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A Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco divulgou atualizações de segurança diante da crescente no número de atentados a escolas no Brasil. No estado, as denúncias devem ser feitas por telefone, ao número 190, já utilizado para acionar emergências policiais. As informações são sigilosas e o serviço funciona 24 horas. De acordo com a pasta, haverá uma reunião conjunta entre Segurança e Educação para realizar alinhamento estratégico das medidas de monitoramento e controle. 

A reunião contará com a participação de todos os diretores das Polícias Civil e Militar e com os gestores regionais da Educação, além dos respectivos secretários. As redes sociais estão sendo monitoradas e, com isto, já foram identificados e encaminhados para delegacias suspeitos de praticarem ameaças e atos semelhantes a terrorismo. 

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“O Sistema Estadual de Inteligência e Segurança Pública da SDS está em contato direto com o Ministério da Justiça e empresas que operam redes sociais no Brasil a fim de obter dados que auxiliam neste trabalho. Além disso, está reforçando as rondas escolares”, informou a nota pública da SDS. 

A nível federal, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um canal exclusivo para recebimento de informações de ameaças e ataques contra as escolas. Todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo. Acesse o serviço em https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura.

 

Representantes do Twitter no Brasil causaram mal estar em uma reunião com representantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira, 10, na sede do Ministério da Justiça, ao defender, dentre outras coisas, que um perfil com fotos de assassinos envolvidos em massacres em escolas não fere a política de uso da rede.

A plataforma foi comprada pelo bilionário Elon Musk em outubro do ano passado e desde então tem sido alvo de críticas pelas mudanças nas regras de moderação de conteúdo, que se tornaram cada vez mais permissivas em relação a conteúdos extremistas desde a troca de comando na direção da companhia.

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Segundo fontes do Ministério da Justiça presentes na reunião relataram à reportagem, as falas em defesa da manutenção do perfil com fotos de assassinos de crianças foi feita pela advogada da rede social, que ainda argumentou que o caso em análise pela equipe do ministro Flávio Dino não se tratava de apologia ao crime. Em conversas reservadas, assessores da pasta classificam o episódio com "bizarro".

Dino deu início a uma série de reuniões com as principais plataformas digitais no País para que redobrem o monitoramento de conteúdo extremista e hostil em seus domínios. A iniciativa do ministro surgiu após o segundo atentado em escolas no intervalo de duas semanas.

O Ministério da Justiça deflagrou no último dia 6 a Operação Escola Segura com ações contra a violência nas instituições de ensino. O governo rastreou 511 contos do Twitter que faziam algum tipo de apologia a violência e discurso de ódio. O governo pediu à Justiça a remoção de pelo menos 431 contas responsáveis por publicações de conteúdos relacionados a ataques contra escolas, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão, assim como a remoção de vídeos hostis do Tik Tok.

Procurado pela reportagem, o Twitter respondeu aos questionamento enviados com um emoji de fezes. A prática foi institucionalizada pela empresa após a chegada de Elon Musk. A companhia também já suspendeu dezenas de contas de jornalistas dos principais veículos de imprensa dos Estados Unidos.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) emitiu um alerta para os banhistas que optarem por frequentar as praias do Grande Recife nos feriadões de abril, a Semana Santa (entre 2 e 8 de abril) e o Dia de Tiradentes (21 de abril). De acordo com o colegiado, caso queira entrar no mar, a população deve optar por áreas com proteção de recifes, maré baixa e águas claras, priorizando dias de sol.

O comunicado se estende para a primeira semana de maio, que também possui um feriado, o Dia do Trabalhador (1º dia do mês). Além dos riscos de afogamento, pela maré alta, se intensifica o perigo de incidentes com tubarão. O feriado da Semana Santa será marcado pelo pico de lua cheia, que eleva o nível das marés altas. Se houver chuva, também pode aumentar a turbidez (água mais turva) da água do mar. 

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“Existe um trecho de 33km de praia no grande Recife, que vai dos coqueirais da Praia do Paiva até a Praia do Farol, em Olinda, considerado pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) como um trecho de atenção com maior probabilidade de ocorrer incidentes com tubarões, especialmente na conjunção de condições que se darão no período da Semana Santa”, informou o comitê.

Os banhistas também devem evitar banhos ao amanhecer ou entardecer, em áreas abertas sem a proteção dos recifes, em dias chuvosos e com águas turvas. Há 24 anos, Pernambuco possui um decreto (21.402/1999) que proíbe a prática de atividades náuticas nesses 33 quilômetros de litoral, mas não proíbe o banho de mar.

O único ponto proibido legalmente para banho é um trecho de 2,2 quilômetros da Praia de Piedade, entre a Igrejinha de Piedade e o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife. Essa proibição foi estabelecida por decreto municipal de Jaboatão dos Guararapes.

Mesmo não havendo a proibição expressa nos outros trechos entre a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e a Praia do Farol, em Olinda, dê preferência a banhos de mar nas condições mencionadas acima.

Só em 2023, a Câmara dos Deputados recebeu 10 Projetos de Lei (PL) sobre medidas para reforçar a segurança em escolas e creches públicas e particulares. As pautam ganharam força com as mortes causadas pelos ataques a uma escola de São Paulo, no dia 27 de março, e em uma creche em Blumenau, nessa quarta-feira (5).

Oito projetos foram apresentados no intervalo de 10 dias entre os dois ataques. Outros dois foram enviados entre fevereiro e o início de março.

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Entre as soluções indicadas pelos parlamentares estão a proposta de instalar detectores de metal na rede pública e privada de ensino, obrigatoriedade de câmeras de vigilância nos arredores e na área interna das instituições e presença de seguranças armados no entorno das unidades. Também foi protocolado o pedido de criação do Programa Nacional de Promoção da Cultura da Paz nas Escolas.

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, informou, nesta quinta-feira (6), que determinou a instauração de inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar a atuação interestadual de organismos nazistas. A medida foi anunciada em publicação nas redes sociais.

“Assinei agora determinação à Polícia Federal para que instaure inquérito policial sobre organismos nazistas e/ou neonazistas no Brasil, já que há indícios de atuação interestadual. Há possível configuração de crimes previstos na Lei 7.716/89”, anunciou o ministro.

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A lei prevê punição para os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A determinação ocorre após ataque a uma creche em Blumenau (SC), onde um homem invadiu a unidade, matou e feriu crianças. Na semana passada, uma escola em São Paulo também foi alvo de um atentado e uma professora foi morta.

No mês passado, o massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), completou quatro anos. O crime resultou na morte de sete pessoas e os autores, que eram ex-alunos da instituição de ensino, se suicidaram após a tragédia.

De acordo com as investigações, os autores do crime eram ativos em fóruns da internet, onde predominam os discursos de ódio misóginos, supremacismo branco, bullying e nazismo. Esses discursos continuam reverberando entre a juventude.

Um relatório com diagnóstico desse tipo de violência nas escolas e possíveis soluções foi elaborado na transição do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2022, intitulado “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental.”

O documento mostra que no Brasil - desde a primeira década dos anos 2000 - houve 16 ataques em escolas, dos quais quatro no segundo semestre do ano passado, com 35 mortos e 72 feridos.

Ontem (5), o governo se comprometeu com ações de promoção à cultura de paz e não violência na sociedade e instituiu Grupo de Trabalho Interministerial para propor políticas de prevenção e enfrentamento da violência nas escolas. O ministro Flávio Dino também anunciou a liberação de R$ 150 milhões para ampliar as patrulhas escolares em todo o país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou um grupo de trabalho interministerial, a quem caberá desenvolver estudos sobre contexto e estratégias e propor políticas de prevenção e enfrentamento da violência nas escolas.

O decreto presidencial (11.469), que prevê a criação do grupo, foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (6).

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O decreto foi publicado um dia após o ataque, cometido por um homem de aproximadamente 25 anos, a uma creche em Blumenau (SC), que matou quatro crianças e feriu três. O criminoso se entregou à polícia da região.

O atentando foi o segundo no país em pouco mais de uma semana. No último dia 27 de março, a professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, morreu após ser esfaqueada na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos, responsável pelo ataque, foi apreendido.

Diante da situação, Lula anunciou ontem – conforme divulgado pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta – a criação do grupo de trabalho interministerial.

A coordenação e a secretaria executiva ficarão a cargo do Ministério da Educação. Participarão do grupo representantes (e respectivos suplentes) dos ministérios das Comunicações, da Saúde, Cultura, do Esporte, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Justiça e Segurança Pública, além da Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República.

As reuniões ocorrerão, em caráter ordinário, mensalmente e, em caráter extraordinário, mediante convocação pelo coordenador. Os encontros serão no Distrito Federal, podendo ser presenciais ou por videoconferência.

De acordo com o decreto, o relatório final será enviado aos ministros titulares dos órgãos integrantes do grupo interministerial no prazo de 180 dias, “contados da data de realização da primeira reunião, permitida a prorrogação por prazo determinado, por meio de ato do ministro de Estado da Educação”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública instituirá programa de apoio à constituição e à capacitação de rondas escolares e órgãos similares, no âmbito das polícias estaduais e das guardas municipais”, acrescenta o decreto.

A Justiça do Maranhão autorizou que uma escola particular, localizada em São Luís, faça revista de bolsas e pertence dos alunos, funcionários e visitantes na instituição. A medida atende à solicitação do Colégio Literato, que registrou duas ameaças de ataques nos últimos dias.

A gestão da escola afirmou que mensagens foram encontradas, dentro do banheiro do colégio, incitando um possível ataque no local. O episódio gerou um clima de insegurança na comunidade escolar e a solicitação da ação de vistoria foi judicializada.

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"O Colégio Literato ingressou com ação judicial e obteve autorização judicial para promover a vistoria de pertences de alunos, colaboradores e visitantes quando achar necessário. Ressaltamos que se trata de uma medida excepcional, autorizada judicialmente, e será executada com a indispensável discrição e cautela para que seja preservada a intimidade de nossos alunos e colaboradores", diz trecho da nota da instituição.

O pedido do colégio foi proferido pelo juiz José Edilson Caridade Ribeiro. Na decisão, o magistrado alega que a ação foi acatada para preservar a segurança dos alunos e da comunidade escolar, além de tranquilizar os pais e responsáveis.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recebeu o convite oficial para integrar o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e já está tomando medidas em curto, médio e longo prazos para ajudar o Estado a lidar com os incidentes envolvendo tubarões nas praias da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Na última sexta-feira (24), uma reunião foi realizada no Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental (Ceerma), no Campus Recife da UFPE, com o objetivo de reunir os diversos grupos da Universidade que têm ligação com o tema. A participação de diferentes áreas de conhecimento, como Antropologia, Engenharia Cartográfica, Oceanografia, Zoologia, entre outras, é crucial para entender melhor os incidentes com tubarões e desenvolver estratégias eficazes para reduzir os riscos para a população.

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O Cemit é um órgão que tem como objetivo monitorar e desenvolver estratégias para lidar com os incidentes relacionados aos tubarões no litoral pernambucano. É é um colegiado, que existe desde 2004, composto pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação (SCTI) e Secretaria de Defesa Social (SDS), todos na qualidade de membros efetivos.

Além desses membros, também participam do comitê, na qualidade de convidados, as seguintes instituições: UFPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE), prefeituras, dentre outros.

O vice-reitor Moacyr Araújo, docente do Departamento de Oceanografia, destacou a importância da educação ambiental e de conviver com os tubarões, respeitando o seu habitat natural.

“Não existe ex-lugar de ataque de tubarão. Uma vez que existe ataque naquele determinado lugar, ele nunca deixou de existir, isso em todo lugar do mundo. O que nos leva a ter a percepção de que nós precisamos conviver com isso. A coincidência de fatores [que causam os ataques] pode até ser minimizada pela ação do homem. Por isso que, se existe uma baía, em qualquer lugar do mundo, onde sempre teve ataque, sempre teve e sempre vai ter. Assim como sempre teve ataque e sempre vai ter na costa da Região Metropolitana do Recife. Em vez de lutar contra o fator natural de termos tubarões, deveríamos montar um super oceanário pra mostrar esses animais, estudá-los e ser uma atração turística muito legal. Assim, poderíamos difundir como são belos, interessantes os tubarões e o que podemos fazer para conviver com eles”, disse.

Para a professora Tereza Araújo, também do Departamento de Oceanografia, e coordenadora das ações da UFPE relacionadas ao Cemit, a primeira e mais urgente questão é também a da educação ambiental, pois a população precisa se conscientizar que não pode entrar nas águas das praias da RMR.

“A primeira e urgente é a questão da educação ambiental. Temos que divulgar, divulgar e divulgar, usando a linguagem correta (baseada na ciência), e que a população entenda (popularização da ciência). Essa parte já está acontecendo, participamos de reuniões que estão sendo encabeçadas pela CPRH [Agência Estadual do Meio Ambiente] e Semas [Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Governo de Pernambuco] e ações de conscientização já começaram a ser implementadas nas praias”, afirmou.

AÇÕES

Entre as ações que a UFPE está tomando em curto prazo estão a integração ao Cemit, ajudar nas ações de educação ambiental por meio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) e do Projeto EducaOcean, e contribuir com a Popularização da Ciência, também por meio deste último projeto citado.

No médio prazo, a Universidade pretende montar um grupo de trabalho envolvendo diversas áreas de conhecimento (Oceanografia, Cartografia, Biologia, Geologia, Modelagem de Ecossistemas, Tomada de Decisão, Políticas Púbicas, Educação Ambiental, Saúde, Comportamento Humano ligado à Exposição a Riscos etc.); completar o mapeamento do relevo da plataforma continental interna da RMR – principalmente na lacuna que existe na região entre a praia de Itapuama e o Porto de Suape –; e realizar pesquisas para entender a questão trófica da área, padrão das correntes, temperatura, salinidade etc.

Também objetiva implementar Unidades de Conservação (UCs) com seus planos de manejo aprovados nos estuários da RMR, visto que os mesmos são berçários da cadeia alimentar dos tubarões; entender a questão dos estoques pesqueiros, como evoluíram nos últimos tempos; e desenvolver metodologias para que se conviva com a presença dos tubarões na área.

Já no longo prazo, a UFPE planeja mapear o relevo de toda a plataforma continental de Pernambuco; implementar UCs com planos de manejo aprovados nos demais estuários do estado; desenvolver modelos com dados oceanográficos para analisar padrões de correntes na área, se houve mudanças ao longo do tempo (nos parâmetros oceanográficos); e realizar pesquisas sobre a produtividade primária, que possam ter causado mudanças nos peixes que servem de alimentação para os tubarões. 

Além disso, a instituição objetiva desenvolver estudos sobre o comportamento dos tubarões, fazendo conexão com o padrão global do comportamento dos mesmos e investigar possíveis mudanças ao longo do tempo. Para isso, parcerias com outras instituições nacionais, como a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e internacionais, que tenham expertise no assunto, serão fundamentais.

Da assessoria da UFPE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou nesta sexta-feira (31) que integrantes da extrema direita no Brasil utilizam de manipulação nas redes sociais para instigar atos golpistas, como os que aconteceram na Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo o magistrado, a estratégia é de “capturar” as redes sociais com o intuito de “atacar a democracia”.

Moraes participou nesta manhã de um seminário promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso. Com o tema “O STF e a defesa da democracia”, ele explicou que esse tipo de movimento de grupos extremistas na internet não é uma novidade no mundo, havendo precedentes desde a primavera árabe, entre 2010 e 2012.

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“Não foi uma questão brasileira só. Tivemos, no mundo todo, uma captura pela extrema direita das redes sociais com uma clara finalidade: o ataque à democracia, a quebra das regras democráticas”, declarou.

O ministro afirmou que a manipulação expressiva da extrema direita geralmente começa com ataques às mídias de informação.

“A extrema direita domina as redes. É impressionante a incapacidade do restante da sociedade em pelo menos equilibrar. Mas como se iniciou isso? Desacreditando a imprensa. ‘Vamos atacar e desacreditar a imprensa’. A ideia foi: ‘vamos equiparar nossa notícia, a notícia fraudulenta, mentirosa, conhecida como fake news, vamos equiparar desinformação com informação’”, explicou Alexandre de Moraes.

Alvos de ameaças constantes, os ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) serviram encurralados em determinados momentos, diante de manifestações políticas divulgadas nas redes. Moraes exemplificou no seminário algumas estratégias utilizadas por grupos extremistas.

“Nas redes sociais, havia endereço dos ministros, roteiro, horários, incentivando [a pessoa] a fingir que ia pedir autógrafo pra esfaquear em aeroporto. Tudo isso por rede social, em grupos. Tinha a planta do STF pra colocar bomba ali, bomba aqui. Ou seja, para amedrontar”, disse.

O número de ataques a jornalistas e a veículos de comunicação cresceu pelo quarto ano consecutivo e registrou alta de 23% em 2022, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) nesta quarta-feira, 29. As ocorrências de destruição de equipamentos e agressão física contra profissionais da imprensa mais do que dobraram em relação a 2021. A maior parte dos registros se refere a xingamentos e desqualificação do trabalho dos repórteres. Quatro em cada dez casos envolveram de alguma forma os membros da família Bolsonaro.

Segundo o relatório, os principais agressores em 2022 foram agentes estatais, como membros do governo ou do Legislativo. A família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em 41,6% dos casos. Segundo a presidente da Abraji, Kátia Brembatti, isso ocorre porque os ataques proferidos por um dos integrantes do clã Bolsonaro reverberam entre seus aliados e seguidores nas redes sociais.

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O documento registra 557 episódios de ataques à imprensa em 2022. O pico ocorreu entre agosto e outubro, no período da campanha eleitoral. Os principais alvos de ataques foram repórteres e comentaristas, com 276 casos (49,4%); veículos específicos, com 118 registros (21%) e a "imprensa" no geral, com 179 (32%). Do total de ocorrências, 91 partiram do ex-presidente.

Segundo Brembatti, ataques vindos de políticos buscam desqualificar o trabalho da imprensa para que a sociedade passe a enxergar o jornalismo como inimigo e, assim, pare de acreditar em reportagens com denúncias ao poder público. "A partir daí, as pessoas ditas 'comuns', que não têm um cargo público, também se julgam na condição de atacar, muitas vezes fisicamente, um jornalista que está trabalhando. Acreditamos que os números vão diminuir com um processo longo de reconstrução da imagem da imprensa e de entendimento que a imprensa tem um papel positivo", afirma.

O relatório identificou os casos por meio de relatos nas redes sociais, denúncias recebidas pela Abraji e notícias publicadas na própria imprensa.

Veja os números levantados pelo relatório:

2019: 130 casos

2020: 367 casos

2021: 453 casos

2022: 557 casos

Os principais tipos de agressão levantados pela Abraji em 2022 foram envolveram discursos estigmatizantes (xingamentos e tentativas de desqualificar o trabalho); agressões e ataques (agressão física, destruição de equipamentos, ameaças e hostilizações); restrições na internet (hackeamentos, por exemplo); processos civis e penais; restrições no acesso à informação; violência sexual; uso abusivo do poder estatal e assassinatos.

O atentado nesta semana na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, expôs a dificuldade de monitorar ameaças e evitar crimes do tipo. Dos anos 2000 até hoje, foram 36 mortes em ataques em colégios no Brasil.

Após episódios de violência, as redes de ensino adotaram medidas diversas de prevenção: psicólogos, rondas de PMs, criar mais canais de denúncia e até botão do pânico. Para especialistas, é preciso criar políticas públicas amplas e integradas e não tratar o problema só como caso de polícia. O Brasil não tem diretrizes nacionais para lidar com esse desafio.

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Em Suzano, na Grande São Paulo, dois ex-alunos mataram oito pessoas e se mataram em 2019 em um colégio estadual. Como resposta, o governo estadual lançou o Conviva, um projeto de combate à violência nas escolas, que envolve estratégias de acompanhamento psicológico, de convivência escolar, entre outros. Um braço do programa, porém, teve o contrato encerrado há um mês.

Conforme o secretário da Educação, Renato Feder, o programa tem profissionais em 500 escolas. O plano, diz ele, é estender essa às 5 mil escolas estaduais, tendo um agente do Conviva em cada unidade.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse também que estuda colocar policiais da reserva de forma permanente nas escolas, mas o governo ainda não tem detalhes sobre a proposta. Nos Estados Unidos, estudos já mostraram as limitações desse tipo de medida na prevenção de ataques.

Após o massacre de 2019, a prefeitura do Suzano criou um sistema de alarme com botão do pânico em todas as 75 escolas da rede municipal. Instalados em pontos de fácil acesso para a direção, os dois sistemas são distintos. O botão do pânico é silencioso e envia mensagem à central, que aciona o serviço de segurança local. Já o alarme sonoro é emitido se há tentativa de invasão.

AÇÕES

Já Aracruz, no Espírito Santo, teve dois ataques a escolas em novembro, que terminaram com quatro mortos. Depois disso, o governo capixaba criou programas para minimizar os efeitos da tragédia e evitar novos casos. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, uma das frentes envolve ações de psicólogos, especialistas em luto, saúde e assistência social.

Outra linha de atuação foi aperfeiçoar o monitoramento policial sobre os riscos de novos crimes. "Definitivamente ligamos o alerta nas equipes de inteligência e isso se tornou preocupação constante", diz Alexandre Ofranti Ramalho, secretário da Segurança do Espírito Santo e coronel da PM.

Paralelamente a isso, a sociedade tem sido orientada e estimulada a reportar ao Disque-Denúncia, no número 181, manifestações violentas, como falas, pichações, etc.

Em Saudades (SC), há dois anos um jovem de 18 anos invadiu uma escola infantil e assassinou três bebês e duas funcionárias com golpes de facão. Depois disso, as cinco unidades do município instalaram botões de pânico nas salas de aula.

VÍTIMAS

Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal em dezembro indicava que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000 até 2022.

Para especialistas, muitas escolas não combatem o bullying, o racismo, os discursos de ódio e outras formas de violência como deveriam, criando um ambiente escolar violento. Além disso, muitas não cumprem a Lei 13.935, de 2019, que determina que toda escola deve contar com um psicólogo e um assistente social para acompanhar os alunos.

"As escolas trabalham muito pouco o enfrentamento dos preconceitos e das microviolências que acontecem todos os dias nas escolas, nas famílias, nas sociedades", afirma a professora Ângela Soligo, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp. "Se botarmos um detector de metal, os preconceitos e as microviolências vão deixar de acontecer? Os abusos, xingamentos?"

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ataque a tiros, nesta segunda-feira (27), em uma escola de ensino fundamental em Nashville, sul dos Estados Unidos, deixou três crianças e três adultos mortos, enlutando um país onde as chacinas em centros de ensino se repetem implacavelmente.

Confira a seguir os massacres com armas de fogo em escolas mais mortíferos dos Estados Unidos nas últimas duas décadas.

- Nashville, Tennessee, 27 de março de 2023 -

Uma mulher de 28 anos abriu fogo na The Covenat School, uma escola de ensino fundamental religiosa em Nashville, Tennessee (sul), e matou três crianças e três adultos antes de ser abatida pela polícia.

- Uvalde, Texas, 24 de maio de 2022 -

Um jovem de 18 anos matou 19 crianças e dois professores na Escola Fundamental Robb na localidade de Uvalde, Texas (sul), a 120 quilômetros da fronteira com o México. O suspeito foi abatido pelas forças de segurança do estado.

- Oxford, Michigan, 30 de outubro de 2021 -

Um adolescente de 15 anos matou quatro estudantes e feriu outros seis, assim como um professor, na escola de ensino médio de Oxford, Michigan, uma pequena cidade próxima a Detroit (norte). O atirador foi acusado de executar um "ato terrorista" e de "assassinato", e, em uma reviravolta pouco comum dos acontecimentos, seus pais também foram processados.

- Santa Clarita, Califórnia, 14 de novembro de 2019 -

No mesmo dia do seu aniversário, um adolescente de 16 anos atacou a tiros estudantes de sua escola de ensino médio em Santa Clarita, Califórnia (oeste), matando dois colegas de classe e outros três antes de tentar o suicídio. As vítimas tinham entre 14 e 15 anos.

- Santa Fé, Texas, 18 de maio de 2018 -

Um adolescente de 17 anos disparou em 20 pessoas em sua escola secundária em Santa Fé, Texas (sul). Morreram dois adultos e oito jovens. O atirador permanece preso desde então.

- Parkland, Flórida, 14 fevereiro de 2018 -

No dia de São Valentim, um jovem de 19 anos, Nikolas Cruz, descarregou seu fuzil semi-automático na Escola de Ensino Médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, Flórida, da qual havia sido expulso por questões disciplinares. Matou 17 pessoas, a maioria adolescentes. O atirador foi condenado à prisão perpétua.

- Benton, Kentucky, 23 de janeiro de 2018 -

Um adolescente de 15 anos baleou e matou outros dois estudantes da mesma idade na Escola de Ensino Médio Marshall County em Benton, Kentucky (sul). Outras 18 pessoas ficaram feridas a tiros ou no caos criado pelo ataque.

- Roseburg, Oregon, 1º de outubro de 2015 -

Um estudante de 26 anos matou a tiros nove pessoas na Universidade de Umpqua, em Roseburg, no estado do Oregon (noroeste). Ferido, se matou com um tiro na cabeça.

- Oakland, Califórnia, 2 de abril de 2012 -

Um homem matou sete pessoas na pequena Universidade Oikos em Oakland, Califórnia (oeste). O atirador, um ex-aluno de origem coreana, foi detido e morreu sete anos depois na prisão.

- Newtown, Connecticut, 14 de dezembro de 2012 -

Um jovem de 20 anos, Adam Lanza, matou a mãe em sua casa em Newtown, Connecticut (nordeste), e nessa mesma manhã foi até a Escola Fundamental Sandy Hook, e abriu fogo, provocando a morte de 26 pessoas, incluindo vinte crianças entre seis e sete anos. Ele se suicidou logo depois.

- Universidade Virginia Tech, Virgínia, 16 de abril de 2007 -

Um estudante originário da Coreia do Sul matou a tiros 32 pessoas no campus da Universidade Virginia Tech, em Blacksburg, Virgínia (leste), antes de se suicidar.

- Columbine, Colorado, 20 de abril de 1999 -

Dois estudantes da Escola de Ensino Médio de Columbine, em Columbine, Colorado (centro), mataram 12 colegas e um professor antes de se suicidarem na biblioteca. Os atiradores tinham 17 e 18 anos e estavam fortemente armados. O número de vítimas teria sido ainda maior se os dois jovens tivessem conseguido detonar suas bombas caseiras que levaram consigo.

Depois de 10 dias de ataques, o estado do Rio Grande do Norte não registrou nenhum ato de violência nesta sexta-feira (24), segundo governo do estado. Neste sábado (25), balanço parcial das forças de segurança que atuam para combater a organização criminosa aponta que 187 suspeitos foram presos. Desses, 22 foram no âmbito da Operação Normandia e 15 da Operação Sentinela.

Ao todo foram registrados 298 ataques pelo estado. A maioria deles aconteceu na terça-feira (14), quando os atos de violência começaram. Naquela data, foram 104 ataques. Nos dias seguintes foram registrados 68 (quarta-feira) e 57 (16). 

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Foram apreendidas 43 armas de fogo, capturados 148 artefatos explosivos e 33 galões de combustíveis. De acordo com o estado do Rio Grande do Norte, também foram apreendidos dinheiro, drogas e munições. Produtos de furto foram recuperados. Nesses casos, não foram divulgados quantidades ou valores.

Onda de violência

Desde o dia 14 de março, ações orquestradas por facções criminosas causam terror à população, com incêndios e tiros contra prédios públicos, veículos, comércio e até residências.  As ações são uma retaliação às condições dos presídios, indicam investigações da polícia.

A custódia de presos está entre os motivos apontados pelos criminosos para a série de ataques no estado.

 

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O mês de março marca um período de preocupação para os barraqueiros de praia no litoral do Grande Recife. Antecedendo a baixa temporada, que se inicia em abril e vai até julho, em virtude das chuvas de outono-inverno, março também foi cenário de incidentes com tubarões nas praias urbanas da metrópole e que repercutiram a nível nacional.

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Com os banhistas locais e estrangeiros receosos de voltar ao mar da região, mesmo em áreas sem registros de ataques, comerciantes expressam medo de que seus negócios fechem, após semanas já difíceis e com atendimento expressivamente reduzido.

O primeiro incidente do ano ocorreu na praia Del Chifre, que pertence ao bairro do Varadouro, em Olinda. O trecho, que foi uma promessa turística entre duas e três décadas atrás, atualmente é um pedaço abandonado entre Olinda e Recife, sem suporte para receber turistas, com acesso limitado e bastante lixo. Além disso, é famoso pelo mar aberto, correntes fortes e principalmente pela presença de tubarões. 

As áreas mais afetadas 

Desconhecida por muitos, Del Chifre tem 2,3 quilômetros e começa na altura do Parque Memorial, mas termina na Praia dos Milagres. A praia em si não costuma receber banhistas, nem barraqueiros ou vendedores ambulantes. É ali do lado, no pequeno trecho de areia dos Milagres, após a Ilha do Maruim (comunidade que cerca Del Chifre), onde está o comércio da praia, que costuma receber cerca de 100 vendedores ambulantes aos finais de semana. 

Desde o ataque, em 20 de fevereiro, o movimento caiu consideravelmente. Durante a visita do LeiaJá ao local, havia apenas um barraqueiro com bar aberto na prainha dos Milagres. Geraldo, que é cadeirante, cuida do negócio da família há quatro anos, mas o estabelecimento existe ali há mais de uma década. 

Segundo ele, tem sido difícil pagar as contas e também foi preciso reduzir o número de ajudantes, já que os garçons e garçonetes recebem por diária trabalhada e, ultimamente, não tem sido possível tirar do negócio nem mesmo o dinheiro para pagar a mão de obra necessária para subir e descer a carga do bar diariamente.

“O movimento caiu uns 60%. Tem mais ninguém, a turma está com medo de tomar banho de mar. O prefeito não coloca uma rede de proteção, não faz nada, o governo também não colocou equipe aqui. A população de tubarão vai crescer por aqui e se expandir, em vez de ficar em um canto só. Eles não têm mais alimentação, o manguezal daqui acabou. O pessoal vai entrar e ser atacado”, disse o comerciante Geraldo Gonçalves, de 44 anos, que trabalhava ao lado da mulher, Josi, e do garçom e amigo, Márcio. 

O autônomo continuou: “Essa é minha única fonte de renda. Durante a semana, a gente coloca umas 20 mesas aqui, hoje só tem três e não adianta colocar tudo pra enfeitar, chamar atenção, porque dá trabalho para arrumar de volta. Sou cadeirante, não coloco nada sozinho”.

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De todas as praias do Grande Recife, a mais impactada pelos incidentes com tubarão, não apenas esse ano, é a de Piedade. O trecho da Igrejinha já ganhou a alcunha há muitas décadas, mas o segundo ataque registrado em Jaboatão dos Guararapes este ano ocorreu a poucos metros do ponto turístico, em uma área antes considerada segura para banho. Assim, a faixa litorânea do município vai ficando cada vez mais reduzida e os banhistas, sem opções. 

“Eu nunca vi a praia nessas condições. A cada vez que acontece um ataque, não tem movimento na praia e a gente depende disso. Pra eu armar o bar, tenho que ter dois homens pra puxar o material. Sem dinheiro, não pago a eles. A tendência é fechar o bar. O garçom que vem trabalhar quer receber, porque eles vêm buscar a diária e levam pra casa, pro filho poder comer. E eu dependo disso aqui pra comer também. Se não houver gente no bar, como eu vou conseguir armar e pagar funcionário? Eu não quero bolsa, esmola, auxílio, nada. Eu quero trabalhar”, desabafou a comerciante Marli Gonçalves, de 58 anos, barraqueira na Igrejinha há 17 anos. 

Na área, há 61 barraqueiros registrados pelo município. No dia da visita do LeiaJá, apenas três estavam lá, com dois clientes na areia, um em cada uma das duas barracas à esquerda. No estabelecimento mais distante, não havia movimentação. 

A Igrejinha é o trecho com o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram lá.  

Desde 2021, o lugar está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. 

A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana, onde começa a praia de Boa Viagem. A reportagem também visitou as praias de Boa Viagem e Pina para acompanhar o impacto dos incidentes na praia vizinha. 

“A partir da terça-feira [um dia após o último ataque em Piedade] a gente já viu a queda do movimento. Durante a semana, decaiu mais. A gente liga a televisão e só ouve falar em ataques de tubarão, a prefeitura está passando com uns panfletos avisando sobre as normas e cuidados, porém, mesmo que o ataque não tenha sido aqui, a gente não tem nenhum apoio. Os clientes chegam e perguntam 'e aí, como está a situação, pode entrar', e a gente faz as orientações com base na maré do dia”, informa a comerciante Suellen Patrícia, de 38 anos, que trabalha na altura do Acaiaca. 

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- - > ‘Após incidentes com tubarão, fiscalização sobe nas praias’ 

Em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado, o senador e ex-ministro Sergio Moro refez seus elogios à atuação da Polícia Federal (PF) na Operação Sequaz, mas reforçou que a corporação apenas cumpriu com seu papel legal. O juiz foi um dos alvos de um plano de ação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que objetivava assassiná-lo, assim como jurou matar outras autoridades.

"A PF merece elogios, mas ela cumpriu o dever legal dela, não fizeram nenhum favor. O governo atual não me fez nenhum favor. Quando eles criticam ao mesmo tempo que prestam solidariedade, sinceramente acho que falta, sim, um patamar civilizatório", disse o senador.

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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (22), a Operação Sequaz e prendeu nove integrantes do Primeiro Comando da Capital que planejavam assassinar e sequestrar autoridades em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná e Distrito Federal. Moro era um dos alvos da facção. Os criminosos se referiam ao ex-juiz pelo codinome "Tóquio".

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) pediu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoie o seu projeto de lei para punir quem planeja atentados contra autoridades como uma forma de "se redimir" após sua declaração, na terça-feira (21), na qual o presidente afirmou que o seu pensamento enquanto preso era que só ficaria bem "após f***r" com o ex-juiz da Lava Jato. O parlamentar ainda defendeu que a fala o petista, caso tivesse sido feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, teria sido "muito mais criticada".

"Eu reprovo essas afirmações (de Lula) e a minha expectativa, como forma de se redimir em relação a isso, eu gostaria de ter o apoio do presidente da República para o meu projeto. Gostaria de ter apoio também dos membros do PT. É um projeto suprapartidário", disse em entrevista à rádio Eldorado do Estadão.

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O projeto de lei de Moro, apresentado nesta quarta-feira (22), prevê "a criação de crimes específicos para punir atos de planejamento de atentados contra autoridades públicas". A proposta legislativa é uma resposta ao planejamento do assassinato do ex-juiz e de outras autoridades, alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) também desta quarta-feira. Até o momento, nove pessoas foram presas.

Moro ainda afirmou que, caso as declarações de Lula tivessem sido feitas por Bolsonaro, as reações seriam outras. "Ele fez declarações que ferem a liturgia do cargo. Se tivesse sido o presidente anterior, ele tinha sido execrado com muito mais intensidade do que foi o presidente Lula. Quando ele faz esse tipo de afirmações, que gostaria de me f***r e que quer se vingar de mim, ele acaba me colocando em uma posição de vulnerabilidade e da mesma maneira a minha família", disse.

Na terça-feira (21), Lula revelou pela primeira vez que, quando estava preso em Curitiba, tinha uma ideia fixa e a declarava quando recebia visitas formais de procuradores e delegados na cadeia. Segundo o petista, em todas as visitas que recebia, as autoridades lhe perguntavam se estava bem. Lula diz que dava sempre a mesma resposta: "Só vai ficar bem quando eu f***r com o Moro".

Nesta quarta-feira, a PF tornou pública a Operação Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. O ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro era um dos alvos da facção.

Investigadores do caso desconfiam que toda a vigilância sobre a família do ex-juiz tinha como mais provável objetivo o sequestro do senador; sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP); e dos filhos, que seriam mantidos reféns em uma das chácaras, para obrigar o Estado a negociar a libertação de Marcola ou sua retirada do sistema penal federal.

A Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal, se transformou em embate entre oposição e integrantes do governo Lula. O plano do PCC que tinha como alvo o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya resultou em uma disputa de narrativas.

Na véspera da operação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante entrevista, que, enquanto esteve preso em Curitiba, pensava: "Só vou ficar bem quando foder com o Moro". A proximidade entre a declaração do petista e a operação da PF mobilizou o Planalto.

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O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, convocou às pressas uma coletiva de imprensa e afirmou que as tentativas de associar o presidente às ações de grupos criminosos eram "perversas" e "fora de propósito". Mais cedo, Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública, também veio a público refutar a vinculação do presidente com o caso. "É vil, leviano e descabido", disse. "É mau-caratismo tentar politizar uma investigação séria." O ministro admitiu que, desde janeiro, autoridades tinham conhecimento do plano contra Moro e vinham acompanhando os movimentos do grupo criminoso.

Moro usou a tribuna do Senado e apresentou um projeto de lei para criminalizar o planejamento de ataques e sequestros contra autoridades (mais informações nesta página). Ele recebeu a solidariedade de oposicionistas e governistas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que qualquer tentativa de atentado contra os parlamentares é uma "agressão" ao Congresso. "É um atentado à instituição do Senado Federal", afirmou.

Parte da oposição utilizou a fala de Moro para atacar Lula e o governo. O líder do bloco, senador Rogério Marinho (PL-RN), disse que o presidente revelou ter como motivação no cargo "se vingar de pessoas". Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o governo de disseminar ódio e ser leniente com o crime organizado. "Política não se resolve com tiro e facada. O que a gente sente na prática é que nos acusam de termos um perfil, mas na verdade somos vítimas do ódio", disse.

'Impeachment'

Apesar dos esforços do governo, a associação entre Lula e o plano do PCC tomou as redes sociais. A hashtag "impeachment" atingiu a marca de 34,4 mil publicações no Twitter até a tarde desta quarta, 22. Alguns parlamentares, como os deputados Luiz Philippe Bragança (PL-SP) e Carlos Jordy (PL-RJ), usaram a plataforma para pedir o impedimento do presidente.

Dos EUA, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comparou o plano do PCC à execução de Celso Daniel, em 2002, e ao atentado de que foi vítima em 2018. "Tudo não pode ser só coincidência. O poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda", escreveu. Na campanha de 2022, Bolsonaro compartilhou publicações que vinculavam o PT ao PCC. O Estadão Verifica demonstrou que a publicação era falsa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ousado plano de atentados contra autoridades, organizado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e tornado público nesta quarta-feira, 22, na Operação Sequaz, foi descoberto pelo Ministério Público de São Paulo em janeiro.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, tomou conhecimento do plano ao interrogar uma testemunha. O depoimento foi tomado em uma investigação sobre ações planejadas pela organização como retaliação a autoridades.

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O próprio Gakiya seria um dos alvos da facção. Outro nome na mira dos criminosos era o do ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União-PR), tratado pelo codinome 'Tóquio'.

A escalada de violências do PCC estaria na iminência de ser desencadeada. Soldados da facção monitoravam os passos dos alvos e já haviam alugado imóveis que, provavelmente, seriam usados durante a execução do plano.

Uma casa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi vasculhada nesta quarta pela Polícia Federal. Os agentes encontraram um 'fundo falso' em uma parede.

A suspeita foi levada por Gakyia ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, que acionou a cúpula da Polícia Federal e comunicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O ex-juiz da Operação Lava Jato e sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União-PR), também foram avisados e colocados sob proteção de forte escolta policial.

O plano da facção teria sido motivado por mudanças nas regras para visitas a detentos - Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos 'cabeças' da organização criminosa nos presídios de segurança máxima. Agentes penitenciários também seriam alvo da facção.

Os ataques envolveriam sequestros e até assassinatos. O PCC pretendia colocar em prática uma ação coordenada e simultânea em diferentes Estados, segundo a investigação.

O plano teria sido arquitetado pela célula autodenominada 'sintonia restrita', que funciona como um centro de inteligência da organização.

A operação deflagrada nesta quarta pela PF prendeu nove pessoas. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava Jato.

Alvo de um audacioso plano de atentado articulado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, defendeu nesta quarta-feira, 22, uma enérgica reação dos poderes contra o crime organizado.

Em pronunciamento na tribuna do Senado, ele pregou que a classe política e os órgãos de investigação não podem se 'render' ou 'retroceder' a ameaças e devem adotar 'políticas rigorosas' de combate às facções criminosas.

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"Se eles vêm pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar um revólver. Se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora. Se eles têm uma metralhadora, nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado", afirmou.

Moro se disse 'alarmado' com a escalada do crime organizado no País e aproveitou para tentar articular a retomada de bandeiras previstas na versão original do seu 'pacote anticrime' - conjunto de medidas apresentadas quando ele ocupava a cadeira de ministro da Justiça.

"Os fatos de hoje revelam uma ousadia", acrescentou. "Ou nós os enfrentamos ou quem vai pagar vão ser, não só as autoridades, mas a sociedade."

O plano de atentado veio a público na manhã desta quarta com a operação deflagrada pela Polícia Federal para prender suspeitos de envolvimento no caso. Nove investigados foram capturados e à tarde passaram por audiência de custódia presidida pela juíza federal de Curitiba Gabriela Hardt.

Além de Moro, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, seria outro alvo da facção.

Promotor responsável por investigações e ações concretas para reduzir a ação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Lincoln Gakiya afirmou que anda com escolta 24 horas por dia e que "quase toda semana se descobre um plano para me matar". As declarações foram concedidas para a GloboNews na tarde desta quarta-feira, 22.

Um dos maiores especialistas em combate ao crime organizado do País, Lincoln afirmou que o PCC é uma organização criminosa presente em todos os Estados e em países da América do Sul e Europa. Para ele, por isso mesmo, o combate deve ser integrado. Ainda assim, o promotor disse que muita coisa foi feita para combater o chamado 'Partido do Crime'.

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Foi Lincoln quem realizou a transferência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal. A medida tinha o objetivo de desarticular o comando do PCC. Marcola estava, desde então, no sistema federal de Porto Velho (RO) e neste ano, já no governo de Lula, seguiu para o complexo da Papuda, no Distrito Federal (DF).

A Polícia Federal desbaratou na manhã desta quarta-feira, 22, plano que teria como objetivo matar, além de Lincoln, o senador Sérgio Moro (União Brasil). Até o momento, nove investigados já foram detidos e parte deles são do PCC. Os planos de homicídio e extorsão mediante sequestro tinham vários alvos, como autoridades do sistema penitenciário e integrantes das policiais de diversos Estados.

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