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Um tribunal da junta militar de Mianmar condenou a ex-líder civil Aung San Suu Kyi a uma nova pena de três anos de prisão por fraude eleitoral, disse uma fonte familiarizada com o caso nesta sexta-feira (2).

Esta enésima sentença é acompanhada de trabalho forçado, disse a fonte, segundo a qual a ex-líder de 77 anos apareceu em boa saúde no tribunal.

Acusada de múltiplos crimes pela junta que assumiu o poder com o golpe de fevereiro de 2021, a líder civil corre o risco de décadas de prisão após um processo considerado político pela comunidade internacional.

O exército justificou seu golpe alegando ter descoberto mais de 11 milhões de irregularidades durante as eleições legislativas de novembro de 2020, vencidas confortavelmente pela Liga Nacional para a Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi.

Observadores internacionais, por outro lado, indicaram que as eleições foram "globalmente livres e justas".

"Não vejo Suu Kyi indo para um campo de trabalho", disse o analista político David Mathieson. "A existência de um ato de violência ou tortura não pode ser excluída, e Suu Kyi é o inimigo jurado que a junta quer humilhar e erradicar para sempre", disse ele.

Acusada de múltiplos crimes pela junta que assumiu o poder com o golpe de fevereiro de 2021, a líder civil corre o risco de décadas de prisão após um processo considerado político pela comunidade internacional.

O exército justificou seu golpe alegando ter descoberto mais de 11 milhões de irregularidades durante as eleições legislativas de novembro de 2020, vencidas confortavelmente pela Liga Nacional para a Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi.

Observadores internacionais, por outro lado, indicaram que as eleições foram "globalmente livres e justas".

Antes desta sentença, a líder deposta já havia acumulado uma pena de 17 anos de prisão por uma série de acusações especialmente ligadas a uma suposta corrupção.

- Audiências a portas fechadas -

Desde o final de junho, a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz está em confinamento solitário em uma prisão em Naypyidaw, capital construída pela ditadura militar anterior. Seu julgamento, que começou há um ano, foi realizado dentro da penitenciária a portas fechadas. Além disso, seus advogados estão proibidos de falar com a imprensa e organizações internacionais.

"Essas audiências a portas fechadas não nos permitem saber se as condenações de Aung San Suu Kyi são críveis", disse à AFP Manny Maung, especialista do país da Human Rights Watch.

"Imagino que ela será condenada pelas outras acusações contra ela", lamentou o investigador.

Suu Kyi já havia sido condenada por corrupção, importação ilegal e posse de walkie-talkies, violação de restrições relacionadas ao coronavírus e incitação a distúrbios públicos.

Muitos denunciam uma crueldade judicial que seria motivada por considerações políticas, para excluir definitivamente a filha do herói da independência e grande vencedora das eleições de 2015 e 2020.

Vários de seus parentes foram condenados a penas severas. Um ex-deputado do seu partido condenado à morte, Phyo Zeya Thaw, foi executado no final de julho.

A junta militar, que promete eleições para o verão de 2023, disse em agosto que estava disposta a negociar com Aung San Suu Kyi assim que os julgamentos terminarem

"Embora pudéssemos ter tomado medidas mais severas, somos indulgentes com ela", disse o chefe da junta, Min Aung Hlaing, em conversa em agosto ao emissário das Nações Unidas, em comentários divulgados por um jornal estatal.

O golpe mergulhou o país no caos, com protestos maciços e repressão sangrenta que deixou mais de 2.100 civis mortos e mais de 15.000 detidos, segundo uma ONG local.

As autoridades birmanesas condenaram na sexta-feira uma ex-embaixadora britânica em Mianmar e seu marido, um conhecido artista militante, a um ano de prisão por violar as leis de imigração.

A ex-governante birmanesa Aung San Suu Kyi, já condenada a 11 anos de prisão, foi sentenciada a uma pena adicional de seis anos de detenção por corrupção, informou à AFP uma fonte próxima ao caso.

A vencedora do prêmio Nobel da Paz, processada por várias infrações pela junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, pode ser condenada a décadas de prisão ao final do grande julgamento.

Suu Kyi foi declarada culpada de quatro acusações de corrupção.

Desde que foi detida em 1º de fevereiro de 2021 após o golpe militar, a ex-governante, de 77 anos, permanece presa em um local secreto de Naipyidaw, a capital de Mianmar.

O golpe encerrou uma década de período democrático no país.

O processo, que começou há um ano e acontece a portas fechadas, prosseguirá no local em que Suu Kyi está detida.

Aung San Suu Kyi já passou 15 anos em prisão domiciliar, durante ditadura militar anterior.

Desde fevereiro de 2021, ela foi acusada de violar diversas vezes a lei sobre segredos de Estado, de fraude na eleição de 2020 - vencida por seu partido -, sedição, corrupção, entre outras.

Os militares birmaneses não parecem dispostos a ceder o poder e prosseguem com a violenta repressão. Mais de 2.100 civis morreram em ações violentas desde o golpe e mais de 11.000 estão detidos, segundo uma ONG local.

Aung San Suu Kyi, a líder destituída de Mianmar que estava em prisão domiciliar desde 2021, foi transferida para um complexo penitenciário da capital do país, Naipyidaw, onde foi colocada em isolamento, anunciou a junta militar que governa o país

"De acordo com as leis criminais (...) ela é mantida em confinamento solitário na prisão desde quarta-feira", afirmou Zaw Min Tun, porta-voz da junta, em um comunicado.

Desde que foi derrubada em um golpe de Estado no ano passado, Suu Kyi estava em prisão em uma residência vigiada em um local não revelado de Naypyidaw, acompanhada por várias pessoas que trabalham em sua casa e seu cachorro, de acordo com várias fontes.

A vencedora do prêmio Nobel da Paz, de 77 anos, deixou o local apenas para comparecer às audiências de seu julgamento, em um processo que pode condená-la a mais de 150 anos de prisão.

Na quarta-feira, Suu Kyi foi "transferida para a prisão", disse à AFP uma fonte próxima ao caso.

Os funcionários de sua residência e o cachorro não a acompanharam, explicou a fonte, que também destacou o reforço da segurança ao redor da prisão para a qual a líder birmanesa foi enviada.

"Pelo que sabemos, Aung San Suu Kyi goza de boa saúde, acrescentou a fonte. Os advogados de defesa não podem falar com a imprensa e os jornalistas não estão autorizados a acompanhar o julgamento.

Outra fonte próxima afirmou que Suu Kyi está com "bom ânimo".

"Ela está acostumada a enfrentar qualquer tipo de situação com calma", disse.

"Pelo que podemos analisar, a junta de Mianmar segue para uma fase muito mais punitiva a respeito de Aung San Suu Kyi", disse Phil Robertson, vice-diretor para a Ásia da ONG Human Rights Watch.

"Obviamente estão tentando intimidá-la, assim como seus partidários", acrescentou.

Sob o regime da junta militar anterior, antes do breve período democrático que terminou em 2021, a líder birmanesa passou vários anos em prisão domiciliar na residência de sua família em Yangon, a cidade mais importante do país.

Desde que foi derrubada em fevereiro de 2021, suas relações com o mundo exterior se limitam a breves encontros com os advogados antes das audiências.

As audiências aconteceram em um edifício municipal da capital Naipyidaw, mas esta semana uma fonte próxima ao caso informou que a partir de agora serão realizadas em um novo tribunal construído dentro de uma prisão.

Nos últimos meses, Suu Kyi foi condenada a 11 anos de prisão depois de ser declarada culpada de corrupção, incitação à violência e violação das regras sanitárias decretadas devido à pandemia de coronavírus, além de ser considerada culpada de não respeitar a lei de telecomunicações.

Vários analistas internacionais criticaram o processo, que consideram ter motivações políticas para afastar do poder Aung San Suu Kyi, filha de um herói da independência e que venceu as eleições de 2015 e 2020.

No fim de maio, parentes da ex-dirigente apresentaram uma queixa contra a junta militar a um grupo de trabalho da ONU para denunciar um "sequestro judicial".

O golpe de Estado mergulhou o país no caos e quase 2.000 civis foram assassinados pelas forças de segurança e mais de 1.400 foram detidos, segundo o balanço de uma ONG local.

A junta militar de Mianmar acusou Aung San Suu Kyi de ter manipulado a comissão eleitoral durante as eleições de 2020 - disse uma fonte ao caso, à AFP, nesta segunda-feira (31), um ano após o golpe de Estado.

Suu Kyi, de 76 anos, está detida desde que foi deposta pelo golpe, em 1º de fevereiro do ano passado. À época, os militares alegaram que o governo teria cometido fraude eleitoral.

O golpe militar provocou protestos em massa nas ruas e uma sangrenta repressão que deixou quase 1.500 civis mortos, de acordo com um grupo local que faz esse monitoramento.

Desde então, a Prêmio Nobel da Paz foi alvo de vários processos e acusações, incluindo violação de segredos de Estado. Se for considerada culpada em todos os processos, a soma das sentenças passará de 100 anos de prisão.

Suu Kyi também foi acusada de influenciar a comissão eleitoral do país durante as eleições de 2020, nas quais seu partido derrotou um rival ligado aos militares, informou uma fonte próxima ao caso, acrescentando que este julgamento será encerrado dentro de seis meses.

O ex-presidente Win Myint, membro da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido de Aung San Suu Kyi, também deve enfrentar as mesmas acusações, segundo a fonte.

Vários funcionários da comissão eleitoral foram presos desde o golpe, acusados de terem orquestrado a vitória da LND.

A junta anulou os resultados das eleições de 2020 em julho passado, alegando ter encontrado em torno de 11,3 milhões casos de fraude, e prometeu realizar eleições em agosto de 2023. Já os observadores independentes que acompanharam a disputa eleitoral declararam, no entanto, que as eleições de 2020 foram livres e justas.

Na véspera do aniversário do golpe, os militares advertiram que qualquer pessoa que for às ruas protestar, ou compartilhar "propaganda" contra a junta, poderá ser acusada de alta traição, ou enquadrada nas leis antiterrorismo.

Suu Kyi já foi condenado e sentenciada a seis anos de prisão pelas acusações de importar walkie-talkies ilegalmente, incitar a população contra os militares e violar as normas restritivas de saúde contra a covid-19.

Um tribunal da junta militar birmanesa condenou, nesta segunda-feira (10), Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão por três acusações, em uma das ações judiciais contra a governante deposta.

Uma fonte disse à AFP que a líder de 76 anos foi considerada culpada de duas acusações por suposto contrabando de dispositivos de comunicação de rádio (walkie-talkies) e outra por desobedecer as regras sanitárias ligadas ao coronavírus.

O caso dos walkie-talkies teve origem quando os militares invadiram sua casa no dia do golpe e supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.

A sentença de hoje se soma às proferidas em dezembro, quando ela foi condenada a quatro anos por incitação e por quebrar as regras de saúde para o coronavírus durante sua campanha eleitoral.

O chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a sentença para dois anos e disse que poderia cumpri-los em prisão domiciliar na capital Naipyidaw.

O Comitê Nobel norueguês, que concede o Prêmio Nobel da Paz, considerou a condenação desta segunda de "veredicto político".

"O último veredicto contra Aung San Suu Kyi é um veredicto político", disse o presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em declarações à AFP.

"Aung San Suu Kyi continua sendo a combatente mais proeminente na luta pela democracia em Mianmar. O Comitê do Nobel está profundamente preocupado com sua situação", acrescentou.

Suu Kyi está detida desde 1º de fevereiro, quando seu governo foi derrubado por um golpe que pôs fim à breve experiência democrática no país asiático.

O golpe gerou descontentamento geral, mas as forças de segurança reprimiram as manifestações com prisões em massa e violência que deixou mais de 1.400 civis mortos, de acordo com um grupo de monitoramento local.

- Tática de medo -

A sentença de dezembro gerou condenações internacionais e reacendeu os protestos de rua.

Antes do veredicto, a pesquisadora de direitos humanos Manny Maung disse que as novas condenações agravariam o descontentamento nacional.

"O anúncio de sua última condenação resultou em um dos dias de maior interação nas redes sociais dentro de Mianmar e irritou muito o público", disse à AFP.

"Os militares calculam isso (as ações judiciais de Suu Kyi) como uma tática para amedrontar, mas só serve para causar mais raiva", acrescentou.

Os jornalistas não têm acesso às audiências e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.

Sob uma junta militar anterior, a líder civil passou longos períodos em prisão domiciliar na mansão de sua família em Yangoon, a maior cidade de Mianmar.

Ela está atualmente confinada em um local não revelado na capital, e seu único contato com o mundo exterior são reuniões com seus advogados antes de audiências judiciais.

Além dos casos de hoje, ela também enfrenta várias acusações de corrupção, cada uma das quais é punível com 15 anos de prisão, e de violação da lei de segredos oficiais.

Em novembro, ela e 15 outros funcionários, incluindo o ex-presidente Win Myint, foram acusados de suposta fraude eleitoral nas eleições de 2020.

Seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), ganhou as eleições.

Desde o golpe, vários de seus aliados políticos foram detidos e um ministro foi condenado a 75 anos de prisão, enquanto outros permanecem escondidos.

A justiça de Mianmar adiou nesta segunda-feira (20), sem explicações, a sentença do julgamento da líder deposta Aung San Suu Kyi, acusada de ter importado ilegalmente aparelhos de radiocomunicação, informou uma fonte a par do caso.

Suu Kyi, de 76 anos, que já foi condenada a dois anos de prisão, aguardava a sentença pela acusação de importação ilegal de walkie-talkies e de operar os equipamentos sem licença.

A líder birmanesa enfrenta vários processos que podem resultar em sentenças de dezenas de anos na prisão.

Mas nesta segunda-feira o juiz suspendeu a audiência para 27 de dezembro sem apresentar explicações, afirmou a fonte.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 está detida desde que os militares derrubaram seu governo em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período de democracia no país do sudeste asiático.

O governo reprimiu com violência os protestos contra o golpe, com um balanço de mais de 1.300 mortos e mais de 10.000 detidos, de acordo com uma ONG local.

As acusações se devem ao fato de que nas primeiras horas do golpe, quando soldados e policiais invadiram sua casa, supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.

Durante o interrogatório, membros da equipe admitiram que não tinham ordem de busca e apreensão, segundo fonte próxima ao caso.

Recentemente, Suu Kyi foi condenada a quatro ano de prisão pela acusação de incitar a desordem desordem pública contra a junta militar e violar as regras contra a pandemia de covid-19, uma sentença criticada pela comunidade internacional.

O comandante da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a sentença a dois anos e afirmou que Suu Kyi poderia cumprir a pena em prisão domiciliar na capital Naypyidaw.

Suu Kyi também enfrenta várias acusações de corrupção - cada uma pode resultar em penas de até 15 anos de prisão - e por supostamente violar a lei de sigilos oficiais.

A imprensa está proibida de acompanhar as audiências em Naypyidaw e os advogados de Suu Kyi não podem falar com os jornalistas.

- Incomunicável -

Suu Kyi passou longos períodos em prisão domiciliar durante o governo militar anterior na mansão de sua família em Yangon, onde apenas acenava para milhares de pessoas reunidas do outro lado de uma cerca.

Mas o regime de Min Aung Hlaing a mantém confinada em um local não revelado da capital e os contatos com o mundo exterior se limitam a rápidos encontros com os advogados antes das audiências.

A junta também ameaçou dissolver seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), por uma suposta fraude nas eleições de 2020, que os analistas internacionais consideraram livres e justas.

Uma comissão eleitoral designada pela junta para investigar a suposta fraude deve apresentar um relatório no início de 2022, anunciou o ministério da Informação.

Nas últimas semanas, outros dirigentes da LND também foram condenados.

Um ex-ministro recebeu pena de 75 anos de prisão, enquanto uma pessoa próxima a Suu Kyi foi condenada a 20 anos.

Aung San Suu Kyi foi condenada nesta segunda-feira (6) em Mianmar a quatro anos de prisão por incitar a desordem pública e violar as restrições anticovid, a primeira sentença de vários processos que ameaçam a líder deposta a passar décadas na prisão.

A vencedora do Nobel da Paz de 1991, de 76 anos, está detida desde que os militares derrubaram seu governo em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período de democracia em Mianmar.

Desde então, a junta apresentou uma série de acusações contra Suu Kyi, incluindo violação da lei de segredos oficiais, corrupção e fraude eleitoral.

Vários analistas denunciam que este é um processo político para neutralizar a política que venceu as eleições de 2015 e 2020.

Nesta segunda-feira, Suu Kyi "foi condenado a dois anos de prisão sob a seção 505(b) e a dois anos de prisão sob a lei de desastres naturais", afirmou Zaw Min Tun, porta-voz da junta militar que governa o país.

O ex-presidente Win Myint também foi condenado a quatro anos de prisão pelas mesmas acusações, informou o porta-voz, antes de explicar que os dois ainda não serão levados para a prisão.

"Enfrentarão outras acusações nos locais em que permanecem agora", a capital Naypyidaw, acrescentou, sem revelar detalhes.

As acusações por incitação estão relacionadas com as declarações do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (LND), para condenar o golpe de Estado pouco depois da tomada de poder pelos militares.

As acusações relacionadas à pandemia envolvem as eleições do ano passado, vencidas com grande vantagem pelo partido de Suu Kyi, mas os detalhes não foram divulgados: o governo impõe uma ordem de silêncio nos processos judiciais.

Os jornalistas não têm acesso ao tribunal especial na capital birmanesa e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.

Nas últimas semanas, outros membros da LND foram condenados a duras penas de prisão.

Um ex-ministro foi sentenciado a 75 anos de prisão e um amigo de Suu Kyi recebeu penas de 20 anos de detenção.

- "Asfixiar as liberdades" -

A sentença foi criticada pela organização Anistia Internacional, que denunciou uma tentativa da junta militar de "asfixiar as liberdades" com a detenção de Suu Kyi.

"As sentenças severas infligidas a Aung San Suu Kyi por estas falsas acusações são o exemplo mais recente da determinação do exército para eliminar e asfixiar as liberdades em Mianmar", afirmou a AI em um comunicado.

A vencedora do Nobel da Paz pode passar décadas na prisão se for condenada por todas as acusações.

O diretor para Mianmar do centro de estudos International Crisis Group, Richard Horsey, declarou à AFP que as sentenças "representam uma forma para que os militares mostrem seu poder".

"Seria surpreendente, no entanto, se ela fosse enviada à prisão. O mais provável é que cumpra esta e as próximas condenações em sua casa ou em um regime especial de 'residência de hóspedes'", disse.

Mais de 1.300 pessoas morreram e mais de 10.000 foram detidas na repressão contra os dissidentes desde o golpe, segundo uma ONG birmanesa.

Os militares que governaram Mianmar durante décadas defendem o golpe de Estado e alegam denúncias de fraude nas eleições do ano passado.

A pressão internacional para que a junta militar restaure a democracia não parece afetar os generais e a violenta repressão contra os protestos persiste no país.

A ex-líder civil de Mianmar Aung San Suu Kyi, processada desde junho depois de ser derrubada em fevereiro por um golpe militar, prestou depoimento nesta terça-feira (26) pela primeira vez em um tribunal da junta militar, informou uma fonte próxima ao caso.

A vencedora do prêmio Nobel da Paz de 1991, de 76 anos e sob prisão domiciliar em Naypyidaw desde o golpe de Estado, "fez sua declaração no tribunal sozinha", em resposta às acusações de incitar a desordem pública. das quais se declarou inocente em setembro.

Além destas acusações, Suu Kyi está sendo julgada por uma série de crimes: importação ilegal de walkie-talkies, violação das restrições vinculadas à covid-19, sedição e corrupção.

A ex-líder birmanesa enfrenta a possibilidade de dezenas de anos de prisão. O conteúdo do depoimento "não pode ser revelado" até que o tribunal certifique suas declarações, de acordo com a mesma fonte. Ele disse que isto pode acontecer na próxima semana.

As autoridades negaram aos jornalistas acesso ao processo de Suu Kyi, que se acontece a portas fechadas em um tribunal especial da capital Naypyidaw.

Seu principal advogado, Khin Maung Zaw, anunciou recentemente que não tem o direito de falar com a imprensa, diplomatas estrangeiros e organizações internacionais, devido a uma ordem do regime militar.

O golpe de 1º de fevereiro acabou com um breve período democrático de uma década no país.

Desde então, o exército executa uma repressão violenta contra os opositores.

A líder civil birmanesa deposta Aung San Suu Kyi não participou da retomada de seu julgamento, que teve de ser adiado mais uma vez, por problemas de saúde da ré - informou sua advogada nesta segunda-feira (13).

O processo seria retomado hoje, após dois meses de suspensão pela pandemia. A Prêmio Nobel da Paz é acusada de violar as restrições sanitárias pela Covid-19 e de importação ilegal de walkie-talkies.

Em prisão domiciliar desde o golpe de Estado militar de fevereiro, a líder civil de 76 anos se reuniu com sua equipe jurídica antes da sessão e teve de voltar para casa, porque ficou tonta no carro, relatou sua advogada Min Soe.

"Ela não foi a lugar algum de carro nos últimos dois meses. Por isso, ficou tonta no carro hoje (...) Disse que precisava voltar para casa para descansar", completou a advogada.

À exceção dos encontros com seus advogados e de suas aparições no tribunal, Aung San Suu Kyi se encontra isolada do mundo. Entre as outras acusações que pesam sobre ela, estão sedição, aceitação de suborno e violação de uma lei de sigilo da era colonial. Ao todo, pode ser condenada a uma sentença de mais de dez anos de prisão.

Sua advogada, Min Min Soe, informou hoje que sua cliente recebeu novas acusações de corrupção.

A junta militar de Mianmar abriu novos processos por suspeita de corrupção contra a líder civil Aung San Suu Kyi, que já está sendo julgada por um amplo leque de acusações que podem levá-la a mais de dez anos de prisão - anunciou seu advogado nesta terça-feira (13).

Em prisão domiciliar desde o golpe de Estado de fevereiro deste ano, a ex-líder de facto do governo civil está sendo processada por sedição, por violar uma lei de segredos de Estado da época colonial, por importação ilegal de walkie talkies e por ter, supostamente, recebido meio milhão de dólares e dez quilos de ouro em suborno.

Hoje, seu advogado, Khin Maung Zaw, disse à imprensa que sua cliente enfrentará quatro novas acusações de corrupção.

Sua equipe jurídica ainda não pôde ver "as primeiras atas (de acusação) e outros documentos" destas novas acusações, que serão julgadas em um tribunal de Mandalay (centro) a partir de 22 de julho, acrescentou.

A líder civil de 76 anos está na metade de outro julgamento, na capital Naipyidó. Uma audiência sobre as acusações de que teria violado as medidas sanitárias vinculadas à pandemia da covid-19 estava prevista para hoje. Foi adiada, porque nenhuma testemunha de acusação se apresentou, relatou o advogado de Suu Kyi.

O primeiro julgamento contra a ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi, derrubada por um golpe de Estado da junta militar há mais de quatro meses, começa nesta segunda-feira (14), um processo que os observadores chamaram de "espetáculo motivado apenas por motivos políticos".

Um tribunal, com fortes medidas de segurança, foi criado especialmente para isso na capital, Naypyidaw, construída no meio da selva na década de 1990 pelo antigo regime militar.

Presa no dia 1º de fevereiro e colocada em prisão domiciliar desde então, a prêmio Nobel da Paz de 1991 - "em boa saúde", segundo seus advogados, apesar de semanas de isolamento - deve enfrentar múltiplos e variados processos judiciais.

Nesta segunda-feira, ela deve ser julgada por importação ilegal de walkie-talkies, desrespeito às restrições anticovid e violação de uma lei de telecomunicações.

"O tribunal ouvirá os testemunhos da acusação. Aung San Suu Kyi não testemunhará hoje", disse um de seus advogados, Khin Maung Zaw, à AFP.

Em um segundo processo, ela será julgada a partir de terça-feira por sedição, ao lado do ex-presidente da República Win Myint.

A ex-chefe de fato do governo, de 75 anos, também foi indiciada por ter violado uma lei da era colonial sobre segredos de Estado e corrupção, acusada de ter recebido meio milhão de dólares e dez quilos de ouro em propina.

Até o momento, nenhuma data foi comunicada para esses dois processos, cujas denúncias acarretam as piores penas.

- Preparar-se "para o pior" -

Se condenada, Aung San Suu Kyi pode pegar muitos anos de prisão.

O chefe da junta, "Min Aung Hlaing, está determinado a prendê-la pelo resto de sua vida", disse à AFP Debbie Stothard, coordenadora da rede Alternativa ASEAN. "Vamos testemunhar um processo de espetáculo motivado unicamente por razões políticas".

A ex-líder só foi autorizada a se reunir com sua equipe jurídica em duas ocasiões. E cada reunião tinha que durar menos de meia hora.

"Estamos nos preparando para o pior", disse Khin Maung Zaw, que denunciou as "absurdas" acusações criadas com o objetivo de "mantê-la fora da cena (política) do país e manchar sua imagem".

Para justificar o golpe de Estado, o exército alegou fraude nas eleições legislativas de novembro de 2020, nas quais a Liga Nacional para a Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi venceu de forma esmagadora.

A junta ameaça dissolver essa formação e garante que organizará novas eleições em dois anos.

Desde então, o país, que viveu um parêntese democrático de 10 anos, tem sido uma panela de pressão, com manifestações quase diárias e a economia paralisada por greves. Os confrontos entre o Exército e facções étnicas rebeldes também aumentaram.

As forças de segurança reprimiram violentamente a mobilização pró-democracia: nos últimos meses morreram 860 civis, incluindo crianças, segundo a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP).

Quase 5.000 pessoas estão detidas e várias ONGs denunciam execuções extrajudiciais, tortura e violência contra as mulheres.

Nesta segunda-feira, o jornalista americano Nathan Maung, detido no país desde março, foi libertado, segundo seu advogado, e retornará aos Estados Unidos na terça-feira.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou a escalada da violência na sexta-feira, acrescentando que a junta militar é "totalmente responsável por esta crise".

Aung San Suu Kyi já passou 15 anos em prisão domiciliar em ditaduras militares anteriores. Ela foi libertada em 2010 e assumiu o governo do país cinco anos depois.

Por muito tempo considerada um símbolo da democracia, como Nelson Mandela, sua imagem internacional se deteriorou acentuadamente quando centenas de milhares de muçulmanos rohingyas fugiram para Bangladesh em 2017 devido a abusos por parte do Exército.

Na ocasião, a líder birmanesa não condenou este drama e negou qualquer "tentativa de genocídio" por parte dos militares.

As forças de segurança birmanesas dispersaram nesta sexta-feira (26) em Yangon centenas de manifestantes que exigiam o retorno da democracia e a libertação de Aung San Suu Kyi, em um novo dia de tensões após o golpe de Estado no país.

Mianmar continua mergulhada em uma onda de protestos, com manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas, desde que os militares tomaram o poder em 1º de fevereiro.

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A enviada da ONU a Mianmar, Christine Schraner Burgener, condenou "energicamente" as recentes ações da junta militar, inclusive seu "inaceitável" uso da força letal, disse nesta sexta à Assembleia Geral da ONU, reunida em sessão especial sobre a situação neste país do sudeste asiático.

A polícia e o exército intervieram com rigor em algumas localidades, mas em Yangon, a capital econômica, até agora tinham conseguido dispersar os protestos com importantes contingentes, sem o uso excessivo da força.

No entanto, nesta sexta, os agentes da tropa de choque foram ao encontro dos manifestantes, embora a maioria deles estivesse sentada no chão e repetisse lemas a favor da democracia.

Seis manifestantes foram detidos, entre eles um jornalista japonês independente, que "levou um golpe na cabeça com um cassetete, mas usava um capacete", relatou o assistente do jornalista no Facebook.

Os manifestantes ergueram barricadas com mesas e arame farpado para barrar a intervenção policial.

"O fracasso da ditadura é a nossa causa, nossa causa!", gritavam os manifestantes.

- Polícia atira pedras -

Também houve protestos em Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país.

Milhares de pessoas se concentraram no centro da cidade, muitas vestidas de branco e usando máscaras e chapéus vermelhos, cor da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi.

Ao final do protesto, a polícia usou estilingues para atirar pedras contra os manifestantes. Cinco deles ficaram feridos, um deles gravemente, informou o médico Thet Htay.

Em Yangon, o clima está tenso desde a quinta-feira, quando foi autorizada uma concentração pró-militar em uma região do centro da cidade que no geral fica vetada às manifestações.

O número de mortos desde o golpe de Estado subiu para cinco e são 720 os detidos desde então, segundo uma associação de ajuda aos presos políticos, inclusive um economista australiano, Sean Turnell, assessor de Aung San Suu Kyi.

De acordo com o jornal estatal Mirror Daily, as forças de segurança usaram granadas de dispersão e atiraram munição real para o alto para dispersar os protestos.

- "Reverter essa situação inadmissível" -

Enquanto a tensão permanece nas ruas de Mianmar, a comunidade internacional continua denunciando o uso da força por parte da junta militar.

"Não há justificativa para as ações dos militares e devemos continuar pedindo para reverter essa situação inadmissível, esgotando todos os canais bilaterais e multilaterais para voltar a encaminhar Mianmar no rumo da democracia", disse nesta sexta a enviada da ONU a Mianmar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em videoconferência.

Além disso, o embaixador birmanês na ONU, Kyaw Moe Tun, expressou uma oposição categórica aos militares e exigiu o fim do golpe de Estado.

"Precisamos da ação mais enérgica possível da comunidade internacional para pôr fim imediatamente ao golpe militar", disse, com voz embargada, à Assembleia Geral.

A União Europeia e os Estados Unidos já tinham aumentado a pressão sobre a junta com o anúncio no começo desta semana de novas sanções econômicas contra líderes do governo militar.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, condenou nesta quinta-feira a "detenção e indiciamento" da ex-chefe de Governo de fato de Mianmar, Aung San Suu Kyi, após um golpe de Estado militar e pediu sua libertação imediata.

"Condenamos a detenção e o indiciamento de Aung San Suu Kyi e de outros funcionários eleitos. Devem ser liberados imediatamente e as acusações contra eles devem ser retiradas", afirmou Raab no Twitter.

O exército birmanês anunciou na segunda-feira (1°) o estado de emergência por um ano e prendeu Aung San Suu Kyi, assim como outros dirigentes de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND).

A líder birmanesa, de 75 anos, que está em prisão domiciliar na capital, Naypyidaw, em um local não revelado, segundo a LND, foi acusada acusada de ter violado uma norma comercial.

"A democracia não deve retroceder", completou Raab, antes de informar que o Reino Unido está consultando vários países sobre os passos a seguir agora.

Três dias após o golpe de Estado militar em Mianmar, condenado pela ONU e vários países, começam a emergir sinais de resistência no país, como protestos nas ruas e apelos nas redes sociais.

O exército de Mianmar parecia ter o controle do país nesta terça-feira (2), após o golpe de Estado da véspera que resultou na detenção da então líder do governo Aung San Suu Kyi, ao mesmo tempo que ignora as críticas internacionais.

Os militares, que discordam dos resultados das eleições legislativas de novembro, proclamaram na segunda-feira (1°) estado de emergência por um ano. Acabaram assim com um período democrático de 10 anos.

Eles prenderam Aung San Suu Kyi, de 75 anos, e outros dirigentes de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), pouco antes da primeira sessão do novo Parlamento.

Nesta terça-feira, a LND pediu a libertação imediata de Suu Kyi.

"Libertem todos os detidos, incluindo o presidente (Win Myint) e a conselheira de Estado (Suu Kyi)", escreveu a LND em sua página do Facebook. Este golpe é "uma mancha na história do Estado e do Tatmadaw", nome oficial do exército birmanês, completa a nota.

Muitos países, como os Estados Unidos, condenaram o golpe de Estado e ameaçaram adotar sanções. Nesta terça-feira acontecerá uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Durante a manhã não havia sinais de presença militar significativa em Yangun, a capital econômica do país, prova de que os militares confiam que controlam os país 24 horas depois do golpe, segundo analistas.

As linhas telefônicas e o acesso a internet funcionavam novamente e os bancos reabriram as portas, mas o aeroporto internacional de Yangun permanece fechado.

Os mercados e as ruas, geralmente lotados apesar da pandemia de coronavírus, estavam mais tranquilos que o normal, mas alguns moradores compareceram aos parques para fazer exercícios.

Muitas pessoas preferem não comentar a situação por medo de represálias, em um país que viveu, desde sua independência em 1948, sob o jugo da ditadura militar por quase 50 anos.

"As pessoas têm medo de criticar abertamente, embora não gostem do que está acontecendo", declarou à AFP Maung Zaw diante de um açougue.

Aung Sann Suu Kyi "está nas mãos dos militares, não podemos fazer muita coisa", disse um taxista que não revelou sua identidade.

- Suu Kyi em prisão domiciliar? -

O exército não divulgou informações sobre o local de detenção da vencedora do Nobel da Paz, do presidente Win Myint e de outros altos funcionários da LND.

"Nos disseram que estava em prisão domiciliar em sua casa de Naypyidaw", a capital, afirmou à AFP um integrante de seu partido que pediu anonimato. "Mas estamos preocupados", completou o deputado, que também está em prisão domiciliar no edifício em que moram os parlamentares.

Para justificar o golpe, os militares afirmaram que as legislativas de novembro, vencidas com folga pela LND, foram marcadas por "enormes irregularidades". A Comissão Eleitoral nega a acusação.

Ao pressentir o que aconteceria, Aung San Suu Kyi havia preparado uma mensagem na qual pedia aos birmaneses que "não aceitem o golpe de Estado".

O exército prometeu celebrar novas eleições "livres e justas" após o estado de emergência de um ano.

Mas os generais permanecem em silêncio antes as fortes condenações do exterior.

O presidente americano, Joe Biden, pediu à comunidade internacional que "fale com uma só voz para exigir que o exército birmanês devolva imediatamente o poder". ONU e União Europeia também condenaram o golpe.

A China se negou a criticar e se limitou a pedir às partes que "resolvam as divergências".

Na área econômica, a montadora japonesa suspendeu por tempo indeterminado a produção em suas duas fábricas em Mianmar.

- Um pária no exterior -

O comandante das Forças Armadas, Min Aung Hlaing, que agora concentra a maioria dos poderes, é um pária para os países ocidentais devido à violenta repressão executada pelos militares contra a minoria muçulmana rohingya.

Por esta tragédia, Mianmar foi acusada de "genocídio" na Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal da ONU.

Aung San Suu Kyi, muito criticada pela comunidade internacional por sua passividade nesta crise, que levou centenas de milhares de rohingyas a buscar refúgio em Bangladesh, continua sendo venerada em seu país.

"Mãe Suu", que viveu muito tempo no exílio, retornou a Mianmar em 1988 e se tornou a maior figura da oposição contra a ditadura militar. Passou 15 anos em prisão domiciliar antes de ser liberada pelo exército em 2010.

Em 2015, a LND obteve uma ampla maioria nas eleições, mas a ex-dissidente foi obrigada a compartilhar o poder com o exército ainda muito poderoso.

Apesar da crise dos rohingyas, o Ocidente "deve respeitar" o resultado das legislativas de novembro, que a LND venceu com facilidade, afirmou Derek Mitchell, ex-embaixador dos Estados Unidos em Mianmar. "Não é a pessoa, é o processo democrático que está em jogo".

O influente exército de Mianmar deu um golpe de Estado nesta segunda-feira (1°) - anunciou a detenção da líder de fato do governo civil, Aung San Suu Kyi, que pediu à população que não aceite" a situação, e proclamou estado de emergência por um ano.

O golpe, sem atos de violência, é "necessário para preservar a estabilidade", afirmaram os militares, que prometeram em um comunicado organizar eleições "livres e justas" ao final do estado de emergência.

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Os militares acusam a Comissão Eleitoral de não ter corrigido as "enormes irregularidades" registradas, segundo o Exército, nas legislativas de novembro, vencidas por ampla maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), que estava no poder desde as eleições de 2015.

Aung San Suu Kyim o presidente da República, Win Myint, e outros líderes do partido foram detidos em Naypyidaw, a capital do país, informou à AFP Myo Nyunt, porta-voz da LND, poucas horas antes da primeira sessão do Parlamento formado nas eleições de novembro.

Os militares bloquearam as estradas ao redor da capital com tropas armadas, caminhões e veículos blindados de transporte, enquanto os helicópteros militares sobrevoavam a cidade.

Em seu canal de televisão, o Exército anunciou o estado de emergência com duração de um ano e que o ex-general Myint Swe será o presidente em exercício nos próximos 12 meses.

Os militares justificaram o golpe, alegando "enormes irregularidades" nas eleições de novembro que não foram solucionadas pela Comissão Eleitoral.

"Como a situação deve ser resolvida de acordo com a lei, declara-se o estado de emergência", afirma um comunicado.

Algumas horas mais tarde, o Exército se comprometeu a celebrar novas eleições após o estado de exceção.

"Colocaremos em funcionamento uma autêntica democracia pluripartidária", afirmaram os militares em um comunicado no Facebook.

Após sua detenção, Aung San Suu Kyi pediu em uma mensagem à população que "não aceite o golpe de Estado", em uma carta publicada por seu partido.

Os militares atuaram rapidamente para reprimir a dissidência, com restrições às comunicações por Internet e por telefones celulares em todo país.

Em Yangun, a antiga capital do país que continua sendo o centro econômico do país, as tropas assumiram o controle da prefeitura pouco antes do anúncio.

Os bancos fecharam as portas temporariamente, devido à conexão ruim da Internet, informou a Associação de Bancos.

Vários caminhões com simpatizantes do Exército exibindo bandeiras de Mianmar e cantando hinos nacionalistas foram observados em Yangun. Alguns membros da LND afirmaram que as forças de segurança ordenaram que permanecessem em casa.

O ministro-chefe do estado de Karen e outros ministros regionais também foram detidos, segundo fontes do partido.

- "Milhões" de fraudes -

O golpe de Estado provocou uma avalanche de condenações internacionais. Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia criticaram de maneira imediata o golpe, enquanto a China se limitou a pedir às partes envolvidas que "solucionem suas diferenças".

"O governo dos Estados Unidos se opõe a qualquer tentativa de alterar o resultado das recentes eleições (...) vamos adotar ações contra os responsáveis", advertiu a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em um comunicado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condenou firmemente" a detenção de Aung San Suu Kyi. "Estes atos representam um duro golpe para as reformas democráticas em Mianmar", completou.

O golpe de Estado aconteceu pouco antes da primeira sessão, programada para esta segunda-feira, do Parlamento formado nas legislativas.

Mianmar saiu há apenas dez anos de um regime militar que governou o país durante quase meio século. Os dois últimos golpes de Estado desde a independência do país em 1948 aconteceram em 1962 e 1988.

Os militares denunciavam há várias semanas mais de 10 milhões de casos de fraudes nas eleições legislativas de novembro.

Eles exigiam que a Comissão Eleitoral comandada pelo governo publicasse a lista dos eleitores para uma verificação, o que não aconteceu.

Os temores aumentaram quando o comandante do Exército, o general Min Aung Hlaing, o homem mais poderoso de Mianmar, declarou que a Constituição poderia ser "revogada" sob certas circunstâncias.

- "Relação complicada"-

O partido de Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz de 1991, muito criticada por sua gestão da crise dos muçulmanos rohingyas, mas ainda muito venerada por boa parte da população, obteve uma grande vitória em novembro.

Quase 750.000 membros desta minoria fugiram dos abusos do Exército e das milícias budistas em 2017 e se refugiaram em acampamentos em Bangladesh, uma tragédia que levou Mianmar a ser acusada de "genocídio" na Corte Internacional de Justiça (CIJ), o principal órgão judicial da ONU.

A votação de novembro foi a segunda eleição geral desde 2011, quando a junta militar foi dissolvida.

Em 2015, a LND venceu por ampla maioria, mas se viu obrigada a compartilhar o poder com o Exército, que controla três ministérios cruciais (Interior, Defesa e Fronteiras).

Exilada durante muito tempo no Reino Unido, Aung San Suu Kyi, de 75 anos, retornou a Mianmar em 1988 e se tornou a principal figura da oposição ante a ditadura militar.

Ela passou 15 anos em prisão domiciliar antes de ser libertada pelo Exército em 2010.

O Papa teve nesta terça-feira (28) uma esperada reunião com a líder birmanesa Aung San Suu Kyi, em que grupos de defesa dos direitos humanos desejavam que Francisco aludisse à crise da minoria muçulmana rohingya.

O pontífice e a líder do país se encontraram no palácio presidencial, na capital Naypyidaw, para uma reunião de 45 minutos previsivelmente centrada no destino dos 620.000 rohinygas que refugiaram em Bangladesh, fugindo da repressão do exército birmanês.

Poucos dias após o início da violência contra essa comunidade muçulmana, em agosto, o Papa expressou "toda a sua proximidade", ao se referir aos seus "irmãos rohingyas".

"Todos nós pedimos ao Senhor que os salve e que inspire homens e mulheres de boa vontade a ajudá-los a ter todos os seus direitos respeitados", acrescentou.

Diante de milhares de fiéis reunidos em Roma, em fevereiro, já havia falado de "pessoas boas e pacíficas" que "sofrem há anos" e denunciou o tratamento que lhes é reservado: "tortura e morte devido às suas tradições e fé".

A prestigiosa Universidade britânica de Oxford decidiu retirar de suas paredes um retrato da líder birmanesa, Aung San Suu Kyi, ex-estudante da instituição, enquanto a ONU acusa Mianmar de fazer uma limpeza étnica entre a minoria rohingya.

"No início de setembro, recebemos um novo quadro que decidimos exibir. O quadro de Aung San Suu Kyi foi guardado em um lugar seguro", justificou a universidade em um breve comunicado, rejeitando qualquer ligação entre essa decisão e a atual crise em Mianmar.

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O retrato de Aung San Suu Kyi foi feito em 1997 pelo pintor chinês Chen Yanning. Em seu lugar, agora está a tela "Morning Glory", do artista japonês Yoshihiro Takada.

Aung San Suu Kyi estudou Política, Economia e Filosofia nessa universidade, entre 1964 e 1967.

Agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por sua resistência pró-democracia contra a junta militar, a "Dama de Rangun" chegou a receber o título "honoris causa" em Direito por Oxford em 2012.

Simpatizantes da líder de oposição Aung San Suu Kyi comemoraram com euforia o anúncio feito neste domingo por seu partido de que havia conseguido um assento no Parlamento após histórica eleição em Mianmar. A vitória, se confirmada, dará a Suu Kyi um cargo público pela primeira vez, representando um marco na Nação do sudeste asiático, que os militares controlam quase que exclusivamente por meio século e onde o novo governo reformado pretende obter legitimidade e o apoio do Ocidente.

Sua vitória representará também um prêmio em sua carreira política e uma reviravolta espetacular no destino da ganhadora do prêmio Nobel da Paz, que a junta militar manteve presa em casa por cerca de duas décadas.

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A vitória foi anunciada em um placar digital sobre a sede da Liga Nacional pela Democracia, na cidade de Yangon, principal de Mianmar, onde mais de mil pessoas se reuniam. "Vencemos, vencemos", diziam os simpatizantes, ao mesmo tempo em que batiam palmas, dançavam e balançavam as bandeiras vermelhas do partido. O resultado tem de ser confirmado pela comissão oficial eleitoral, declaração que pode demorar alguns dias.

A Liga Nacional pela Democracia denunciou várias irregularidades durante a votação. Segundo o porta-voz do partido, Nyan Win, até o meio dia o partido já havia feito registro de mais de 50 irregularidades para a Comissão Eleitoral. Entre as acusações constava a de cédulas que haviam sido enceradas para dificultar que o papel fosse assinalado e da falta do selo da Comissão Eleitoral em cédulas, o que as fazem com que sejam consideradas inválidos.

As eleições deste domingo são para preencher apenas 45 assentos que estavam vagos no Parlamento Nacional de 664 cadeiras e não devem mudar o poder do atual governo, que ainda é fortemente controlado por generais aposentados. Suu Kyi e outros candidatos da oposição não terão voz de decisão no Parlamento. Mesmo assim, trazem esperança as massas de Mianmar, que cresceram sob o comando dos militares. A vitória de Suu Kyi deve também simbolizar um grande avanço em direção à reconciliação nacional. As informações são da Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que enviará a secretária de Estado, Hillary Clinton, a Mianmar (antiga Birmânia) no próximo mês, na primeira visita de um secretário de Estado americano ao país asiático em mais de 50 anos. Algumas horas após a declaração de Obama, a Liga Nacional pela Democracia, de Mianmar, se registrou como partido político. A Liga Nacional é o partido da ativista Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz e que ficou vários anos presa pela junta militar que governava o país.

"Após anos de escuridão, nós vemos centelhas de progresso", disse Obama a respeito de Mianmar, informou o Wall Street Journal. Ele falou em Bali, na Indonésia, onde nesta semana os governantes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) disseram que Mianmar chefiará o bloco de dez países em 2014. O presidente de Mianmar, Thein Sein, participou da cúpula.

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Obama tomou a decisão de enviar Hillary a Mianmar após falar pelo telefone com a ativista Suu Kyi, a bordo do avião presidencial Air Force One, quando voltava para a Austrália. A ativista reportou ao presidente dos EUA a situação política atual de Mianmar e disse que uma visita da secretária de Estado seria bem-vinda.

As informações são da Dow Jones.

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