Tópicos | 7 de setembro

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello reagiu, nessa terça-feira (7), aos discursos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro a apoiadores que se reuniram para protestar em Brasília e em São Paulo neste Dia da Independência. O chefe do Executivo voltou a ameaçar as eleições de 2022 e prometeu descumprir decisões judiciais e pedir a renúncia do ministro Alexandre de Moraes.

Celso de Mello chamou Bolsonaro de "político medíocre e sem noção dos limites éticos e constitucionais" e disse que ele não está à altura do cargo de presidente da República.

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"Lhe faltam estatura presidencial e senso de estadista!!! Com esses discursos ofensivos e transgressores da autonomia institucional do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, incompatíveis com os padrões mais elevados da Constituição democrática que nos rege, Bolsonaro degradou-se, ainda mais, em sua condição política de presidente da República e despojou-se de toda respeitabilidade que imaginava possuir", diz o texto.

O ex-ministro defendeu a necessidade de "repelir ensaios autocráticos" e convocou os Poderes Legislativo e Judiciário a agirem contra o que classificou como "excessos governamentais".

"A resposta do povo brasileiro aos discursos deste Sete de Setembro de 2021, indignos da importância da data nacional que celebramos, só pode ser uma: as tentações autoritárias e as práticas governamentais abusivas que degradam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da Constituição traduzem justa razão para a cidadania, valendo-se dos meios legítimos proporcionados pela Constituição da República, insurgir-se, por intermédio dos Poderes Legislativo e Judiciário, contra os excessos governamentais e o arbítrio dos governantes indignos", defendeu.

O ministro Luiz Fux, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, fará um pronunciamento em nome dos integrantes da Corte na sessão colegiada desta quarta-feira (8). A manifestação foi debatida entre todos os membros do tribunal.

Leia a íntegra da nota de Celso de Mello:

Os discursos de Bolsonaro, em Brasília e em São Paulo, revelam a triste figura (e a distorcida mente autocrática) de um político medíocre e sem noção dos limites éticos e constitucionais que devem pautar a conduta de um verdadeiro Chefe de Estado que seja capaz de respeitar o dogma fundamental da separação de poderes! Na realidade, Bolsonaro é um político que não está, como jamais esteve, à altura do cargo que exerce, pois lhe faltam estatura presidencial e senso de estadista!!! Com esses discursos ofensivos e transgressores da autonomia institucional do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, incompatíveis com os padrões mais elevados da Constituição democrática que nos rege, Bolsonaro degradou-se, ainda mais, em sua condição política de Presidente da República e despojou-se de toda respeitabilidade que imaginava possuir! Essa conduta de Bolsonaro revela a figura sombria de um governante que não se envergonha de desrespeitar e vilipendiar o sentido essencial das instituições da República! É preciso repelir, por isso mesmo, os ensaios autocráticos e os gestos e impulsos de subversão da institucionalidade praticados por aqueles que exercem o poder! Há que se ter sempre presente a grave advertência do saudoso e eminente Ministro Aliomar Baleeiro, do Supremo Tribunal Federal, em manifestação que recordava ao nosso País que, enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se e a curvar-se ao arbítrio e à prepotência do poder, sempre haverá vocação de ditadores… Daí a significativa e vital importância do Poder Judiciário cujos magistrados saberão agir com independência e liberdade decisória, dispensando tutela efetiva aos direitos básicos da cidadania! A resposta do povo brasileiro aos discursos deste Sete de Setembro de 2021, indignos da importância da data nacional que celebramos, só pode ser uma: as tentações autoritárias e as práticas governamentais abusivas que degradam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da Constituição traduzem justa razão para a cidadania, valendo-se dos meios legítimos proporcionados pela Constituição da República, insurgir-se, por intermédio dos Poderes Legislativo e Judiciário, contra os excessos governamentais e o arbítrio dos governantes indignos!

O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre os motivos para a ação, o senador destaca as manifestações deste 7 de Setembro contra membros do Judiciário, realizadas hoje por apoiadores do presidente.

Na ação, Randolfe, que também é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, cita o "atentado contra a ordem constitucional, o Estado Democrático de Direito e a separação dos Poderes", "o eventual financiamento dos atos de hoje" e a utilização indevida da máquina pública, do dinheiro público e helicópteros, em favor desses atos".

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O senador também solicitou a abertura de inquérito contra Bolsonaro "por sua grave ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e pelo uso de recursos públicos para financiar seu carnaval golpista".

Bairros do centro de São Paulo registraram na noite desta terça-feira (7), a partir das 19h, panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro, após atos favoráveis ao governo irem às ruas da capital paulista manifestar apoio a ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades do Judiciário e do Legislativo.

O panelaço durou cerca de 20 minutos em alguns bairros e contou com gritos de "Fora, Bolsonaro", bem como "Fora, fascista", "genocida" e "miliciano". Os protestos foram registrados em bairros do centro e zona oeste de São Paulo, como Bela Vista, Vila Buarque, Barra Funda, Pompeia, Perdizes, Santa Cecília e Barra Funda. Em Brasília, também houve registro de panelas batendo nas quadras 312 e 212 norte.

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Nesta terça-feira, Feriado da Independência no Brasil, Bolsonaro participou de manifestações populares em Brasília e São Paulo onde reforçou ataques a membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Já no fim de seu discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro voltou a falar de reeleição e disse que só deixa o cargo se for a vontade de Deus. Aos apoiadores, afirmou: "Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília que só Deus me tira de lá."

Em seguida, o presidente afirma que há três opções para o seu futuro político. Disse que pode ser "preso, morto ou sair com a vitória". E completou na sequência: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso."

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Na tarde desta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro discursou na avenida Paulista, em São Paulo. O presidente, assim como tinha feito mais cedo em Brasília, atacou o Poder Judiciário, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As falas de Bolsonaro repercutiram por todo o país, inclusive em Pernambuco. No Twitter, o governador Paulo Câmara criticou as declarações do presidente. “O Sete de Setembro é uma data para celebrar a liberdade, a democracia e o progresso do nosso país. Não para promoção pessoal ou para o presidente ameaçar e desrespeitar os demais poderes constituídos. Infelizmente, ele está em campanha permanente e não governa o país. Enquanto isso, no mundo real, longe dos delírios totalitários de Bolsonaro, a inflação, a fome e a miséria estão de volta e o Brasil segue sem perspectivas”, escreveu.

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João Campos, prefeito do Recife, também usou a mesma rede social para reclamar das falas de Bolsonaro. “O Brasil assistiu hoje a mais uma afronta direta à democracia. Enquanto o país atravessa uma crise sem precedentes, o 7 de Setembro foi transformado em episódio lamentável com um novo flerte com a ruptura institucional”, postou.

“Não vamos desistir do país que tantos ajudaram a sonhar e a construir. Os problemas precisam de soluções concretas, de lideranças que ajam com responsabilidade, com capacidade para ouvir e unir o Brasil em torno de um projeto democrático que renove a esperança. Seguiremos na defesa do diálogo para este caminho de reconstrução. O Brasil real não dá ouvido a bravatas. E vai seguir em frente”, completou João Campos.

Durante o seu discurso na Avenida Paulista, o presidente Jair Bolsonaro fez ataques novamente ao Poder Judiciário e especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que não vai mais admitir ordens do ministro, que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.

"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", afirmou o presidente.

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A avenida Boa Viagem, na zona sul do Recife, foi palco de um ato em favor do presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira feriado de 7 de setembro. A via recebeu uma carreata, mas também houve manifestações a pé. Os apoiadores do governo carregavam bandeiras do Brasil e vestiam camisas amarelas. Muitos atacavam o Supremo Tribunal Federal e pediam "intervenção federal" Confira uma galeria de imagens.

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Após o presidente Jair Bolsonaro discursar em tom de ameaça ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) classificou as manifestações pró-governo deste 7 de Setembro de "fiasco" e disse que o presidente "seguirá sendo enquadrado pela democracia".

"Depois do fiasco, Bolsonaro recorre a bravatas golpistas contra as instituições. Perdeu e seguirá sendo enquadrado pela democracia implantada com muitas dores, perdas e sangue. O fascismo não triunfará", afirmou Renan, que é relator da CPI da Covid no Senado e um dos adversários políticos do Palácio do Planalto.

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Como líder da Maioria no Senado, Renan também é integrante do Conselho da República, que Bolsonaro disse pretender convocar para reunião amanhã. O colegiado é regulado pela Lei 8.041/1990 e é um órgão superior de consulta do presidente da República, reunido por convocação do chefe do Executivo. A esse colegiado cabe pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio ou "questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas".

O governador do Rio Grande do Sul e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Eduardo Leite, reforçou o coro de críticas ao presidente Jair Bolsonaro neste 7 de setembro. Para o presidenciável, foi um erro colocar Bolsonaro no poder, e "está cada vez mais claro que é um erro mantê-lo lá".

Na publicação em suas redes, o governador gaúcho destacou que entre as preocupações de Bolsonaro deveria estar a resolução de questões como o desemprego, a inflação, o desmatamento da Amazônia, além da pandemia da covid-19 no País. "Esses deveriam ser os inimigos do PR do Brasil, e não outros brasileiros", pontuou.

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O governador finalizou sua publicação afirmando que as cores da bandeira do País, o verde e o amarelo, amplamente usadas pelos apoiadores do presidente nas manifestações pró governo "não têm dono". "Iremos defender os brasileiros e a democracia que ele ataca", finaliza.

Em 2018, Leite chegou a declarar voto a Bolsonaro, mas, após decidir entrar na disputa para a cadeira presidencial, o governador declarou que a posição foi um "erro" que deve ser analisado para não se repetir no futuro.

Neste feriado acontecem, em todo o País, manifestações pró-governo convocadas pelo próprio presidente Bolsonaro. Em suas falas, o chefe do Executivo tem mirado principalmente representantes do poder Judiciário, aos quais acusa de não estarem jogando "nas quatro linhas da Constituição".

Uma réplica de tanque de guerra virou atração no protesto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (7), na Zona Sul do Recife. Ao chegar na avenida Boa Viagem, que marcou o ponto de encontro entre manifestantes da carreata e passeata agendadas para este 7 de setembro, o tanque chamou atenção ao desfilar na localidade.

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O veículo pertence ao ex-militar Carlixto Santos, de 57 anos, natural de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata de Pernambuco. Customizada pelo militar aposentado, a réplica virou símbolo de nacionalismo e orgulho para o "bolsonarista convicto", segundo informa o proprietário.

"Não consigo gritar, nem falar alto aqui, porque não tenho mais voz (por questões de saúde), mas não deixei de vir. Isso aqui (o tanque) não é nada demais. O pessoal acha bonito, gosta. Nosso presidente é um ex-combatente. Para mim, estar aqui é liberdade", completa Santos.

Os carros, motos, trios e caminhões da passeata chegaram ao bairro de Boa Viagem por volta do meio-dia. Uma multidão seguiu em direção ao Terceiro Jardim, mas o número ainda não foi fechado pela Polícia Militar.

O deputado estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo (PC do B), juntou-se à caminhada do 27° Grito dos Excluídos, no Recife, nesta terça (7). Prestes a voltar ao Partido dos Trabalhadores (PT), em uma articulação que visa as eleições de 2022, o político caminhou ao lado dos manifestantes durante o ato.

Durante a caminhada, João Paulo falou sobre a importância de participar de mobilizações como esta, no atual contexto brasileiro. "É um momento de resistência a uma tentativa de golpe, a uma tentativa de governo que é desastroso em todas as áreas, mas sobretudo no desemprego e na miséria do povo. Ainda mais, com uma face golpista. Essa grande multidão que tá aqui hoje, é uma forma de dizer que não aceitamos golpe".

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A 27ª edição do Grito dos Excluídos levou às ruas do Recife, nesta terça (7), o tema ‘Onde queres fuzil, eu sou feijão’, além do tema central, ‘A Vida em Primeiro Lugar’. O movimento é organizado pelo Fórum Dom Hélder Câmara, além de entidades sociais, centrais sindicais, ONGS e igrejas diversas. O objetivo do ato é lutar por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda.

A avenida Boa Viagem, na zona sul do Recife, foi palco de uma carreata a favor do presidente Jair Bolsonaro, neste feriado de 7 de setembro. Os apoiadores do governo federal carregavam bandeiras do Brasil e pediam o fechamento do STF, ‘intervenção federal’ e outras pautas alinhadas ao presidente. Algumas pessoas mostraram apoio das janelas de seus apartamentos. Confira as imagens.

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Fabrício Queiroz está nas ruas neste 7 de setembro. Amigo do presidente da República, Jair Bolsonaro, desde a década de 1980, quando se conheceram no Exército, o policial denunciado como operador do esquema das "rachadinhas" do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compartilhou nas últimas horas diversas imagens das manifestações bolsonaristas. Em uma, aparece de camisa do Brasil ao lado do filho Felipe.

Além da foto no carro, que indica que estava a caminho do ato, o ex-assessor do filho do presidente já havia compartilhado um vídeo da invasão da noite de segunda-feira na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na legenda, comemorou a ação: "Vap! Vap !!!"

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Queiroz já havia comparecido a uma manifestação bolsonarista no dia 1º de maio. Antes de ganhar liberdade - via Superior Tribunal de Justiça (STJ) -, o amigo de Bolsonaro estava em prisão domiciliar, também após decisão daquela Corte o retirar da cadeia. Curiosamente, um dos principais motes dos atos desta terça é o ataque ao Judiciário.

Autorizada em junho de 2020 pela Justiça do Rio, a prisão preventiva foi solicitada pelo Ministério Público. Tinha como justificativa a suposta tentativa do ex-assessor de atrapalhar as investigações.

Na denúncia do MP, que chegaria cinco meses depois, ele é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa por supostamente operar os desvios de salários de assessores "fantasmas".

As publicações bolsonaristas têm sido recorrentes no Instagram do policial da reserva. Na semana passada, por exemplo, divulgou que uma amiga estava vendendo bonés com os dizeres "Bolsonaro 2022". E se colocou como intermediário das vendas: "Interessado fazer contato no privado."

O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) defendeu a democracia e reiterou críticas ao governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, em pronunciamento divulgado nas redes sociais nesta terça-feira, 7. "A maioria esmagadora do povo brasileiro é contra qualquer tentativa de golpe. Neste 7 de Setembro renovamos nosso compromisso com a democracia, a paz, o desenvolvimento e a liberdade", escreveu, no Twitter.

Em meio a manifestações favoráveis ao governo e de caráter antidemocrático convocadas pelo próprio Bolsonaro, Ciro afirmou que as instituições do País, empresários e militares têm reagido a ataques do presidente à democracia.

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Ciro também usou o vídeo para criticar resultados econômicos do governo Bolsonaro, diante da inflação elevada no País, do alto desemprego e do nível de endividamento das famílias.

Manifestantes contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, discursam nos carros de som durante protesto na Avenida Presidente Vargas, região central do Rio de Janeiro. Movimentos sociais e políticos da oposição revezam-se ao microfone cobrando mais cultura, educação, vacinação e respeito à democracia, além de criticarem o avanço da inflação.

Uma das vozes foi do professor e vereador do Rio de Janeiro Tarcísio Motta (PSOL). "O mundo e a vida deviam ser muito melhores. Por isso, a gente diz: 'Fora, Bolsonaro'. Com esse genocida, o povo seguirá excluído", disse o vereador, em discurso no carro de som da Central Sindical e Popular (CSP).

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Entre gritos de "Fora, Bolsonaro", o professor Tulio, vereador também pelo PSOL, queixou-se do preço dos alimentos. "O peito de frango está R$ 20. É a política do ministro Paulo Guedes da Economia. Queremos comida na mesa, vacina no braço, educação. Não queremos essa política liberal", protestou o vereador.

Tatianny Araújo, do movimento Resistência Feminista, discursou que "nenhuma liberdade democrática vai cair". "Bolsonaristas movidos pelo dinheiro colocaram caminhões novinhos na Esplanada dos Ministérios para fazer uma fake news. Mas vamos resistir. Sete de Setembro é um dia nosso, do povo. Com máscaras, vamos resistir e gritar a palavra democracia", disse ela.

Governadores usaram o Twitter nesta terça-feira, 7, para fazer pronunciamentos em defesa da democracia. O dia é marcado por protestos contra e a favor do governo federal - alguns deles, neste último caso, com caráter antidemocrático - convocados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e aliados, na esteira da queda da popularidade do chefe do Executivo.

"Não podemos tolerar retrocessos. Que o Estado Democrático de Direito e os valores da liberdade sempre prevaleçam sobre o autoritarismo para o Brasil voltar a crescer, gerar empregos e diminuir as diferenças sociais. Viva a independência", escreveu o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), disse nas redes sociais que só pode haver patriotismo com respeito às instituições. "Viva a Constituição, nosso escudo contra arruaceiros, milicianos e demais criminosos. Viva o Brasil!", escreveu.

A defesa da democracia também marcou as manifestações dos governadores petistas Wellington Dias, do Piauí; Camilo Santana, do Ceará; e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte.

O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), defendeu a necessidade de instituições autônomas e independentes e o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), afirmou que o patriotismo só tem valor se acompanhado da defesa da democracia e da liberdade.

Sem citar o nome do presidente, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou o mandatário. "Independência é comida no prato, e não fuzis", escreveu.

A afirmação é uma referência a uma declaração de Bolsonaro de 27 de agosto, quando o presidente incentivou a população a se armar e chamou de "idiotas" os que dizem ser melhor comprar feijão do que fuzil.

Outras manifestações

Outros cinco governadores usaram o Twitter para fazer manifestações de caráter neutro ou sem referências a Bolsonaro nesta terça-feira.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que a data comemorativa da Independência do Brasil representa momento marcante para o País. "Uma data simbólica para nossa gente, que representa um momento marcante, um dos mais importantes que tivemos na história, a nossa emancipação política e o início da luta por um processo democrático onde as pessoas tivessem voz", escreveu.

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, defendeu "honestidade, educação e trabalho sério." Enquanto isso, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), publicou um vídeo que afirma que o 7 de Setembro é um "dia de todos os brasileiros."

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), defendeu no Twitter uma sociedade unida, que respeite diferenças e proteja o meio ambiente.

Enquanto isso, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), comemorou a data. "Orgulho de ser brasileiro!", escreveu.

Os manifestantes pró-governo reunidos na Esplanada dos Ministérios na manhã desta segunda-feira, 7, em Brasília, ostentam faixas e entoam gritos de guerra com pedidos antidemocráticos. Na lista estão a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o arquivamento do chamado "inquérito das Fake News", em curso no STF, a "criminalização do comunismo" e a intervenção das Forças Armadas.

Nos últimos dias, Bolsonaro e seus apoiadores vinham divulgando os protestos de 7 de Setembro como manifestações à favor da liberdade de expressão - o tema, no entanto, está praticamente ausente nas faixas dos apoiadores de Bolsonaro, que também estão prometendo tentar invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça, e querendo um 'tribunal militar' para membros do Supremo.

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"O Brasil pede socorro!!! Queremos Tribunal Militar para Ministros do STF e (membros) do Congresso, Criminosos e todos os mergulhados em corrupção…", diz uma das faixas. "Só sairemos de Brasília quando nossa pauta for atendida". "Destituição de todos os ministros do STF", diz outro cartaz.

O pedido contradiz falas do próprio Bolsonaro, que disse no último domingo, dia 5, que os protestos eram apenas contra um ministro do STF, referindo-se a Alexandre de Moraes.

Mais cedo, em frente ao Palácio do Itamaraty, prédio mais próximo da sede do STF, um grupo de manifestantes insuflava a multidão para avançar contra a barricada da Tropa de Choque da Polícia Militar do DF e chegar à Suprema Corte.

"Vamos aguardar até 10h. Depois que o presidente falar, vamos entrar", disse um manifestante com um megafone. "É tudo ou nada, e quem ficar na frente do povo vamos passar por cima", diz o manifestante em frente aos caminhões.

Na madrugada, a polícia precisou dispersar alguns manifestantes usando spray de pimenta.

Uma fila de caminhões está parada antes do cordão da Polícia Militar do Distrito Federal. Alguns manifestantes tentavam convencer caminhoneiros a avançar contra a barreira policial, e assim abrir espaço para os demais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Nesta terça (7), um coletivo formado por bandas, produtores e artistas do underground pernambucano uniram-se para marchar junto ao 27° Grito dos Excluídos, no Recife. Com o objetivo de mobilizar a 'cena', eles juntaram-se para protestar contra o atual Governo Federal e o bolsonarismo.

Um dos organizadores do movimento, Eduardo Pessoa Barbosa, mais conhecido como Pesado, explicou a motivação do grupo. Segundo ele, essa é uma movimentação que sempre existiu no meio, sobretudo nas periferias, e agora, a proposta é unificar as vozes. "Tivemos a ideia de reunir um coletivo, ainda não tem nome, é uma reunião muito espontânea. Nosso objetivo maior é fazer um trabalho de base com o underground", disse.

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Pesado explica que a premissa do coletivo é somar na luta, não só contra o atual Governo Federal mas, também, contra o fascismo e o bolsonarismo. "A nossa ideia é conscientizar o underground para levar uma base teórica, para entender sobre quem e contra o que estamos lutando. Na verdade a gente tá lutando sobre algo que sempre existiu, mas agora tem outro nome, que é bolsonarismo", afirmou.

A avenida Agamenon Magalhães, no Recife, virou palco de discussão política nesta terça (7). Rota que leva até os bairros da Zona Sul da cidade, onde ocorrem atos a favor do presidente Jair Bolsonaro, o cruzamento da via, na altura do Derby, ponto de concentração do Grito dos Excluídos, virou polo de provocação para opositores do atual Governo Federal e bolsonaristas.

Com bandeiras, camisas e faixas contra o presidente, os opositores do governo aproveitavam as paradas do semáforo para levarem sua mensagem aos que estavam dentro de carros e ônibus. Por diversas vezes, o encontro desses com apoiadores de Bolsonaro rendeu bastante discussão e gritos de ofensa. Os ânimos se exaltaram de ambas as partes, no entanto, a reportagem não presenciou nenhuma situação de violência ou agressão física. 

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Nesta terça (7), feriado da Independência, vários atos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro se espalharam pelo Brasil. As mobilizações acontecem em meio à uma tensão política da crise institucional que o país tem enfrentado recentemente, marcada principalmente por embates entre o Chefe de Estado e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta terça (7), a luta indígena também encontrou espaço no 27° Grito dos Excluídos, no Recife. Membros da Associação Indígena em Contexto Urbano marcaram presença no ato para pleitear pautas como o genocídio e o Marco Temporal.

Com pinturas tradicionais e cocares, indígenas da etnia Karaxuwanassu, se reuniram na praça do Derby, na Região Metropolitana do Recife, para acompanhar o ato. A cacica Valquíria Kyalonãn falou, em entrevista ao LeiaJá, sobre seu povo. "O povo é uma emergência étnica de vários povos, nós emergimos para pedir políticas públicas e para nos organizarmos dentro desse contexto urbano". 

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A cacica também falou sobre a urgência de lutar contra o Marco Temporal que pretende revisar a questão da demarcação de terras originárias. Vários povos estão na capital federal, para protestar contra o projeto de lei. "Nós estamos sendo usurpados em todos os nossos direitos conquistados por nossos antepassados. Agora, eles querem tirar o direito à nossa terra, nossa vida. A terra para nós não é a questão capitalista, é vida. Muitos que não puderam ir pra Brasília, se juntaram aqui ao Grito dos Excluídos e aos movimentos sociais, que muito nos ajudam, para que juntos possamos fazer esse enfrentamento".

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