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O vice-presidente Hamilton Mourão embarca nesta segunda-feira (13) com destino à Antártica, onde será o principal representante do governo brasileiro na reinauguração da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do país no continente.

O novo prédio, que fica na ilha Rei George, na Bahia do Almirantado, está sendo erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória. A inauguração oficial será na terça-feira (14).

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A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 sofreu um incêndio de grande proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.

"[A estação]  vai dar melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores, vai manter nossa presença no trabalho que está sendo feito pela comunidade científica internacional, de buscar respostas e avanços no conhecimento, na tecnologia, outras áreas que são pesquisadas lá. Ao mesmo tempo, permite que a Marinha faça um adestramento em termos de logística, em termos de deslocamento em águas, que não são tão tranquilas assim. Nós, do governo Bolsonaro, vemos com extrema satisfação este momento de reinaugurarmos a Estação Comandante Ferraz e darmos uma nova roupagem ao trabalho de pesquisa que está sendo realizado lá", afirmou o vice-presidente, em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Para chegar à Antártica, a comitiva do vice-presidente embarca em Brasília e faz uma primeira parada na cidade de Punta Arenas, extremo sul do Chile. De lá, embarcam novamente, desta vez em um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), único tipo de aeronave usada para chegar ao continente gelado, já que é mais preparada para pousos e decolagens nas pistas do local. O voo de Punta Arenas até a Antártica dura cerca de três horas. A aterrissagem ocorre nas proximidades da estação chilena. De lá, o vice-presidente e assessores seguem de helicóptero até a estação brasileira. A previsão é que o vice-presidente durma na Antártica na noite do dia 14 e retorne no dia seguinte a Punta Arenas, para então retornar ao Brasil. 

Inicialmente, a previsão era que o presidente Jair Bolsonaro participasse da reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, mas, por recomendações médicas, o chefe do Executivo desistiu da viagem e delegou a ida ao vice-presidente.

Estação Antártica

Ocupando uma área de 4,5 mil metros quadrados, a estação poderá hospedar 64 pessoas, segundo a Marinha. O novo centro de pesquisas vai contar com 17 laboratórios. Cientistas da Fiocruz, por exemplo, estão entre os primeiros a trabalhar na nova estação, desenvolvendo pesquisas na área de microbiologia, a partir da análise de fungos que só existem na Antártica, e no poder medicinal desses micro-organismos. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia) também já confirmou que vai desenvolver projetos meteorológicos na base brasileira.

Para ficar acima da densa camada de neve que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. Os quartos da base, com duas camas e banheiros, abrigarão pesquisadores e militares. A estação também tem uma sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências. 

Em todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio. 

A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.

O projeto de reconstrução da estação é todo brasileiro e começou a ser executado em 2017 pela empresa China Electronics Import and Export Corporation, que venceu a licitação do governo. A companhia de engenharia precisou dividir a obra em três etapas, porque entre os meses de abril e outubro é impossível realizar qualquer atividade externa na Antártica devido ao frio intenso, às tempestades de neve e aos ventos fortes. Por causa disso, os chineses construíram os módulos na China durante o inverno e transportaram para a Antártica nos verões de 2017, 2018 e 2019, a fim de fazer a instalação. 

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, divulgou nesta terça-feira (31) em suas redes sociais vídeo com mensagem de fim de ano. Na fala, Mourão classifica 2019 como "maravilhoso" e destaca as reformas aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no período.

De acordo com Mourão, o adjetivo "maravilhoso" para este ano se justifica: o governo "buscou, de forma paciente, de forma determinada e de forma a que todos tivessem a compreensão das necessidades para o progresso do nosso País, colocar na mesa as reformas necessárias para que rompamos a armadilha da renda média em que vivemos e que haja mais prosperidade e menos desigualdade no nosso País", afirmou.

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No vídeo, o vice-presidente afirmou também ter "a certeza de que novos progressos serão realizados". Ele encerra desejando que 2020 seja "cheio de saúde, de força, de harmonia, de prosperidade e de realizações pessoais e profissionais".

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta sexta-feira (6) que o mundo atravessa uma fase conturbada, com o tradicional modelo político e econômico se rompendo e um novo modelo ainda não estabelecido.

“Estamos vivendo uma era de mares revoltos, de céus um tanto quanto cinzentos”, disse Mourão ao receber do governo do Paraná a comenda “Expoente da Defesa do Estado Democrático de Direito e da Constituição Federal”, concedida a várias autoridades por ocasião do Dia Nacional da Justiça e da Família, no próximo domingo (8).

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Ao defender a importância da preservação das instituições democráticas e de políticas públicas que busquem superar as desigualdades socioeconômicas que caracterizam a sociedade brasileira, Mourão citou vários exemplos que, para ele, revelam a instabilidade global.

“O mundo se encontra em um ponto de mutação. Está se rompendo o modelo político e econômico construído após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas o outro modelo que vem surgindo ainda vai levar um tempo para se estabelecer”, declarou o vice-presidente.

Mourão frisou que, em meio a este cenário de mudanças tecnológicas e sociais, o eixo de poder econômico, político e militar estabelecido nas últimas décadas está se deslocando, com a disputa entre China e Estados Unidos.

“Vivemos uma guerra comercial e uma guerra tecnológica”, acrescentou Mourão, ao falar sobre os desafios não só para o Brasil, mas para a população global, já que, segundo ele, a “disrupção após disrupção [rompimento]” provocada pela velocidade das mudanças tecnológicas contribuem para aumentar a sensação de inquietação e de insegurança.

“Com a revolução tecnológica, a desigualdade tende a aumentar, pois está havendo uma acomodação no mercado e o modelo de produção em massa vai se transportar para o modelo da economia de conhecimento, no qual precisaremos ter gente qualificada para empregar a tecnologia”, pontuou o vice-presidente.

Mourão disse que é papel do Estado “fazer sua parte” para corrigir as distorções e impor políticas públicas capazes de romper com a “desigualdade estrutural”.

“Vivemos uma desigualdade estrutural neste país. Há milhões de brasileiros sem oportunidade de estudar; que não tem esgoto e água encanada em suas casas; não tem energia elétrica, atendimento básico de saúde”, disse o vice-presidente, apontando a necessidade de um trabalho conjunto, que mobilize esforços no âmbito federal, estadual e municipal para oferecer aos cidadãos brasileiros um mínimo de igualdade. “Temos que trabalhar para que os brasileiros estejam alinhados em condições de igualdade na linha de partida, no momento de começar suas vidas profissionais. A partir daí, uns progredirão mais, outros menos”, acrescentou Mourão.

Para Mourão, no Brasil, há três graves problemas estruturais a serem resolvidos. “Um é a questão das contas públicas, deterioradas a um tal nível que estamos no sexto ano no vermelho, [e ainda] gerando dívidas”, comentou, citando a dívida pública, que já chega a 78% do Produto Interno Bruto (PIB). “É algo em torno de R$ 4.5 trilhões. O que nos leva a pagar um Plano Marshall em juros, por ano. Temos que equilibrar nossas receitas e despesas.”

Para o vice-presidente, outro problema é como reduzir os entraves fiscais e burocráticos para permitir uma melhora da produtividade. “Temos o chamado Custo Brasil; a ineficiência burocrática; a infraestrutura logística deteriorada e um sistema tributário caótico, que ninguém consegue entender. É uma carga brutal de impostos que, na maioria das vezes, serve apenas para sustentar um Estado ineficiente e, muitas vezes, corrupto”, disse Mourão.

“Temos que fazer a Reforma Tributária para tornar o sistema de arrecadação mais justo. A própria Constituição determina a necessidade de se observar a capacidade contributiva do contribuinte. E aí, vamos tocar em outro aspecto da Justiça. A Justiça fiscal: quem ganha mais, paga mais; quem ganha menos, paga menos”, defendeu o vice-presidente.

 

O presidente Jair Bolsonaro negou, nesta quarta-feira (4), que tenha planos, ao menos por enquanto, de trocar de vice e colocar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no posto para as eleições de 2022. O tema foi levantado pelo  ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que, em entrevista, disse que Bolsonaro venceria no primeiro turno, caso Moro fosse seu vice nas próximas eleições. 

Ao ser questionado sobre o assunto na manhã de hoje, Jair Bolsonaro disse que está casado com Hamilton Mourão (PRTB), seu atual vice, e não tem espaço para 'amantes'. 

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"Por enquanto estou casado com o Mourão. Sem amante", respondeu aos risos. E brincou, logo em seguida: "não quero saber de política. É um saco a minha vida, cara. Falar para 2022? Chego em casa igual a um zumbi."

Bolsonaro aproveitou o momento também para elogiar o ex-juiz.  "O Moro, o que eu vejo dele. Ele vinha de uma linha. Eu vim de uma linha militar. Ele tinha uma linha dele. Quando você vai para a política, é muito comum dizer que vai fazer isso e aquilo e não é bem assim. O Moro e os outros ministros, todo mundo aprende na vida. Tem que conversar com o parlamento? Tem que conversar. Ele tá indo bem pra caramba", avaliou.

"As coisas têm que se conseguir dessa maneira, pelo convencimento. Ele tá indo bem. O Moro tá ficando quase um político", emendou, novamente com tom de risos. 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se reunirá com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, enviado por Donald Trump para tentar impedir o conflito na Síria, informou a presidência turca.

Erdogan, que disse pouco antes à rede de televisão Sky News que Pence e o secretário de Estado americano Mike Pompeo seriam recebidos apenas por seus colegas, "prevê, é claro, se reunir com a delegação dos Estados Unidos", disse o diretor de comunicação da presidência turca no Twitter.

Para resolver o assunto, a presidência turca postou um pequeno vídeo no Twitter, no qual Erdogan diz à mídia turca que se encontrará com Pence e Pompeo.

A vice-presidente do Peru, Mercedes Aráoz, renunciou na noite desta terça-feira (1º) um dia depois de ter sido jurada pelos congressistas como presidente interina do país - após aprovação da suspensão temporária do mandatário Martín Vizcarra - e defendeu a antecipação de eleições gerais. A decisão representa um alívio para o impasse com Vizcarra e uma derrota para a oposição fujimorista.

"Comunico minha decisão de renunciar, de maneira irrevogável, ao cargo de segunda vice-presidente constitucional da República" e "declino o encargo conferido" pelo Congresso de substituir Vizcarra, escreveu Mercedes em uma carta dirigida ao chefe do Legislativo, Pedro Olaechea, divulgada por ela no Twitter.

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"Diante da orientação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o Tribunal Constitucional seja o encarregado de decidir sobre a constitucionalidade da medida adotada pelo Sr. Martín Vizcarra de dissolver o Congresso da República, considero que não há as mínimas condições para exercer o encargo que me atribuiu o Congresso", alega Mercedes.

Ela acrescentou esperar que sua renúncia "leve à convocação de eleições gerais no menor tempo possível para o bem do país". Mercedes também explicou em sua carta que declina da incumbência conferida pelo Parlamento por "incapacidade moral".

Durante toda terça-feira, ela evitou o contato público, após sua questionada posse como presidente interina, mas deu entrevistas a veículos de imprensa estrangeiros, nos quais reconheceu que sua incumbência era uma saída política para a crise entre os Poderes do Estado.

O governo anunciou na segunda-feira, 30, que a eleição do novo Parlamento será realizada no dia 26 de janeiro do 2020, conforme estipulado na Constituição Política em caso de dissolução do Legislativo.

No entanto, Vizcarra permanece na presidência e analisa a recomposição de seu gabinete ministerial, após a renúncia de seu primeiro-ministro, Salvador del Solar.

O presidente trabalha agora na formação do seu novo gabinete, ao lado de seu novo premiê, Vicente Zeballos, com a expectativa de prestar juramento ainda nesta quarta-feira. (Com agências internacionais).

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu nesta segunda-feira (30) mais integração entre os países da América do Sul com o objetivo de combater o tráfico de drogas e de armas.

“Precisamos de uma integração firme para combater o narcotráfico e os outros ilícitos a ele ligados, como o contrabando de armas e o contrabando em geral”, afirmou Mourão, na manhã desta segunda-feira (30), ao participar da cerimônia de abertura de um evento de capacitação de profissionais de segurança realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e pela Polícia Federal (PF).

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Na palestra, Mourão disse que o enfrentamento à criminalidade é uma das prioridades do governo federal, ao lado do estímulo à retomada da atividade econômica, o que também depende de um ambiente seguro. “Toda esta questão da retomada do crescimento está muito ligada à segurança pública.”

Ao falar sobre os países fronteiriços,o vice-presidente destacou também a questão da produção de cocaína. “Nos preocupa a grande produção de cocaína que ocorre nos países vizinhos. Seja para a plantação da folha de coca, seja pela transformação desta em cocaína que, como todos sabemos, passa pelo nosso país com destino aos grandes mercados consumidores, sendo parcialmente consumida aqui, onde parte dela vira seu pior subproduto, que é o crack.”

Mourão também defendeu mudanças na legislação penal, que classificou de leniente. “Nossas leis são lenientes. Vejam o regime de progressão de pena. O camarada mata uma pessoa e, cinco anos depois, ele já está na rua. É o famoso regime semiaberto, ou sempre aberto”, afirmou, em um trocadilho. Ele criticou ainda a forma como a Justiça pune os ilícitos praticados por crianças e adolescentes. “Os crimes praticados por menores de idade [são algo que] temos que discutir sem paixão ideológica, pois as grandes organizações criminosas usam esse grupo como massa de manobra”, afirmou.

O vice-presidente ressaltou ainda a necessidade de reformar o sistema prisional, dizendo que este“não pode ser nem uma masmorra, nem uma colônia de férias, mas sim um lugar para reeducar”.

De acordo com Mourão, o Estado precisa investir mais nos aspectos sociais e valorizar as forças policiais. “Temos que buscar solucionar o problema das favelas”, disse ele, ao citar um exemplo de localidade desassistida. “Na favela tem que ter rua e casa com número. Tem que ter luz elétrica e não gato [ligação clandestina]. Tem que ter água encanada, esgoto, uma escola de tempo integral. Isso não é discurso de campanha”, enfatizou o vice-presidente.

Sem resolver os problemas sociais, o Estado continuará “enxugando gelo” no campo da segurança pública, afirmou Mourão. “Haverá um eterno abastecimento do crime pelas pessoas descontentes com a situação em que vivem", acrescentou.

 

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se manifestou na noite dessa quinta-feira (22) sobre os incêndios florestais na Amazônia e disse que a região está segura. Em uma postagem no Twitter, ele atribuiu as queimadas ao período de seca. 

"A #Amazonia brasileira está segura! Lá morei e sei que incêndios são episódicos em período de seca", escreveu. Na postagem, Mourão criticou o que chamou de uma tentativa de transformar o problema em uma crise internacional. "Transformá-los em crise, esquecendo as tragédias que o fogo causou nos EUA e Europa, é má-fé de quem não sabe que os pulmões do mundo são os oceanos, não a Amazônia", acrescentou. 

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Mais cedo, também pelo Twitter, o presidente da França, Emmanuel Macron, se posicionou sobre as queimadas na Amazônia, classificando o problema como uma "crise internacional" e pedindo que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema. Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro rebateu o líder francês, também pela rede social dizendo que Macron busca "instrumentalizar uma questão interna" dos países amazônicos "para ganhos políticos pessoais".    

O próximo encontro do G7, que reúne os presidentes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, ocorrerá neste fim de semana, em Biarritz. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, também afirmou nesta quinta-feira que está "profundamente preocupado" com os incêndios na Floresta Amazônica.

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Em entrevista ao programa Brasil em Pauta, da TV Brasil, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou sobre temas como relações internacionais, reforma da Previdência e desenvolvimento da economia. O vice-presidente destacou que o Brasil pode fortalecer o comércio internacional a partir da disputa entre China e Estados Unidos. Mourão embarca nesta semana para o país asiático, onde participa da quinta edição da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), no dia 23 de maio, em Pequim. Ele também será recebido pelo presidente chinês Xi Jinping.

“O Brasil tem que saber aproveitar o melhor nesse momento. Tem que se posicionar. Temos ligação com os Estados Unidos da origem da nossa independência [em 1822]. Os Estados Unidos foram os primeiros a nos reconhecer, sempre foram o campeão da democracia e defensor da liberdade. E o nosso governo, o governo do presidente Bolsonaro, tem um foco e uma colocação muito clara em relação a essas políticas que a democracia americana representa. Por outro lado, temos que ter o pragmatismo suficiente para entender a importância da China para o desenvolvimento econômico do Brasil.”

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Durante a entrevista, o vice-presidente lembrou que a China passa por dificuldade no âmbito da segurança alimentar por causa da peste suína africana, vírus que tem dizimado o rebanho de porcos no território chinês. Como consequência, destacou o vice-presidente, o gigante asiático precisa importar proteína animal para alimentar uma população de 1,4 bilhão de pessoas. “O Brasil tem capacidade extraordinária de produção de alimentos. Então essa estratégia é que nós temos que traçar em ter essa aproximação com o mercado chinês.”

Cosban

Instituída em 2004, a Cosban é o principal mecanismo de coordenação da relação bilateral entre Brasil e China e é comandada pelos vice-presidentes dos dois países. Segundo Mourão, a ideia é resgatar e reorganizar a Cosban para fortalecer a cooperação econômica. O vice-presidente informou que a reunião também vai servir como preparativo para a viagem do presidente Jair Bolsonaro à China no segundo semestre, provavelmente em outubro.

“Vamos procurar dar uma mensagem política ao governo chinês e, ao mesmo tempo, nosso posicionamento em relação à iniciativa Belt and Road (Cinturão e Rota), uma nova plataforma que o governo chinês, ao longo dos últimos cinco anos, vem buscando colocar no comércio mundial”, afirmou.

A iniciativa “Um Cinturão, uma Rota” (One Belt, One Road), também chamada de A Nova Rota da Seda, foi lançada em 2013 pelo presidente chinês Xi Jinping e visa promover acordos de cooperação para desenvolver projetos de infraestrutura, comércio e cooperação econômica na comunidade internacional.

Segundo Mourão, o Brasil, além de querer diversificar a exportação de produtos de maior valor agregado, pretende atrair investimentos de qualidade em projetos de infraestrutura para portos, ferrovias, rodovias e em energia renovável, como eólica e fotovoltaica.

No encontro com Xi Jinping, Mourão vai entregar uma carta do presidente Jair Bolsonaro ao presidente chinês. “No segundo semestre, o presidente estará na China e acreditamos que, no primeiro semestre do ano que vem, o presidente chinês venha ao Brasil.”

A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial e uma das principais fontes de investimento externo no Brasil. As exportações do Brasil para o gigante asiático em 2018 superaram US$ 64 bilhões e as importações, US$ 34 bilhões. Com esse resultado, a corrente de comércio bilateral chegou a US$ 98,9 bilhões.

Os principais produtos brasileiros exportados são soja triturada, óleos brutos de petróleo, minérios de ferro e seus concentrados, celulose e carne bovina. No ano passado, os destaques na importação foram plataformas de perfuração ou de exploração, dragas, produtos manufaturados, como circuitos impressos e outras partes de aparelhos de telefonia.

Reforma da Previdência

Na entrevista, Mourão também comentou sobre a proposta da reforma da Previdência que está sendo analisada em uma comissão especial na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o modelo de sistema previdenciário estabelecido na Constituição de 1988 se esgotou. “Ele se esgotou porque estamos vivendo mais e nosso orçamento não comporta essa quantidade de recursos que estamos despendendo hoje.”

E acrescentou: “Da forma como está colocado o sistema previdenciário hoje é uma pirâmide financeira. Quem chega primeiro recebe e os últimos não vão receber.”

O vice-presidente Hamilton Mourão teve 25% mais compromissos fora do Palácio do Planalto do que Jair Bolsonaro desde o início do mandato. No foco de críticas de aliados do presidente, principalmente de seu filho Carlos, vereador no Rio, Mourão se notabilizou neste início de mandato por ser um vice atuante, com agenda independente. Ontem, o vice-presidente se reuniu com o governador do Piauí, o petista Wellington Dias, no Palácio de Karnak, sede do Executivo estadual.

Embora o antipetismo seja uma bandeira de Bolsonaro, Mourão disse que teve uma conversa "franca, tranquila" com o governador, na qual "debateu, de forma republicana, honesta e sincera, os problemas que atingem o País como um todo e, em particular, o Estado do Piauí". Em seguida, o vice recebeu o título de cidadão piauiense durante solenidade na Assembleia Legislativa.

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Nestes quase quatro meses de governo Bolsonaro, Mourão deixou o gabinete para participar de eventos e reuniões 97 vezes - em 14 delas, estava exercendo a Presidência enquanto o titular permanecia internado ou em viagem oficial. Bolsonaro saiu do Planalto para 78 compromissos.

O número de compromissos do presidente e vice fora de Brasília é similar: Bolsonaro cumpriu 64 agendas oficiais fora da capital federal - esteve no Rio, São Paulo, Brumadinho, Foz do Iguaçu, Macapá e em quatro países. Mourão foi a 71 agendas. Passou por dois países e esteve em mais cidades brasileiras que Bolsonaro: Rio, São Paulo, Sorriso (MT), Caxias do Sul (RS), Carazinho (RS), Não-Me-Toque (RS), Porto Alegre (RS), Manaus (AM) e Teresina (PI).

O levantamento do Estadão foi feito com base nas agendas oficiais do Planalto. Foram desconsideradas agendas apontadas como reuniões particulares, pousos e decolagens e translados. Os números mostram o que talvez seja o motivo das rusgas públicas entre o vice e pessoas próximas e aliados de Bolsonaro, como os filhos Carlos e Eduardo (deputado federal pelo PSL) e o escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

Mourão tem aparecido e circulado por ambientes estratégicos. Saiu do Planalto para se encontrar 29 vezes com representantes do setor privado. Bolsonaro fez isso três vezes. Em março, em discurso para uma plateia de cerca de 700 dirigentes empresariais ligados à Fiesp, o vice pregou "diálogo" e pediu "confiança" nos líderes do governo.

Enquanto Bolsonaro costuma receber políticos em seu gabinete e encontrou líderes fora do Planalto quatro vezes, Mourão fez visitas a políticos em dez ocasiões, incluindo encontros com nomes da oposição. A participação de Mourão em eventos com empresários e políticos já rendeu críticas de colegas do próprio governo, que veem nesse tipo de movimento a tentativa de assumir um papel de protagonista no governo e se contrapor a Bolsonaro - desde a posse, o vice divergiu publicamente do presidente em algumas ocasiões.

Durante a semana, Carlos Bolsonaro comandou uma ostensiva onda de ataques contra Mourão nas redes sociais. Bolsonaro reconheceu o clima de tensão. A fim de minimizar os problemas, porém, comparou as dificuldades às de um casamento. "E esse casamento é, no mínimo, até 2022", afirmou. "Vice é sempre uma sombra e, às vezes, não se guia de acordo com o sol. Mas, por enquanto, está tudo bem."

Ativo. Na avaliação do cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV-SP, Mourão ocupou espaços por causa da saúde debilitada de Bolsonaro e teve protagonismo porque a interlocução da Presidência não era "suficientemente adequada". "Mourão agiu como bombeiro, alguém que tentava dar uma interpretação para declarações de Bolsonaro que criavam um mal-estar. Por vezes, ele virou um presidente enquanto o presidente agia como deputado."

Segundo Teixeira, nunca houve um vice tão ativo. "Mas é ativo porque há uma lacuna." Para ele, o fim da "guerra fria" depende mais da família do que do vice. "Isso só se resolve se os atores externos ao governo se comportarem. Essa artilharia não é só contra o Mourão, é contra o núcleo mais estruturado e estratégico do governo, o militar."

O cientista político Maurício Fronzaglia, do Mackenzie, afirmou que a falta de sintonia se deve à falta de um papel claro de Mourão no governo. "A função dele não parece bem definida."

Ontem, com segurança reforçada, o vice se emocionou ao falar do avô, piauiense que migrou para o Amazonas. A solenidade em Teresina foi prestigiada pelos parlamentares petistas. "Por uma questão de urbanidade", afirmou o deputado Franzé Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (9) que cabe a ele falar "coisas que o presidente não quer falar" e atacar primeiro, quando é preciso atacar. O papel de vice foi abordado por Mourão em evento em Washington, organizado pelo Brazil Institute, do 'think tank' Wilson Center. "Não é fácil ser vice-presidente, você é o segundo no comando. Você pode olhar para mim, você foi um general por 12 anos e comandava todo mundo. Bom, agora eu não comando", disse Mourão, que tem sido criticado com frequência por ala do governo por ter uma agenda independente e por vezes de contraponto à do presidente, Jair Bolsonaro.

Nesta terça-feira, contudo, o vice-presidente sugeriu que é sua função como vice-presidente assumir esse papel. "A primeira coisa é essa, você tem que ter disciplina intelectual para entender as necessidades do presidente. Eu olho para mim mesmo como uma figura complementar ao presidente. Coisas que ele não quer falar, me diga, ok, eu vou lá e falo. Às vezes eu digo para a imprensa que eu me sinto como o escudo e espada do presidente. Eu posso defender quando ele precisa ser defendido e posso atacar antes que ele precise", afirmou o vice-presidente.

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Mourão foi apresentado por Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, como uma "voz moderada" em Brasília. Em Washington, a agenda do vice-presidente incluiu pensadores de outros espectros políticos que não apenas a direita conservadora americana - foco que Bolsonaro deu a encontros feitos na capital americana, em março. Coube a Mourão, por exemplo, se reunir com imigrantes brasileiros em Boston depois de Bolsonaro ter precisado pedir desculpas por dizer, em entrevista a uma emissora de televisão americana, que a maioria dos imigrantes tem "más intenções".

O vice-presidente também teve encontros com personalidades que por vezes são críticas a Bolsonaro, como Mangabeira Unger, o ex-ministro e ex-guru do presidenciável Ciro Gomes (PDT). "Me vejo como uma forma de levar nosso jeito de pensar para diferentes pessoas da nossa sociedade. Falamos com investidores, sindicatos, líderes locais e assim convencemos todo mundo em ter confiança na gente e acreditar no que queremos fazer para o Brasil", afirmou Mourão. Segundo ele, a Constituição brasileira é "muito vaga" sobre as funções do vice-presidente. "Só diz que o vice existe para substituir o presidente e para receber missões especiais. Sempre que o presidente quiser me dar missões especiais, eu estarei pronto", afirmou.

A presença no Brazil Institute foi o último evento público de Mourão em Washington. Na capital dos Estados Unidos, ele se reuniu com o vice-presidente americano, Mike Pence, com senadores americanos, e personalidades como ex-embaixadores dos Estados Unidos no Brasil, além de ter comparecido a rodas de conversa privadas com empresários.

Ele voltou a ser questionado sobre o papel político dos militares e repetiu que os militares que estão no governo já não atuam mais nas Forças Armadas. "Nossas Forças Armadas não estão no governo. Temos gente que veio das forças armadas no governo e acho normal, porque Bolsonaro veio desse grupo. Quero assegurar muito claramente as Forças Armadas continuarão como estão e como estiveram desde o fim do regime militar em 1985 e nós recebemos a tarefa da população brasileira de governar pelos próximos quatro anos", disse Mourão.

O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, rechaçou neste sábado (6) críticas de que estaria atuando como um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro. "Jamais. Eu sou complementar ao presidente, eu complemento ele", disse Mourão, ao ser questionado se adotava um antagonismo a Bolsonaro.

Aliados do presidente têm se incomodado com o que consideram agendas do vice-presidente que "destoam da linha do governo" e declarações recentes de Mourão que "parecem contrariar ou desautorizar posições prévias do presidente", segundo fonte do governo.

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A fala de Mourão aconteceu nos Estados Unidos, onde ele tem agenda criticada por ala do governo. Os encontros do vice-presidente na manhã deste sábado incluíram, por exemplo, uma reunião de cerca de uma hora com o ex-ministro Mangabeira Unger, que já criticou o governo Bolsonaro. Mangabeira foi também o guru de Ciro Gomes (PDT) durante a campanha eleitoral de 2018.

Ontem, no evento organizado por alunos brasileiros de Harvard e do MIT, Ciro afirmou que Mourão quer "de forma descarada" ocupar o lugar de Bolsonaro e chamou o presidente de "idiota".

Mourão entrou na mira de ala do governo mais alinhada com o escritor Olavo de Carvalho. O vice-presidente minimizou os incômodos e disse não se importar com críticas. "A crítica faz parte do jogo político, eu não me importo com crítica", disse Mourão neste sábado.

Segundo ele, Mangabeira Unger falou a ele sobre "a proposta que ele tem hoje de economia do conhecimento, que é a visão que ele tem do mundo moderno". "A produção industrial começa a atingir seu limite e o conhecimento passa a ser algo que vale muito dinheiro", explicou Mourão.

O vice-presidente também se reuniu com o empresário Jorge Paulo Lemann e, à tarde, terá um encontro com a comunidade de imigrantes brasileiros na reunião de Boston. Mourão está nos EUA para participar da Brazil Conference, evento organizado pelos alunos de Harvard e do MIT. Na segunda-feira, ele participará de um encontro com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na capital dos Estados Unidos.

Por incomodar uma ala do Planalto, a viagem de Mourão é encarada como uma "viagem pessoal" dentro do governo. Apenas a visita a Pence teria contado com o intermédio da área internacional do Planalto.

A agenda de Mourão prevê ainda uma entrevista à rede de televisão CNN. A emissora é crítica ao presidente dos EUA, Donald Trump, que já chamou jornalistas da CNN de "fake news". Quando esteve em Washington, há pouco mais de 15 dias, Bolsonaro decidiu dar uma entrevista à FOX News, a emissora que é geralmente elogiada por Trump e frequentemente escolhida pelo governo americano para entrevistas exclusivas. O governo Bolsonaro tem feito um movimento de aproximação da gestão de Trump.

O deputado federal Alexandre Frota (PSL) afirmou, nesta terça-feira (2), que estava saindo da Associação Movimento Brasil Livre, mais conhecida como MBL - um dos movimentos que encabeçou os movimentos de rua pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e em defesa da Lava Jato. Frota era vice-presidente nacional do MBL.

Em publicação no Twitter, ele diz que se livra de um peso ao deixar o cargo. “Hoje pela manhã assinei minha saída da Associação MBL. Eu já havia conversado sobre o tema com o Kim [Kataguiri] e o Sostenes [Cavalcante]. Livre para voar, chega me livro do peso”, disse.

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No documento divulgado pelo deputado federal, a saída e deu “por motivo de foro íntimo”. Em 2017, Frota chegou a ser cogitado para comandar o movimento no país.

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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi nesta terça-feira (26) o centro de duas reuniões com representantes das maiores empresas e bancos do País. À tarde, ele discursou para uma plateia de cerca de 700 dirigentes empresariais ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A procura foi tanta que o evento teve de mudar de local. Mais tarde, participou de jantar oferecido pelo próprio presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em sua residência, no Morumbi. Mourão enfatizou a necessidade de "diálogo" e de "confiança" no governo, mas ouviu dos empresários cobranças por ações práticas e dúvidas sobre a aprovação de reformas e a retomada de investimentos.

A lista para o jantar incluiu quase 40 nomes entre empresários e executivos, como Flávio Rocha (Riachuelo), Josué Gomes (Coteminas), André Gerdau (Gerdau), David Fefer (Suzano) e João Ometto (São Martinho). Do setor financeiro, estava Luiz Carlos Trabuco (Bradesco). Também participaram o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, e o ex-presidente do STF Nelson Jobim - que ficaram na mesa de Mourão.

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A participação de Mourão em eventos com empresários e políticos já rendeu críticas de colegas do próprio governo, que veem nesse tipo de movimento tentativa de assumir um papel de protagonista no governo.

Empresários ouvidos pela reportagem afirmaram que Mourão tentou contemporizar a crise entre o Congresso e o governo. Em resposta, os empresários afirmaram que a maior preocupação é quanto à aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial para o equilíbrio das contas públicas. No início do ano, a reforma era dada como certa. Nesta terça-feira, os mais otimistas falavam em uma reforma tímida. Para esses mesmos empresários, a permanência de Paulo Guedes também era uma preocupação, dado o desgaste do ministro da Economia em fazer prevalecer a agenda econômica.

Ao chegar ao jantar - em que foi servido pernil de vitela, filé de abadejo, risoto de mascarpone, ravióli e sorvete e cocada de sobremesa - Flávio Rocha disse que o governo precisa trocar o "chip da campanha" pelo "de governar". "É preciso trocar o chip da campanha, de acirramento, do inimigo comum, para o chip de governar e em torno de um propósito comum, e esse propósito maior é a nova Previdência."

Na Fiesp

No primeiro compromisso do dia, Mourão pregou "diálogo" e pediu "confiança" nos líderes do governo. Depois de ressaltar que sua presença na reunião atendia orientação do presidente Jair Bolsonaro, disse que o bom senso tem de "sobreviver".

"Temos de dialogar com eles (parlamentares) e não fugir ao diálogo. Vai levar pedrada? Vai, faz parte da vida política e todos aqui sabem muito bem que minha experiência política é baixíssima. Mas o bom senso tem de sobreviver nessas horas."

O evento com o vice-presidente seria realizado inicialmente em um auditório no 15.° andar da sede da Fiesp, na Avenida Paulista, com capacidade para 300 pessoas. Como a demanda foi maior que o esperado, o encontro teve de ser transferido para o Teatro do Sesi, no subsolo do prédio, onde cabem 450 pessoas sentadas. Quem não conseguiu entrar, pode acompanhar o discurso por um telão do lado de fora do teatro.

Em uma rápida declaração à imprensa antes da reunião na Fiesp, Mourão disse que é preciso conduzir reformas que interessam ao País e declarou saber das "angústias e dúvidas" que estão sendo levantadas sobre a proposta do governo para a Previdência. Depois do evento, ele não deu mais entrevistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O discurso independente e a desenvoltura do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) desgastaram a relação do Palácio do Planalto com o setor evangélico, considerado fundamental na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, líderes de igrejas que durante a campanha apoiaram explicitamente o candidato do PSL e representantes do segmento no Congresso expuseram a insatisfação com o vice, principalmente após ele se manifestar contra a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.

As lideranças religiosas e parlamentares da bancada evangélica pretendem pressionar o presidente para que ele desautorize publicamente o vice - Bolsonaro permanece internado em São Paulo se recuperando da cirurgia para a reconstrução do trânsito intestinal.

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Na condição de presidente em exercício, Mourão recebeu no último dia 28 o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, e defendeu a posição que contraria manifestações anteriores do próprio Bolsonaro.

Com 108 deputados e 10 senadores na atual Legislatura, a Frente Parlamentar Evangélica, que tem uma atuação historicamente coesa em defesa de suas bandeiras, terá um peso decisivo para a agenda do governo no Congresso Nacional.

"Vamos cobrar (do Bolsonaro) o cumprimento daquilo que foi tratado. Se o Mourão está a serviço de algum grupo de interesse contrário a que isso aconteça, tenho convicção que ele perdeu essa queda de braço. Mourão é um poeta calado. Sempre que abre a boca cria um problema para o governo", disse ao Estado o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), principal porta-voz da Frente.

O deputado deve assumir a presidência do grupo nos próximos dias. O atual presidente, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), não se reelegeu.

Os evangélicos ficaram também incomodados com o vice por causa de uma entrevista na qual ele defendeu que o aborto é uma escolha da mulher. O ponto central das queixas, contudo, é a questão da mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. "Esse foi um compromisso de campanha do presidente da República com nosso seguimento. Nós não pedimos muitas coisas a ele, mas essa foi uma delas", disse Sóstenes.

"Por que o Mourão, sabendo das bandeiras do Bolsonaro, não se manifestou antes da eleição? É uma coisa feia esconder suas convicções. Faltou protocolo e ética no exercício da função dele. Mourão está fazendo campanha para 2022, mas a ala conservadora não vota nele nunca", disse ao Estado o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Vitória em Cristo e presidente do Conselho dos Pastores do Brasil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém capital de Israel em dezembro de 2017. Cinco meses depois, a embaixada norte-americana foi transferida para lá.

Para o bispo e presidente do Ministério Sara Nossa Terra, Robson Rodovalho, a mudança da embaixada "facilitaria muito" a viagem de brasileiros a Israel e estimularia a ampliação da oferta de voos.

Os contrários à mudança alertam para os potenciais prejuízos para as exportações brasileiras para países árabes, que estão entre os principais importadores de carne bovina e de frango do País. O Brasil pode também receber pressão da comunidade internacional. Para a ONU, o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.

"Quando o Bolsonaro se recuperar, nós vamos marcar uma audiência com ele. A ideia é levar uma carta deixando claro nossa insatisfação. Hoje, o Mourão é uma instituição e deveria guardar as opiniões para ela", disse o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR). Na semana passada, outros parlamentares usaram a tribuna da Casa para criticar publicamente o vice.

Segundo fontes do primeiro escalão das Forças Armadas ouvidas pelo Estado, Mourão age de forma "coerente" com o pensamento dos militares, especialmente quando faz críticas à política externa e sinaliza que a prioridade do governo deve ser a agenda econômica, e não a de costumes.

Ao desautorizar o chanceler Ernesto Araújo sobre a oferta de uma base no Brasil para os EUA, Mourão reproduziu a linha de pensamento dominante nas Forças Armadas, que contam com sete quadros no primeiro escalão e representam um dos pilares da administração. Procurada, a assessoria do vice disse que ele não iria se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião com a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o vice-presidente Hamilton Mourão recomendou que os sindicalistas procurem seus representantes no Congresso Nacional para participar dos debates sobre a reforma da Previdência. Mourão disse que, no encontro, realizado na manhã desta quinta-feira (7), procurou “desmistificar” pontos da reforma.

“Eu os alertei que eles têm que usar os representantes que eles elegeram no Congresso. Para que também apresentem as ideias que eles têm a respeito do assunto. Ao mesmo tempo, eu conversei com eles para desmistificar um pouco a questão da Previdência, de que quem tem direito não vai perder esse direito”, disse o vice-presidente.

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Na saída da reunião, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, se disse preocupado com o modelo de capitalização, estudado pelo governo no escopo da reforma.

Mourão afirmou que a geração de emprego também foi tema da reunião. “Eles vieram apresentar as demandas deles em relação ao emprego. A indústria teve uma queda tremenda na capacidade de empregar. Muita empresa fechou, outras botaram gente para fora. Então, eles vieram conversar a esse respeito”.

Ao ser questionado sobre receber a CUT, tradicional aliada do PT, partido opositor do governo, Mourão disse: “A democracia não é isso aí?”.

O PSOL informou que vai entrar, ainda nesta quinta-feira (10), com uma representação na Comissão de Ética Pública, da Presidência da República, contra a nomeação de Antônio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil.

O caso foi revelado pela Coluna do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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"A nomeação do filho do vice-presidente, uma semana depois da posse do novo governo, não foi apenas inadequada ou extemporânea. Ela fere princípios que devem orientar a administração pública. Diante da indignação popular com a nomeação, o governo deveria voltar atrás. Sem isso, não nos resta alternativa senão provocar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República", afirmou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, por meio da assessoria de imprensa do partido.

A representação, de acordo com o PSOL, se baseia em decreto sobre o nepotismo.

A vice-presidente do Equador, María Alejandra Vicuña, renunciou nesta terça-feira (4) após forte pressão em razão de denúncias de corrupção relacionadas à cobrança ilegal de doações de um ex-assessor, quando era deputada entre 2011 e 2013.

Na sua conta do Twitter, María Alejandra afirmou que não permitirá que as "presunções" contra ela sejam utilizadas para criar um "ambiente de instabilidade" no governo ou rumores que envolvem até a possibilidade de renúncia do próprio presidente, Lenín Moreno.

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O anúncio da renúncia foi feito um dia depois de Moreno a afastar temporariamente das funções como vice-presidente para se defender na Justiça das acusação e após ela negar taxativamente que deixaria o posto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Magno Malta (PR-ES), afirmou que está garantido no governo de Jair Bolsonaro. Cotado para o que vem sendo chamado de “Ministério da Família”, que agregará as pastas de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Magno afirmou em entrevista ao jornal O Globo: “Vou ser ministro, sim!”. 

Reforçando a ideia ao falar que o próprio Bolsonaro vai anunciar qual ministério ficará sob o comando do senador. “Onde eu estiver, eu estarei perto dele. Ele vai anunciar”, disse Malta, que esteve na companhia do presidente eleito na última quinta-feira (1º), para discutir o lugar do até então senador no novo governo.

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O futuro político de Magno Malta, que é aliado de Bolsonaro há alguns anos mas há fotos ao lado de Dilma, Lula e Temer circulando nas redes sociais com duras críticas a este fato. Magno é questionado e visto com incerteza por muitos, uma vez que ele não conseguiu se reeleger. Há também comentários sobre Magno supostamente ter perdido o posto de vice na chapa de Bolsonaro para o general Hamilton Mourão, que há pouco tempo o chamou de “caso a ser resolvido” no governo.  

“Ele deve estar à procura [de um ministério]. É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, é preciso arrumar um deserto para esse camelo”, disse o general eleito vice-presidente.

“Quem decidiu isso de não ser vice não fui eu sozinho, fomos nós dois [ele e Bolsonaro]. Então, eu não quero responder ninguém em jornal, quem chegou no ‘ônibus’ depois”, revidou Magno. Ele também reafirmou que está com Bolsonaro há anos, que foi o primeiro aliado a iniciar a corrida rumo ao planalto e atribuiu sua derrota eleitoral a ter se dedicado mais à campanha de Bolsonaro do que à sua própria candidatura no Espírito Santo. 

“Era muito mais importante eu no Senado, mas nós não contávamos com uma facada no meio do caminho. Depois da facada, quem foi cumprir o papel dele (Bolsonaro) pelo Brasil. Eu tive que assumir. Não podia ser ninguém, tinha que ser eu. É isso que as pessoas não conseguem entender. Quem dirige a história é Deus. Se não tivesse facada no meio do caminho, eu também tinha ganho no meu estado", completou ele.

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Há pouco tempo sem muita atenção dos partidos, a escolha do vice virou um dos elementos centrais nas eleições presidenciais de 2018. Até o momento, somente o PSOL e o PSTU lançaram chapas completas na corrida presidencial. Paulo Rabello de Castro (PSC), Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), já confirmados em convenções nacionais, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (PMDB), ainda na condição de pré-candidatos, correm atrás de nomes capazes de ampliar suas bases e levá-los ao segundo turno do pleito.

Disputado por sua condição de empresário, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em março de 2011, é o mais cortejado. Já foi cogitado para ser companheiro de chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva – posto que seu pai ocupou nos dois mandatos do ex-presidente no Palácio do Planalto –, de Ciro e de Alckmin. A família, especialmente a mãe Mariza Gomes da Silva, resiste.

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Alckmin chegou a se reunir com o empresário, mas Josué Gomes recusou oficialmente o convite. Os tucanos agora garimpam no Centrão – grupo político integrado pelo DEM, PP, PR, PRB e SD – um nome para compor a chapa presidencial. Surgem como opções Ana Amélia Lemos (PP-RS), Aldo Rebelo (SD-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE), com maiores chances para os dois últimos nomes. Nas últimas horas, ganhou força a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (PP).

Para o cientista político David Fleischer, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), os partidos buscam nomes que agreguem apoio não só de outras legendas, mas também de setores representativos da sociedade. "Vemos o PSDB falando em escolher uma mulher. Vemos o nome da senadora Ana Amélia, uma jornalista, bem articulada. É assim, precisa ser um nome com aval dos partidos, da coligação, mas que some apoio e seja bem articulado para defender a chapa", argumentou.

Nessa busca frenética, nos bastidores da pré-campanha tucana, surgiu o nome do senador Álvaro Dias (PR), pré-candidato a presidente pelo Podemos, cuja convenção nacional está marcada para 4 de agosto, em Curitiba. Dias rechaçou a possibilidade de aliança com o PSDB.

Outro pré-candidato cogitado para compor a chapa de Alckmin foi Henrique Meirelles (MDB). Tanto Meirelles como o MDB rejeitaram a possibilidade, e hoje a tendência é que o partido dispute a eleição presidencial sem coligação e busque entre os filiados o vice do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central.

A pré-candidata a presidente pelo PCdoB, Manuela D'Ávila, é disputada entre os partidos de esquerda. Tanto o PDT quanto o PT gostariam de tê-la como vice. Manuela tem repetido que sua candidatura será mantida, mesmo que não haja unidade da esquerda.

O PT e o PDT também disputam o PSB, que deixou para o último dia de convenções (5 de agosto) a decisão sobre a eleição presidencial. No PSB, ainda há quem acredite que Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, possa reavaliar a decisão e voltar à corrida presidencial.

"O PT vive uma situação atípica, pois não sabe se o ex-presidente Lula poderá concorrer. Então, terá que escolher um vice do próprio partido que possa assumir a cabeça da chapa", avaliou o cientista político Leonardo Barreto. "Além disso deixar o PCdoB e o PSB em stand by para eventualmente indicar o vice. É uma situação complexa", completou.

Bolsonaro, candidato pelo PSL, já recebeu pelo menos três nomes: do senador Magno Malta (PR-ES), do general da reserva Heleno Pereira e da advogada Janaina Paschoal. Ligados ao partido, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança e o astronauta Marcos Pontes também estão cotados para compor a chapa.

A Rede ainda não homologou a candidatura de Marina Silva, mas já há especulação sobre quem será o vice. Os mais citados são Eduardo Bandeira de Melo, presidente do Flamengo, e Miro Teixeira, deputado federal. O PSOL formou uma chapa puro sangue, com Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, mas terá o apoio do PCB. Sem aliança, o PSTU disputará a eleição presidencial com Vera Lúcia e Hertz Dias.

Segundo Barreto, as articulações dos candidatos a vice-presidente estão ganhando destaque este ano devido também ao encurtamento do calendário eleitoral. "Antes esse debate ocorria no primeiro semestre. Neste ano, acabou a Copa do Mundo, começaram as convenções, e os vices ainda não estavam escolhidos."

 

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