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Uma nonagenária que ficou presa sob os escombros durante cinco dias após o terremoto que abalou o Japão no dia de Ano Novo foi resgatada com vida, contra todas as probabilidades, embora a esperada nevasca neste domingo (7) deva complicar os esforços de resgate.

Pelo menos 128 pessoas morreram no terremoto de magnitude 7,5 que atingiu a península de Noto em 1º de janeiro, à beira do mar do Japão, na costa ocidental do arquipélago, e 195 continuam desaparecidas, segundo um novo relatório divulgado neste domingo, que também relata 560 feridos.

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O terremoto e suas centenas de réplicas demoliram casas, provocaram incêndios e desencadearam um tsunami com ondas de mais de um metro de altura.

As esperanças de encontrar sobreviventes geralmente desaparecem três dias após um terremoto, mas a idosa resgatada passou cinco dias sob os escombros de uma casa desabada na cidade de Suzu, antes de ser salva no sábado.

A mulher foi levada ao hospital para tratamento e respondeu claramente às perguntas dos socorristas, segundo a emissora pública NHK.

"Espere!", gritaram as equipes de resgate na chuva, segundo um vídeo filmado pela polícia e divulgado pela mídia local. "Tudo vai ficar bem", "mantenha-se positiva", pediram-lhe.

Mas muitos tiveram menos sorte. Na cidade de Anamizu, na mesma península, um homem de 52 anos que perdeu o filho de 21 anos e os sogros aguardava notícias de outros membros da sua família.

"Gostaria que eles estivessem vivos, não quero ficar sozinho", disse ele à NHK.

- Missões de helicópteros -

Muitas comunidades na península de Noto foram isoladas por estradas danificadas e deslizamentos de terra que bloqueiam a passagem de veículos de ajuda humanitária.

O mau tempo e a nevasca prevista para este domingo ameaçam dificultar a missão dos milhares de policiais, militares e outras equipes de resgate mobilizados.

Poderia também piorar as condições de mais de 30 mil pessoas que vivem em 366 abrigos do governo devido à dificuldade de entrega de materiais de socorro às áreas que sofrem com cortes de água e eletricidade.

"A primeira prioridade tem sido resgatar pessoas sob os escombros e chegar a comunidades isoladas", disse o primeiro-ministro, Fumio Kishida, em entrevista à NHK neste domingo.

O exército enviou pequenos grupos de tropas a pé para cada uma das comunidades isoladas, disse ele.

O governo também "mobilizou vários helicópteros da polícia e dos bombeiros (…) para acessá-las do céu", acrescentou Kishida.

Na cidade de Anamizu, equipes de resgate com capas de chuva laranja ou azuis foram vistas carregando o corpo de uma vítima de deslizamento de terra, coberto com uma lona azul.

Além disso, em meio à destruição generalizada na cidade de Wajima, a tradicional porta vermelha de um santuário ainda estava de pé, mas a vista através dela era agora uma confusão de madeira e vigas derrubadas.

O Japão sofre centenas de terremotos todos os anos e a maioria não causa danos, devido aos rígidos códigos de construção em vigor há mais de quatro décadas.

Mas muitos dos edifícios do país são antigos, especialmente em comunidades de zonas rurais, como Noto.

O Japão ainda guarda a memória do devastador terremoto de 2011 que desencadeou um tsunami, deixou cerca de 18.500 mortos ou desaparecidos e causou uma catástrofe nuclear na central de Fukushima.

Uma idosa de 90 anos foi encontrada viva em um necrotério da cidade de São José, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, horas depois de o hospital onde ela estava internada tê-la declarado como morta, no último sábado (25). Após a constatação do falso óbito, Norma Silveira da Silva voltou a ser hospitalizada, mas veio a falecer na madrugada de segunda-feira (27).

A identificação de que a vítima ainda estava viva foi percebida pelo funcionário de um crematório, que foi ao necrotério buscar o cadáver. Ele teria percebido que o corpo da idosa estava quente e ainda não estava rígido.

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A cuidadora Jéssica Silvi Pereira, 30 anos, amiga de Norma, relatou ao Estadão que a vítima deu entrada no Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda com saúde bastante debilitada. A idosa teria sido levada para a sala de reanimação.

"No sábado à tarde, eu fui visitar ela e ela abriu o olho. Ela não tinha muitos estímulos, mas ela conseguiu abrir o olho e viu que estávamos ali", conta a amiga. No sábado à noite, ela e um filho da idosa receberam a notícia de que a idosa tinha morrido.

Na declaração de óbito emitida pelo hospital, e que a reportagem teve acesso, consta que Norma Silveira da Silva teria morrido por "infecção do trato urinário". Segundo Jéssica, o corpo da vítima foi enviado para o necrotério, sem tempo para que a família pudesse ver a idosa.

A amiga conta que um funcionário do crematório, que foi ao necrotério para buscar Norma, estranhou porque o corpo dela ainda estava quente e, pelo horário do óbito, deveria estar mais frio. Além disso, ao levantar a idosa, o braço dela teria caído, em um sinal de que o corpo ainda não estava rígido.

O funcionário, então, abriu o saco que envolvia a idosa, e percebeu que ela estava respirando, relata Jéssica. Mesmo depois de ser hospitalizada novamente, Norma morreu no começo da madrugada de segunda-feira. Na segunda declaração de óbito emitida pela unidade, que o Estadão também teve acesso, o documento aponta como causa de morte "choque séptico" provocado por "sepse com foco indefinido".

Jéssica alega que ela e a família não tiveram, por parte dos médicos, explicações claras sobre a morte de Norma.

Procurados, o Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda e a Secretaria da Saúde de Santa Catarina não se manifestaram sobre o caso até a publicação do texto. O Conselho Regional de Medicina do Estado catarinense afirmou que "tomou conhecimento da situação e vai instaurar procedimento adequado para acompanhar o caso".

A mulher resgatada pela Polícia Militar após 10 horas em uma gaveta mortuária em um cemitério de Minas Gerais apresentou melhora na UTI. O boletim médico desta quinta-feira (30) indicou que o quadro de saúde evolui, mas a paciente segue sem expectativa de receber alta. 

Aos 36 anos, ela é mãe de quatro filhos e mora na periferia da cidade de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira. As autoridades investigam o caso e suspeitam de um possível desacerto entre a mulher e traficantes da região. 

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Antes de ser enterrada viva, a vítima foi espancada. Conforme o médico responsável do Hospital São João Batista, a paciente sofreu traumatismo craniano, cortes na cabeça, lesão grave no dedo da mão, fratura nos braços e ainda há a possibilidade de fratura na perna. 

Dois dias após ser resgatada, ela está consciente e consegue se alimentar. 

Entre as ruínas de um prédio de quatro andares na cidade de Jandairis, na Síria, os socorristas conseguiram encontrar uma recém-nascida ainda viva horas depois do terremoto que atingiu a região nesta segunda-feira (6).

Segundo a mídia local, a neném havia acabado de nascer e ainda estava conectada à mãe pelo cordão umbilical. Todos os demais membros da família morreram com o desmoronamento do edifício.

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"Nós estávamos procurando por [Abdallah] Abu Roudayna e sua família. Primeiro encontramos o corpo de sua esposa, então de Abu Roudayna, que estavam juntos. Então ouvimos um barulho e começamos a cavar do lado e encontramos a pequena, obrigado a Deus", disse um dos parentes que estava ajudando os socorristas nas buscas à agência AFP.

Um dos primos do sírio cortou o cordão umbilical e levou o bebê às pressas para um hospital local. Além do casal, foram retirados dos escombros os corpos da mãe de Abu Roudayna, quatro irmãos dele e uma tia.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver um homem que leva a recém-nascida coberta de poeira do meio dos escombros enquanto outro aparece com uma coberta para protegê-la. Durante a noite desta segunda, a temperatura no local era próxima de zero grau Celsius.

Conforme o hospital, a menina foi colocada em uma incubadora e está recebendo vitaminas e leite, com uma situação estável.

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Da Ansa

O Canal Viva é conhecido por resgatar inúmeras pérolas da teledramaturgia brasileira. Para os noveleiros de plantão, o sucesso 'Força de Um Desejo' será reprisado a partir da próxima segunda-feira (24). Substituindo 'Alma Gêmea', a trama escrita por Gilberto Braga e Alcides Nogueira foi exibida originalmente na TV Globo em 1999.

Abordando o desenvolvimento da agroindústria, no século XIX, a novela também destaca o romance intenso entre a cortesã Esther, interpretada por Malu Mader, e Inácio Sobral, vivido pelo ator Fabio Assunção.

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Vendida para 15 países, entre eles Bolívia, Cabo Verde, Canadá, Espanha, Itália, Iugoslávia, Nicarágua, Rússia e Venezuela, o folhetim reúne atuações de grandes nomes da arte como Sônia Braga, Reginaldo Faria, Nathalia Timberg, Cláudia Abreu, Isabel Fillardis, Cláudio Corrêa e Castro, José de Abreu e Lavínia Vlasak.

A turma de casa irá reviver os dramas e amores da obra de segunda a sábado, a partir das 15h30 e das 23h45. Já aos domingos, 'Força de Um Desejo' poderá ser maratonada a partir das 14h15.

Na próxima segunda-feira (16), a partir das 14h40, um clássico da teledramaturgia brasileira está de volta ao canal Viva. O público de casa vai poder matar a saudade de 'Pão-Pão, Beijo-Beijo', sucesso de 165 capítulos exibido na TV Globo. Escrita por Walther Negrão, a obra de 1983 tem um time de estrelas.

Contando a história de Ciro (Cláudio Marzo), Soró (Arnaud Rodrigues) e Bruna (Elizabeth Savala), o folhetim encantou os telespectadores com a entrega dos atores Edwin Luisi, Maria Cláudia, Laura Cardoso, Regina Dourado, Renata Fronzi, Laerte Morrone, Tássia Camargo, Cássio Gabus Mendes.

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"Pão-Pão, Beijo- Beijo é uma novela muito pedida pela nossa audiência. Acreditamos que o público vai adorar relembrar as histórias e os personagens marcantes da trama, como o Soró e a Mamma Vitória", comentou Stephanie Purwin, gerente de programação do Viva. Com exibição de segunda a sábado, o folhetim será reprisado 0h30, além de ser maratonado aos domingos.

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Um homem acusado de enterrar a companheira viva foi preso pela polícia na cidade de Barro Preto, na Bahia, na última quinta-feira (9). Segundo a Polícia Civil da Bahia, a mulher de 53 anos foi localizada numa região de mata, em uma cova rasa, amarrada e com uma pancada na cabeça.

A vítima estava desaparecida desde o dia 29 de novembro, quando saiu da casa da família para passar a semana com o homem, a mulher estava desidratada e com sinais de confusão mental. Localizado na zona rural de Barro Preto, o suspeito confessou o crime e apontou o local onde enterrou a companheira viva.

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Em depoimento à polícia, o acusado declarou ter empurrado a mulher durante uma discussão. Ela caiu e bateu a cabeça no chão, ficando desacordada por alguns minutos. O homem achou que a vítima estava morta e a enterrou numa cova rasa. 

A Polícia Civil descobriu os fatos na terça-feira (7), quando iniciou as diligências. “Foram horas de buscas em mata fechada. Ele disse que sabia que a mulher estava viva e fez isso como castigo, pois estava com ciúmes e queria punir a companheira”, destacou o delegado Evy Paternostro.

O acusado foi autuado por cárcere privado. O delegado aponta que solicitou a conversão do flagrante em prisão preventiva.

Em junho de 1986, as manhãs da Globo passaram a ser outras com a chegada do Xou da Xuxa. A atração infantil, que completou no mês passado 35 anos de sua estreia, pode voltar com tudo em breve. De acordo com o colunista Flávio Ricco, do portal R7, o Canal Viva estuda possibilidades de reprisar a segunda temporada do programa comandado no passado por Xuxa Meneghel.

A Globo já teria solicitado a mudança da classificação indicativa do projeto, exibido na emissora um ano depois de sua estreia. Caso a ideia da reprise não vá adiante no Viva, o Globoplay deve incluir o Xou da Xuxa no seu catálogo. Se tudo realmente der certo, os fãs da rainha dos baixinhos vão curtir os contéudos feitos apenas no palco do programa. Os desenhos que passavam na época irão ficar de fora dessa possível reexibição.

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O Xou da Xuxa ficou no ar até 1992. Apresentando nos bastidores do canal carioca um estouro na audiência, o programa encantava o público de casa com brincadeiras e participações de grandes nomes da música popular brasileira. Nomes como Elba Ramalho, Caetano Veloso, Simone e Rita Lee já fizeram performances na atração de Xuxa.

"Eu acho que seria muito legal a reprise. Primeiro porque eu adoraria ver. Segundo, porque eu acho que as pessoas que cresceram comigo e que hoje tem seus filhos gostariam de mostrar o que eles viam, o que era a nave, o que eram as músicas, os que eram as Paquitas", disse Xuxa Meneghel, em entrevista recente ao site NaTelinha. O Xou da Xuxa foi dirigido por Marlene Mattos.

O Canal Viva, sucesso do Grupo Globo na TV por assinatura, está com novidades para os próximos meses. Depois de bater o martelo e decidir colocar em sua programação a novela Força de um Desejo (1999), escrita por Gilberto Braga, o Viva vai reprisar a primeira temporada de Malhação, segundo informações do colunista Duh Secco, do site RD1.

Com a abertura embalada pela voz do cantor Lulu Santos, a novela teen estreou em 1995. A trama inicial contou com Fernanda Rodrigues, Cláudio Heinrich, Danton Mello, Bruno De Luca, Sílvia Pfeifer, Carolina Dieckmann, Juliana Martins, Ana Paula Tabalipa, John Herbert, Nair Bello, Luigi Baricelli, entre outros nomes da teledramaturgia.

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Os telespectadores também poderão reviver as aventuras do jovem Mocotó, interpretado pelo ator André Marques. O canal pretende colocar o folhetim no ar em setembro, às 13h. A ideia é que a reprise de Malhação se estenda até o fim de maio de 2021.

No dia 19 de maio, o cantor Luan Santana reuniu em Salvador mais de 20 mil pessoas para a gravação do DVD "Viva". Para conferir o resultado, os fãs do artista terão que ser assinantes do aplicativo Globoplay. A platatorma on-line do Grupo Globo vai disponibilizar o espetáculo de Luan no dia 23 de agosto, com imagens dos bastidores, montagem do projeto e entrevistas.

Neste domingo (14), Luan Santana anunciou a novidade nas redes sociais. Os admiradores do cantor foram presentadeados com um trailer do novo trabalho dele. Luan liberou no final de junho o clipe de "Quando a Bad Bater", single que faz parte do sexto DVD da carreira.

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Confira o teaser:

Depois da série "Sandy & Junior" ter todas as temporadas liberadas pelo Globoplay, o Canal Viva, do Grupo Globo, está com tudo pronto para exibir nesta segunda-feira (8) a novela "Estrela-Guia". Sandy, que protagonizou a hippie Cristal, celebrou no Instagram a reprise da trama.

"Que alegria poder matar a saudade dessa novela que eu amei fazer, com esse tanto de gente querida e talentosa. Não percam!", escreveu. Escrita por Ana Maria Moretzsohn, a novela foi ar pela TV Globo em 2001.

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No horário das seis por apenas três meses, totalizando 83 capítulos, "Estrela-Guia" contou com as atuações de Lilia Cabral, Carolina Ferraz, Thaís Fersoza, Maitê Proença, Thiago Fragoso, Rodrigo Santoro e de Junior Lima. O irmão de Sandy interpretou o malabarista Zeca.

Depois do Canal Viva anunciar "Terra Nostra", "O Cravo e a Rosa" e "Porto dos Milagres" como parte da programação, mais uma novela está pronta para voltar ao ar. Em abril, os telespectadores poderão curtir novamente o romantismo de "Estrela-Guia".

Segundo informações do colunista Nilson Xavier, do Uol, a trama protagonizada pela cantora Sandy será reexibida na faixa matinal do canal, de segunda a sexta-feira, às 11h45. Escrita por Ana Maria Moretzsohn, "Estrela-Guia" entrou na faixa das 18h em 2001 e nunca foi reprisada.

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Com apenas 83 capítulos, a novela contava a história de Cristal, papel de Sandy, uma jovem hippie que perde os pais em um trágico acidente e passa a morar com o padrinho, Tony, personagem do ator Guilherme Fontes. Convivendo embaixo do mesmo teto, Tony e Cristal percebem que estão apaixonados.

O folhetim também contou com as atuações de Lilia Cabral, Carolina Ferraz, Thaís Fersoza, Maitê Proença, Thiago Fragoso, Rodrigo Santoro e de Junior Lima. O irmão de Sandy interpretou o malabarista Zeca.

 Registro de macaenses reunidos do acervo da família Roliz. (Alessandra Roliz/Cortesia)

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Três de setembro de 1942. A mais longa das estações do ano macaense, o verão, propõe à península chinesa adversidades climáticas como trovoadas, chuvas intensas, altas temperaturas e a até possíveis tempestades tropicais. Assim estava Macau no dia em que nasceu Alberto Carlos Paes d’Assumpção que, desde cedo, conheceu as dificuldades da cidade. “Lá existiam poucas oportunidades e muita pobreza. Por isso, muitos macaenses vieram ao Brasil, foi o caso de meu pai. Ele chegou ao Rio de Janeiro formado em engenharia, médico tradicional chinês e mestre de karatê”, conta Silvana D’Assumpção, neta de Alberto, que ficaria conhecido como Acaio, seu “nome chinês”, o criador do bem-sucedido método homônimo de massagem para a coluna.

Acaio foi um dos possíveis 30 mil macaenses, número sobre o qual não há consenso, que deixaram a terra natal no século XX, segundo coloca a pesquisadora Andréa Doré, em seu artigo “Os macaenses no Brasil: o cerco se mantém”. O fenômeno migratório ficou conhecido como diáspora macaense e teve o Brasil como um dos destinos favoritos, e seus descendentes agora lutam para manter a cultura ancestral viva. 

Ao chegar no No Rio de Janeiro, em 1971, Acaio reencontrou amigos e conhecidos de Macau, com destaque para o sensei de Karatê Luis Pedruco, um precioso facilitador de sua adaptação no Brasil. “Assim que chegou ao país, meu pai deu uma festa para a comunidade macaense. Foi no evento que ele conheceu minha mãe, Ielva Chrockatt, que era brasileira, mas já tinha boas relações com a comunidade oriental por ser madrinha de gêmeos de um casal de chineses”, conta Silvana. Aos 29 anos, Acaio, como tantos outros conterrâneos homens e solteiros, começa a constituir família no Brasil, amparado pela estabilidade oferecida pelo emprego de desenhista projetista na Natron Engenharia.

“A primeira diáspora chinesa ocorreu durante a década de 1950, quando algumas pessoas que tinham uma certa escolaridade obtiveram licença para trabalhar em países com Estados Unidos, Argentina e Brasil. O que explica este movimento é uma política iniciada pelo Governo Vargas, que se dava muito bem com a China Comunista”, explica Marcos de Araújo Silva, pesquisador associado ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia de Lisboa (Cria).

No Brasil, Acaio criou método próprio de massoterapia. (Silvana D’Assumpção/cortesia)

A transformação do desenvolvimentismo em palavra de ordem no planejamento das políticas públicas brasileiras a partir da Era Vargas aguçou o interesse do país nos talentosos e meticulosos engenheiros chineses. “Em Pernambuco, por exemplo, eles receberam autorizações para estudar a diversificação agrícola do Estado e executar as reformulações urbanas que o governador Agamenon Magalhães queria fazer no Recife”, acrescenta Marcos Araújo. Na pequena Macau, uma península colonizada por Portugal, tais oportunidades, no entanto, não eram tão comuns.

De acordo com Débora Lopes, mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), embora não haja uma data precisa de quando os navegadores lusitanos chegaram à cidade, sabe-se que eles foram atraídos para lá no século XVI, na tentativa de ocupar um ponto comercial estratégico, próximo à bacia onde desagua o Rio das Pérolas e da cidade de Cantão, um dos grandes centros comerciais da China, maior potência da economia asiática, mas muito seletiva em suas relações comerciais. “Macau era um entreposto comercial que surgiu a partir de um acordo entre portugueses que ali se assentaram e o império chinês. Esse navegadores serviam como intermediários para o comércio com o Japão, o que era proibido aos chineses”, comenta.

Macau era apenas uma vila de chineses e portugueses. (Débora Lopes/cortesia)

Logo os comerciantes chineses, desejosos de adquirir as mercadorias de fora, bem como exportar as suas, começaram a frequentar a cidade. “Macau era simplesmente um local onde os navios chegavam e trocavam as cargas”, avalia Débora. Para quem vivia na Vila, no entanto, a vida costumava ser pobre como a do resto da majoritariamente agrária China, com a diferença de que ali nada era produzido.  

De pai para filhas

Pupilo de Karate-Do do mestre Lei Lau, Acaio conciliou a engenharia com a difusão do estilo Seigokan no Brasil, fundando, em 1977, a Federação de Karate-­Do do Estado do Rio de Janeiro, na qual exerceu o cargo de Diretor Técnico até 1982. Médico tradicional Chinês desde 1965, passou seus conhecimentos na área às filhas. “Meu pai sempre foi muito presente em relação aos costumes e tradições familiares, então nós comíamos comida de Macau, nunca perdemos o contato com os parentes e brincávamos de jogos de lá. Desde os três anos, ele me ensina sobre o tratamento de desvios e rotações da coluna vertebral, no qual se aperfeiçoou”, conta Silvana, que afirma já ter atendido mais de 40 mil pessoas na área. 

Silvana e o marido representando Macau no Consulado da China. (Silvana D'Assumpção/Cortesia)

Quando Acaio faleceu, em 2015, teve suas cinzas transportadas ao Macau por Silvana, que fez questão de atender seu desejo de ser enterrado ao lado de sua mãe, com a qual nunca deixou de se comunicar por cartas. Como maior herança para os descendentes, deixou o próprio método de massoterapia e o amor pela terra natal.  “Minha irmã, Sabrina, também segue o que ele ensinou. Minha filha faz a parte preventiva e foi, aos 21 anos de idade, a mais jovem líder de uma Casa de Macau, organizações fundadas após a diáspora para preservar a cultura da cidade. Não digo que sou carioca, sou macaense do Rio de Janeiro”, orgulha-se.

É nas pessoas que a cultura resiste

Nas páginas amareladas de uma revista guardada por ele mesmo em junho de 1962, Roberto Roliz mira o fotógrafo anônimo elegantemente. Na mesa de seu escritório, ele veste um imponente relógio, gravata borboleta e camisa social, enquanto conta como saiu de Macau como um jovem sonhador para se tornar um empreendedor de sucesso no Rio de Janeiro. “Vim com enorme vontade de vencer na vida”, resume ao dizer qual foi o combustível da viagem.

A reportagem sobre o avô falecido é uma das poucas lembranças que a consultora de gastronomia Alessandra Roliz guarda dele. “Meu avô morreu quando eu tinha 14 anos de idade. O pessoal de Macau não se considera chinês, até certidão de Portugal ele tinha, então sempre foi muito atuante na comunidade portuguesa, sendo um dos fundadores da Casa de Macau em São Paulo”, conta Alessandra. 

Roberto Roliz veio tentar a sorte no Brasil e se saiu bem no ramo do comércio de autopeças. (Alessandra Roliz/cortesia)

Irmão de Felisberto, Rigoberto, Valberto e outros sete “bertos”, Roberto tornou-se relativamente conhecido em Macau pelos dotes esportivos. Jogador de futebol e pugilista, veio tentar a vida no Rio de Janeiro no ano de 1949. “Aqui chegando, empreguei-me inicialmente na White Martins e logo depois na Organização Flornhoff [...] Foi nesta grande firma que verdadeiramente fiz meu aprendizado e aprendi a me estusiasmar-me pelo brasil e pelos brasileiros”, conta ele mesmo à revista.

No Rio, apaixonou-se pela brasileira descendente de alemães Ingborg Iracema, cuja família curiosamente buscava batizar seus membros com um nome de origem germânico e outro indígena brasileiro. Contratado para representar a inglesa Feroso SA, abriu mão do emprego anterior e montou a própria firma, intitulada “Roberto J Roliz Representações”, que aproveitaria o embalo da vindoura fase de implementação da indústria automobilística nacional. Restringia-se, consequentemente, a importação de peças estrangeiras. “Mas era uma luta árdua [..] conseguir que o cliente aceitasse e comprasse as primeiras autopeças de fabricação nacional. Eu saía carregado com amostras. E a prova está na exportação de nossas peças para vários países estrangeiros”, relata Roberto. 

Alessandra Roliz e amigo servem almoço típico na Casa de Macau do Rio. (Alessandra Roliz/cortesia)

Cicerone de novos macaenses que chegavam no Brasil, o receptivo Roberto plantou na neta o gosto por abraçar os conterrâneos. Alessandra é diretora sócio-cultural da Casa de Macau do Rio de Janeiro. “Nossa proposta é a de retomar as coisas de onde nossos antepassados deixaram. Nosso objetivo é trazer os mais jovens, já nascidos no Brasil, para perto da cultura e do convívio dos mais velhos, acho que eles têm uma memória de uma Macau que já não existe”, comenta. 

Pela “memória que não existe”, Alessandra se refere às lembranças da pequena Vila que, agora, é melhor conhecida na Ásia como uma espécie de “Las Vegas oriental”, que tem como principal atividade o turismo e setor protagonista os cassinos de luxo. No lugar de casebres e vias não-pavimentadas, arranha-céus costumeiramente comparados aos de Dubai e ruas apinhadas de gente de todo o mundo. “A radical transformação de Macau se deve à abertura comercial de 1978, quando Ben Chao Kin abriu a economia da China para o mercado internacional, que passou a ser o que podemos chamar de comunismo de mercado”, esclarece o pesquisador Marcos Araújo. A partir desta medida, teve início uma segunda onda migratória no país, associada ao processo de transnacionalização dos produtos “made in China”. “Produtos eletrônicos chineses passaram a ser exportados e muitos trabalhadores migraram para outros países. Em São Paulo, o bairro do Saara recebeu muitos deles. No Recife, alguns se acomodaram no mercado de São José”, conclui. 

Ainda mais pulverizada dentro e fora da cidade, a cultura de Macau passou a depender ainda mais das Casas de Macau, espalhadas em todo o mundo. Identificada com os valores culinários da península, Alessandra teve acesso a um documento com receitas datilografadas, em 1946, por outra cozinheira interessada em mantê-las existindo. Com o material e a ajuda dos mais velhos na Casa de Macau, ela reproduz receitas tradicionais para os almoços da entidade. “A refeição é algo muito forte para o macaense. Nossa comida é uma mistura do que se come em Portugal, na China e em outros países orientais, como a Índia. Tem um sabor em geral agridoce e de bastante personalidade”, exalta.

Nos encontros mensais, Alessandra precisa lidar ainda com os “pitacos” dos mais velhos. “Às vezes, a mesma receita é feita de formas diferentes em cada família. É muito rico. Preservar nossa cultura é manter a comunidade unida”, conclui.

Memórias de uma refugiada

Diferentemente de Acaio e Roberto, para a maior parte dos macaenses migrantes, que não tinham diploma, contudo, as coisas foram mais difíceis. A pesquisadora Andréa Doré lembra ainda que o estatuto de refugiado, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1961, inclui o “temor” como critério. “Os conflitos vividos em Macau entre nacionalistas e comunistas expulsaram famílias bem estabelecidas no território. Muitos portugueses de Xangai que hoje vivem no Brasil fazem parte desse grupo”, escreve.  

Roberta deixou a China comunista em um navio da Cruz Vermelha, rumo ao Brasil. (Reprodução/Facebook)

Hoje pensionista aposentada de 71 anos, Roberta Roliz Maher tinha apenas quatro anos quando saiu de Xangai rumo ao Macau. “Meus avós maternos e tanto maternos e paternos nasceram em Macau, que era muito pequeno e pobre. Como não conseguiram emprego, foram para Xangai. Só que a China entrou no regime comunista e expulsou quem não era descendente de chineses”, lembra. De origem portuguesa, Roberta é sobrinha neta do prestigiado jesuíta Padre Antonio Roliz, que até hoje dá nome a uma das ruas do Macau. “Na cidade, eu morava em uma vila de casas, tudo de terra batida. Eu tomava banho de barril e o banheiro era muito simples: uma casinha com um buraco no chão, sem vaso sanitário”, comenta. 

Com o comunismo, a família, sem ascendência chinesa e fervorosamente católica, se espalhou pelo mundo. “Eu vim cheguei ao Brasil num navio da Cruz Vermelha, depois de quarenta e dois dias de viagem. A memória que carrego é a dos portos dos países pelos quais passei, como Singapura e Moçambique”, afirma. Longe da China, a mãe não se privava de tecer críticas ao regime. “Tinha horror ao comunismo. Ela sempre falava que via os doentes de guerra, tuberculosos, comprando remédios nas farmácias. Me assustava quando ela relatava ter visto caminhões repletos de corpos de pessoas mortas e vivas, algumas delas, ainda gemendo, nas ruas”, diz. 

Macau tornou-se um dos principais destinos turísticos da Ásia, principalmente pela fama dos cassinos luxuosos. (Pixabay)

No Rio de Janeiro, Roberta mantém contato com a comunidade macaense. “Faltou dinheiro, mas a gente tem a Casa de Macau do Rio, onde o presidente é meu sobrinho, a Casa de Macau no Canadá, cuja presidente é minha prima, e a dos Estados Unidos, também ligada a parentes meus”, coloca. Com internet e meios de comunicação, a família tenta manter os laços por telefone e whatsapp. “A Casa de Macau organiza algumas viagens para lá. Espero poder voltar no ano que vem”, torce. 

Cinco Curiosidades sobre Macau:

1. Macau foi a última colônia europeia na Ásia;

2. Sexta cidade mais visitada do mundo, de acordo com a Euromonitor 2015 international arrivals;

3. É tido como o lugar mais densamente povoado do planeta, precisando ter ser trânsito paralisado para a circulação de pessoas;

4. De acordo com estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Macau deverá ultrapassar o Catar como o lugar mais rico do mundo até 2020;

5. Com 50% de sua economia ligada aos jogos de azar, é o único lugar da China em que a prática deles é permitida. A autorização foi concedida na década 1850, por Portugal. 

     

O Roda Viva Pernambuco irá entrevistar, nesta terça-feira (28), a candidata a governadora de Pernambuco Simone Fontana (PSTU). A sabatina de hoje compõe a série de entrevistas que estão sendo realizadas com os candidatos ao Governo de Pernambuco. O programa inicia, às 22h15, na TV Nova Nordeste/TV Cultura, no Canal 22.1 (HDTV). 

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Nesta terça, o Portal LeiaJá, representado pela editora de política Thabata Alves, irá participar da bancada do programa. Também irão compor a cientista política Priscila lapa, Sávio Gabriel, Diario de Pernambuco; Pedro Soares, cientista político e Jairo Lima, da Folha de Pernambuco e Wellington Ribeiro, do Blog Ponto de Vista. 

A versão pernambucana segue o mesmo estilo do Roda Viva Nacional com convidados semanais, que respondem às perguntas de uma bancada formada por jornalistas e críticos. A mesa de debate também é destacada com um chargista, que apresenta desenhos sobre o tema tratado ao longo do debate. Pernambuco é o primeiro estado a receber uma versão do programa conhecido em rede nacional. 

A entrevistada desta noite, em 2016, foi candidata à Prefeitura do Recife. Professora da rede estadual, ela já foi candidata a senadora e a vereadora do Recife. Na última eleição, Simone Fontana tinha como uma das propostas valorizar os servidores da educação através do pagamento do piso salarial e também melhorar as condições de trabalho. 

Na próxima terça-feira (4), o candidato a governador entrevistado será Julio Lóssio (Rede). Já no dia 11 de setembro, será a vez do governador Paulo Câmara (PSB) participar do programa. Maurício Rands (PROS) e Armando Monteiro (PTB) participam do debate, respectivamente, no dia 18 e 25 de setembro. A escolha das datas foi feita mediante sorteio. 

Uma turista britânica que caiu de um transatlântico que se dirigia da Croácia para Veneza foi encontrada viva e em boas condições de saúde após permanecer dez horas nas águas do Mar Adriático.

Uma embarcação da Guarda Costeira croata realizou as operações de busca e conseguiu resgatar a turista a 1,3 km do local onde ela caiu do navio da empresa "Norwegian Star", informou o Ministério da Defesa.

"Salvamos uma vida, é uma sensação que não se pode comparar a nada", declarou o capitão do navio, Lovro Oreskovic.

A turista não deu detalhes por ora de como caiu da embarcação, que partiu do porto de Pula (oeste da Croácia).

O turismo representa 20% do PIB da Croácia. Seu litoral no Mar Adriático e suas mais de mil ilhas atraem 18 milhões de turistas por ano.

Um grupo de cicloativistas ocupa, desde as 8h deste sábado (18), o trecho do cruzamento entre a Rua do Espinheiro e a Avenida Rosa e Silva, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. À sombra de algumas árvores, parte do asfalto foi isolada com cones e vasos de plantas, tornando-se uma área de convivência por um dia. Denominado “Vaga Viva”, em referência à possibilidade de transformar um trecho da rua subutilizada com estacionamento de carros em área de convivência, o evento oferecerá, até as 17h, uma série de atividades educativas voltadas ao uso da bicicleta. 

“A programação inclui, desde a pessoa vir com animais de estimação e crianças, percebendo a cidade de uma forma melhor, a rodas de conversas sobre cicloativismo e apropriação do espaço público, além de oficinas”, comenta Gaia Lourenço, produtora audiovisual e uma das organizadoras do evento. Gaia ressalta que a data foi escolhida devido à proximidade com o Dia Nacional do Ciclista, comemorado em 19 de agosto. “A gente mostra que onde tem um carro estacionado poderia haver uma área de lazer, uma proposta ecológica, sustentável e menos egoísta”, completa.

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Gaia afirma que cones auxiliam travessia de pedestres. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

A arquiteta Bárbara Barbosa já tem um projeto para o trecho ocupado pelos cicloativistas. “A gente quer que as pessoas tenham prazer em atravessar a rua, por que o asfalto precisa ser escuro? A proposta é colorir a via, ampliar a calçada e colocar uma faixa de pedestres, porque a gente entende que a mais próxima, no Hospital dos Servidores, é longe”, explica. 

O maquetista Cacau Sobral foi andando da Boa Vista ao Espinheiro com sua filha, a pequena Maria Eduarda, de dois anos. “A gente, veio conversando e cantando. E eu já uso a bicicleta como transporte. Através dos exemplos que a gente dá às crianças, elas criam sua personalidade”, conclui. 

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Serviço//Vaga Viva

Local: Cruzamento entre Rua do Espinheiro e Avenida Rosa e Silva, Espinheiro-Recife

Horário: Das 8h às 17h

Gratuito 

Uma criança recém nascida foi enterrada às 14h da terça-feira (5) e foi salva por policiais militares e civis cerca de sete horas depois. O caso aconteceu na cidade de Caranana, em Mato Grosso.

Segundo denúncia anônima, a mãe da criança, uma índia de 15 anos, teria feito o parto no banheiro por volta do meio dia e a avó enterrou o bebê por acreditar que teria nascido morta por ser prematura. A avó disse que, por ser costume da sua etnia (Tamayura) ,não informou a ninguém sobre a morte da criança.

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Os policiais que chegaram por volta das 20h começaram a cavar com as mãos no buraco onde a avó mostrou nos fundos da residência, quando escutaram o chorro do bebê e constataram que a criança estava viva. Registro do momento, em vídeo, tem sido compartilhado nas redes sociais. Confira:

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O major João Paulo Nascimento, comandante da 5º Companhia, conta que " nem a perícia acreditava. Primeiro era para localizar o corpo, depois acioná-los. Não dá pra descrever a sensação ao começar a cavar e ouvir o choro da criança." A criança foi encaminhada para o Hospital Regional de Água Boa, com suspeita de fraturas na cabeça. O major confirmou que a criança está com insuficiência respiratória, mas passa bem.

A Polícia Civil concluiu que uma mulher que sofreu uma infecção respiratória não foi enterrada vida no município de Riachão das Neves, na Bahia. A mãe de Rosângela Almeida dos Santos foi indiciada por abrir o túmulo da filha.

Apesar do indiciamento por violação funerária, a Polícia Civil enviou uma recomendação à Justiça para que o caso seja arquivado, devido ao estado psicológico da mãe. A violação de urna funerária é um crime que está previsto no artigo 210 do Código Penal, com pena de reclusão de um a três anos.

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De acordo com o G1, entre as testemunhas ouvidas estava um profissional de uma funerária que constatou que o corpo de Rosângela não estava revirado no caixão, conforme relataram os familiares. O fato do corpo ainda estar em relativo estado de conservação se explicaria pela aplicação de formol. Medicamentos aplicados durante o internamento e o tempo chuvoso também teriam auxiliado no lento processo de decomposição. 

Rosângela, de 37 anos, estava internada no Hospital do Oeste, em Barreiras, com infecção respiratória. No dia 28 de janeiro, ela sofreu um choque séptico e faleceu. Um médico da unidade ouvido pelo G1 contou que nas últimas 24 horas antes da morte da mulher ela já apresentava quadro grave e irreversível.

Onze dias depois do enterro, um grupo abriu o caixão por acreditar que ela ainda estivesse viva. Informações dariam conta que vizinhos do cemitério ouviram gritos vindos do túmulo, mas, para os investigadores, tudo não passou de boato.

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O bairro de Cegepe, em Serra Talhada, no sertão pernambucano, recebe a Caravana Cultura Viva neste domingo (3), a partir das 19 horas. A programação do evento inclui a exibição do filme “Lampião e o Fogo da Serra Grande”, apresentações de dança de ritmos nordestinos como frevo, samba de coco, capoeira muzenza, caboclinhos, além de espetáculos teatrais. 

A Caravana Cultura Viva é uma realização da Fundação Cultural de Serra Talhada em conjunto com a Prefeitura Municipal e se define como um “canal pra levar atividades culturais em todos os cantos da cidade, quer seja nos bairros, nas escolas ou nos distritos da zona rural”. A proposta é a de levar arte gratuita e popular para as ruas e praças, onde serão atingidas  pessoas de todas as idades.

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Milhares de pessoas transitam constantemente pelas ruas do Centro do Recife. A correria do dia a dia parece esconder os detalhes e a delicadeza de quem leva a arte para as praças, ruas, pátios e centros comerciais. Parar, pelo menos por um instante, pode ser um obstáculo para quem transita pelas ruas da cidade. Mas para o artista de rua Charlito, conhecido o ‘Homem Prateado’, é um conquista e um desafio diário.

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Atualmente com 50 anos, o artista, que se limita a falar apenas o seu nome artístico, traz no rosto e na pele as marcas da tinta prateada e da luta de sobreviver da arte. Afinal, são 30 anos de trabalho na rua, levando criatividade, música e alegria para crianças, jovens e idosos. Porém, muitas vezes, a sua intervenção artística é ignorada e até interpretada de forma preconceituosa e marginalizada.

Com fala contida e com pouca expressão, Charlito ou Homem Prateado, como gosta de ser chamado, relata que sua arte muitas vezes não é reconhecida. Em entrevista ao LeiaJa.com, ele desabafa e conta que a o prateado que deveria reluzir está perdendo a cor e a força de lutar contra a invisibilidade e a indiferença das pessoas para ganhar alguns trocados.

“São 30 anos trabalhando como estátua vida. Durante esse período já passei por muita coisa no Centro do Recife. O que você imaginar já fui chamado” lamenta o artista, que cita com tristeza o preconceito e a forma pejorativa que é rotulado. “Vagabundo, ladrão, marginal são algumas maneiras que me chamam. Eu vejo, infelizmente, que essas pessoas são mal educadas e não que conseguem enxergar que por trás da arte e de uma moeda existe um trabalhador, um artista”, conta entristecido.

O artista conta que já viajou para outras cidades como Maceió e o Rio de Janeiro, porém não obteve tanto êxito. "Muitas vezes eu gastava mais do que ganhava e, além disso, nas outras cidades têm várias pessoas fazendo coisas parecidas e acaba não chamando atenção", diz Charlito, que afirma receber em média R$ 40 por dia, quando o movimento está bom.

Mas para Charlito nem sempre a vida foi assim. De acordo com o artista, sua jornada no mercado de trabalho começou cedo. Foi entre as ruas do comercio do Centro da capital pernambucana, que ele ganhou a confiança dos donos das antigas lojas de discos. Porém, ele foi mais uma das centenas de pessoas que perderam espaço e mercado após a derrocada do vinil e das lojas de discos que encantavam o público.

Foi com nostalgia, que o homem prateado lembrou do antigo comércio. "Começei a trabalhar desde cedo e naquela época é que era bom, porque as pessoas (proprietários) do comércio confiavam em mim e no meu trabalho, mas infelizmente tudo acabou", relembra, com tristeza, o mímico, que traz guardado na memória o que aprendeu naquela época. "Como eu ficava nas lojas de discos, acabei trazendo para o prateado a alegria, a música e a descontração, que nem sempre é reconhecida e bem vista", lamenta.

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E foi através de sua peformance e criatividade que o artista começou a chamar a atenção de quem transita pela cidade, como a turista de São Paulo Ivone Lemos, de 68 anos. Durante o passeio pelas igrejas do Centro, ela se deparou com o Homem Prateado e não exitou em contribuir e elogiar o trabalho. "São esses artistas que reforçam ainda mais a cultura e os costumes do Nordeste. Porém, infelizmente, eu percebo que eles não são tão valorizados como deveriam. Afinal, são eles que também atraem e encantam os turistas que visitam a região", disse.

O comercianete Manoel Vieira, de 53 anos, há 40 anos trabalha vendendo frutas e observa encantado o mímico, como se fosse até a primeira vez. É com essa admiração que o ambulante elogia a intervenção artística do colega. "É muito bonito o que ele faz. Charlito é o único que vejo trabalhando dessa forma. Eu fico impressioando como ele consegue tocar tão bem as músicas de Luiz Gonzaga", fala o vendedor, que com tanto encantamento ainda não chegou a perceber que o 'Homem Prateado' imita e leva consigo um rádio atraz da placa que carrega no busto pelo Recife e pelas cidade que anda em busca da sobrevivência.

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