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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira, 17, que não é possível afirmar que os recentes ataques a torres de transmissão de energia têm motivação política e estão ligados aos atos de vandalismo em Brasília no último dia 8. Segundo ele, a Polícia Federal está conduzindo inquéritos sobre as ocorrências contra as instalações do setor elétrico e sinalizou que haverá um aperfeiçoamento para reforçar a segurança.

"Não podemos fazer essa afirmação", disse o ministro ao ser questionado se houve identificação de motivação política aos ataques, após reunião com representantes da PF, da Polícia Rodoviária Federal, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e das empresas de transmissão.

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"O que podemos dizer é que, pelo fato de vários eventos convergirem na sua ação, entendemos por bem ser proativos e nos adiantarmos a possíveis problemas mais graves usando todos os instrumentos de vigilância. E, a iniciativa privada se colocou de forma muito colaborativa no sentido de contribuir para que tecnologias avançadas fossem implementadas de forma muito rápida de modo a dar segurança a rede de transmissão", disse.

Até segunda-feira, 16, foram registradas sete ocorrências de atos contra as instalações de transmissão. No total, quatro torres foram derrubadas em Rondônia e no Paraná. Também foram registradas atos de vandalismo, sem quedas de torres, em São Paulo e no Paraná. A situação vem sendo monitorada por um gabinete de acompanhamento conjunto desde a última semana. O ministro ressaltou que os ataques não causaram problemas ou interrupção no serviço à população.

Segundo o ministro, a reunião também serviu para discutir questões fundamentais sobre a segurança do sistema de transmissão nacional e que haverá uma busca para aperfeiçoar o monitoramento. As medidas, segundo ele, ainda serão divulgadas.

"A situação está sob controle, as ações estão sendo tomadas. A sociedade brasileira pode contribuir muito na vigilância desse patrimônio e tudo aquilo que pode ser feito pelo Poder Público será feito com todo vigor e rigor que requer o caso", disse, afirmando que está seguro que a sociedade brasileira estará protegida e que o governo não pode ser em nenhum momento passivo na situação.

As empresas que atuam no setor, segundo Silveira, também devem contribuir para medidas de segurança. "Há uma boa vontade muito grande de todos os players desse sistema, com implementação de vídeomonitoramento, de vigilância via drone e outros instrumentos muito modernos e esse evento está servindo como oportunidade para que a gente avance na segurança desse grande patrimônio", disse, citando o uso de câmeras nas torres e drones para monitoramento da preservação do patrimônio.

O ministro reforçou que quem paga pelo sistema de transmissão são os usuários de energia elétrica. Segundo ele, os culpados pelos ataques irão pagar legalmente e também ressarcir os danos causados. Silveira ressaltou ainda a participação dos órgãos de segurança dos Estados e afirmou que acionou governadores.

"Estamos completamente seguros de que é plenamente possível apurar os fatos pontuais e seguir a vida normal, para que a gente possa aperfeiçoar o sistema elétrico e dar resposta a tantas demandas", disse. "Há uma busca de um aperfeiçoamento da segurança no sistema de transmissão, isso ficou muito claro. E há uma pronta resposta do Estado Brasileiro com relação a esses atos que indignam todos nós, por se tratar de um ataque à soberania nacional."

No centro das discussões do ataques ocorridos em Brasília, no último domingo (8), o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou esclarecimentos sobre a conduta adotada durante a invasão à Praça dos Três poderes. 

Mensagens de texto e áudio obtidos pelo jornal O Globo expõem detalhes do depoimento de Ibaneis, que afirma "sabotagem" no domingo e culpa a cúpula da segurança local pelos atos terroristas. Além disso, nas mensagens, o governador afastado tenta comprovar que foi enganado.

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"Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível", teria escrito Ibaneis, às 15h39, em mensagem enviada ao secretário interino de Segurança Pública, Fernando de Souza Oliveira. Na manhã da invasão, o então secretário chegou a afirmar que a ação dos bolsonaristas estava "pacífica, ordeira e democrática" e que não havia necessidade de alarde.

Horas depois, por meio de áudio para Ibaneis Rocha, Fernando de Souza alegou que estava negociando a saída dos invasores dos arredores da Esplanada dos Ministérios. "Governador, bom dia. Delegado Fernando falando. Governador, passar o ultimo informe aqui do meio dia para o senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU, controlado, escoltado pela policia. Tivemos uma negociação para eles descerem de forma pacifica, organizada, acompanhada. Toparam", teria dito secretário.

E complementou: "Não precisou conter lá em cima. É um ou outro ônibus que vai descer. Se descer perto da Rodoviária, eles desembarcam ali na alça leste e seguem acompanhados pela polícia militar. Então, assim, tá um clima bem tranquilo, bem ameno, uma movimentação bem suave e a manifestação totalmente pacifica. Até agora, nossa inteligência está monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade ligada a esse tipo de comportamento. Tem aproximadamente cento e cinquenta ônibus já no DF, mas todo mundo de forma ordeira e pacifica".

O áudio foi respondido, às 13h39, pelo governador afastado apenas com um "maravilha". Com esse diálogo, a defesa de Ibaneis pretende comprovar que ele foi ludibriado. 

Nova troca de mensagens

Ainda em depoimento, Ibaneis Rocha argumentou que teria visto pela televisão que bolsonaristas estavam invadindo os prédios públicos e, às 15h39, voltou a entrar em contato com o secretário. "Coloca tudo na rua. Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível".

Aos investigadores, ele ressalta que pediu apoio das Forças Armadas ao ministro da Justiça Flávio Dino. Segundo o jornal O Globo, Ibaneis se disse "decepcionado" e "revoltado" com a possível passividade da polícia, que foi registrada fazendo selfie e fotografando os bolsonaristas. 

Em contato com o ex-secretário Anderson Torres, que estava nos Estados Unidos no dia dos ataques, ele foi informado que a responsabilidade estava com Oliveira. Anderson foi exonerado por "omissão", afirmou Inabeis. "A exoneração do secretário Anderson se deu em razão do fato de que este estava ausente do país no momento do trágico acontecimento e, portanto, o declarante perdeu a confiança no seu então secretário", justificou o governador afastado em depoimento obtido por O Globo. 

Um vídeo que circula nas redes sociais, nesta sexta-feira (13), mostra uma advogada orientando bolsonarista que participaram dos ataques criminosos, no último domingo (8), em Brasília, a destruir provas. A mulher alega que fez o vídeo "para alertar todo mundo que estava na manifestação".

A advogada que diz estar em uma audiência de custódia na defesa de um bolsonarista preso de 61 anos de idade, pede para todas as fotos e vídeos publicados nas redes sociais dos participantes dos atos golpistas sejam apagados. "Quem estava na manifestação, a polícia está indo até a casa com a foto e a pessoa está indo presa", disse. Confira o vídeo:

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestou solidariedade ao Brasil após os ataques terroristas contra a democracia ocorridos no último domingo (8), na sede dos Três Poderes, em Brasília.

Em publicação no Twitter, Obama disse que o mundo tem interesse no sucesso do regime democrático brasileiro e pontuou que todos devem rejeitar os esforços para derrubar a vontade do povo.

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“O mundo inteiro tem interesse no sucesso da democracia brasileira. Juntos, devemos rejeitar qualquer esforço para derrubar ou perturbar a vontade do povo brasileiro e afirmar a transferência pacífica de poder como pedra angular da democracia”, escreveu na noite dessa segunda-feira (9).

Nesta terça (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou a publicação de Obama e agradeceu a solidariedade do ex-mandatário americano.

“O mundo sabe a importância de defendermos e cuidarmos da democracia no Brasil. Agradeço a solidariedade”, respondeu o brasileiro.

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou uma mensagem nas redes sociais nesta segunda-feira condenando o uso da camisa da seleção em atos antidemocráticos. Apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro, muitos vestindo o uniforme do Brasil, depredaram e invadiram prédios públicos pedindo intervenção federal no domingo.

"A camisa da seleção brasileira é um símbolo da alegria do nosso povo. É para torcer, vibrar e amar o país. A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros. A entidade repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo", escreveu a entidade.

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Antes da Copa do Mundo, a CBF tentou afastar o simbolismo político da camisa da seleção brasileira. Nos últimos anos, a identidade da amarelinha ficou muito associada aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial do ano passado.

"Todos podem se sentir bem com a camisa da seleção", resumiu o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em novembro do ano passado, antes do Mundial.

Os ataques de golpistas bolsonaristas neste domingo contra as sedes dos três Poderes da República, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, também ecoaram no universo do futebol. Jogadores conhecidos pelo seu engajamento político, com Juninho Pernambucano, Neto e o atacante Paulinho, foram às redes sociais para condenar a atuação dos vândalos na capital federal.

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Em entrevista ao jornalista Gabriel Perline, Adriane Galisteu falou sobre como foi comandar mais uma edição de A Fazenda e os desafios, após enfrentar ataques de haters.

Sincera, a apresentadora, que já possui uma extensa carreira na televisão, falou sobre ataques de ódio de internautas e familiares de peões eliminados do reality.

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"Essa temporada de A Fazenda é o maior retrato do que a gente está vivendo. Você anda na rua e as pessoas estão com zero paciência, se puderem passar em cima de você, elas passam. Quando eu escuto as pessoas falarem: Nossa, A Fazenda tá pesada. Eu falo: Não, a gente é que tá pesado, porque a gente tá vendo lá é um retrato do que a gente está sendo no dia a dia".

Galisteu também refletiu sobre o que outros apresentadores do reality já passaram, e como eles lidaram com ataques da internet. Para finalizar ela ainda admitiu que é fã de reality shows.

"Quando começaram essas agressões comigo, que eu nunca tinha experimentado isso, nunca fui tão atacada na minha vida, eu fui buscar lá atrás. Fui no Roberto Justus, Britto Jr., fui no Marcos Mion e vi que eles passaram da mesma maneira as mesmas agressões num outro tom, outro momento, uma outra quantidade de pessoas falando, mas eles passaram. Mas igual a essa edição, eu nunca vi. Não sei se é a melhor das piores ou a pior das melhores. Mas eu, como fã de reality, ainda prefiro assim do que cantiga de roda".

O presidente Volodimir Zelensky afirmou nesta quarta-feira que a defesa aérea ucraniana derrubou 13 drones de fabricação iraniana utilizados para atacar a capital Kiev.

"Os terroristas iniciaram esta manhã com 13 (drones) Shahed... Todos os 13 foram derrubados por nossos sistemas de defesa aérea", afirmou Zelensky em um vídeo divulgado nas redes sociais, em uma referência aos drones iranianos utilizados pela Rússia contra alvos ucranianos.

A capital ucraniana foi alvo de "duas ondas" de ataques de drones que não provocaram vítimas, afirmou o comandante militar de Kiev, Serguei Popko, em um comunicado.

Ele informou ainda que "estilhaços de drones derrubados atingiram um prédio administrativo" no distrito de Shevchenkivsky, no centro-oeste da capital.

"Quatro edifícios residenciais sofreram danos leves", afirmou Popko.

A Rússia bombardeou durante várias semanas as infraestruturas de energia da Ucrânia com mísseis e drones, o que deixou milhões de pessoas no escuro às vésperas do inverno.

Mesmo após os resultados das eleições deste ano, os casos de pessoas sendo perseguidas - principalmente por eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, se tornaram recorrentes. O que talvez esses bolsonaristas não saibam, é que eles correm o risco de serem presos, além de pagar multa, se tipificado o crime de stalking.

Nas últimas semanas, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o deputado federal Rodrigo Maia (PSDB), o cantor e compositor Gilberto Gil e a sua esposa Flora Gil foram duramente atacados, nenhum de forma física, pelos bolsonaristas. Maia, inclusive, pediu investigação à Polícia Civil da Bahia após sofrer ameaças e ser chamado de "ladrão".

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Ele e sua esposa, a advogada Vanessa Canado, estavam em um resort de luxo na Praia do Forte, quando o episódio aconteceu no dia 20 de novembro. 

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Os autores dessas perseguições correm o risco de serem presos. Isso porque, em 2021, o presidente Bolsonaro sancionou a lei que tipifica o crime de perseguição, prática também conhecida como stalking. A norma prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. 

O crime de stalking, segundo o Código Penal, é definido como "perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. 

O cyberstalking, que usa a internet para perseguir e expor as vítimas nas redes sociais, também pode ser penalizado perante essa lei, que é de autoria da senadora Leila Barros (PDT), que na época destacou que o avanço das tecnologias e o uso em massa das redes sociais trouxeram novas formas de crime. 

"É um mal que deve ser combatido antes que a perseguição se transforme em algo ainda pior. Fico muito feliz em poder contribuir com a segurança e o bem estar da sociedade. Com a nova legislação poderemos agora mensurar com precisão os casos que existem no Brasil e que os criminosos não fiquem impunes como estava ocorrendo", disse.

De acordo com o doutor em ciência política e professor Antônio Lucena, perseguições sempre ocorreram no meio político, mas estão ocorrendo com mais intensidade há um certo tempo. “Durante o petismo era comum as pessoas criticarem e ‘esculhambarem’ quando foram identificadas a corrupção da Lava Jato, da Petrobras. Vários atores já sofreram com isso também, como José de Abreu e Chico Buarque, por exemplo”, informou. 

Lucena chamou atenção para o aumento desses “esculachos” feitos pela extrema direita brasileira que foi incentivado pelo próprio presidente Bolsonaro e pelo ex-deputado estadual Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei. “Essa é uma estratégia muito utilizada pelos grupos de extrema direita e consiste em, como eles não rebatem em termos ideológicos, no plano das ideias, eles desqualificam a pessoa para atacá-la, e termina sendo algo extremamente importante”, explicou.

Questionado se os ataques poderiam ser, de alguma forma, considerados como liberdade de expressão, o cientista político garantiu que não. “Existe uma linha muito tênue entre liberdade de expressão e você cometer crimes. Você não pode simplesmente pegar um microfone, chegar em frente ao apartamento da pessoa e ficar ameaçando ela de morte. Isso é crime. Então, esses esculachos feitos são estratégias como forma de atingir as pessoas. Além de tudo, ele pode ser classificado como crime a depender do caso”, afirmou. 

Segundo Antonio Lucena, é difícil que essas perseguições e xingamentos aconteçam no próximo ano, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse, com o mesmo nível de intensidade. “No ano que vem teremos uma alteração significativa da liderança e geralmente esses eventos ocorrem por causa de incentivos da liderança, e teve, especificamente o caso de Bolsonaro. Nos Estados Unidos, com Donald Trump, também acontecia, mas de outro nível”. 

“A gente precisa acompanhar um pouco mais, ver como vai ser o início do próximo governo, ver como essas pessoas, inclusive as que estão em frente aos quartéis, vão reagir. Ainda é um momento muito delicado em que os ânimos estão aflorados por causa das eleições, mas é uma tendência. Acredito que diminua, mas não se extinga completamente”, detalhou o especialista.

O texto do Código Penal prevê que a pena será aumentada em 50% quando for praticado contra criança, adolescente, idoso ou contra mulher por razões de gênero. O acréscimo também pode acontecer mediante concurso de duas ou mais pessoas ou com emprego de arma. 

Confira os ataques sofridos por Ciro e Gil

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*Com Alice Albuquerque

O crescimento recente de ataques a tiros em escolas brasileiras tem levantado o debate sobre o País estar reproduzindo um cenário já visto nos Estados Unidos, de massacres em colégios. Segundo especialistas, o maior acesso a armas por civis, o compartilhamento de informações nas redes sociais - muitas vezes em fóruns secretos - e questões ligadas à saúde mental estão por trás do aumento de ocorrências, o que demanda soluções integradas.

Os casos armados em escolas deixaram, no total, 15 vítimas nos últimos quatro anos no País. Ao menos cinco ataques a tiros ocorreram em escolas brasileiras desde 2019, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz. O número de atentados é o mesmo do que foi registrado nos oito anos anteriores - entre 2011 e 2019.

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Na avaliação de Luciene Tognetta, pesquisadora e professora do Departamento de Psicologia da Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o País tem reunido fatores, que, somados, fizeram aumentar as ocorrências.

"Normalmente, os casos são associados ao bullying, e há uma situação de vitimização por um grande período de tempo, acirrada por outras questões, como as relações que o indivíduo estabelece com a família, com pais negligentes ou autoritários", aponta.

"Sujeitos que são violentos, e que querem cometer esse tipo de violência, procuram a escola não por coincidência. Eles podiam procurar um banco, um supermercado, se fosse matar por matar. Mas é um desejo de matar associado a uma condição que é vivenciada na escola."

Diante dessa condição, cujas consequências são validadas em grupos de pessoas que pensam de forma igual e por uma maior facilidade em obter uma arma, cria-se um cenário propício para que os atentados sejam cometidos, diz.

Segundo ela, é preciso pensar o quanto as relações virtuais precisam ser uma temática explorada pela escola. "Exatamente por esses pontos de encontro na internet, na deep web, você tem uma possibilidade de ter um aumento desses casos em função até do reconhecimento como algo natural, o que antes precisava de uma proximidade física", afirma.

"Os países que conseguiram vencer essas situações e reduzir o número de problemas foram os países que mais investiram em educação", explica a especialista. Luciene cita como exemplos países nórdicos que, em vez de investir em vigilância, aplicaram políticas públicas para formação específica de professores e de resolução de conflitos entre alunos.

ARMAS

"Na maioria dos casos (de ataques em escolas), há comprovação de que a arma de fogo é obtida dentro de casa", afirma o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani. A facilitação, explica, torna-se um impulsionador dos crimes. "O que é mais grave é que quando há um massacre desses com arma de fogo, em geral, o número de vítimas é maior", continua ele, que explica que costuma haver um padrão em casos desse tipo.

Conforme levantamento do Sou da Paz, ocorreram ao menos onze atentados a mão armada em escolas brasileiras desde 2003. A maioria deles foram cometidos por um ou dois atiradores, todos alunos ou ex-alunos. "A gente vê que existe um efeito de cópia desses casos", aponta Langeani. Diante disso, ele alerta para a necessidade de oferecer acompanhamento psicológico nas escolas e de fazer um trabalho de inteligência em fóruns de internet, usualmente usados para incentivar ataques.

"Tem alguns trabalhos de agências de inteligência do Brasil que têm conseguido antecipar alguns desses ataques e prender esses estudantes, o que é algo positivo", afirma Langeani. "Mas a gente tem alunos cometendo ataques e que, em muitos casos, já estavam dando sinais de socialização, de algum problema, de raiva excessiva. Essa política de treinamento de professores para identificar isso, para conseguir conversar com os estudantes, resolver conflitos de bullying, também é algo fundamental."

Ataques a tiros em duas escolas de Aracruz, na região norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25) deixaram ao menos três pessoas mortas e outras 11 feridas. A polícia não descarta que o suspeito, que foi preso à tarde, seja aluno ou tenha alguma ligação com os colégios.

Quantas pessoas foram mortas e quantas ficaram feridas?

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Duas escolas da cidade de Aracruz foram alvo de ataques a tiros por volta das 9h30 da manhã desta sexta-feira.

Segundo a Polícia Militar, três pessoas morreram - dois professores e um aluno - e 11 ficaram feridas.

Quais escolas foram alvo de ataque?

Escola Estadual Primo Bitti e o Centro Educacional Praia de Coqueiral, colégio particular. Na primeira, houve 11 vítimas, com duas mortes. Na segunda, três vítimas, com um óbito.

Como aconteceram os ataques?

O suspeito, que ainda não teve a identidade revelada, entrou primeiro na Escola Estadual Primo Bitti, de acordo com informações da PM. Ele invadiu a sala dos professores e atirou nas pessoas que estavam lá. Duas morreram no local.

Após esse primeiro ataque, o homem entrou em um carro de cor dourada, que estava com as placas cobertas, e partiu para a segunda escola. No Centro Educacional Praia de Coqueiral, ele atirou contra cinco pessoas. Uma delas morreu no local.

O que se sabe sobre o criminoso?

O autor do crime usou uma pistola semiautomática. Ele estava com roupa camuflada e rosto coberto por uma máscara, não sendo possível, pelo vídeo, identificá-lo. Após buscas, o atirador foi detido na tarde desta sexta.

Ele atuou sozinho?

Ainda não há informações se fora da escola outras pessoas o ajudaram.

"Segundo informações preliminares, obtidas por imagens, o criminoso estava sozinho e arrombou um cadeado para ter acesso à primeira escola. Próximo ao acesso do portão, estava a sala dos professores. Ele teve acesso direto à sala, no momento do intervalo, e assim surpreendeu e vitimou os professores, sendo que nove foram socorridos e dois vieram a óbito", afirmou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, coronel Márcio Celante.

Antes da prisão do atirador, o secretário disse que não havia informação se ele é ex-aluno ou se tem participação em alguma das escolas.

Como o governo do Espírito Santo tem se posicionado?

Em publicação no Twitter, Renato Casagrande (PSB), governador reeleito do Espírito Santo, lamentou os ataques. "Com sentimento de pesar e muita tristeza, estou acompanhando de perto a apuração da invasão nas Escolas Primo Bitti e Darwin, em Aracruz", postou. Em outra postagem, à tarde, o governador anunciou a prisão do atirador e decretou três dias de luto no Estado.

Ele recebeu apoio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que também se manifestou em rede social.

Dois ataques com bombas em pontos de ônibus em Jerusalém deixaram pelo menos um morto e 14 feridos nesta quarta-feira, anunciaram as autoridades de Israel.

Uma explosão em um ponto de ônibus na região de Jerusalém deixou 12 feridos, quatro deles em estado grave. O segundo ataque, em outro ponto, destruiu um ônibus e feriu três pessoas.

A polícia de Israel classificou as explosões de "ataques" e informou que uma das pessoas atingidas não resistiu aos ferimentos.

A primeira explosão destruiu uma proteção de metal atrás do ponto de ônibus.

"Ouvimos uma forte explosão. Imediatamente comparecemos ao local e observamos duas pessoas gravemente feridas, um adolescente de 16 anos em um ponto de ônibus e uma pessoa de 45 anos em uma calçada próxima", afirmou o socorrista Moshe Tobolsky.

Quando a polícia chegou ao local da primeira explosão, a segunda detonação foi ouvida em uma área próxima.

"Diferentes cargas explosivas foram colocadas nos dois lugares. Suspeitamos que foi um ataque coordenado", afirmou a polícia israelense em um comunicado. Uma fonte das forças de segurança afirmou à AFP que as bombas foram ativadas à distância.

O último atentado com bomba em Jerusalém havia acontecido em 2016, segundo o Serviço de Segurança Interna de Israel, Shin Beth.

- "Terrorismo" -

O primeiro-ministro Yair Lapid convocou uma reunião de emergência na sede do exército em Tel Aviv e informará a situação de Segurança a seu sucessor designado, Benjamin Netanyahu, que venceu as eleições legislativas de 1º de novembro.

Netanyahu, que foi primeiro-ministro de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, está em negociações atualmente com seus aliados dos partidos ultraortodoxos e da extrema-direita sobre a composição do futuro governo.

"Temos que formar um governo o mais rápido possível, porque o terrorismo não espera", disse Itamar Ben Gvir, líder da extrema-direita que deseja assumir o cargo de ministro da Segurança Pública. Ele pediu às autoridades uma operação de "assassinatos seletivos" de supostos terroristas.

Sem reivindicar a autoria dos atentados, o movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, "celebrou" os ataques, que chamou de "preço dos crimes e das agressões de Israel contra nosso povo".

- Roubo de cadáver -

Após os atentados fatais cometidos em Israel em março e abril, além de outras ações posteriores, o exército do Estado hebreu efetuou mais de 2.000 operações na Cisjordânia.

As incursões, que muitas vezes foram acompanhadas por distúrbios, provocaram as mortes de mais de 125 palestinos, o balanço mais grave na região em sete anos, de acordo com a ONU.

Durante a noite, as forças israelenses mataram um palestino em confrontos na cidade de Nablus, segundo o ministério da Saúde palestino.

O exército do Estado hebreu informou que o corpo de um civil israelense de 18 anos, que morreu na terça-feira em um acidente de trânsito na Cisjordânia ocupada, foi "roubado" do hospital de Jenin, reduto das facções armadas no norte da Cisjordânia.

A ação não foi reivindicada de maneira imediata, mas fontes locais afirmaram à AFP que combatentes palestinos em um campo de refugiados próximo estavam com o corpo.

O sequestro de israelenses, vivos ou mortos, já foi usado como moeda de troca de grupos armados para pedir a libertação de prisioneiros ou a devolução dos corpos de companheiros falecidos.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou os recentes ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que, durante participação em evento em Nova York, nos Estados Unidos, foram hostilizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não posso achar que isso faz parte da democracia", disse o petista.

"A democracia, ela tem um compromisso, e ela exige que as pessoas tenham limites", disse o petista durante coletiva ao lado do primeiro-ministro português, António Costa, em Lisboa. "O Brasil, depois das eleições, precisa voltar a paz, precisa voltar a ser um País alegre", disse o petista.

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A Rússia executou nesta quinta-feira (17) uma nova onda de ataques em várias regiões da Ucrânia, onde foram registradas as primeiras nevascas em meio a cortes de energia elétrica provocados pelos bombardeios das tropas de Moscou.

Na cidade de Dnipro (centro-leste da Ucrânia), oito pessoas, incluindo uma adolescente de 15 anos, ficaram feridas em um bombardeio, informou o prefeito Borys Filatov no Facebook.

Duas "infraestruturas" foram atingidas na cidade, informou a presidência ucraniana, sem revelar o que exatamente foi afetado.

Perto de Kiev, as forças de defesa ucranianas derrubaram dois mísseis de cruzeiro, assim como drones suicidas, segundo a administração militar da cidade.

Um correspondente da AFP observou um dos mísseis sobrevoando uma área residencial da zona leste da capital.

Na região de Odessa (sul), os russos atacaram uma infraestrutura e três pessoas ficaram feridas, segundo a administração regional.

Os ataques coincidem com as primeiras nevascas na Ucrânia, que enfrenta cortes de energia elétrica generalizados em consequência dos ataques russos direcionados especificamente contra as infraestruturas energéticas, segundo Kiev.

A operadora nacional de energia elétrica, Ukrenergo, anunciou a prorrogação dos cortes de energia elétrica nesta quinta-feira devido ao "agravamento da situação".

Em Kiev, coberta por uma leve camada de neve, muitos bairros ficaram sem eletricidade. O governador regional, Oleksii Kouleba, alertou na quarta-feira que a próxima semana será "difícil", com temperaturas que podem cair a 10 graus negativos.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou um comício em Campo Grande, na zona oeste do Rio, para atacar o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD). Bolsonaro chamou o prefeito de "vagabundo" - por quatro vezes - e "mentiroso". Paes revidou pelo Twitter. Chamou o mandatário e candidato à reeleição de "desqualificado incompetente"

Paes tem se empenhado na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O prefeito organizou e participou de atos de campanha do petista em comunidades pobres da cidade. Nos últimos dias, tem feito diversas postagens nas redes sociais pedindo voto em Lula e provocando apoiadores de Bolsonaro para apresentarem qualquer coisa que o atual presidente tenha feito pela cidade nos últimos quatro anos.

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"O Eduardo Paes é um vagabundo sem caráter", disparou Bolsonaro. "Ele recebeu recursos federais, encheu os cofres públicos com dinheiro nosso. Fica dizendo que vou maltratar trabalhador e aposentado; vagabundo mentiroso."

Paes revidou em uma série de postagens . O prefeito definiu Bolsonaro como "um desqualificado incompetente" e "rei da rachadinha".

"Quem tem medo de processo é você, Rei da rachadinha. Se prepara que a sua hora (Bolsonaro) vai chegar", disse Paes. "Você (Bolsonaro) apoiou o juiz safado para governador, o bispo incompetente para prefeito e não fez nada pelo Rio", continuou, em referência aos apoios do presidente ao ex-governador afastado Wilson Witzel e ao ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).

Nas mensagens, Paes lembra que derrotou a chapa de Bolsonaro na cidade nas eleições municipais de 2020 e o desafia para 2024, se ele for candidato a prefeito do Rio, após eventual derrota no pleito presidencial.

O ataque de Bolsonaro aconteceu na metade final de um discurso de cerca de 15 minutos, dividido em três partes. Na primeira delas, Bolsonaro exaltou ações de seu governo, como Auxílio Brasil e Auxílio Emergencial. Ele disse mais uma vez que criou o Pix - na verdade, uma obra do Banco Central - e que, em seu governo, são criados 250 mil empregos todos os meses.

Ataques a Lula

Na outra parte de sua fala, Bolsonaro também criticou Lula - a quem chamou de "ladrão, ex-presidiário e condenado" e o PT.

"Alguns poucos dizem que não vão votar em mim porque falo palavrão. De vez em quando, falo palavrão, sim; mas não sou ladrão!", discursou.

Segundo Bolsonaro, boa parte de seus ministros deixou o cargo este ano para concorrer a cargos eletivos. "(Enquanto) os ministros e secretários do Lula, quando saíram do governo, foi para ir pra cadeia."

De acordo com Bolsonaro, o candidato do PT se nega a anunciar antecipadamente nomes de seu eventual ministério porque "o outro lado se nega a dizer um só nome do Ministério, porque só tem bandido do lado dele".

A ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, agradeceu, na abertura da sessão desta quarta-feira (26), o apoio recebido nos últimos dias após ter sido vítima de ataques misóginos e preconceituosos do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Na ocasião, a ministra salientou os ataques recebidos pelas ministras e ministros do STF “especialmente nesses últimos tempos, diferente de outros períodos, por aduras que vão além de qualquer civilidade”. “Somos num tribunal de um País de um povo a lutar por fazer cumprir uma Constituição, como já foi reiterado aqui: não é tarefa simples. Menos ainda em horas de tentativa de subversão democrática contra o estado de direito”, disse. 

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Cármen Lúcia comentou que, quando criança, no Sertão mineiro, sua mãe dizia que as dificuldades não são fáceis. “Dificuldades fazem parte, mas o Brasil vale a pena, o estado de direito vale a pena. A democracia vale o que cada um de nós faz”, observou. 

O ex-deputado está preso em Bangu 8, no Rio de Janeiro, desde o último domingo (23), após ter sido indiciado pela Polícia Federal - que cumpria uma decisão do ministro Alexandre de Moraes - por quatro tentativas de homicídio, atirar três granadas e dar cerca de 50 tiros em uma viatura da corporação.

Entre as ofensas feitas à ministra, Roberto Jefferson chegou a afirmar que ela age “pior” que prostitutas.

O ex-juiz federal e senador eleito Sergio Moro (União-PR) repudiou publicamente o ataque feito pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e aliado do presidente Jair Bolsonaro à ministra do Superior Tribunal Federa (STF) Cármen Lúcia.

"Decisões judiciais podem e devem ser criticadas, mas ofensas pessoais, ainda mais grosseiras, devem ser repudiadas. Registro minha solidariedade à Ministra Cármen Lúcia contra os ataques de baixo calão contra ela perpetrados por pessoa em prisão domiciliar", escreveu Moro no Twitter nesta manhã.

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Em vídeo divulgado por Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, o ex-presidente nacional do PTB compara a ministra a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan.

A emissora de rádio foi condenada por repetir declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de falas de seus comentaristas.

O ex-deputado federal, substituído por Padre Kelmon na candidatura à Presidência, é investigado por atuação em milícia digital contra democracia. No ataque à ministra do STF, ele usou outros termos ofensivos como "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer".

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, emitiu nota oficial, neste sábado (22), em que repudia as agressões contra a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármem Lúcia feitas pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) nesta sexta-feira (21).

"O Tribunal Superior Eleitoral repudia a covarde e abjeta agressão desferida contra a Ministra Carmen Lúcia e tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, em nossa Ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras", diz Moraes no documento.

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Em um vídeo, Jefferson, que é apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), compara a ministra a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, ao acompanhar os votos do presidente do TSE e também dos ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves, em uma decisão com placar apertado - 4 votos a favor do pleito do ex-presidente Lula e 3 a favor da emissora. A Jovem Pan foi condenada por repetir declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra Lula a partir de falas de seus comentaristas. O ex-deputado federal, que hoje está em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra democracia, usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra.

Na nota, Moraes enfatiza que agressões machistas e misóginas são usadas por aqueles que se escondem no falso manto da "liberdade de agressão", que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão.

O presidente do TSE diz ainda que Carmen Lúcia é um exemplo e serve para guiar o TSE na missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral.

Veja a íntegra da nota:

"TSE repudia agressões contra Ministra Cármem Lúcia

O Tribunal Superior Eleitoral repudia a covarde e abjeta agressão desferida contra a Ministra Cármen Lúcia e tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, em nossa Ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras.

A utilização de agressões machistas e misóginas demonstra a insignificante estatura moral e intelectual daqueles que, covardemente, se escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa "liberdade de agressão", que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais.

O exemplo de coragem, competência e honradez da Ministra Carmen Lúcia permanecerá servindo de guia para o Tribunal Superior Eleitoral exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral.

Alexandre de Moraes

Presidente do TSE"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu ao tema da defesa das mulheres durante o evento em Minas Gerais ao condenar as agressões sofridas pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) e pela ministra do STF Cármen Lúcia, durante comício neste sábado (22), em Ribeirão das Neves (MG). Ambas foram agredidas verbalmente de ontem para hoje, o que relacionou a um avanço do fascismo no País.

"Hoje, o que vemos é violência verbal e, às vezes, violência física. Isso porque temos um governo fascista no Brasil", disse Lula. "É uma escola exemplar do fascismo no mundo inteiro. Na campanha de Trump, ele terminava comício e falava que, se alguém falasse mal dele, era para bater que ele contrataria advogado", mencionou Lula, sobre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

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O petista disse também não ser possível que alguém que "ame a liberdade e a democracia" vote para reeleger o atual presidente. "Uma figura tão desumana como Bolsonaro. Ele não tem sentimento (...) O mundo dele é seus filhos e as mentiras, fakes news, e a tentativa de destruir as pessoas do jeito que fizeram com a Marina ontem", afirmou Lula, que logo depois falou em ganhar para "restabelecer a paz no País".

"Há quase que uma ordem do presidente para que as pessoas sejam violentas, não aceitem provocação, não deixem ninguém em paz (..) Não podemos fazer guerra santa neste País. O País clama por paz. Repudio qualquer tipo de violência, de agressão", declarou Lula.

Integrantes da classe política saíram em defesa da ministra do Superior Tribunal Federa (STF) Cármen Lúcia e da ex-senadora Marina Silva (Rede) após ambas terem sido alvos de ataques misóginos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (21). A ministra foi comparada a uma "prostituta" pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) enquanto Marina, eleita deputada federal, foi xingada na saída de um jantar com dirigentes da Rede depois de cumprir agenda de campanha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais.

Em vídeo divulgado por Jefferson, o ex-presidente nacional do PTB compara a ministra a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan. A emissora de rádio foi condenada por repetir declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra ex-presidente Lula a partir de falas de seus comentaristas. O ex-deputado federal, que hoje se encontra em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra democracia, usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra.

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Na noite da última sexta-feira (21), decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impuseram à rádio Jovem Pan a concessão de direitos de resposta ao ex-presidente Lula e a "abstenção" de se manifestar sobre temas cuja abordagem foi classificada como "ofensiva" pela defesa do petista. As conclusões do órgão eleitoral, entretanto, impõem censura prévia à emissora e ferem direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Na votação do caso, a ministra Cármen Lúcia acompanhou os votos do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e dos ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves. Assim, a decisão teve placar apertado: 4 votos a favor do pleito de Lula e 3 a favor da emissora.

No caso de Marina, a deputada eleita afirmou, em sua rede social, que os xingamentos vieram por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro. "É a velha tentativa grotesca de coagir a ação política das mulheres", disse.

Neste sábado, 22, durante encontro de Lula com a imprensa mineira, a ex-senadora contou que estava saindo de um restaurante quando um grupo de pessoas, dentro do espaço, começaram a gritar "mito" e "Bolsonaro". "Até aí, tudo bem! É do jogo democrático. Nós também gritamos 'Lula presidente', nós também fazemos a nossa manifestação política. Só que uma pessoa gritou com palavra de baixo calão, me chamando de vagabunda. Eu ouvi por duas vezes", disse.

Posteriormente, Marina informou, também pela internet, que registrou um boletim de ocorrência para denunciar a agressão verbal. "Registrei o BO em função dos xingamentos dirigidos a mim, pois ações desse tipo são graves e intoleráveis em uma democracia", disse.

A senadora Simone Tebet, que também estava presente no encontro de Lula com a imprensa mineira, declarou que as eleições serão definidas pelas mulheres, fazendo referências aos últimos casos de Marina e Cármen Lúcia. "Ontem, tivemos dois casos de violência política de gênero contra mulheres no Brasil estimulados por esse governo", disse.

Tebet ainda afirmou que "nunca tinha visto" um tipo de agressão como a de Jefferson à Cármen Lúcia, defendeu a prisão do ex-deputado. "É caso de determinar a prisão. Ele tem que voltar para a cadeia imediatamente. Ninguém tem o direito de agredir uma mulher, seja ela uma autoridade pública ou não, da forma que ele fez."

Anteriormente, a senadora já havia manifestado solidariedade à Cármen Lúcia e afirmado que o caso é "inaceitável". "É nisso que o atual presidente transformou o nosso País, tirando do armário esses monstros que acham que têm o direito de manchar a honra das mulheres brasileiras", disse Tebet, em vídeo divulgado em sua rede social.

Durante o encontro, o ex-presidente Lula abriu o seu discurso se posicionando sobre o caso envolvendo a parlamentar da Rede. "O cara que te xingou, Marina, é 171. Não é uma pessoa séria. Nós fazemos política há 50 anos e isso não existia no Brasil. Hoje, o que vemos é violência, mais violência verbal e, às vezes, física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil", disse.

Desacato

Em nota, a Bancada Feminina no Senado Federal classificou as falas de Jefferson como "asquerosa, imoral, injuriante e difamatória". "Importante pontuar que o direito à livre manifestação é pleno, desde que não afete a honra de terceiros."

O documento afirma ainda que o comportamento do ex-deputado federal pode ser tipificado como crime de difamação e injúria, previstos nos artigos 139 e 140 do Código Penal, e como crime de desacato (art. 331 do Código Penal), uma vez que as falas de Jefferson se deram em razão do exercício da função de ministra. "As palavras criminosas proferidas pelo Sr. Roberto Jefferson afetam mulheres e o mundo jurídico e não podem ficar impunes", complementam.

O filho do último xá do Irã se solidarizou nesta quinta-feira (20) com os ucranianos, afetados por ataques com drones russos, supostamente vendidos por Teerã, e instou novas e duras sanções contra o regime da república islâmica.

"Nossos corações estão com o povo ucraniano, que defende sua soberania", disse Reza Pahlavi a jornalistas, após discursar em sua casa, em Washington, onde vive exilado, sobre os protestos que sacudiram o Irã nas últimas semanas.

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"Acusamos o regime islâmico não só de ter destruído por completo a nossa liberdade", como "agora também de cooperar com quem está pondo em risco a soberania de outro país", afirmou.

Nesta quinta, a União Europeia (UE) impôs sanções a três generais iranianos e uma empresa, acusados de fornecer estes drones, que mataram cinco pessoas em Kiev na segunda-feira e destruíram centrais elétricas e outra infraestrutura civil crucial na Ucrânia. O Reino Unido se somou a estas medidas.

Funcionários americanos e europeus dizem ter evidências de que a Rússia comprou drones iranianos de baixo custo que explodem com o impacto. Rússia e Irã negaram estes apontamentos em uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, convocada pelos países ocidentais na quarta-feira.

Pahlavi disse que tinha poucas dúvidas de que o Estado clerical do Irã, que substituiu a monarquia de orientação oriental de seu pai, após a revolução de 1979, opera em todo o mundo.

"A pergunta não é o que o regime iraniano está fazendo. A pergunta é como o mundo vai reagir e se vai tomar medidas claras para condenar as ações do regime através de sanções com consequências dolorosas", expressou.

Pahlavi defende a formação de uma democracia secular no Irã e não necessariamente a restauração da monarquia, uma opção que tem um apelo limitado dentro do país.

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