquer preço. Ou seja, tem havido troca de papéis em carteira. E isso é o que tem afetado a Petrobras. A ação ON caiu 1,69% e a PN, 1,83%, embora o petróleo hoje tenha disparado 5,30%, a US$ 79,68 o barril. A commodity subiu puxada pelos números de estoques da última semana nos EUA, que mostraram queda acentuada em petróleo e gasolina enquanto a previsão era de alta.

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Vale ON subiu 2,07% e PNA, 2,25%. Bradesco PN ganhou 0,15%, Itaú Unibanco PN, 1,69%, BB ON, 0,17%, e Santander Unit perdeu 0,38%. Nos EUA, as bolsas, depois de um dia em banho-maria, acentuaram a alta e fecharam com ganhos acima de 1%. O Dow Jones subiu 1,21%, aos 10.939,95 pontos, o S&P avançou 1,79%, aos 1.144,04 pontos e o Nasdaq ganhou 2,32%, aos 2.460,51 pontos. Entre os dados divulgados hoje agradaram particularmente os números de criação de vagas no setor privado da ADP (+91 mil em setembro ante previsão de +75 mil).

Na Europa, as bolsas fecharam com ganhos acentuados, reagindo à notícia de ontem do Financial Times de que os ministros de Finanças da União Europeia pretendem adotar medidas adicionais de auxílio aos bancos da região. Outro assunto que também favoreceu as bolsas foi a solução iminente para o banco Dexia.

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