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A ex-deputada e ex-candidata à presidência da República, Manuela D’Ávila (PCdoB) denunciou ameaças de estupro contra sua filha Laura, de cinco anos, pelas redes sociais, nesta quarta-feira (2). Segundo Manuela, uma foto da menina foi entregue por um pai de uma colega de escola de Laura a grupos que “distribuem ódio nas redes”. A imagem está sendo usada no submundo da internet para fazer agressões a Manuela e sua família.

Diante da situação, ela disse nas redes ter vontade de desistir da vida política. “Ontem à noite, em um debate, me perguntaram se eu não sinto vontade de desistir. Sim, eu sinto. Todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam, a violência política está cada vez mais intensa. O último mês foi muito agressivo e me impactou muitíssimo”.

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A ex-deputada relatou que o pai de uma colega de Laura tirou uma foto de sua família e repassou para grupos de ódio. “Um pai da escola de Laura (cuja identidade Conhecemos o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir”.

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Ela ainda relembro outro episódio de agressão envolvendo sua filha. “São muitos anos de violência. Como vocês sabem, quando Laura ainda era um bebê de colo, foi agredida fisicamente em função de uma mentira distribuída amplamente na internet. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram”. E emendou: “Mas nenhuma jamais havia envolvido sua escola e algum pai de colega. Foi devastador lidar com isso. Ver a imagem sendo usada por toda essa gentalha que vive as nossas custas, diz que é político e só faz o mal, foi uma violência imensa”.

Segundo Manuela, as ameaças estão sendo acompanhadas pela polícia. “Poucos dias depois chegaram as ameaças de estupro para ela (que tem cinco anos!!!) e nova ameaça de morte para mim. A Polícia já acompanha o caso. O que é evidente que não diminui o medo, a tristeza, a culpa por ver as pessoas que mais amo submetidas a essa gente inescrupulosa”.

 

Grupos bolsonaristas estariam por trás do envio de mensagens com teor de ataque e agressão enviadas ao celular do vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O indicativo é apontado em ofício endereçado pelo senador ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pedindo providências da Polícia Federal ou da Polícia Legislativa do Senado. No início da sessão, Aziz afirmou que o conjunto de ataques será encaminhado para investigação.

No documento, Randolfe afirma que começou a receber neste fim de semana uma "sucessão de ameaças" em seu número pessoal. Segundo o senador, algumas das mensagens esclareceram a ele que seu número telefônico foi compartilhado em "grupos bolsonaristas" para essa finalidade. Um print da tela do celular de Randolfe mostra a seguinte mensagem: "estão espalhando esse número em grupos bolsonaristas como se fosse do Randolfe. E mandando as pessoas ameaçarem".

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"Trata-se, como se vê, de uma nefasta tentativa de constranger e intimidar este parlamentar no mais lídimo exercício das amplitudes de seu mandato, especialmente voltado, nesse momento, à proteção do povo brasileiro no tocante à pandemia de coronavírus que vem nos assolando e devastando nossa população e nossa esperança", afirma Randolfe, que anexou ao documento uma série de 'prints' com mensagens recebidas por ele.

"Pare de prejudicar o Brasil, nesta vida tudo tem retorno", diz uma delas. "Vc é bandido", "Você é um falso e demagogo democrata", afirmam outros usuários.

Para pedir uma investigação sobre o episódio, Randolfe citou artigo da lei que rege as regras das Comissões Parlamentares de Inquérito, o qual tipifica como crime a conduta de "impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros".

"É com, Senhor Presidente, profundo pesar à nossa democracia que esse tipo de ameaças às legítimas atividades parlamentares aconteçam. Contudo, não podemos nos curvar aos arroubos autoritários desses tempos hodiernos, tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para fazê-los cessar", diz o vice-presidente da CPI no ofício assinado nesta segunda-feira (17).

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No dia 24 de abril, em Belém, o jornalista Diogo Puget foi ameaçado e agredido em um evento promovido pelo Governo Federal, a visita do presidente Jair Bolsonaro à capital paraense, quando trabalhava na cobertura para uma emissora de televisão. O fato provocou reação de diversos setores da sociedade e acendeu o debate sobre a violência contra jornalistas. 

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Em um vídeo em suas redes sociais, Diogo afirma que a situação foi um ataque não apenas a ele, mas a toda a classe jornalística. “Ali não foi apenas o Diogo Puget que foi agredido, que levou um empurrão, mas toda uma categoria que tem sido intimidada, coagida e, por que não dizer, violentada”, afirmou o repórter.

Para Vito Gemaque, presidente do Sinjor (Sindicato dos Jornalistas do Pará), a precarização do trabalho e o desemprego implicam adoção de pensamentos e atitudes de cunho extremistas, que afetam o trabalho jornalístico. “Dentro das redações, o jornalista tem menos liberdade, e fora delas também. Somos mais ameaçados, intimidados, pela própria crise das instituições democráticas, e dessa crise que vivemos no país. É importante destacar isso porque eu acredito que, quanto menos liberdade democrática na sociedade, menos a gente consegue fazer jornalismo. Ele só consegue ser feito dentro das atividades democráticas”, pontuou Vito.

O presidente do Sinjor expõe também que as perseguições aos profissionais da comunicação afetam diretamente o processo de entrega das informações. “A partir do momento em que há uma tentativa de cerceamento, essa informação que o jornalista estava buscando fica comprometida na medida em que quem tem o poder, seja na esfera pública ou privada, limita a atuação do jornalista, seja por uma perseguição econômica, física, jurídica ou política. Isso afeta tanto os jornalistas quanto os veículos", diz Vito Gemaque, fazendo um paralelo com os veículos de comunicação que foram fechados, no passado, por perseguição de quem possuía o poder.

Na perspectiva constitucional, a advogada Ana Luíza Tavares explica que os ataques ao trabalho dos jornalistas podem configurar o descumprimento da legislação e prejuízo à liberdade de imprensa. A advogada explica que medidas legais devem ser tomadas para garantir o trabalho dos jornalistas: “Primeiro de tudo, pode-se colher provas, ir em uma delegacia, registrar um boletim de ocorrência, e posteriormente pedir que o Judiciário determine que aquela pessoa pare de falar no nome do jornalista. Em caso de agressões físicas, pode-se pedir a medida protetiva, ou seja, pedir que aquela pessoa não se aproxime da outra”.

Vito Gemaque destaca a necessidade de união e mobilização social para combater a violência. "A nossa classe ainda não possui essa consciência amadurecida, de que é importante você fazer um registro quando você sofre uma ameaça, uma intimidação. É importante você procurar o sindicato. A gente só vai conseguir sair disso junto e criando essa consciência de classe coletiva”, conclui.

Por Haroldo Pimentel e Roberta Cartágenes.

 

Os ânimos não andam nada bem para o cantor sertanejo Eduardo Costa. Após lançar a música Cuidado, onde critica a situação do Brasil, o artista vem passando por situações de ameaças. Segundo a colunista Fábia Oliveira, do jornal O Dia, Eduardo está apreensivo com a integridade física dos seus familiares.

"Tô bem, mas o lançamento dessa música me preocupou um pouco. Me preocupou não no sentido de ameaça a minha pessoa. Essa noite não dormi nada. Estouraram foguete aqui na rua de casa e minha filha já recebeu ameaças. Minha mãe, meus irmãos também já receberam ameaças. Nessa hora não vou mentir que dá uma certa preocupação, um certo medo, sabe?", disse em um áudio.

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No conteúdo, Eduardo garantiu que contratou seguranças: "Eu não ando com segurança, mas hoje eu tô com dois seguranças, porque eu não conheço esse povo, né gente? Eu não fiz música pra ninguém, nem pra um lado e nem pro outro. Eu não tenho medo de ninguém não, mas quando se trata da minha família, eu tenho medo sim. Minha família é a coisa mais importante que eu tenho".

Mesmo tomado pelo medo, Eduardo Costa ressaltou no áudio que não irá se intimidar. "Isso não vai me impedir e me acuar não. Eu vou me proteger, cuidar de mim, da minha família. [...] O povo brasileiro pegou a música pra si e essa música é do povo, não é minha. Eu compus a música, mas essa música foi Deus quem me deu. Ela é uma carta de Deus para o povo. Não é uma música de política. É uma música alertando o povo, inclusive os políticos. Mas se a carapuça servir, aí é cada um com seus problemas", declarou.

Eduardo Costa também fez questão de dizer que a canção 'não é partidária'. Em 2018, o músico declarou apoio à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, Eduardo sempre foi criticado por expor publicamente sua admiração pelo então presidente da República.

A Polícia Civil de São Paulo já tem 23 inquéritos abertos para apurar ameaças, algumas delas de morte, recebidas pelo governador João Doria (PSDB) em decorrência das ações adotadas para o enfrentamento da pandemia. Em pelo menos três desses inquéritos, a polícia investiga ligação entre autores de ameaças e integrantes de grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro responsáveis por protestos na casa do governador, nos Jardins, zona sul da capital.

A mudança de Doria para a ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul, se deu em parte por causa das ameaças, em parte por causa dos protestos. Algumas das mensagens recebidas por Doria são explícitas ao ameaçar de morte o governador e sua família, com indicação de detalhes da rotina deles, segundo relatos de assessores. Elas são levadas a sério pela Casa Militar do palácio, que, além de recomendar a mudança, adotou uma série de protocolos de segurança adicionais para a escolta de Doria em eventos.

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Outro motivo para a mudança foi a avaliação de que a hostilidade dos manifestantes que vinham fazendo protestos em frente à casa de Doria poderia gerar reações dos agentes da PM enviados até o local, e que um eventual confronto entre policiais e manifestantes poderia ser explorado politicamente por adversários bolsonaristas.

Entre os 23 inquéritos, parte deles está a cargo da Delegacia de Crimes Eletrônicos da Polícia Civil e apura crimes de injúria e ameaça. Eles foram abertos a partir de ataques postados contra Doria nas redes sociais ou mensagens dessas redes enviadas ao perfil do governador.

Há 15 investigações, entretanto, que foram concentradas na Delegacia Antissequestro, uma equipe especial da Polícia Civil. São inquéritos que foram instaurados após pedido de advogados de Doria, que fizeram representação para denunciar ameaças recebidas em e-mails do governo e no celular.

A investigação mais adiantada chegou à identificação de 45 pessoas, moradoras de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Segundo um policial civil que trabalha no caso, foi vazado a este grupo o número de celular particular de Doria e, então, eles passaram a xingá-lo e ameaçá-lo. Todos eles foram identificados, uma vez que usaram seus próprios telefones para fazer as ameaças.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passará a morar, pelo menos temporariamente, no Palácio dos Bandeirantes por causa dos constantes protestos em frente à casa dele, no Jardim Europa (zona oeste da capital), e das ameaças que vem recebendo.

A situação se agravou após o endurecimento das regras de restrição à circulação de pessoas no Estado, que enfrenta o pior momento da pandemia da covid-19. Doria, atualmente um dos principais adversários do presidente Jair Bolsonaro, tem acionado a polícia por causa das ameaças e inquéritos já foram instaurados.

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"Meu desprezo por estes extremistas que ameaçam a mim, a minha família e ameaçam pessoas que defendem a vida. É uma decisão difícil, mas necessária nesse momento de muita intolerância ao pensamento contraditório, de belicismo verborrágico e de cegueira ideológica", diz trecho do comunicado assinado por Doria divulgado ontem e antecipado pelo blog da Coluna do Estadão.

Desde sua posse, em janeiro de 2019, Doria vinha utilizando a ala residencial do Bandeirantes apenas para despachos e reuniões de trabalho. Mas, segundo apurou o blog da Coluna do Estadão, os manifestantes, que se revezam em turnos, tiraram o sossego do governador e, principalmente, de seus familiares, limitando visitas inclusive nos fins de semana.

"O negacionismo na pandemia deixou de ser um delírio das redes sociais, provocado pela paixão política, e está se tornando algo muito mais perigoso para a vida, a ciência e a democracia: uma seita intolerante e autoritária", afirma o comunicado do governador de São Paulo.

'Tempos obscuros'

A nota diz ainda que "o fanatismo ideológico ignora a racionalidade e a legalidade" e "tem ultrapassado os limites do embate político e do questionamento técnico com ameaças e agressivas manifestações, perturbando o bairro e vizinhos". "Diante do radicalismo, decidi me mudar para o Palácio dos Bandeirantes. Regredimos a tempos obscuros em que a integridade física daqueles que defendem a vida e a democracia está sob ameaça. Vivi esse mesmo sentimento quando acompanhei meu pai no exílio. Dessa vez, no entanto, não haverá exílio, nem ditadura. Haverá ciência, vacinas, vidas salvas e democracia", afirma o comunicado.

No início de março, após a volta da fase vermelha no Estado, Doria registrou queixa por ameaça de morte. No dia 19, um grupo de cerca de 50 manifestantes tentou fazer um protesto na frente da casa do governador, mas não conseguiu chegar ao local porque a Polícia Militar, informada do ato, bloqueou várias ruas na região. O grupo levava caixas de som tocando músicas a favor de Bolsonaro e bandeiras do Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ameaça para o mundo. É assim que a imprensa americana retrata a atual situação da pandemia de coronavírus no Brasil, ecoando a preocupação de cientistas, autoridades da área de saúde e do governo americano sobre os efeitos do descontrole da propagação de uma nova variante do Sars-CoV-2 no País.

Nos EUA, a população já discute quando a vida poderá voltar ao normal, diante da aceleração do ritmo de vacinação e da indicação de que até o fim de maio o país terá doses de imunizante para todos. Depois de um ano como epicentro da pandemia, os EUA agora veem uma luz no fim do túnel e a ameaça do lado de fora. Mais especificamente no Brasil.

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"Há uma sensação de alarme sobre a natureza não controlada da pandemia no Brasil e o ritmo lento da vacinação - especialmente agora que o Brasil é a fonte de uma nova e preocupante variante da covid-19", afirma Anya Prusia, do Brazil Institute do Centro de Estudos Wilson Center, em Washington. "A atenção aqui está voltada para a disseminação dessa cepa mais contagiosa, a P.1, que se originou em Manaus."

Os primeiros dois casos da variante P.1 foram registrados nos EUA em janeiro, horas depois de o presidente Joe Biden revogar uma decisão de Donald Trump e recolocar a restrição de viagens do Brasil aos EUA.

Duas pessoas que estiveram no Brasil foram diagnosticadas com a nova cepa em Minnesota. Até agora, os EUA registraram 13 casos da mutação, em ao menos sete Estados. Mas ainda não há transmissão comunitária, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas não foi a chegada nos EUA da cepa de Manaus que alarmou os americanos e sim a recente situação da pandemia no Brasil, que tem batido recorde de mortes. "Enquanto a pandemia continuar a crescer, ninguém estará a salvo", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, em coletiva de imprensa.

Em pronunciamentos e entrevistas recentes, o principal infectologista do governo americano, Anthony Fauci, tem ressaltado que a cepa P.1 está associada a uma maior transmissibilidade e à preocupação de que a mutação possa interromper a imunidade induzida naturalmente e pela vacina.

Há cerca de um mês, Fauci afirmou que isso preocupa os americanos, que não devem derrubar tão cedo o bloqueio de passageiros que estiveram no Brasil. Nesta semana, ele voltou ao tema. "O Brasil está numa situação muito difícil. A melhor coisa é vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível", disse Fauci, que chegou a dizer que os EUA poderiam ajudar os brasileiros.

O ritmo de vacinação nacional, porém, não anima. O Washington Post descreveu a vacinação brasileira como um processo de "escassez e atrasos", enquanto o The New York Times reporta uma vacinação lenta e sem sinalização de melhora.

"O país atingiu o pior momento. Surgiram variantes que parecem mais mortais para pessoas saudáveis, e os cientistas documentaram coinfecção por múltiplas variantes", escreveu Kevin Ivers, vice-presidente da consultoria americana DCI Group, em relatório. "A preocupação é que a disseminação acelere essas coinfecções no Brasil e leve a uma explosão de novas variantes mais agressivas."

A situação brasileira foi definida pelo Washington Post, no dia 4, como "terreno fértil" para outras variantes. O risco foi mencionado também por cientistas, como Bill Hanage, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard.

Nas redes sociais, o também epidemiologista e economista da área da saúde Eric Feigl-Ding, membro da Federação de Cientistas Americanos, postou que o Brasil precisa da ajuda de líderes estrangeiros. "A epidemia descontrolada do Brasil será uma ameaça ao mundo, mas ainda não é muito tarde", disse ao Estadão. "Mas é preciso ter sequenciamento genético, controle de fronteiras, quarentenas e testagem em massa."

Para a epidemiologista brasileira Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, com base em Washington, se o Brasil não for capaz de controlar a situação, os bloqueios de viajantes devem se intensificar.

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade Duke, que nos últimos dias ganhou espaço em jornais estrangeiros pedindo uma pressão de outras nações sobre o Brasil, chama a atenção para a "geopolítica da pandemia". "É a diplomacia do século 21. Já tem países trocando mercadorias por vacinas", afirmou. "Se o fluxo ficar desimpedido, a doença desse país vai migrar para os outros."

Falta de liderança

Na imprensa e entre analistas americanos, Jair Bolsonaro é o presidente que propaga desinformação, é cético sobre a vacina e está em choque com governadores. "Como aconteceu com Trump, o vácuo de liderança de Bolsonaro deu ao vírus abertura para se espalhar", disse o Washington Post. Um dia antes, o The New York Times colocou a preocupação com o Brasil em sua capa.

A crise no País já chamou a atenção no ano passado, com as imagens de cemitérios lotados em Manaus e São Paulo. Desta vez, a preocupação é diferente, porque o que acontece no Brasil, segundo os americanos, pode colocar em xeque os avanços do resto do mundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última quarta-feira (18), o jornalista Rodrigo Bocardi relembrou, durante programa da Rádio CBN, os ataques que sofreu de Nego Di e de seus seguidores no ano passado. O ex-BBB, que participou do programa Mais Você após ser eliminado do reality show com recorde de rejeição, recebeu comentários fortes de Bocardi.

"Esse mesmo Nego Di, que hoje no programa da Ana Maria Braga quase chorou, dizendo que o filho está sendo ameaçado, que não pode ir para a escola, que ele está sofrendo ameaças inclusive de morte. Esse mesmo Nego Di foi quem fez uma acusação seríssima contra mim no mês de abril e que todos os seguidores dele, ele fez ameaça, e todos esses seguidores lá do Rio Grande Sul na sua maioria, endossaram a crítica e ameaça que ele fez. Começaram a perturbar a minha vida e a minha família com a maior intensidade possível que vocês possam imaginar", disparou.

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O jornalista seguiu dizendo as ameaças que recebeu, na época, dos seguidores de Nego Di, que costuma usar a expressão os guri: "Os guri vai [sic] te apagar, se liga. Estão por invadir sua casa, seu b***a. Os caras vão brincar de Lego com seu corpo. Essa foi só uma entre tantas ameaças, inclusive contra meus filhos, enfim. O que mais vocês puderem imaginar. E hoje, Nego Di, o valentão, aquele que fez a acusação, que mobilizou todo o seu time contra minha pessoa e minha família, estava hoje lá no programa da Ana Maria Braga quase chorando, com índice de rejeição recorde do BBB".

Bocardi ainda concluiu seu discurso falando: "É triste constatar isso! É triste ver uma pessoa passar por aquilo que ela desejou ou promoveu para o outro. Mas traz um pouco de reflexão e de esperança para mostrar a velha história de que o mundo dá voltas, que as coisas acontecem no seu tempo. Quem sabe isso serve de reflexão para tantas pessoas, inclusive para o valentão".

Em 2020, Rodrigo Bocardi disse para um repórter perguntar a um jovem negro se ele trabalhava como apanhador de bolinhas de tênis em um clube, mas o rapaz era atleta no local. O momento repercutiu nas redes e foi compartilhado por Nego Di, que criticou o jornalista.

Duda Reis e Nego do Borel conversaram com Renata Capucci, do Fantástico, sobre o fim do relacionamento conturbado, que durou cerca de dois anos. A atriz e modelo, de 19 anos de idade, reforçou as acusações, feitas na semana passada, de estupro, ameaça, injúria, lesão corporal, e violência doméstica por parte do cantor.

Chorando, Duda revelou que tomava uma série de remédios após ter sido diagnosticada com depressão, síndrome do pânico, bulimia e anorexia. Ela relembrou que um vídeo que circula na internet em que aparece dormindo e é acordada pelo funkeiro.

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"Tem até um vídeo em que eu estava dopada. O que acontecia é que ele chegava e vinha ter relação comigo, eu não tinha consciência. Quando tive essa consciência, fiquei muito mal. Eu me submetia à muitas coisas e quieta, isso que era pior", contou.

Ela ainda relembrou os episódios de agressão e ameaça por parte do cantor: "Quando eu fui para o Carnaval sozinha, ele não reagiu bem. Teve muito ciúme, queria que eu fosse embora logo. Pedia que as pessoas me espionassem. Quando cheguei lá ele estava me esperando, na cozinha segurando uma faca, fora de si. Eu fiquei com muito medo nesse dia".

"As agressões eram constantes, principalmente as verbais. Vai tomar no c*, vai se f*, vagabunda. Era confuso, porque ao mesmo tempo que ele gostava de mim magra, ele me criticava. Falava de mulheres com corpão. Eu me sentia muito mal. Era uma violência muito silenciosa para mim, mexeu muito com minha autoestima", emendou ela.

Segundo Duda, "a primeira agressão que eu lembro, com várias testemunhas". "Foi no aniversário dele e ele jogou várias cadeiras em cima de mim. Ele vinha em cima de mim, quebrava as coisas da casa. Estou quebrando para não quebrar você. Teve um episódio que ele quebrou uma porta no meio para não me quebrar quebrou uma porta no meio com cabeçada. Ele dizia que quebrava as coisas para não me quebrar. Nesse dia, eu também tenho testemunha, ele me chutava e fiquei roxa na canela", contou.

Duda ainda afirmou que era obrigada a desmentir as agressões, pois sua família também era ameaçada. Questionada sobre os motivos para não contar nada para ninguém, a artista afirma que sentia medo: "Eu era dependente da pessoa. Eu tinha medo, sofria ameaça até de morte. Ele disse que ia mandar matar minha família se eu não colaborasse e que eu estava mexendo com cachorro grande. Eu era incentivada".

"Eu estava sentada e ele na minha frente em gritos, me mandando gravar, para eu cuidar da minha família. Se eu quisesse minha família viva, teria que gravar o vídeo. Ele sempre reforçou que eu era dele e de mais ninguém. Eu comecei a perder o vínculo com pessoas que eu amava, principalmente com minha família. O que eu me arrependo muito", complementou.

Ela também comentou sobre a acusação de que Nego teria um fuzil em casa. Após a polícia ter aprendido uma arma de air soft, ela afirma que não é a mesma que via quando morava com o cantor: "Inclusive não é o fuzil que ele posta nas redes sociais. O fuzil era todo preto".

Nego do Borel

O artista negou todas as acusações de Duda Reis. Para Renata Capucci, o cantor diz não saber o motivo para a ex-namorada estar fazendo tais afirmações: "Eu não fiz isso. Estupro é muito sério. Não houve sexo sem consentimento com ela. Isso é mentira, não sei porque ela está inventando isso. (...) Não aconteceu isso. Mentira da Duda. Não diminuía ela como mulher. Sempre fui amigo da Duda. Falava que ela era linda, bonita".

Sobre uma das brigas entre eles, Nego afirma que o então casal já discutiu por ciúme da parte dele e, apenas uma vez, um videogame escapou de suas mãos e quebrou a televisão da casa onde moravam juntos: "A gente discutiu, ela gritou comigo, eu gritei com ela. A gente discutia de igual pra igual como um casal qualquer. A gente discutiu por causa de um ciúme que eu tive. Uma vez, a gente estava no quarto. Eu não sei o motivo da discussão. Uma vez, o videogame escapou da minha mão e quebrou minha TV. Não vou quebrar minha TV cara pra caramba por causa de uma discussão. Pô aconteceu! Não foi porque eu joguei para quebrar. Nunca chutei a canela dela, mentira".

Sobre as ameaças de morte, Nego também desmente e afirma que incentivava Duda a ver a família: "Nunca falei que ia matar ela, o pai dela. Pô, me desculpa, mas eu tenho muita vida pela frente, muita coisa para conquistar. Eu falava para ela: seus pais podem estar chateados comigo, podem não aceitar nossa relação, mas eles são seus pais. Eu falava: vai visitar seus pais, vai ficar com eles, dá carinho para eles. Ela fala: minha família é você!"

O cantor apenas confirma que já traiu Duda Reis e pede desculpas por isso: "Muitas coisas elas estão mentindo. Eu traí, assumo meu erro, peço perdão e desculpas à Duda".

Ex-namorada

O Fantástico também ouviu outra ex-namorada do cantor, Swellen Sauer, que relatou os episódios em que foi agredida. "Ser contrariado e quebrar coisas, bater com a própria cabeça numa placa de rua. Ser contrariado, te chamar num camarote de uma boate e dar um soco na costela", disse ela.

Swellen afirma ter sifo enforcada por ele: "Ele ficou com ciúme e veio atrás de mim. Ele estava com um carregador de celular na mão, me encostou na parede e colocou o carregador. Na hora, você não realiza muito bem, até que eu senti que me faltou o ar e eu chamei pelo empresário e amiga e ele se afastou".

E chorou ao falar sobre o motivo para não ter denunciado as agressões: "Eu pensava muito no trabalho, pensava que eu não podia destruir o CNPJ que eu estava achando a construir. Eu ficava muito confusa. As pessoas duvidam muito e aí eu entendo o porque muitas vezes a gente não fala".

Nego também nega as acusações e afirma não entender o motivo de Swellen não ter registrado boletim de ocorrência contra ele: "Não aconteceu. Eu não entendo porque ela falava que eu enforquei ela, que eu dei soco na costela e ela não fez nenhum registro na delegacia. Isso é o certo, ela não fez".

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Shield, que mira em ameaças feitas a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. A operação, autorizada pela Justiça Federal de Mato Grosso, é um desdobramento do inquérito das fake news, que tramita no STF.

Nesta terça-feira, foram cumpridos dois mandados judiciais: um de busca e apreensão e outro de proibição de qualquer aproximação a ministro do STF e seus familiares. O alvo da operação foi um morador da cidade de Paranatinga (MT) identificado no Twitter como Ezequiel Souza Lopes, que teve a rede social bloqueada.

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Em 21 de novembro, Ezequiel escreveu no Twitter: "Você Alexandre de Moraes e a sua família vai (sic) ser executada, e não tem mais volta você, você pediu isso então toma tiro". Ex-ministro da Justiça do governo Michel Temer e ex-secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Moraes está acostumado a receber ameaças. Na semana passada, o ministro prorrogou por mais 90 dias as investigações do inquérito das fake news.

Após a revista Piauí relatar que Dani Calabresa sofreu assédio moral e sexual de Marcius Melhem, o ex-diretor da TV Globo está tentando se defender das acusações e até mesmo pediu para que a atriz se pronunciasse sobre o assunto. Agora, em entrevista ao Domingo Espetacular, programa da Record, o humorista falou sobre o assunto, segundo informações do colunista Leo Dias.

Na conversa com o jornalista Roberto Cabrini, gravada no último sábado (19), Melhem mostrou novas mensagens trocadas com Dani Calabresa. Além disso, admitiu ter se relacionado indevida e intimamente com suas colegas, mas afirma que seus erros não configuram crimes. Ele até mesmo disse que tem sofrido ameaças e que tem medo até de sair às ruas.

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Por fim, citou até mesmo o nome de outras pessoas que estariam envolvidas neste caso.

O programa Domingo Espetacular vai ao ar neste domingo, dia 20, a partir das 19h45.

Depois de Ana Lúcia Martins, primeira negra eleita vereadora em Joinville, agora foi Ana Carolina Dartora receber ameaças de morte. Ela será a primeira vereadora negra de Curitiba. As duas receberam a mesma ameaça, em email assinado por Ricardo Wagner Arouxa, onde ele faz declarações racistas e diz que comprará uma pistola para matar as vereadoras, ambas eleitas pelo PT.

Assustada, Carol Dartora postou um print do email ameaçador em seu twitter. “Acabo de receber ameaças de morte. As autoridades já foram contatadas e todas as providências estão sendo tomadas para que seja garantida minha segurança e da minha equipe. Eles combinaram de nos matar, combinamos de ocupar tudo”, desabafou a petista.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffman, também fez postagem expondo as ameaças recebidas pelas mulheres. “Mais uma vereadora do PT sofre ataques racistas. Assim como @analucia13180, de Joinvile, @caroldartora13, de Curitiba, recebeu carta semelhante com ameaça de morte. Solidariedade às bravas companheiras, estamos juntas na luta antirracista”, tuitou.

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Irã e Estados Unidos trocaram ameaças após a divulgação de informações sobre um plano de Teerã para vingar o general Qassem Soleimani, morto pelas forças americanas em janeiro.

"Esperamos que eles não cometam um novo erro estratégico. Se fizerem isso, certamente enfrentarão uma resposta decisiva do Irã", alertou o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabiei, em uma entrevista coletiva.

Após a revelação dos supostos planos iranianos para vingar Soleimani, o presidente Donald Trump prometeu na segunda-feira (14) que qualquer ataque da República Islâmica receberá uma resposta "1.000 vezes maior".

De acordo com o site Politico, que cita fontes do governo americano sob a condição de anonimato, os serviços de inteligência suspeitam de um complô iraniano para matar a a embaixadora americana na África do Sul antes das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.

"De acordo com informações da imprensa, o Irã poderia estar planejando um assassinato, ou outro ataque, contra os Estados Unidos em vingança pela morte do líder terrorista Soleimani", tuitou Trump.

"Qualquer ataque do Irã, de qualquer forma, contra os Estados Unidos será respondido com um ataque ao Irã que será 1.000 vezes maior em magnitude", completou.

Rabiei lamentou que o presidente de um país que alega controlar a ordem global "faça comentários apressados, estimulados por sua agenda e duvidosos, com uma base tão frágil".

O porta-voz iraniano advertiu que reagir a tais informações "não faria mais que perturbar a região e a calma mundial", ao mesmo tempo que aconselhou Trump que "se abstenha de uma nova aventura... para ganhar um novo mandato como presidente".

As relações entre Washington e Teerã são tensas há muitos anos e ficaram ainda piores desde que Trump anunciou a saída unilateral, em maio de 2018, dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional com o Irã.

Em janeiro, um ataque com um drone americano matou Soleimani em Bagdá e agora Washington pressiona para prorrogar um embargo de armas a Teerã que começa a expirar de forma progressiva em outubro, ao mesmo tempo que defende a retomada das sanções da ONU contra a República Islâmica.

- Irã nega complô -

A ameaça contra a embaixadora Lana Marks, uma pessoa próxima a Trump, se tornou mais precisa nas últimas semanas, segundo as fontes do Politico.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a comentar diretamente a questão, mas afirmou que leva a sério as informações.

"A República Islâmica do Irã está envolvida em esforços de assassinato ao redor do mundo. Assassinaram pessoas na Europa e em outras partes do mundo. Levamos as observações a sério", disse Pompeo ao canal Fox News.

"Deixamos muito claro à República Islâmica do Irã que este tipo de atividade - atacar qualquer americano a qualquer momento e em qualquer lugar, seja um diplomata, um embaixador ou um dos membros do nosso serviço - é completamente inaceitável", acrescentou.

Um porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores afirmou que as informações são "falsas e sem fundamentos".

"São parte de métodos reiterados e podres para criar uma atmosfera anti-Irã no cenário internacional", disse.

A Marinha iraniana afirmou na semana passada que um avião de patrulha e dois drones americanos se aproximaram de uma zona onde aconteciam exercícios militares perto do Estreito de Ormuz, uma área estratégica para o comércio mundial de petróleo e centro de tensões entre os dois inimigos. As aeronaves abandonaram a região pouco depois.

Em junho do ano passado, um drone americano RQ-4 foi derrubado pelo Irã depois que supostamente violou o espaço aéreo iraniano, o que foi negado por Washington.

Após ataques ao humorista Marcelo Adnet por conta de uma paródia de campanha do governo federal, o secretário especial da Cultura, Mário Frias, respondeu em tom de ameaça a uma publicação do deputado estadual Flavio Serafini (PSOL-RJ) sobre o assunto. "Cuidado com a PF...", escreveu Frias no Twitter.

Na publicação, Serafini, que é pré-candidato à prefeitura de Niterói, afirmou que "o ex-ator de Malhação" foi nomeado porque "nenhum artista quis queimar seu filme ao lado de Bolsonaro". "[Marias Frias] fez uma crítica profunda e contundente ao@MarceloAdnet, eu diria arrasadora mesmo. Chamou ele de: Bobão", escreveu.

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O ator e humorista Marcelo Adnet fez uma paródia da campanha do governo "Um povo heroico", lançada nesta semana pelas comemorações do 7 de setembro, data da Independência do Brasil. A campanha, que traz uma série de homenagens a "heróis brasileiros", é estrelada por Mário Frias.

O secretário especial de cultura já havia criticado Adnet pelas redes sociais. Em seu perfil oficial no Instagram, ele chamou o humorista de "Garoto frouxo e sem futuro" e "Bobão". Neste sábado, 5, a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom) também se manifestou sobre o assunto e chamou de "maldosas" as reações sobre a campanha.

Procurados pela reportagem, a Polícia Federal e o Ministério do Turismo, pasta responsável pela Secretaria Especial da Cultura, não responderam até a publicação desta nota.

Reação

Após o comentário de Frias, o deputado estadual fez uma nova publicação afirmando que "um submisso de Bolsonaro" o ameaçou com a Polícia Federal. "É muito grave diante das investigações de interferência na PF e a acusação de perseguição a opositores. O Flávio que tem medo de investigação tem sobrenome Bolsonaro. Vamos tomar as medidas cabíveis", escreveu.

Também pelo Twitter, o deputado federal Alencar Santana Braga (PT-SP) afirmou que irá representar o secretário junto à Comissão de Ética da Presidência pelo comentário. "O secretário de Cultura anterior era um nazista assumido. O atual acha que a Polícia Federal é uma Gestapo. Terá que se explicar", escreveu.

Com o crescimento da importância e visibilidade da inteligência artificial (IA) estão aumentando também as preocupações com as consequências negativas da utilização dessas tecnologias. Diante dos riscos e efeitos prejudiciais, governos, pesquisadores, associações civis e até mesmo empresas vêm discutindo os cuidados e medidas necessários para mitigar esses resultados prejudiciais.

O arco de riscos e perigos é diverso. Para além do tema mais notório do futuro do trabalho, possíveis complicações vão da discriminação de determinados segmentos até a própria mudança da noção de humanidade e da prevalência desta sobre as máquinas, passando por ameaças à privacidade e danos na organização de mercados e abusos no emprego de armas.

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A inteligência artificial envolve processamento complexo que demanda uma grande quantidade de dados para sua eficácia. Por isso, o funcionamento adequado destes sistemas, e eventuais ganhos advindos, pressiona por uma coleta crescente de informações. Tais soluções podem amplificar a já forte preocupação com a proteção de dados pessoais.

Em agosto do ano passado, foi tornado público que o Google trabalhava em um projeto (Project Nightingale) pelo qual coletava dados de milhões de pacientes dos Estados Unidos por meio de acordos com empresas sem que essas pessoas soubessem. O Google é uma das empresas de ponta nesse campo, utilizando inteligência artificial em diversos produtos, do mecanismo de busca ao tradutor, entre outros.

O Facebook, outro conglomerado importante no emprego de aplicações com inteligência artificial, também vem historicamente aprofundando formas de coleta de informações de usuários. Em depoimento ao Congresso dos Estados Unidos em abril de 2018, o diretor-executivo, Mark Zuckerberg, admitiu que a empresa coleta dados inclusive de quem não é seu usuário.

Pesquisa do Pew Research Center divulgada em 2019 com cidadãos norte-americanos apontou que cerca de 80% dos ouvidos estavam preocupados com sua privacidade e sentiam-se sem controle de suas informações pessoais frente a empresas e aos governos. Já outro estudo, da Unysis, colocou o Brasil como sexto país em que os cidadãos estão mais receosos em relação ao acesso às suas informações online.

Essas preocupações vêm ensejando a aprovação de leis em diversos países, como o regulamento geral da União Europeia, cuja vigência iniciou em 2018, e a Lei Geral de Proteção de Dados ( lei brasileira Nº 13.709), que entrará em vigor em agosto deste ano. Mais de 100 países já possuem legislações deste tipo, um mapa global pode ser visto no levantamento da consultoria DLA Piper.

Discriminação

Uma vez que os sistemas de inteligência artificial vem ganhando espaço em análises e decisões diversas, essas opções passam a afetar diretamente as vidas das pessoas, inclusive discriminando determinados grupos em processos diversos, como em contratações de empregados, concessão de empréstimos, acesso a direitos e benefícios e policiamento. Uma das aplicações mais polêmicas são os mecanismos de reconhecimento facial, que podem determinar se uma pessoa pode receber um auxílio, fazer check in ou até mesmo ir para a cadeia.

Na China, uma ferramenta chamada SenseVideo passou a ser vendida no ano passado com funcionalidades de reconhecimento de faces e de objetos. Mas a iniciativa mais polêmica tem sido o uso de câmeras para monitorar atos e movimentações de cidadãos com o intuito de estabelecer notas sociais para cada pessoa, que podem ser usadas para finalidades diversas, inclusive diferenciar acesso a serviços ou até mesmo gerar sanções.

No Brasil, soluções deste tipo vêm sendo utilizadas tanto para empresas como o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) como para monitoramento de segurança por câmeras, como nos estados do Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. Neste último, no segundo dia de funcionamento, uma mulher foi presa por engano, confundida com uma fugitiva.

Em fevereiro de 2018, dois pesquisadores do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) e da Universidade de Stanford, Joy Buolamwini e Timnit Gebru, testaram sistemas e constataram que as margens de erro eram bastante diferentes de acordo com a cor da pele: 0,8% no caso de homens brancos e de 20% a 34% no caso de mulheres negras. Estudo do governo dos Estados Unidos, publicado no ano passado, avaliou 189 ferramentas deste tipo, descobrindo que as taxas de falsos positivos eram entre 10 e 100 vezes maior para negros e asiáticos do que para brancos.

Os questionamentos levaram estados e cidades a banir a tecnologia, inclusive São Francisco, a sede das maiores corporações de tecnologia do mundo; e Cambridge, onde fica o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A Comissão Europeia anunciou, no início do ano, a possibilidade de banir o reconhecimento facial, tema que está em debate no bloco. No Brasil, ao contrário, há dois projetos de lei obrigando o reconhecimento facial em determinadas situações, como em presídios.

Projetos de inteligência artificial podem promover a discriminação também em políticas públicas. Na província de Saltas, na Argentina, a administração local lançou uma plataforma tecnológica de intervenção social em parceria com a Microsoft com o intuito de identificar meninas com potencial de gravidez precoce a partir da análise de dados pessoas, como nome e endereço.

“Além dos métodos estatísticos serem malfeitos, a iniciativa tem presunções sexistas, racistas e classistas sobre determinado bairro ou segmento da população. O trabalho é focado em meninas, somente, presumindo que os garotos não precisam aprender sobre direitos sexuais e reprodutivos. Temos que tomar cuidado para que segmentos já segregados não sejam mais discriminados sob uma máscara de opções neutras da tecnologia”, observa a diretora da organização Coding Rights e pesquisadora do Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, Joana Varón, que elaborou um artigo sobre a experiência.

A analista de políticas para América Latina da organização internacional Eletronic Frontier Foundation, Veridiana Alimonti, ressalta questões a serem observadas nas decisões automatizadas. Os parâmetros dos modelos são construídos por um humano, que tem concepções e objetivos determinados. E seu emprego em larga escala traz riscos ao devido processo em decisões que afetam a vida das pessoas a partir de sistemas que muitas vezes não possuem transparência tanto no seu desenvolvimento quanto na sua aplicação.

“É preciso que haja resposta a medida em relação a esse tipo de decisão. É preciso ter dimensão do impacto que isso tem e salvaguardas de direitos que precisam ser protegidos, seja antes na escolha da ferramenta ou para ter pessoa específica que possa ter condição de revisão e que seja efetiva, e não que simplesmente se crie um processo em que essa reclamação leve a uma nova análise pelo sistema”, argumenta.

Concentração

A capacidade de influência a partir dessa gama variada de decisões é ainda maior quando um determinado agente possui poder de mercado. Na área de tecnologia, grandes conglomerados dominam seus nichos de mercado e lideram a adoção de inteligência artificial, como Microsoft, Amazon, Google, Apple e Facebook nos Estados Unidos; e Tencent e Alibaba na China.

O Google possui mais de 90% do mercado de buscas e mais de 70% do mercado de navegadores, bem como controla a maior plataforma audiovisual do mundo, o Youtube. O Facebook alcançou 2,5 bilhões de usuários e controla os três principais aplicativos do mundo: Facebook, FB Messenger e Whatsapp, além do Instagram.

Quanto mais participação de mercado e mais usuários, mais dados são coletados. E se essas informações pessoais são consideradas por entidades internacionais como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fórum Econômico Mundial (FEM) um ativo econômico chave, quem controla amplas bases passa a deter uma vantagem competitiva chave, podendo reforçar seu domínio e prejudicar concorrentes.

“Essa nova economia parece muito mais tendente à concentração e centralização. É muito mais difícil vencer barreiras monopolistas neste setor do que em outro. Essa monopolização dos dados significa uma monopolização da capacidade de monetizá-los e gerar novos avanços tecnológicos com base neles. A disputa pelos dados é uma disputa central e parte considerável destes serviços está fazendo pelo mundo todo”, analisa o professor de sociologia econômica da Universidade Federal do Ceará Edemilson Paraná.

Armas autônomas

Um dos riscos objeto de atenção mais forte tem sido o crescimento de armas inteligentes, como drones e tanques autônomos, descritas como a terceira revolução das guerras após a pólvora e as armas nucleares. Entre 2000 e 2017, eles subiram de 2 para mais de 50 em todo o mundo. Os países que mais desenvolvem essas máquinas são Estados Unidos, Israel, Rússia, França e China. Tais aparelhos elevam os riscos das decisões autônomas, uma vez que essas passam a envolver a decisão sobre vida e morte de indivíduos.

Em 2015, mais de mil pesquisadores da área de inteligência artificial e especialistas como o falecido físico Stephen Hawking, o co-fundador da Apple Steve Wozniak e o cérebro por trás da Tesla e da SpaceX Elon Musk assinaram uma carta aberta cobrando que as Nações Unidas banissem o uso de armas autônomas como drones. Uma campanha foi criada para essa finalidade, chamada Parem os Robôs Assassinos, advogando pela proibição da produção e do uso de armas totalmente automatizadas. Em fóruns internacionais e nas Nações Unidas, governos discutem a regulação ou o veto ao emprego dessas tecnologias, ainda sem conclusão.

Esse conjunto de riscos, contudo, vem provocando uma atenção relativa das empresas que lidam com inteligência artificial. Levantamento da McKinsey de novembro de 2019 apontou também que 40% das companhias ouvidas identificam e priorizam os riscos relacionados a essa tecnologia. Os impactos negativos que mobilizam maior atenção das empresas ouvidas foram a cibersegurança (62%), cumprimento da lei (50%), privacidade (45%), explicabilidade (39%), reposição de força de trabalho (35%), reputação organizacional (34%) e tratamento justo (26%). Na comparação entre utilizadores intensos de inteligência artificial e demais setores, a preocupação com parâmetros no uso de dados ocorre em 76% dos primeiros e 18% dos segundos. A garantia de mecanismos de explicação foi relatada por 54% dos primeiros, contra 17% do segundos.

Princípios éticos

Esse amplo conjunto de riscos e polêmicas ensejou a ampliação do debate sobre os cuidados e medidas a serem tomadas para mitigar tais ameaças e potencializar o uso de máquinas inteligentes para finalidades adequadas. Centenas de pesquisadores subscreveram um documento chamado Princípios de Asilomar, em referência ao local onde uma conferência foi realizada sobre o tema, na Califórnia em 2017.

O texto afirma princípios como segurança, responsabilidade, privacidade e benefício da sociedade. Pontua também cuidados como explicação e capacidade de auditoria em caso de decisões, falhas e desvios (inclusive no campo jurídico), respeito aos valores e direitos humanos, compartilhamento dos benefícios e ganhos econômicos promovidos por máquinas inteligentes, controle humano e não-subversão das dinâmicas humanas.

Nos últimos anos, empresas de tecnologia também apresentaram suas balizas. A Microsoft, por exemplo, lançou seus princípios: imparcialidade, confiabilidade, transparência, privacidade e segurança, inclusão e responsabilidade. O Google também anunciou valores e diretrizes para o desenvolvimento dessas tecnologias: benefício social, mitigação do reforço de vieses, segurança, transparência, incorporação de princípios de segurança no seu desenho técnico, expressar parâmetros científicos de ponta e ser disponibilizada para usos de acordo com esses princípios.

O principal relatório sobre inteligência artificial no mundo (AI Index, elaborado pela Universidade de Stanford) registrou em sua edição de 2019 que 19% das empresas ouvidas pelo levantamento relataram alguma medida para promover a explicabilidade dos seus algoritmos. Outras 13% informaram atuar para lidar com problemas como vieses e discriminação, buscando formas de amplificar a equidade e o tratamento justo de seus sistemas.

Governos e organismos internacionais também entraram na discussão. Em abril do ano passado, a Comissão Europeia divulgou diretrizes para uma inteligência artificial centrada nas pessoas. Elas reforçam a relevância da participação e o controle dos seres humanos, com objetos técnicos que promovam o papel e os direitos das pessoas, e não prejudiquem estes.

Uma orientação complementar é a garantia de que os sistemas considerem a diversidade de segmentos e representações humanas (incluindo gênero, raça e etnia, orientação sexual e classe social, entre outros) evitando atuações que gerem discriminação.

Segundo o documento, os sistemas de inteligência artificial devem ser robustos e seguros, de modo a evitar erros ou a terem condição de lidar com estes, corrigindo eventuais inconsistências.

Ao mesmo tempo, o texto destaca a necessidade de assegurar a transparência dos sistemas, bem como a garantia de sua rastreabilidade e explicabilidade, para que não haja dificuldades na compreensão de sua atuação. Essas soluções técnicas devem assegurar a privacidade e o controle dos cidadãos sobre seus dados. As informações coletadas sobre um indivíduo não podem ser utilizadas para prejudicá-lo, como em decisões automatizadas que o discriminam em relação a alguém.

Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) defende que a inteligência artificial deve beneficiar as pessoas e o planeta ao promover crescimento inclusivo, desenvolvimento sustentável e bem-estar. O desenvolvimento deve respeitar as legislações e os direitos humanos, valores democráticos e a diversidade, com salvaguardas como permitir a intervenção humana quando necessário.

A OCDE reforça a importância da transparência e da explicabilidade de modo que pessoas possam entender o funcionamento e as decisões tomadas e questioná-las se desejarem. Tais tecnologias devem ser seguras e não oferecer riscos para as pessoas; e os indivíduos, as empresas e as organizações por trás deles devem ser responsabilizados se for o caso.

Joana Varon, da Coding Rights, contudo, pondera que muitas empresas pautam uma agenda de ética e inteligência artificial de modo que tais diretrizes não atrapalhem seus negócios.

“Este debate de ética e inteligência artificial acaba levando a uma interpretação de que a simples autorregulação das empresas seria suficiente. Devemos falar é de direitos humanos e nas relações de poder existentes na sociedade”, advoga.

Uma abordagem mais forte emerge também nas discussões sobre políticas públicas e regulação do tema, objeto de outra reportagem desta série.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam ameaças de morte a indígenas do aldeamento Pankararu e violações a seu território, localizado na cidade de Jatobá, no Sertão de Pernambuco. Nas últimas semanas, foram registradas invasões às terras indígenas, derrubada de árvores consideradas sagradas, além da destruição de hortas e cercas. No final de julho deste ano, uma placa instalada dentro do território Pankararu apontava os nomes de dez indígenas marcados para morrer.

O MPF notificou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal (PF) a respeito do caso. De acordo com o órgão, “o objetivo é que a ação coordenada dessas entidades, em suas respectivas competências administrativas, impeça a eclosão de conflito entre os indígenas e ex-posseiros que ocupavam a região”.

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O MPF também instaurou procedimento administrativo para acompanhar a atuação das instituições federais responsáveis por adotar medidas no sentido de tratar das invasões. “Diante do histórico de conflitos por terra na região, com desfechos violentos, é preciso a atuação assertiva das instituições para que a tensão entre ex-posseiros e indígenas não se agrave”, defende o procurador da República André Estima, responsável pelo caso.

O processo administrativo que versa sobre a questão tramita como prioritário no MPF. Após a requisição do procurador, a Polícia Federal, por sua vez, instaurou inquérito policial e promoveu diligências no local.

O conflito

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que acompanha a situação desde 1982, o conflito decorre da tentativa de invasão de posseiros do território indígena. “Muitos dos posseiros que invadiram as terras indígenas moravam às margens do Rio São Francisco e foram vítimas da barragem de Itaparica. Nós do Cimi, junto a outras organizações, sempre trabalhamos para que os posseiros tivessem seus direitos assegurados, fossem indenizados e saíssem do território”, explica  Ângelo Bueno, da equipe de Pernambuco do Cimi Nordeste.

Ocorre que os posseiros já receberam indenização do estado, mas se recusaram a sair do território. A expulsão deste último grupo foi articulada pela PF, em 2018, ano em que o Tribunal Regional Federal (TRF)  determinou a retirada dos invasores.

Felipe Neto recebeu um visita inusitada na última quarta-feira (29). Leandro Cavalieri, que é conhecido como "guerreiro de Bolsonaro", foi parar na frente da casa do influenciador, na Barra da Tijuca, com diversas caixas de som, em cima de uma picape, proferindo ameaças contra empresário e youtuber. O ato de Cavalieri supostamente foi causado por conta de informações falsas que circulam nas redes sociais.

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 "Cadê você, Felipe Neto?”, gritava o homem com um microfone. Em um post publicado na última quinta-feira (30), Cavalieri escreveu, "Se é guerra o que esse lixo quer é guerra que ele vai ter. Ontem (dia 29) estive na porta do condomínio onde ele mora, e o desafiei para um debate, mas o covarde não apareceu, fica fácil se fazer de macho atrás das câmeras! Quer destruir a instituição mais importante de todas, que é a família, NÃO VAMOS PERMITIR".

Diante dos ataques, Felipe Neto recebeu o apoio de diversos artistas, além de 36 entidades, como Ordem de Advogados do Brasil (OAB), a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e a União Nacional de Estudantes (UNE). O influenciador vem sendo alvo de fake news que tentam associá-lo à pedofilia. Essa semana os ataques se intensificaram e, de acordo com o influenciador, só na última segunda (27), sua equipe derrubou 1.247 vídeos com informações caluniosas.

New York Times

Os ataques ao influenciador aumentaram após Felipe Neto ter um vídeo de opinião publicado pelo jornal americano "New York Times". O vídeo desagradou bolsonaristas por expressar a visão do influencer sobre o presidente Jair Bolsonaro, que o youtuber afirmou ser “o pior do mundo no que se refere o combate à pandemia da Covid-19”.

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Na última semana, Alexandre Nero foi até o seu perfil do Twitter para fazer um desabafo. O ator declarou na rede social que não aceita ser amigo de pessoas que votaram em Jair Bolsonaro para presidente. Após a mensagem, ele teve que fazer um relato sobre os apoiadores do político.

Nero afirmou que, por causa da crítica, recebeu diversas ameaças de morte em todos os seus perfis das redes sociais. "Não demorou 24 hrs da minha postagem de ontem pra começar a receber ameaça de morte no inbox em todas as minhas redes. Os bolsonaristas nazifascistas não mudam mesmo", disparou.

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"O gabinete do ódio pode descansar. Eles já empoderaram esses canalhas", disse ele, em uma outra postagem. Os internautas que acompanham as publicações dos conteúdos de Alexandre Nero demonstraram indignação. "Na bozolândia é assim! Não pode falar mal do macho deles, que ficam logo irados. Se cuida", comentou um dos usuários do Twitter.

Confira:

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Mais de 40 mil usuários de smartphones caíram em golpes que usaram pornografia como "isca" para atraí-os até links suspeitos, em 2019. Os dados são da empresa de cibersegurança Kaspersky, que revelou que os ataques contra dispositivos móveis usando este tipo de conteúdo mais que dobrou de frequência. De acordo com o relatório da empresa, um total de 42.973 usuários foram vítimas desse tipo de ataque no ano passado, contra 19.699, em 2018.

A promessa de conteúdo adulto esconde técnicas de phishing, spam e até ransomwares. De acordo com a Kaspersky os arquivos vêm disfarçados de vídeos pornográficos ou pacotes de instalação relacionados a conteúdo adulto para Android. A empresa consultou 200 tags pornô populares nesse banco de dados e descobriu que, cerca de metade delas (99) continha alguma ameaça voltada para dispositivos mobile. 

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No mesmo relatório a empresa identificou que, apesar do aumento de iscas em dispositivos móveis, os ataques voltados para PCs estão seguindo tendência oposta, com queda de quase 40% nas ameaças identificadas durante o mesmo período. Programas de publicidade, usados para redirecionar os usuários para páginas de anúncio indesejadas, continuam sendo a ameaça móvel mais agressiva, tanto na variedade quanto no alcance de vítimas. 

O principal vilão do conteúdo adulto é um anúncio detectado como AdWare.AndroidOS.Agent.f - responsável por 35,18% dos ataques contra usuários móveis em 2019. 

Sobre as ameaças, quase dois em cada cinco usuários atacados no PC atrás de conteúdo adulto foram atingidos pelo Trojan-Downloader (39,6%), que permite aos invasores instalar, posteriormente, outros tipos de malware.  O número de usuários atacados por malware "caçadores" de credenciais para acesso a sites pornográficos caiu, enquanto o número de ataques de malware continua crescendo, aumentando 37% de 2018 a 2019 e atingindo 1.169.153 ataques no ano passado. 

Entre os perigos identificados ao entrar em sites suspeitos estão imagens pessoais vazada, assinaturas roubadas, senhas, além de extorsão sexual.

Para se proteger das ameaças de conteúdo adulto, a Kaspersky recomenda o seguinte:

Preste atenção à autenticidade do site. Não acesse nenhuma página até ter certeza de que ela é legítima. Verifique se o endereço se inicia com "https". Confirme se o site é genuíno, cheque duas vezes o formato da URL ou a ortografia do nome da empresa, e pesquise por análises de sites que pareçam suspeitos;

Atualize os programas de segurança em seus dispositivos;

Não faça o download de software "pirata" e nem de qualquer outro conteúdo ilegal, mesmo que tenha sido redirecionado a partir de um site legítimo;

Nas configurações do seu smartphone, ative o bloqueio de instalação de programas de fontes desconhecidas; instale apenas aplicativos de lojas de aplicativos oficiais;

Use uma solução de segurança confiável para proteção abrangente contra uma ampla gama de ameaças, como o Kaspersky Security Cloud.

Nesta segunda-feira (04), o cientista político Adriano Oliveira comenta em seu podcast sobre a nova manifestação ocorrida neste último domingo (03), em que pessoas foram às ruas para apoiar Bolsonaro e repudiar o STF e o Congresso Nacional. Oliveira aponta dados de pesquisas recentes, que demonstram o aumento das reprovação e críticas da população diante das declarações e ações do presidente. Adriano fala também sobre a aproximação de Jair Bolsonaro com o chamado "Centrão", após muito desgaste governamental, em busca de apoio político. O analista levanta questões de que não há sustentação para que os militares estejam apoiando nos bastidores as sinalizações de Bolsonaro em endurecer e até mesmo estar preparando um golpe militar para poder governar. 

Adriano Oliveira destaca também que o mandato de Bolsonaro está chegando ao limite constitucional e que ele sofre diversas ameaças para se manter no cargo, como por exemplo: a ineficiência em combater a Covid-19, as crises econômica e política, os conflitos com o Congresso Nacional e o STF, o recente pedido de demissão de Sergio Moro seguido de depoimentos à Polícia Federal, e o frágil acordo com o "Centrão". 

Oliveira conclui que Jair Bolsonaro deu declarações na tentativa de impor limites e ameaçar as instituições e a democracia, mas que na verdade o limite chegou para ele que não consegue mais governar. Se o presidente não mudar as atitudes dele, a pressão só aumentará alimentando os cenários de impeachment, de renúncia ou deposição do cargo. Segundo Oliveira, os indícios são cada dias mais fortes e reais. O cientista político conclui ainda que a única carta na manga que restaria a Bolsonaro seria apelar para os militares, restando saber se eles, os militares, realmente estão dispostos a apoiar um golpe.   

O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.

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