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Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte desenvolveram um algoritmo que ajuda a detectar autismo em bebês. Os testes mostraram uma taxa de 81% de precisão e 88% de sensibilidade (taxa de positividade do teste).

Os cientistas preparam o algoritmo para encontrar sinais prematuros de autismo usando exames cerebrais e fazendo os três sinais mais comuns: a superfície, o volume do cérebro e o sexo do bebê (autismo é mais comum em homens).

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A inteligência artificial foi capaz de detectar autismo em bebês entre 6 e 12 meses, a maioria foi diagnosticada com autismo ao completarem dois anos de idade. Segundo os pesquisadores, é difícil encontrar exames cerebrais de bebês e na maioria das vezes esses exames tem um alto custo. 

 

Os bebês cujos cérebros crescem mais rápido que a média durante seu primeiro ano de vida têm mais chances de ser diagnosticados com autismo aos dois anos, e tal crescimento pode ser identificado em uma ressonância magnética, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature.

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá realizou exames de ressonância magnética para estudar os cérebros de 106 bebês que tinham um irmão com distúrbios relacionados ao autismo - e, portanto, tinham alto risco de desenvolver a doença - e os de 42 bebês sem casos de autismo na família. Os exames foram realizados entre os seis meses e os dois anos de idade.

O estudo encontrou um crescimento mais rápido da superfície do córtex cerebral aos seis e aos 12 meses de idade nos bebês do grupo de alto risco que foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais tarde, aos dois anos, em comparação com as crianças não afetadas.

Este aumento da superfície do córtex cerebral se traduziu depois em um crescimento maior do volume total do cérebro. Os cientistas já sabiam que as crianças com TEA costumam ter o cérebro mais volumoso que a média, mas ainda não havia sido estabelecido em que idade esta diferença aparece. 

O autismo pode ser diagnosticado a partir dos dois anos de idade, que é quando os problemas comportamentais e de comunicação começam a se tornar evidentes.

Intervenção "pré-sintomática"

Com base em suas descobertas, a equipe desenvolveu um algoritmo de computador para prever, com uma precisão de cerca de 80%, quais crianças irão desenvolver TEA.

"Nosso estudo mostra que biomarcadores do desenvolvimento precoce do cérebro poderiam ser muito úteis na identificação de bebês com maior risco de autismo antes dos sintomas comportamentais aparecerem", disse o autor sênior do estudo Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte.

Tal teste pode ser útil para intervir "pré-sintomaticamente", em uma idade em que o cérebro humano é mais maleável, disse uma declaração da universidade. "Essas intervenções podem ter uma maior chance de melhorar os resultados do que os tratamentos iniciados após o diagnóstico", acrescentou.

É necessário realizar pesquisas adicionais e em maior escala antes de que as ressonâncias magnéticas possam ser usadas como uma ferramenta clínica para a detecção precoce do autismo, advertiram os pesquisadores. O TEA é um grupo de transtornos do desenvolvimento cerebral que inclui condições como o autismo e a síndrome de Asperger, todos caracterizados por dificuldades de interação social e comunicação.

Os afetados geralmente apresentam comportamentos repetitivos, enquanto alguns se destacam em habilidades não verbais, como a matemática. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de uma em cada 160 crianças tem TEA. Não há cura para o TEA, mas os problemas podem ser atenuados através da realização de um tratamento precoce adequado, e por isso é importante estabelecer um diagnóstico o quanto antes.

No próximo dia 10 de dezembro, às 16h, no estádio Engenheiro Araripe, os capixabas terá a oportunidade de reviver grandes momentos de uma dupla que fez muito sucesso atuando com a camisa do Flamengo: Sávio e Romário. Os dois ex-jogadores unirão forças em prol dos autistas do Espírito Santo na terceira edição do “Gol Azul”, jogo beneficente realizado pela Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (AMAES). 

Sávio e Romário reeditarão um dos ataques mais letais que o futebol brasileiro já viu. Nas três temporadas em que atuaram juntos (1995/96/97) foram 110 jogos e 139 gols, alcançando a espetacular média de 1,26 gols por jogo. “O Romário foi o meu grande parceiro de ataque. Jogamos juntos num momento em que ambos estavam numa forma física e técnica espetacular. Eu sabia que se conseguisse fazer a bola chegar nele com qualidade, a chance de gol seria muito grande”, revelou Sávio.

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Dos 139 gols da dupla, 98 foram anotados por Romário e 41 por Savio, que brincou com a situação. “Acho que poderíamos incluir as assistências nessas estatísticas pra dar uma equilibrada nesses números, mas brincadeiras à parte, o Romário dentro da área realmente foi um dos melhores, senão o melhor, de todos os tempos”.

A última vez que a dupla atuou junto e marcou gols foi no dia 16 de julho de 1997 pelo Campeonato Brasileiro, quando o Flamengo goleou o Goiás por 4×1, com um gol de Sávio e três de Romário. “Espero que o povo capixaba compareça em peso para prestigiar esse evento que tem uma causa muito nobre”, finalizou Sávio.

Aldair, Adílio, Gilberto, entre outras personalidades também já confirmaram presença no evento.

Com informações da assessoria

Uma intervenção precoce, aos 2 anos de idade, pode melhorar o prognóstico dos casos de autismo com a ajuda aos pais na comunicação com o filho, reduzindo os sintomas da enfermidade, revela um estudo publicado nesta quarta-feira (26) na revista médica The Lancet.

O estudo, que analisa 152 crianças divididas em dois grupos, concluiu que o primeiro se beneficiou de uma intervenção precoce em relação ao segundo, limitado à assistência habitual dos centros especializados em autismo. Todos os menores foram acompanhados durante seis anos.

Segundo a revista, este é o primeiro estudo a identificar o efeito a longo prazo de uma intervenção precoce em casos de autismo. Os resultados são "alentadores", declarou o diretor do estudo, o acadêmico Jonathan Green, da Universidade de Manchester, destacando que foram atenuados muitos sintomas.

O especialista acrescentou que a terapia não é uma solução, já que as crianças melhoraram mas seguiram apresentando sintomas do autismo. O método se baseia em gravar os pais interagindo com seus filhos para que os terapeutas possam ajudá-los a entender e a ter uma comunicação melhor.

Os pais fazem 12 sessões de terapia, durante seis meses, seguidas de sessões mensais durante o semestre seguinte. Também devem se comprometer a dedicar entre 20 e 30 minutos diários às atividades de comunicação e a brincadeiras planejadas com os filhos.

Em termos gerais, o estudo concluiu que o grupo submetido ao tratamento apresentou uma redução de 17% no percentual de crianças com sintomas graves. O estudo também revelou uma melhora na comunicação entre as crianças e seus país, que relataram um progresso dos filhos no relacionamento com os colegas e na comunicação social, além de uma redução nos comportamentos repetitivos.

Mas nenhum dos dois grupos apresentou melhora em indicadores de saúde mental como ansiedade, depressão e atitudes desafiadoras. Em seu crescimento, as crianças com autismo vão seguir necessitando ajuda em muitos aspectos de sua vida, destacaram os autores, que seguem trabalhando para melhorar seu método.

Da próxima sexta-feira (7) até o dia 25 deste mês, O River Shopping receberá a exposição fotográfica “Infinito Particular”. Inédita, a mostra, protagonizada por crianças autistas, buscar sensibilizar a sociedade acerca da importância da inclusão.

Com exibição de 14 grandes painéis compostos por fotos e textos, a mostra contará histórias de crianças autistas. A exposição é assinada pela fotógrafa Rosângela Sá e contará com sete crianças ao todo, sendo cinco autistas e duas sem nenhum tipo de psicopatologia.

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De acordo com Rosângela Sá, é gratificante ter feito registros tão importantes. “Estou muito feliz por ter constatado que criança é criança, independente de ter autismo ou não. Nesses ensaios, fiz exatamente tudo o que faço com crianças neurotípicas – mas de acordo com a particularidade de cada uma delas – e o resultado foi ainda mais incrível. Estou imensamente grata ao universo por me propiciar tal experiência e de ter comigo pessoas maravilhosas que fizeram o meu sonho de fotografar crianças especiais uma realidade”, comenta, conforme informações da assessoria de imprensa.

A exposição poderá ser visitada de forma gratuita de segunda a sábado, das 10h às 22h, bem como aos domingos, das 14h às 22h. O River Shopping fica na Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio, 100, área central de Petrolina.   

As famílias que têm entre seus membros pessoas com autismo ou alguma outra forma de desenvolvimento atípico conhecem as dificuldades de colocar regras diárias para cumprimento de tarefas simples como escovar os dentes, lavar as mãos ou arrumar o quarto. Na busca por oferecer uma rotina, algumas empresas desenvolvem aplicativos específicos para essa finalidade, porém, muitas vezes o custo para ter essa facilidade no smartphone ou tablet é bem alto. Algumas opções no mercado chegam a custar U$ 180 (cerca de R$ 600).

Das opções que prometem oferecer ajuda no dia a dia temos o "First-Then Visual Schedule", que custa U$ 9,99 (cerca de R$ 32) para iOS e R$ 12,93 para Android. Trata-se de um calendário em que os pais colocam as atividades e a criança as executa de acordo com os horários determinados, com a ajuda de alarmes que soam no tempo certo. Também com esse conteúdo, há o serviço "Minha Rotina Especial", que tem a mesma função e preço, e está disponível em português.

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Já o "Sono Flex" é um aplicativo para pessoas com dificuldade na fala e funciona da seguinte forma - possui uma interface com desenhos das atividades em que a pessoa cria as expressões que quer utilizar. Depois, basta clicar no botão de play que a frase é dita. Esse é o que custa U$ 180 na versão iOS e também está disponível em português. Não há versão para Android.

Disponível apenas na plataforma iOS, o aplicativo "Jujuba", da empresa homônima, custa U$ 4,99 e pode ser testado com todos os recursos gratuitamente por até 30 dias. Com uma interface simples, o serviço permite customizar imagens das tarefas ou inserir vídeos com orientações. Também possui funções de agenda e alarmes para serem configuradas em conjunto com as atividades e um sistema de recompensas para cada atividade cumprida.

Crianças que apresentaram indícios de Transtorno do Espectro Autista e outras deficiências nas creches e creches-escolas do Recife estão sendo avaliadas. Profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia atenderam 75 crianças, com idades entre 0 e 5 anos, na última sexta-feira (1º), quando ocorreu a primeira etapa do Projeto Mutirão da Saúde. 

O objetivo do projeto é promover um acompanhamento precoce para minimizar as dificuldades de aprendizado desses alunos antes do acesso ao Ensino Fundamental. Segundo a Prefeitura do Recife, caso a equipe multidisciplinar constate indícios de alguma deficiência, as crianças serão encaminhadas para atendimento médico para que sejam devidamente diagnosticadas e, se algo for comprovado, recebem o laudo médico.

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Com o diagnóstico em mãos, além do tratamento médico, os estudantes poderão receber atendimento multidisciplinar na Associação dos Pais e Amigos Excepcionais (APAE) e no Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac). As crianças também terão acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas unidades de ensino municipais. 

Atualmente, há mais de 3,6 mil estudantes com deficiência na rede municipal de ensino do Recife distribuídos nas salas regulares de todas as unidades infantis, tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com a gestação municipal, eles desenvolvem trabalhos direcionados com 254 professores do AEE, que são docentes com pós-graduação em Educação Especial. 

Os alunos com deficiência mais dependentes são acompanhado diariamente por estagiários e, recentemente, por Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE). Um concurso para contratação de 500 AADEEs foi realizado em 2015 e, neste ano, 100 aprovados foram convocados.

O Projeto Mutirão da Saúde é uma parceria da prefeitura, Cervac e APAE. O próximo grupo de estudantes passará pelo atendimento global na próxima sexta-feira (8), na sede da APAE, no bairro do Monteiro, Zona Norte do Recife.

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--> Em PE, inclusão para autistas ainda é um desafio

Crianças com deficiência, que residem no município de Paulista, poderão participar do primeiro Arraial da Inclusão. O evento ocorrerá no próximo domingo (19), das 14h às 18h, no Clube Municipal do Nobre.

Além do arrastapé e comidas típicas do período junino, a festa contará com um bazar de roupas e brinquedos, a fim de gerar recursos para o Grupo Mães Guerreiras do Paulista, formado por mulheres que têm filhos com algum tipo de síndrome. Os ingressos custam apenas R$ 2 e podem ser adquiridos no local da festa. A expectativa da organização é contar com a presença de 150 meninos e meninas com autismo e outras síndromes.

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Serviço

1º Arraial da Inclusão

Domingo (19)| 14h

Clube Municipal do Nobre

R$2

(81)99705-6152

A organização britânica National Autistic Society está lançando uma experiência que quer dar às pessoas uma visão sobre o que é ser autista. Através do poder da realidade virtual, é possível ser transportado para o universo de alguém que possui a síndrome. Rapidamente, o usuário recebe uma sobrecarga sensorial para simular os problemas que um autista costuma lidar todos os dias. Segundo a entidade, o projeto tem o objetivo de ajudar o público em geral a combater o preconceito contra a doença.

A simulação pode ser vivenciada com os óculos de realidade virtual Samsung Gear VR. O filme envolvente te coloca na pele de um garoto autista que passeia num shopping com a mãe. É aí que o usuário recebe uma superestimulação de ruídos repentinos, cores brilhantes e luzes que piscam – sensações experimentadas por pessoas com a doença em uma situação aparentemente normal. É possível baixar um aplicativo para assistir ao filme ou conferi-lo em 360º no YouTube.

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O diretor executivo da National Autistic Society, Mark Lever, explica que a campanha foi criada porque centenas de milhares de pessoas autistas estão isoladas e solitárias devido à má compreensão do público sobre o assunto. "Estamos realmente animados por ser a primeira instituição de caridade a usar a realidade virtual para demonstrar como esse aspecto do autismo pode ser sentido, visto e ouvido", complementou.

A música cria momentos de pura emoção. O que a primeira das artes proporcionou para o mexicano Luis Vazquez e seu filho autista foi completamente mágico. A dupla foi ao show da banda Coldplay e caiu no choro ao ouvir a música Fix You. O momento foi gravado pelo pai e compartilhado no Youtube.

O show foi realizado no dia 16 de abril, na Cidade do México, pela turnê "A Head Full of Dreams". Normalmente, crianças autistas têm dificuldades em se relacionar socialmente e emocionalmente com outras pessoas. Luis Vazquez escreveu em sua página do Youtube, "algo que eu e minha esposa decidimos compartilhar agora para o mundo inteiro. Vocês precisam ver. Isso diz tudo. Galera do Coldplay, vocês precisam assistir isto".

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Em homenagem ao Dia Nacional do Autismo, que aconteceu no último dia 2 de abril, o Santa Cruz promoverá uma ação com crianças autistas durante o Clássico das Multidões deste domingo (10). Um grupo de 11 crianças foi escolhido para entrar em campo com os atletas tricolores antes do jogo decisivo pelo estadual.

Os mascotes corais deste domingo fazem parte da Associação de Amigos do Autista (AAA) – Grupo de Estudo Sobre Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, que atende cerca de 100 famílias e existe desde 2010, no Recife. A associação faz reuniões periódicas para trocar ideias, falar sobre autismo, terapias, médicos, entre outras atividades.

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As crianças já tiveram a primeira experiência no Arruda no jogo contra o Ceará, na Copa do Nordeste, no dia 30 de março. O dia foi especial, pois marcou a primeira ida deles a um estádio para assistir uma partida. No clássico contra o Sport, em prol do conforto das crianças na entrada em campo, o Santa Cruz decidiu por cancelar a tradicional queima de fogos.

 

Com as temáticas centrais do abuso infantil e autismo, o evento “A dupla experiência clínica de um psicanalista” será realizado no Rio de Janeiro, nos dias 8 e 9 deste mês, com a mediação de profissionais e estudantes de saúde, educação e direito. O protagonista das atividades será o psicanalista israelense Joshua Durban. O palco dos debates será a sede da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), no bairro de Botafogo. 

As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do site da SPRJ. Para os membros FEBRAPSI, o valor é de R$ 150; os candidatos FEBRAPSI e estudantes pagam R$ 90; e os profissionais investem taxa de R$ 170 para garantir presença no evento. Outra informações podem ser adquiridas no seguinte telefone: (21) 2543-4998. 

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Programação:

Dia 8

13h30 às 15h - Durban enfoca "O complexo vitimizador e suas vicissitudes no abuso infantil";

15h20 às 16h50 - Mesa-redonda, com apresentações da desembargadora Ivone Ferreira Caetano e da juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, tendo o psicanalista como comentarista;

16h50 às 18h20 – Encerramento da programação, com discussão clínica apresentada por Durban.

Dia 9

9h30 às 11h - Conferência do psicanalista israelense será sobre o espectro autístico;

11h20 às 12h50 – Psicanalista Marisa Helena Monteiro, titular da SPRJ e membro do Grupo de Pesquisa Psicanalítica em Autismo-GPPA, apresenta trabalho clínico a respeito da mesma temática, seguido de discussão.

Laura, de 14 anos, desde o momento em que sai de casa é alvo de olhares preconceituosos. A mãe dela, Maria Ruth Guimarães, passou por muitas dificuldades para encontrar um local que acolhesse a adolescente autista. A exemplo de famílias que passam pela mesma situação, Maria teve que recorrer a instituições especializadas. Agora, a menina não sofre com indiferença ou estranheza.

Matriculada em um instituto educacional que atende crianças e jovens com autismo, síndrome de Down e paralisia cerebral em Belém, Laura recebe o auxílio de pedagogas para alfabetização e acompanhamento psicológico.

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A principal proposta do espaço é realizar atividades práticas com os alunos, chamadas de AVDs (Atividades da Vida Diária), que se referem ao auxílio motor e cognitivo através de aulas de dança e culinária, além de ensinar tarefas comuns como contar dinheiro e usar o banheiro.

“Trabalhamos conteúdos que vão ajudar na independência dessas crianças e adolescentes”, afirma a pedagoga Noah Chiavenato, uma das coordenadoras do Instituto Educacional Chiavenato (Ieduchi), especializado neste tipo de atendimento.

Para Noah, um dos obstáculos de escolas integrais na formação educacional destes alunos é a falta de preparo. “O professor com uma turma com trinta alunos e só uma criança especial, não consegue chegar até ela. Então há uma dificuldade, porque todas as crianças da turma vão avançando, vão seguindo, e este aluno vai ficando para trás”.

Segundo a pedagoga Wane Mesquita, também coordenadora do Ieduchi, cada aluno apresenta níveis de dificuldade diferenciados. “Dentro do autismo, por exemplo, temos diversos níveis. Por isso é importante a parceria com os pais e nossa avaliação”, afirma. Wane é mãe de Davi, que tem problemas de interação social. Para ela, a interação e a base precisam estar na família.

Interação – A psicopedagoga Ilka Pamponet diz que, dependendo do grau da dificuldade, é necessário ter métodos de ensino para o letramento destes alunos nas escolas regulares. Porém, os profissionais da área de educação infantil muitas vezes não sabem por onde começar.

“Acaba sendo muito bom para o auxílio nessas dificuldades, porque os profissionais da área tem mais conhecimento da melhor forma de repassar para as crianças”, afirma Ilka, referindo-se à proposta das AVDs. 

Sobre a integração social, a psicopedagoga aponta outra visão. “O mais importante é trabalhar as outras crianças para a aceitação do diferente”, explica. Para ela, as crianças com deficiência cognitiva precisam interagir com as que não possuem. “Quando a criança se sente aceita no grupo e interage adequadamente, o aprendizado flui muito melhor”. 

Neste sábado (2) é celebrado mundialmente o Dia da Conscientização sobre o Autismo e o momento é bastante oportuno para que o debate seja levantado. Em abril de 2015, o Governo de Pernambuco promulgou a Lei estadual nº 47/2015 que visa ampliar a garantia de direitos dos autistas. Em seu texto de formulação, a legislatura garante a inclusão de estudantes autistas nas redes de ensino do Estado, além da capacitação de professores de a rede pública e contratação de acompanhantes especializados na área. Apesar da proposta ser considerada um avanço no amparo à pessoa com autismo, um ano depois, a realidade é dura e os passos são lentos para que o cenário se reverta no Estado. Familiares e profissionais da área continuam denunciando que não há inclusão dos portadores do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na rede pública de ensino em Pernambuco.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas no mundo que portam o transtorno. No Brasil, a estimativa é que o número já passa a casa dos dois milhões. O Transtorno do Espectro Autista, conhecido como autismo, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). O paciente caracteriza-se em geral por dificuldades significativas na comunicação, na interação social, na troca de olhares e demonstra constantes alterações de comportamento, principalmente a repetição de movimentos. 

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Apesar das alterações comportamentais aparecerem antes mesmo dos três anos de idade, muitas vezes, por não ser identificado fisicamente, o autismo não é diagnosticado com rapidez pelos médicos. No Recife, a Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto) é uma instituição sem fins lucrativos, composta por pais e parentes de pessoas com diagnóstico de autismo. Para Monalisa Costa, pedagoga da instituição, a demora do diagnóstico médico pode comprometer o tratamento da criança. "Quando o transtorno não identificado logo no início, as crianças tendem a ficarem isoladas e são incompreendidas, até mesmo pelas famílias", explicou. 

Inclusão escolar

Com o ambiente escolar muitas vezes não exercendo o seu papel primordial na educação da criança autista, muitas pais têm optado por caminhos alternativos. Grupos, associações, clínicas e ONGs, além de profissionais qualificados na área que trabalham as melhorias individualmente são os mais procurados pelas famílias. Para a psicóloga Meirielle Totti, coordenadora da Afeto, seria favorável que as crianças com autismo estivessem incluídas em ambientes com crianças típicas, por serem modelo de interação e de comunicação. "O problema é que as escolas precisam estar preparadas  pra fazer a inclusão dessas crianças e atualmente não há nenhuma escola pronta pra fazer isso", afirmou.

A psicóloga argumenta que a Lei 47/2015 é muito inclusiva na teoria. Mas não se trata apenas de poder matricular autistas nas redes de ensino. Ela explica que isso só terá retorno se o direito for muito mais além. "É preciso que haja supervisão de um acompanhante terapêutico pra ajudar nos processos de ensino e nos processos sociais. Não é ganho pra um autista estar na sala de aula sem nenhum acompanhamento. É importante haja a interação com outras crianças, mas de uma forma planejada". Para a pedagoga Monalisa Costa, é raro ver a nova legislação sendo exercida na prática. "Conheço autistas que deixaram de estudar porque não havia um profissional da área para realizar o acompanhamento", contou. 

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Desafios diários

A dona de casa Adriana Gomes e mãe de Arthur, hoje com seis anos, foi diagnosticado tardiamente com autismo aos cinco anos. "Os médicos não gostam de falar diretamente para as mães muitas vezes por não saber mesmo do que se trata", lamentou Adriana. Esperançosa, ela conta que a descoberta de que seu único filho era portador do transtorno foi um choque. "Com o tempo, amadureci. Procurei logo aceitar e correr atrás de melhorar a vida dele, buscando os atendimentos necessários". Apesar de Arthur estar na escola, Adriana relata que sua maior satisfação são os caminhos alternativos de educação e tratamento que procurou para cuidar do filho. 

No lazer, praia, piscina e aparelhos eletrônicos são os principais diversões de Arthur. Para a mãe, que abdicou de uma vida social mais intensa, ter que lidar com o preconceito e com a falta de informação das pessoas é algo que incomoda. "Ele é muito carinhoso e as vezes beija e gosta de dar cheiros em pessoas que nem conhece" conta. Orgulhosa, Adriana diz que as vezes faz vista grossa para comentários maldosos. "Mas se for preciso a gente revida e vamos enfrentando as situações que vão acontecendo (no cotidiano)".

Os desafios são inúmeros, os olhares externos são tortos e o preconceito diário bebe na fonte da falta de informação e de políticas públicas mais rígidas e inclusivas. Diretora da Afeto, fundadora da instituição e mãe do André, atualmente com 19 anos, diagnosticado com o autismo aos dois anos, Regina Sales conta que sua trajetória foi longa até descobrir porque seu filho era 'diferente das outras crianças'. Ela conta que quando criança, seu filho por não apresentar um padrão comportamental foi chamado de surdo pela direção de uma das escolas que o menino estudou. 

Regina conta que se reunia constantemente com outros pais para dialogar sobre novos tratamentos, quando em 2005 resolveram fundar a Afeto. A associação atende atualmente a 26 crianças e um adulto. Sem fins lucrativos e mantida por apoio financeiro dos pais, a instituição, localizada no bairro da Encruzilhada, atualmente, não possui mais vagas disponíveis. "Nós temos uma fila de espera grande e infelizmente não temos condição de atender mais pessoas por prezar por um atendimento de qualidade", explicou. A Afeto conta com uma equipe multidisciplinar com terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e educadores físicos.

Militante da causa e com muitas histórias da inoperância do poder público e de agressões preconceituosas, Regina se diz insatisfeita quando o seu filho é colocado como mal educado por muitas vezes não conseguir interagir socialmente. "Sempre dizem que você não deu educação pra o seu filho. As pessoas têm que entender que não é bem assim". Para o pai de Miguel, de seis anos, Antônio Nunes, as vezes é entristecedor algumas situações. "Lugares públicos são sempre desafios. Uma vez eu estava com meu filho no Shopping e por ele não conseguir ficar quieto e estar impaciente, pessoas começaram a comentar que ele não tinha educação", lamentou. Apesar as dificuldades, Regina diz que é um dever dos pais amar seus filhos. "Ame-os incondicionalmente, independente do que eles te deem de retorno. Dê, que o retorno vem", concluiu emocionada. 

Neste sábado, com o intuito de disseminar informação e diminuir o preconceito, será realizado um evento musical no Shopping Rio Mar, Zona Sul do Recife, em que a Afeto estará presente vendendo camisas do dia mundial Dia da Conscientização sobre o autismo, às 17h no térreo do estabelecimento. Além do show musical, também haverá exposições sobre o autismo durante o evento comemorativo. 

Até a publicação desta reportagem, a Secretaria de Educação de Pernambuco não respondeu aos questionamentos feitos pelo Portal LeiaJá a respeito da falta de profissionais treinados em redes do ensino público do Estado para lidar diariamente com os portadores do autismo. 

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O autismo será discutido em evento nos dias 5 e 12 de abril, no Recife, aberto ao público, para falar sobre os parâmetros da educação inclusiva e outros temas. O encontro é promovido pelo Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (CPPL) às terças-feiras, das 20h às 21h30. 

No primeiro dia de evento a educação inclusiva será o assunto principal do encontro. Já no dia 12, o tema abordado é o “CPPL – 35 anos de trabalho institucional com crianças”. No entanto, outros tópicos serão conversados como motivação de troca de experiências entre o público, os convidados e a equipe do CPPL.

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A organização informa que as vagas são limitadas e para outras informações os interessados podem entrar em contato pelo telefone (81) 3423.5751. 

Serviço

Autismo em Debate

Datas: 5 e 12 de abril, das 20h às 21h30

Local: Auditório do CPPL – Rua Cardeal Arcoverde, n.º 308, Graças – Recife/PE

Gratuito

Informações: (81) 3423.5751

Confira a programação:

Dia 5 de abril - Parâmetros para uma educação inclusiva

Dia 12 de abril - CPPL – 35 anos de trabalho institucional com crianças

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente se manifesta nos três primeiros anos de vida, comprometendo as habilidades de comunicação e interatividade social, por causas que ainda são desconhecidas. Nos dias 5 e 12 de abril, o Centro de Pesquisa de Psicanálise e Linguagem (CPPL) promove o evento 'Autismo em Debate'. O encontro tem o objetivo de formar um ambiente que proporcione troca de experiências entre o público, convidados e a equipe do CPPL.

No dia 5, o evento aborda os parâmetros de uma educação inclusiva. O dia 12 dá ênfase para os 35 anos de trabalho institucional com crianças. O 'Autismo em Debate' é realizado todas as terças, das 20h às 21h30, no Auditório CPPL, que fica localizado na  Rua Cardeal Arcoverde, 308, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. As vagas são gratuitas e limitadas. Mais informações através do telefone (81) 3423-5751.

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“Autismo: Diagnóstico e Tratamento” é o tema do curso de férias que será ministrado pelo Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (CPPL), de 12 a 14 de janeiro. As aulas ocorrerão das 17h às 20h no auditório da instituição. A inscrição custa R$ 250 (profissionais) e R$ 200 (estudante).

A capacitação é coordenada pela mestre em Psicologia Clínica Letícia Rezende e o psicólogo/historiador Miguel Gomes. O curso de férias pretende analisar também o crescimento de casos, a eficácia no diagnóstico de autismo e o tratamento social com os próprios autistas.

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O CPPL está localizado na Rua Cardeal Arcoverde, n.º 2308, Graças, Zona Norte do Recife. Outras informações sobre o curso de férias podem ser obtidas por meio do telefone (81) 3423-5751.

O consumo de antidepressivos durante a gravidez aumentaria em 87% o risco de que a criança desenvolva autismo, segundo um amplo estudo realizado no Canadá e publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

As conclusões desta investigação são importantes porque entre 6 e 10% das mulheres grávidas tomam antidepressivos, destacam os pesquisadores que analisaram as histórias clínicas de 145.456 mulheres grávidas na província de Québec.

Seu trabalho aparece no Journal of the American Medical Association, Pediatrics. "As diversas causas do autismo continuam sendo incertas, mas alguns estudos demonstraram que o genético e o ambiental podem ser fatores de risco", explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal e do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal responsável do estudo.

"Nossa investigação permitiu estabelecer que o fato de tomar antidepressivos, sobretudo aqueles que atual sobre a serotonina (um neurotransmissor) durante o segundo e o terceiro trimestre de gravidez, quase duplica o risco de autismo entre as crianças", agregou.

Bérard e sua equipe fizeram o acompanhamento de 145.456 crianças desde sua concepção até os dez anos de idade, assim como do consumo de antidepressivos por suas mães durante a gravidez. Também contemplaram outro conjunto de fatores que poderiam contribuir para o autismo.

Algumas pessoas com antecedentes familiares têm uma pré-disposição genética para essa doença. A idade da mãe e a depressão também podem estar relacionadas ao surgimento do autismo, assim como alguns fatores sócio-econômicos como a pobreza.

Na pesquisa 1.054 crianças foram diagnosticadas com autismo a uma idade média de 4,5 anos, ou seja 0,72% da mostra estudada.

A incidência do autismo entre as crianças aumentou: passou de 4 para cada 10.000 crianças em 1966 a 100 por cada 10.000 atualmente.

Filhos de mães que produzem excesso de hormônio masculino têm o risco consideravelmente mais elevado de desenvolver transtornos autistas, segundo um estudo do Instituto Karolinska de Estocolmo, publicado na revista Molecular Psychiatry.

O estudo demonstra pela primeira vez o vínculo entre a Síndrome de Stein-Leventhal ou Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e os Transtornos do Espectro Autista (TEA).

As mulheres afetadas por esta síndrome, ou seja entre 5% e 15% das que possuem idade de ter filho, segregam uma quantidade anormalmente elevada de hormônios andrógenos, inclusive durante a gravidez.

Depois de estudar os relatórios médicos relativos a todas as crianças entre 4 e 17 anos nascidas na Suécia entre 1984 e 2007, os pesquisadores estabeleceram um vínculo estatístico entre esta patologia e a TEA.

"Descobrimos que um diagnóstico de SOP na mãe aumentava em 59% o risco de TEA na criança", explicou a psiquiatra Kyriaki Kosidou, do departamento de ciências da saúde pública do Instituto Karolinska.

"O risco é ainda mais importante entre as mães afetadas pela SOP e a obesidade, uma afecção comum se houver um excesso marcado de produção de hormônios andrógenos", acrescenta.

O estudo, em compensação, não pôde elucidar por que a TEA afeta quatro vezes mais os meninos do que as meninas.

Os pesquisadores enfatizam, além disso, que as causas subjacentes do vínculo entre a SOP e a TEA não "estão completamente claras e que são necessários estudos mais profundos, por isso é muito cedo para fazer recomendações específicas".

O autismo é um trastorno do desenvolvimento que se manifesta principalmente na dificuldade de estabelecer interações sociais e se comunicar.

Recife irá receber o 1º Encontro Brasil & EUA de Autismo que trará palestras sobre o assunto, do dia 5 a 7 de junho, no Centro de Convenções, em Olinda. Estarão presentes especialistas nacionais e internacionais.

Alguns nomes confirmados são os de Caio Miguel, professor de psicologia, na Universidade da California, EUA; Paula Braga-Kenyn que irá tratar o tema “Características de um programa efetivo de Análise Comportamental Aplicada em casa”; Shawn Kenyon, tratando do tema “Estratégia para lidar com problemas graves de comportamento”; Linda A. LeBlanc, falando sobre estratégias de Ensino Naturalístico; e Maria Martha Costa Hübner que abordará o trabalho realizado no Centro para o Autismo e Inclusão Social (CAIS-USP).

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O encontro é promovido Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto), em parceria com a UFPE, Associação Ilha Azul e Associação Brasileira de Autismo –ABRA.

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